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Caderno do

Acolhimento
da Equipe Escolar,
Pais e Responsáveis
e Estudantes
Ensino Fundamental
Anos Iniciais
2 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais
Caderno do
Acolhimento
Inclusivo
Ensino Fundamental
Anos Iniciais

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 3


Realização

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO

PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Johanna Faller
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Elizane Mecena e Thereza Barreto
Leitura crítica: Thereza Barreto e Elizane Mecena
Edição de Texto: Luciano Cosmo
Revisão Ortográfica: Rosana Baú
Projeto Gráfico e Diagramação: Luciano Cosmo

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO


JCPM Trade Center
Av. Engenheiro Antônio de Góes, 60 - Pina | Sala 1702
CEP: 51010-000 | Recife, PE
Tel: +55 81 3327 8582
www.icebrasil.org.br
icebrasil@icebrasil.org.br

1ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”

4 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Caderno do Acolhimento na perspectiva
inclusiva Ensino Fundamental 1
Este é o Caderno do Acolhimento na Perspectiva Inclusiva. Ele introduz o volume que traz
o Caderno do Acolhimento do Ensino Fundamental 1, nele, você encontra os conceitos
e algumas orientações fundamentais para a convivência com pessoas com deficiência
durante a realização do Acolhimento, sejam crianças ou adultos.

Os temas abordados neste Caderno são:

• Primeiros Toques;
• Deficiência Física;
• Deficiência Intelectual;
• Deficiência Múltipla;
• Outras Condições;
• Tecnologias Assistivas.

Desejamos que você realize bons estudos e desenvolva um excelente trabalho como
Jovem Protagonista na perspectiva inclusiva!

Instituto de Corresponsabilidade pela Educação

Este é o Caderno do Acolhimento na Perspectiva Inclusiva. Ele introduz o volume que


traz os Cadernos do Acolhimento do Ensino Fundamental.

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A parte que vem antes

Este Caderno traduz a preocupação e o compromisso do ICE com uma educação


verdadeiramente para todos, uma vez que falar de Educação Integral é, necessariamente,
falar de Educação Inclusiva. O vínculo entre inclusão e uma escola que oferece Educação
Integral se dá na perspectiva de considerar o estudante como alguém único e singular,
que se desenvolve, a partir das suas potencialidades, nas suas múltiplas dimensões
como ser humano.

Este Caderno não tem a pretensão e nem a presunção de oferecer “uma receita” para a
prática da Educação Inclusiva nos diversos contextos e territórios nos quais o Instituto e
os Jovens Protagonistas atuam, mais do que isso, ele é o nosso compromisso declarado
em oferecer a garantia de que todo estudante tem o direito de “ser” e, dessa forma,
estabelecer caminhos para que efetivamente “seja”. Em outras palavras, destina-se a
todas e todos os estudantes a quem se deve garantir o direito de sonhar e de buscar a
realização do seu sonho.

Para percorrer este caminho, o Caderno traça um percurso reflexivo desde a importância
de se falar sobre a Educação Inclusiva até as recomendações do Instituto para que
os Jovens Protagonistas atuem sempre considerando uma educação na perspectiva
inclusiva. Reconhecemos essa necessidade uma vez que falar em Educação Integral no
Brasil pode não ser um assunto novo, mas, a sua efetivação nos projetos escolares e,
ainda mais, numa abordagem inclusiva para estudantes com deficiência é algo, ainda,
muito distante das práticas pedagógicas vivenciadas na escola e daquelas realizadas
pela gestão escolar.

Esperamos contribuir, junto aos Jovens Protagonistas, com sua reflexão sobre o tema
e com sua problematização local sobre como criar estratégias e ações, a partir de cada
contexto e de cada território, para que o Acolhimento se efetive sempre na consideração
da perspectiva inclusiva. Para isso, é essencial que os Princípios Educativos e bases
conceituais da Escola da Escolha estejam alinhados àqueles presentes nas Secretarias
Municipais ou Estaduais de Educação pois, assim, será possível continuarmos a
contribuir com a garantia de que todo e qualquer estudante, educador, pais e/ou
responsáveis sejam verdadeiramente acolhidos na perspectiva da integralidade da
Escola da Escolha.

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PREZADO JOVEM PROTAGONISTA, QUE BOM TER VOCÊ AQUI!

Para começo de conversa, você sabia que as pessoas com deficiência são a maior
minoria existente e, mesmo assim, essa população tão expressiva é tratada como
invisível pela sociedade? Mas, como isso acontece? Não existem leis?

Bem, as dificuldades impostas a elas começam pelas barreiras arquitetônicas e físicas,


além das atitudes das pessoas que têm dificuldade em entender as diferenças e, por
consequência, as necessidades deste público.

Quando se trata das leis relacionadas à inclusão, o Brasil localiza-se numa das últimas
colocações quanto ao seu cumprimento e à garantia das condições de acessibilidade
às pessoas com deficiência. Isto compõe o acervo de alguns dos obstáculos encarados
cotidianamente por essa população a qual, ainda que imensa, é desconsiderada e
tratada como sendo “invisível”. Faltam-lhes calçadas acessíveis, transporte público
adaptado, edificações dotadas de rampas, entre outras estruturas.

Em cada Escola da Escolha implantada e na qual encontramos um estudante com


deficiência, CE-LE-BRA-MOS! Isso mesmo, nós celebramos, pois isso significa que o
trabalho e os esforços de muita gente em prol de uma educação para todos neste país,
deu resultados! Quando encontramos um estudante com deficiência nas escolas de
Ensino Médio, então, você nem imagina a nossa alegria, porque isso significa que ele
e sua família conseguiram vencer muitos obstáculos, já que a maioria dos jovens com
deficiência, no nosso país, ainda não consegue alcançar esse nível de escolaridade.

Mas, atenção! Não estamos aqui afirmando que os jovens com deficiência que
conseguem chegar ao Ensino Médio devam ser tratados como heróis. Não é disso que
estamos falando, mas, sim, da importância de reconhecer a sua identidade na diferença,
de tratá-lo como sujeito de direitos como qualquer outro que não tenha deficiência.

Avançamos muito, mas ainda falta muito para que possamos reverter essa situação.
No entanto, demonstrar atitudes de respeito e entendimento também pode fazer a
diferença para que essas pessoas exerçam sua cidadania e usufruam de serviços e
equipamentos.

Dessa maneira, para contribuir com as iniciativas que tornam estes atores visíveis e
fruidores de direitos como qualquer outra população, consideramos fundamental
para a sua formação e preparação para realizar o Acolhimento dos Estudantes, dos
Educadores e dos Pais e Responsáveis, trazer alguns conceitos, informações e
orientações para a convivência requerida de todos nós durante os dias de realização
desta prática educativa.

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É por esse motivo que este Caderno antecede os Cadernos do Acolhimento dos
Estudantes, dos Educadores e dos Pais e Responsáveis e reafirma o nosso compromisso
com uma educação que promova crianças, adolescentes e jovens brasileiros autônomos,
solidários e competentes, independente das suas circunstâncias.

Neste Caderno, você encontra informações que o apoiarão no Acolhimento dos


estudantes com deficiência nas Escolas da Escolha nas quais atuará. Ele é um
recorte do Manual de Convivência concebido por Mara Cristina Gabrilli, no qual nos
inspiramos para escrever este Caderno. Mara Gabrilli é uma psicóloga, publicitária
e política brasileira, fundadora do Instituto Mara Gabrilli, dedicado a desenvolver
programas de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e projetos esportivos
e culturais, bem como pesquisas científicas. Mara é uma ativista social extremamente
atuante que sofreu um acidente automobilístico, em 1994, o qual a deixou tetraplégica.

O Manual de Convivência pode ser encontrado em https://www.maragabrilli.com.br/


wp-content/uploads/2017/10/manual_web.pdf e tem o seu download gratuito.

É muito bom ter você aqui, apoiando-nos na construção de uma sociedade mais justa,
fraterna e igualitária, verdadeiramente uma sociedade de todos e para todos

“Temos o direito de ser iguais


quando a nossa diferença nos inferioriza;
e temos o direito de ser diferentes
quando a nossa igualdade
nos descaracteriza. Daí a necessidade
de uma igualdade que reconheça
as diferenças e de uma diferença
que não produza, alimente
ou reproduza as desigualdades.”

Boaventura de Sousa Santos

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Primeiros Toques

AJUDAR OU NÃO AJUDAR... EIS A QUESTÃO!

Você está iniciando a sua preparação para executar o Acolhimento dos Estudantes,
dos Educadores e dos Pais e Responsáveis. Na sua realização, você poderá encontrar
estudantes com deficiência. Não tenha medo. Algumas situações podem parecer
embaraçosas, mas tudo vai depender da forma como você lidará com elas. Uma coisa,
entretanto, tem de estar muito clara: nunca subestime a eficiência de uma pessoa
com deficiência e nem superestime as suas dificuldades. Ter uma deficiência não faz
com que a pessoa seja melhor ou pior, somente impõe a necessidade de algum tipo de
adaptação. Essa é uma palavra extremamente importante por aqui.

Ao contrário do que se diz, as pessoas com deficiência não se importam em responder


a perguntas sobre sua deficiência. Para isso, a dica é simples: aja com naturalidade.
Perguntar sobre o que não conhecemos é sempre natural.

Bom, digamos que você encontrou uma pessoa com deficiência, perguntou o que
aconteceu, indagou sobre a deficiência etc. Então, você sente aquela inclinação para
oferecer ajuda. Se sentir essa vontade, ofereça. Mas, antes de fazê-lo, pergunte como
a pessoa quer ser ajudada. Se não soubermos exatamente como ajudar, acabamos
atrapalhando.

Vou dar um exemplo de uma situação em que normalmente usamos o impulso.

Uma pessoa que usa muletas precisa de ajuda para subir uma escada. Você, que nunca
ajudou uma pessoa com deficiência física antes, dispõe-se a ajudar e ... pimba, segura
na muleta e começa a impulsioná-la para cima.

Lamento, mas, apesar da boa intenção, essa não foi uma boa ideia. Fazendo isso, você
comete dois erros graves: o primeiro é que, segurando e puxando a muleta (que é o
apoio dessa pessoa), você tira o ponto fixo que a mantém em pé; o outro é mexer na
muleta sem pedir licença. Essas órteses, bem como a cadeira de rodas, são como uma
extensão do corpo da pessoa com deficiência. Seria a mesma coisa que uma pessoa,
disposta a te ajudar, fosse pegando no seu braço antes de perguntar se poderia.

Órteses são dispositivos médicos prescritos em caso de acidentes, doenças do


sistema locomotor ou sistemas de sustentação e promovem a recuperação. Tem como
objetivo ajudar as pessoas a aumentar sua mobilidade. Órteses podem estabilizar,
imobilizar, aliviar o corpo ou membros afetados, assim como fornecer orientação
fisiológica correta. Mal posicionamento e suporte de peso incorretos podem ser
evitados, contornados ou corrigidos. Em caso de deficiências permanentes, as órteses
podem manter as funções e prevenir ou reduzir a dor.

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Por outro lado, não se sinta mal caso você ofereça ajuda e a pessoa recuse. Muitas
pessoas são extremamente eficientes ao realizar determinadas atividades sozinhas e
podem fazê-las de forma ainda melhor se não receberem ajuda.

E, se o contrário acontecer, ou seja, se você for solicitado a ajudar? Se tiver segurança


para ajudar, vá em frente. Mas, se não se sentir seguro, seja honesto em recusar o
pedido, explicando que não tem segurança para ajudar.

A DEFICIÊNCIA NÃO É DOENÇA!

Para ajudar ou simplesmente conviver com uma pessoa com deficiência, vale sempre
reforçar alguns conceitos.

O primeiro deles é que deficiência e doença não são a mesma coisa! Uma pessoa que
necessita de uma cadeira de rodas para se deslocar está privada de andar, mas pode
ter uma saúde excepcional, tão boa – ou melhor – do que a sua. Por isso, ela deve ser
tratada normalmente, como tratamos as pessoas que conhecemos ou aquelas a quem
estamos sendo apresentados: com respeito, educação e simpatia, independente da
presença da cadeira de rodas.

Outro conceito é o de que uma pessoa com deficiência necessariamente tem mais
de uma deficiência. Vejamos: uma pessoa com deficiência física pode andar sozinha
ou acompanhada de outra, sem deficiência, e manter uma boa conversa. O que isso
quer dizer? Que não é pelo fato de ter uma deficiência física que necessariamente essa
pessoa não possa falar e/ou ouvir. Quem nunca viu a seguinte cena num restaurante:
uma mesa na qual se encontram várias pessoas e uma delas encontra-se na cadeira
de rodas. O garçom se aproxima para retirar o pedido, mas, para saber qual é o pedido
da pessoa que se encontra na cadeira de rodas, ele pergunta à outra pessoa que se
encontra ao seu lado porque presume que, pelo fato de ter uma deficiência física, essa
pessoa também tenha deficiência auditiva.

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Deficiência Física
As causas da deficiência física são diversas e podem estar ligadas a problemas genéticos,
complicações na gestação ou gravidez, assim como doenças infantis ou acidentes. As
causas pré-natais, ou seja, aquelas que acontecem antes de a criança nascer, podem ser
ocasionadas por remédios, álcool ou drogas consumidas pela mãe, tentativas de aborto
malsucedidas, perda de sangue durante a gravidez, crises maternas de hipertensão,
entre outras. Durante o nascimento, ainda outras complicações podem comprometer os
movimentos da criança (problemas respiratórios na hora do nascimento, prematuridade
etc.), mas, uma causa, já erradicada no Brasil, fez um grande número de crianças
ficarem com deficiência física: a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil.
A pólio, como também é chamada, foi combatida graças às campanhas de vacinação.
Por isso, não se esqueça de estimular as crianças, sempre, para serem vacinadas. Isso
é muito importante!

Outros motivos responsáveis por deixar muitas pessoas com deficiências físicas são
os acidentes de carro, a violência urbana, os acidentes de mergulho (principalmente
em água rasa, quando a pessoa quebra o pescoço), assim como a hipertensão e a
diabetes não cuidadas, por exemplo. Por isso é sempre tão importante, dentre outros
cuidados, dirigir conforme as normas de trânsito; não reagir durante eventuais assaltos
e sempre verificar a profundidade e a presença de pedras nos rios, mares ou lagos onde
for mergulhar. E, não esqueça, acompanhamento médico periódico para saber se a sua
saúde está bem faz parte de um ditado popular muito conhecido e igualmente sábio:
prevenir é muito melhor do que remediar e, às vezes, não há remédio para possibilitar
determinadas curas.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE DEFICIÊNCIA FÍSICA?

A deficiência física engloba vários tipos de limitação motora. São elas:

Paraplegia: paralisia total ou parcial dos membros inferiores,


comprometendo a função das pernas, tronco e outras funções
fisiológicas.

Tetraplegia: paralisia total ou parcial do corpo, comprometendo


a função dos braços e das pernas. O grau de imobilidade dos
membros superiores depende da altura da lesão.

Hemiplegia: paralisia total ou parcial das funções de um

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lado do corpo como consequência de lesões cerebrais.

Paralisia cerebral: termo amplo para designar um grupo


de limitações psicomotoras resultantes de uma lesão no
sistema nervoso central. Geralmente, pessoas com paralisia
cerebral possuem movimentos involuntários e espasmos
musculares repentinos – chamados espasticidade. Esses
espasmos também são verificados nas outras deficiências,
mas em menor intensidade.

Amputação: perda total ou parcial de um ou mais membros


do corpo.

E quando você for conversar com uma pessoa com deficiência, dirija-se diretamente a
ela. Vou dar um exemplo: uma pessoa com deficiência física pode andar por aí sozinha
ou acompanhada de outra, sem deficiência. Essa junção não quer dizer que, além de
não andar, por exemplo, a pessoa com deficiência também não possa ouvir e falar. Pode
parecer brincadeira, mas são inúmeras as situações em que isso acontece. Vou contar
uma. Certa vez, Maria, que anda em cadeira de rodas, estava com sua irmã mais nova
em um restaurante. O garçom, muito solícito, olhou para as duas e perguntou para a
Joana, que tinha 9 anos, qual prato as duas queriam. Ora, não seria correto o garçom
perguntar à Maria, ou a ambas, qual seria a refeição do dia?

HISTÓRIA 1

A altura do olhar

Aí vai mais um caso. Esse aconteceu com a Sofia, que é tetraplégica, ao ser
cumprimentada por um senhor que, sem saber (o que é claro, pois ninguém tem a
obrigação de conhecer a deficiência do outro, afinal, as pessoas não vêm com bula),
esticou a mão para um aperto de mãos. Quando ouviu a resposta de que a pessoa
não mexia os braços, ele saiu gritando: “ela não ouve, ela não ouve” – confundindo a
tetraplegia com surdez.

Quando for ajudar um amigo e guiar sua cadeira de rodas, não pense que é a mesma
coisa que empurrar um carrinho de supermercado. Ôpa, calma lá! Lembre-se de nunca
movimentar uma cadeira de rodas sem pedir permissão para quem está sentado nela.

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Fica uma boa reflexão: por que confundimos tanto as deficiências e por que nos
acanhamos quando algo dá errado? E mais: por que ficamos tão constrangidos na
presença de pessoas com deficiência de modo que, às vezes, preferimos ignorá-las?

Adiante. Imagine a situação: você chega ao supermercado, pega um carrinho e sai


guiando, feito um louco, pelas seções, à procura daquela novidade que anunciaram na
TV. E encontra! Quando pega o produto, encontra um conhecido (ou conhecida) que
também estava à procura da mesma mercadoria. Pronto, ficam alguns minutos ali,
trocando figurinhas. Pois é, pense que, na nossa situação hipotética, aquele carrinho
virado para a frente, e sem participar da conversa, podia ser um amigo que usa cadeira
de rodas. Então, tome cuidado para não deixar um cadeirante de fora da conversa.
Lembre-se sempre de virar a cadeira de rodas para que a pessoa com deficiência possa
ficar de frente aos seus interlocutores. Afinal, estavam todos à procura daquele mesmo
produto, lembra?

Cadeira de rodas

Repare na altura entre você e seu amigo cadeirante (palavra nova!). Antes de esticar
a conversa com ele, contando aquele caso que promete levar horas, procure ficar no
mesmo nível do seu olhar. Caso se poste de pé por muito tempo, além da possibilidade
de você ter câimbras terríveis, seu amigo pode ficar com um torcicolo e tanto. Sempre
que puder, procure sentar-se ou ficar na mesma altura do olhar de um cadeirante. Uma
conversa olho no olho é até mais excitante, não acha?

• Cadeirante: termo usado para designar as pessoas que andam em cadeira de rodas.

Ah! Mais uma coisinha: nada de sair guiando feito um louco. Isso não é bom nem com o
carrinho de supermercado, nem com o seu próprio carro (leia o começo deste capítulo e
veja que acidentes de carro podem ocasionar deficiências, seja em você, seja em outra
pessoa) e muito, muito menos com uma cadeira de rodas onde há uma pessoa sentada.
Não faça isso de jeito nenhum!

Também tem gente que acha que o colo ou a cadeira da pessoa com deficiência é
guarda-volumes. Não se esqueça de que a cadeira de rodas é quase a extensão do
corpo do seu dono. Você também não gostaria de que todos que chegassem perto de
você colocassem a bolsa no seu ombro, né?

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HISTÓRIA 2

Subindo e descendo pequenos desníveis

Quando for ajudar uma pessoa na cadeira de rodas a subir um degrau, apoie na
manopla da cadeira e levante as rodinhas que ficam à frente da cadeira de modo a
alcançar o desnível. Transposto o obstáculo com as primeiras rodas, as duas outras,
maiores, tendem a passar com mais facilidade. Mas, cuidado! Essa manobra requer
força e muita segurança. Se for ajudar uma pessoa tetraplégica a descer um degrau
ou qualquer inclinação, procure sempre fazer de marcha à ré. Assim, o cadeirante fica
encostado na cadeira e mais seguro com o seu próprio corpo. No caso de pessoas com
paraplegia, elas preferem transpor os degraus de frente. Neste caso, só ajude se ela
pedir sua ajuda.

Vamos correr?

Não precisa se acanhar em usar palavras como “correr” ou “andar”. As pessoas com
deficiência física empregam naturalmente esses verbos. Todo mundo está correndo
atrás de algo, não é mesmo?

Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda


imediatamente, mas nunca ajude sem perguntar se e como deve fazê-lo. Saiba que a
pessoa que está ali no chão não consegue fazer alguns movimentos e precisa, se ela
quiser, de um apoio para se recolocar na cadeira. Seja um cidadão consciente. Isso
ajuda e muito!

PARALISIA CEREBRAL

Algumas pessoas têm paralisia cerebral, o que não quer dizer que tenham deficiência
intelectual. E por que colocamos este tópico no meio de deficiência física? Porque as
pessoas que têm PC (abreviação muito usada para indicar essa condição) apresentam
limitações físicas e motoras. Vamos explicar isso melhor.

Devido a alguma lesão, o cérebro envia informações em desordem para a realização de


movimentos físicos. Assim, uma pessoa com PC pode apresentar expressões estranhas
no rosto, dificuldades na fala, gestos involuntários e dificuldades de locomoção, mas não
se intimide com isso. Elas mantêm a inteligência absolutamente intacta. Portanto, não as
subestime: elas raciocinam como você. Tenha paciência em ouvi-las, compreendê-las e
acompanhar seu ritmo. Se a fala estiver muito enrolada, peça que repita. Se não conseguir
compreender, pergunte. Procure sempre ter tempo para acompanhar essa pessoa, pois
seu ritmo é bem mais lento. Agora, o mais importante: não a trate como uma criança.
A dificuldade do corpo em compreender as ordens do cérebro já é imensa, portanto,
procure facilitar a sua relação com essa pessoa não a tratando com infantilidade.

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TENHA CONSCIÊNCIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE!

Esteja atento à existência de barreiras arquitetônicas (qualquer tipo de impedimento

para a circulação de uma cadeira de rodas, como degraus, desníveis, falta de rampas etc.)
nos locais onde quer levar um amigo cadeirante, muletante (mais uma palavra nova) ou
com mobilidade reduzida. Se você não tiver o amigo, mas a consciência, também pode
reparar se há rampas no lugar de degraus, elevadores e outras acessibilidades para o
deslocamento de uma pessoa com deficiência, um idoso ou alguém obeso.

MULETAS

Pessoas que usam muletas têm um pouco mais de autonomia do que aquelas que
andam de cadeira de rodas, mas, ainda assim, podem precisar de ajuda em algumas
situações. A receita é a mesma: sempre se informe e pergunte se pode ajudar e como
deve proceder. Ofereça sua ajuda, mas dê preferência para que a pessoa peça.

Se você ficar responsável por guardar as muletas de uma pessoa, procure deixá-las
sempre ao alcance do seu usuário. Se houver um outro meio para a pessoa se deslocar,
guarde as muletas em local adequado e devolva-as assim que pedido. Houve um caso
(olha eu de novo) em que um rapaz entrou numa casa de shows com suas muletas, mas
o segurança implicou com os apoios – no regulamento da casa, ninguém poderia entrar
com nada além das bolsas. O rapaz entrou, depois de muita briga, porque queriam que
ele fosse sem as muletas, sentou-se no seu lugar e colocou as muletas ao seu lado. Em
dois minutos, quando voltou o olhar para dar aquela conferida, notou que as muletas
não estavam mais ali. Do outro lado do salão, o segurança sorria com ar de tarefa
cumprida. “É o fim da picada...”

Por último, ao caminhar, respeite o ritmo de andar da pessoa com deficiência. Mantenha-
se ao seu lado, mas não atrapalhe seu espaço de deslocamento. Ninguém precisa ficar
colado no pé do outro, não é, chulé?

Muletante: pessoa que usa muletas.

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NANISMO

Os anões são pessoas com estatura reduzida, atingindo entre 70 cm e 1,40 m na idade
adulta. Por conta disso, os anões têm sérias dificuldades de locomoção em cidades
planejadas para pessoas com média ou alta estatura. Essa observação – de que os anões
também precisam de acessos – levou essa parcela da população a ser considerada
como pessoas com deficiência pelo Decreto Federal 5.296/2004. Mas as dificuldades
que os anões enfrentam não ficam apenas no campo arquitetônico.

Os anões sofrem bastante com o preconceito. Muitas pessoas têm medo deles ou,
então, tratam-nos com infantilidade ou ridicularização. Tem gente que atravessa a rua
quando encontra um anão, outros desviam o olhar... Sabia que o maior índice de suicídio
entre as pessoas com deficiência localiza-se na comunidade anã? Pois é...

Por causa da baixa estatura, os anões não conseguem acessar muitos ambientes,
produtos e serviços de uso público, como balcões de atendimento, prateleiras
em supermercados, degraus, transportes, caixas eletrônicos, mobiliário público e
doméstico em geral (mesas, cadeiras, bancos, camas, estantes, armários etc.). Até
quando fazem adaptações para pessoas com deficiência, não pensam no anão.

Um caixa eletrônico, por exemplo. Há casos em que o cadeirante consegue acessar um


caixa eletrônico adaptado, mas, mesmo este modelo – que é mais baixo – não serve
para o acesso de um anão. Ele não consegue, por causa do comprimento dos seus
braços, alcançar as teclas. De qualquer forma, a indicação é: trate-os com respeito e
consideração. É essa a receita…

Deficiência Visual
Há muitos tipos de deficiência visual. Algumas pessoas veem apenas o que está
diretamente na sua frente e nada do que está ao lado – o que chamamos de visão
tubular; outras enxergam os objetos como um quebra-cabeças em que faltasse uma
ou duas peças. Ainda há pessoas que têm baixa visão, ou seja, enxergam muito pouco,
mas, ainda assim, são capazes de utilizar a visão para o planejamento e execução de
uma tarefa. E, claro, existem aquelas que não veem absolutamente nada. A gravidade
da deficiência visual depende da parte dos olhos que estiver danificada.

As pessoas com deficiência visual, ou seja, as pessoas que têm baixa visão ou cegueira,
também precisam de auxílio para usufruir de alguns recursos que a sociedade oferece.

16 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Faz parte do apoio às pessoas cegas, por exemplo, o Sistema Braille para leitura e
escrita (aquelas bolinhas que ficam salientes em um papel e que podem ser feitas por
meio do reglete, o qual possibilita que se escreva em Braille); o Sorobã, uma caixinha
que ajuda na execução de cálculos matemáticos e a bengala ou o cão-guia, que ajudam
na sua locomoção e mobilidade. Também existem softwares específicos para que
pessoas com deficiência visual tenham acesso a computadores, por exemplo. Além
disso, foram desenvolvidas várias outras tecnologias para dar autonomia aos cegos,
como elevadores, telefones, relógios, dentre outros equipamentos, com comandos de
voz. É importante lembrar que não só as pessoas cegas, mas também aquelas com
baixa visão podem precisar de algum tipo de apoio.

Isso não quer dizer, necessariamente, que essas pessoas precisem da sua ajuda. Aliás,
essa dica é básica e vai fazer parte de todos os tópicos deste Caderno. Afinal, imagine-
se andando pela rua e, em cada esquina que você atravessar, ter alguém perguntando
se você precisa de alguma coisa. Chato, não? Claro que, no caso das pessoas com
deficiência, algumas vezes, a ajuda é necessária. Se você se deparar com uma situação
na qual o apoio é imprescindível, aproxime-se, diga o seu nome e ofereça seu auxílio.
Mas nunca ajude sem antes perguntar como deve fazer.

reglete: uma chapa retangular de metal com os vários quadrados que


contém seis furos os quais permitem as combinações das letras em braille. A chapa
fica em cima de uma prancheta comum, onde o cego encaixa uma folha de sulfite com
gramatura maior para sustentar as bolinhas demarcadas.

Dica 1: o encontro

Ao se encontrar com uma pessoa cega, caso você não a conheça,


toque em seu braço, apresente-se e, então, inicie a conversa. Se
você já a conhece, toque no seu braço e diga o seu nome. Um
beijinho e um aperto de mão também são bem-vindos. Todo mundo
gosta de ser bem tratado! Depois do primeiro encontro, se você
quiser apresentar essa pessoa para os seus outros amigos, faça-o
tomando alguns cuidados. Por exemplo, nunca se esqueça de virar
a pessoa cega para a frente de quem quer apresentar, assim você
evita que ela possa estender a mão para o vazio que fica do lado
contrário dessas pessoas. Outro detalhe é nunca se afastar sem
anunciar que está saindo do lado dela. Às vezes, a pessoa cega fica
chamando um amigo que já está a metros de distância.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 17


Mais uma coisa: quando for apresentar um deficiente visual
aos seus amigos, avise a quem ele for apresentado sobre a
deficiência. Esse procedimento facilita a interação entre as duas
pessoas, pois não dá oportunidade para possíveis situações
embaraçosas. Certa vez, fui apresentar um amigo com deficiência
visual a um grupo de conhecidos que aguardavam na entrada
do cinema. Fiz o cordial “fulano, este é ciclano”, “beltrano, este é
João”. Como as pessoas não notaram a deficiência desse meu
amigo, saíram de perto e deixaram-no ali, de mão estendida ao
vento. Não há mal nenhum em dizer: “fulano, este é beltrano, meu
amigo deficiente visual”. Não é um rótulo, é uma informação. E
estamos aprendendo aqui que determinadas informações são
valiosíssimas, pois desmistificam muita coisa, não é?

Dica 2: os ambientes

Ao receber uma pessoa cega no seu local de trabalho ou na sua


casa, faça uma primeira visita monitorada, dizendo onde ficam os
cômodos desses locais. Ao explicar as direções, seja o mais claro
possível e, de preferência, indique as distâncias em metros. Você
pode usar também expressões como direita, esquerda, frente
e atrás, mas nunca aqui e ali, que não dizem nada para quem
não enxerga. Ah! Também nunca deixe portas entreabertas em
ambientes onde esteja ou possa estar uma pessoa cega; elas
devem estar ou totalmente abertas ou totalmente fechadas.

Conserve os corredores e os lugares de passagem livres de


obstáculos e sempre avise se a mobília for mudada de lugar.
Quando você explica a localização de cada área, você dá
autonomia para que a pessoa cega possa ir a qualquer uma
delas quando quiser. Por exemplo, se essa pessoa quiser ir ao
banheiro, não vai precisar ficar perguntando ou dependendo do
favor de quem quer que seja.

Agora, se você for levar uma pessoa cega a um ambiente novo,


diga-lhe, muito discretamente, onde estão os objetos, mobílias
e cômodos. Avise também quem são as pessoas que estão
nesse lugar.

18 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Bom senso: em um corredor estreito, onde só pode passar uma
pessoa, vá à frente e coloque seu braço para trás de modo que a
pessoa cega possa continuar a seguir você.

Lembra da dica de que a cadeira de rodas é como uma extensão


da pessoa com deficiência física? Então, a bengala é como uma
extensão da pessoa com deficiência visual. Portanto, não a puxe
pela bengala e nem tente guiá-la por esse equipamento. Mais uma
coisinha: se você perceber que a pessoa cega está com a blusa
do avesso, as meias trocadas ou com os botões fora de ordem,
não tenha receio de avisá-la. Contudo, faça-o com cuidado e
discretamente. Ninguém quer que o mundo saiba que deu uma
bola fora dessas, né?

Dica 3: a rua

Caso a pessoa cega precise se locomover como atravessar uma


rua, por exemplo, e tenha aceitado a sua ajuda, coloque a mão
dela no seu cotovelo dobrado ou no seu ombro, e deixe que ela
acompanhe o seu corpo enquanto vai andando. Avise, sempre
com antecedência, se existem degraus, pisos escorregadios,
buracos ou qualquer outro obstáculo que possa impedir a livre
circulação de vocês durante o trajeto. Detalhe: não

ande como uma tartaruga, mas não pense em correr como uma
lebre. Lembre-se sempre de usar o bom senso. Em um corredor
estreito, onde só pode passar uma pessoa, vá à frente e coloque
seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa continuar
a seguir você.

Lembra da dica que fala que a cadeira de rodas é como uma


extensão da pessoa com deficiência física? Então, a bengala é
como uma extensão da pessoa com deficiência visual. Portanto,
não a puxe pela bengala e nem tente guiá-la por esse equipamento.

Mais uma coisinha: se você perceber que a pessoa cega está com
a blusa do avesso, as meias trocadas ou com os botões fora de
ordem, não tenha receio de avisá-la. Mas, faça-o com cuidado e
discretamente. Ninguém quer que o mundo saiba que deu uma
bola fora dessas, né?

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 19


Dica 4: para sentar

Caso a pessoa cega precise se locomover, atravessando uma


rua, por exemplo, e tenha aceitado a sua ajuda, coloque a mão
dela no seu cotovelo dobrado ou no seu ombro e deixe que ela
acompanhe o seu corpo enquanto vai andando. Avise, sempre
com antecedência, se existem degraus, pisos escorregadios,
buracos ou qualquer outro obstáculo que possa impedir a livre
circulação de vocês durante o trajeto. Detalhe: não ande como
uma tartaruga, mas também não pense em correr como uma
lebre. Lembre-se sempre de usar o bom senso.


Ao conduzir uma pessoa cega para se sentar, direcione suas


mãos por trás do encosto do assento, seja este uma cadeira, um
banco ou uma poltrona. Não esqueça de avisá-la se o assento tem
ou não braços, assim, ela pode se orientar em relação ao espaço e
às pessoas presentes. Já no automóvel, coloque a mão da pessoa
cega na lateral da porta e, em seguida, no encosto do assento.
Com essas orientações, ela pode entrar sozinha no veículo.

Agora, esta dica é a mais importante: se você estiver com uma


pessoa cega no interior de um carro, certifique-se de que seus
dedos estejam bem seguros. Para um cego, qualquer desfalque nas
mãos é péssimo, pois o mundo lhe é sentido por meio do tato. Ajude
a cuidar bem dessa preciosa riqueza da pessoa cega: os dedos.

Dica 5: o cão-guia

Você já deve ter ouvido falar desse cão que acompanha o


deficiente visual, servindo-lhe de olhos. Como o próprio nome
sugere, o cão-guia é responsável pela autonomia do cego. Bem
treinado, ele enfrenta, com domínio e tranquilidade, o desafio
de facilitar o acesso e conduzir com segurança as pessoas com
deficiência visual.

Nunca acaricie ou dê alimentos a esse animal. Os cães-guia têm


um trabalho de muita responsabilidade e, de acordo com seu
treinamento, qualquer recompensa – seja comida ou carinho – é
uma forma de avisá-lo que está em seu momento de folga. Essas
interferências desmobilizam a guarda e a atenção do cão e podem
colocar em perigo a vida do deficiente visual. Muito cuidado!

20 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais



Dica 6: uma reunião

Agora vamos nos concentrar para imaginar a seguinte cena. Você


vai participar de uma reunião com outras oito pessoas que ainda
não conhece e, como é de praxe, antes de se sentarem em volta
da indefectível mesa redonda, você se apresenta e troca cartões
com todas elas. O tema é logística e quem abafa nesse assunto é o
seu chefe Jair, que é deficiente visual. Ele está um pouco atrasado
e pediu para você adiantar o encontro para não perderem tempo.
A reunião já está avançada quando o Jair entra e senta-se. Passa-
se, então, toda a reunião e Jair permanece calado.

Você estranha muito e, quando chega ao final, depois das


despedidas, pergunta para ele por que não se pronunciou, já
que sabe tudo sobre o tema. Enfim, ele responde: “Ana, eu não
sabia quais eram as pessoas que estavam na sala. Como iria me
posicionar sem saber com quem estou conversando?”. Ops, você
pensa: “que gafe!”. Por isso, sempre que estiver em um local de
reunião com uma pessoa com deficiência visual, diga o nome das
pessoas que estão ali para que ela possa saber e se direcionar ao
seu interlocutor. É isso.

Por fim...

Quando você for ajudar uma pessoa cega a fazer uso do banheiro, procure ser natural,
afinal, fazer xixi não é coisa do outro mundo. Num local público, por exemplo, procure
descrever a posição dos equipamentos presentes no ambiente, isso facilita a autonomia
dessas pessoas. Mas tome alguns cuidados: veja antes se o local a ser utilizado está
limpo e diga onde estão o rolo de papel higiênico e o cesto; se possível, ou em caso
de necessidade, espere pela pessoa, leve-a até a pia para lavar as mãos e informe a
localização de toalhas e/ou secador de mãos; se a pessoa com deficiência for do sexo
oposto ao seu, procure alguém do mesmo sexo para ajudá-la. Aja com naturalidade,
assim, a pessoa que for ajudar também agirá.

Todas as deficiências têm características próprias e acessibilidades necessárias. É


importante conhecer todas elas para que confusões não sejam feitas. Por exemplo,
algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam
com pessoas cegas. A menos que a pessoa também tenha deficiência auditiva, não faz
nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 21


VISÃO SUBNORMAL

A visão subnormal não deve ser confundida com a cegueira, pois quem tem essa
deficiência possui uma visão que pode, eventualmente, ser melhorada por meio de
técnicas e auxílios especiais, como o uso de óculos, lentes de contato ou eventuais
tratamentos e cirurgias oftalmológicas. A diminuição da capacidade visual pode vir
acompanhada também de alteração do campo visual. A pessoa com visão subnormal
pode enxergar como se olhasse por um tubo ou pode apresentar uma grande mancha
escura na parte central da visão ao tentar fixar um objeto.

Pedagogicamente, diz-se que uma pessoa tem visão subnormal quando ela lê tipos
impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos. Muitas delas têm
enorme dificuldade para ler e reconhecer pessoas e objetos.

Embora o uso da bengala seja essencial para a segurança de pessoas com visão
subnormal, principalmente para transitar em lugares mal iluminados, para sua
locomoção à noite ou para atravessar ruas, infelizmente, poucas pessoas com essa
deficiência utilizam esse recurso. Observa-se uma grande resistência ao uso da bengala
– tanto por parte das pessoas com visão subnormal, quanto de seus familiares – por
causa do preconceito que ainda existe em relação à cegueira e ao cego.

