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Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

História do Desporto e
Actividade Física
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
História do Desporto e Actividade Física i

Direitos de autor
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros) sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Docente: Mestre Bridgette Simone Bruce

Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
82-5018440
23-311718
82-4382930
Moçambique

Fax:
E-mail: eddistsofala@teledata.mz
Website: www. ucm.mz
História do Desporto e Actividade Física ii

Agradecimentos
Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pelo meu envolvimento nas equipas do CED


Universidade Católica de Moçambique
como Colaborador, na área de Educação
Centro de Ensino à Distância..
Física e Desporto.
À Coordenação do Curso de Educação Física Pela contribuição e enriquecimentos ao
e Desporto. conteúdo
Ao coordenador: Mestre Bridgette Simone Pela facilitação, orientação e prontidão
Bruce durante a concepção do presente manual.
História do Desporto e Actividade Física iii

Visão geral 5
Bem-vindo ao Ensino de História do Desporto 2º Ano .................................................... 5
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 6
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 6
Ícones de actividade .......................................................................................................... 7
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 7
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 8
Avaliação .......................................................................................................................... 8

Unidade nº 1 9
Actividade Física na Comunidade Primitiva e na Sociedade Esclavagista ...................... 9
Sumário ............................................................................................................................. 9
Exercício 1 ...................................................................................................................... 12

Unidade nº 2 13
Actividade Física em outros povos na antiguidade ........................................................ 13
Sumário ........................................................................................................................... 13
Exercício 2 ...................................................................................................................... 30

Unidade nº 3 31
A Idade Média ................................................................................................................ 31
Sumário ........................................................................................................................... 31
Exercício 3 ...................................................................................................................... 39

Unidade nº 4 40
Os criadores dos Sistemas Educação Física ................................................................... 40
Sumário ........................................................................................................................... 40
Exercício 4 ...................................................................................................................... 48

Unidade nº 5 49
A Luta Contra o Doping ................................................................................................. 49
Sumário ........................................................................................................................... 49
Exercício 5 ...................................................................................................................... 54

Unidade nº 6 55
Os Jogos Desportivos Mundiais e Continentais ............................................................. 55
Sumário ........................................................................................................................... 55
Exercício 6 ...................................................................................................................... 59
Bibliografia ..................................................................................................................... 60
História do Desporto e Actividade Física 5

Visão geral
A Cadeira de História do Desporto foi introduzida para os Formandos, que, na sua
maioria, são já Professores do EP e/ou do ESG. Começa nestas Presenciais, para,
segundo o seu propósito, desenvolver uma forma inovadora de estar e ser,
conhecer e aplicar a mesma. Nesta cadeira vamos falar de uma forma geral da
Actividade Física na Comunidade Primitiva e na Sociedade Esclavista, da Actividade
Física em outros povos na Antiguidade, da Idade Média, dos Creadores dos Sistemas
Nacionais da Educação Física, dos Jogos Para olímpicos e a Vontade Humana, da
Luta Contra o Doping, dos Jogos Desportivos de Centro Americanos e do Caribe e da
Educação Física em Moçambique.

Bem-vindo ao Ensino de História


do Desporto 2º Ano

Pretendemos que este módulo seja um contributo para que os


aprendentes adquiram um conhecimento aprofundado da História do
Desporto.
Quando terminares o estudo da História do Desporto – 2º Ano, o
formando será capaz de:

1. Capacitar os estudantes com conhecimentos de base que lhes


permitam a interpretação de estudos relativos à História da
Educação Física e Desporto;

Objectivos 2. Capacitar os estudantes para que na sua actividade prática


possam dar a conhecer ás crianças e jovens informações sobre a
História da Educação Física;

3. Desenvolver a apetência a capacidade de análise dos estudantes


relactivamente a questões sócio - ddesportivo.
História do Desporto e Actividade Física 6

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para os estudantes do 2º ano do curso de
Licenciatura de Educaçã Física e Desporto.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por CED - UCM encontram-
se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.
História do Desporto e Actividade Física 7

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo
Caro Estudante, antes de mais o ensino à distância requer de ti
uma grande responsabilidade, ou seja, é necessário que tenhas
interesse em estudar, porque o teu estudo é ‘auto-didáctico’.
Entretanto, vezes há em que te acharás possuidor de muito
tempo, enquanto, na verdade, é preciso saber gerí-lo por forma a
que tenhas em tempo útil as fichas informactivas lidas e os
exercícios do módulo resolvidos, evitando que os entregues fora
de tempo exigido.

Precisa de apoio?

Há exercícios que o caro estudante não poderá resolver sozinho, neste


caso contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste
período pode apresentar dúvidas, tratar questões administractivas,
entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências
História do Desporto e Actividade Física 8

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos aos tutores/docentes da cadeira em questão.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio deve ser evitado. A avaliação da cadeira será controlada da
seguinte maneira:

Avaliação
Os exames são realizados no final da cadeira e os trabalhos marcados
em cada sessão têm peso de uma avaliação, o que adicionado os dois
pode-se determinar a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes e 1 (exame).
História do Desporto e Actividade Física 9

Unidade nº 1

Actividade Física na
Comunidade Primitiva e na
Sociedade Esclavagista

A história da Educação Física relaciona-se com todas as ciências que


estudam o passado e o presente das actividades humanas e a sua
evolução. O homem, condicionado à situações de ser pensante,
desempenhou, em todas as etapas da vida, um papel importante na
história da educação física, a qual se propõe a investigar a origem e o
desenvolvimento progressivo de suas actividades físicas, através do
tempo: sua importância, as causas de seu apogeu e da sua decadência.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer os factores que motivaram a evolução do desporto;


 Conhecer as fases da evolução do desporto.

Objectivos

Sumário
História e factores que determinaram a evolução

Actividade Física

Quando se fala em Actividade física ou Educação Física forma-se logo


no pensamento a imagem de movimento ou locomoção. Logo, não se
pode pensar em exercícios físicos sem primeiro atentar para a sua
origem: Os antropólogos e paleontólogos, pesquisando certos
terrenos geológicos, descobriram que o homem apareceu entre o fim
Plioceno e o começo do Pleistoceno.

