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UNIVERSIDADE POSITIVO

ELABORAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE MODELAGEM DO COMPORTAMENTO


DO RATO DE PRESSIONAR A BARRA PARA OBTER ÁGUA

Curitiba-PR
2020
1 COMPORTAMENTO FINAL DESEJADO

O comportamento final desejado é que o rato pressione a barra de resposta,


que se encontra no interior da caixa experimental, com as duas patas dianteiras para
liberar a água.

2 REFORÇO UTILIZADO

Para o alcance do comportamento final ‘pressionar a barra para liberar água’


serão utilizados dois tipos de reforço. O reforço positivo (R+) que trata-se de uma
“recompensa” às ações realizadas pelo rato e que são de interesse do pesquisador
para o desenvolvimento e manutenção do comportamento desejado. No
experimento em questão, o R+ será a água. Ainda, será trabalhada a extinção (E)
do comportamento condicionado.

3 RESPOSTA INICIAL ESCOLHIDA

Após a verificação e mensuração do nível operante, será definido a resposta


inicial escolhida para dar prosseguimento ao processo de modelagem do
comportamento do rato.
O ponto de partida para dar início ao processo de modelagem terá como
começo, a resposta mais simples, porém que exista com alguma força, isto é, este
método parte do nível operante do organismo. Entretanto, a escolha da resposta que
deverá ser ou não encadeadas dependerá do repertório que o rato vier a apresentar
no momento em que for realizado o trabalho de modelagem.
Para tanto, este grupo julga que a resposta inicial escolhida para dar início as
etapas da modelagem do comportamento do rato deve ser “olhar em direção a
barra”.

4 ETAPAS DA MODELAGEM
As etapas da modelagem serão descritas a seguir:

4.1 Medida do nível operante da resposta de pressão à barra


Ao realizar esta etapa no laboratório com o animal, o objetivo será realizar a
mensuração do nível operante, na qual ocorre a oportunidade de observar e registrar
o comportamento do rato antes que ele passe por qualquer manipulação
experimental. Esta observação é importante porque aferirá se, e em que nível, o rato
já apresenta o comportamento de interesse.
Para efeitos de comparação, serão registrados a freqüência com que ocorrem
os seguintes comportamentos:
- Pressionar a barra (PB) - é considerado uma ocorrência deste
comportamento quando o rato tocar a barra com uma ou mais das patas dianteiras
ou com a cabeça, produzindo uma depressão na barra de tal forma que se ouça o
“clique” característico do mecanismo da barra em funcionamento.
- Tocar a barra (TB) - é considerado uma ocorrência deste comportamento se
o rato apenas tocar a barra com uma ou duas patas dianteiras ou com o focinho,
porém sem produzir depressão da mesma e/ou o “clique” já mencionado.
- Farejar (FA) - é considerado uma ocorrência deste comportamento quando o
rato aproximar o focinho, enrugando-o e movimentando as vibrissas, do piso ou das
paredes da caixa experimental, sem contudo levantar-se nas patas traseiras. A cada
dois segundos de duração deste comportamento, conte uma nova ocorrência.
- Levantar-se (LE) - é considerado uma ocorrência deste comportamento
quando o animal levantar-se nas patas traseiras aproximando o focinho do teto ou
do topo das paredes da caixa experimental.
- Limpar-se (LI) - é considerado uma ocorrência deste comportamento quando
o animal esfregar as patas dianteiras na cabeça e/ou focinho e/ou corpo, duas ou
três vezes. A cada três esfregadelas conte uma nova ocorrência.
4.2 Treino do controle discriminativo pelo som do bebedouro

Esta etapa tem como objetivo preparar o animal para a aproximação do


bebedouro e é necessária para que este possa realizar o comportamento de
interesse (pressionar a barra).
Procedimentos:
1. Esta etapa deve ser realizada logo após a etapa de medida do nível
operante da resposta de pressão à barra. Para isso, deve-se acionar o bebedouro
deixando-o com uma gota de água disponível. Esperar, no máximo, 10 segundos
para o rato encontrar e beber a água. Se isso não ocorrer, acionar o bebedouro
novamente várias vezes e aguardar que o animal dele beba antes de passar para o
Passo 2. Se ele não beber, acionar o bebedouro a cada três segundos até ele
encontrar e beber a gota de água, e então passar para o Passo 2.
2. Enquanto o animal estiver ainda lambendo o bebedouro, acioná-lo
novamente deixando nova gota de água disponível para o animal. Nessa fase é
importante não deixar o animal se afastar do bebedouro; assim, liberar uma nova
gota de água enquanto ele ainda estiver bebendo a segunda gota. Repetir isso mais
três vezes, aumentando o intervalo entre um acionamento e outro do bebedouro.
3. Após o Passo 2, esperar que ele afaste a cabeça do bebedouro e acionar o
mecanismo de liberação de água. Verificar se, ao ocorrer o ruído, o animal se volta
imediatamente para o bebedouro (isso indica que a associação ruído-água está
funcionando). Repetir mais três vezes exigindo que, a cada vez, o afastamento de
cabeça seja maior ou por mais tempo.
4. Mudar novamente o critério de acionamento do bebedouro. Liberar uma
gota de água apenas quando o animal estiver longe do bebedouro. Repetir isso por
três vezes. Verificar se, ao ocorrer o ruído do bebedouro, o animal se dirige a ele. Se
isto ocorrer, deve-se dar início à Prática 3 - Modelagem da Resposta de Pressão à
Barra.