CAUSAS

No adulto, as causas mais comuns da visão subnormal são: a coriorretinite macular, a


degeneração macular senil, a retinose pigmentar, a toxoplasmose, as atrofias do nervo
óptico, a alta miopia, a retinopatia diabética e o glaucoma. Nas crianças, a desnutrição,
a coriorretinite macular, a catarata congênita, o glaucoma congênito e a atrofia óptica
são causas comuns que também podem levar à cegueira.

Deficiência Auditiva
A deficiência auditiva é a redução ou ausência da capacidade de ouvir determinados
sons, em diferentes graus de intensidade, devido a fatores que afetam a orelha externa,
média ou interna. As características da surdez dependem do tipo e da gravidade do
problema que a causou e se é pré-linguística, adquirida antes da fala, ou pós-linguística.
A surdez de grau leve pode ser observada quando as pessoas não se dão conta de que
ouvem menos e tendem a aumentar progressivamente a intensidade da voz, porém,
ouvem qualquer som desde que em volume mais alto (na maioria dos casos, não há
necessidade de aparelhos de amplificação sonora individual – AASI).

22 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Quando a surdez passa a ser moderada, a pessoa, normalmente, fala muito “hein?!”,
tem dificuldade de ouvir ao telefone, realiza trocas nos sons da fala e precisa de apoio
visual para adequá-los. Já a surdez severa faz com que as pessoas não escutem sons
importantes do dia-a-dia, como a voz das pessoas, a campainha ou a TV, por exemplo,
e escutem apenas sons fortes. Por fim, a surdez profunda impede que a pessoa escute
a maioria dos sons, percebendo apenas os sons graves que transmitem vibração, como
um avião ou um trovão.

A surdez pode ser congênita (decorrente de problemas nos períodos pré-natal) ou


adquirida (relacionada a problemas ocorridos no perinatal e no pós-natal. As principais
causas da surdez congênita são a hereditariedade, viroses maternas (rubéola,
toxoplasmose, citomegalovírus, entre outras) e o uso de drogas consideradas ototóxicas
durante a gravidez. No período perinatal, os partos traumáticos (demorados demais), a
prematuridade (peso abaixo de 1500gr) e a icterícia intensa do recém-nascido podem
provocar perda auditiva. No período pós-natal, infecções como meningite e caxumba,
fatores ambientais, como exposição a ruído excessivo e uso de drogas ototóxicas
podem tornar surdas pessoas com audição normal.

Dica muito importante: a PREVENÇÃO é uma forte aliada contra a deficiência auditiva
e a surdez. Cuide sempre da vacinação contra a rubéola, a caxumba, a meningite e o
sarampo (importantes tanto para a mãe, quanto para o filho), não ingira remédios sem
acompanhamento médico e, quando tiver filhos, faça o Teste da Orelhinha. Procure,
também, não frequentar ambientes com barulho ou ruídos muito altos. Ao perceber
qualquer alteração na audição, procure um médico.

O SURDO

Esse é um bom começo para o relacionamento com uma pessoa surda. Chame-o de
surdo. Risque da agenda os termos surdo-mudo, surdinho ou mudinho. Mudo é quem
não consegue falar. O surdo pode falar, mas isso depende do quanto ele percebe
auditivamente a fala e do quanto ele sabe sobre a Língua Portuguesa. Além disso, ele
se comunica, sim, mas usa uma língua diferente da que nós, ouvintes, usamos. Ele usa
a Língua de Sinais, que é uma língua de modalidade visual-espacial, oficializada como
língua pela Lei 10.436, de 2002. Não subestime as diferentes formas de comunicação
que as pessoas podem desenvolver.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 23


A surdez/deficiência auditiva é a que mais particularidades apresenta e a de mais
difícil interação na sociedade. A comunidade surda costuma se isolar por se sentir
incompreendida, a começar pela sua língua diferenciada, que poucas pessoas conhecem.
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é produzida por meio de diferentes colocações das
mãos, posicionadas em diferentes partes do corpo (do alto da cabeça, à linha da cintura e
um pouco além dos ombros), permitindo a realização de vários movimentos. A orientação
das palmas das mãos, assim como a expressão facial e o movimento corporal (conhecidos
como traços não-manuais) também são fundamentais na produção dos sinais.

Os surdos mais oralizados, muitas vezes, preferem se comunicar por meio da fala e da
leitura orofacial (dos movimentos dos lábios e dos músculos da face).

Para um surdo, é uma questão absolutamente coerente pensar que o sol faz barulho
quando toca o chão, assim como a chuva quando cai. Nunca nos pegamos pensando
sobre isso porque simplesmente sabemos que a chuva faz barulho e o sol não. Mas,
para o surdo, todos os barulhos têm de ser explicados e relacionados. Aliás, sabe como
um surdo bate palmas? Fazendo sucessivas meias-voltas com as mãos...

A CONVIVÊNCIA

O segredo, como você bem reparou, é sempre o mesmo: respeito. Se for conversar com
uma pessoa surda, dirija-se a ela. Os surdos que aprenderam a fazer leitura labial vão
comunicar-se com você. Caso a pessoa surda com quem você quer se comunicar não
conheça esse recurso, com certeza, vai pedir ajuda. Mas dirija-se a ela. Ah! Antes desse
contato, você precisa chegar até a pessoa surda. Quando se aproximar, toque no seu
braço (leia abaixo sobre o toque) ou acene para chamar sua atenção.

Mais uma coisinha. Quando for conversar com o surdo, fique de frente para ele, o que
facilita a leitura labial. Fale em uma altura normal – nem é preciso dizer que não adianta
gritar – e pausadamente, palavra por palavra. Procure não desviar o olhar. Se você o
fizer, o surdo pode achar que a conversa terminou.

A expressão facial é fundamental para a comunicação com a pessoa surda. Portanto,


seja expressivo ao falar, mas não exagere. Mudanças sutis na entonação da voz para
indicar sentimentos não são comunicações válidas, por isso, expresse corporalmente
e facialmente o que quer dizer. Procure não obstruir a visualização do seu rosto. Uma
curiosidade: pessoas que usam bigode comprido não são interlocutores possíveis para
os surdos. Imagine estes tentando fazer leitura labial do Sr. Bigode!

24 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


O TOQUE

Importantíssimo este item. Não se assuste, os surdos tocam você. Com suavidade
e respeito, o surdo usa o toque da mão para chamar sua atenção, para iniciar uma
conversa ou para pedir licença. E o inverso é extremamente verdadeiro. Outro dia
assisti a uma palestra onde o palestrante era surdo e estava explicando exatamente
essas particularidades. Muitas pessoas não gostam de ser tocadas, pois acham essa
aproximação uma intimidade não permitida a quem não se conhece. Agora, imagine
a situação: um surdo no metrô, às seis horas da tarde, tentando descer numa estação
antes de todos que estão naquela situação de “sardinha enlatada”. Ele não consegue
pedir a cordial “licença, licencinha”. O que ele faz? Ele toca as pessoas e sorri. Você,
completamente leigo, imagina: “que pessoa inconveniente, me tocando assim...”. Preste
atenção antes de vociferar indecências no meio da multidão. Verifique se a pessoa em
questão é surda e se está, simplesmente, pedindo passagem. Como descobrir? Pela
sua expressão facial.

Outra particularidade: na festa de aniversário deste ano, você, que já fez um monte
de amigos surdos, convidou todos para repartirem seu bolo de chocolate. Lá pelas
tantas, percebe que eles não descolaram da mesa um segundo sequer. Você pensa:
“Que fominhas! Já estão querendo comer!”. Pode até ser, porque ninguém resiste a
chocolate. Mas repare: eles precisam de um local para aparar os copos, pois utilizam as
mãos para se comunicar.

Da próxima vez, já sabe: reserve uma mesa para que eles não tenham de dividir espaço
com o bolo, os salgados e afins. Ninguém gosta muito de ser tachado de fominha...

A COMUNICAÇÃO

A Libras é um sistema linguístico legítimo e natural, utilizado pela comunidade surda


no Brasil, de modalidade visual-espacial e com estrutura gramatical independente da
Língua Portuguesa. A Libras é muito difundida, principalmente o alfabeto gesticulado
pelas mãos, chamado Alfabeto Manual ou Datilológico. Para estabelecer a comunicação
informal com os surdos, procure usar a Libras, se souber. Caso contrário, perceba se
o surdo que está à sua frente faz a leitura labial. Se ele fizer, a comunicação pode se
estabelecer pela fala. Outra opção é, se ele souber ler e escrever, usar a escrita. O
importante é se comunicar com os surdos. Já em situações formais, como entrevista,
locais públicos, entre outros, garanta a presença de alguém que saiba Língua de Sinais
para evitar mal-entendidos.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 25


Em eventos, sempre procure contratar um intérprete de Libras. O direito dos surdos a
intérpretes está previsto no Decreto no 5.296, de 2004, no artigo 26, o qual estabelece
que “as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração
pública federal, direta e indireta, devem garantir às pessoas surdas o tratamento
diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de
Libras – Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para
essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação”.

É interessante saber que a Língua Brasileira de Sinais, como o próprio nome já diz, é
um sistema linguístico brasileiro. Outros países têm outras línguas de sinais. Assim, a
língua de sinais não é universal, embora, por ser visual-espacial, não seja muito difícil de
ser compreendida pelos surdos de outros países.

Nem sempre as pessoas surdas que conseguem falar têm boa dicção. Portanto, não se
sinta incomodado se precisar pedir que ela repita as frases caso não tenha entendido
alguma coisa. A maioria dos surdos não se incomoda de repetir até que se entenda o
que querem falar.

A língua de sinais é uma língua como a portuguesa, a inglesa ou a italiana, ou seja, tem
gente que aprendeu o português e o inglês, só o português ou só a Libras. Uma grande
parte dos surdos não conhece a Língua Portuguesa e se comunica apenas pela Libras,
daí a importância de colocar – como há no horário eleitoral gratuito – intérpretes de
Libras para fazerem a tradução de um programa ou evento. É a mesma coisa de você
estar em um encontro com muitas pessoas que falam alemão e você não saber patavinas
dessa língua. Se não houver um intérprete para o português, como você faz? Não faz!

Deficiência Intelectual
A deficiência intelectual ou deficiência mental, de acordo com a Associação Americana
de Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento (American Association on Intellectual
and Development Disabilities ou AAIDD), consiste no:

(...) funcionamento mental significativamente abaixo da média, oriundo


do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas
a duas ou mais áreas da conduta adaptativa, ou da sociedade, nos
seguintes aspectos: comunicação, cuidados especiais, habilidades sociais,
desempenho na família e comodidade, independência na locomoção,
saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.

26 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Quando falamos de deficiência intelectual, é comum as pessoas fazerem uma relação
imediata com a doença mental. Não se engane, pois não são equivalentes. A doença
mental configura-se pela alteração da percepção individual e da realidade, o que,
nem sempre, acontece com pessoas com déficit intelectual, as quais não apresentam
sintomas patológicos verificados nas doenças mentais como neuroses graves,
psicoses agudas ou casos de demência. Portanto, a primeira regra de relacionamento
com pessoas com deficiência intelectual é: não as tratar como doentes. Isso pode
prejudicar os processos de mediação, trazendo sérias consequências ao seu
desenvolvimento. Não podemos esquecer que elas são saudáveis.

Resumindo: não confunda deficiência intelectual com doença mental. Mas vale
lembrar algumas boas dicas, como as de que se a pessoa com deficiência intelectual
for uma criança, é importante trata-la como uma criança. Se for um adulto, tratá-la
como um adulto. Se for adolescente, também tratá-la como tal. Assim, devemos agir
naturalmente, percebendo e respeitando as diferenças.

As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender e compreender
solicitações. Tenha paciência e explique quantas vezes forem necessárias para que
elas possam entender o que está sendo pedido. Não desanime caso haja retornos
negativos, o importante é favorecer essa integração, sempre estimulando para que
elas possam cooperar e se relacionar. Ah! Posturas positivas, nada de desestímulos.

Uma orientação fundamental: não seja superprotetor. Permita que a pessoa com
deficiência intelectual – que mantém íntegras a percepção dela mesma e da realidade
– faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Auxilie apenas no que for estritamente
necessário. É preciso observar e aprender o ritmo das pessoas, afinal, cada um
tem o seu. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para executar
determinadas tarefas. Deste modo, repita a orientação de forma clara e simples até
que seja compreendida.

Quando for conversar, fale de maneira adequada (nem tão rápido quanto uma locução de
futebol, nem tão lento que pareça uma vitrola em baixa rotação) e não use diminutivos.
Expressões como “que coisinha da mamãezinha mais lindinha” só podem servir se a
pessoa em questão tiver menos de um ano. Mais do que isso, já não cola...

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 27


UM PEDIDO...

Se for pedir alguma coisa para uma pessoa com deficiência intelectual e notar que ela não
consegue fazer, mostre um modelo e certifique-se de que ela compreendeu. Respeite
seu ritmo. Pode demorar, mas você terá uma surpresa com o resultado. Importante
também é explicar quais são as posturas que precisam ser adotadas no comportamento,
por exemplo. Condutas inadequadas devem ser trabalhadas e reorientadas de forma
firme e clara. Contudo, não se assuste se ouvir um xingamento: pessoas com deficiência
intelectual também sentem raiva, tristeza, desejos e descontentamento com ordens
severas, como qualquer pessoa.

MEU NOME É JOÃO!

Nunca chame uma pessoa com deficiência pelo seu quadro clínico. “Olá, fulano, esse
aqui é aquele meu primo que tem deficiência intelectual”. Pior ainda se sair algo como
“ele é doente mental”. Sei que a gente não usa isso, mas sempre vale a pena reforçar.
Afinal, já percebemos que certos termos são PEJORATIVOS e não devem ser usados.
NUNCA. NUNCA. NUNCA.

Como fazer?: “Olá, Maria, esse é o meu primo João”. “João, essa é a Maria, uma grande
amiga minha que quero que você conheça”. Viu? É simples.

JOÃO NO TRABALHO

Ao contrário do que muita gente pensa, pessoas com deficiência intelectual podem
e devem trabalhar. Estabelecer esse contato de trabalho e tornar as pessoas
economicamente ativas faz parte da arte de inseri-las na sociedade. A sugestão aqui é
estabelecer uma ROTINA de trabalho para elas. Coisas simples, mas bem explicadas,
funcionam como um toque de mágica para que o dia transcorra produtivamente.

CALMA!

Se você encontrar na rua uma pessoa com deficiência intelectual que esteja perdida,
em primeiríssimo lugar, tente acalmá-la. Assim como nós, elas costumam ficar
muito nervosas quando estão em situações inusitadas. Depois de acalmá-la, faça
perguntas simples sobre como ajudar. Pergunte também se ela possui algum cartão
de identificação. É comum que as pessoas com deficiência intelectual andem com esse
tipo de cartão com dados como endereço e telefone de contato.

28 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


MITOS

Pessoas com deficiência intelectual...

• ...são doentes.
Já descobrimos que elas não têm uma doença e sim uma deficiência.

• ...morrem cedo devido a graves e incontornáveis problemas de saúde.


Pessoas com deficiência podem morrer em decorrência de algumas
complicações que estejam ligadas à deficiência, mas isso não é comum.

• ...precisam usar remédios controlados.


Pessoas com deficiência intelectual podem até usar remédios para
controlar alguma disfunção, mas, normalmente, usam-nos para fins
comuns, como uma gripe, dor de cabeça...

• ...são agressivas e perigosas, dóceis ou cordiais.


As pessoas com deficiência intelectual, assim como as demais
pessoas, refletem o ambiente em que vivem, afinal, a personalidade é
socialmente construída.

• ...são generalizadamente incompetentes.


Pessoas com deficiência intelectual podem – e devem – trabalhar.

• ...são culpadas pela sua condição ou existe alguém culpado por isso.
Não há culpados. Por isso, devemos tratar as pessoas com deficiência
intelectual com dignidade e respeito, como tratamos todas as pessoas.

• ...não conseguem receber ajuda do meio ambiente.


Costumamos dizer exatamente o contrário: o meio é que é deficiente,
não as pessoas.

• ...só estão bem com outros iguais a eles.


O relacionamento com pessoas sem deficiência pode ajudar no
desenvolvimento delas. Portanto, essa interação é essencial.

• só aprendem até um determinado limite.


Não é verdade. Dadas as condições de aprendizado, eles aprendem
qualquer coisa, inclusive a abstrair, que é uma capacidade mental
complexa.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 29


Deficiência Múltipla
É a associação de duas ou mais deficiências, podendo ser:

• Deficiência intelectual associada à deficiência física;

• Deficiência auditiva associada à deficiência intelectual e à deficiência física;

• Deficiência visual associada à paralisia cerebral.

Segundo a definição da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC):

Deficiência múltipla é a expressão adotada para designar pessoas que têm mais de
uma deficiência. É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de
pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos
intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social.

Para lidar com uma pessoa que tenha deficiência múltipla, observe-a ou pergunte a
quem a acompanha. O relacionamento se estabelece de acordo com as orientações já
elencadas nesse manual nos itens anteriores.

SURDOCEGUEIRA

É uma deficiência única, que apresenta a perda da audição e da visão concomitantemente,


em diferentes graus, o que leva a pessoa surdocega a desenvolver diferentes formas
de comunicação para entender e interagir com as pessoas e com o meio ambiente. Há
tempos, essa deficiência era considerada como deficiência múltipla sensorial, mas suas
particularidades comunicacionais estabeleceram a necessidade de uma designação e
uma especificação de deficiência próprias. A surdocegueira é a deficiência sensorial
em sua plenitude, pois o contato com o mundo exterior pode ser totalmente cerceado.

Pessoas que têm surdocegueira podem apresentar diferentes níveis da deficiência. Há


surdocego que enxergue pouco e não ouça nada, bem como quem ouça um pouco e não
enxergue nada. Há também quem não pode ouvir e nem ver completamente nada. De
acordo com o senso realizado pelo MEC (Ministério da Educação), no Brasil, existem 1.250
pessoas com surdocegueira. Porém, especialistas da área acreditam ter muito mais.

30 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


COMO SE RELACIONAR COM UM SURDOCEGO?

Pergunte como deve se comunicar com o surdocego ao seu guia-intérprete ou ao


acompanhante. As formas são variadas e extremamente particulares.

Os surdocegos andam, normalmente, com um guia-intérprete ao seu lado para


conseguir estabelecer a comunicação com outras pessoas. Quando chegar perto de
um surdocego, toque-o levemente na mão para sinalizar que está ao seu lado. O guia-
intérprete é quem vai guiar essa interação. Alguns surdocegos se comunicam colocando
a mão em sua boca para sentir a vibração do som que você está emitindo.

A COMUNICAÇÃO COM PESSOAS SURDOCEGAS

Os sistemas de comunicação usados pelas pessoas surdocegas são divididos em


Alfabéticos e Não Alfabéticos. Vamos conhecê-los.

• SISTEMAS ALFABÉTICOS

ALFABETO DACTILOLÓGICO: as letras do alfabeto se formam mediante


diferentes posições dos dedos da mão;

ALFABETO DE ESCRITA MANUAL: quando o dedo indicador da pessoa


surdocega funciona como um lápis para que ela escreva o que quer sobre a mão
do interlocutor;

TABLITAS ALFABÉTICAS: são tábuas com letras escritas em forma maiúscula


ou impressas em Braille. Para a comunicação, o interlocutor vai assinalando cada
letra para formar uma palavra com o dedo da pessoa surdocega e ela responde
fazendo o mesmo procedimento;

MEIOS TÉCNICOS COM SAÍDA BRAILLE: são máquinas utilizadas pelo


surdocego que conhece o Braille.

• SISTEMAS NÃO ALFABÉTICOS

LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais utilizada pelas pessoas surdas;

TADOMA: consiste na percepção vibratória, por meio da mão da pessoa


surdocega que repousa sobre a boca de quem fala, para que aquela sinta a
vibração das palavras.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 31


COMO ESTABELECER A COMUNICAÇÃO?

Use um dos sistemas descritos acima que melhor se encaixe com a situação em que
você está e com os recursos disponíveis. O importante é estabelecer a comunicação
com a pessoa surdocega. Por exemplo, se você observou que o surdocego tem resíduo
visual, você pode se comunicar com ele por meio da Libras ou pela escrita. Se for
escrever, lembre-se de fazê-lo em letra de fôrma grande e com caneta preta ou azul.
Use sempre papel branco ou amarelo, pois dão maior contraste. Agora, neste caso, não
se esqueça de ficar bem próximo do campo de visão do outro.

O EXEMPLO DE HELEN KELLER

Helen Adams Keller nasceu na Tuscumbia (EUA), em 27 de junho de


1880. Ainda menina, Helen teve uma doença, diagnosticada na época
como febre cerebral (hoje, acredita-se que tenha sido escarlatina), e
ficou surda e cega. Mas essas deficiências não foram obstáculo para
que Helen Keller se tornasse uma das mais notáveis personalidades
de seu século.

Antes de se tornar escritora e conferencista, Helen graduou-se,


com louvor, como bacharel de filosofia pela Universidade Radcliffe,
no Alabama, EUA. Ao longo da vida, recebeu títulos e diplomas
honorários de diversas instituições, como a Universidade de
Harvard, ainda nos EUA, e universidades de outros países como a
Escócia, Alemanha, Índia e África do Sul. Keller também recebeu
diversas condecorações como a Ordem do Cruzeiro do Sul, no
Brasil, a do Tesouro Sagrado, no Japão, dentre outras. Ainda foi
membro honorário de várias sociedades científicas e organizações
filantrópicas nos cinco continentes.

Em 1902, estreou na literatura, publicando sua autobiografia


A História da Minha Vida. A partir de então, não parou de escrever.

32 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Outras Condições
AUTISMO

A palavra autismo tem sua raiz no grego autos, que significa de si mesmo. Segundo a ASA
(Autism Society of America), o autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que
aparece nos três primeiros anos da criança e se manifesta de maneira grave por toda a
vida. Acomete cerca de 1 entre cada 150 nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo
masculino do que no feminino. O termo nasceu no início do século XX, quando foram
realizadas descobertas sobre o processo do pensamento de pacientes considerados
psicóticos – que faziam referência simultânea ao mundo e a si mesmos.

Mas foi em 1943 que o americano Leo Kanner deu um passo fundamental para a
identificação do autismo. Ele fez um estudo com 11 crianças gravemente lesadas,
que apresentavam determinadas características em comum, e elaborou a publicação
Autistic Disturbances of Affective Contact (Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo).
Durante sua investigação, Kanner identificou que as crianças apresentavam inabilidades
no relacionamento com outras pessoas e na adequação aos ambientes desde o início da
vida (com extremo isolamento), falha no uso da linguagem e desejo obsessivo ansioso
para manutenção da mesmice.

Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger publicou um artigo ampliando os estudos


de Kanner com crianças. Nesta nova avaliação, as crianças selecionadas, apesar de
terem as mesmas características do estudo anterior, apresentavam habilidades como:
fala altamente gramatical em idade precoce, capacidades especiais e bom prognóstico.

Assim, o transtorno de Asperger, como ficou conhecido, diferencia-se do autismo pelo


fato de as pessoas que o apresentam não desenvolverem atrasos ou deficiência de
linguagem.

Existe uma tríade de limitações associadas ao autismo:

a) dificuldade em comunicação, que eventualmente gera autoagressões


e homoagressões, como forma primitiva de comunicação;

b) dificuldade na interação social e na imaginação,

c) déficit na Teoria da Mente e Coerência Central.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 33


Para ilustrar como funciona essa tríade, vamos pensar a seguinte situação: imagine
que um de nós, brasileiro em viagem à China, fosse roubado no centro de Changai,
largado sem roupa, sem documentos, sem falar chinês, assim como sem saber como
pedir ajuda e se explicar. Essa é uma situação análoga à da pessoa com autismo.

Com a evolução das pesquisas científicas, identificou-se que o Autismo não é um


distúrbio afetivo, como indicou Kanner, e sim um Distúrbio do Desenvolvimento.

Segundo o Código Internacional de Doenças (CID-10), os Transtornos Globais


do Desenvolvimento são um grupo de transtornos caracterizados por alterações
qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um
repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Segundo o
CID-10, o Autismo pode ser dividido em:

Autismo infantil – Caracterizado pelo desenvolvimento anormal ou alterado,


desenvolvido antes dos três anos de idade, que apresenta perturbação
característica para interações sociais, comunicação e comportamento.

Autismo atípico – Quando os sintomas não conferem com os do autismo


infantil. O autismo atípico ocorre, normalmente, em crianças com retardo mental
profundo ou com transtorno no desenvolvimento de linguagem.

Síndrome de Rett – Acontece só em meninas. Inicialmente, o desenvolvimento é


normal, seguido da perda de linguagem, da marcha e do uso das mãos, associado
a um retardo do desenvolvimento craniano.

Síndrome de Asperger – Apresenta transtornos semelhantes ao autismo.


Diferencia-se, essencialmente, por não apresentar retardo, deficiência da
linguagem ou do desenvolvimento cognitivo.

O autista tem expectativa de vida completamente normal. O autismo não tem cura,
porém, é importante que a família busque um diagnóstico precoce, pois este ajuda
muito no desenvolvimento do indivíduo. Os tratamentos podem ser feitos por equipes
multi e interdisciplinares – como médicos, terapeutas, neurologistas etc. A participação
da família é fundamental para a evolução do autista, que pode ter alguns sintomas
amenizados ou extintos. Claro que isso vai depender do atendimento adequado e
qualificado dos profissionais. Mas uma coisa precisa ficar clara: não existe medicação
ou tratamentos específicos para o autismo. O quadro do autismo não é estático, alguns
sintomas podem se modificar ou até desaparecer. Por isso, aconselham-se avaliações
periódicas.

34 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


EPILEPSIA

As epilepsias são condições físicas singulares, que ocorrem quando, inesperadamente,


surgem mudanças breves e repentinas no funcionamento bioelétrico do corpo.
Importante ressaltar que não representam em si uma deficiência, mas podem ser
ocasionadas por ela. Para explicar como ocorre uma crise, vamos comparar o ataque
epilético a um curto-circuito momentâneo que afeta nossas células nervosas como
parte de uma disfunção do Sistema Nervoso Central. Esse “curto-circuito” pode
ocasionar perda de consciência momentânea, acompanhada de outros distúrbios como
abalos musculares, movimentos bruscos, perda do equilíbrio corporal, entre outros. A
epilepsia pode atingir qualquer pessoa, por isso, é importante estar atento ao que se
pode fazer quando isso ocorrer.

Não a segure, tentando controlar seus tremores, e nem jogue água ou tente dar alguma
coisa para ela comer ou beber. Aguarde pacientemente até a crise terminar. É comum
que, após a crise epilética, a pessoa tenha sono e durma. Não a acorde, espere até que
ela desperte naturalmente e pergunte se pode ajudá-la de mais alguma maneira.

Tecnologias Assistivas
Além de entender um pouquinho sobre algumas deficiências, também é necessário
saber do que as pessoas precisam para poder usufruir plenamente dos serviços que as
cidades oferecem. Certamente, a primeira barreira, mais ampla e complexa, é a atitude.
Diante de uma pessoa com deficiência, é preciso agir com bom senso e aprender
sobre algumas dicas para conviver. É normal ter medo daquilo que não conhecemos,
mas, agora, você já aprendeu muita coisa e saberá como lidar com as mais diversas
situações, caso elas surjam durante o Acolhimento.

Mas, além de atitudes generosas e orientadas pelo bom senso, faltam acessos e
acessibilidades, o que nos leva a pensar que a deficiência pode ser ampliada pelo meio
e não necessariamente pelos limites das pessoas. Ué, como assim? Pense bem, você
vai a um restaurante e quase nunca identifica que lá também existem pessoas com
deficiência física. Então, devemos nos perguntar:

– esse restaurante tem degraus na entrada?

– os espaços entre as mesas são apertados de modo que cadeirantes não


conseguiriam circular?

– o restaurante tem banheiro adaptado para pessoas com deficiência física, com
barras de transferência, espaço para circulação e pia acessível?

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 35


Pessoas com deficiência física não são bem-vindas a lugares onde haja degraus, falta de
espaço e banheiro não adaptado a suas necessidades. E então, de quem é a deficiência?

Além da necessidade de assegurar acessos físicos, há outras formas de acessibilidade


chamadas de tecnologias assistivas, desenvolvidas sob a forma de produtos,
instrumentos, estratégias, serviços ou práticas para garantir a integração da pessoa com
deficiência na sociedade.

O sistema Braille e os softwares que fazem a leitura de tela dos computadores para
deficientes visuais; os aparelhos de audição para os deficientes auditivos; as próteses
e órteses para os deficientes físicos; os telefones para surdos (TS); os Sistemas de
Comunicação Alternativos (SAS) – principalmente, os usados por aqueles que têm
paralisia cerebral; entre muitos outros, são alguns exemplos de tecnologias assistivas.

Aqui é importante considerar que as tecnologias não são apenas objetos e dispositivos,
mas também aquilo que se refere ao acesso e à mobilidade. Quando falamos de
transporte e acessibilidade, não nos referimos apenas a uma rampa ou a um sistema de
rebaixamento de degraus, mas, também, ao controle de tráfego, circulação nas calçadas,
formação de profissionais etc.

• Sistema Braille é um sistema de leitura para cegos que utiliza o tato e o qual foi
inventado pelo francês Louis Braille (1809 /1852). Braille, que ficou totalmente cego
aos três anos de idade, inventou um sistema de pontos em relevo, inspirado por uma
visita do capitão aposentado Charles Barbier, que trouxera para ele um novo conjunto
de escrita para a noite que era usado pelos militares para trocar ordens e informações
de maneira silenciosa. Este sistema, conhecido como Serre, é baseado em 12 pontos,
ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas seis
pontos. Louis Braille melhorou seu sistema, incluindo a notação numérica e musical.
Em 1829, publicou o seu método. O sistema Braille é um alfabeto convencional cujos
caracteres são indicados por pontos em relevo. A partir dos seis pontos salientes, é
possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas,
pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais. Dois anos depois da
morte de seu inventor, o método Braille foi oficialmente adotado e reconhecido na
França. Curiosidade: Um cego experiente pode ler duzentas palavras por minuto.

• No Brasil, já foram desenvolvidos alguns softwares para pessoas com deficiência


visual os quais utilizam a voz para que estas tenham acesso a computadores. Desta
forma, elas podem trabalhar ou divertir-se, enfim, usar o universo de possibilidades que
um computador pode oferecer. Softwares como o Visual Vision ou Virtual Vision, que
rodam em sistema Windows, têm ótimos sintetizadores de voz e representam algumas
possibilidades de softwares, bem como o Dosvox, outro tipo de software, que pode
ser adquirido gratuitamente pelo site http://caec.nce.ufrj.br/. O Dosvox foi criado pelo
Núcleo de Computação Eletrônica da Faculdade Federal do Rio de Janeiro.

36 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


• Aparelhos auditivos permitem aos deficientes auditivos a possibilidade da audição.
Em muitos casos, os aparelhos não devolvem a integralidade dos sons, mas
possibilitam que sejam detectados ruídos os quais facilitam a comunicação. Hoje, há
disponíveis aparelhos miniaturizados com tecnologia digital de última geração, que
oferecem melhor ajuste à perda auditiva e ao estilo de vida do usuário.

• O implante coclear é um dispositivo eletrônico, de alta tecnologia, que estimula


eletricamente as fibras do nervo auditivo para que essa corrente seja percebida pelo
córtex cerebral. Esse implante fornece impulsos elétricos para estimulação das fibras
neurais remanescentes em diferentes regiões da cóclea, possibilitando ao usuário a
capacidade de perceber o som.

• Próteses são equipamentos que substituem parte do corpo humano e podem ser
implantados ou não. Um amputado, por exemplo, pode usar o recurso da prótese
para colocar uma perna ou uma mão mecânica. Já as órteses são equipamentos que
substituem uma função do corpo, como a cadeira de rodas e as muletas, por exemplo,
que suprem a carência do andar de pessoas com deficiência física. Outro exemplo de
órtese é bem mais usado do que você imagina. Os óculos suprem a carência de visão
e possibilitam que muitas pessoas possam enxergar um pouco melhor. Essa é uma
órtese que muita gente usa.

• Telefone para Surdos TS é um aparelho telefônico com tecnologia específica


que facilita a comunicação por telefone entre pessoas surdas e ouvintes. O TS
tem, na parte superior do aparelho, uma pequena tela onde a mensagem aparece
escrita e, um pouco abaixo, tem um teclado onde o surdo pode digitar a conversa.
Quem faz a operacionalização e a transmissão das mensagens é a Central de
Intermediação Surdo-Ouvinte (CISO), que funciona 24 horas por dia e pode ser
acessada pelo número 142. Esse aparelho é disponibilizado em grande parte dos
prédios públicos, mas, ainda, é pouco utilizado porquê muitos surdos não têm o
telefone disponível em casa.

• Sistemas de comunicação alternativos e/ou suplementares (SAS) é o uso


integrado de componentes – símbolos, gestos, recursos, estratégias e técnicas –
utilizados por um indivíduo em sua comunicação. Os sistemas gráficos facilitaram
a interação, principalmente, para pessoas que têm paralisia cerebral. Os mais
conhecidos e usados no Brasil são o Rebus, Picture Communication Symbols (PCS),
Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC) e Blissymbols. O sistema
Bliss, por exemplo, é composto por um pequeno número de formas chamadas de
“elementos simbólicos”, ou seja, são desenhos que simbolizam a ideia de uma coisa
e criam uma associação gráfica entre o símbolo e o conceito que ele representa. Já
os sistemas PCS e PIC são pictográficos, ou seja, baseados em imagens e desenhos
que representam exatamente aquilo que são. É uma comunicação mais curta entre
o símbolo e aquilo que ele representa. Todos esses sistemas são apresentados em
uma prancha, onde a pessoa com paralisia cerebral indica as imagens ou símbolos
representativos daquela informação que deseja transmitir.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 37


A parte que vem depois!

Você, Jovem Protagonista, aprendeu alguns conceitos sobre as pessoas com deficiência,
compartilhou pensamentos e conhecimentos e, nestes momentos de formação, também
ensinou ao compartilhar com outros jovens protagonistas o que aprendeu. Mais do que se
preparar para o Acolhimento na perspectiva inclusiva, você se aproximou de uma causa,
essa que trabalha para que vivamos num lugar onde o respeito à diversidade humana seja
algo extraordinariamente comum!

Esperamos ter contribuído para a ampliação do seu olhar sobre a diferença e esperamos
que isso possa ser levado para as práticas, não apenas do Acolhimento, mas para todos
os âmbitos da sua vida.

38 Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais


Referência bibliográfica
BRASIL; COMISSÃO ESPECIAL DE ACESSIBILIDADE. Acessibilidade: passaporte para a cidadania
das pessoas com deficiência. Guia de orientações básicas para a inclusão de pessoas com
deficiência / Comissão Especial de Acessibilidade. Brasília: Senado Federal, 2005.
BRYAN, J. Conversando sobre Deficiências. São Paulo: Editora Moderna. 1996.
CARNEIRO, W.; PIMENTA, G. C. A Comunicação do Deficiente por meio de Sistemas de Apoio
Suplementar. São Paulo: Editora Windmill, 2003.
COORDENADORIA DE INCLUSÃO SOCIAL DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO. Inclusão Digital e
social para pessoas com necessidades educacionais especiais. São Paulo: Prefeitura da Cidade
de São Paulo, 2006.
CARTILHA BARUERI, Sociedade Pestalozzi de São Paulo.
CONVIVA COM A DIFERENÇA. Organização de Carlos Aparício Clemente.
Convivendo com a diferença: o que fazer quando encontrar uma pessoa com deficiência. CVI -
Centro de Vida Independente de Campinas.
Convivendo com a surdez. Folheto organizado pela Fundação Vanzolini.
Como se relacionar com um cego. Manual organizado pela Associação dos Deficientes Visuais do Paraná.
CORRER, R. Deficiência e Inclusão Social: construindo uma nova comunidade. São Paulo: Edusc, 2003.
GABRILLI, M. Convivência – Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida. 2a ed. rev. São Paulo,
2012. Disponível em: <http://maragabrilli.com.br/wp-content/uploads/2017/10/manual_web.pdf.
Manual de estilo, Mídia e Deficiência. CVI - Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro.
O que pensamos sobre as pessoas surdocegas e o que elas fazem para viver? Publicação do
Grupo de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial e ABRASC.
O que você pode fazer quando encontrar uma pessoa cega. Folheto organizado pela Fundação
Dorina Nowill para Cegos.
PEREIRA, M.C.C. A Língua de Sinais na Educação de Surdos. In: Lacerda, C.B.F; Nakamura, H. e
Lima, MC (org) Surdez e Abordagem Bilíngue. São Paulo: Plexus Editora, 2000.
PEREIRA, M.C.C. e NAKASATO, R. Aquisição da Língua de Sinais por Criança Surda. Trabalho
apresentado na 13a ANPOLL. João Pessoa, 1996.
RUSSO, I.C.P. e SANTOS, T.M.M. A Prática da Audiologia Clínica. São Paulo: Editora Cortez, 1994.
SACKS, O. Vendo Vozes: uma Viagem ao Mundo dos Surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Série entrando em contato com a pessoa surdocega. Organizado pelo Grupo Brasil de Apoio ao
Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial.
Projeto de Inclusão de Crianças e Adolescentes com Deficiência em EGJs do Município de
São Paulo. Acesso em http://www.entreamigos.com. br/textos..
SKLIAR, C. Uma Perspectiva Sócio-Histórica sobre a Psicologia e a Educação dos Surdos. In: C.
Skliar (org.) Educação e Exclusão. Porto Alegre: Editora Mediação, 1997.
SVARTHOLM, K. Bilinguísmo dos Surdos. In: C. Skliar (org.). Atualidade da Educação Bilíngue
para Surdos. Interfaces da Pedagogia e Linguística. Vol 2. Porto Alegre: Editora Mediação, 1997.
TABITH JR, A.; PEREIRA, M.C.C. e ROSÁRIO, M.E.V. et all. A Criança Especial. São Paulo: Editora
Roca, 2003.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Orientação aos docentes sobre alunos com deficiência.
Cartilha organizada pela Comissão Permanente para Assuntos Relativos às Pessoas
Portadoras de Deficiência Vinculadas à Universidade de São Paulo.
VIEIRA, M.I.S. O efeito do uso de sinais na aquisição de linguagem por crianças surdas filhas de pais
ouvintes. Dissertação (Mestrado). Programa de Distúrbios da Comunicação, PUCSP. São Paulo, 2000.
VITAL, F. M. P. Mobilidade Urbana Sustentável - Fator de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
CET: Boletim Técnico 40, 2006.