A existência humana determina necessidades económicas. Estas


obrigaram o homem a locomover-se, de uma região para outra, numa
História do Desporto e Actividade Física 10

mesma época do ano, ou em épocas diferentes, iniciando, assim,


inconscientemente o adestramento do corpo, melhorando, através de
milhões de anos, o seu aspecto físico para vencer melhor a luta pela
vida, quer procurando os bens económicos, quer defendendo-se ou
atacando, sem, no entanto, constituir-se uma preocupação diária, em
virtude de ser uma prática natural, do saltar, trepar, correr, lançar,
nadar, aprimorando, consequentemente, as funções orgânicas. O
elevado grau de desenvolvimento físico, decorrente do trabalho
orgânico, agudeza dos sentidos de que eram dotados os povos
selvagens, são provas irrefutáveis de que os exercícios físicos,
nasceram instintivamente com o homem, em razão de suas
necessidades económicas e biológicas.

A observação que se faz e a conclusão a que se chega, no recém-


nascido, por onde, constata-se que "o movimento é o seu gesto mais
pronunciado". O instinto de mover o tronco e as extremidades
primeiramente arrastando-se, depois andando de gatinhas
(quadruptação), logo depois andando, trepando, correndo, saltando e,
quando já adulto, sentindo-se forte, surge-lhe o instinto da luta,
procurando dominar os mais fracos, depois os de igualdade de
condições e às vezes os mais fortes. Esses movimentos e meios de
locomoção, certamente, eram mais acentuados nos recém-nascidos
primitivos do que nos civilizados, os quais sofreram os influxos
progressivos do regime e do meio que passaram a viver. Nessa altura
compreende-se, pois, que a educação física teve origem com o ser vivo
e sua racionalização. Com o homem, quando compreendeu ser, o
desenvolvimento da potência física, necessária à sobrevivência,
remontando a sua prática aos mais antigos povos orientais.

Educação física pelo homem primitivo: Surgiu, como já vimos, com o


aparecimento do homem. Porém, na pré-história, não se encontram
indícios concretos de como foram praticados tais exercícios pelo
homem primitivo, além da imitação. Partindo, todavia, da Lei do Uso
(Lamarck), segundo a qual a utilização frequente dos diferentes
órgãos, sistemas e aparelhos, em época e situações também diferentes,
de acordo com os estágios pelos quais passou o homem, desenvolveu-
se e, ao mesmo tempo, aperfeiçoou as funções determinando
mudanças morfofuncionais; e do seu aforismo: "A função cria o
órgão" (Lamarck), conclui-se que, existindo a espécie animal, existe
movimento e, portanto, exercícios físicos, os quais, pela sua repetição,
aperfeiçoam e desenvolvem os órgãos, sistemas e aparelhos.

O homem primitivo: Deslocava-se de um lugar para outro a procura


de alimentos, marchando, trepando, nadando, saltando e lançando as
suas diferentes armas de lançamentos.

Pela repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência,


aperfeiçoava as funções educando-as gradactiva e inconscientemente,
segundo as leis naturais de criação (biológicas), confirmando pelo
aforismo: "Natura non facit saltus" (Cuvier).
História do Desporto e Actividade Física 11

Sistema educativo

Os muros, recentemente desenterrados, revelaram que a cultura física


era praticada com tal paixão, sob o aspecto de exercicios de força e
destreza, que chegaram a construir praças de jogos ou circo. Pelos
pictogramas e pinturas de cenas desportivas, encontradas, nos muros.
Conclui-se que os cretenses praticavam diversos jogos (corrida a pé,
saltos, touradas; danças, exercícios ginásticos; Pugilismo, Boxe, lutas
e gladiadores; jogos de xadrez e caça. A educação física era praticada,
como se pôde deduzir, sob os aspectos militar, desportivo, médico e
rítmico.

 Aspecto militar: Com este objetivo preparavam o exército para


a guerra, sob o caráter guerreiro, em toda sua amplitude, para
desenvolver o sangue frio e a coragem, utilizando-se da luta
de gladiadores entre homens, e entre homens e mulheres com
os animais ferozes, tal qual foi mais tarde praticado em Roma,
e com o mesmo fim, isto é, de alegrar a aristocracia debochada
e sedenta de crueldade e prazer, e acostumar a ver matar.

 Aspecto desportivo: Desenvolvia, individual e colectivamente,


as qualidades guerreiras.

Carácter individual: Praticavam os desportos que desenvolviam as


qualidades inatas do guerreiro, tais como coragem, ousadia, resistência
e confiança em si mesmo. Entre muitos exercícios salienta-se de uma
maneira especial:

a) Corridas a pé: As quais formavam a base dos exercícios de


destreza e agilidade, com o objectivo de aplicá-lo as corridas de
touros.

b) Pugilismo: Constituído de uma espécie de Boxe, parecido com o


box dos dias actuais, no qual era permitido golpearem-se tanto com os
pés como com os punhos, tal como no Pncrácio dos gregos, ou o
“catch_as_catch_can” dos americanos do norte. Muitos lutadores
encontravam, a mais das vezes, a morte no decorrer do combate. Os
atletas, já nessa longínqua época, eram divididos em categorias, assim
compreendidas: peso leve, que lutavam de mãos livres, podendo
golpearem-se com os pés; peso médio, que usavam capacetes, com
penachos e luvas; peso pesado, que eram protegidos com um
capacete, máscara e luvas de couro acochoadas, compridas e
trançadas. Lutavam até que um deles caísse exausto e o vencedor o
pisasse triunfante.

c) Combate de gladiadores: Este combate, levado a efeito no próprio


local do sacrifício ao culto a Minotauro, em que se sacrificavam
vítimas humanas (escravos ou prisioneiros), no qual o vencedor
obtinha a liberdade e o vencido era sacrificado, costume esse
encontrado na Grécia primitiva como herança da civilização cretense
e, mais tarde, em Roma como herança da Grécia, quando a
conquistaram.
História do Desporto e Actividade Física 12

d) Corridas de touros: Com o correr dos tempos, a luta de


gladiadores tornou-se insípida e foi substituída pela corrida de touros
dentro da arena, como parte integrante do culto sagrado ou
touromáquico, em homenagem a divindade touro-homem, em que a
vítima em geral terminava espetada nos chifres dos touros bravios.
Carácter colectivo: Este, compreendia as caçadas e corridas de
carros, com o espírito de competição e recreativo.