4.3 Modelagem da resposta de pressão à barra

Nesta etapa o objetivo é ensinar o rato a pressionar a barra no interior da


caixa experimental. A técnica utilizada nessa etapa chama-se modelagem. Para
tanto, será utilizado o método de aproximações sucessivas da barra. Como citado
anteriormente, por meio dos reforços positivos e negativos será possível utilizar na
modelação com o rato o procedimento de reforçamento diferencial (reforçar algumas
respostas em detrimento de outras).
Procedimentos:
1 - A água deve ser liberada sempre que a barra for pressionada, ainda que
com o corpo ou focinho. Posteriormente deve-se priorizar as pressões na barra
efetuadas com uma e duas patas.
2 - Quando o pressionamento com as duas patas sobre a barra for
aumentada em frequência, deve-se aumentar a exigência dos critérios de
reforçamento, como por exemplo, quatro ou cinco reforços consumidos em cada
etapa.
3 - É importante que a liberação do reforço seja liberado imediatamente após
o rato pressionar a barra com as duas patas. Deve-se evitar reforçar respostas
incompatíveis com o objetivo do observador.
4 - Após a emissão de cinco resposta consecutivas de pressão à barra com
as duas patas, a modelagem deve ser encerrada.

4.4 Reforço contínuo da resposta de pressão à barra

Após alcançar o objetivo da modelagem, ou seja, a introdução de resposta de


pressão à barra no repertório do animal, iniciaremos o processo de reforço contínuo,
que consiste em reforçar continuamente as RPB. Esse processo seguirá o seguinte
procedimento:
1 - Preparação da folha de registro e verificação da caixa experimental ( nível
da água, concha do bebedouro, e a barra de resposta)
2 - Deixar uma gota de água disponível na concha do bebedouro.
3 - Com o cronômetro zerado, registre minuto a minuto o número de
respostas à barra emitidas. A liberação de uma gota d'água será acionada em cada
pressão à barra. Para isto, decidimos manter a chave de controle de liberação de
reforço na posição manual, para que registremos com precisão todos os eventos a
cada acionamento manual do bebedouro.
4 - Após no mínimo 200 respostas, a chave de comando será
desligada,dando início ao procedimento de extinção.

4.5 Extinção da resposta de pressão à barra

Após as sessões de reforço contínuo terem sido realizadas, pretendemos


observar o que acontece com a frequência a resposta de pressionar a barra ao
suspender a condição de reforço da mesma (água), ou seja, o animal não receberá
o reforço.
1 - Colocaremos a chave de comando na posição desligada, mantendo assim
durante toda a prática e anotando na folha de registro cada pressão à barra.
2 - Após o quinto minuto, a cuba de água será removida com cuidado para
não produzir barulho nas proximidades do bebedouro.
3 - A prática será encerrada após o animal permanecer 5 minutos
consecutivos sem emitir a resposta de pressão à barra.

4.6 Reforço secundário

Nesta fase vamos analisar de forma mais conclusiva o que foi visto na prática
2 sobre o som do bebedouro (“clanckt”), que irá permitir a verificação de como este
som, devido o seu emparelhamento com a água ( reforço primário) se tornou um
reforçador secundário, ou seja, estaremos fazendo a associação do barulho com a
água. Para isso iremos seguir os seguintes passos:
1 - Colocar a chave de comando da caixa de controle na posição automática, ou
seja, o bebedouro será acionado automaticamente após cada resposta de pressão à
barra, produzindo seu som característico, porém a gota de água não será
apresentada ao animal. Após 3 minutos desde o início dessa prática, se o rato não
pressionou a barra, será necessário acionar manualmente duas ou três vezes em
intervalos de 5 segundos.
2 - Após cinco minutos da apresentação da primeira resposta do animal
encerraremos esta prática, colocando cuidadosamente a cuba de água sob o
bebedouro e verificando se o nível de água é adequado.
3 - Após a verificação, acionaremos o bebedouro duas ou três vezes e partiremos
para a próxima etapa.

4.7 Recondicionamento da resposta de pressão à barra


Essa fase consiste em verificar se o rato ainda apresenta o comportamento
de interesse, ou seja, a resposta de pressão à barra. Para isso, será necessário o
seguinte procedimento:
1 - Acionar o botão manualmente 2 vezes com intervalos de 5 segundos para
que o animal volte a realizar o comportamento pretendido de pressionar a barra.
2 - Em seguida, colocaremos a chave na posição automática de forma que
após a resposta seguinte de pressão à barra o rato tenha acesso a uma gota de
água automaticamente.
3 - Com a folha de registro, anotaremos a ocorrência de resposta de pressão à
barra minuto a minuto.
REFERÊNCIAS

MATOS, M. A. e TOMANARI, G. Y. A análise do comportamento no laboratório


didático. Ed. Manole, 2002

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