Caderno do Acolhimento Inclusivo - Ensino Fundamental Anos Iniciais 39


Caderno do
Acolhimento
da Equipe Escolar,
Pais e Responsáveis
e Estudantes
Ensino Fundamental
Anos Iniciais - 1º ao 2º ano
Realização

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO

PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Coordenação: Johanna Faller e Thereza Barreto
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Renata Campos, Romilda Santana e Thereza Barreto
Leitura crítica: Cássia Moreira e Renata Campos
Revisão Ortográfica: Cristiane Schmidt
Diagramação: Luciano Cosmo
Edição de Texto: Ismaela Silva

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO


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1ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”

2 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Olá, Professor Acolhedor!

Pode nos chamar de Jovem Protagonista (JP). Fomos estudantes da Escola da Escolha.
Nesses dias de Acolhimento você será um Professor Acolhedor e caminharemos juntos
rumo ao sucesso da supermissão que nos foi dada: apresentar as várias oportunidades
que os novos estudantes terão de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!

Contamos com o seu apoio!

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 3
ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR
Orientações para
o Acolhimento da
Equipe Escolar

O Acolhimento da Equipe Escolar é uma Prática Educativa executada pelos Jovens


Protagonistas Acolhedores, que são estudantes egressos das diversas escolas constituídas
pelo Modelo da Escola da Escolha, com o objetivo de sensibilizá-los frente aos novos
desafios de ver, sentir e cuidar do estudante a partir de novas perspectivas conceituais
trazidas pelo Modelo da Escola da Escolha, suas metodologias e práticas do projeto escolar.

O Acolhimento se realiza na abertura do ano letivo, durante um dia, na própria escola e deve
ter a presença de toda a Equipe Escolar: Equipe Gestora, professores e demais profissionais
(manipuladores de alimentos, vigilantes, pessoal de serviços gerais, secretaria etc).

É um valioso momento de integração da equipe que atuará a serviço do novo projeto escolar
porque estabelece um importante elo entre os educadores, os Jovens Protagonistas
Acolhedores e a escola como instituição. É momento de reflexão sobre a importância de
estarem ali, envolvidos e comprometidos, sendo esse projeto escolar parte do seu próprio
Projeto de Vida.

POR QUE REALIZAR O ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR?

O Acolhimento cria espaços para a reflexão da Equipe Escolar sobre a necessidade e as


oportunidades educativas que atendam às expectativas de desenvolvimento dos estudantes.

É no Acolhimento que todos os integrantes da Equipe Escolar falam sobre suas


expectativas diante dos desafios do Modelo da Escola da Escolha, refletindo sobre a
necessidade de não apenas compreenderem, mas efetivamente aceitarem o Modelo,
assumindo a corresponsabilidade pela sua execução.

COMO O ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR ACONTECE NA ESCOLA?

O Acolhimento estabelece um “elo” entre os educadores, os estudantes e a escola. É


por ele que toda a Equipe Escolar pactua, junto aos Jovens Protagonistas Acolhedores,
o compromisso com a formação que criará as condições para a construção dos Projetos
de Vida dos estudantes.

Assim como no Acolhimento dos Estudantes, a partir do segundo ano de funcionamento


da escola, o Acolhimento da Equipe Escolar é realizado por uma Equipe de Protagonistas
Acolhedores composta pelos estudantes da própria escola e estudantes que tenham
concluído a etapa de ensino no ano anterior com o apoio de um Professor Acolhedor que
tenha vivenciado.

4 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
CONCEITO

É realizado anualmente, na mesma semana em que se realiza o Acolhimento dos


estudantes e dos pais e/ou responsáveis.

O Acolhimento mobiliza a Equipe Escolar e orienta aos desafios nessa nova forma de ver,
sentir e cuidar, e cria espaços para a reflexão sobre as necessidades e as oportunidades
educativas que atendam às expectativas de desenvolvimento dos estudantes.

Todos os integrantes da Equipe Escolar compartilham experiências e expectativas


diante dos desafios do Modelo da Escola da Escolha e assumem a corresponsabilidade
pela sua execução.

Este é o momento para sonhar coletivamente a nova escola que será cotidianamente
oferecida e vivenciada pelos estudantes e por toda a Equipe Escolar.

É um momento em que a Equipe Escolar reflete sobre a importância de assumir novas


posturas, sempre na perspectiva de serem influências afirmativas e construtivas na vida
dos estudantes.

OBJETIVOS

• Integrar a Equipe Escolar e ressaltar a cada educador sua responsabilidade


na construção dos seus Projetos de Vida;

• Refletir sobre o desenvolvimento profissional e como as dificuldades do


cotidiano escolar podem contribuir para o enfrentamento das próprias
necessidades de formação.

Duração Atividade

1 hora Dinâmica de Apresentação e Nó Humano

1 hora Dinâmica: Esse problema não é meu


Exibição de Vídeos:

• Vídeo 1 – Professores falam o que significa para eles, trabalharem em


20 min uma escola de Educação Integral;

• Vídeo 2 – Jovens Protagonistas falam sobre o que mudou em suas vidas


depois da escola de Educação Integral.
20 min Lanche

1 hora Dinâmica: O sonho que nos une

20 min Encerramento das atividades - Leitura do texto: A Escola – Paulo Freire

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 5
ATIVIDADES

1 hora | Dinâmica de Apresentação e Nó Humano

Objetivos:

• Apresentar as pessoas da Equipe Escolar;

• Demonstrar a importância do trabalho em equipe para se chegar


aos resultados pactuados;

• Mostrar a importância do planejamento.

Material Necessário:

• Aparelho de som e CD com músicas animadas (ou celular com


playlist e caixa de som).

Desenvolvimento:

I Etapa da atividade

• O Protagonista Acolhedor deverá formar um círculo com todos


os membros da Equipe Escolar, que deverão estar lado a lado;

• Cada pessoa deve se apresentar dizendo o nome, a função na


escola e dar a mão à pessoa que estiver à sua direita;

• Após todos finalizarem suas apresentações, um grande círculo


haverá sido formado.

II Etapa da atividade

• Todos devem observar quem está do seu lado direito e do seu


lado esquerdo e memorizar bem quem são essas pessoas, para
não esquecer e nem trocar ao longo da dinâmica;

• O grupo deverá soltar as mãos e, ao som de uma música animada,


caminhar livremente pela sala, procurando cumprimentar
pessoas diferentes daquelas que estavam ao seu lado;

• Depois de um minuto, quando a música parar, todos param onde


estão e sob o comando do Protagonista Acolhedor procuram,
sem sair do lugar, dar a mão novamente a quem estava à sua
direita e à sua esquerda;

• Durante essa movimentação, deverá se formar um emaranhado


de gente;

• Em seguida, SEM SOLTAR AS MÃOS, os membros da Equipe


Escolar deverão achar meios de desfazer o emaranhado e voltar
a ter um círculo no centro da sala igual ao inicial.

6 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
III Etapa da atividade

• Depois da dinâmica, uma breve reflexão deverá ser feita por todos:

1. Qual foi a maior dificuldade que sentiram?

2. Como fizeram para resolver?

3. Alguém pensou em desistir?

4. Alguém pensou que era impossível voltar a ser um círculo


novamente?

5. O que podemos concluir com essa atividade?

• O jovem diz aos membros da Equipe Escolar que em um trabalho


em grupo é preciso que todos se escutem, que alguém tome a
inciativa, que não podem falar todos ao mesmo tempo, que tem
que ter paciência e humildade pois nem sempre o caminho que
você aponta será o melhor para alcançar o objetivo final.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 7
1 hora | Execução da Dinâmica: Esse Problema não é meu!

Objetivos:

• Refletir sobre a importância de tomar a iniciativa para resolver


um problema;

• Refletir sobre não ser indiferente ao problema do outro.

Material necessário:

• Bolinhas plásticas coloridas (Em quantidade superior ao número


de participantes);

• Aparelho de som e CD com músicas animadas (ou celular com


playlist e caixa de som).

Desenvolvimento:

• Com todos os integrantes da Equipe Escolar de pé e formando


um círculo, o Protagonista Acolhedor deve explicar a dinâmica;

• O Protagonista Acolhedor deverá pegar uma bola, citar um


problema comum que ocorre na escola e em seguida jogar a bola
para um dos integrantes da Equipe Escolar que está no círculo
e dizer “esse problema não é meu”. Exemplos de problemas:
“o estudante do 6º ano A chegou na escola sem o fardamento
completo”, “ a merendeira falou que vai faltar arroz para o almoço,
só tem para metade dos estudantes”, “acabou de estourar uma
bomba no banheiro dos meninos”, etc;

• Na sequência, a pessoa que recebeu a bola, deverá jogá-la para


uma das pessoas do grupo dizendo outro problema e, em seguida
repetir “Esse problema não é meu!”;

• Após um minuto o Protagonista Acolhedor (PA) deverá ir


adicionando várias bolas e os membros deverão continuar
jogando as bolas e falando: “Esse problema não é meu!”;

• O PA deverá adicionar as bolas que somem, aproximadamente,


o dobro do número de pessoas da Equipe Escolar, de forma que
eles não consigam mais segurar todas as bolas;

• O PA finaliza a atividade fazendo uma reflexão sobre o trabalho


em equipe, a importância de se enxergarem enquanto grupo, que
devem agir juntos em torno da solução de um ou mais problemas
que surgirem na escola;

• O PA deve salientar que esta escola exigirá que todos saiam de suas
“Zonas de Conforto” e busquem soluções, deem ideias, pensem e
realizem de forma diferente do que eles já vinham fazendo.

8 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
20 min | Exibição de vídeos:

Objetivo:

• Apresentar as percepções e experiências de professores e


estudantes da Escola da Escolha.

Material necessário:

• Vídeos;
• Datashow.

Desenvolvimento:

• O Jovem deverá passar uma sequência de dois vídeos curtos;


• Sempre, ao final de cada vídeo visto, dar espaço para uma breve
discussão.

Vídeo 1 – Professores falam o que significa para eles trabalharem em uma escola de
Educação Integral - SP Programa de Ensino Integral – Parceiro INatura.

Vídeo 2 – Protagonistas Acolhedores falam sobre o que mudou em suas vidas depois da
escola de Educação Integral.

Lanche (20 minutos)

1 hora| Dinâmica: O sonho que nos une

Objetivos:

• Desenvolver o espírito de união da Equipe Escolar, suscitando a


importância de sonhar em conjunto e construir projetos comuns
para o bom desenvolvimento da escola.

Material necessário:

• 2 folhas de Papel Madeira/ Cartolina e/ou papel 40 Kg;

• Folhas de papel A4;

• Hidrocor;

• Lápis de cor;

• Tesoura;

• Revistas;

• Fita adesiva;

• Cola;

• Barbante;

• Tinta guache colorida.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 9
Desenvolvimento:

1ª Parte

• A Equipe Escolar deverá ser dividida em quatro grupos, e cada


grupo deve encontrar um sonho em comum para a nova escola,
um sonho coletivo;

• Os membros da Equipe Escolar devem pensar em quatro ações


que precisam ser feitas para alcançar esses sonhos (uma solução
para cada sonho).

2ª Parte

• Cada grupo dever receber uma folha de papel A4 para representar


o sonho coletivo em forma de desenho;

• Os membros de cada grupo devem pensar em uma ação para


alcançar este sonho e registrar em outra folha de papel A4.

Exemplo:

SONHO: 1 - Que todos os estudantes se sintam felizes na escola.

O QUE FAZER: 1 - Os professores precisam praticar mais a Pedagogia


da Presença.

3ª Parte

• Cada pessoa da equipe escolar deverá receber 1/4 de folha de


papel A4 e nela representar com um desenho ou figura o sonho
que tem para a escola.

Observação: 1/4 ou 1/8 de folha de papel A4 a depender do


tamanho da Equipe Escolar.

4ª Parte - Montagem da cartilha:

• O Protagonista Acolhedor deverá dobrar uma folha de papel


40kg (pode ser Cartolina) ao meio e transformá-la numa grande
e coletiva cartilha dos sonhos;

• Na primeira parte da folha serão colados os desenhos do grupo,


os sonhos coletivos;

10 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• Na segunda parte da folha deverá ser colocado o que cada grupo
fará para a realização do sonho coletivo;

• Na terceira parte da folha devem colocar os sonhos individuais


para esta nova escola;

• O grande grupo deverá escolher um representante para


participar da montagem da cartilha e apresentar o sonho ao
grande grupo;

• O Protagonista Acolhedor deverá convidar cada integrante da


equipe para assinar e confirmar seu desejo de construir uma
nova escola;

• Confeccionada a cartilha, ela deverá ser afixada e exposta em


lugar visível da escola, de modo que todos da comunidade
escolar possam contemplar os sonhos descritos em conjunto
pela Equipe Escolar;

• O Protagonista Acolhedor deverá refletir com a Equipe Escolar


sobre a importância dos sonhos na formação do ser humano,
e que esta escola acolhe o sonho de todos – Equipe Escolar,
estudantes e famílias;

• O Protagonista Acolhedor deve fazer um resgate do que eles


vivenciaram na Formação Inicial da Equipe Escolar, mostrando
que todos contribuíram para o Varal dos Sonhos, onde cada um
apresentou seus sonhos e metas pessoais.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 11
20 min | Encerramento das atividades: Leitura do texto “A Escola” (de Paulo Freire)

Objetivos:

• Despertar para a importância de criar um ambiente saudável


para desenvolver um bom trabalho como educador;

• Refletir sobre a importância do papel de cada profissional na escola.

Material necessário:

• Slide (em Datashow) com texto completo projetado na parede da


sala ou cópias impressas para todos os presentes.

Desenvolvimento:

• O Protagonista Acolhedor entrega uma cópia do texto para cada


integrante da Equipe ou projeta na parede e pede que algumas
pessoas leiam, voluntariamente, em voz alta um trecho do texto;

• Após a leitura, o Jovem pede para que comentem o que pensam


sobre o texto e que relacionem o texto com essa nova escola em
que irão trabalhar;

• O Protagonista Acolhedor agradece a presença de todos pela


participação e se despede com uma música animada.

12 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
A ESCOLA

“Escola é… o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas,


quadros, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra,
se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é


gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte


como colega, amigo, irmão.

Nada de ´ilha cercada de gente por todos os lados´.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a
ninguém, nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar


laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se
´amarrar nela´!

Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Paulo Freire

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 13
ACOLHIMENTO DOS PAIS E RESPONSÁVEIS
Orientação para o
Acolhimento dos
Pais e Responsáveis

O Acolhimento aos Pais e Responsáveis é uma Prática Educativa que existe para orientar
as famílias e sensibilizá-las quanto aos mecanismos de apoio e acompanhamento do
Projeto de Vida dos estudantes. A ação de acolher os Pais e Responsáveis tem dois
objetivos principais: apresentar o projeto escolar e refletir, por meio da experiência de
Jovens Protagonistas, sobre a importância de apoiar os estudantes na construção dos
seus Projetos de Vida, provendo as condições necessárias para isso. É fundamental
orientar os Pais e Responsáveis sobre como podem prover meios, estimular e orientar
estudantes no estabelecimento de sua rotina e condições de estudos. Ter apoio da
família é imprescindível e isso não significa transferir para os Pais e Responsáveis as
tarefas inerentes à escola. Há muitas maneiras de apoiá-los e não são necessários
recursos para isso se considerarmos, por exemplo, que os estudantes não faltem às
aulas nem cheguem atrasados por que dormiram em horário inadequado; que não
deixem de realizar seus estudos por que priorizaram a TV ou porque foram mobilizados
para executar as tarefas domésticas.

Este é também um momento oportuno para chamar os Pais e Responsáveis presentes


à participação efetiva e iniciar a construção de uma aliança solidária entre família
e escola. Uma estratégia utilizada com esse objetivo é a de coletar os sonhos dos
familiares para a escola ao final do Acolhimento. Recomendamos a construção de
um mural onde todos os sonhos dos Pais e Responsáveis possam ficar visíveis para a
comunidade escolar.

O Acolhimento dos Pais e Responsáveis acontece, geralmente, entre o final da tarde


e início da noite e tem duração máxima de três horas. Por meio de relatos e vídeos, os
Protagonistas Acolhedores apresentam às famílias, aos professores e aos funcionários
da escola suas experiências de vida como estudantes egressos de escolas que operam
no Modelo da Escola da Escolha e a forma como foram apoiados pelos seus pais e
famílias em geral. Muitos relatam que encontraram em casa o estímulo necessário
para continuar os estudos e construir seus projetos ou descrevem um pouco do que
precisaram vencer para não deixar que seus sonhos e estudos fossem interrompidos.

Na sequência da apresentação os Protagonistas Acolhedores fazem uma dinâmica


para que os pais “vistam a camisa da escola” e em seguida registrem os seus sonhos
pensando em tudo o que será necessário para que esta possa oferecer os melhores
resultados para os estudantes e o alcance de seus Projetos de Vida.

14 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
O Acolhimento é encerrado com a distribuição de um texto intitulado: “Pais, escola
e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos filhos na sala de aula e na vida”,
elaborada por Antônio Carlos Gomes da Costa.

No primeiro ano de implantação o ICE realiza o Acolhimento dos Pais e Responsáveis


por intermédio de jovens egressos de escolas onde o Modelo foi implantado. A partir
do segundo ano de implantação, com a expansão de novas escolas, as Secretarias se
estruturam com suas escolas veteranas para que elas possam realizar o Acolhimento
dos Pais e Responsáveis. É importante que o Acolhimento seja realizado pelos
estudantes com pouca interferência da Equipe Escolar. Esta deve apoiá-los nas
necessidades que eventualmente possam encontrar na sua execução.

CONCEITO

É realizado anualmente, na mesma semana em que se realiza o Acolhimento dos


estudantes e das Equipes Escolares. É o momento de orientar os Pais e Responsáveis,
e sensibilizá-los em relação aos mecanismos de apoio e acompanhamento do Projeto de
Vida dos estudantes.

OBJETIVOS

• Apresentar o projeto escolar e refletir sobre a importância de como apoiar


os estudantes na construção de seu Projeto de Vida;

• Refletir sobre os seus sonhos para esta escola a partir da pergunta “Como
é a escola dos seus sonhos para apoiar com qualidade a formação integral
dos estudantes?”;

• Promover o entendimento de que os familiares e responsáveis devem


contribuir para a formação de estudantes em todas as suas dimensões.

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES

Duração Atividade

30 min Chegada dos Pais e Responsáveis recebidos no Corredor Humano (JPs + Equipe da Escola)

20 min A Escola da Escolha – Jovens Protagonistas

30 min Relato da Vida de cada Jovem Protagonista

20 min Dinâmica dos Balões dos Desejos


Dinâmica do Barco de Papel/Camisa e entrega do texto
30 min
de Antônio Carlos Gomes da Costa
20 min Apresentação da Equipe Escolar e Boas Vindas por parte da Secretaria de Educação

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 15
ATIVIDADES

Chegada – 30 min | Chegada dos Pais e Responsáveis recebidos no Corredor Humano

Na entrada da escola, por onde os Pais e Responsáveis passarão, deverá ser formado
um Corredor Humano de Jovens Protagonistas Acolhedores e toda a Equipe Escolar.
Todas as crianças que chegarem com seus Pais e Responsáveis deverão ser acolhidas
igualmente, mesmo sendo elas estudantes da Escola da Escolha.

Todos devem passar pelo Corredor Humano e ao final já serem direcionados à salas de
aulas nas quais ocorrerão as atividades do Acolhimento.

20 min | O que é Escola da Escolha

Objetivos:

• Promover a reflexão sobre a importância da Escola na vida da


criança e fazer com que os pais e responsáveis pensem sobre
como eles veem a Escola e o próprio filho;

• Reforçar que a Escola da Escolha preza pela corresponsabilidade


de todos.

Desenvolvimento:

• Nas salas de aula, o Protagonista Acolhedor deve acomodar os


Pais e Responsáveis, e os estudantes presentes nas cadeiras
que já devem estar em formato de círculo.

Antes de iniciar, torna-se necessário criar um ambiente acolhedor deixando todos


confortáveis. Aguardar que todos se acomodem e aproveitar o momento para oferecer um
espaço em que os Pais e Responsáveis reconheçam que podem se expressar sem medo,
que estamos juntos com ele. Para incentivar a participação de todos elaborar perguntas
como: “quem matriculou o filho nesta escola porque o filho pediu, levanta a mão”; e “quem
matriculou o filho na escola por opção pessoal levanta a mão”, aproveite para ouvir o
depoimento desses Pais e Responsáveis presentes e fazer com que eles se entrosem.

Os Jovens Protagonistas Acolhedores farão um breve relato sobre o que é a Escola


da Escolha, sobre o que vivenciaram neste Modelo, seu processo de adaptação e
mudanças de rotina, destacando os desafios enfrentados e superados. É fundamental
que o Protagonista Acolhedor tenha segurança do que falar sobre a sua vivência como
estudante e de estar experienciando as oportunidades da Escola da Escolha. Trazer
para o público as inovações que o Modelo oferece para os estudantes de modo que
transpareça para os pais o que é vivido no cotidiano da Unidade Escolar.

16 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
30 min | Relato da Vida de cada Jovem Protagonista

Aqui cada Jovem fala das suas experiências de vida como estudantes de escolas desse
Modelo e a relação que tinham com suas famílias. Relatam como encontraram em casa
o estímulo necessário para continuar os estudos e construir seus projetos. Descrevem
um pouco o que precisaram superar para não deixar que seus sonhos e estudos fossem
interrompidos. Duração: 3’ para cada jovem.

30 min | Dinâmica: Balões dos Desejos

Objetivos:

Reflexão sobre a escola que desejam para as crianças e integração dos estudantes com
os Pais e Responsáveis no início de uma nova etapa da vida escolar.

Material necessário:

• Aparelho de som e CD com músicas animadas de repertório


infantil (ou celular com playlist e caixa de som);

• Balões de festa em única cor (um por participante);

• Lápis/Caneta;

• Um recorte de papel (¼ de tamanho A4).

Desenvolvimento:

Convidar os Pais e Responsáveis a participar de uma dinâmica para se conhecerem


melhor e para pensarem na escola como espaço de sonhos, o lugar onde construímos
nosso caminho de realização. O Protagonista Acolhedor em seguida deve entregar aos
Pais e Responsáveis um recorte de papel. Após a entrega, o Protagonista Acolhedor
solicita que as crianças participem juntamente com seus pais da dinâmica.

Os Pais e Responsáveis deverão pensar junto com os estudantes e escreverem* no recorte


de papel UMA FRASE como reposta à seguinte pergunta:

O que você deseja para a criança que vai estudar nesta escola?

O Pai e Responsável participante, juntamente com a criança deverá dobrar o recorte de


papel com a frase que escreveram juntos e colocar dentro do balão de festa e depois
encher, inflar o balão e amarrar a ponta para o ar não escapar.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 17
O Protagonista Acolhedor convida todos os participantes a interagir jogando para o
alto o balão. Na medida em que todos jogarem para cima sem deixar cair no chão, os
balões irão se misturar circulando pelo espaço da sala. Aproveite e coloque uma música
animada, do repertório infantil, deixe que as crianças tenham a oportunidade de brincar
com seus pais e responsáveis por um tempo. Lembre-se que é importante comunicar
que precisamos cuidar de todos os balões, pois representam os desejos de todos para a
escola, e todos precisam ter cuidado para que o balão não estoure antes da hora.

Quando a música estiver terminando (aproximadamente em dois minutos) diminua o


volume e peça para que todos retornem aos seus lugares, inclusive as crianças. Com os
balões em mãos o Protagonista Acolhedor pede para que estourem os balões e leiam a
palavra que encontram. Caso não saibam ler, ofereça ajuda.

Após esse momento, o Protagonista Acolhedor convida um adulto e uma criança, não
precisa ser pai e filho, para compartilharem o que sentiram durante a atividade e o
que encontraram no balão. Deve ser de forma espontânea e caso ninguém queira, não
tem problema. Neste caso, o Protagonista Acolhedor compartilha brevemente seus
sentimentos em relação à atividade, descrevendo o que viu e o que sentiu, continuando
a estimular a participação de todos.

Na medida em que os desejos são expressos, o Protagonista Acolhedor deve concluir


a atividade levando a reflexão para os presentes sobre o que será preciso para que
aqueles desejos se tornem realidade.

Conclua considerando o que foi comentado pelos participantes e que às vezes o


sonho de um Pai e de um Responsávei pode ser o mesmo sonho que outros Pais e
Responsáveis também têm. São todos desejos e sonhos compartilhados, e os pais,
por fazerem parte da comunidade escolar, tem muita responsabilidade em contribuir
para que se transformem em realidade. Para isso, é muito importante estar presente na
escola e acompanhar de perto a vida escolar.

A participação dos Pais e Responsáveis na vida escolar do estudante, a relação


carinhosa e saudável dos adultos com as crianças contribuirá para que elas se sintam
seguras e amadas e isso influenciará positivamente no desenvolvimento da vida escolar
e vida adulta dos estudantes.

(*) importante considerar que alguns podem não saber escrever e para não os constranger é
essencial dar a alternativa de que possam desenhar ou dar indicações não necessariamente
escrevendo a frase. O importante é que todos participem. Canetas devem estar facilmente
à disposição das pessoas antes de começar a contagem do tempo, para que não se perca
tempo com distribuição de material, e usufruam bem dos minutos para reflexão, debates
se quiserem, e registro.

18 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
30 min | Dinâmica do Barco de Papel/Camisa e entrega do texto:
“Pais, escola e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos filhos
na sala de aula e na vida” - Antônio Carlos Gomes da Costa.

Objetivos:

• Estimular o comprometimento do grupo com a causa, que é


essa nova Escola e o Projeto de Vida dos estudantes;

• Realizar a coleta dos sonhos dos familiares.

Material necessário:

• Folha de papel A4 – uma para cada pai e responsável;

• Lápis ou caneta – um para cada pai e responsável.

Desenvolvimento:

• Os Protagonistas Acolhedores entregam uma folha de papel


A4 e um lápis/caneta para cada participante. Os demais jovens
se espalham pelo espaço para apoiar os participantes na
construção do barco;

• Quando todos os participantes estiverem com a folha e o


lápis, um dos Protagonistas Acolhedores conduz o passo a
passo para a construção de um barquinho de papel (Atenção:
de antemão, não deve ser comunicado qual será o resultado
da dobradura, aproveite este momento para envolver os
participantes e solicite, de maneira gentil, que estes confiem em
você e na viagem que vocês viverão juntos. Lembre-se que este
é o momento de encerramento do Acolhimento, então já houve
várias trocas e o compartilhamento de muitas vidas e sonhos);

• É fundamental esperar que o grupo construa o barco no mesmo


ritmo, na medida em que algum participante terminar a etapa
comandada, solicite para que ele ajude o participante que está
por perto e que ainda não conseguiu. Aguarde até que todos
concluam todas as etapas. (Para os Protagonistas Acolhedores
que estiverem apoiando os participantes é importante
lembrar de mostrar como se faz a dobradura e não fazer pelo
participante). É preciso confiar neles neste momento;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 19
• Quando todos finalizarem e descobrirem que o que eles
estavam construindo era um barco, solicite que eles levantem
os barquinhos para o registro com uma foto bem animada.
Aproveite para celebrar e agradecer a conclusão desta
etapa e lembre que para que este importante passo pudesse
ser concluído foi necessário a atenção, a escuta ativa e a
colaboração de uns com os outros também - uma ótima
oportunidade para refletir sobre esse novo jeito de estar nessa
nova escola;

• Retome a atenção dos participantes, solicite que eles olhem


para o barco que construíram e inicie o momento como se
estivesse contando uma história: peça para que eles deem
sugestões para nomear o barco (o nome do barco pode ser
o nome da escola). Diga que, a partir daquele momento,
todos teriam que entrar dentro do mesmo barco juntos e que
dentro desse barco deve estar além de “nós” (o Protagonista
Acolhedor presente e os participantes), os nossos sonhos, os
sonhos dos estudantes, os Projetos de Vida dos estudantes, os
sonhos de toda a equipe escolar...;

• Dê continuidade à narração da história utilizando o nome do


barco e do rio por onde este barco irá navegar. Na história que
estiver contando utilize elementos da região (pesquise com
antecedência o nome de algum rio da cidade, do bairro, ou
o nome de uma praia, vale, riacho, oceano – a criatividade é
sempre a melhor aposta!).

20 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Exemplo: “Todos nós a partir de agora estamos no “Titanic” pelo rio Capibaribe num
dia ensolarado, ao longe avistamos os peixinhos pulando no rio (enquanto isso, os
participantes devem repetir os mesmos movimentos de quem está narrando), mas
de repente uma nuvem carregada aparece e com ela uma tempestade muito forte
e essa tempestade com seu vento forte acaba levando com ela a vela do barco –
neste momento todos devem rasgar a parte de cima do barquinho – (aí o Jovem
Protagonista continua...) mas não para por aí, mesmo sem vela, continuamos a
navegar pelo rio Capibaribe, porque dentro deste barco tem tudo o que temos de
melhor (pergunte para a plateia o que é mesmo que tem no barco – e esperem eles
responderem “os nossos sonhos”). Quando o Titanic estava se aproximando da
Praia de Boa viagem, veio um jacaré (quanto mais inverossímil, mais divertida) e
levou com ele a proa do nosso barco (neste momento é arrancada outra parte do
barco – a que fica do lado). A história continua até que a outra ponta seja cortada.
Relacione a história narrada às dificuldades do dia a dia na escola, dos desafios da
ausência de alguns materiais, do desânimo de às vezes pegar o ônibus lotado, do
celular que esqueceu de colocar o despertador, etc.

Não Esquecer: para que


a dinâmica funcione,
lembre-se que deve
retirar a parte de
cima do barquinho,
e as laterais, abaixo
está a representação
das partes que devem ser
cortadas do barco:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 21
Quando as três partes forem cortadas, solicite que os participantes desmontem a
dobradura até a metade (quando a folha estiver ao meio, deverá representar uma camisa),
neste momento, quando todos estiverem segurando a camisa, o Protagonista Acolhedor
deve perguntar: o que é que eles estão segurando? Quando os participantes
perceberem que é uma camisa, logo em seguida responderão. Assim, deve-se lançar
outra pergunta: porque é que o Acolhimento está se encerrando daquela maneira? O
que aquela camisa representa para essa nova escola?

Na medida em que as respostas forem surgindo, instigue a equipe a responder o que


significa “vestir a camisa”.

É importante que os Pais e Responsáveis compreendam o quanto eles são importantes


no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e que para isso eles precisam
de fato “vestir a camisa” da escola e o que significa isso: que a Escola da Escolha
está de portas abertas para recebê-los*, que eles não devem ir à escola somente para
buscar o boletim durante o Conselho de Classe.

Para iniciar esse novo jeito de vestir a camisa da Escola da Escolha, solicite que eles
escrevam** na camisa quais os sonhos que eles têm para a escola.

Pergunta Norteadora:
“Como é a escola dos seus sonhos para apoiar com
qualidade a formação integral dos estudantes?”

Esse registro do Acolhimento (o sonho dos Pais e Responsáveis) servirá de material


pedagógico para a escola. Recomendamos a construção de um mural onde todos os
sonhos possam ficar visíveis para a comunidade escolar.

22 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Por fim, entregue o texto ”Pais, escola e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos
filhos na sala de aula e na vida” para realizar a leitura coletiva e conclua o Acolhimento
agradecendo a presença de todos os participantes, ratificando o quanto que o apoio
deles é de suma importância para a boa vida de seus filhos.

(*) Aproveite para mencionar a Prática Educativa do Acolhimento Diário,


que eles podem participar.

(**) importante considerar que alguns podem não saber escrever e para
não os constranger é essencial dar a alternativa de que possam
desenhar ou dar indicações não necessariamente escrevendo o
texto. O importante é que todos participem. Canetas devem estar
facilmente à disposição das pessoas antes de começar a contagem
do tempo, para que não se perca tempo com distribuição de
material, e usufruam bem dos minutos para reflexão, debates se
quiserem, e registro.

Segue referência abaixo para a dobradura do barco:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 23
20 min | Boas Vindas por parte da Secretaria

Em um espaço comum a Secretaria de Educação ou alguém da Equipe de Implantação do


Programa terá 10 minutos para dar boas-vindas a todos, fará a apresentação da Equipe
Escolar e da Secretaria da Educação. Alinhar que cada um apenas dirá o seu nome e a função
que exerce.

É importante reforçar com a Equipe de Implantação que este não deve ser um momento para
discursos ou visitas políticas.

24 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
ACOLHIMENTO DOS ESTUDANTES 1º E 2º ANOS

Olá, Professor Acolhedor!

Pode nos chamar de Protagonista Acolhedor (PA). Fomos estudantes da


Escola da Escolha. Nesses dias de Acolhimento você será um Professor
Acolhedor e caminharemos juntos rumo ao sucesso da supermissão que nos
foi dada: apresentar as várias oportunidades que os novos estudantes terão
de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!

Contamos com o apoio de vocês!

Orientação para o
Professor sobre o uso do
Caderno de Acolhimento
dos Estudantes

É com grande alegria que partilhamos este momento com vocês,


professores que já tiveram a oportunidade de serem acolhidos na
Escola da Escolha e, agora, podem compartilhar suas experiências
com os novos estudantes que iniciarão a caminhada rumo à
construção de seus Projetos de Vida. Desde já, agradecemos por
aceitarem nosso convite!

O Acolhimento é uma Prática Educativa, desenvolvida pelo Modelo Escola da Escolha,


que objetiva apresentar as bases do projeto escolar para os novos estudantes. É a porta
de entrada dessa forma inovadora de conceber a educação e de transformar a escola. Ele
é considerado o “marco zero” do Projeto de Vida. É uma estratégia por meio da qual são
apresentadas aos novos estudantes as muitas formas pelas quais a escola se colocará à
disposição da construção do seu Projeto de Vida.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 25
Por meio dessa Prática Educativa os estudantes terão a oportunidade de estabelecer os
primeiros vínculos, sentindo-se recebidos e pertencentes à escola desde os primeiros
dias do ano letivo. É um momento também para que vivenciem situações nas quais
serão conduzidos à reflexão sobre os seus sonhos e sobre as expectativas em torno
das oportunidades que terão para realizá-los, a partir deste novo tempo, e do apoio que
receberão nessa nova escola.

Este Caderno contém todas as atividades a serem realizadas no Acolhimento dos novos
estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Cada atividade foi pensada com
muito cuidado e atenção e se propõe a provocar os estudantes a refletirem sobre seus
sonhos, seus desejos, sua escola e o que já conseguem projetar para o futuro que cada
um poderá construir.

Esta Prática Educativa busca estimular o desejo de conhecer e fazer parte da vida do
outro e da escola, bem como despertar a confiança no Projeto Escolar.

Então é isso aí, Professor Acolhedor! Você faz parte do time que faz a diferença na
vida das crianças e contribuirá muito na escola.

Orientação para a
Secretaria de Educação e
Equipes Escolares sobre o uso
do Caderno do Acolhimento

No primeiro ano de implantação, o ICE realiza o Acolhimento dos novos estudantes


por intermédio de jovens egressos de escolas onde o Modelo foi implantado e em
parceira com os Professores de Referência das turmas a serem acolhidas. A partir
do segundo ano de implantação, com a expansão de novas escolas, as Secretarias de
Educação se estruturam com suas “escolas veteranas” para que elas possam realizar
o Acolhimento dos novos estudantes, convidando aqueles que concluíram o 5º ano
nas respectivas escolas e tenham passado pelo Modelo no ano anterior, para compor
o time de estudantes Protagonistas Acolhedores. É importante que o Acolhimento
seja realizado pelos Professores de Referência (que agora também são chamados
Professores Acolhedores) e que os estudantes Protagonistas Acolhedores possam ter
papel fundamental no apoio ao professor participando ativamente, principalmente na
troca de experiências com os novos estudantes.

26 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
A Equipe Escolar não deve interferir, mas apoiá-los nas necessidades que eventualmente
encontrem na execução da Programação. Além disso, é preciso que a Secretaria
de Educação estruture encontros formativos com os estudantes veteranos com
o propósito de prepará-los para acolher os novos colegas. Cabe salientar que os
estudantes veteranos também necessitam ser acolhidos pelas Equipes Escolares por
meio de uma programação diferente da realizada no ano anterior. É importante que
a Secretaria de Educação informe antecipadamente aos Professores Acolhedores a
presença de estudantes com deficiência que participarão do Acolhimento, para que
possam preparar as adaptações das atividades. Lembrando que tais estudantes devem
ter os seus direitos garantidos – como, por exemplo, a presença de intérpretes de
Libras, cuidadores, entre outros recursos que possam necessitar.

No segundo ano de Implantação, durante a preparação para o Acolhimento, os


Professores Acolhedores devem estar atentos à organização das salas de aulas, assim
como de toda a Escola. Os ambientes devem conter informações que remetam aos
temas que a serem abordados nas atividades do Acolhimento e à Escola da Escolha
Aqui nos referimos a palavras e imagens a exemplo de Projeto de Vida, Protagonismo,
Roda de Conversa, Harmonização, Hora do Cuidar, Líder de Turma, Varal dos Sonhos,
Sonhos, Conhecer, Conviver, Ser. Esses elementos visuais apoiarão os estudantes,
Equipe Escolar, pais e responsáveis a se familiarizarem com o vocabulário que fará
parte das suas rotinas.