Exercício 1
1. Em resumo diga os reais motivos do surgimento da Actividade
Física tendo em conta o sistema educativo.
História do Desporto e Actividade Física 13

Unidade nº 2

Actividade Física em
outros povos na
antiguidade
Introdução
A prática de actividades físico-desportivas foi e continua a ser uma das
constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da
actividade física produziu-se de formas diferentes, em função das
necessidades sociais e dos objectivos estabelecidos em cada período
histórico e civilização: assim, tem sido vista como actividade utilitária
que possibilita a sobrevivência; como preparação para a guerra; como
meio de invocação religiosa; como jogo ou actividade recreactiva e de
ócio; como método de educação física para a saúde; ou então como
desporto espectáculo e de competição. Hoje em dia, para poder
entender o conceito de educação física é conveniente conhecer a
influência que as distintas civilizações exerceram sobre ela ao longo
dos séculos. Dependendo do seu objectivo, cada cultura estabeleceu
um modelo de educação física diferenciado, que em muitas ocasiões
ainda perdura.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a evolução da actividade física em outros povos na


antiguidade;
Objectivos  Conhecer os factores que determinam a evolução.

Sumário
"Toda parte do corpo se tornará sadia, bem desenvolvida e com
envelhecimento lento se exercitadas; no entanto, se não forem
exercitadas, tais partes se tornarão susceptíveis a doenças, deficientes
no crescimento e envelhecerão precocemente."

Hipócrates
História do Desporto e Actividade Física 14

CHINA - Como Educação Física, as origens mais remotas da história


falam de 3000 A. C. lá em China. Um certo imperador guerreiro,
Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava os exercícios
físicos com finalidades higiénicas e terapêuticas além do carácter
guerreiro. Já no 3º milénio a.C. os chineses praticavam: Caça; Luta;
Esgrima e Tiro ao arco. Depois surge uma nova codificação dos vários
exercícios gímnicos: O Cong-Fou (kung-fu) consistia em uma série de
posições nas quais o corpo era colocado durante muito tempo para que
o paciente respirasse segundo certos métodos particulares, escolhidos
e indicados d acordo com a doença a tratar. Apresentam uma série de
técnicas de cuidados higiénicos, dietéticos e exercícios físicos
específicos. Os chineses organizavam também concursos onde no final
dos quais a taça de vinho era oferecida não ao vencedor mas ao
vencido para trazer um remédio à sua fraqueza. A partir do Século. II
a.C. e da introdução das doutrinas filosóficas da inacção (como o
budismo) as prática desportivas entra em decadência e começasse a
privilegiar o repouso meditação e interiorização.

Índios - No começo do primeiro milénio, os exercícios físicos eram


tidos como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie
de código civil, político, social e religioso. Eram indispensáveis às
necessidades militares além do carácter fisiológico. Buda, atribuía aos
exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos,
bondade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do
Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento).
O Yoga, tem suas origens na mesma época retratando os exercícios
ginásticos no livro "Yajur Veda" que além de um aprofundamento da
Medicina, ensinava manobras massoterápicas e técnicas de respirar.

JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações sempre


esbarra na importância dada à Educação Física, quase sempre ligados
aos fundamentos médicos-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e
guerreiros. A civilização japonesa também tem sua história ligada ao
mar devido à posição geográfica além das práticas guerreiras feudais:
os samurais.

EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios


Gímnicos revelados nas pinturas das paredes das tumbas.
A ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como
qualidades físicas tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e
resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais
como tronco de árvores, pesos e lanças.

ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a


invasão cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da
ginástica. Sendo assim, a actividade física era destinada às práticas
militares. A célebre frase "Mens Sana in Corpore Sano" de Juvenal
vem desse período romano.

Em Roma, tanto na época republicana como na imperial, quebrou-se o


conceito integral da educação física, que se limitou a uma ginástica
higiénica e de saúde em termas e palestras. A preparação física só
fazia parte da instrução dos soldados a partir dos 14 anos. Cultivava-se
o pragmatismo e desejava-se a beleza, a técnica e o prazer desportivo.
História do Desporto e Actividade Física 15

Ao contrário do que tinha sucedido na Grécia, no mundo romano


primava o jovem como espectador dos grandes espectáculos do circo
(Iudi) e do anfiteatro (munera), cada vez mais populares e numerosos.
Desvinculados do carácter religioso que tiveram na civilização
helénica, estes espectáculos adquiriram uma função política, sobretudo
sob o Império. De facto, já no ano 105 a. C., durante a República, o
Senado instituiu oficialmente o combate de gladiadores como
espectáculo nacional. No cenário do anfiteatro os gladiadores
profissionais enfrentavam-se entre si (mirmilões, reciários, trácios,
samnitas), ou então contra as feras, embora também houvesse lutas
entre animais. Tudo isto com uma crueldade extrema e com um final
que normalmente significaria a morte de um dos combatentes.
Existiam escolas de treino de gladiadores, que frequentemente eram
presos ou escravos, mas também homens livres em busca de fama.
Estas lutas terminaram no século IV d. C. com o Edicto de Milão.
Entre o público romano, também tiveram grande continuidade as
corridas de carros (sobretudo, as quadrigas, puxadas por quatro
cavalos e conduzidas pelos aurigas) que se realizavam nos circos
(como o Máximo, cuja etapa de esplendor se situa entre os séculos I a.
C. e I d. C.), num percurso aproximado de quatro quilómetros.

IDADE MÉDIA - A queda do império romano também foi muito


negativo para a Educação Física, principalmente com a ascensão do
cristianismo que perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo
era um verdadeiro pecado sendo também chamado por alguns autores,
de "Idade das Trevas".

Uma vez desaparecida a ginástica higiénica, o único vislumbre de


preparação física intensa durante o período medieval foi a levada a
cabo pelo cavaleiro feudal, orientada para a guerra, torneios e justas. A
crise que a educação física atravessou durante o longo período que vai
do século VI ao século XIV deveu-se fundamentalmente ao
espiritualismo imposto pela Igreja, que procurava prioritariamente a
saúde (ou salvação) da alma, condenava o orgulho da vida terrena e
menosprezava toda a actividade físico-desportiva. O facto de o
cristianismo associar, em geral, a barbárie dos espectáculos romanos,
onde os crentes tinham sido objecto de inúmeros sacrifícios sob o
Império Romano, à actividade física de carácter lúdico influenciou de
forma negactiva a imagem do desporto. Assim, o atletismo, por
exemplo, que tinha sido a base da educação física na Grécia antiga,
praticamente desapareceu na Idade Média.

Por isso, como expoente quase único da educação física pode citar-se
o treino que os jovens recebiam para se tornarem cavaleiros, depois de
passarem, desde crianças, pelas categorias de pajem e escudeiro. Na
sua preparação aprendiam esgrima, equitação, tiro, luta, natação e
outras habilidades físicas. A concreção dos ideais de cavalaria tinha
como marco as justas (confrontos entre dois cavaleiros) e torneios
(verdadeiras batalhas que dois grupos de cavaleiros enfrentavam).
Também adquiriram grande importância os jogos de bola, sobretudo a
palma e a sou/e.

A RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse no seu


próprio corpo, o período da Renascença fez explodir novamente a
História do Desporto e Actividade Física 16

cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do


corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes
artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), responsável pela
criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo humano.
Consta desse período o estudo da anactomia e a escultura de estátuas
famosas como por exemplo a de Davi, esculpida por Michelângelo
Buonarroti (1475 - 1564). Considerada tão perfeita que os músculos
parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu
origem à Anactomia como a obra clássica "De Humani Corporais
Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564). A volta de Educação Física
escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466)
que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo
programático incluía os exercícios físicos.

GRÉCIA

Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a


Educação Física foi a grega através da sua cultura. Nomes como
Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a
Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na
ligação corpo e alma através das actividades corporais e da música.
"Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde ao
corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e
espírito ou mente.

Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres,


atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega. As
actividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando os
estádios destinados a isso.

Os gregos da Antiguidade conferiram ao exercício físico um papel de


grande destaque nos vários âmbitos da vida social, como a educação,
na qual a actividade física se complementava com a aquisição de
conhecimentos, e a celebração das festas, nas quais os jogos atléticos
helénicos - fundamentalmene os Jogos Olímpicos tiveram especial
transcendência. Tanto através da leitura dos grandes clássicos da
poesia e da filosofia (Homero, Píndaro, Platão, Aristóteles, etc.) como
através dos achados arqueológicos é possível perceber a importância
que tiveram a educação física e a prática do desporto numa das
grandes civilizações do Mundo Antigo.
História do Desporto e Actividade Física 17

A Ilíada, a primeira obra-prima da literatura grega, e a Odisseia


(ambas compostas por Homero provavelmente cerca do ano 800 a. C.)
contêm inúmeras referências desportivas, como, por exemplo, a
realização de jogos fúnebres em honra de personagens ilustres. É
muito provável que exista uma relação entre as duas grandes obras
homéricas e os Jogos Olímpicos, já que nas suas páginas aparecem
quase todas as categorias olímpicas: corridas de carros (as designadas
bigas), corridas.. salto, lançamentos do disco e do dardo, luta e
pugilacto; também existe uma intenção educactiva, ao visar a honra e a
perfeição ou, em suma, o areté, o ideal humano da virtude.

Quanto ao poeta Píndaro (518-438 a. C.), a sua mensagem educactiva


baseia-se no engrandecimento do vencedor desportivo, o qual é
tomado como exemplo da perfeição; daí que as suas Odes triunfais
(Olímpicas, Píticas, Nemeias e istimicas) sejam dedicadas
precisamente ) aos vencedores dos vários

Sistema de campos e instalações

Estádio olímpico da Grécia Antiga

O ginásio em Grécia antiga funcionava como um centro de


treinamento para os concorrentes em público jogos. Era também um
lugar para socializar e se engajar em actividades intelectuais. O nome
vem do antigo termo grego Gymnos significa " nu ". Os atletas
competiram nude, uma prática disse para incentivar a apreciação
estética do corpo masculino e um tributo aos deuses. Ginásios e
palestras estavam sob a protecção e o patrocínio de Heracles, Hermes
e, em Atenas, Teseu.

O ginásio foi formado como uma instituição pública onde os jovens


maiores de 18 anos receberam treinamento em exercícios físicos. A
supervisão dos ginásios foi confiada a gymnasiarchs, que eram
funcionários públicos responsáveis pela condução de desportos e
jogos em festas públicas e que dirigiu as escolas e supervisionou os
concorrentes.

Os gymnastai eram os professores, técnicos e treinadores dos atletas.


Os ginásios gregos também realizou palestras e discussões sobre
História do Desporto e Actividade Física 18

filosofia, literatura e música, e as bibliotecas públicas estavam por


perto.

Os Jogos Pan-elénicos

Jogos Pan-Helénicos (português europeu) ou Pan-Helênicos (português brasileiro) é


o termo colectivo utilizado para designar quatro festivais separados
que se realizavam periodicamente na Antiga Grécia.

Esses quatro jogos eram:

 Jogos Olímpicos - os mais importantes e prestigiados dos


Jogos, realizados a cada quatro anos, em Olímpia perto da
cidade-estado de Elis, em homenagem a Zeus;

 Jogos Píticos - realizados a cada quatro anos, perto de Delfos,


em homenagem a Apolo;

 Jogos Nemeus - realizados a cada dois anos, perto de Nemeia,


também em homenagem a Zeus;

 Jogos Ístmicos - realizados a cada dois anos, perto de


Corinto, em homenagem a Poseidon.