A comunicação sobre quais dias e horários correspondem a cada grupo de estudantes,


deve ser realizada pelas Equipes Gestoras e Secretaria de Educação de maneira
planejada e estratégica, evitando assim que os estudantes cheguem às escolas nos
dias que não lhes correspondem. Lembrando que o Acolhimento se refere a cada grupo
organizado por ano correspondente, ou seja, no dia do Acolhimento dos 1º e 2º anos,
apenas os estudantes desse grupo estarão presentes na escola.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 27
Cronograma De Atividades

Nº da Tempo das
Horário Atividades - 1º dia
Atividade atividades

7h30 1 Abertura do Acolhimento - Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo 30 minutos

8h 2 Roda de Conversa - Muitas Descobertas 30 minutos

8h30 3 Dinâmica de Apresentação - Conhecendo o Outro 30 minutos

9h 4 O Contrato de Convivência 30 minutos

9h30 5 Piquenique 30 minutos

10h 6 Recreio 30 minutos

10h30 7 Tempo de Harmonização 15 minutos

10h45 8 Roda de Conversa - Conhecendo, convivendo e aprendendo 15 minutos

11h 9 O Barco 30 minutos

11h30 10 Hora do Cuidar 15 minutos

11h45 11 Almoço + Recreio 1h 30 minutos

13h 12 Hora do Cuidar 15 minutos

13h15 13 Tempo de Harmonização 15 minutos

13h30 14 Dinâmica - O Varal dos Sonhos 60 minutos

14h30 15 Dinâmica - Cápsula do Tempo / Um Bilhete para o Futuro 60 minutos

15h30 16 Lanche (15 minutos) + Recreio (15 minutos) 30 minutos

16h 17 Tempo de Harmonização 15 minutos

16h15 18 Roda de Conversa - Um novo tempo e uma nova escola para todos 15 minutos

16h30 19 Final do Acolhimento: saída dos estudantes e entrega aos Pais e Responsáveis

17h Encerramento das atividades

Nº da Tempo das
Horário Atividades - 2º dia
Atividade atividades

7h30 20 Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo 30 minutos

8h 21 Roda de Conversa - O que vimos, descobrimos e sentimos? + Agenda do Dia 30 minutos

8h30 22 A Preparação para Culminância 60 minutos

9h30 23 Lanche (15min) + Recreio (15 minutos) 30 minutos

10h 24 Tempo de Harmonização e continuação da preparação para Culminância 15 minutos

10h30 25 Culminância 60 minutos

11H30 26 Almoço 1h 30 minutos

13h 27 Final do Acolhimento: saída dos estudantes e entrega aos Pais e Responsáveis

28 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
1o DIA

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

ATIVIDADES

7h30 | 1 - Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo (30minutos)

Professor Acolhedor, você se lembra


do seu primeiro dia de aula na escola?
Quantas coisas passavam pela sua
cabeça e pelo seu coração!

Assim também será com os novos


estudantes que você está acolhendo
e com um grande diferencial, agora
eles estão na Escola da Escolha.
UM MUNDO NOVO CHEIO DE
NOVIDADES E POSSIBILIDADES!

A chegada dos estudantes em uma nova escola é um momento que deve ser cuidado com
bastante atenção e carinho. Para os pequenos estudantes do 1º Ano será um momento de
muitas descobertas, novos espaços, uma nova rotina, o que pedirá de todos da Equipe Escolar
uma atuação com muita Pedagogia da Presença. Cada estudante que chega traz consigo
um turbilhão de sentimentos, talvez o medo do novo, a vontade de fazer novos amigos e,
com certeza, muita expectativa de que essa nova escola seja melhor que a anterior ou, se ele
continua na mesma Escola, que seja realmente diferente e que contribua para a sua vida de
maneira significativa. É muito provável que também tenha sido assim com você.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 29
1º Momento: Chegada dos estudantes

A primeira atividade do Acolhimento deve cumprir a missão


de ACOLHER DE FORMA CALOROSA a todos os estudantes,
COM SORRISO NO ROSTO E MUITA ALEGRIA. Por isso,
recomenda-se que seja feito um CORREDOR HUMANO no
qual os estudantes passarão e receberão muitas palmas.
Ao final desse corredor, o estudante deve ser orientado a ir
para o local (quadra ou pátio) onde ocorrerá a abertura.

Em seguida, os Protagonistas Acolhedores e os Professores


de Referência devem se posicionar no local onde será
realizada a apresentação oficial dos jovens aos estudantes e
dos objetivos do Acolhimento.

Essa apresentação é feita pela equipe da escola. No segundo


ano de vivência do Modelo na escola, estudantes egressos
das turmas de 5º ano já devem participar do apoio ao
Acolhimento dos estudantes menores, desde que tenha
sido realizada anteriormente sua formação. Sendo assim,
se esses estudantes estiverem presentes, devem ser
apresentados também.

O Jovem Protagonista Acolhedor que estiver como


o líder da escola, deverá apresentar-se aos estudantes
com nome e contar, brevemente, o que será
realizado durante os dias de Acolhimento.

30 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Como esta atividade pode ser para todos?

Verifique e planeje antecipadamente o local onde será feito o Corredor Humano,


observando se não há barreiras arquitetônicas que possam impedir a passagem de
pessoas com mobilidade reduzida (que utilizam cadeira de rodas, muletas ou outras
órteses ou próteses). Certifique-se da presença de estudantes com autismo e como
estes reagem à movimentação que o corredor de palmas pode causar (barulhos,
movimentação inesperada). Lembre-se que a Equipe Escolar é sua maior e melhor
parceira neste sentido.

Assim que todos estiverem reunidos no local onde será realizada a abertura do
Acolhimento, a Equipe Escolar fará a apresentação e dará as boas-vindas aos
estudantes. Orientamos que esse momento não ultrapasse 10 minutos. Em seguida,
os Professores Acolhedores deverão apresentar-se aos estudantes e relatar,
brevemente, o que será realizado durante o Acolhimento.

Agora o Acolhimento é com vocês!

Sejam EXEMPLOS DE PROTAGONISMO para as crianças que estão chegando à


Escola da Escolha.

2º Momento: Separação dos estudantes em turmas

Após a apresentação, no mesmo local, os Protagonistas Acolhedores começarão a


organizar todos os estudantes.

Nesse momento, eles farão:

• A distribuição de pulseiras coloridas aos estudantes. Cada


cor de pulseira relaciona-se a uma turma, um ano;

• A condução dos estudantes às salas de aula segundo


agrupamento previamente realizado que seguirá a cor das
pulseiras. Para isso cada Professor Acolhedor segurará uma
placa de identificação ou bandeira com a cor referente à
turma à qual relaciona-se a cor da pulseira. A saída às salas
de aula obedecerá por exemplo, a seguinte ordem:

- 1ª turma – 1º Anos / Verde

- 2ª turma – 2º anos / Amarelo

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 31
3º Momento: Pais e Responsáveis e estudantes para a sala de aula

Os Professores Acolhedores devem conduzir os Pais e Responsáveis e os estudantes


dos 1º e 2º anos para continuação do Acolhimento em seus espaços, nas salas de aula.

O professor responsável pela turma deverá fazer com que o percurso seja feito de forma
animada com os estudantes de mãos dadas com os Pais e Responsáveis. Em sala de
aula os Protagonistas Acolhedores devem dar as boas-vindas e convidá-los a conhecer
o espaço, os pais e responsáveis conhecerão a localização de seus filhos na escola. Os
Protagonistas Acolhedores deverão acompanhar todo o processo sempre motivando e
estimulando a curiosidade dos estudantes.

Em seguida, os Pais e Responsáveis são orientados a deixarem seus filhos na sala de


aula aos cuidados do Professor e Protagonista Acolhedor para o início das atividades.

Objetivos:

• Todo esse processo de chegada dos estudantes na escola,


o Acolhimento coletivo e encaminhamento às salas de aula
deverá durar em média 30 minutos, tendo o acolhimento em
sala de aula previsão de início às 08h00;

• Ao final deste momento, os professores devem orientar os


Pais e Responsáveis no sentido de conversarem com os
filhos em casa sobre a experiência do dia e comentarem dos
bons momentos vividos no novo espaço, que é a escola.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Verifique e planeje antecipadamente o caminho que as crianças irão percorrer até as


salas, observando se não há barreiras arquitetônicas que possam impedir a passagem
de pessoas com mobilidade reduzida, como já trabalhado na atividade anterior. Se
houver e forem irremovíveis (por exemplo, prédio em andares e sem elevador, corredor
com escadas ou degraus), planeje estratégias com a Equipe Gestora de modo que
todos possam participar.

32 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Na presença de crianças com deficiência é importante que os Professores Acolhedores
e estudantes acolhedores converse com cada um para saber qual a melhor forma de
atendimento às necessidades, eles são as melhores pessoas a sinalizar o que é melhor para
eles durante as atividades (forma de comunicação, forma de condução, entre outras).

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• A pessoa com deficiência visual receberá a pulseira da sala em que fará parte.
Importante dizer para a pessoa qual a cor da sua pulseira.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências,


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atente para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Respeite o


tempo de cada pessoa.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 33
8h | 2 - Uma Roda de Conversa - Muitas Descobertas (30 minutos)

A Roda de Conversa é um momento especial de encontro e esta primeira roda deve dar
início à apropriação desta prática cotidiana.

• O Professor Acolhedor reproduz num equipamento de som


uma música tranquila e solicita aos estudantes que formem
um grande círculo no meio da sala;

• Quando acomodados, o Protagonista Acolhedor e o professor


comentam da alegria da presença de todos e de poder iniciar
o ano novo na escola;

• O Professor deve se apresentar, falar que será a referência


para a turma até o final do ano e falar da nova escola, nova
turma, expectativas e novidades;

• Através de perguntas o Protagonista Acolhedor verifica o


que os estudantes observaram na nova escola, quais são as
novidades, o que chamou mais atenção e o que acharam.
Tudo isso deve ser realizado sob a forma de uma conversa
descontraída;

• Para esta primeira Roda de Conversa é importante estabelecer o


combinado para que lado a Roda vai girar e já convidá-los a
encontrar um mascote para a turma;

• A Roda não tem final, é sempre contínua e neste momento a


atividade seguinte começa.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Na presença de crianças com deficiência é importante que os Professores Acolhedores


e Estudantes Acolhedores conversem com cada um para saber qual a melhor forma de
atendimento às necessidades, eles são as melhores pessoas a sinalizar o que é melhor
para eles durante as atividades (forma de comunicação, forma de condução, entre outras).
A pergunta: “Como você prefere fazer esta atividade?” pode abrir bons caminhos.

Em todas as situações de Roda de Conversa, dessa e das demais atividades, verifique


as condições para que as crianças, especialmente com mobilidade reduzida, sentem no
chão. Será fundamental contar com o apoio do profissional especializado, que avaliará
tanto se a criança pode ficar sentada no chão, bem como a melhor forma para que se
movimente durante as atividades.

34 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Verifique antecipadamente com a Equipe Gestora se há profissionais de referência que
possam apoiar as pessoas com deficiência e se há Tecnologias Assistivas disponíveis e
como podem ser utilizadas no apoio à criança.

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o


arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover
Vida Independente e Inclusão.

Sabia mais em: http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html

Será importante garantir tempo para que as crianças conheçam e se apropriem no


espaço. Fale sempre pausado, com clareza e com tranquilidade, até que todas as
crianças se ambientem. Para tanto mantenha a comunicação acolhedora, clara e
objetiva, respeitando o tempo de cada um, respondendo perguntas e estando atendo
àqueles que podem precisar de apoio (para “fazer com”, nunca faça pela criança).

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Respeite o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a se
movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não faça pela criança.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como


podem ser utilizadas no apoio à criança;

• Sempre incluir a criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte a criança que ela está entrando numa sala onde será feita uma Roda de
Conversa. Colocando-se ao lado da criança, pergunte se ela concorda em segurar
no seu cotovelo para que seja guiada pela sala e, juntos, conheçam o espaço.
Informe que será um passeio rápido pela sala, porque logo começara a Roda. Uma

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 35
vez que a criança esteja segurando em seu cotovelo, pergunte a ela por qual lado
quer começar a conhecer a sala (se ela tiver noção de lateralidade, use direta,
esquerda ou frente, se não, peça que ela indique o lado e diga “vamos à esquerda”,
se foi essa a opção da criança). Ande pela sala, narrando a criança o que há nela:
armários, brinquedos, demais equipamentos. Pergunte se ela quer tocá-los e, se
ela quiser, respeite o tempo dela. Terminando o passeio pela sala, diga a criança
que terá início a Roda de Conversa e diga a ela onde será. Uma vez que a criança
esteja na Roda, localize verbalmente o que está a sua direita, esquerda e à frente.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Respeite o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a se
movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não faça pela criança.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar se há a presença de Guia-intérprete no caso de estudantes com surdo-


cegueira. Com relação a outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para
verificar a melhor opção de comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a
se movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não o faça pela criança. Não
pressione, mas comunique claramente o que e como será feito pelo grupo. Respeite
quando, eventualmente, a criança não quiser se integrar à Roda. Porém, sempre
a inclua na atividade, independente do espaço que ela escolheu ficar. Durante a
atividade, respeite o tempo da criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe
de acolhê-la, referenciar sua presença, de perguntar se quer participar, porém, de
forma natural, sem pressionar e sem colocá-la em evidência.

36 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
8h30 | 3 - Dinâmica: Conhecendo o outro (30 minutos)

E aí, como é a sensação de chegar


numa nova escola? É muita novidade
de uma vez!

Nesse momento, os estudantes já estão em suas salas de aula e ansiosos para ver o
que acontecerá. Como todo e qualquer encontro, tudo começa por uma apresentação.
É preciso levar em conta que muitos estudantes serão novos na escola e, dessa forma,
uma dinâmica de apresentação será bem-vinda. Essa atividade deve proporcionar um
sentimento de pertencimento ao grupo, que é muito importante para esse início.

Assim, seja solícito e agregador e respeite o tempo de cada estudante. Um sorriso largo
e um olhar sincero é sempre uma boa opção para começar uma aproximação. Esse é o
primeiro passo para que os estudantes percebam como é bom estar nessa nova escola!

Objetivos:

• Garantir um ambiente descontraído para a apresentação de


cada um do grupo;

• Favorecer a integração dos estudantes.

Material necessário:

• Aparelho de som;

• CD com música animada (ou celular com playlist e caixa de som) com
Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para crianças, etc.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 37
Desenvolvimento:

• O Protagonista Acolhedor convida a todos para se conhecerem


e explica como vai ser a dinâmica: Eu sou .... e você quem é?;

• O Protagonista Acolhedor solicita que os estudantes fiquem na


roda, mas neste momento, eles devem estar de pé. Na sequência
ele combina para que lado a roda irá girar e inicia convidando o
professor a fazer a sua apresentação, dando um pulo à frente
e dizendo: “Eu sou ... e você quem é?” O professor faz a sua
apresentação, dá um pulo para trás e convida um estudante ao
seu lado para dar continuidade;

• Ao final das apresentações o Protagonista Acolhedor pede


que deem as mãos e com uma música fazem uma brincadeira
de roda.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço. Por exemplo,
carteiras que dificultem a movimentação com cadeiras de rodas ou muletas devem
ser retiradas;

• Pergunte se à criança consegue se movimentar na Roda e se isso será prazeroso


a ela. Em caso de resposta negativa, pergunte a ela se gostaria que alguém a
apoiasse nesse movimento e, se a resposta for afirmativa, se ela concorda que
alguma outra criança a ajude (avalie se isso é possível, caso contrário, ofereça a
ajuda de um adulto);

• Em situações nas quais a mobilidade, mesmo com apoio, seja possa gerar risco à
pessoa com deficiência ou às outras crianças, faça a atividade sem movimentar o
estudante na Roda.

38 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como


podem ser utilizadas no apoio à criança;

• Sempre incluir a criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Se ela tem noção de lateralidade, diga a
ela claramente para qual lado a Roda irá girar (atenção para usar como referência
o local onde a criança está na Roda). Caso a criança ainda não tenha essa noção,
pergunte se ela concorda em segurar no cotovelo de outra criança (e, à outra
criança, pergunte se concorda em ser segurada pelo cotovelo), para ser guiada no
movimento da Roda.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças, se necessário.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a
se movimentar. Comunique claramente o que e como será feito pelo grupo, mas
não pressione a participação. Respeite quando, eventualmente, a criança não
quiser se integrar à Roda. Porém, sempre a inclua na atividade, independente do
espaço que ela escolheu ficar. Durante a atividade, respeite o tempo da criança e,
mesmo que ela não se envolva, não deixe de acolhê-la, referenciar sua presença,
de perguntar se quer participar, porém, de forma natural, sem pressionar e sem
colocá-la em evidência.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 39
9h | 4 - Dinâmica: Contrato de Convivência
- Eu, meus amigos e minha escola (30 minutos)

Já que exercitamos um pouco o APRENDER A SER, que tal começar


a exercitar o APRENDER A CONVIVER? Depois que todos já se
conheceram na dinâmica de apresentação, agora é o momento
de, coletivamente, todos assumirem um compromisso para que o
Acolhimento ocorra de maneira harmoniosa.
Para isso, será elaborado um Contrato de Convivência que deve
valer para o período em que estiverem convivendo nos dias do
Acolhimento. Procure proporcionar nesse momento uma sensação
de identidade e de pertencimento ao grupo. Todos vocês estão juntos
nessa! Comente a importância desse compromisso coletivo para a
melhor vivência entre vocês durante esses dias.

Objetivos:

• Estabelecer acordos coletivos de boa convivência;

• Estimular o sentimento de pertencimento do estudante no


grupo e na escola;

• Incentivar a compreensão da importância de todos para a aprendizagem


e integração, bem-estar e qualidade de vida;

• Contribuir para que os estudantes compreendam que nossas


ações, geralmente, dependem da colaboração de todos.

40 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Material Necessário:

• Hidrocor e lápis de várias cores;

• Cartolina na cor da turma;

• Tinta Guache de diferentes cores;

• Lápis piloto verde, vermelho e azul.

Desenvolvimento:

• Com os estudantes sentados em círculo, o Professor Acolhedor


deve estimular a fala dos estudantes fazendo perguntas
como: O que eu posso, vou fazer para que esta escola seja um
bom lugar para mim e para meus colegas? Como podemos
contribuir? O que devemos fazer para nossa sala de aula, nosso
grupo, ser harmonioso e agradável? Como devemos cuidar do
nosso colega e da nossa sala?;

• Fazer com que todos se envolvam na construção de um texto


coletivo, uma lista de combinados da turma, um “Contrato de
Convivência”;

• Em seguida o Professor Acolhedor explica que fará o registro


de tudo que eles estão falando e que este registro se tornará
o “Contrato de Convivência” da turma, salientando que todos
serão responsáveis para que tudo aconteça como todos querem,
como se propuseram e que todos estarão atentos para orientar
os colegas a respeito do que combinaram;

• Em círculo, os estudantes vão falando um por vez e o professor vai


realizando o registro. Pode ser no quadro, mas, posteriormente,
o trabalho deve ficar afixado na sala em papel grande (cartolina
na cor da sala) e com letras grandes para consulta constante dos
estudantes e do professor;

• Após a conclusão, com a participação de todos, deve-se


perguntar se o produto final foi coerente, se tem algo faltando
e como eles se sentiram contribuindo com a turma para
que todos se sintam bem e tenham uma boa semana de
aprendizagens na escola;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 41
• O Protagonista Acolhedor deverá pegar uma cartolina com a cor
da turma para o registro dos combinados e em seguida convidar
os estudantes a pintar sua mão direita para carimbar o Contrato
de Convivência sinalizando que está de acordo e que vai cumprir
os combinados da turma. Para começar, o Protagonista Acolhedor
deve ser o primeiro a colocar sua mão falando que vai cumprir
aquele importante contrato. Dessa forma, dará exemplo de como
deve seguir a atividade;

• O Professor Acolhedor deve falar que necessitamos da colaboração


de muitas pessoas para realizar um bom trabalho, ter uma
boa convivência, para conseguir nossas vitórias, assim como
necessitarão de seus colegas para conseguir realizar as atividades
desta primeira semana de aula nesta nova escola;

• Deve-se ressaltar que, para que este ano de aprendizagens


possa ser concluído de maneira satisfatória, devemos ter
responsabilidade, compromisso e cuidado com nossas ações,
devemos ser protagonistas para que tudo dê certo;

• Finalizar a atividade já convidando os estudantes a organizar


um Piquenique.

Observações: Sempre que o estudante não estiver cumprindo com o contrato, o


Protagonista Acolhedor deve lembrá-lo de que ele se comprometeu com o contrato
colocando sua mão direita como forma de juramento.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

42 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Sempre incluir a criança.

Pessoas com deficiência visual

• Contar para a criança como é o cartaz com os combinados e em qual local da sala
está afixado (lembre-se sempre de ir utilizando as referências espaciais que estão
sendo construídas desde o início do dia).

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Pode ser necessário modificar a forma de


apresentação do mesmo comando ou, ainda, repeti-lo, sempre de forma acolhedora,
procurando compreender o tempo da criança.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo;

• Atente para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Vale conversar
com ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a Equipe Escolar se há
informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante;

• Mesmo que tenha escolhido não participar ativamente, envolva a criança nas etapas
da construção do contrato, sem pressioná-la (o importante é não “esquecer” da
presença da criança na sala, não deixá-la segregada e, ao mesmo tempo, não
pressionar sua participação; nesse caso, mesmo que o indivíduo não queira participar,
é necessário manter um ambiente acolhedor e de não indiferença à sua presença).

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 43
9h30 | 5 - Piquenique (30min)

Objetivos:

• Integração da turma;

• Incentivar o compartilhamento de histórias e experiências;

• Aproximação dos estudantes com o professor em momento de


descontração;

• Desenvolver sentimento de coletividade e parceria.

Material necessário:

• Uma ou duas opções do lanche oferecido no cardápio da escola;

• Uma toalha ou tecido com bom tamanho que comporte o lanche e os


estudantes para forrar espaço para o piquenique, podendo também
ser mais de um tecido ou toalha para acomodar todos bem;

• Pratos, talheres, copos utilizados pela escola em suas refeições;

• Aparelho de som;

• CD com músicas animadas (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

• Com as crianças ainda na roda em sala de aula, o Professor


Acolhedor deve anunciar que o horário do lanche vai ser muito
animado, pois será um piquenique e que para esta atividade
será preciso contar com a colaboração de todos, antes e depois;

• O Professor Acolhedor deve estar com os materiais já disponíveis


em sala de aula para a preparação do piquenique;

• Planejar com os estudantes, ainda em sala de aula:

1) a escolha do espaço fora da sala de aula para o piquenique;

2) como organizarão e farão a arrumação do espaço;

44 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
3) Como será a saída da sala para lavar as mãos na Hora do Cuidar;

4) Quais serão os materiais necessários para o piquenique?

5) E depois, como recolherão tudo ao final da atividade?

• Os estudantes devem ser orientados a ajudar levando a toalha, o


som e o que for preciso para que todos lanchem e se divirtam juntos;

• Ao final do piquenique os estudantes são convidados pelo


professor, para fazerem uma Roda de Conversa. Neste
momento o professor pergunta se gostaram do piquenique e
lembra a todos o que foi combinado anteriormente na sala de
aula avaliando se tudo aconteceu como estava previsto;

• Em seguida, o professor convida todos para ajudarem na tarefa de


desmonte do cenário do piquenique para seguirem para o recreio.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço onde haverá
a movimentação. Por exemplo, caminhos com pedras, degraus, etc que dificultem a
movimentação com cadeiras de rodas ou muletas devem ser retiradas;

• Verificar se o espaço externo escolhido para o piquenique é acessível a todas as


crianças de forma autônoma; caso não seja, combinar alternativas com a turma,
sempre perguntando à criança com mobilidade reduzida se quer ser apoiada e aos
demais se querem apoiar;

• Eventualmente, o adulto fará o apoio, também perguntando à criança se concorda e


como quer ser apoiada.

• Apesar da possível existência de barreiras arquitetônicas, o enfrentamento e


superação destas é um exercício de empoderamento da pessoa com deficiência.
Sendo assim, aproveite possíveis situações para favorecer no grupo o conhecimento
das necessidades de cada um, as formas de ajuda e a disposição para a apropriação
do espaço por todos. Trata-se, então, de superar possíveis barreiras atitudinais
das pessoas e do contexto (descrença no outro, especialmente na pessoa com
deficiência, o que pode levar ao embotamento do desenvolvimento de sua potência).
As barreiras arquitetônicas existem; a questão é como nos colocamos diante delas.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 45
Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Nesse momento, você já sabe como
guiar a criança, oferecendo seu cotovelo e fazendo a narração dos percursos; será
importante narrar o que se vê no caminho até o local do piquenique, no próprio local,
e como estão dispostos os alimentos. Envolva a criança na disposição dos alimentos,
sempre sendo seu guia (mãozinha no cotovelo e comunicação ativa do que e como
se está fazendo, como são as coisas, as pessoas e os lugares).

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar a presença de Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a


outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de
comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Verificar antecipadamente possíveis restrições alimentares;

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança. Comunique claramente o que e como será feito pelo
grupo, mas não pressione a participação. Respeite se a criança não quiser comer
nesse momento. Porém, sempre a inclua na atividade. Durante a atividade, respeite o
tempo da criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe de acolhê-la, referenciar
sua presença, a perguntar se quer participar, de forma natural, sem pressionar e sem
colocá-la em evidência.

10h | 6 - Recreio (30 minutos)

• Após o Piquenique, os estudantes já podem ser liberados para


o recreio. É muito importante, sempre assegurar que antes eles
se alimentem e depois brinquem, há tempo para tudo;

• O recreio deve ser livre em todo o espaço da Escola.

46 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

• Antes do recreio, verifique as condições de autonomia da pessoa com deficiência nos


espaços escolares, se há cuidadores e como a Equipe Escolar está organizada para
atender cada um;

• Atenção para que o recreio não se torne um espaço de segregação. Também no recreio
devem ser garantidas as condições de apoio e inclusão a cada criança com deficiência.

10h30 | 7 - Tempo de Harmonização (15 minutos)

Objetivo:

• É tempo de parar, relaxar, respirar e se preparar para novo


momento de aprendizagem;

• Estímulo ao desenvolvimento de competências pessoais como


autoconsciencia, autoregulação, autocontrole.

Material Necessário:

• Aparelho de som;

• CD com músicas calmas (ou celular com playlist e caixa de


som), MPB para crianças, etc.

Desenvolvimento:

• Ao voltar para sala de aula, os estudantes devem ser recepcionados


com uma música calma para relaxamento e repouso. O Professor
Acolhedor orienta o descanso e harmonização com atividade lúdica.

10h45 | 8 - Roda de Conversa – Conhecendo, convivendo e aprendendo (15 minutos)

• Para o início desta nova etapa, na Roda de Conversa, fazer uma brincadeira de
Telefone sem fio com a frase: “Viva a minha Escola”;

• Após verificarem como ficou a frase final, conversar sobre a importância da


comunicação, da troca de informação, do saber ouvir o colega, de esperar o momento
para falar, aprender com o outro e de como é bom contar para os pais, familiares o que
está acontecendo na escola;

• Conduzir a conversa com perguntas estimulantes, buscando deixá-los confortáveis


para se expressar e valorizando sempre a participação e contribuição de todos;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 47
• Se na turma houver estudantes com deficiência, garantir que estes participem a partir
de suas especificidades de expressão e de comunicação;

• Utilizar o Mascote da turma para facilitar a comunicação da roda e combinar sempre


para que lado a roda vai girar.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Explique de que lado receberá a comunicação
e para qual lado deverá transmiti-la.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças. Apoiar a criança, explicando o que


e como será feito, inclusive no momento em que a comunicação chegar a ela. Faça
esse apoio de forma natural, acolhedora e respeitando o tempo do estudante.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar a presença de Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a


outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de
comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Explique o que e como será feito. Caso a criança escolha não participar, respeite seu
tempo. Inclua a criança em todas as falas coletivas durante a atividade;

• Se a criança escolheu participar, esteja atento à apoiá-la na recepção e transmissão da


informação do telefone sem fio, sempre perguntando a ela se necessita e se quer apoio.

48 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
11h | 9 - Dinâmica: O Barco (30 minutos)

E seguiremos com o pilar do


APRENDER A CONVIVER. Estudantes
recém-chegados aos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental, necessitam
desenvolver bastante a convivência
harmoniosa com os colegas. Essa
atividade, além de desenvolver
a convivência, irá estimular os
estudantes a pensarem em soluções
que objetivem o bem coletivo.

Será bastante divertido, mas não se


esqueça de refletir com eles ao final
o quanto é importante aprender a
conviver.

Objetivos:

• Aprender a dividir o mesmo espaço;

• Aprender a pensar em conjunto;

• Aprender a conviver;

• Desenvolver o sentimento de pertencimento ao grupo.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 49
Material necessário:

• Fita adesiva colorida – quatro rolos;

• Aparelho de som;

• CD com música animada (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

• O Professor Acolhedor demarca no chão da sala com as fitas


adesivas coloridas, quatro retângulos grandes para que caibam
todos os estudantes divididos neles;

• O Professor Acolhedor convida os estudantes para uma viagem


de barco, pergunta para onde eles querem ir e convida os
estudantes a olharem e imaginarem os retângulos no chão da
sala como barcos nos quais eles embarcarão naquele momento.
Explica como será a “brincadeira” e divide os estudantes em
grupos nos espaços marcados;

• Uma música animada (e em volume baixo para que todos possam


ouvir ao outro) será reproduzida e, em aproximadamente
03 minutos, o professor retira a fita adesiva referente ao 1º barco.
Alguns minutos depois, retira o 2º barco. Na sequência, retira o
3º barco, restando apenas um;

• Na medida em que os barcos vão sendo retirados pelo professor,


os estudantes devem se distribuir nos barcos restantes;

• Como um barco é muito pequeno para caber os estudantes, eles


precisarão encontrar uma maneira de estarem embarcados na
viagem, pois ninguém pode ficar à deriva;

• Caso se faça necessário, o professor deverá mediar os conflitos


à medida que aparecerem e lembrar sempre que todos devem
seguir viagem;

• Os estudantes devem ficar dentro do barco que restou o tempo


suficiente para que o professor promova uma reflexão com eles
sobre como estão dentro do mesmo barco, faça com que eles
observem a cena e peça para tirar uma foto deles, caso possua
um celular no momento. Finalizando a foto, todos devem
comemorar a chegada no destino e desembarcar;

50 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• O professor abre a Roda de Conversa e segue com os estudantes
perguntando:

1. O que eles acharam da atividade?

2. Como se sentiram na viagem?

3. O que foi que aconteceu durante a viagem?

4. Qual a maior dificuldade deles?

5. Foi fácil caber no mesmo espaço?

6. Como conseguiram resolver para caber todo mundo?

7. Qual a relação dessa atividade com a vida na escola ou com


a vida de cada um?

8. O que aprenderam com essa “brincadeira”?

• O professor conclui dizendo que é muito importante garantir


uma boa convivência na relação com as pessoas; que algumas
circunstâncias nem sempre são como queremos, mas que
o mais importante é ter o espírito de trabalho em equipe e se
esforçar para o bem comum.

Observações:

• No momento da finalização e conversa com os estudantes, as


perguntas devem seguir a ordem respeitando sempre o ritmo
e os conteúdos que demandarem maior atenção. Adaptar a
linguagem para favorecer o entendimento, sobretudo dos
estudantes do 1º ano;

• É importante que os retângulos sejam em tamanho adequado


para que ao final da atividade, todos caibam sem grandes
dificuldades tornando a atividade interessante e positiva, tendo
em vista que nessa faixa etária compartilhar espaços não é algo
tão simples;

• De preferência criar uma narrativa sobre uma viagem de barco


para envolver as crianças na dinâmica. Conte uma história, use
a criatividade e envolva os estudantes,por exemplo.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 51
“Era uma vez uma turma de amigos que queria fazer uma viagem
para uma ilha encantada no meio do Mar dos Sonhos, eles se
uniram e construíram quatro barcos para fazer a viagem juntos.
Todos se prepararam e começaram a viagem, o céu estava
muito claro, um bonito dia de sol, mas nuvens começaram a
surgir e veio uma tempestade, choveu muito, muitas ondas
balançavam os barcos, até que um dos barcos afundou. Os
amigos ajudaram e abrigaram em seus barcos todos que caíram
no mar. Todos juntos continuaram felizes, cantando e dançando
na viagem. De repente, uma grande onda veio e atingiu os
barcos. Por que essa onda surgiu se não estava chovendo? Era
uma grande baleia que veio ver o que estava acontecendo nos
barcos, que festa era aquela que também queria participar, mas
nessa animação toda as ondas balançaram mais os barcos e um
deles quebrou e começou a afundar. A baleia viu que não ia dar
para acompanhá-los, pois corria o risco de atrapalhar a viagem,
se despediu e foi embora. No mesmo instante os ocupantes
deste barco nadaram e foram para os dois barcos restantes,
mas não desistiram e seguiram viagem, já estavam próximos
de uma ilha encantada com muito verde e muitos pássaros. A
baleia seguiu seu caminho mar adentro e encontrou um grupo
de golfinhos muito agitados e felizes que estavam fazendo
festa pulando e mergulhando; contou o que havia acontecido
e os golfinhos não resistiram, ficaram curiosos e pulando e
cantando se aproximaram dos barcos. Acompanharam por um
bom tempo pulando e mergulhando ao lado dos dois barcos,
novamente agitação nas águas do mar, os dois barcos estavam
muito pesados, as ondas começaram a balançar, um dos barcos
começou a encher de água, pois havia batido em uma pedra que
estava no fundo do mar, e afundou. Já estavam bem perto da ilha,
os amigos que caíram no mar e logo nadaram para o único barco
que havia restado, todos se salvaram e a felicidade de chegar à
ilha encantada contagiou todos que viveram essa aventura.”

52 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço onde haverá
a movimentação;

• Verificar o tamanho dos “barcos”, considerando cadeiras de rodas e muletas, dentre


outros equipamentos assistivos;

• Na troca de “barcos”, retomar e revalidar as estratégias para mobilidade da


criança estabelecidas no início do dia (ver atividades “Roda de Conversa – Muitas
descobertas” e “Conhecendo o outro”).

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Nesse momento, você já sabe como guiar a
criança, oferecendo seu cotovelo e fazendo a narração do que e como está ocorrendo.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar a presença de Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a


outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de
comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança. Comunique claramente o que e como será feito pelo
grupo, mas não pressione a participação. Durante a atividade, respeite o tempo da
criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe de acolhê-la, referenciar sua
presença, a perguntar se quer participar, porém, de forma natural, sem pressionar e
sem colocá-la em evidência.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 53
11h30 | 10 - Hora do Cuidar (15 minutos)

Objetivo:

• Promover o desenvolvimento do autocuidado, da autoestima e


o entendimento da importância do cuidar de si mesmo para o
bem-estar e saúde do corpo;

• Adquirir hábitos saudáveis e compartilhar com os colegas e a


família.

Desenvolvimento:

• O Professor Acolhedor deve organizar os estudantes para a


saída da sala de aula em direção ao banheiro ou lavatório para
lavar as mãos antes do almoço;

• Os estudantes podem sair em duplas, de mãos dadas, em fila


indiana, em pequenos grupos, com a condução do Professor
Acolhedor;

• Em seguida, os estudantes seguirão para o refeitório.

11h45 | 11 - Almoço e Recreio (1h30 minutos)

13h | 12 - Hora do Cuidar (15 minutos)

Objetivo:

• Organizar momento para escovação, lavar as mãos antes de ir


para a sala de aula.

Desenvolvimento:

• Professor Acolhedor deve organizar os estudantes após o


intervalo para a volta à sala de aula, mas antes devem se
encaminhar em direção ao banheiro ou lavatório para lavar as
mãos e escovar os dentes;

• Conversar com os estudantes sobre a importância do hábito


saudável, do autocuidado, do bem-estar e da saúde.

54 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
13h15 | 13 - Tempo de Harmonização (15 minutos)

Objetivo:

• É tempo de parar, relaxar, respirar e se preparar para novo


momento de aprendizagem;

• Estímulo ao desenvolvimento de competências pessoais como


autoconsciencia, autoregulação, autocontrole;

• Material Necessário;

• Aparelho de som;

• CD com músicas calmas (ou celular com playlist e caixa de


som), MPB para crianças, etc.

Desenvolvimento:

• Ao voltar para sala de aula, os estudantes devem ser


recepcionados com uma música calma para relaxamento
e repouso. O Professor Acolhedor orienta o descanso e a
harmonização com uma atividade lúdica.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 55
13h30 | 14 - Dinâmica: Varal dos Sonhos (60 minutos)

Algumas pessoas acreditam que os sonhos são como uma “fumacinha”


que evapora em nossas mãos todas as vezes que tentamos alcançá-los.
Para esta atividade, vamos incentivar os estudantes a materializar seus
sonhos de forma que consigam vê-los como uma realidade palpável diante
de seus olhos. Sim, os nossos sonhos podem SER REAIS!

Mesmo eles sendo ainda muito pequenos e que alguns adultos ou


situações de vida os digam que sonhar não é importante. Além disso, essa
reflexão irá oportunizar que entendam as várias possibilidades de darem
os primeiros passos rumo aos seus sonhos.

Objetivos:

• Levar os estudantes a refletirem sobre seus sonhos;

• Estimular a expressão e registro de seus sonhos;

• Incentivá-los a traçar pequenas metas rumo ao sonho.

56 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Material necessário:

• Folha de papel A4 para representação dos sonhos – uma por


estudante;

• Lápis coloridos: hidrocor de ponta fina e ponta grossa, lápis de


cera fino e grosso, em quantidade suficiente para que todos
osestudantes possam usar;

• Pregadores de roupa – dois por estudante;

• Jornais e revistas que não estejam mais em uso, ilustradas com


figuras e imagens variadas – cinco revistas e cinco jornais.