Os jogos realizavam-se segundo um ciclo de quatro anos, conhecido


como Olimpíada, que era uma das formas usada na antiga Grécia para
medir o tempo. Os Jogos Olímpicos representavam o ano um do ciclo,
seguindo-se, em diferentes meses do ano dois, os Jogos Nemeus e
Ístmicos. No terceiro ano do cíclo tinha lugar os Jogos Pítios e no
quarto ano repetiam-se os Jogos Nemeus e Pítios. O ciclo voltava
novamente ao início no ano seguinte com os Jogos Olímpicos. A
organização dos jogos tinha em conta a possibilidade de atletas
individuais participarem em todos os festivais.

Os participantes nos Jogos podiam ser originários de todo o mundo


grego, incluindo as suas diversas colónias, desde a Ásia Menor até à
Ibéria. No entanto os participantes teriam de ser razoavelmente ricos
para poderem pagar pelos treinos, transporte, alojamento e outras
despesas. Mulheres, escravos e não-gregos não tinham permissão para
participar, se bem que existiram excepções, como no caso de Filipe II
da Macedónia e Nero. No caso das mulheres, apenas as virgens
tinham permissão para assistir aos jogos.

Os eventos principais de cada um dos festivais eram as corridas de


quadriga, lutas, boxe, pancrácio, stadion e outras corridas a pé, salto
em comprimento, lançamento do dardo, e lançamento do disco.
Excepto nas corridas de quadriga, os participantes disputavam todas as
modalidades nús. Os mais antigos registos escritos que referem os
Jogos Olímpicos datam de 776 a.C., mas há indícios de que a sua
origem remonte alguns séculos antes. Os outros três jogos foram
instituídos no século VI a.C.
História do Desporto e Actividade Física 19

Os Jogos Olímpicos (Importancia e significado)

Os Jogos Olímpicos eram a mais importante festa pan-helênica do


mundo grego. Deles só podiam participar homens livres, de raça
grega, e em pleno gozo de seus direitos de cidadão. Assim, como bem
observa Manolis Andronicos, as Olimpíadas criavam condições para
que os gregos, subdivididos em grupos que viviam em centenas de
póleis (cidades-estados) independentes e em constantes atritos entre si,
adquirissem consciência de sua unidade nacional.

Os Jogos eram dedicados a Zeus, a divindade suprema, e aconteciam


em seu santuário em Olímpia, na região de Élis, a oeste do
Peloponeso. O santuário contava com o ginásio, a palestra, o estádio, o
hipódromo, além de um hotel e dois templos, um de Hera e um de
Zeus. Este era o maior templo da Grécia continental e possuía, em seu
interior, a célebre estátua de Zeus, considerada pelos antigos uma das
sete maravilhas do mundo.

A tradição grega associava às origens míticas dos Jogos Olímpicos


dois grandes heróis: Pélope e Héracles. Quando Pélope chegou à
região de Élis, vindo da Lídia com grande quantidade de tesouros, fez
parada na cidade de Pisa, onde reinava Oinomaos. Esse rei tinha uma
filha, Hipodâmia, que ele se negava a dar em casamento. Quando
aparecia algum pretendente, o rei propunha-lhe uma disputa na corrida
de carros. Se o pretendente vencesse, levaria Hipodâmia como prémio;
se, ao contrário, fosse derrotado, seria morto pelo rei. Pélope
interessou-se pelo desafio. Àquela altura, o rei já havia dado a morte a
doze pretendentes. Acontece que Hipodâmia se apaixonou por Pélope
e tractou de favorecer o seu amado: convenceu por meio de suborno o
cocheiro de Oinomaos a substituir os eixos do carro do rei por outros
mais fracos, que se romperam durante a prova, causando a morte de
seu próprio pai. Assim, Pélope conseguiu casar-se com Hipodâmia e
instituiu jogos em honra do rei morto.

Depois de um certo tempo, esses jogos deixaram de ser celebrados.


Coube, então, a Héracles reactivá-los, em comemoração à sua vitória
sobre Áugias, um rei de Élis possuidor de numeroso rebanho, cujo
estábulo nunca havia sido limpado. Toda a vizinhança sofria com o
mau cheiro que exalava de seus domínios; além disso, o solo já não
produzia mais, tão grande era a quantidade de esterco que o cobria. A
limpeza do estábulo foi realizada por Héracles. Do conjunto dos
famosos Doze Trabalhos, esse foi o sexto. Acertado com o rei o preço
História do Desporto e Actividade Física 20

da tarefa -- ele deveria receber uma décima parte do rebanho -- pôs


mãos à obra: derrubou duas das paredes do estábulo e, a seguir,
desviou os cursos de dois rios da vizinhança, cujas águas levaram todo
o esterco. O rei, entretanto, negou-se a pagar o combinado e expulsou-
o violentamente do território. Para vingar-se, Héracles organizou uma
expedição contra Áugias, invadiu o seu reino e o mactou.

Aconteciam em pleno verão, na semana de lua cheia do mês


metagitnion (correspondente à segunda quinzena de Agosto e primeira
de Setembro do nosso calendário). Foram celebrados regularmente a
partir de 776 a.C., data do primeiro registo dos vencedores. A partir
dessa data, os gregos adoptaram os Jogos Olímpicos como referência
cronológica, chamando "olimpíada" o período de quatro anos entre um
festival e outro. A era das Olimpíadas se estendeu por
aproximadamente 12 séculos, até 393 d.C., quando foram abolidos
pelo imperador romano Teodósio, que, convertido ao cristianismo,
proibiu os cultos pagãos.

Os preparativos da festa começavam dez meses antes da abertura,


quando se nomeava uma comissão organizadora, cujos membros,
chamados helanódices (“juízes dos helenos”), além de assumirem
todas as responsabilidades pela organização dos jogos,
desempenhavam também a função de juízes. Algum tempo antes da
abertura dos jogos, os arautos spondophóroi (“portadores da trégua)
divulgavam por toda a Grécia a trégua sagrada, que suspendia as
guerras por três meses, a fim de proporcionar uma viagem de ida-e-
volta segura às pessoas que pretendiam deslocar-se para Olímpia. A
partir do século IV a.C., a região de Élis foi proclamada inviolável.
Entrar naquele território portando armas era sacrilégio.

O atleta inscrevia-se, nos prazos fixados, para as modalidades em que


pretendia competir. Uma vez aceita a inscrição, ele devia comparecer a
Olímpia dois meses antes do início dos jogos, para submeter-se a
treinamento especial, sob o controle dos helanódices e dos ginasiais, a
fim de que fosse confirmada ou alterada sua inscrição numa dada
categoria, de acordo com sua idade e força física. Além disso, nesse
período o atleta tomava ciência dos regulamentos das provas.
Qualquer infracção às regras acarretava pesadas multas e sanções não
só ao atleta mas também à sua família. Os infractores perdiam a
credibilidade, eram desmoralizados socialmente e não podiam
participar de outros concursos.

Um mês antes do início das provas, helanódices e atletas,


acompanhados de seus familiares e amigos, participavam de uma
procissão solene que ia de Élis até Olímpia (58
quilómetros), pela Via Sagrada. Os jogos duravam
sete dias. O primeiro e o último eram dedicados a
cerimónias religiosas. No primeiro dia, a cerimónia
inicial era o juramento solene, no altar de Zeus; os
helanódices juravam julgar as provas com equidade e
os atletas juravam respeitar todos os regulamentos e agir com lealdade.
A seguir, acontecia o sacrifício no altar de Zeus. Depois, todos
seguiam para o estádio e os arautos declaravam a abertura oficial dos
História do Desporto e Actividade Física 21

jogos. No dia do encerramento, organizava-se outra procissão e um


banquete.

As provas consistiam em competições de exercícios corporais de força


ou agilidade. Dividiam-se em concursos gímnicos e concursos hípicos.
Os concursos gímnicos realizavam-se no estádio, e compreendiam: as
corridas (simples, dupla, de fundo e com armas); o pugilacto; o
pancreático e o pentlacto. Os concursos hípicos aconteciam no
hipódromo e compreendiam as corridas de carros e o hipismo. Além
dessas provas atléticas, havia também concursos de tocadores de
corneta e concursos de arautos, com a finalidade de premiar os que
tivessem maior força e capacidade pulmonar.

A vitória implicava alta honra não só para o vitorioso, como também


para sua família e para sua cidade natal. O arauto proclamava o seu
nome, o nome de seu pai e o de sua pátria. Ele se tornava um
Olimpiônico. Como prémio material, recebia uma coroa de folhas de
oliveira. O que importava mesmo era a aclamação do público. Sua
cidade natal o recebia triunfalmente e os poetas, como Píndaro, o
imortalizavam em canções que espalhavam sua fama por toda a
Grécia. O nome do vencedor era inscrito no catálogo oficial dos
olimpiônicos, conservado no ginásio. Se ele próprio ou os amigos
tivessem recursos financeiros, contratava-se um escultor para fazer sua
estátua, que seria colocada em Olímpia mesmo ou em outro lugar.
Atenas recompensava os seus cidadãos vitoriosos em Olímpia
patrocinando-lhes a alimentação pelo resto de suas vidas. Nos
concursos equestres, o prémio se destinava ao dono do carro ou do
animal vencedor; contudo, a vitória era mais gloriosa quando o próprio
dono participava da competição como condutor.

Programa de Ceremónias
História do Desporto e Actividade Física 22

Dia 1
Manhã

 Cerimónia de juramento dos atletas e dos juízes no


Buleuterion perante a estátua de Zeus Korkios (Zeus dos
Juramentos)
 Provas de luta, pugilacto e panarício para rapazes.
 Consulta de oráculos.

Tarde

 Palestras públicas de filósofos e historiadores. Recitais de


poesia.

Dia 2
Manhã

 Corridas equestres. Os concorrentes entram no hipódromo em


procissão.

Tarde

 Pentatlo

Fim da tarde e noite


 Cerimónias no santuário de Pélops, identificado pela tradição
como o primeiro vencedor dos jogos. Reconstituição das suas
cerimónias fúnebres.
 Desfile no Áltis dos vencedores, em honra dos quais são
entoados hinos. Banquetes.

Dia 3
Manhã

 Procissão formada por todos os atletas, juízes e embaixadores


das póleis gregas (que transportam vasos de ouro e prata que
representam a riqueza das suas localidades) pelo Áltis. A
procissão pára em frente ao Grande Altar de Zeus, onde se
realiza o sacrifício de 100 bois oferecido pelo povo de Élide
História do Desporto e Actividade Física 23

Tarde

 Corridas pedestres

Noite

 Banquete no Pritaneu, no qual participam os atletas, os


convidados e os espectadores, recorrendo-se à carne utilizada
no sacrifício feito de manhã.

Dia 4
Manhã

 Luta

Meio-dia

 Pugilacto e panarício.

Tarde

 Corrida com armas.

Dia 5

 Procissão liderada pelos atletas vencedores até ao Templo de


Zeus, onde serão premiados um por um com uma coroa de
louro atribuída pelos juízes. Os espectadores atiram pétalas e
folhas sobre os vencedores. À noite, grandes festas e
banquetes. No dia seguinte os atletas, espectadores e
embaixadores iniciam a viagem de regresso às suas terras.

Descrição das distintas provas

Corridas pedestres

As corridas pedestres incluíam quatro tipos de corridas: o estádio, o


diaulós (ou duplo estádio), o dolichos e o hoplitódromo (ou corrida
com armas). O estádio era a prova mais antiga e de maior prestígio, já
que o seu vencedor daria o seu nome aos jogos. Consistia numa
corrida de 192 metros, o comprimento do estádio; diaulós
História do Desporto e Actividade Física 24

correspondia a uma corrida de 384 metros. Quanto ao dolichos, era


uma corrida que variava entre os 7 e os 24 estádios. A corrida com
armas variava entre os 2 e os 4 estádios e nela os atletas levavam o
capacete e o escudo dos hoplitas, o que poderia ser penoso dado o peso
que representava este armamento. Para evitar a fraude, os escudos
usados pelos atletas eram guardados no Templo de Zeus, de modo a
evitar que alguém corresse com um escudo que fosse mais leve.