Desenvolvimento:

• Em uma Roda de Conversa, o Professor Acolhedor deve contar


uma história (literatura infantil) que aborde o tema sonhos, e
com perguntas o Professor Acolhedor favorece o surgimento de
uma boa conversa;

• Seguindo uma dinâmica estabelecida, as crianças vão desenhar,


recortar, colar e ao final apresentar seu sonho para a turma;

• O professor deve formar grupos com quantidades iguais de


estudantes e entregar uma folha de papel A4 para cada estudante;

• Os estudantes serão orientados pelo professor a conversar com


seus colegas do grupo sobre o seu sonho, a buscar imagens
nas revistas para fazer uma colagem e/ou desenhar algo que
represente o seu sonho no papel que recebeu;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 57
• Quando todos finalizarem, o professor solicita que sentem em
círculo novamente para socializar o trabalho. Na Roda de Conversa
o Professor Acolhedor deve fazer as seguintes perguntas na
sequência:

1. Qual é o seu sonho?

2. Por que você tem esse sonho?

3. Você acha que é importante ter um sonho? Por quê?

4. O que nós podemos fazer para realizar um sonho?

• Concluído mais essa etapa, dar espaço para que alguns estudantes
que se sentirem à vontade apresentem o que fizeram, mostrando
os seus sonhos;

• Em seguida, os estudantes deverão ser colocados em fila para


pendurarem os seus sonhos em um varal que, preferencialmente,
ficará do lado de fora da sala;

• Quando todos os estudantes pendurarem os seus sonhos no


VARAL DOS SONHOS, no retorno à sala de aula, uma reflexão
deve ser feita novamente com todos sentados em círculo:

• Esse Modelo de escola só existe para apoiar o sonho dos


estudantes e a escola deverá criar todas as condições para
apoiar a construção do Projeto de Vida de todos;

• Explique, adequando à linguagem, que o planejamento é importante


para que eles possam realizar seu sonho, poder alcançá-lo.

Importante - O Varal dos Sonhos é a atividade que melhor simboliza o objetivo do


Acolhimento, é através dela que os estudantes expõem seus sonhos para que todos
vejam e, o mais importante, para que os educadores da escola vejam e se sintam
corresponsáveis por apoiarem os sonhos dos estudantes.

58 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Observação:

• Neste momento Professor Acolhedor e outros professores


especialistas (Arte, Educação Física, Música, por exemplo)
também devem participar de toda a dinâmica e serem os
primeiros a apresentar;

• Durante a atividade de registro do sonho no papel, o professor


deve circular na sala e orientar os estudantes em como
representar seu sonho;

• Importante neste momento, principalmente na turma de 1º ano,


falar sobre a conquista do aprender a ler e escrever, a ideia de
sucesso ao final do ano;

• Ao final do dia todo o material produzido deverá ser recolhido


e organizado (pelo Professor e pelo Protagonista Acolhedor e
entregue a Equipe Gestora) para sequência de trabalho nos dias
seguintes ao Acolhimento.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Observar as orientações para participação na Roda de Conversa (“Roda de Conversa –


Muitas descobertas” e “Conhecendo o outro”).

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer


uso. Alguns estudantes podem precisar de apoio para realizar a atividade por
completo. Se houver estudante cadeirante, o Varal deve ser colocado na altura dos
seus olhos, para que ele possa colocar seu sonho no varal de forma independente
bem como ver os sonhos dos demais (cuide para montar o varal de forma que seja
acessível às pessoas com mobilidade reduzida: altura, ângulo de acesso, espaço
para que a cadeira de rodas “entre” sob o varal, giro de muletas, dentre outros);

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 59
• Outras formas de deficiências físicas pedirão outras atitudes. Converse com o
estudante.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• Apoio para a execução. O estudante poderá narrar para o facilitador (pode ser um
estudante acolhedor) o que constará no papel (na descrição de seu sonho, bem como
das etapas para alcançá-lo). O estudante pode fazer todo esse processo em Braille,
sendo que o desenho ou recorte da imagem pode ser substituído por um texto.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Pode ser necessário modificar a forma de


apresentação do mesmo comando ou, ainda, repeti-lo.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências,


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo.
Vale conversar com o ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a Equipe
Escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.

60 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
14h30 | 15 - Dinâmica: Cápsula do Tempo/ Um bilhete para o futuro (60 minutos)

Esta atividade levará os estudantes


a projetarem quem eles querem ser
e o que esperam alcançar em um curto
espaço de tempo, visto que, como
são crianças, ainda não conseguem
se projetar por anos. Então ajudá-los
a terem uma visão do futuro é o seu
maior desafio, Professor Acolhedor!

Objetivos:

• Estimular o desenvolvimento da noção de tempo e sua relação


com a aprendizagem;

• Incentivar o desejo por conquistas pessoais;

• Estimular os estudantes a projetarem seus desejos e sonhos no


período de um ano.

Material necessário:

• Caixa de Sapato - uma unidade por turma;

• Fita de cetim grossa na cor da turma;

• Cola Gliter colorida;

• Papel crepom de diversas cores;

• Fita adesiva grossa - dois rolos;

• Fita adesiva fina colorida - seis rolos de diferentes cores;

• Folhas de papel A4 – uma por estudante;

• Tinta guache – uma caixa com potes de seis cores (contendo


preta e branca);

• Caneta hidrocor ponta grossa de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 61
Desenvolvimento:

Parte I: Elaboração da Cápsula do Tempo

• O Protagonista Acolhedor mostra a caixa aos estudantes e


diz que ela vai servir como uma guardiã do tesouro, que são
os desejos e sonhos de cada um deles. Os sonhos e desejos
ficarão guardados dentro dessa Cápsula do Tempo, que só
deverá ser aberta no início do ano seguinte por eles e pelo
novo Professor Acolhedor na semana de Acolhimento;

• Para elaborar a Cápsula, o Professor Acolhedor disponibilizará


ao final da atividade todos os materiais, como lápis coloridos,
cola glitter, fita de cetim, etc., para que os estudantes enfeitem
a caixa com a identidade da sala. Cerca de dez minutos são
suficientes para a finalização da Cápsula do Tempo.

Parte II: Elaboração do Bilhete para o futuro

• Antes de iniciar essa atividade o professor deve alinhar o


entendimento com os estudantes, remetendo-se sempre
às atividades desenvolvidas anteriormente, do que já foi
trabalhado em relação aos sonhos e desejos deles, lembrar
do Varal dos Sonhos e do que conversaram a respeito do que
temos que fazer para realizar nossos sonhos e desejos;

• O professor entrega para cada estudante uma folha de papel


A4 dividida ao meio. Numa metade da folha os estudantes
deverão fazer um desenho para eles mesmos mostrando
como se veem no futuro, o ideal é que eles se projetem em
um ano. Considerar sempre para a projeção no tempo, a
maturidade e o período de desenvolvimento da faixa etária
dos estudantes; o mais importante é que eles se projetem
positivamente no seu sonho e futuro;

• Os estudantes devem ser incentivados também a escrever.


Caso não estejam ainda dominando a escrita, será interessante
para o estudante, ao final do ano, verificar o nível de escrita e
sua evolução. O professor não deve interferir na forma de
registro do estudante;

62 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• Após os estudantes finalizarem o bilhete-desenho, o
professor deve orientá-los a colocar na cápsula do tempo,
dizendo que no ano seguinte deverão, com o novo professor,
abrir a cápsula e, juntos, avaliarem o que fizeram no ano
anterior observando o que está diferente, o que acham
que mudou, se seus pensamentos mudaram, se continuam
com os mesmos desejos e sonhos, o que aprenderam, o
que podem fazer melhor que antes. O professor deverá
estimular um momento de reflexão conjunta em relação ao
crescimento, desenvolvimento, conquistas e a relação têm
questões com a escola e aprendizagens realizadas;

• O professor já deve ter definido junto com os estudantes


o lugar que irá guardar a cápsula, de forma que tenham a
certeza que o acordo firmado de só abrir no outro ano será
respeitado.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Alguns estudantes podem fazer uso de comunicação suplementar e alternativa


pedindo que alguém seja escriba de seus textos.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• Caso o estudante utilize Braille, oferecer essa possibilidade de escrita, sempre que
possível. Ter reglete e punção (instrumentos para escrita Braille) e sulfite para que
ele registre autonomamente suas reflexões como os demais estudantes;

• Caso o estudante não seja usuário de Braille, um dos estudantes acolhedores


poderá assumir a postura de escriba apoiando o estudante na execução da tarefa.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 63
Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Aceitar desenho em detrimento à escrita se o estudante assim demonstrar


interesse. Pode ser necessário modificar a forma de apresentação do mesmo
comando ou, ainda, repeti-lo.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências,


verificar com a Equipe Escolar qual a melhor opção de comunicação com o
estudante;

• Pode ser necessário o apoio de um escriba.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo.
Vale conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar
com a Equipe Escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com
o estudante.

15h30 | 16 - Lanche(15min) + Recreio (15 minutos)

16h00 | 17 - Tempo de Harmonização (15 minutos)

16h15 | 18 - Roda de Conversa - Um novo tempo e uma nova escola


para todos (15 minutos)

• Encerrando as atividades do dia, o Professor pede que todos


sentem na Roda, e em uma conversa animada avalia com os
estudantes as atividades do dia e faz as recomendações para o
dia seguinte;

64 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• A ideia é refletir com os estudantes sobre a importância de
fazerem eles mesmos a Escola dos Sonhos. Que uma escola
não é feita só de paredes e salas de aulas, é feita por eles, os
estudantes. Então, de que maneira eles irão agir para contribuir
na construção de uma boa escola;

• Importante falar que nesta semana de Acolhimento todos os


estudantes estão vivenciando com seus professores e colegas
de turma atividades como as que eles viveram porque estamos
começando um novo tempo, uma nova escola?

• O professor pergunta o que acharam das atividades do dia,


como se sentiram, o que mais gostaram e também do que não
gostaram, pontuando o que pode melhorar e o que gostariam
que acontecesse novamente;

• Importante o incentivo para contarem para os pais tudo que


descobriram neste primeiro dia de aulas na Escola da Escolha.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Observar as orientações para participação na Roda de Conversa (“Roda de


Conversa – Muitas descobertas” e “Conhecendo o outro”).

16h30| 19 - Final Acolhimento com entrega dos estudantes aos Pais e Responsáveis

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 65
2o DIA

ATIVIDADES DO SEGUNDO DIA

7h30 | 20 - Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo (30 minutos)

O ritual de Acolhimento nesse segundo dia será desenvolvido com a recepção calorosa
no pátio ou espaço aberto da Escola;

• Os Professores de Referência e os Professores Acolhedores, deverão se posicionar


em um local aberto com algum adereço ou placa indicando o nome da turma para
que os estudantes identifiquem, se desloquem e se agrupem;

• Para essa atividade os Protagonistas Acolhedores deverão auxiliar na entrada dos


estudantes e no direcionamento das crianças até os seus professores;

• A proposta é que os Protagonistas Acolhedores junto com o(a) Gestor(a) transmitam


o Bom Dia à todos e façam uma atividade divertida. A ideia é dar comandos como
na brincadeira “O Sr Rei mandou dizer...”: olha a chuva, passou (colocar a mão na
cabeça); aperte a mão do colega; faça silêncio; grite bem alto. Outras brincadeiras
podem ser feitas, a depender da quantidade de estudantes e o tamanho do espaço.
Terminar essa atividade desejando que todos divirtam-se com seu professor e seus
colegas;

• Os estudantes deverão a partir daí seguir para as salas com os respectivos


professores e Protagonista Acolhedor.

Observação: No local deve estar disponível para o PA um microfone e uma caixa


amplificadora para realizar a atividade.

8h | 21 - Roda de conversa – O que vimos, descobrimos e sentimos?


– Agenda do Dia (30 minutos)

Objetivos:

• Integrar e preparar para um dia de atividades;

• Diminuir ansiedades e receios para o novo dia;

• Comunicar e verificar sentimentos referentes ao primeiro dia


em Tempo Integral.

66 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Material necessário:

• Cinco folhas de papel grande (aproximadamente 60 cm X 150


cm - papel kraft ou similar);

• Lápis e giz de cera de várias cores em quantidade suficiente


para todos os estudantes;

• Piloto grosso - verde, vermelho e azul em quantidade suficiente


para todos os estudantes;

• Aparelho de som;

• CD com música animada (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

Parte I:

• Recomenda-se fazer uma brincadeira cantada ou cantar uma


música, uma ciranda, uma cantiga de roda com os estudantes
com o objetivo de integrar e preparar para um dia de atividades;

• Os estudantes tomam seus lugares em círculo na primeira Roda


De Conversa do início do dia e o professor abre o momento
de escuta para as manifestações dos estudantes sobre o dia
anterior na escola e em casa;

• É a hora da conversa, da novidade, da fala individual, de escutar o


outro. Também é o momento de descontrair e se preparar para o dia
de trabalho, planejando e organizando juntos as etapas da rotina;

• O Professor pergunta para cada estudante: O que viu? O que


descobriu? O que sentiu?

• Estimular que respondam essas perguntas levando em consideração


as atividades que vivenciaram, lembrando os conceitos trabalhados,
valores e sentimentos, relacionando com os momentos em que
ajudaram os colegas. Eles se sentiram felizes? Foram solidários? As
atividades foram divertidas?

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 67
• Em um papel grande no meio da roda o professor escreve as
palavras que surgem da fala dos estudantes em letras grandes e
coloridas e, ao final, faz a leitura remetendo o que apareceu em
comum na fala de todos, retomando que os desejos e sonhos
de todos podem ser realizados e que a escola e todos que estão
nela podem ajudar;

• Em seguida o professor deve realizar com os estudantes: a


identificação de quem está presente; a identificação de quem
faltou; qual é o dia da semana; o que se vai fazer durante o dia;
com quem o grupo vai trabalhar; como está o tempo; qual será a
tarefa do dia; do que se vai brincar; jogar; aprender, etc;

• O professor deverá fazer uma pequena introdução do que vai


acontecer durante todo o dia e deve estimular a fala das crianças
e conversar sobre este dia que está só começando na escola. O
que eles imaginam que vai acontecer?;

• O que eles esperam aprender neste novo dia na escola e fazer


uma conexão com a escola que ele desenhou no primeiro dia,
os sonhos, a cápsula do tempo, bem como todas as atividades
realizadas;

• Sobre um outro papel grande, o professor deve escrever as palavras


que surgiram da fala dos estudantes sobre as expectativas para
este novo dia na escola em letras grandes e coloridas.

Parte II: Agenda do Dia

• Neste segundo dia, será incorporado mais um elemento da rotina


diária, a Agenda do Dia;

• Neste momento de conversa inicial, o professor explica em linhas


gerais o que é uma Agenda e sua importância para a organização
do dia de trabalho de todos;

• Em seguida, o professor separa um espaço no quadro ou em


papel grande, para que fique visível a todos, e vai registrando
com a ajuda dos estudantes o que vai acontecer durante este
dia de trabalho;

68 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• É importante que a sequência de atividades esteja bem definida
destacando os momentos em sala e momentos fora da sala de
aula, inclusive com os horários;

• Durante a conversa é muito importante fazer perguntas sobre


o antes e o depois de cada atividade para trabalhar a noção de
tempo;

• Após a finalização do registro com todas as informações,


assegurar que todos vejam, consultem e acompanhem como
será desenvolvido o dia na Escola.

Observações:

• Como os estudantes são ainda pequenos, verificar se estes


compreenderam os comandos e entenderam o que será
trabalhado ao longo do dia;

• Os referenciais para a construção da ideia de tempo nesta etapa


do trabalho serão o tempo do lanche, do almoço, da brincadeira
da tarde, no final do período, momento de ir para casa;

• Como será rotina diária, o ritual de acolhimento será desenvolvido


com a recepção respeitosa e confortante do professor que neste
segundo dia, se possível, terá o apoio do professor de Educação
Física, Música ou Artes, além do Protagonista Acolhedor. Por
apoio dos professores especialistas entenda-se que participam
da preparação das atividades.

Neste momento o professor comunica que terão uma culminância e que precisarão
apresentar para as outras turmas o que descobriram, viram, sentiram e construíram
juntos. Iniciar uma coleta de ideias com os estudantes.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 69
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

• Observar o conjunto de recomendações do primeiro dia, mantendo o apoio e


valorizando o caminho percorrido.

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso foram identificadas e


incorporadas. Abertura e acolhimento continuam em pauta;

• Barreiras arquitetônicas e atitudinais foram identificadas e movimentam o


planejamento das ações com vistas à sua superação ou à elaboração de percursos
alternativos que garantam a inclusão.

Pessoas com deficiência auditiva

• Intérprete de Libras já está incorporado como apoio à criança;

• Equipamentos assistivos foram disponibilizados (se possível) e estão em uso;

• Formas de apoio à criança estão sendo construídas por todos.

Pessoas com deficiência visual

• A criança já está mais apropriada do espaço e sente-se segura com o apoio recebido;

• Formas de apoio entre as crianças já estão em construção; adulto mantem-se como


referência;

• Utilização de linguagem Braille, se houver, já está em incorporação nas atividades.

Pessoas com deficiência intelectual

• A melhor forma de comunicar para a compreensão da criança está mais clara para
o adulto;

• Já há iniciativas de colaboração entre as crianças, que são favorecidas pelo adulto.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira está incorporado e atua no apoio;

• Equipe Gestora mobiliza profissionais especializados e o apoio necessário já está


estabelecido.

Pessoas com autismo

• Ritmo da criança é melhor compreendido pelos adultos; algumas iniciativas de


participação podem ser sentidas e são valorizadas pelos adultos, que as tratam com
naturalidade, sem expor a criança;

• Busca de aproximação e inclusão, no ritmo da criança e com acolhimento, continuam


em curso.

70 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
8h30 | 22 - Preparação para a Culminância (60 minutos)

9h30 | 23 - Lanche (15minutos) + Recreio (15 minutos)

10h | 24 - Tempo de Harmonização (15 minutos)


e continuação de preparação para culminância

10h30 | 25 - Culminância

Esse é mais um momento de singular importância no


início da Escola da Escolha: é hora de mostrar a todos
da escola que VALE A PENA SONHAR! Durante a
Culminância os estudantes precisam se sentir motivados
e alegres pelas boas expectativas por essa nova Escola,
apresentando com entusiasmo o que vivenciaram e
aprenderam durante as atividades do Acolhimento. Seja
um instrumento motivador de seu grupo, incentive-os
com palavras de encorajamento e elogios sinceros sobre
a importância do que foi construído ao longo desses dias
que vocês passaram juntos!

A Culminância não é uma simples apresentação dos estudantes. Ela é um dos momentos
mais importantes do Acolhimento porque nele os estudantes terão a oportunidade
de exibir o que foi vivenciado e, aprendido durante a realização das dinâmicas, e
respectivas atividades e reflexões, bem como de expressar para a comunidade escolar
as suas expectativas e de comose sentem diante do desafio da nova escola, dos novos
amigos, dos novos professores, dos novos aprendizados.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 71
É durante as apresentações da Culminância que os estudantes “contarão” para a
Equipe Escolar o que viram, descobriram e sentiram no Acolhimento, quais são seus
SONHOS e como esperam que a escola os apoie na sua realização.

Neste momento, a Equipe Gestora e todos os educadores que fazem parte da Equipe
Escolar são convidados pelos estudantes a assistirem as apresentações para que
possam conhecer as suas expectativas e assim, enquanto equipe, possam desenvolver
estratégias e ações de apoio a CADA ESTUDANTE.

A Culminância será realizada de acordo com o que cada turma desejar apresentar para
todos a partir das atividades realizadas durante o Acolhimento. A turma deve planejar
junto com o professor.

Ao final das apresentações, todos de pé deverão bater palmas para as crianças.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• A recomendação para a participação plena de todos deve considerar as orientações,


conversas e escutas feitas juntamente com os estudantes com deficiência durante
todas as atividades realizadas anteriormente, e as recomendações aplicadas ao
longo deste Caderno;

• É fundamental garantir a participação equânime das crianças, de acordo com suas


vontades, potencialidades e protagonismo. Deve-se cuidar para não colocar a
pessoa com deficiência em destaque ou em condição secundária: deve-se garantir
que seja tratada como todas as demais, respeitada suas diferenças, peculiaridades
e necessidades;

• Mais uma vez, é importante verificar as condições de acessibilidade para o espaço


onde ocorrerá a Culminância, bem como as possíveis barreiras arquitetônicas nele
existentes.

11h30 | 26 - Almoço

13h | 27 - Final do Acolhimento para as turmas dos 1º e 2º anos

72 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
CULMINÂNCIA

Seguem abaixo algumas sugestões para enriquecer as apresentações:

Sugestão 1

• A atividade resultado da última Roda de Conversa do dia pode ser utilizada como
um exemplo de apresentação da turma. A atividade em que Professor Acolhedor
escreveu em letras grande e coloridas em um cartaz as palavras que surgiram da
fala dos estudantes sobre as expectativas em relação a nova escola e novo dia de
trabalho;

• A ideia é que ao menos dois ou três estudantes leiam as palavras do cartaz gigante.
Nele estão expressos os sentimentos deles com respeito ao Acolhimento;

• Reforce que uma escola dos sonhos para se tornar real dependerá do esforço de
todos.

Sugestão 2

• Cada estudante entrará no local da apresentação com uma balão colorido na mão
contendo palavras e frases inseridas no momento de preparação para culminância.
Durante a apresentação eles estouram o balão no palco, se divertindo, se
movimentando, e então, uma ou duas crianças deverão pegar os papéis no chão e ler
para o grupo o que tem escrito;

• A ideia é deixar uma mensagem final, que aponte o que eles aprenderam nesses
dois dias e o que eles esperam da Escola. Exemplo: Na nossa escola... aprendemos
coisas novas, a descobrir o mundo, a brincar e aprender.

Sugestão 3

• Todos os estudantes em sala de aula, no momento de preparação da culminância,


deverão preparar suas próprias máscaras (uma ideia seria as máscaras com o
desenho do contorno da mão). Na apresentação eles entrarão com as máscaras
no palco;

• Uma criança poderá apresentar o que significam as máscaras, por que estão de
máscara, pois antes eles não conheciam os colegas e depois do acolhimento todos
conhecem os que fazem parte da escola;

• No momento todos os estudantes tiram as máscaras e sinalizam que reconhecem


seus colegas de escola, se veem e cuidam do um dos outros;

• Interessante que expressem como estão vendo a Escola, se está legal, alegre, cheia
de novidades, e que entenderam que devem cuidar do espaço que é de todos;

• Aqui o Pilar do Conviver pode ser tomado como referência.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 73
Sugestão 4

• Todos os estudantes, no momento de preparação para a culminância, devem


escolher palavras, uma frase, um pequeno poema, para que uma das crianças fale
em nome da sala;

• Os demais estudantes deverão entrar com cartazes grandes para que todos que
estiverem assistindo à apresentação, possam ler;

• A ideia é aqui reproduzir um varal dos sonhos, só que em tamanho gigante.

Sugestão 5

• Cada um dos estudantes, no momento da preparação da culminância, fará um


avião de papel em dobradura;

• Além dos aviões individuais, a ideia seria levar um avião gigante em nome da turma;

• No momento em que estiverem no local da apresentação uma criança falará sobre


o que as atividades do acolhimento os fizeram ver, sentir e sonhar;

• A ideia aqui é usar o avião como algo simbólico, que indique que todos podem
sonhar e que, voar alto é necessário para ir em busca dos sonhos;

• Por último uma criança soltará o avião gigante e todos falarão juntos: “nunca deixem
de sonhar”.

MAIS INFORMAÇÕES

Tipo de suporte Em que momento Funções

Nas atividades em que for


Guia- Descrever, guiar e facilitar
necessário o apoio para
intérprete a execução das atividades.
pessoas com surdo-cegueira.

Nas atividades em que for Guiar e prestar total atenção no que


necessário o apoio para pessoas for necessário para o estudante.
Cuidador com múltiplas deficiências, como Auxiliar a pessoa com deficiência
pessoas com paralisia cerebral, em ações de vida diária como
surdo-cegas entre outras. alimentação, higiene e locomoção.

Descrever tudo o que for feito


Nos vídeos e atividades
durante as atividades e auxiliar
em que for necessária a
Intérprete nos momentos em que o
intervenção comunicativa
estudante necessite participar
para os estudantes.
ativamente das atividades.

PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA:

Para possíveis formas de comunicação (incluindo os registros feitos nas várias atividades)
que os estudantes possam fazer uso. Se houver um cuidador, pedir orientação de como
conduzir/movimentar a criança durante a atividade.

74 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Semana Pós Acolhimento dos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental 1o ao 5o Ano
A Semana Pós Acolhimento tem como principal finalidade aproximar cada vez mais
o estudante de sua escola e apoiar na construção e fortalecimento de um vínculo
positivo com a vida escolar. Para isso foram pensadas atividades complementares para
dar prosseguimento ao Acolhimento vivenciado na semana anterior, com o objetivo
de levar os estudantes a se apropriarem do espaço da escola, entendendo que fazem
parte de um grupo de pessoas que estão juntas buscando aprender e crescer. Tendo o
Professor de Referência como guia, os estudantes serão levados a conhecer a escola,
os ambientes de aprendizagem e todos os espaços educativos que a partir de agora
farão parte de sua rotina diária.

As atividades que seguem descritas neste material precisam ser realizadas na semana
seguinte ao Acolhimento, isto é, a segunda semana de funcionamento da escola.
O Professor de Referência da turma será o responsável pelo planejamento e execução
das atividades. A Coordenação Pedagógica deve, antecipadamente, assegurar os
materiais necessários e a organização dos horários para as atividades, principalmente
aquelas que demandarão uma maior articulação com os espaços da escola, e outros
atores importantes que serão convidados a participar.

Ao final da semana a escola terá em cada sala de aula uma Árvore dos Sonhos contendo
todos os sentimentos, expectativas e desejos dos estudantes para a escola, um rico
bosque recheado de afeto e muitos frutos.

RESUMO DAS ATIVIDADES

Tempo Estimado Atividades Onde

Atividade 1: Conhecendo a minha escola


Duas aulas
Parte 1 – Conhecendo a minha sala de aula Espaços
sequenciadas
Parte 2 – Um passeio na minha escola da Escola
de 50 minutos
Parte 3 – O que vimos, descobrimos e sentimos?

Duas aulas
Atividade 2: Eu sou uma folha dessa Árvore Ambiente externo
sequenciadas
chamada Escola e Sala de Aula
de 50 minutos

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 75
ATIVIDADES

Atividade 1: “Conhecendo a minha Escola”

Objetivos:

• Oportunizar aos estudantes conhecer e se apropriar dos


Espaços Educativos da escola;

• Estimular o sentimento de pertencimento aos Ambientes de


Aprendizagem;

• Proporcionar o reconhecimento dos espaços e das pessoas que


farão parte das conquistas daquele ano;

• Incentivar a identificação dos estudantes com os Espaços


Educativos e Ambientes de Aprendizagem;

• Gerar o entendimento de que para termos uma boa escola


precisamos da colaboração de todos;

• Favorecer o compartilhamento de ideias e a troca de impressões


sobre o que viram e descobriram;

• Oportunizar a expressão dos sentimentos envolvidos durante


toda a atividade e sua relação com os espaços da escola.

Material necessário:

• Papel ofício A4;

• Aparelho de som (ou celular com playlist e caixa de som);

• Música animada, uma cantiga de roda, uma música do folclore


ou artista local, MPB para crianças;

• Lápis de cor, giz de cera, hidrocor de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes;

• Fita adesiva (02 rolos) para a confecção de mural ou barbante


com prendedores para a confecção de um varal com os
desenhos dos estudantes.

76 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Parte 1: “Conhecendo a minha sala de aula”

Desenvolvimento:

• Sentados em círculo no chão da sala de aula, na primeira Roda


de Conversa da manhã, o(a) professor(a) deve convidar os
estudantes a conhecerem o local que será utilizado por eles
durante todo o ano. Explicar que este local foi preparado para
momentos de aprendizagem e muita descoberta, que espera
que eles gostem e que está muito animada com as novidades e
com tudo que podem fazer juntos naquele espaço;

• Professor(a) propõe que os estudantes andem pela sala de


aula e explorem bem o espaço, prestando atenção em tudo:
mobiliários, os “cantinhos” de leitura, descanso, os materiais,
o que tem exposto, a organização dos diferentes espaços, etc;

• O(a) professor(a)orienta que, enquanto eles andam pela sala,


estará tocando uma música animada, quando a música parar
todos devem parar e voltar a sentar em círculo;

• Ao final da atividade, já em círculo, o(a) professor(a) pede


para que conversem com o colega do lado sobre o que viram
e mais gostaram, em seguida solicita que cada estudante fale
a respeito do que achou mais legal, o que observou de novo
para todos;

• Ao final, o(a) professor(a) convida os estudantes para organizar


seus objetos nos armários, escolherem um lugar para sentar
nas carteiras organizadas em círculo ou semicírculo.

Observação:

• Professor(a) deve orientar quanto à escolha e arrumação dos


armários e intervir quando necessário;

• A organização dos lugares dos estudantes em sala de aula em


formato de círculo ou semicírculo promoverá a comunicação
direta, uma atenção mais focada em um único ponto, o(a)
professor(a), ou multifocada, considerando a interrelação
entre todos.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 77
Parte 2: “Um passeio na minha escola”

Desenvolvimento:

• Em uma Roda de Conversa o(a) professor(a) introduz as


novidades sobre o tempo integral e convida os estudantes para
um passeio pela escola para conhecer os espaços coletivos;

• Antes de sair da sala, o(a) professor(a) conversa com os


estudantes fazendo algumas recomendações sobre os espaços
e como devem se comportar durante o passeio, fazem acordos
e combinados importantes para que o passeio aconteça com
tranquilidade respeitando quem está trabalhando e estudando;

• Para iniciar o passeio faz uma brincadeira de roda e segue


conduzindo a turma pelas dependências da Escola, em fila de
mãos dadas ou com as crianças em duplas de mãos dadas;

• Ao chegarem nos espaços o Professor de Referência comenta


sobre a importância do espaço, explica o que acontece lá e quem
trabalha para fazer da escola um lugar legal para os estudantes.
Os estudantes, então, são apresentados pelo o(a) professor(a)
para as(os) merendeiras(os), a bibliotecária(o), o porteiro(a),
aos responsáveis do Pátio, aos funcionários da limpeza, aos
funcionários da Secretaria, o Gestor(a), os Coordenadores(as)
Pedagógicos(as) e Articuladores(as) de Aprendizagem;

• Os estudantes devem ser incentivados a cumprimentar a todos


e agradecer a acolhida e recepção;

• A Biblioteca, a Sala para Estar, a Sala de Recursos (caso a


escola tenha), os espaços de lazer, a quadra, a Brinquedoteca,
o Ateliê Criativo, devem ter um tempo maior de permanência
para a turma, no tour, poder explorar e descobrir, observando e
fazendo perguntas;

• Após o percurso completo, todos voltam para sala de aula.

Observações:

• Em cada espaço visitado, a equipe, os funcionários devem


receber calorosamente a turma e ter sua apresentação
organizada e estruturada previamente;

• Cabe à Coordenação Pedagógica organizar os detalhes do tour.


É importante planejar o roteiro das saídas das turmas para a
atividade, o tempo e a sequência de visita aos espaços deve ser
programada previamente.

78 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Parte 3: “O que vimos, descobrimos e sentimos?”

Desenvolvimento:

• Ao voltar para sala de aula, o professor convida os estudantes


para uma Roda de Conversa para conversar sobre o que viram,
descobriram e o que sentiram;

• Por meio de perguntas que estimulem a participação dos


estudantes, com o apoio do mascote da turma, fazer a roda
girar para assegurar que todos tenham oportunidade para falar,
se expressar;

• Em seguida o(a) professor(a) solicita aos estudantes que


façam um desenho sobre sua escola, incentivando a troca e
compartilhamento de ideias;

• Ao finalizar o desenho, as crianças devem ser estimuladas a falar


para todos o que desenharam e porque escolheram desenhar,
e em seguida, todos colaboram com a professora para fazer
um mural ou um varal com os desenhos na sala de aula ou no
corredor da escola.

Atividade 2: “Eu sou uma folha dessa Árvore chamada Escola”

Objetivos:

• Levar os estudantes a refletirem seu papel na própria vida e na Escola;

• Trabalhar noção de parte e todo;

• Sentimento de pertencimento ao grupo e à escola;

• Valorização do trabalho coletivo e fortalecimento do vínculo


de amizade.

Material necessário:

• Cópias impressas de modelos de folhas e frutos em folha de


papel ofício A4 – dois por estudante;

• Lápis de cor, giz de cera, hidrocor de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 79
• Aparelho de som (ou celular com playlist e caixa de som);

• Músicas infantis, Cantigas de Roda, músicas do folclore local,


MPB para crianças, etc;

• Materiais para confecção de grande árvore como folhas de


papel kraft, EVA, jornal, materiais recicláveis, folha de flip, papel
pardo, madeira e outros.

Desenvolvimento:

• Iniciar a atividade em espaço aberto, externo à sala de aula e


de preferência perto de uma árvore. Convide os estudantes a
observar uma árvore, suas partes, suas características, sua
beleza. Cante com os estudantes músicas que falem de árvore,
frutos e folhas, façam uma brincadeira cantada estimulando a
participação de todos. Sugestão: “Árvore da Montanha”;

• Em seguida, em uma Roda de Conversa em sala de aula, fazer


uma reflexão sobre o que compõe uma árvore, o que observaram
na atividade anterior. Converse e estimule os estudantes a
refletirem sobre as partes que compõem uma árvore (raízes,
tronco, folhas, flores, frutos ...) e faça as seguintes perguntas:

√ E se essa árvore fosse nossa escola? (comente sobre o que


compõe a Escola – Gestor, estudante, professor...)

√ O que você seria nessa árvore? Qual parte você queria ser?
(estimular para que todos participem da conversa)

√ E vocês são importantes nessa escola? A escola é importante


para você?

√ O que deve ter na Escola para ser a Escola dos seus Sonhos?
(a ideia é estimular e autorizar o sonho de todos, todos
podem sonhar, desejar e imaginar essa escola).

√ E você tem sonhos? Qual é o seu sonho?

• Separar os estudantes em pequenos grupos para proporcionar


um trabalho coletivo dividindo no mesmo espaço, mesas
agrupadas ou espaços demarcados no chão.

80 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
• Antecipadamente o professor deve ter planejado a confecção
de uma árvore grande para sua sala de aula. Com as partes da
árvore previamente preparadas pelo professor (raízes, tronco,
galhos, etc), este deverá convidar os estudantes para fixar em
uma parede da sala e juntos confeccionarem uma árvore dos
sonhos. Motivar os estudantes refletindo sobre o que está
faltando na árvore, como ela pode ficar mais bonita, como ela
vai contribuir para a escola ser a escola dos sonhos e como cada
um vai contribuir para isso acontecer.

• Entregar uma folha de árvore recortada em papel tamanho


ofício (material previamente preparado pelo professor,
conforme modelo enviado pelo ICE) para cada estudante e
pedir para pintarem e colocarem seus nomes e seus sonhos.
Caso não consigam ainda escrever o nome, a professora
apoia por meio do estímulo para a escrita respeitando como o
estudante consegue representar seu nome. Importante deixar
os estudantes à vontade, sugerindo inclusive que desenhem
o que gostariam de representar, garantindo que a folha tenha
espaço para o desenho e nome do estudante.

• Após toda a produção coletiva o professor pede para que


os estudantes coloquem suas folhas para compor a árvore
celebrando a beleza do trabalho realizado por todos.

• Em seguida, o professor reflete com as crianças o que pode ter


mais na árvore e faz relação com o que as crianças responderam
que deveria ter na Escola dos seus Sonhos.

• Entregar o desenho de frutos, passarinhos, flores, para serem


pintados, ou solicitar que as crianças desenhem e pintem o
que deve ter na árvore da turma. Em seguida, os estudantes
escrevem com a ajuda da professora nos desenhos as palavras
que transmitam o que sentiram e o que desejam na Escola.

• A árvore pode continuar sendo decorada por eles com desenhos


de frutos, mais folhas, raízes e bichinhos. Esta árvore ficará
exposta na sala e deverá ser renovada sempre que sentirem
necessidade de alimentá-la com novos sonhos e desejos.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos 81
A parte que vem depois!

Chegamos ao fim do Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis


e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos.

Esperamos que ele tenha contribuído para enriquecer a sua formação como protagonista
e promissora liderança. Também desejamos que você tenha muitas experiências, histórias
para contar e seja muito bem-sucedido junto aos seus colegas.

82 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 1º e 2º Anos
Caderno do
Acolhimento
da Equipe Escolar,
Pais e Responsáveis
e Estudantes
Ensino Fundamental
Anos Iniciais - 3º ao 5º ano
Realização

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO

PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães

EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto

CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Coordenação: Johanna Faller e Thereza Barreto
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Renata Campos, Romilda Santana e Thereza Barreto
Leitura crítica: Cássia Moreira e Renata Campos
Revisão Ortográfica: Cristiane Schmidt
Diagramação: Luciano Cosmo
Edição de Texto: Ismaela Silva

INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO


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1ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”

2 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Olá, Professor Acolhedor!

Pode nos chamar de Jovem Protagonista (JP). Fomos estudantes da Escola da Escolha.
Nesses dias de Acolhimento você será um Professor Acolhedor e caminharemos juntos
rumo ao sucesso da supermissão que nos foi dada: apresentar as várias oportunidades
que os novos estudantes terão de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!

Contamos com o seu apoio!

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 3
ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR
Orientações para
o Acolhimento da
Equipe Escolar

O Acolhimento da Equipe Escolar é uma Prática Educativa executada pelos Jovens


Protagonistas Acolhedores, que são estudantes egressos das diversas escolas constituídas
pelo Modelo da Escola da Escolha, com o objetivo de sensibilizá-los frente aos novos
desafios de ver, sentir e cuidar do estudante a partir de novas perspectivas conceituais
trazidas pelo Modelo da Escola da Escolha, suas metodologias e práticas do projeto escolar.

O Acolhimento se realiza na abertura do ano letivo, durante um dia, na própria escola e deve
ter a presença de toda a Equipe Escolar: Equipe Gestora, professores e demais profissionais
(manipuladores de alimentos, vigilantes, pessoal de serviços gerais, secretaria etc).