Corridas equestres

Este tipo de prova incluía as corridas de carros ou de cavalo de sela.


Nas primeiras poderiam usar-se dois cavalos (bigas) ou quatro cavalos
(quadrigas). As quadrigas teriam sido introduzidas nos Jogos
Olímpicos pela primeira vez em 680 a.C. e as corridas de cavalo de
sela em 648 a.C. Uma corrida de carros consistia em doze voltas ao
hipódromo, tendo cada volta entre 823 e 914 metros; a corrida de
cavalo era uma volta do hipódromo. Não eram os homens que tinham
vencido as corridas que recebiam as coroas, mas os donos dos cavalos,
dado que estes implicavam custos que só os mais ricos poderiam
suportar. Assim, algumas mulheres com posses e políticos tornaram-se
vencedores destas corridas, sem nunca terem participado nelas.

Luta, pugilacto e panarício

A luta nasceu no Próximo Oriente, tendo sido adaptada pelos Gregos


talvez na época micénica. Tinha como deus padroeiro Hermes. Na luta
grega era necessário provocar por três vezes a queda do adversário
para se consagrar vencedor. Considerava-se que tinha ocorrido uma
queda quando as costas, ombros ou peito do adversário tinham tocado
o chão. Antes de iniciarem a luta os concorrentes untavam o corpo
com azeite e deitavam um pouco de terra para evitar que a pele se
tornasse escorregadia. A prova não possuía um tempo limite. Era
permitido partir os dedos do adversário, mas não era permitido realizar
ataques na região genital ou recorrer a mordeduras. Existiam provas
reservadas aos homens adultos e aos rapazes. O prático do pugilacto
na Grécia Antiga remonta ao século VIII a.C. Apenas se poderia atacar
com os punhos e os concorrentes envolviam os dedos com tiras de
couro. Não existiam assaltos nem categorias baseadas no peso dos
atletas. O jogo terminava quando um dos atletas ficava inconsciente ou
colocava um dedo no ar em sinal de desistência. O pancrácio era uma
combinação da luta e do pugilacto, sendo o seu resultado uma prova
extremamente violenta, cujos concorrentes poderiam mesmo vir a
morrer. Tudo era permitido, com excepção de enfiar dedos nos olhos,
atacar a região genital ou morder. A vitória ocorria quando um dos
atletas já não conseguia continuar a lutar, levantando um dedo para
que o juiz se apercebesse. Para cada um destes desportos, existiam
provas reservadas aos homens adultos e aos rapazes.
História do Desporto e Actividade Física 25

Pentatlo

O pentatlo dos Gregos antigos era diferente do pentatlo moderno,


sendo composto pelo lançamento do disco, lançamento do dardo, salto
em comprimento, a corrida de estádio (semelhante aos 200 m) e a luta.
O disco lançado pelos atletas pesava cerca de 2,5 quilos e poderia ser
feito de pedra, ferro ou bronze. O vencedor era aquele que conseguia
lançar o disco o mais longe possível e o vencedor era também
considerado um herói. Quanto ao dardo possuía a altura de um homem
e era feito em madeira. No salto em comprimento recorria-se a dois
halteres que impulsionavam o atleta na subida e que eram depois
atirados quando este descia. Caso um atleta tivesse vencido as três
primeiras provas do pentatlo, não se realizavam as duas últimas. Os
jogos olímpicos Foram importantes naquela época para os gregos.

Roma. Instalações Romanas

Entretenimento foi essencial para a vida diária em Roma Antiga.


Como observado por Juvenal, parecia que todos os romanos estavam
interessados era "pão e circo". E, com teatros, anfiteatros, circos, e
uma abundância de banhos públicos, os romanos nunca parecia se
cansar. As corridas eram tidas como passatempos mais antigos e
populares de Roma, que remonta, pelo menos, a monarquia romana.
Corridas de bigas gregos foram realizadas em hipódromos no leste,
mas no oeste eram mantidos em circos. Outros eventos,
eventualmente, se infiltraram nos jogos de circo (ludi circenses), tais
como atletismo gregos e wrestling, mas carro de corrida manteve-se o
favorito do povo. Como um desporto, era muito caro, mas organizados
em um negócio altamente rentável. Havia quatro carros facções
enfrentadas, os azuis, verdes, brancos e vermelhos, as cores que foram
usadas pelos cavaleiros respectivos durante as corridas. Se bem
sucedido, um cocheiro pode tornar-se rico e famoso em toda Roma.
Imagens de cocheiros sobreviver na escultura, mosaico, cerâmica e em
vidro moldado, às vezes até com nomes inscritos. As facções
rivalizado muito, às vezes levando à violência entre os adeptos. Em
geral, no entanto, os verdes e azuis eram os favoritos. Os campos
consistia em camadas de assentos construir em torno de uma arena em
forma de U com uma barreira elaboradamente ornamentada, a espinha,
corre no meio. Metae ou mensagens de torneamento, adornada cada
final do curso. Na extremidade aberta do U esperou até doze quatro
carros de cavalos (quadrigae), que começou a corrida de iniciar portas
(Cárceres), dirigiu-se à direita da espinha, e depois continuou sentido
anti-horário por sete voltas. Em cada extremidade da espinha foram
sete voltas marcadoras, um dos quais foi removido após cada volta
executado pelos aurigas. Os circos também foram utilizados para
carro de corrida de dois cavalos (bigae), e pelos eventos tardios
república, tais como pé e cavalo de corrida, atletismo e shows de
gladiadores / simulações de batalhas eram comuns no circo. O 1 º de
circo foi o Circo Máximo, supostamente construída durante a
monarquia. Mais tarde circos foram muitas vezes confundidos com o
grego estádios, que foram posteriormente adaptados ao mundo
romano, por direito próprio, mas eram apenas cerca de metade do
História do Desporto e Actividade Física 26

tamanho do circo típico (180-200 metros de comprimento, 30 metros


de largura, com apenas dois mensagens de giro e não Spina). Circo
permaneceu comum no oeste e comuns estádios no leste helenístico na
tradição dos jogos gregos.