É um valioso momento de integração da equipe que atuará a serviço do novo projeto escolar
porque estabelece um importante elo entre os educadores, os Jovens Protagonistas
Acolhedores e a escola como instituição. É momento de reflexão sobre a importância de
estarem ali, envolvidos e comprometidos, sendo esse projeto escolar parte do seu próprio
Projeto de Vida.

POR QUE REALIZAR O ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR?

O Acolhimento cria espaços para a reflexão da Equipe Escolar sobre a necessidade e as


oportunidades educativas que atendam às expectativas de desenvolvimento dos estudantes.

É no Acolhimento que todos os integrantes da Equipe Escolar falam sobre suas


expectativas diante dos desafios do Modelo da Escola da Escolha, refletindo sobre a
necessidade de não apenas compreenderem, mas efetivamente aceitarem o Modelo,
assumindo a corresponsabilidade pela sua execução.

COMO O ACOLHIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR ACONTECE NA ESCOLA?

O Acolhimento estabelece um “elo” entre os educadores, os estudantes e a escola. É


por ele que toda a Equipe Escolar pactua, junto aos Jovens Protagonistas Acolhedores,
o compromisso com a formação que criará as condições para a construção dos Projetos
de Vida dos estudantes.

Assim como no Acolhimento dos Estudantes, a partir do segundo ano de funcionamento


da escola, o Acolhimento da Equipe Escolar é realizado por uma Equipe de Protagonistas
Acolhedores composta pelos estudantes da própria escola e estudantes que tenham
concluído a etapa de ensino no ano anterior com o apoio de um Professor Acolhedor que
tenha vivenciado.

4 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
CONCEITO

É realizado anualmente, na mesma semana em que se realiza o Acolhimento dos


estudantes e dos pais e/ou responsáveis.

O Acolhimento mobiliza a Equipe Escolar e orienta aos desafios nessa nova forma de ver,
sentir e cuidar, e cria espaços para a reflexão sobre as necessidades e as oportunidades
educativas que atendam às expectativas de desenvolvimento dos estudantes.

Todos os integrantes da Equipe Escolar compartilham experiências e expectativas


diante dos desafios do Modelo da Escola da Escolha e assumem a corresponsabilidade
pela sua execução.

Este é o momento para sonhar coletivamente a nova escola que será cotidianamente
oferecida e vivenciada pelos estudantes e por toda a Equipe Escolar.

É um momento em que a Equipe Escolar reflete sobre a importância de assumir novas


posturas, sempre na perspectiva de serem influências afirmativas e construtivas na vida
dos estudantes.

OBJETIVOS

• Integrar a Equipe Escolar e ressaltar a cada educador sua responsabilidade


na construção dos seus Projetos de Vida;

• Refletir sobre o desenvolvimento profissional e como as dificuldades do


cotidiano escolar podem contribuir para o enfrentamento das próprias
necessidades de formação.

Duração Atividade

1 hora Dinâmica de Apresentação e Nó Humano

1 hora Dinâmica: Esse problema não é meu


Exibição de Vídeos:

• Vídeo 1 – Professores falam o que significa para eles, trabalharem em


20 min uma escola de Educação Integral;

• Vídeo 2 – Jovens Protagonistas falam sobre o que mudou em suas vidas


depois da escola de Educação Integral.
20 min Lanche

1 hora Dinâmica: O sonho que nos une

20 min Encerramento das atividades - Leitura do texto: A Escola – Paulo Freire

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 5
ATIVIDADES

1 hora | Dinâmica de Apresentação e Nó Humano

Objetivos:

• Apresentar as pessoas da Equipe Escolar;

• Demonstrar a importância do trabalho em equipe para se chegar


aos resultados pactuados;

• Mostrar a importância do planejamento.

Material Necessário:

• Aparelho de som e CD com músicas animadas (ou celular com


playlist e caixa de som).

Desenvolvimento:

I Etapa da atividade

• O Protagonista Acolhedor deverá formar um círculo com todos


os membros da Equipe Escolar, que deverão estar lado a lado;

• Cada pessoa deve se apresentar dizendo o nome, a função na


escola e dar a mão à pessoa que estiver à sua direita;

• Após todos finalizarem suas apresentações, um grande círculo


haverá sido formado.

II Etapa da atividade

• Todos devem observar quem está do seu lado direito e do seu


lado esquerdo e memorizar bem quem são essas pessoas, para
não esquecer e nem trocar ao longo da dinâmica;

• O grupo deverá soltar as mãos e, ao som de uma música animada,


caminhar livremente pela sala, procurando cumprimentar
pessoas diferentes daquelas que estavam ao seu lado;

• Depois de um minuto, quando a música parar, todos param onde


estão e sob o comando do Protagonista Acolhedor procuram,
sem sair do lugar, dar a mão novamente a quem estava à sua
direita e à sua esquerda;

• Durante essa movimentação, deverá se formar um emaranhado


de gente;

• Em seguida, SEM SOLTAR AS MÃOS, os membros da Equipe


Escolar deverão achar meios de desfazer o emaranhado e voltar
a ter um círculo no centro da sala igual ao inicial.

6 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
III Etapa da atividade

• Depois da dinâmica, uma breve reflexão deverá ser feita por todos:

1. Qual foi a maior dificuldade que sentiram?

2. Como fizeram para resolver?

3. Alguém pensou em desistir?

4. Alguém pensou que era impossível voltar a ser um círculo


novamente?

5. O que podemos concluir com essa atividade?

• O jovem diz aos membros da Equipe Escolar que em um trabalho


em grupo é preciso que todos se escutem, que alguém tome a
inciativa, que não podem falar todos ao mesmo tempo, que tem
que ter paciência e humildade pois nem sempre o caminho que
você aponta será o melhor para alcançar o objetivo final.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 7
1 hora | Execução da Dinâmica: Esse Problema não é meu!

Objetivos:

• Refletir sobre a importância de importância de tomar a iniciativa


para resolver um problema;

• Refletir sobre não ser indiferente ao problema do outro.

Material necessário:

• Bolinhas plásticas coloridas (Em quantidade superior ao número


de participantes);

• Aparelho de som e CD com músicas animadas (ou celular com


playlist e caixa de som).

Desenvolvimento:

• Com todos os integrantes da Equipe Escolar de pé e formando


um círculo, o Protagonista Acolhedor deve explicar a dinâmica;

• O Protagonista Acolhedor deverá pegar uma bola, citar um


problema comum que ocorre na escola e em seguida jogar a bola
para um dos integrantes da Equipe Escolar que está no círculo
e dizer “esse problema não é meu”. Exemplos de problemas:
“o estudante do 1º ano A chegou na escola sem o fardamento
completo”, “ a merendeira falou que vai faltar arroz para o almoço,
só tem para metade dos estudantes”, “acabou de estourar uma
bomba no banheiro dos meninos”, etc;

• Na sequência, a pessoa que recebeu a bola, deverá jogá-la para


uma das pessoas do grupo dizendo outro problema e, em seguida
repetir “Esse problema não é meu!”;

• Após um minuto o Protagonista Acolhedor(PA)deverá iradicionando


várias bolas e os membros deverão continuar jogando as bolas e
falando: “Esse problema não é meu!”;

• O PA deverá adicionar as bolas que somem, aproximadamente,


o dobro do número de pessoas da Equipe Escolar, de forma que
eles não consigam mais segurar todas as bolas;

• O PA finaliza a atividade fazendo uma reflexão sobre o trabalho


em equipe, a importância de se enxergarem enquanto grupo, que
devem agir juntos em torno da solução de um ou mais problemas
que surgirem na escola;

• O PA deve salientar que esta escola exigirá que todos saiam de suas
“Zonas de Conforto” e busquem soluções, deem ideias, pensem e
realizem de forma diferente do que eles já vinham fazendo.

8 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
20 min | Exibição de vídeos:

Objetivo:

• Apresentar as percepções e experiências de professores e


estudantes da Escola da Escolha.

Material necessário:

• Vídeos;
• Datashow.

Desenvolvimento:

• O Jovem deverá passar uma sequência de dois vídeos curtos;


• Sempre, ao final de cada vídeo visto, dar espaço para uma breve
discussão.

Vídeo 1 – Professores falam o que significa para eles trabalharem em uma escola de
Educação Integral - SP Programa de Ensino Integral – Parceiro INatura.

Vídeo 2 – Protagonistas Acolhedores falam sobre o que mudou em suas vidas depois da
escola de Educação Integral.

Lanche (20 minutos)

1 hora| Dinâmica: O sonho que nos une

Objetivos:

• Desenvolver o espírito de união da Equipe Escolar, suscitando a


importância de sonhar em conjunto e construir projetos comuns
para o bom desenvolvimento da escola.

Material necessário:

• 2 folhas de Papel Madeira/ Cartolina e/ou papel 40 Kg;

• Folhas de papel A4;

• Hidrocor;

• Lápis de cor;

• Tesoura;

• Revistas;

• Fita adesiva;

• Cola;

• Barbante;

• Tinta guache colorida.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 9
Desenvolvimento:

1ª Parte

• A Equipe Escolar deverá ser dividida em quatro grupos, e cada


grupo deve encontrar um sonho em comum para a nova escola,
um sonho coletivo;

• Os membros da Equipe Escolar devem pensar em quatro ações


que precisam ser feitas para alcançar esses sonhos (uma solução
para cada sonho).

2ª Parte

• Cada grupo dever receber uma folha de papel A4 para representar


o sonho coletivo em forma de desenho;

• Os membros de cada grupo devem pensar em uma ação para


alcançar este sonho e registrar em outra folha de papel A4.

Exemplo:

SONHO: 1 - Que todos os estudantes se sintam felizes na escola.

O QUE FAZER: 1 - Os professores precisam praticar mais a Pedagogia


da Presença.

3ª Parte

• Cada pessoa da equipe escolar deverá receber 1/4 de folha de


papel A4 e nela representar com um desenho ou figura o sonho
que tem para a escola.

Observação: 1/4 ou 1/8 de folha de papel A4 a depender do


tamanho da Equipe Escolar.

4ª Parte - Montagem da cartilha:

• O Protagonista Acolhedor deverá dobrar uma folha de papel


40kg (pode ser Cartolina) ao meio e transformá-la numa grande
e coletiva cartilha dos sonhos;

• Na primeira parte da folha serão colados os desenhos do grupo,


os sonhos coletivos;

10 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
• Na segunda parte da folha deverá ser colocado o que cada grupo
fará para a realização do sonho coletivo;

• Na terceira parte da folha devem colocar os sonhos individuais


para esta nova escola;

• O grande grupo deverá escolher um representante para


participar da montagem da cartilha e apresentar o sonho ao
grande grupo;

• O Protagonista Acolhedor deverá convidar cada integrante da


equipe para assinar e confirmar seu desejo de construir uma
nova escola;

• Confeccionada a cartilha, ela deverá ser afixada e exposta em


lugar visível da escola, de modo que todos da comunidade
escolar possam contemplar os sonhos descritos em conjunto
pela Equipe Escolar;

• O Protagonista Acolhedor deverá refletir com a Equipe Escolar


sobre a importância dos sonhos na formação do ser humano,
e que esta escola acolhe o sonho de todos – Equipe Escolar,
estudantes e famílias;

• O Protagonista Acolhedor deve fazer um resgate do que eles


vivenciaram na Formação Inicial da Equipe Escolar, mostrando
que todos contribuíram para o Varal dos Sonhos, onde cada um
apresentou seus sonhos e metas pessoais.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 11
20 min | Encerramento das atividades: Leitura do texto “A Escola” (de Paulo Freire)

Objetivos:

• Despertar para a importância de criar um ambiente saudável


para desenvolver um bom trabalho como educador;

• Refletir sobre a importância do papel de cada profissional na escola.

Material necessário:

• Slide (em Datashow) com texto completo projetado na parede da


sala ou cópias impressas para todos os presentes.

Desenvolvimento:

• O Protagonista Acolhedor entrega uma cópia do texto para cada


integrante da Equipe ou projeta na parede e pede que algumas
pessoas leiam, voluntariamente, em voz alta um trecho do texto;

• Após a leitura, o Jovem pede para que comentem o que pensam


sobre o texto e que relacionem o texto com essa nova escola em
que irão trabalhar;

• O Protagonista Acolhedor agradece a presença de todos pela


participação e se despede com uma música animada.

12 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
A ESCOLA

“Escola é… o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas,


quadros, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra,
se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é


gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte


como colega, amigo, irmão.

Nada de ´ilha cercada de gente por todos os lados´.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a
ninguém, nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar


laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se
´amarrar nela´!

Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Paulo Freire

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 13
ACOLHIMENTO DOS PAIS E RESPONSÁVEIS
Orientação para o
Acolhimento dos
Pais e Responsáveis

O Acolhimento aos Pais e Responsáveis é uma Prática Educativa que existe para orientar
as famílias e sensibilizá-las quanto aos mecanismos de apoio e acompanhamento do
Projeto de Vida dos estudantes. A ação de acolher os Pais e Responsáveis tem dois
objetivos principais: apresentar o projeto escolar e refletir, por meio da experiência de
Jovens Protagonistas, sobre a importância de apoiar os estudantes na construção dos
seus Projetos de Vida, provendo as condições necessárias para isso. É fundamental
orientar os Pais e Responsáveis sobre como podem prover meios, estimular e orientar
estudantes no estabelecimento de sua rotina e condições de estudos. Ter apoio da
família é imprescindível e isso não significa transferir para os Pais e Responsáveis as
tarefas inerentes à escola. Há muitas maneiras de apoiá-los e não são necessários
recursos para isso se considerarmos, por exemplo, que os estudantes não faltem às
aulas nem cheguem atrasados por que dormiram em horário inadequado; que não
deixem de realizar seus estudos por que priorizaram a TV ou porque foram mobilizados
para executar as tarefas domésticas.

Este é também um momento oportuno para chamar os Pais e Responsáveis presentes


à participação efetiva e iniciar a construção de uma aliança solidária entre família
e escola. Uma estratégia utilizada com esse objetivo é a de coletar os sonhos dos
familiares para a escola ao final do Acolhimento. Recomendamos a construção de
um mural onde todos os sonhos dos Pais e Responsáveis possam ficar visíveis para a
comunidade escolar.

O Acolhimento dos Pais e Responsáveis acontece, geralmente, entre o final da tarde


e início da noite e tem duração máxima de três horas. Por meio de relatos e vídeos, os
Protagonistas Acolhedores apresentam às famílias, aos professores e aos funcionários
da escola suas experiências de vida como estudantes egressos de escolas que operam
no Modelo da Escola da Escolha e a forma como foram apoiados pelos seus pais e
famílias em geral. Muitos relatam que encontraram em casa o estímulo necessário
para continuar os estudos e construir seus projetos ou descrevem um pouco do que
precisaram vencer para não deixar que seus sonhos e estudos fossem interrompidos.

Na sequência da apresentação os Protagonistas Acolhedores fazem uma dinâmica


para que os pais “vistam a camisa da escola” e em seguida registrem os seus sonhos
pensando em tudo o que será necessário para que esta possa oferecer os melhores
resultados para os estudantes e o alcance de seus Projetos de Vida.

14 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
O Acolhimento é encerrado com a distribuição de um texto intitulado: “Pais, escola
e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos filhos na sala de aula e na vida”,
elaborada por Antônio Carlos Gomes da Costa.

No primeiro ano de implantação o ICE realiza o Acolhimento dos Pais e Responsáveis


por intermédio de jovens egressos de escolas onde o Modelo foi implantado. A partir
do segundo ano de implantação, com a expansão de novas escolas, as Secretarias se
estruturam com suas escolas veteranas para que elas possam realizar o Acolhimento
dos Pais e Responsáveis. É importante que o Acolhimento seja realizado pelos
estudantes com pouca interferência da Equipe Escolar. Esta deve apoiá-los nas
necessidades que eventualmente possam encontrar na sua execução.

CONCEITO

É realizado anualmente, na mesma semana em que se realiza o Acolhimento dos


estudantes e das Equipes Escolares. É o momento de orientar os Pais e Responsáveis,
e sensibilizá-los em relação aos mecanismos de apoio e acompanhamento do Projeto de
Vida dos estudantes.

OBJETIVOS

• Apresentar o projeto escolar e refletir sobre a importância de como apoiar


os estudantes na construção de seu Projeto de Vida;

• Refletir sobre os seus sonhos para esta escola a partir da pergunta “Como
é a escola dos seus sonhos para apoiar com qualidade a formação integral
dos estudantes?”;

• Promover o entendimento de que os familiares e responsáveis devem con-


tribuir para a formação de estudantes em todas as suas dimensões.

PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES

Duração Atividade

30 min Chegada dos Pais e Responsáveis recebidos no Corredor Humano (JPs + Equipe da Escola)

20 min A Escola da Escolha – Jovens Protagonistas

30 min Relato da Vida de cada Jovem Protagonista

20 min Dinâmica dos Balões dos Desejos


Dinâmica do Barco de Papel/Camisa e entrega do texto
30 min
de Antônio Carlos Gomes da Costa
20 min Apresentação da Equipe Escolar e Boas Vindas por parte da Secretaria de Educação

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 15
ATIVIDADES

Chegada – 30 min | Chegada dos Pais e Responsáveis recebidos no Corredor Humano

Na entrada da escola, por onde os Pais e Responsáveis passarão, deverá ser formado
um Corredor Humano de Jovens Protagonistas Acolhedores e toda a Equipe Escolar.
Todas as crianças que chegarem com seus Pais e Responsáveis deverão ser acolhidas
igualmente, mesmo sendo elas estudantes da Escola da Escolha.

Todos devem passar pelo Corredor Humano e ao final já serem direcionados à salas de
aulas nas quais ocorrerão as atividades do Acolhimento.

20 min | O que é Escola da Escolha

Objetivos:

• Promover a reflexão sobre a importância da Escola na vida da


criança e fazer com que os pais e responsáveis pensem sobre
como eles veem a Escola e o próprio filho;

• Reforçar que a Escola da Escolha preza pela corresponsabilidade


de todos.

Desenvolvimento:

• Nas salas de aula, o Protagonista Acolhedor deve acomodar os


Pais e Responsáveis, e os estudantes presentes nas cadeiras
que já devem estar em formato de círculo.

Antes de iniciar, torna-se necessário criar um ambiente acolhedor deixando todos


confortáveis. Aguardar que todos se acomodem e aproveitar o momento para oferecer um
espaço em que os Pais e Responsáveis reconheçam que podem se expressar sem medo,
que estamos juntos com ele. Para incentivar a participação de todos elaborar perguntas
como: “quem matriculou o filho nesta escola porque o filho pediu, levanta a mão”; e “quem
matriculou o filho na escola por opção pessoal levanta a mão”, aproveite para ouvir o
depoimento desses Pais e Responsáveis presentes e fazer com que eles se entrosem.

Os Jovens Protagonistas Acolhedores farão um breve relato sobre o que é a Escola


da Escolha, sobre o que vivenciaram neste Modelo, seu processo de adaptação e
mudanças de rotina, destacando os desafios enfrentados e superados. É fundamental
que o Protagonista Acolhedor tenha segurança do que falar sobre a sua vivência como
estudante e de estar experienciando as oportunidades da Escola da Escolha. Trazer
para o público as inovações que o Modelo oferece para os estudantes de modo que
transpareça para os pais o que é vivido no cotidiano da Unidade Escolar.

16 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
30 min | Relato da Vida de cada Jovem Protagonista

Aqui cada Jovem fala das suas experiências de vida como estudantes de escolas desse
Modelo e a relação que tinham com suas famílias. Relatam como encontraram em casa
o estímulo necessário para continuar os estudos e construir seus projetos. Descrevem
um pouco o que precisaram superar para não deixar que seus sonhos e estudos fossem
interrompidos. Duração: 3’ para cada jovem.

30 min | Dinâmica: Balões dos Desejos

Objetivos:

Reflexão sobre a escola que desejam para as crianças e integração dos estudantes com
os Pais e Responsáveis no início de uma nova etapa da vida escolar.

Material necessário:

• Aparelho de som e CD com músicas animadas de repertório


infantil (ou celular com playlist e caixa de som);

• Balões de festa em única cor (um por participante);

• Lápis/Caneta;

• Um recorte de papel (¼ de tamanho A4).

Desenvolvimento:

Convidar os Pais e Responsáveis a participar de uma dinâmica para se conhecerem


melhor e para pensarem na escola como espaço de sonhos, o lugar onde construímos
nosso caminho de realização. O Protagonista Acolhedor em seguida deve entregar aos
Pais e Responsáveis um recorte de papel. Após a entrega, o Protagonista Acolhedor
solicita que as crianças participem juntamente com seus pais da dinâmica.

Os Pais e Responsáveis deverão pensar junto com os estudantes e escreverem* no recorte


de papel UMA FRASE como reposta à seguinte pergunta:

O que você deseja para a criança que vai estudar nesta escola?

O Pai e Responsável participante, juntamente com a criança deverá dobrar o recorte de


papel com a frase que escreveram juntos e colocar dentro do balão de festa e depois
encher, inflar o balão e amarrar a ponta para o ar não escapar.

O Protagonista Acolhedor convida todos os participantes a interagir jogando para o


alto o balão. Na medida em que todos jogarem para cima sem deixar cair no chão, os

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 17
balões irão se misturar circulando pelo espaço da sala. Aproveite e coloque uma música
animada, do repertório infantil, deixe que as crianças tenham a oportunidade de brincar
com seus pais e responsáveis por um tempo. Lembre-se que é importante comunicar
que precisamos cuidar de todos os balões, pois representam os desejos de todos para a
escola, e todos precisam ter cuidado para que o balão não estoure antes da hora.

Quando a música estiver terminando (aproximadamente em dois minutos) diminua o


volume e peça para que todos retornem aos seus lugares, inclusive as crianças. Com os
balões em mãos o Protagonista Acolhedor pede para que estourem os balões e leiam a
palavra que encontram. Caso não saibam ler, ofereça ajuda.

Após esse momento, o Protagonista Acolhedor convida um adulto e uma criança, não
precisa ser pai e filho, para compartilharem o que sentiram durante a atividade e o
que encontraram no balão. Deve ser de forma espontânea e caso ninguém queira, não
tem problema. Neste caso, o Protagonista Acolhedor compartilha brevemente seus
sentimentos em relação à atividade, descrevendo o que viu e o que sentiu, continuando
a estimular a participação de todos.

Na medida em que os desejos são expressos, o Protagonista Acolhedor deve concluir


a atividade levando a reflexão para os presentes sobre o que será preciso para que
aqueles desejos se tornem realidade.

Conclua considerando o que foi comentado pelos participantes e que às vezes o


sonho de um Pai e de um Responsávei pode ser o mesmo sonho que outros Pais e
Responsáveis também têm. São todos desejos e sonhos compartilhados, e os pais,
por fazerem parte da comunidade escolar, tem muita responsabilidade em contribuir
para que se transformem em realidade. Para isso, é muito importante estar presente na
escola e acompanhar de perto a vida escolar.

A participação dos Pais e Responsáveis na vida escolar do estudante, a relação


carinhosa e saudável dos adultos com as crianças contribuirá para que elas se sintam
seguras e amadas e isso influenciará positivamente no desenvolvimento da vida escolar
e vida adulta dos estudantes.

(*) importante considerar que alguns podem não saber escrever e para não os constranger é
essencial dar a alternativa de que possam desenhar ou dar indicações não necessariamente
escrevendo a frase. O importante é que todos participem. Canetas devem estar facilmente
à disposição das pessoas antes de começar a contagem do tempo, para que não se perca
tempo com distribuição de material, e usufruam bem dos minutos para reflexão, debates
se quiserem, e registro.

18 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
30 min | Dinâmica do Barco de Papel/Camisa e entrega do texto:
“Pais, escola e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos filhos
na sala de aula e na vida” - Antônio Carlos Gomes da Costa.

Objetivos:

• Estimular o comprometimento do grupo com a causa, que é


essa nova Escola e o Projeto de Vida dos estudantes;

• Realizar a coleta dos sonhos dos familiares.

Material necessário:

• Folha de papel A4 – uma para cada pai e responsável;

• Lápis ou caneta – um para cada pai e responsável.

Desenvolvimento:

• Os Protagonistas Acolhedores entregam uma folha de papel


A4 e um lápis/caneta para cada participante. Os demais jovens
se espalham pelo espaço para apoiar os participantes na
construção do barco;

• Quando todos os participantes estiverem com a folha e o


lápis, um dos Protagonistas Acolhedores conduz o passo a
passo para a construção de um barquinho de papel (Atenção:
de antemão, não deve ser comunicado qual será o resultado
da dobradura, aproveite este momento para envolver os
participantes e solicite, de maneira gentil, que estes confiem em
você e na viagem que vocês viverão juntos. Lembre-se que este
é o momento de encerramento do Acolhimento, então já houve
várias trocas e o compartilhamento de muitas vidas e sonhos);

• É fundamental esperar que o grupo construa o barco no mesmo


ritmo, na medida em que algum participante terminar a etapa
comandada, solicite para que ele ajude o participante que está
por perto e que ainda não conseguiu. Aguarde até que todos
concluam todas as etapas. (Para os Protagonistas Acolhedores
que estiverem apoiando os participantes é importante
lembrar de mostrar como se faz a dobradura e não fazer pelo
participante). É preciso confiar neles neste momento;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 19
• Quando todos finalizarem e descobrirem que o que eles
estavam construindo era um barco, solicite que eles levantem
os barquinhos para o registro com uma foto bem animada.
Aproveite para celebrar e agradecer a conclusão desta
etapa e lembre que para que este importante passo pudesse
ser concluído foi necessário a atenção, a escuta ativa e a
colaboração de uns com os outros também - uma ótima
oportunidade para refletir sobre esse novo jeito de estar nessa
nova escola;

• Retome a atenção dos participantes, solicite que eles olhem


para o barco que construíram e inicie o momento como se
estivesse contando uma história: peça para que eles deem
sugestões para nomear o barco (o nome do barco pode ser
o nome da escola). Diga que, a partir daquele momento,
todos teriam que entrar dentro do mesmo barco juntos e que
dentro desse barco deve estar além de “nós” (o Protagonista
Acolhedor presente e os participantes), os nossos sonhos, os
sonhos dos estudantes, os Projetos de Vida dos estudantes, os
sonhos de toda a equipe escolar...;

• Dê continuidade à narração da história utilizando o nome do


barco e do rio por onde este barco irá navegar. Na história que
estiver contando utilize elementos da região (pesquise com
antecedência o nome de algum rio da cidade, do bairro, ou
o nome de uma praia, vale, riacho, oceano – a criatividade é
sempre a melhor aposta!).

20 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Exemplo: “Todos nós a partir de agora estamos no “Titanic” pelo rio Capibaribe num
dia ensolarado, ao longe avistamos os peixinhos pulando no rio (enquanto isso, os
participantes devem repetir os mesmos movimentos de quem está narrando), mas
de repente uma nuvem carregada aparece e com ela uma tempestade muito forte
e essa tempestade com seu vento forte acaba levando com ela a vela do barco –
neste momento todos devem rasgar a parte de cima do barquinho – (aí o Jovem
Protagonista continua...) mas não para por aí, mesmo sem vela, continuamos a
navegar pelo rio Capibaribe, porque dentro deste barco tem tudo o que temos de
melhor (pergunte para a plateia o que é mesmo que tem no barco – e esperem eles
responderem “os nossos sonhos”). Quando o Titanic estava se aproximando da
Praia de Boa viagem, veio um jacaré (quanto mais inverossímil, mais divertida) e
levou com ele a proa do nosso barco (neste momento é arrancada outra parte do
barco – a que fica do lado). A história continua até que a outra ponta seja cortada.
Relacione a história narrada às dificuldades do dia a dia na escola, dos desafios da
ausência de alguns materiais, do desânimo de às vezes pegar o ônibus lotado, do
celular que esqueceu de colocar o despertador, etc.

Não Esquecer: para que


a dinâmica funcione,
lembre-se que deve
retirar a parte de
cima do barquinho,
e as laterais, abaixo
está a representação
das partes que devem ser
cortadas do barco:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 21
Quando as três partes forem cortadas, solicite que os participantes desmontem a
dobradura até a metade (quando a folha estiver ao meio, deverá representar uma camisa),
neste momento, quando todos estiverem segurando a camisa, o Protagonista Acolhedor
deve perguntar: o que é que eles estão segurando? Quando os participantes
perceberem que é uma camisa, logo em seguida responderão. Assim, deve-se lançar
outra pergunta: porque é que o Acolhimento está se encerrando daquela maneira? O
que aquela camisa representa para essa nova escola?

Na medida em que as respostas forem surgindo, instigue a equipe a responder o que


significa “vestir a camisa”.

É importante que os Pais e Responsáveis compreendam o quanto eles são importantes


no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes e que para isso eles precisam
de fato “vestir a camisa” da escola e o que significa isso: que a Escola da Escolha
está de portas abertas para recebê-los*, que eles não devem ir à escola somente para
buscar o boletim durante o Conselho de Classe.

Para iniciar esse novo jeito de vestir a camisa da Escola da Escolha, solicite que eles
escrevam** na camisa quais os sonhos que eles têm para a escola.

Pergunta Norteadora:
“Como é a escola dos seus sonhos para apoiar com
qualidade a formação integral dos estudantes?”

Esse registro do Acolhimento (o sonho dos Pais e Responsáveis) servirá de material


pedagógico para a escola. Recomendamos a construção de um mural onde todos os
sonhos possam ficar visíveis para a comunidade escolar.

22 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Por fim, entregue o texto ”Pais, escola e filhos, dez atitudes que favorecem o sucesso dos
filhos na sala de aula e na vida” para realizar a leitura coletiva e conclua o Acolhimento
agradecendo a presença de todos os participantes, ratificando o quanto que o apoio
deles é de suma importância para a boa vida de seus filhos.

(*) Aproveite para mencionar a Prática Educativa do Acolhimento Diário,


que eles podem participar.

(**) importante considerar que alguns podem não saber escrever e para
não os constranger é essencial dar a alternativa de que possam
desenhar ou dar indicações não necessariamente escrevendo o
texto. O importante é que todos participem. Canetas devem estar
facilmente à disposição das pessoas antes de começar a contagem
do tempo, para que não se perca tempo com distribuição de
material, e usufruam bem dos minutos para reflexão, debates se
quiserem, e registro.

Segue referência abaixo para a dobradura do barco:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 23
20 min | Boas Vindas por parte da Secretaria

Em um espaço comum a Secretaria de Educação ou alguém da Equipe de Implantação do


Programa terá 10 minutos para dar boas-vindas a todos, fará a apresentação da Equipe
Escolar e da Secretaria da Educação. Alinhar que cada um apenas dirá o seu nome e a função
que exerce.

É importante reforçar com a Equipe de Implantação que este não deve ser um momento para
discursos ou visitas políticas.

24 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
ACOLHIMENTO DOS ESTUDANTES 3º, 4º E 5º ANOS

Olá, Professor Acolhedor!

Pode nos chamar de Protagonista Acolhedor (PA). Fomos estudantes da


Escola da Escolha. Nesses dias de Acolhimento você será um Professor
Acolhedor e caminharemos juntos rumo ao sucesso da super missão que nos
foi dada: apresentar as várias oportunidades que os novos estudantes terão
de SER MAIS ao estarem na Escola da Escolha!

Contamos com o seu apoio!

Orientação para o
Professor sobre o uso do
Caderno de Acolhimento
dos Estudantes

É com grande alegria que partilhamos este momento com vocês,


professores que já tiveram a oportunidade de serem acolhidos na
Escola da Escolha e, agora, podem compartilhar suas experiências
com os novos estudantes que iniciarão a caminhada rumo à
construção de seus Projetos de Vida. Desde já, agradecemos por
aceitarem nosso convite!

O Acolhimento é uma Prática Educativa, desenvolvida pelo Modelo Escola da Escolha,


que objetiva apresentar as bases do projeto escolar para os novos estudantes. É a porta
de entrada dessa forma inovadora de conceber a educação e de transformar a escola. Ele
é considerado o “marco zero” do Projeto de Vida. É uma estratégia por meio da qual são
apresentadas aos novos estudantes as muitas formas pelas quais a escola se colocará à
disposição da construção do seu Projeto de Vida.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 25
Por meio dessa Prática Educativa os estudantes terão a oportunidade de estabelecer os
primeiros vínculos, sentindo-se recebidos e pertencentes à escola desde os primeiros
dias do ano letivo. É um momento também para que vivenciem situações nas quais
serão conduzidos à reflexão sobre os seus sonhos e sobre as expectativas em torno
das oportunidades que terão para realizá-los, a partir deste novo tempo, e do apoio que
receberão nessa nova escola.

Este Caderno contém todas as atividades a serem realizadas no Acolhimento dos novos
estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Cada atividade foi pensada com
muito cuidado e atenção e se propõe a provocar os estudantes a refletirem sobre seus
sonhos, seus desejos, sua escola e o que já conseguem projetar para o futuro que cada
um poderá construir.

Esta Prática Educativa busca estimular o desejo de conhecer e fazer parte da vida do
outro e da escola, bem como despertar a confiança no Projeto Escolar.

Então é isso aí, Professor Acolhedor! Você faz parte do time que faz a diferença na
vida das crianças e contribuirá muito na escola.

Orientação para a
Secretaria de Educação e
Equipes Escolares sobre o uso
do Caderno do Acolhimento

No primeiro ano de implantação, o ICE realiza o Acolhimento dos novos estudantes


por intermédio de jovens egressos de escolas onde o Modelo foi implantado e em
parceira com os Professores de Referência das turmas a serem acolhidas. A partir
do segundo ano de implantação, com a expansão de novas escolas, as Secretarias de
Educação se estruturam com suas “escolas veteranas” para que elas possam realizar
o Acolhimento dos novos estudantes, convidando aqueles que concluíram o 5º ano
nas respectivas escolas e tenham passado pelo Modelo no ano anterior, para compor
o time de estudantes Protagonistas Acolhedores. É importante que o Acolhimento
seja realizado pelos Professores de Referência (que agora também são chamados
Professores Acolhedores) e que os estudantes Protagonistas Acolhedores possam ter
papel fundamental no apoio ao professor participando ativamente, principalmente na
troca de experiências com os novos estudantes.

26 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
A Equipe Escolar não deve interferir, mas apoiá-los nas necessidades que eventualmente
encontrem na execução da Programação. Além disso, é preciso que a Secretaria
de Educação estruture encontros formativos com os estudantes veteranos com
o propósito de prepará-los para acolher os novos colegas. Cabe salientar que os
estudantes veteranos também necessitam ser acolhidos pelas Equipes Escolares por
meio de uma programação diferente da realizada no ano anterior. É importante que
a Secretaria de Educação informe antecipadamente aos Professores Acolhedores a
presença de estudantes com deficiência que participarão do Acolhimento, para que
possam preparar as adaptações das atividades. Lembrando que tais estudantes devem
ter os seus direitos garantidos – como, por exemplo, a presença de intérpretes de
Libras, cuidadores, entre outros recursos que possam necessitar.

No segundo ano de Implantação, durante a preparação para o Acolhimento, os


Professores Acolhedores devem estar atentos à organização das salas de aulas, assim
como de toda a Escola. Os ambientes devem conter informações que remetam aos
temas que a serem abordados nas atividades do Acolhimento e à Escola da Escolha
Aqui nos referimos a palavras e imagens a exemplo de Projeto de Vida, Protagonismo,
Roda de Conversa, Harmonização, Hora do Cuidar, Líder de Turma, Varal dos Sonhos,
Sonhos, Conhecer, Conviver, Ser. Esses elementos visuais apoiarão os estudantes,
Equipe Escolar, pais e responsáveis a se familiarizarem com o vocabulário que fará
parte das suas rotinas.

A comunicação sobre quais dias e horários correspondem a cada grupo de estudantes,


deve ser realizada pelas Equipes Gestoras e Secretaria de Educação de maneira
planejada e estratégica, evitando assim que os estudantes cheguem às escolas nos
dias que não lhes correspondem. Lembrando que o Acolhimento se refere a cada grupo
organizado por ano correspondente, ou seja, no dia do Acolhimento dos 3º, 4º e 5º anos,
apenas os estudantes desse grupo estarão presentes na escola.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 27
Cronograma De Atividades

Nº da Tempo das
Horário Atividades - 1º dia
Atividade atividades

13h30 1 Abertura do Acolhimento - Chegada dos Estudantes e Acolhimento coletivo 30 minutos

14h 2 Roda de Conversa - Muitas Descobertas 15 minutos

14h15 3 Dinâmica de Apresentação - Conhecendo o Outro 15 minutos

14h30 4 Dinâmica: O Contrato de Convivência 30 minutos

15h 5 Piquenique 30 minutos

15h30 6 Recreio 30 minutos

16h 7 Tempo de Harmonização 5 minutos

16h05 8 Dinâmica: O Barco 15 minutos

16h20 9 Roda de Conversa - Conhecendo, convivendo e aprendendo 10 minutos

16h30 10 Final do Acolhimento: saída dos estudantes e entrega aos Pais e Responsáveis

17h Encerramento das atividades

Nº da Tempo das
Horário Atividades - 2º dia
Atividade atividades

7h30 11 Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo 30 minutos

8h 12 Roda de Conversa - O que vimos, descobrimos e sentimos? + Agenda do Dia 30 minutos

8h30 13 Dinâmica: O Varal dos Sonhos 60 minutos

9h30 14 LANCHE 15 minutos

9h45 Recreio 30 minutos

10h15 15 Tempo de Harmonização 15 minutos

10h30 16 Dinâmica – Cápsula do Tempo / Um Bilhete para o Futuro 60 minutos

11h15 17 Hora do Cuidar 15 minutos

11h30 18 Almoço + Recreio 1h 30 minutos

13h 19 Hora do Cuidar 15 minutos

13h15 20 Tempo de Harmonização 15 minutos

13h30 21 Roda de Conversa: Um novo tempo e uma nova escola para todos 30 minutos

14h 22 A Preparação para Culminância 60 minutos

15h 23 Lanche + Recreio 30 minutos

15h30 24 Culminância 60 minutos

16h30 25 Final do Acolhimento: saída dos estudantes e entrega aos Pais e Responsáveis

17h Encerramento das atividades

28 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
1o DIA

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

ATIVIDADES

13h30 | 1 - Acolhimento - Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo (30minutos)

Professor Acolhedor, você se lembra


do seu primeiro dia de aula na escola?
Quantas coisas passavam pela sua
cabeça e pelo seu coração!

Assim também será com os novos


estudantes que você está acolhendo
e com um grande diferencial, agora
eles estão na Escola da Escolha.
UM MUNDO NOVO CHEIO DE
NOVIDADES E POSSIBILIDADES!

A chegada dos estudantes em uma nova escola é um momento que deve ser cuidado
com bastante atenção e carinho. Cada estudante que chega traz consigo um turbilhão de
sentimentos, talvez o medo do novo, a vontade de fazer novos amigos e, com certeza, muita
expectativa de que essa nova escola seja melhor que a anterior ou, se ele continua na mesma
Escola, que seja realmente diferente e que contribua para a sua vida de maneira significativa.
É muito provável que também tenha sido assim com você.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 29
1º Momento: Chegada dos estudantes

A primeira atividade do Acolhimento deve cumprir a


missão de ACOLHER DE FORMA CALOROSA a todos
os estudantes, COM SORRISO NO ROSTO E MUITA
ALEGRIA. Por isso, recomenda-se que seja feito um
CORREDOR HUMANO no qual os estudantes passarão
e receberão muitas palmas. Ao final desse corredor, o
estudante deve ser orientado a ir para o local (quadra
ou pátio) onde ocorrerá a abertura.

Em seguida, os Protagonistas Acolhedores e os


Professores de Referência devem se posicionar no local
onde será realizada a apresentação oficial dos jovens
aos estudantes e dos objetivos do Acolhimento.

Essa apresentação é feita pela equipe da escola.


No segundo ano de vivência do Modelo na escola,
estudantes egressos das turmas de 5º ano já devem
participar do apoio ao Acolhimento dos estudantes
menores, desde que tenha sido realizada anteriormente
sua formação. Sendo assim, se esses estudantes
estiverem presentes, devem ser apresentados também.

O Jovem Protagonista Acolhedor que estiver como o


líder da escola, deverá apresentar-se aos estudantes
com nome e contar, brevemente, o que será realizado
durante os dias de Acolhimento.

30 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Como esta atividade pode ser para todos?

Verifique e planeje antecipadamente o local onde será feito o Corredor Humano,


observando se não há barreiras arquitetônicas que possam impedir a passagem de
pessoas com mobilidade reduzida (que utilizam cadeira de rodas, muletas ou outras
órteses ou próteses). Certifique-se da presença de estudantes com autismo e como
estes reagem à movimentação que o corredor de palmas pode causar (barulhos,
movimentação inesperada). Lembre-se que a Equipe Escolar é sua maior e melhor
parceira neste sentido.

Assim que todos estiverem reunidos no local onde será realizada a abertura do
Acolhimento, a Equipe Escolar fará a apresentação e dará as boas-vindas aos
estudantes. Orientamos que esse momento não ultrapasse 10 minutos. Em seguida,
os Professores Acolhedores deverão apresentar-se aos estudantes e relatar,
brevemente, o que será realizado durante o Acolhimento.

Agora o Acolhimento é com vocês!

Sejam EXEMPLOS DE PROTAGONISMO para as crianças que estão chegando à


Escola da Escolha.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 31
2º Momento: Separação dos estudantes em turmas

Após as apresentações, no mesmo local, os Protagonistas Acolhedores devem se


organizar com suas duplas (Protagonista Acolhedor + Professor de Referência).

Nesse momento, eles farão:

• A distribuição de pulseiras coloridas aos estudantes. Cada


cor de pulseira relaciona-se a uma turma, um ano;

• A condução dos estudantes às salas de aula segundo


agrupamento previamente realizado que seguirá a cor das
pulseiras. Para isso cada Professor Acolhedor segurará
uma placa de identificação ou bandeira com a cor referente
à turma à qual relaciona-se a cor da pulseira. A saída às
salas de aula obedecerá por exemplo, a seguinte ordem:

- 1ª turma = 3º Anos / Azul

- 2ª turma = 4º anos / Vermelho

- 3ª turma = 5º anos / Roxo

O Protagonista Acolhedor deverá acompanhar todo o processo sempre motivando e


estimulando a curiosidade dos estudantes. Em sala de aula os Protagonista Acolhedor
e o Professor Acolhedor devem dar às boas-vindas e convidá-los a conhecer o espaço.

Observação:

• Todo esse processo de chegada dos estudantes na escola,


o Acolhimento coletivo e encaminhamento às salas de aula
deverá durar em média 30 minutos.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Verifique e planeje antecipadamente o caminho que as crianças irão percorrer até as


salas, observando se não há barreiras arquitetônicas que possam impedir a passagem
de pessoas com mobilidade reduzida, como já trabalhado na atividade anterior. Se
houver e forem irremovíveis (por exemplo, prédio em andares e sem elevador, corredor
com escadas ou degraus), planeje estratégias com a Equipe Gestora de modo que todos
possam participar.

32 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Na presença de crianças com deficiência é importante que os Professores Acolhedores
e estudantes acolhedores converse com cada um para saber qual a melhor forma de
atendimento às necessidades, eles são as melhores pessoas a sinalizar o que é melhor
para eles durante as atividades (forma de comunicação, forma de condução, entre
outras).

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• A pessoa com deficiência visual receberá a pulseira da sala em que fará parte.
Importante dizer para a pessoa qual a cor da sua pulseira.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências,


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atente para a atividade não se tornar estressante para o estudante. Respeite o


tempo de cada pessoa.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 33
14h | 2 - Uma Roda de Conversa - Muitas Descobertas (15 minutos)

A Roda de Conversa é um momento especial de encontro e esta primeira roda deve dar
início à apropriação desta prática cotidiana.

• O Professor Acolhedor reproduz num equipamento de som


uma música tranquila e solicita aos estudantes que formem
um grande círculo no meio da sala;

• Quando acomodados, o Protagonista Acolhedor e o professor


comentam da alegria da presença de todos e de pode iniciar
o ano novo na escola;

• O Professor deve se apresentar, falar que será a referência


para a turma até o final do ano e falar da nova escola, nova
turma, expectativas e novidades;

• Através de perguntas o Protagonista Acolhedor verifica o


que os estudantes observaram na nova escola, quais são as
novidades, o que chamou mais atenção e o que acharam.
Tudo isso deve ser realizado sob a forma de uma conversa
descontraída;

• Para esta primeira Roda de Conversa é importante estabelecer o


combinado para que lado a Roda vai girar e já convidá-los a
encontrar um mascote para a turma;

• A Roda não tem final, é sempre contínua e neste momento a


atividade seguinte começa.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Na presença de crianças com deficiência é importante que os Professores Acolhedores


e Estudantes Acolhedores conversem com cada um para saber qual a melhor forma de
atendimento às necessidades, eles são as melhores pessoas a sinalizar o que é melhor
para eles durante as atividades (forma de comunicação, forma de condução, entre outras).
A pergunta: “Como você prefere fazer esta atividade?” pode abrir bons caminhos.

Em todas as situações de Roda de Conversa, dessa e das demais atividades, verifique


as condições para que as crianças, especialmente com mobilidade reduzida, sentem no
chão. Será fundamental contar com o apoio do profissional especializado, que avaliará
tanto se a criança pode ficar sentada no chão, bem como a melhor forma para que se
movimente durante as atividades.

34 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Verifique antecipadamente com a Equipe Gestora se há profissionais de referência que
possam apoiar as pessoas com deficiência e se há Tecnologias Assistivas disponíveis e
como podem ser utilizadas no apoio à criança.

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o


arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover
Vida Independente e Inclusão.

Sabia mais em: http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html

Será importante garantir tempo para que as crianças conheçam e se apropriem no


espaço. Fale sempre pausado, com clareza e com tranquilidade, até que todas as
crianças se ambientem. Para tanto mantenha a comunicação acolhedora, clara e
objetiva, respeitando o tempo de cada um, respondendo perguntas e estando atendo
àqueles que podem precisar de apoio (para “fazer com”, nunca faça pela criança).

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Respeitar o tempo da criança, é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a
se movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não faça pela criança.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como


podem ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança que ela está entrando numa sala onde será feita uma Roda de
Conversa. Colocando-se ao lado da criança, pergunte se ela concorda em segurar
no seu cotovelo para que seja guiada pela sala e, juntos, conheçam o espaço.
Informe que será um passeio rápido pela sala, porque logo começará a Roda. Uma
vez que a criança esteja segurando em seu cotovelo, pergunte a ela por qual lado

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 35
quer começar a conhecer a sala (se ela tiver noção de lateralidade, use direta,
esquerda ou frente, se não, peça que ela indique o lado e diga “vamos à esquerda”,
se foi essa a opção da criança). Ande pela sala, narrando a criança o que há nela:
armários, brinquedos, demais equipamentos. Pergunte se ela quer tocá-los e, se
ela quiser, respeite o tempo dela. Terminando o passeio pela sala, diga à criança
que terá início a Roda de Conversa e onde será. Uma vez que a criança esteja na
Roda, localize verbalmente o que está a sua direita, esquerda e à frente.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Respeitar o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu a
se movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não faça pela criança.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar se há a presença de Guia-intérprete no caso de estudantes com surdo-


cegueira. Com relação a outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para
verificar a melhor opção de comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeitar o tempo da criança; é um espaço novo no qual ela ainda não aprendeu
a se movimentar. Apoie a descoberta do espaço, mas não o faça pela criança. Não
pressione, mas comunique claramente o que e como será feito pelo grupo. Respeite
quando, eventualmente, a criança não quiser se integrar à Roda. Porém, sempre
a inclua na atividade, independente do espaço que ela escolheu ficar. Durante a
atividade, respeite o tempo da criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe
de acolhê-la, referenciar sua presença, de perguntar se quer participar, de forma
natural, sem pressionar e sem colocá-la em evidência.

36 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
14h15 | 3 - Dinâmica: Conhecendo o outro (15 minutos)

E aí, como é a sensação de chegar numa


nova escola? É muita novidade de uma vez!

É preciso considerar que as pessoas são


diferentes, têm percepções diferentes
sobre o que está acontecendo à sua volta, e
podem expressar suas reações também de
maneiras diferentes.

Fique atento!

Nesse momento, os estudantes já estão em suas salas de aula e ansiosos para ver o
que acontecerá. Como todo e qualquer encontro, tudo começa por uma apresentação.
É preciso levar em conta que muitos estudantes serão novos na escola e, dessa forma,
uma dinâmica de apresentação será bem-vinda. Essa atividade deve proporcionar um
sentimento de pertencimento ao grupo, que é muito importante para esse início.

Assim, seja solícito e agregador e respeite o tempo de cada estudante. Um sorriso largo
e um olhar sincero é sempre uma boa opção para começar uma aproximação. Esse é o
primeiro passo para que os estudantes percebam como é bom estar nessa nova escola!

Objetivos:

• Garantir um ambiente descontraído para a apresentação de


cada um do grupo;

• Favorecer a integração dos estudantes.

Material necessário:

• Aparelho de som;

• CD com música calma (ou celular com playlist e caixa de som);

• Retângulos de cartolina (15x7cm).

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 37
Desenvolvimento:

• Com os estudantes sentados em círculo, o Protagonista Acolhedor


entrega o papel recortado em retângulo a cada um deles;

• O Protagonista Acolhedor pedirá para que os estudantes escrevam


o seu primeiro nome e façam um desenho que os represente;

• Quando todos terminarem de escrever seus nomes e seus


respectivos desenhos, eles deverão se posicionar em um círculo
na sala de aula;

• Todos, inclusive o Protagonista Acolhedor e o Professor,


deverão se apresentar dizendo o nome e mostrando o seu
desenho, rapidamente;

• Ao final das apresentações devem colocar seus nomes, virados


para baixo no meio do círculo e o Protagonista Acolhedor
embaralhará a fim de misturar bem para continuar a atividade.
Um por vez irá até o meio do círculo, pegará um retângulo de
papel qualquer, identificará a pessoa e entregará o papel a ela;

• O Protagonista Acolhedor deve auxiliar os estudantes que por


ventura ainda não sejam alfabetizados, colocando mais ênfase
no desenho;

• O Protagonista Acolhedor finaliza com um bate-papo refletindo


sobre a importância de conhecer o colega, as preferências
de cada um, a boa convivência com o outro e as diferenças
entre todos. Ressalta que essa escola vai proporcionar
várias oportunidades para que todos estejam sempre juntos
convivendo por muito tempo;

• A ideia é apoiar os estudantes a se apresentarem além dos nomes.


O desenho é uma forma de ir mais além da simples leitura do nome.

Observações: Aqueles que não souberem escrever autonomamente, precisarão ser


auxiliados pelo Professor Acolhedor.

38 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço. Por exemplo,
carteiras que dificultem a movimentação com cadeiras de rodas, muletas ou outras
órteses e próteses devem ser retiradas;

• Pergunte se a criança consegue se movimentar no círculo e se isso será prazeroso


para ela. Em caso de resposta negativa, pergunte a ela se gostaria que alguém a
apoiasse nesse movimento e, se a resposta for afirmativa, se ela concorda que
alguma outra criança a ajude (avalie se isso é possível, caso contrário, ofereça a
ajuda de um adulto);

• Na atividade em que a criança irá desenhar e escrever seu nome, verifique se o


estudante está acomodado de forma confortável e de forma que fazer a atividade
seja possível – conte com o apoio do profissional de apoio especializado para
garantir essa condição. Verifique se os materiais (lápis de cor, giz de cera, dentre
outros, estão em local acessível);

• Na atividade em que cada criança irá até o centro do círculo para pegar um desenho
para entregar a seu dono, ofereça apoio e pergunte ao estudante como quer fazer
a atividade: se quer pegar o desenho sozinho (observe se isso é possível e se não
colocará a criança em risco – conte com o apoio do profissional especializado) ou
se quer ajuda. Em qualquer opção, garanta o tempo que a criança precisa para
realizar a tarefa.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como


podem ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Se ela tem noção de lateralidade, diga a ela
claramente para qual lado a Roda irá girar (atenção para usar como referência o local
onde a criança está na Roda). Caso a criança ainda não tenha essa noção, pergunte
se ela concorda em segurar no cotovelo de outra criança (e, à outra criança, pergunte
se concorda em ser segurada pelo cotovelo), para ser guiada no movimento da Roda;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 39
• Para confecção do desenho, será necessário ter disponível um kit com diferentes
materiais para que o estudante possa fazer a representação de si. Vale notar que
a pessoa com deficiência visual, pode dominar a tridimensionalidade (manipulação
de argila, materiais variados, materiais de sucata – garrafas pet, rolos de papelão,
blocos de diferentes tipos de tamanhos, dentre outros), mas terá dificuldade com
a bidimensionalidade (desenho numa folha, por exemplo). Para que essa atividade
seja efetivamente inclusiva, será necessário que todos os materiais estejam
disponíveis para todas as crianças; cada uma delas fará a escolha de como se
representar; lembrando que o estudante com deficiência visual utilizará materiais
diferentes das demais crianças.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara, para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças, se necessário;

• Ao oferecer ajuda, não julgar o desenho da criança, nem sugerir inclusões ou


exclusões de elementos; valorizar os elementos e formas utilizados pela criança.
Se necessário, para a escrita do nome ofereça ajuda e, caso a criança não seja
alfabetizada, explique que irá escrever o nome da criança na folha e peça a ela que
diga seu nome; escreva o nome da criança em letra de forma e conversando com
ela, ou seja, mostrando a ela o que e como está fazendo; se houver condição e
tempo, leia para a criança o seu próprio nome.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências conversar


com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança;

• Ofereça os materiais. Caso o estudante já inicie a atividade, respeite seu tempo;


caso se coloque fora da atividade, deixe a folha e os materiais disponíveis e
comunique claramente à criança que aquela é a “sua” folha de sulfite e onde estão
os lápis de cor, giz de cera, dentre outros.

Importante: para favorecer a inclusão, é desejável que lápis de cor, giz de cera, estejam
disponíveis em potes acessíveis a todas as crianças e que todas possam pegar os
materiais que quiserem, de forma autônoma (e não distribuídos individualmente).

40 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
14h30 | 4 - Dinâmica: Contrato de Convivência
- Eu, meus amigos e minha escola (30 minutos)

Já que exercitamos um pouco o APRENDER A SER, que tal começar a


exercitar o APRENDER A CONVIVER? Depois que todos já se conheceram
na dinâmica de apresentação, agora é o momento de, coletivamente, todos
assumirem um compromisso para que o Acolhimento ocorra de maneira
harmoniosa. Para isso, será elaborado um Contrato de Convivência que
deve valer para o período em que eles estiverem convivendo nos dias do
Acolhimento. Procure proporcionar nesse momento uma sensação de
identidade e de pertencimento ao grupo. Todos vocês estão juntos nessa!
Comente sobre a importância desse compromisso coletivo para a melhor
vivência entre vocês durante esses dias.

Objetivos:

• Estabelecer regras para facilitar o convívio;

• Destacar a importância do cumprimento das regras após firmar


o compromisso;

• Estimular o sentimento de pertencimento do estudante no


grupo e na Escola;

• Incentivar a compreensão da importância de todos para a


aprendizagem e integração, bem-estar e qualidade de vida.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 41
Material necessário:

• Folhas de ofício A4 – uma para cada estudante;

• Lápis ou Caneta;

• Hidrocor e lápis de várias cores;

• Cola;

• Cartolina na cor da turma;

• Giz de cera;

• Tesoura sem pontas.

Desenvolvimento:

1º Momento

• Antes de iniciar essa atividade, o Protagonista Acolhedor deverá


instigar os estudantes com alguns questionamentos, como:

• Vocês já ouviram falar em contrato? (Reflita brevemente sobre


o objetivo de um contrato e exemplos de uso...);

• E o que seria um contrato de convivência?

• Alguém aqui já fez um contrato de convivência (na escola, na


igreja, na ONG que participa)?

• Antes de iniciar o contrato de convivência, o Professor Acolhedor


explica para os estudantes que um contrato de convivência
é uma lista de regras acordadas entre duas partes as quais
assinam o documento comprometendo-se a cumpri-las;

• O Protagonista Acolhedor deverá lembrar os estudantes que


esse contrato servirá para os dias de Acolhimento;

42 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
2º Momento

• O Protagonista Acolhedor deverá distribuir folhas de ofício para


os estudantes e convidá-los a construção conjunta do contrato,
seguindo suas orientações;

• Em seguida, ao mesmo tempo em que os estudantes, o Professor


Acolhedor contorna a silhueta da mão DIREITA dele na folha. Caso
algum estudante apresente dificuldade em realizar o procedimento
de contornar a mão direita, poderão ser formadas duplas;

• Dentro da mão, deverão descrever em uma palavra ou numa


pequena frase, de que forma poderão contribuir para o contrato
(Exemplo: Esperar a sua vez de falar, ouvir o colega, prestar
atenção a aula, respeitar os colegas, etc).;

• Com o auxílio de tesouras sem ponta, os estudantes deverão


recortar as mãos desenhadas contornando-as, e decorar como
queiram a sua mão;

• O Protagonista Acolhedor deverá pegar uma cartolina com a cor


da turma e colar as mãos ao redor fazendo uma moldura para
o Contrato de Convivência. Para começar, o jovem deve ser o
primeiro a colocar sua mão lendo o que escreveu. Dessa forma,
dará exemplo de como deve seguir a atividade.

Observações: Sempre que o estudante não estiver cumprindo com o contrato, o


Protagonista Acolhedor deve lembrá-lo de que ele se comprometeu com o contrato e
escreveu em sua mão direita como forma de juramento.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 43
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço. Por exemplo,
carteiras que dificultem a movimentação com cadeiras de rodas ou muletas devem
ser retiradas;

• Verifique se o estudante está acomodado de forma confortável e de forma que fazer


a atividade seja possível – conte com o apoio do profissional de apoio especializado
para garantir essa condição;

• Apoiar, se necessário, para o recorte das mãos da folha de papel.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança;

• Apoiar, se necessário, para o recorte das mãos da folha de papel.

Pessoas com deficiência visual

• Para confecção do desenho das mãos, narrar à criança o que e como será feito.
Disponibilize uma carretilha de costura e explique à criança que usa a carretilha para
fazer o contorno de sua mão na folha (os “dentes” da carretilha irão “marcar o papel”,
permitindo à criança tatear o desenho de sua mão no verso da folha);

• Para recorte das mãos da folha: O adulto fará o recorte “por fora” do pontilhado,
permitindo que o pontilhado permaneça na folha para que a criança reconheça o
contorno de sua mão na atividade de colar as mãos na cartolina;

• Para a escrita da frase:

• Se alfabetizada: disponibilizar reglete, punção e papel adequado (gramatura 120).


Depois da escrita Braille, informar à criança que irá escrever abaixo, para que todos
possam compreender. Se a criança não for usuária do sistema Braile alguém deverá
fazer o papel de escriba desta;

44 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
• Se não alfabetizada: oferecer apoio, pedir que a criança diga o nome, explique a ela
que irá escrever sua frase na “mão” que pontilhou.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Pode ser necessário modificar a forma de apresentação
do mesmo comando ou, ainda, repeti-lo, sempre de forma acolhedora, procurando
compreender o tempo da criança.

Pessoas com deficiência múltipla

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças, se necessário;

• Ao oferecer ajuda, não julgar o contorno da criança, nem sugerir inclusões ou


exclusões de elementos; valorizar os elementos e formas utilizados pela criança.
Se necessário, para a escrita da frase, ofereça ajuda e, caso a criança não seja
alfabetizada, explique que irá escrever a frase na folha; escreva em letra de forma
e conversando com ela, ou seja, mostrando a ela o que e como está fazendo; se
houver condição e tempo, leia para a criança o que escreveu.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança;

• Ofereça os materiais. Caso o estudante já inicie a atividade, respeite seu tempo;


caso se coloque fora da atividade, deixe os materiais disponíveis e comunique
claramente o que e como será feito. Convidar à participação em todas as etapas.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 45
15h | 5 - Piquenique (30min)

Objetivos:

• Integração da turma;

• Incentivar o compartilhamento de histórias e experiências;

• Aproximação dos estudantes com o professor em momento de


descontração;

• Desenvolver sentimento de coletividade e parceria.

Material necessário:

• Uma ou duas opções do lanche oferecido no cardápio da escola;

• Uma toalha ou tecido com bom tamanho que comporte o


lanche e os estudantes para forrar espaço para o piquenique,
podendo também ser mais de um tecido ou toalha para
acomodar todos bem;

• Pratos, talheres, copos utilizados pela escola em suas refeições;

• Aparelho de som;

• CD com músicas animadas (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

• Com as crianças ainda na roda em sala de aula, o Professor


Acolhedor deve anunciar que o horário do lanche vai ser muito
animado, pois será um piquenique e que para esta atividade
será preciso contar com a colaboração de todos, antes e depois;

• O Professor Acolhedor deve estar com os materiais já disponíveis


em sala de aula para a preparação do piquenique;

• Planejar com os estudantes, ainda em sala de aula:

46 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
1) a escolha do espaço fora da sala de aula;

2) como organizarão e farão a arrumação do espaço;

3) como será a saída da sala para lavar as mãos na Hora do Cuidar;

4) quais serão os materiais necessários para o piquenique?

5) e depois, como recolherão tudo ao final da atividade?

• Com o apoio e a participação dos professores, o Protagonista


Acolhedor conduzirá os estudantes até o espaço em que será
realizado o piquenique, que pode ser embaixo de uma árvore
ou no próprio refeitório, porém, numa mesa grande em que
todos possam se ver. Cada grupo de estudantes deve ter uma
tarefa que será indicada pelo Protagonista Acolhedor (como:
quem levará as toalhas, os talheres, as cestas do piquenique, as
frutas, quem vai ajudar a guardar o que sobrou...);

• Ao final do tempo do piquenique os estudantes são convidados


a fazerem uma Roda de Conversa e o Professor pergunta se
gostaram e lembra a todos o que foi combinado anteriormente na
sala de aula avaliando se tudo aconteceu como estava previsto;

• Em seguida, o Professor convida a todos para ajudarem na


tarefa de desmonte do cenário do piquenique e para seguirem
para o recreio;

• Durante o Piquenique, os Protagonistas Acolhedores conversarão


sobre assuntos relacionados à vida dos estudantes, de seus
hábitos alimentares, dos valores nutritivos do que estão comendo
no momento. Alguns estudantes apresentarão dificuldades para
comer e os professores deverão atuar nesse momento.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço onde haverá
a movimentação. Por exemplo, caminhos com pedras, degraus, que dificultem a
movimentação com cadeiras de rodas, muletas ou o uso de órteses e próteses pelos
estudantes devem ser retiradas;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 47
• Verificar se o espaço externo escolhido para o piquenique é acessível a todas as
crianças de forma autônoma. Caso não seja, combinar alternativas com a turma,
sempre perguntando à criança com mobilidade reduzida se quer ser apoiada e
aos demais se querem apoiar. Eventualmente, o adulto fará o apoio, também
perguntando à criança se concorda e como quer ser apoiada;

• Apesar da possível existência de barreiras arquitetônicas, o enfrentamento e


superação destas é um exercício de empoderamento da pessoa com deficiência.
Sendo assim, aproveite possíveis situações para favorecer no grupo o conhecimento
das necessidades e potencialidades de cada um, as formas de ajuda e a disposição
para a apropriação do espaço por todos. Trata-se, então, de superar possíveis
barreiras atitudinais das pessoas e do contexto (descrença no outro, especialmente
na pessoa com deficiência, o que pode levar ao embotamento do desenvolvimento
de sua potência). As barreiras arquitetônicas existem; a questão é como nos
colocamos diante delas.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como


podem ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Nesse momento, você já sabe como
guiar a criança, oferecendo seu cotovelo e fazendo a narração dos percursos; será
importante narrar o que se vê no caminho até o local do piquenique, o próprio local,
e como estão dispostos os alimentos. Envolva a criança na disposição dos alimentos,
sempre sendo seu guia (mãozinha no cotovelo e comunicação ativa do que e como
se está fazendo, como são as coisas, as pessoas e os lugares).

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo


comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências conversar


com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com o estudante.

48 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Pessoas com autismo

• Verificar antecipadamente possíveis restrições alimentares;

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança. Comunique claramente o que e como será feito pelo
grupo, mas não pressione a participação. Respeite se a criança não quiser comer
nesse momento. Porém, sempre a inclua na atividade. Durante a atividade, respeite
o tempo da criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe de acolhê-la,
referenciar sua presença, a perguntar se quer participar, porém, de forma natural,
sem pressionar e sem colocá-la em evidência.

15h30 | 6 - Recreio (30 minutos)

• Após o Piquenique, os estudantes já podem ser liberados para o recreio. É muito


importante sempre assegurar que antes eles se alimentem e depois brinquem;

• O recreio deve ser livre em todo o espaço da Escola.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Antes do recreio, verifique as condições de autonomia da pessoa com deficiência


nos espaços escolares, se há cuidadores e como a Equipe Escolar está organizada
para atender cada um;

• Atenção para que o recreio não se torne um espaço de segregação. Também no recreio
devem ser garantidas as condições de apoio e inclusão a cada criança com deficiência.

16h | 7 - Tempo de Harmonização (5 minutos)

• Ao voltar para sala de aula, os estudantes devem ser recepcionados com uma
música calma para relaxamento e repouso. A professora orienta o descanso e
harmonização com atividade lúdica.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Observar as orientações para participação na Roda de Conversa (“Roda de


Conversa – Muitas descobertas”).

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 49
16h05 | 8 - Dinâmica: O Barco (15 minutos)

E seguiremos com o pilar do


APRENDER A CONVIVER. Estudantes
que recém chegaram dos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental, necessitam
desenvolver bastante a convivência
harmoniosa com os colegas.
Essa atividade, além de desenvolver
a convivência, irá estimular os
estudantes a pensarem em soluções
e soluções que sejam o bem coletivo.

Vai ser bastante divertido, mas não


se esqueça de refletir com eles ao final
o quão importante é aprender
a conviver bem.

Objetivos:

• Aprender a dividir o mesmo espaço;

• Aprender a pensar em conjunto e assim resolver o mesmo


problema;

• Aprender a conviver;

• Desenvolver o sentimento de pertencimento ao grupo.

50 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Material necessário:

• Fita adesiva colorida – quatro rolos;

• Aparelho de som;

• CD com música animada (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

• O Professor Acolhedor demarca no chão da sala com as fitas


adesivas coloridas, quatro retângulos grandes para que caibam
todos os estudantes divididos neles (considerar, no tamanho
do retângulo, possíveis estudantes com cadeiras de rodas ou
muletas, dentre outros equipamentos assistivos);

• O Professor Acolhedor convida os estudantes para uma viagem


de barco, pergunta para onde eles querem ir e convida os
estudantes a olharem e imaginarem os retângulos no chão da
sala como barcos nos quais eles embarcarão naquele momento.
Explica como será a “brincadeira” e divide os estudantes em
grupos nos espaços marcados;

• Uma música animada (e em volume baixo para que todos


possam se ouvir) será posta para tocar e, em aproximadamente
03 minutos, o professor retira a fita adesiva referente ao 1º barco,
alguns minutos depois, retira o 2º barco, logo o 3º barco,
deixando apenas um;

• Como um barco é muito pequeno para caber todos, eles


precisarão encontrar uma maneira de estarem embarcados na
viagem, pois ninguém pode ficar à deriva;

• Caso se faça necessário, o professor deverá mediar os conflitos


à medida que aparecerem e lembrar sempre que todos devem
seguir viagem;

• Os estudantes devem ficar dentro do barco que restou o tempo


suficiente para que o professor faça uma foto deles, caso
possua um celular no momento. Finalizando a foto, todos devem
comemorar a chegada no destino e desembarcar;

• O professor abre a Roda de Conversa e segue com os estudantes


perguntando:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 51
1. O que eles acharam da atividade?

2. Como se sentiram na viagem?

3. O que foi que aconteceu durante a viagem?

4. Qual a maior dificuldade deles?

5. Foi fácil caber no mesmo espaço?

6. Como conseguiram resolver para caber todo mundo?

7. Qual a relação dessa atividade com a vida na escola ou


com a vida de cada um?

8. O que aprenderam com essa “brincadeira”?

• O professor conclui dizendo que é muito importante garantir


uma boa convivência na relação com as pessoas; que
algumas circunstâncias nem sempre são como queremos,
mas que o mais importante é ter o espírito de trabalho em
equipe e se esforçar para o bem comum.

Observações:

• No momento da finalização e conversa com os estudantes, as


perguntas devem seguir a ordem respeitando sempre o ritmo
e os conteúdos que demandarem maior atenção. Adaptar a
linguagem para favorecer o entendimento;

• Na medida em que os barcos vão sendo eliminados pelo


professor, os estudantes devem se distribuir nos restantes;

• Importante que os retângulos sejam em tamanho suficiente para


conter todos ao final da atividade sem maiores dificuldades,
tornando a atividade interessante e positiva, pois nesta idade é
mais complicada a divisão de espaço;

• De preferência criar uma narrativa sobre uma viagem de barco


para envolver as crianças na dinâmica. Conte uma história, use
a criatividade e envolva os estudantes, por exemplo:

52 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
“Era uma vez uma turma de amigos que queria fazer uma viagem
para uma ilha encantada no meio do Mar dos Sonhos, eles se
uniram e construíram quatro barcos para fazer a viagem juntos.
Todos se prepararam e começaram a viagem, o céu estava
muito claro, um bonito dia de sol, mas nuvens começaram a
surgir e veio uma tempestade, choveu muito, muitas ondas
balançavam os barcos, até que um dos barcos afundou. Os
amigos ajudaram e abrigaram em seus barcos todos que caíram
no mar. Todos juntos continuaram felizes, cantando e dançando
na viagem. De repente, uma grande onda veio e atingiu os
barcos. Por que essa onda surgiu se não estava chovendo? Era
uma grande baleia que veio ver o que estava acontecendo nos
barcos, que festa era aquela que também queria participar, mas
nessa animação toda as ondas balançaram mais os barcos e um
deles quebrou e começou a afundar. A baleia viu que não ia dar
para acompanhá-los, pois corria o risco de atrapalhar a viagem,
se despediu e foi embora. No mesmo instante os ocupantes
deste barco nadaram e foram para os dois barcos restantes,
mas não desistiram e seguiram viagem, já estavam próximos
de uma ilha encantada com muito verde e muitos pássaros. A
baleia seguiu seu caminho mar adentro e encontrou um grupo
de golfinhos muito agitados e felizes que estavam fazendo
festa pulando e mergulhando; contou o que havia acontecido
e os golfinhos não resistiram, ficaram curiosos e pulando e
cantando se aproximaram dos barcos. Acompanharam por um
bom tempo pulando e mergulhando ao lado dos dois barcos,
novamente agitação nas águas do mar, os dois barcos estavam
muito pesados, as ondas começaram a balançar, um dos barcos
começou a encher de água, pois havia batido em uma pedra que
estava no fundo do mar, e afundou. Já estavam bem perto da ilha,
os amigos que caíram no mar e logo nadaram para o único barco
que havia restado, todos se salvaram e a felicidade de chegar à
ilha encantada contagiou todos que viveram essa aventura.”

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 53
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Atenção para barreiras físicas que possam estar dispostas no espaço onde haverá
a movimentação;

• Verificar o tamanho dos “barcos”, considerando cadeiras de rodas e muletas, dentre


outros equipamentos assistivos;

• Na troca de “barcos”, retomar e revalidar as estratégias para mobilidade da


criança estabelecidas no início do dia (ver atividades “Roda de Conversa – Muitas
descobertas” e “Conhecendo o outro”).

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança.

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Nesse momento, você já sabe como guiar a
criança, oferecendo seu cotovelo e fazendo a narração do que e como está ocorrendo.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças.

Pessoas com deficiência múltipla

• Verificar a presença de Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a


outras deficiências conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de
comunicação com o estudante.

54 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Respeite o tempo da criança. Comunique claramente o que e como será feito pelo
grupo, mas não pressione a participação. Durante a atividade, respeite o tempo da
criança e, mesmo que ela não se envolva, não deixe de acolhê-la, referenciar sua
presença, a perguntar se quer participar, porém, de forma natural, sem pressionar e
sem colocá-la em evidência.

16h20 | 9 - Roda de Conversa – Conhecendo, Convivendo e Aprendendo (10 minutos)

• Para o início desta nova etapa, na Roda de Conversa, fazer uma brincadeira de
Telefone sem fio com a frase: “Viva a minha Escola”;

• Após verificarem como ficou a frase ao final, conversar sobre a importância da


comunicação, da troca de informação, do saber ouvir o colega, de esperar o momento
para falar, aprender com o outro e de como é bom contar para os pais, familiares o que
está acontecendo na escola;

• Conduzir a conversa com perguntas estimulantes, buscando deixá-los confortáveis


para se expressar e valorizando sempre a participação e contribuição de todos;

• Se na turma houver estudantes com deficiência, garantir que estes participem a partir
de suas especificidades de expressão e de comunicação.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade;

• Verificar com a Equipe Gestora as Tecnologias Assistivas disponíveis e como podem


ser utilizadas no apoio à criança.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 55

Pessoas com deficiência visual

• Conte à criança o que e como irá ocorrer. Explique de que lado receberá a comunicação
e para qual lado deverá transmiti-la.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Modificar a forma de apresentação do mesmo comando;

• Favorecer relações de ajuda entre as crianças. Apoiar a criança, explicando o que


e como será feito, inclusive no momento em que a comunicação chegar a ela. Faça
esse apoio de forma natural, acolhedora e respeitando o tempo do estudante.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências


conversar com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com
o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Explique o que e como será feito. Caso a criança escolha não participar, respeite seu
tempo. Inclua a criança em todas as falas coletivas durante a atividade;

• Se a criança escolheu participar, esteja atento à apoiá-la na recepção e


transmissão da informação do telefone sem fio, sempre perguntando a ela se
necessita e se quer apoio.

16h30| 10 - Final Acolhimento com entrega dos estudantes os Pais e Responsáveis.

56 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
2o DIA

ATIVIDADES DO SEGUNDO DIA

7h30 | 11 - Chegada dos estudantes e Acolhimento coletivo (30 minutos)

O ritual de Acolhimento nesse segundo dia será desenvolvido com a recepção calorosa
no pátio ou espaço aberto da Escola;

• Os Professores de Referência e os Professores Acolhedores, deverão se posicionar


em um local aberto com algum adereço ou placa indicando o nome da turma para
que os estudantes identifiquem, se desloquem e se agrupem;

• Para essa atividade os Protagonistas Acolhedores deverão auxiliar na entrada dos


estudantes e no direcionamento das crianças até os seus professores;

• A proposta é que os Protagonistas Acolhedores junto com o(a) Gestor(a) transmitam


o Bom Dia à todos e façam uma atividade divertida. A ideia é dar comandos como na
brincadeira “O Sr Rei mandou dizer...”: olha a chuva, passou (colocar a mão na cabeça);
aperte a mão do colega; faça silêncio; grite bem alto. Outras brincadeiras podem ser
feitas, a depender da quantidade de estudantes e o tamanho do espaço. Terminar essa
atividade desejando que todos divirtam-se com seu professor e seus colegas;

• Os estudantes deverão a partir daí seguir para as salas com os respectivos


professores e Protagonista Acolhedor.

Observação: No local deve estar disponível para o PA um microfone e uma caixa


amplificadora para realizar a atividade.

8h | 12 - Roda de conversa – O que vimos, descobrimos e sentimos?


– Agenda do Dia (30 minutos)

Objetivos:

• Integrar e preparar para um dia de atividades;

• Diminuir ansiedades e receios para o novo dia;

• Comunicar e verificar sentimentos referentes ao primeiro dia


em Tempo Integral.

Material necessário:

• Cinco folhas de papel grande (aproximadamente 60 cm X 150


cm - papel kraft ou similar);

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 57
• Lápis e giz de cera de várias cores em quantidade suficiente
para todos os estudantes;

• Piloto grosso - verde, vermelho e azul em quantidade suficiente


para todos os estudantes;

• Aparelho de som;

• CD com música animada (ou celular com playlist e caixa de


som) – Cantigas de Roda, músicas do folclore local, MPB para
crianças, etc.

Desenvolvimento:

Parte I:

• Recomenda-se fazer uma brincadeira cantada ou cantar uma


música, uma ciranda, uma cantiga de roda com os estudantes
com o objetivo de integrar e preparar para uma manhã de
atividades;

• Os estudantes tomam seus lugares em círculo e o professor abre


o momento de escuta para as manifestações dos estudantes
sobre o dia anterior na escola e em casa;

• É a hora da Roda de Conversa, da novidade, da fala individual,


de escutar o outro. Também o momento de descontrair e se
preparar para o dia de trabalho, planejando e organizando juntos
as etapas da rotina;

• O Professor pergunta para cada estudante: O que viu? O que


descobriu? O que sentiu?

• Estimular que respondam essas perguntas levando em consideração


as atividades que vivenciaram, lembrando os conceitos trabalhados,
valores e sentimentos, relacionando com os momentos em que
ajudaram os colegas. Eles se sentiram felizes? Foram solidários? As
atividades foram divertidas?

• Em um papel grande no meio da roda a professora escreve as


palavras que surgem da fala dos estudantes em letras grandes
e coloridas e ao final faz a leitura remetendo o que apareceu em
comum na fala de todos, mostrando que o sonho de todos pode
ser realizado e que a escola e todos que estão nela podem ajudar;

• Em seguida, o professor deve realizar com os estudantes: a


identificação de quem está presente, a identificação de quem

58 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
faltou, qual é o dia; o que se vai fazer no dia; com quem o grupo
vai trabalhar; como está o tempo; qual será a tarefa do dia; do
que se vai brincar; jogar; aprender;

• O professor deverá fazer uma pequena introdução do que vai


acontecer nesse dia, apresentar a agenda que fará parte da rotina
diária e sua importância para todos;

• O professor deve estimular a fala das crianças e conversar sobre


este dia na escola, o que eles imaginam que vai acontecer; o
porquê desta escola ser diferente, o porquê é importante ele
estar e fazer parte desta escola e o que eles esperam aprender
nesta nova escola.

Parte II: Agenda do Dia

• Neste segundo dia, será incorporado mais um elemento da


rotina diária, a Agenda do Dia;

• Neste momento de conversa inicial, o Professor explica em linhas


gerais o que é uma Agenda e sua importância para a organização
do dia de trabalho de todos;

• Em seguida, o professor separa um espaço no quadro ou em


papel grande, para que fique visível a todos, e vai registrando
com a ajuda dos estudantes o que vai acontecer durante este dia
de trabalho;

• É importante que a sequência de atividades esteja bem definida


destacando os momentos em sala e momentos fora da sala de
aula, inclusive com os horários;

• Durante a conversa é muito importante fazer perguntas sobre


o antes e o depois de cada atividade para trabalhar a noção de
tempo;

• Após a finalização do registro com todas as informações,


assegurar que todos vejam, consultem e acompanhem como
será desenvolvido o dia na Escola.

Observações:

• Como os estudantes são ainda pequenos, verificar se estes


compreenderam os comandos e entenderam o que será
trabalhado ao longo do dia;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 59
• Os referenciais para a construção da ideia de tempo, nesta etapa
do trabalho, serão o tempo do lanche, do almoço, da brincadeira da
manhã ou da tarde, no final do período, momento de ir para casa;

• Como será rotina diária, o ritual de Acolhimento será desenvolvido


com a recepção respeitosa e confortante do professor que neste
segundo dia, se possível, terá o apoio do professor de Educação
Física, Música ou Artes, além do Jovem Protagonista. Por apoio
dos professores especialistas, entenda-se que participam da
preparação das atividades.

Neste momento, o Professor Acolhedor comunica que terão uma culminância


e que precisarão apresentar para as outras turmas o que descobriram, viram,
sentiram e construíram juntos. Iniciar uma coleta de ideias com os estudantes.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Observar as orientações para participação na Roda de Conversa (“Roda de


Conversa – Muitas descobertas”);

• Para a introdução da AGENDA, verifique se há estudantes que fazem uso de algum


sistema de Comunicação Suplementar e Alternativa e se este está disponível na
escola na qual você está atuando (importante que tenha algum profissional de AEE
(Atendimento Educacional Especializado) que possa apoiá-lo neste sentido, se
houver, avalie a possiblidade de fazer uso dela.

Comunicação Alternativa

A área da Tecnologia Assistiva que se destina especificamente à ampliação


de habilidades de comunicação é denominada de Comunicação Alternativa
(CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem
escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua
habilidade de falar e/ou escrever.

Saiba mais em: http://www.assistiva.com.br/ca.html

60 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
08h30 | 13 - Dinâmica: Varal dos Sonhos (60 minutos)

Algumas pessoas acreditam que os sonhos são como uma “fumacinha” que
evapora em nossas mãos todas as vezes que tentamos alcançá-los. Para
esta atividade, vamos incentivar os estudantes a materializar seus sonhos
de forma que consigam vê-los como uma realidade palpável diante de seus
olhos. Sim, os nossos sonhos podem SER REAIS!

Mesmo eles sendo ainda muito pequenos e que alguns adultos ou situações
de vida os digam que sonhar não é importante. Além disso, essa reflexão irá
oportunizar que entendam as várias possibilidades de darem os primeiros
passos rumo aos seus sonhos.

Objetivos:

• Levar os estudantes a refletirem sobre seus sonhos;

• Estimular a expressão e registro de seus sonhos;

• Incentivá-los a traçar pequenas metas rumo ao sonho.

Material necessário:

• Folha de papel A4 para representação dos sonhos – uma por


estudante;

• Lápis coloridos: hidrocor de ponta fina e ponta grossa, lápis de


cera fino e grosso, em quantidade suficiente para que todos os
estudantes possam usar;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 61
• Pregadores de roupa – dois por estudante;

• Jornais e revistas que não estejam mais em uso, ilustradas com


figuras e imagens variadas – cinco revistas e cinco jornais

Desenvolvimento:

• Em uma Roda de Conversa, o Professor Acolhedor deve contar


uma história (literatura infantil) que aborde o tema sonhos, e
com perguntas o Professor Acolhedor favorece o surgimento de
uma boa conversa;

• Seguindo uma dinâmica estabelecida, as crianças vão desenhar,


recortar, colar e ao final apresentar seu sonho para a turma;

• O professor deve formar grupos com quantidades iguais de


estudantes e entregar uma folha de papel A4 para cada estudante;

• Os estudantes serão orientados pelo professor a conversar com


seus colegas do grupo sobre o seu sonho, a buscar imagens
nas revistas para fazer uma colagem e/ou desenhar algo que
represente o seu sonho no papel que recebeu;

• Quando todos finalizarem, o professor solicita que sentem em


círculo novamente para socializar o trabalho. Na Roda de Conversa
o Professor Acolhedor deve fazer as seguintes perguntas na
sequência:

1. Qual é o seu sonho?

2. Por que você tem esse sonho?

3. Você acha que é importante ter um sonho? Por quê?

4. O que nós podemos fazer para realizar um sonho?

• Concluído mais essa etapa, dar espaço para que alguns estudantes
que se sentirem à vontade apresentem o que fizeram, mostrando
os seus sonhos;

62 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
• Em seguida, os estudantes deverão ser colocados em fila para
pendurarem os seus sonhos em um varal que, preferencialmente,
ficará do lado de fora da sala;

• Quando todos os estudantes pendurarem os seus sonhos no


VARAL DOS SONHOS, no retorno à sala de aula, uma reflexão
deve ser feita novamente com todos sentados em círculo:

• Esse Modelo de escola só existe para apoiar o sonho dos


estudantes e a escola deverá criar todas as condições para
apoiar a construção do Projeto de Vida de todos;

• Explique, adequando à linguagem, que o planejamento é importante


para que eles possam realizar seu sonho, poder alcançá-lo.

Importante - O Varal dos Sonhos é a atividade que melhor simboliza o objetivo do


Acolhimento, é através dela que os estudantes expõem seus sonhos para que todos
vejam e, o mais importante, para que os educadores da escola vejam e se sintam
corresponsáveis por apoiarem os sonhos dos estudantes.

Observação:

• Neste momento Professor Acolhedor e outros professores


especialistas (Arte, Educação Física, Música, por exemplo)
também devem participar de toda a dinâmica e serem os
primeiros a apresentar;

• Durante a atividade de registro do sonho no papel, o professor


deve circular na sala e orientar os estudantes em como
representar seu sonho;

• Importante neste momento, principalmente nas turmas do 5º


ano, falar sobre a conquista de no ano seguinte dar continuidade
aos seus estudos nos Anos Finais, ir para o 6º ano;

• Ao final do dia todo o material produzido deverá ser recolhido


e organizado (pelo Professor e pelo Protagonista Acolhedor e
entregue a Equipe Gestora) para sequência de trabalho nos dias
seguintes ao Acolhimento.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 63
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer


uso. Alguns estudantes podem precisar de apoio para realizar a atividade por
completo. Se houver estudante cadeirante, o varal deve ser colocado na altura dos
seus olhos, para que ele possa colocar seu sonho no varal de forma independente,
bem como ver os sonhos dos demais. Outras formas de deficiências físicas pedirão
outras atitudes. Converse com o estudante.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com a presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• Apoio para a execução. O estudante poderá narrar para o facilitador (pode ser um
Estudante Acolhedor) o que constará no papel (na descrição de seu sonho bem como
das etapas para alcançá-lo). O estudante pode fazer todo esse processo em Braille,
sendo que o desenho ou recorte da imagem pode ser substituído por um texto.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos). Pode ser necessário modificar a forma de


apresentação do mesmo comando ou, ainda, repeti-lo.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências, conversar


com a Equipe Escolar para verificar a melhor opção de comunicação com o estudante.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Buscar que o estudante participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo.
Vale conversar com o ele sobre a melhor forma de participação. Verificar com a Equipe
Escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.

64 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
09h30 | 14 - Lanche (15min) + Recreio (30 minutos)

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Antes do recreio, verifique as condições de autonomia da pessoa com deficiência nos


espaços escolares, se há cuidadores e como a equipe escolar está organizada para
atender cada um;

• Atenção para que o recreio não se torne um espaço de segregação. Também no


recreio devem ser garantidas as condições de apoio e inclusão a cada criança com
deficiência.

10h15 | 15 - Tempo de Harmonização (15 minutos)

10h30 | 16 - Dinâmica: Cápsula do Tempo/ Um bilhete para o futuro (60 minutos)

Esta atividade levará os estudantes


a projetarem quem eles querem ser
e o que esperam alcançar em um curto
espaço de tempo, visto que, como
são crianças, ainda não conseguem
se projetar por anos. Então ajudá-los
a terem uma visão do futuro é o seu
maior desafio, Professor Acolhedor!

Objetivos:

• Estimular o desenvolvimento da noção de tempo e sua relação


com a aprendizagem;

• Incentivar o desejo por conquistas pessoais;

• Estimular os estudantes a projetarem seus desejos e sonhos no


período de um ano.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 65
Material necessário:

• Caixa de Sapato - uma unidade por turma;

• Fita de cetim grossa na cor da turma;

• Cola Gliter colorida;

• Papel crepom de diversas cores;

• Fita adesiva grossa - dois rolos;

• Fita adesiva fina colorida - seis rolos de diferentes cores;

• Folhas de papel A4 – uma por estudante;

• Tinta Guache – uma caixa com potes de seis cores (contendo


preta e branca);

• Caneta hidrocor ponta grossa de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes.

Desenvolvimento:

Parte I: Elaboração da Cápsula do Tempo

• O Protagonista Acolhedor mostra a caixa aos estudantes e


diz que ela vai servir como uma guardiã do tesouro, que são
os desejos e sonhos de cada um deles. Os sonhos e desejos
ficarão guardados dentro dessa Cápsula do Tempo, que só
deverá ser aberta no início do ano seguinte por eles e pelo
novo Professor Acolhedor na semana de Acolhimento;

• Para elaborar a Cápsula, o Professor Acolhedor disponibilizará


ao final da atividade todos os materiais, como lápis coloridos,
cola glitter, fita de cetim, etc., para que os estudantes enfeitem
a caixa com a identidade da sala. Cerca de dez minutos são
suficientes para a finalização da Cápsula do Tempo.

66 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Parte II: Elaboração do Bilhete para o futuro

• Antes de iniciar essa atividade o professor deve alinhar o


entendimento com os estudantes, remetendo-se sempre
às atividades desenvolvidas anteriormente, do que já foi
trabalhado em relação aos sonhos e desejos deles, lembrar
do Varal dos Sonhos e do que conversaram a respeito do que
temos que fazer para realizar nossos sonhos e desejos;

• O professor entrega para cada estudante uma folha de papel


A4 dividida ao meio. Numa metade da folha os estudantes
deverão fazer um desenho para eles mesmos mostrando
como se veem no futuro, o ideal é que eles se projetem em
um ano. Considerar sempre para a projeção no tempo, a
maturidade e o período de desenvolvimento da faixa etária
dos estudantes; o mais importante é que eles se projetem
positivamente no seu sonho e futuro;

• Os estudantes devem ser incentivados também a escrever.


Caso não estejam ainda dominando a escrita, será interessante
para o estudante, ao final do ano, verificar o nível de escrita e
sua evolução. O professor não deve interferir na forma de
registro do estudante;

• Após os estudantes finalizarem o bilhete-desenho, o professor


deve orientá-los a colocar na cápsula do tempo, dizendo
que no ano seguinte deverão, com o novo professor, abrir a
cápsula e, juntos, avaliarem o que fizeram no ano anterior
observando o que está diferente, o que acham que mudou,
se seus pensamentos mudaram, se continuam com os
mesmos desejos e sonhos, o que aprenderam, o que podem
fazer melhor que antes. O professor deverá estimular um
momento de reflexão conjunta em relação ao crescimento,
desenvolvimento, conquistas e a relação têm questões com a
escola e aprendizagens realizadas;

• O professor já deve ter definido junto com os estudantes


o lugar que irá guardar a cápsula, de forma que tenham a
certeza que o acordo firmado de só abrir no outro ano será
respeitado.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 67
COMO ESTA ATIVIDADE
PODE SER PARA TODOS?

Pessoas com deficiências físicas (motoras)

• Atentar para possíveis formas de comunicação que os estudantes possam fazer uso;

• Alguns estudantes podem fazer uso de comunicação suplementar e alternativa


pedindo que alguém seja escriba de seus textos.

Pessoas com deficiência auditiva

• Contar com à presença de intérprete de Libras durante a atividade.

Pessoas com deficiência visual

• Caso o estudante utilize Braille, oferecer essa possibilidade de escrita, sempre que
possível. Ter reglete e punção (instrumentos para escrita Braille) e sulfite para que
ele registre autonomamente suas reflexões como os demais estudantes;

• Caso o estudante não seja usuário de Braille, um dos estudantes acolhedores


poderá assumir a postura de escriba apoiando o estudante na execução da tarefa.

Pessoas com deficiência intelectual

• Dar explicações de forma clara para a melhor compreensão;

• Utilizar comandos objetivos (curtos);

• Aceitar desenho em detrimento à escrita se o estudante assim demonstrar


interesse. Pode ser necessário modificar a forma de apresentação do mesmo
comando ou, ainda, repeti-lo.

Pessoas com deficiência múltipla

• Guia-intérprete no caso de surdo-cegueira. Com relação a outras deficiências,


verificar com a Equipe Escolar qual a melhor opção de comunicação com o
estudante;

• Pode ser necessário o apoio de um escriba.

Pessoas com autismo

• Atentar para a atividade não se tornar estressante para o estudante;

• Buscar que o jovem participe das dinâmicas respeitando seus tempos, seu ritmo. Vale
conversar com o estudante sobre a melhor forma de participação. Verificar com a
Equipe Escolar se há informações sobre como conduzir esta conversa com o estudante.

68 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
11h15 I 17 Hora do Cuidar

Objetivo:

• Promover o desenvolvimento do autocuidado, da autoestima e


o entendimento da importância do cuidar de si mesmo para o
bem-estar e saúde do corpo;

• Adquirir hábitos saudáveis e compartilhar com os colegas e a família.

Desenvolvimento:

• O Professor Acolhedor deve organizar os estudantes para a


saída da sala de aula em direção ao banheiro ou lavatório para
lavar as mãos antes do almoço;

• Os estudantes podem sair em duplas, de mãos dadas, em fila


indiana, em pequenos grupos, com a condução do Professor
Acolhedor;

• Em seguida, os estudantes seguirão para o refeitório.

11h30 | 18 - Almoço e Recreio (1h30 minutos)

13h | 19 - Hora do Cuidar (15 minutos)

Objetivo:

• Organizar momento para escovação, lavar as mãos antes de ir


para a sala de aula;

Desenvolvimento:

• O Professor Acolhedor deve organizar os estudantes após


o intervalo para a volta à sala de aula, mas antes devem se
encaminhar em direção ao banheiro ou lavatório para lavar as
mãos e escovar os dentes;

• Conversar com os estudantes sobre a importância do hábito


saudável, do autocuidado, do bem-estar e da saúde.

13h15 | 20 - Tempo de Harmonização (15 minutos)

Objetivo:

• É tempo de parar, relaxar, respirar e se preparar para novo


momento de aprendizagem;

• Estímulo ao desenvolvimento de competências pessoais como


autoconsciencia, autoregulação, autocontrole.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 69
Material Necessário:

• Aparelho de som;

• CD com músicas calmas (ou celular com playlist e caixa de


som), MPB para crianças, etc;

Desenvolvimento:

• Ao voltar para sala de aula, os estudantes devem ser


recepcionados com uma música calma para relaxamento
e repouso. O Professor Acolhedor orienta o descanso com
atividade lúdica.

13h30 | 21 - Roda de Conversa - Um novo tempo e uma nova escola


para todos (15 minutos)

• Em encerrando as atividades do dia, o Professor pede que todos


sentem na Roda, avalia com os estudantes as atividades do dia
e faz as recomendações para o dia seguinte;

• A ideia é refletir com os estudantes sobre a importância de


fazerem eles mesmos a Escola dos Sonhos. Que uma escola
não é feita só de paredes e salas de aulas, é feita por eles, os
estudantes. Então, de que maneira eles irão agir para contribuir
na construção de uma boa escola?;

• Importante falar que nesta semana de Acolhimento todos os


estudantes estão vivenciando com seus professores e colegas
de turma atividades como as que eles viveram porque estamos
começando um novo tempo, uma nova escola?

• O professor pergunta o que acharam das atividades do dia,


como se sentiram, o que mais gostaram e também do que não
gostaram, pontuando o que pode melhorar e o que gostariam
que acontecesse novamente;

• Importante o incentivo para contarem para os pais tudo que


descobriram neste primeiro dia de aulas na Escola da Escolha.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• Observar as orientações para participação na Roda de Conversa (“Roda de


Conversa – Muitas descobertas” e “Conhecendo o outro”).

70 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
14h | 22 - Preparação para a Culminância (60 minutos)

15h | 23 - Lanche (15min) + Recreio (15 minutos)

15h30 | 24 - Culminância

Esse é mais um momento de singular importância no


início da Escola da Escolha: é hora de mostrar a todos
da escola que VALE A PENA SONHAR! Durante a
Culminância os estudantes precisam se sentir motivados
e alegres pelas boas expectativas por essa nova Escola,
apresentando com entusiasmo o que vivenciaram e
aprenderam durante as atividades do Acolhimento. Seja
um instrumento motivador de seu grupo, incentive-os
com palavras de encorajamento e elogios sinceros sobre
a importância do que foi construído ao longo desses dias
que vocês passaram juntos!

A Culminância não é uma simples apresentação dos estudantes. Ela é um dos momentos
mais importantes do Acolhimento porque nele os estudantes terão a oportunidade
de exibir o que foi vivenciado e, aprendido durante a realização das dinâmicas, e
respectivas atividades e reflexões, bem como de expressar para a comunidade escolar
as suas expectativas e de comose sentem diante do desafio da nova escola, dos novos
amigos, dos novos professores, dos novos aprendizados.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 71
É durante as apresentações da Culminância que os estudantes “contarão” para a
Equipe Escolar o que viram, descobriram e sentiram no Acolhimento, quais são seus
SONHOS e como esperam que a escola os apoie na sua realização.

Neste momento, a Equipe Gestora e todos os educadores que fazem parte da Equipe
Escolar são convidados pelos estudantes a assistirem as apresentações para que
possam conhecer as suas expectativas e assim, enquanto equipe, possam desenvolver
estratégias e ações de apoio a CADA ESTUDANTE.

A Culminância será realizada de acordo com o que cada turma desejar apresentar para
todos a partir das atividades realizadas durante o Acolhimento. A turma deve planejar
junto com o professor.

Ao final das apresentações, todos de pé deverão bater palmas para as crianças.

COMO ESTA ATIVIDADE


PODE SER PARA TODOS?

• A recomendação para a participação plena de todos deve considerar as orientações,


conversas e escutas feitas juntamente com os estudantes com deficiência durante
todas as atividades realizadas anteriormente, e as recomendações aplicadas ao
longo deste Caderno;

• É fundamental garantir a participação equânime das crianças, de acordo com suas


vontades, potencialidades e protagonismo. Deve-se cuidar para não colocar a
pessoa com deficiência em destaque ou em condição secundária: deve-se garantir
que seja tratada como todas as demais, respeitada suas diferenças, peculiaridades
e necessidades;

• Mais uma vez, é importante verificar as condições de acessibilidade para o espaço


onde ocorrerá a Culminância, bem como as possíveis barreiras arquitetônicas nele
existentes.

16h30| 25 - Final Acolhimento com entrega dos estudantes aos Pais e Responsáveis

72 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
CULMINÂNCIA

Seguem abaixo algumas sugestões para enriquecer as apresentações:

Sugestão 1

• A atividade resultado da última Roda de Conversa do dia pode ser utilizada como
um exemplo de apresentação da turma. A atividade em que Professor Acolhedor
escreveu em letras grande e coloridas em um cartaz as palavras que surgiram da
fala dos estudantes sobre as expectativas em relação a nova escola e novo dia de
trabalho;

• A ideia é que ao menos dois ou três estudantes leiam as palavras do cartaz gigante.
Nele estão expressos os sentimentos deles com respeito ao Acolhimento;

• Reforce que uma escola dos sonhos para se tornar real dependerá do esforço de
todos.

Sugestão 2

• Cada estudante entrará no local da apresentação com uma balão colorido na mão
contendo palavras e frases inseridas no momento de preparação para culminância.
Durante a apresentação eles estouram o balão no palco, se divertindo, se
movimentando, e então, uma ou duas crianças deverão pegar os papéis no chão e ler
para o grupo o que tem escrito;

• A ideia é deixar uma mensagem final, que aponte o que eles aprenderam nesses
dois dias e o que eles esperam da Escola. Exemplo: Na nossa escola... aprendemos
coisas novas, a descobrir o mundo, a brincar e aprender.

Sugestão 3

• Todos os estudantes em sala de aula, no momento de preparação da culminância,


deverão preparar suas próprias máscaras (uma ideia seria as máscaras com o
desenho do contorno da mão). Na apresentação eles entrarão com as máscaras
no palco;

• Uma criança poderá apresentar o que significam as máscaras, por que estão de
máscara, pois antes eles não conheciam os colegas e depois do acolhimento todos
conhecem os que fazem parte da escola;

• No momento todos os estudantes tiram as máscaras e sinalizam que reconhecem


seus colegas de escola, se veem e cuidam do um dos outros;

• Interessante que expressem como estão vendo a Escola, se está legal, alegre, cheia
de novidades, e que entenderam que devem cuidar do espaço que é de todos;

• Aqui o Pilar do Conviver pode ser tomado como referência.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 73
Sugestão 4

• Todos os estudantes, no momento de preparação para a culminância, devem


escolher palavras, uma frase, um pequeno poema, para que uma das crianças fale
em nome da sala;

• Os demais estudantes deverão entrar com cartazes grandes para que todos que
estiverem assistindo à apresentação, possam ler;

• A ideia é aqui reproduzir um varal dos sonhos, só que em tamanho gigante.

Sugestão 5

• Cada um dos estudantes, no momento da preparação da culminância, fará um


avião de papel em dobradura;

• Além dos aviões individuais, a ideia seria levar um avião gigante em nome da turma;

• No momento em que estiverem no local da apresentação uma criança falará sobre


o que as atividades do acolhimento os fizeram ver, sentir e sonhar;

• A ideia aqui é usar o avião como algo simbólico, que indique que todos podem
sonhar e que, voar alto é necessário para ir em busca dos sonhos;

• Por último uma criança soltará o avião gigante e todos falarão juntos: “nunca deixem
de sonhar”.

MAIS INFORMAÇÕES

Tipo de suporte Em que momento Funções

Nas atividades em que for


Guia- Descrever, guiar e facilitar
necessário o apoio para
intérprete a execução das atividades.
pessoas com surdo-cegueira.

Nas atividades em que for Guiar e prestar total atenção no que


necessário o apoio para pessoas for necessário para o estudante.
Cuidador com múltiplas deficiências, como Auxiliar a pessoa com deficiência
pessoas com paralisia cerebral, em ações de vida diária como
surdo-cegas entre outras. alimentação, higiene e locomoção.

Descrever tudo o que for feito


Nos vídeos e atividades
durante as atividades e auxiliar
em que for necessária a
Intérprete nos momentos em que o
intervenção comunicativa
estudante necessite participar
para os estudantes.
ativamente das atividades.

PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA:

Para possíveis formas de comunicação (incluindo os registros feitos nas várias


atividades) que os estudantes possam fazer uso. Se houver um cuidador, pedir
orientação de como conduzir/movimentar a criança durante a atividade.

74 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Semana Pós Acolhimento dos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental 1o ao 5o Ano
A Semana Pós Acolhimento tem como principal finalidade aproximar cada vez mais
o estudante de sua escola e apoiar na construção e fortalecimento de um vínculo
positivo com a vida escolar. Para isso foram pensadas atividades complementares para
dar prosseguimento ao Acolhimento vivenciado na semana anterior, com o objetivo
de levar os estudantes a se apropriarem do espaço da escola, entendendo que fazem
parte de um grupo de pessoas que estão juntas buscando aprender e crescer. Tendo o
Professor de Referência como guia, os estudantes serão levados a conhecer a escola,
os ambientes de aprendizagem e todos os espaços educativos que a partir de agora
farão parte de sua rotina diária.

As atividades que seguem descritas neste material precisam ser realizadas na semana
seguinte ao Acolhimento, isto é, a segunda semana de funcionamento da escola.
O Professor de Referência da turma será o responsável pelo planejamento e execução
das atividades. A Coordenação Pedagógica deve, antecipadamente, assegurar os
materiais necessários e a organização dos horários para as atividades, principalmente
aquelas que demandarão uma maior articulação com os espaços da escola, e outros
atores importantes que serão convidados a participar.

Ao final da semana a escola terá em cada sala de aula uma Árvore dos Sonhos contendo
todos os sentimentos, expectativas e desejos dos estudantes para a escola, um rico
bosque recheado de afeto e muitos frutos.

RESUMO DAS ATIVIDADES

Tempo Estimado Atividades Onde

Atividade 1: Conhecendo a minha escola


Duas aulas
Parte 1 – Conhecendo a minha sala de aula Espaços
sequenciadas
Parte 2 – Um passeio na minha escola da Escola
de 50 minutos
Parte 3 – O que vimos, descobrimos e sentimos?

Duas aulas
Atividade 2: Eu sou uma folha dessa Árvore Ambiente externo
sequenciadas
chamada Escola e Sala de Aula
de 50 minutos

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 75
ATIVIDADES

Atividade 1: “Conhecendo a minha Escola”

Objetivos:

• Oportunizar aos estudantes conhecer e se apropriar dos


Espaços Educativos da escola;

• Estimular o sentimento de pertencimento aos Ambientes de


Aprendizagem;

• Proporcionar o reconhecimento dos espaços e das pessoas que


farão parte das conquistas daquele ano;

• Incentivar a identificação dos estudantes com os Espaços


Educativos e Ambientes de Aprendizagem;

• Gerar o entendimento de que para termos uma boa escola


precisamos da colaboração de todos;

• Favorecer o compartilhamento de ideias e a troca de impressões


sobre o que viram e descobriram;

• Oportunizar a expressão dos sentimentos envolvidos durante


toda a atividade e sua relação com os espaços da escola.

Material necessário:

• Papel ofício A4;

• Aparelho de som (ou celular com playlist e caixa de som);

• Música animada, uma cantiga de roda, uma música do folclore


ou artista local, MPB para crianças;

• Lápis de cor, giz de cera, hidrocor de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes;

• Fita adesiva (02 rolos) para a confecção de mural ou barbante


com prendedores para a confecção de um varal com os
desenhos dos estudantes.

76 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Parte 1: “Conhecendo a minha sala de aula”

Desenvolvimento:

• Sentados em círculo no chão da sala de aula, na primeira Roda


de Conversa da manhã, o(a) professor(a) deve convidar os
estudantes a conhecerem o local que será utilizado por eles
durante todo o ano. Explicar que este local foi preparado para
momentos de aprendizagem e muita descoberta, que espera
que eles gostem e que está muito animada com as novidades e
com tudo que podem fazer juntos naquele espaço;

• Professor(a) propõe que os estudantes andem pela sala de


aula e explorem bem o espaço, prestando atenção em tudo:
mobiliários, os “cantinhos” de leitura, descanso, os materiais,
o que tem exposto, a organização dos diferentes espaços, etc;

• O(a) professor(a)orienta que, enquanto eles andam pela sala,


estará tocando uma música animada, quando a música parar
todos devem parar e voltar a sentar em círculo;

• Ao final da atividade, já em círculo, o(a) professor(a) pede


para que conversem com o colega do lado sobre o que viram
e mais gostaram, em seguida solicita que cada estudante fale
a respeito do que achou mais legal, o que observou de novo
para todos;

• Ao final, o(a) professor(a) convida os estudantes para organizar


seus objetos nos armários, escolherem um lugar para sentar
nas carteiras organizadas em círculo ou semicírculo.

Observação:

• Professor(a) deve orientar quanto à escolha e arrumação dos


armários e intervir quando necessário;

• A organização dos lugares dos estudantes em sala de aula em


formato de círculo ou semicírculo promoverá a comunicação
direta, uma atenção mais focada em um único ponto, o(a)
professor(a), ou multifocada, considerando a interrelação
entre todos.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 77
Parte 2: “Um passeio na minha escola”

Desenvolvimento:

• Em uma Roda de Conversa o(a) professor(a) introduz as


novidades sobre o tempo integral e convida os estudantes para
um passeio pela escola para conhecer os espaços coletivos;

• Antes de sair da sala, o(a) professor(a) conversa com os


estudantes fazendo algumas recomendações sobre os espaços
e como devem se comportar durante o passeio, fazem acordos
e combinados importantes para que o passeio aconteça com
tranquilidade respeitando quem está trabalhando e estudando;

• Para iniciar o passeio faz uma brincadeira de roda e segue


conduzindo a turma pelas dependências da Escola, em fila de
mãos dadas ou com as crianças em duplas de mãos dadas;

• Ao chegarem nos espaços o Professor de Referência comenta


sobre a importância do espaço, explica o que acontece lá e quem
trabalha para fazer da escola um lugar legal para os estudantes.
Os estudantes, então, são apresentados pelo o(a) professor(a)
para as(os) merendeiras(os), a bibliotecária(o), o porteiro(a),
aos responsáveis do Pátio, aos funcionários da limpeza, aos
funcionários da Secretaria, o Gestor(a), os Coordenadores(as)
Pedagógicos(as) e Articuladores(as) de Aprendizagem;

• Os estudantes devem ser incentivados a cumprimentar a todos


e agradecer a acolhida e recepção;

• A Biblioteca, a Sala para Estar, a Sala de Recursos (caso a


escola tenha), os espaços de lazer, a quadra, a Brinquedoteca,
o Ateliê Criativo, devem ter um tempo maior de permanência
para a turma, no tour, poder explorar e descobrir, observando e
fazendo perguntas;

• Após o percurso completo, todos voltam para sala de aula.

Observações:

• Em cada espaço visitado, a equipe, os funcionários devem


receber calorosamente a turma e ter sua apresentação
organizada e estruturada previamente;

• Cabe à Coordenação Pedagógica organizar os detalhes do tour.


É importante planejar o roteiro das saídas das turmas para a
atividade, o tempo e a sequência de visita aos espaços deve ser
programada previamente.

78 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Parte 3: “O que vimos, descobrimos e sentimos?”

Desenvolvimento:

• Ao voltar para sala de aula, o professor convida os estudantes


para uma Roda de Conversa para conversar sobre o que viram,
descobriram e o que sentiram;

• Por meio de perguntas que estimulem a participação dos


estudantes, com o apoio do mascote da turma, fazer a roda
girar para assegurar que todos tenham oportunidade para falar,
se expressar;

• Em seguida o(a) professor(a) solicita aos estudantes que


façam um desenho sobre sua escola, incentivando a troca e
compartilhamento de ideias;

• Ao finalizar o desenho, as crianças devem ser estimuladas a falar


para todos o que desenharam e porque escolheram desenhar,
e em seguida, todos colaboram com a professora para fazer
um mural ou um varal com os desenhos na sala de aula ou no
corredor da escola.

Atividade 2: “Eu sou uma folha dessa Árvore chamada Escola”

Objetivos:

• Levar os estudantes a refletirem seu papel na própria vida e na Escola;

• Trabalhar noção de parte e todo;

• Sentimento de pertencimento ao grupo e à escola;

• Valorização do trabalho coletivo e fortalecimento do vínculo


de amizade.

Material necessário:

• Cópias impressas de modelos de folhas e frutos em folha de


papel ofício A4 – dois por estudante;

• Lápis de cor, giz de cera, hidrocor de várias cores em quantidade


suficiente para todos os estudantes;

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 79
• Aparelho de som (ou celular com playlist e caixa de som);

• Músicas infantis, Cantigas de Roda, músicas do folclore local,


MPB para crianças, etc;

• Materiais para confecção de grande árvore como folhas de


papel kraft, EVA, jornal, materiais recicláveis, folha de flip, papel
pardo, madeira e outros.

Desenvolvimento:

• Iniciar a atividade em espaço aberto, externo à sala de aula e


de preferência perto de uma árvore. Convide os estudantes a
observar uma árvore, suas partes, suas características, sua
beleza. Cante com os estudantes músicas que falem de árvore,
frutos e folhas, façam uma brincadeira cantada estimulando a
participação de todos. Sugestão: “Árvore da Montanha”;

• Em seguida, em uma Roda de Conversa em sala de aula, fazer


uma reflexão sobre o que compõe uma árvore, o que observaram
na atividade anterior. Converse e estimule os estudantes a
refletirem sobre as partes que compõem uma árvore (raízes,
tronco, folhas, flores, frutos ...) e faça as seguintes perguntas:

√ E se essa árvore fosse nossa escola? (comente sobre o que


compõe a Escola – Gestor, estudante, professor...)

√ O que você seria nessa árvore? Qual parte você queria ser?
(estimular para que todos participem da conversa)

√ E vocês são importantes nessa escola? A escola é importante


para você?

√ O que deve ter na Escola para ser a Escola dos seus Sonhos?
(a ideia é estimular e autorizar o sonho de todos, todos
podem sonhar, desejar e imaginar essa escola).

√ E você tem sonhos? Qual é o seu sonho?

• Separar os estudantes em pequenos grupos para proporcionar


um trabalho coletivo dividindo no mesmo espaço, mesas
agrupadas ou espaços demarcados no chão;

80 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
• Antecipadamente o professor deve ter planejado a confecção
de uma árvore grande para sua sala de aula. Com as partes da
árvore previamente preparadas pelo professor (raízes, tronco,
galhos, etc), este deverá convidar os estudantes para fixar em
uma parede da sala e juntos confeccionarem uma árvore dos
sonhos. Motivar os estudantes refletindo sobre o que está
faltando na árvore, como ela pode ficar mais bonita, como ela
vai contribuir para a escola ser a escola dos sonhos e como cada
um vai contribuir para isso acontecer;

• Entregar uma folha de árvore recortada em papel tamanho


ofício (material previamente preparado pelo professor,
conforme modelo enviado pelo ICE) para cada estudante e
pedir para pintarem e colocarem seus nomes e seus sonhos.
Caso não consigam ainda escrever o nome, a professora
apoia por meio do estímulo para a escrita respeitando como o
estudante consegue representar seu nome. Importante deixar
os estudantes à vontade, sugerindo inclusive que desenhem
o que gostariam de representar, garantindo que a folha tenha
espaço para o desenho e nome do estudante;

• Após toda a produção coletiva o professor pede para que


os estudantes coloquem suas folhas para compor a árvore
celebrando a beleza do trabalho realizado por todos;

• Em seguida, o professor reflete com as crianças o que pode ter


mais na árvore e faz relação com o que as crianças responderam
que deveria ter na Escola dos seus Sonhos;

• Entregar o desenho de frutos, passarinhos, flores, para serem


pintados, ou solicitar que as crianças desenhem e pintem o
que deve ter na árvore da turma. Em seguida, os estudantes
escrevem com a ajuda da professora nos desenhos as palavras
que transmitam o que sentiram e o que desejam na Escola;

• A árvore pode continuar sendo decorada por eles com desenhos


de frutos, mais folhas, raízes e bichinhos. Esta árvore ficará
exposta na sala e deverá ser renovada sempre que sentirem
necessidade de alimentá-la com novos sonhos e desejos.

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 81
Chegamos ao fim do Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis
e Estudantes - Ensino Fundamental 3º ao 5º Anos.

Esperamos que ele tenha contribuído para enriquecer a sua formação como protagonista
e promissora liderança. Também desejamos que você tenha muitas experiências, histórias
para contar e seja muito bem-sucedido junto aos seus colegas.

82 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Anotações:

Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 83
Anotações:

84 Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos
Caderno do Acolhimento da Equipe Escolar, Pais e Responsáveis e Estudantes - Ensino Fundamental 3º e 5º Anos 85
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