Anfiteatros

Vários tipos diferentes de shows todos ocorreram na arena de um


anfiteatro. A arena da palavra vem do latim para "areia", que foi
colocada no chão Anfiteatro para ensopar o sangue derramado.
Anfiteatros foram mais comummente usados para os jogos de
gladiadores que foram adaptados a partir de ritos funerários etruscos
(munera). No último 1 º século a.C., no entanto, os jogos tinham
perdido o seu significado ritualístico. Gladiadores vieram de vários
lotes de vida. Originalmente, havia escolas de gladiadores, mas estes
ficaram sob controle do Estado no Io século a.C. para evitar que se
tornem exércitos privados. A maioria dos gladiadores eram
criminosos ou condenado (damnati), escravos, prisioneiros de guerra,
ou voluntários que se inscreveram para fazer shows por uma taxa.
Havia quatro principais tipos de gladiador:

 Murmillo: Lutou com um capacete decorado por uma crista de


peixe, um escudo oblongo, e uma espada. Ele geralmente
travou uma retirarias.
 Retiaritus: Um gladiador levemente armado com uma rede, ou
brandindo um tridente ou um punhal.
 Samnita: Utilizada uma espada viseira e capacete, e um
escudo rectangular.
 Trácio: combatida com uma cimitarra curva e escudo redondo.

Várias outras armas, mulheres e às vezes até mesmo anões foram


utilizados nos jogos. Tipos especiais de "jogos de animais selvagens"
(venationes) foram introduzidos no IIº século a.C. e tornou-se muito
popular. Esses ataques incluíam homens a pé e a cavalo, conhecidos
como beastiarii, que eram geralmente ou criminosos, prisioneiros de
guerra, ou combatentes treinados e pagos. Beastiarii lutou animais
exóticos, que finalmente levou a um mercado comercial de grande
envergadura. Originalmente, as partidas de animais silvestres
aconteceu na manhã de jogos, as execuções públicas foram realizadas
ao meio-dia, e depois os jogos de gladiadores. Com o tempo, no
entanto, essas divisões se tornou turva, e muitas vezes muitas brigas
aconteceriam ao mesmo tempo, dando a aparência de uma batalha.
Outros espectáculos incluídos batalhas navais (naumachiae),
conhecidos para ocorrer em lagos artificiais, bem como apresentações
de animais, acompanhados por música. O anfiteatro em si é um
romano, não grega artifício, e é particularmente comum no oeste. As
primeiras competições de gladiadores e feras selvagens foram
realizados em áreas abertas, como o fórum ou circo. O primeiro
anfiteatro conhecido data de 80 a.C. em Pompéia, a um punho
permanente em Roma remonta a 29 a.C. O projecto em si era oval ou
História do Desporto e Actividade Física 27

elíptica. Assento inclinado poderia ser apoiado em bancos sólidos de


terra detidos por muros, com escadas externas ou estruturas de
alvenaria abobadados. Um toldo (véu ou velarium), desde a protecção
dos elementos para os espectadores, e em anfiteatros maiores,
corredores de serviços e câmaras em baixo do piso realizada animais
até que eles estavam a sair para a arena, o que foi feito pela instalação
de portas de presos. Em cidades pequenas, o Anfiteatro local poderia
ser o único entretenimento. Devido ao seu enorme tamanho, eles
foram construídos geralmente na beira de uma cidade ou directamente
fora de suas paredes. Anfiteatro Militares (ludi) construído perto de
fortes e fortalezas serviu como base de formação para soldados.

Teatros

Na Roma antiga, as peças foram apresentadas no momento dos jogos


em estádios contemporâneos arborizadas. O primeiro desses teatros
romano permanente foi mandada construir por Pompeu em 55 a.C.,
finalmente erguido no Campo de Marte em Roma. Construído em
pedra, tinha uma capacidade de 27.000. Essencialmente modelado
após o teatro grego, não se diferenciou em relação a que foi construída
em terreno plano. Escavado para fora dos lados das colinas, o espaço
circular localizado na frente do palco de um teatro grego foi chamado
de orquestra, onde coros e actores realizada. Desde peças romanas
normalmente faltava um coro verdade, a área em frente ao palco que
poderia ter sido simplesmente uma orquestra tornou-se uma área
semicircular. Todos os actores em peças romanas eram escravos do
sexo masculino. Homens jogavam as partes das mulheres. Os
personagens típicos de acções incluíram o homem rico, o rei, o
soldado, o escravo, o jovem, e a jovem. Se necessário, um actor iria
jogar duas ou mais funções em um único desempenho. A parte mais
notável da regalia de um actor foi provavelmente a sua máscara.
Embora diferentes máscaras e perucas foram usadas para comédias do
que tragédias, certas características permaneceu constante. Todas as
máscaras tinham suporte bochecha e câmaras especiais que actuavam
como amplificadores. Cinza perucas representado velhos, preto para
os homens jovens, e vermelho para os escravos. Os jovens vestiram
roupas de cores vivas, enquanto os homens antigos usavam branco.
Desta maneira, os caracteres podem ser facilmente identificados pelo
público. Admissão aos jogos romanos era livre para os cidadãos.
Originalmente, as mulheres eram proibidas de ver comédias e só
foram admitidos a tragédias, mas depois, essas restrições não foram
impostas. Pantomimas, populares durante o século I a.C., envolveu
mímica funções para acompanhamento de cantores, dançarinos e
músicos, além de efeitos visuais, semelhantes a um balé. Em mimos
de actores antiguidade falou. As mulheres foram permitidos em mimos
e pantomimas, que eram mais populares do que peças típicas, mas
eventualmente degenerou em mau gosto vulgar e repugnante.
História do Desporto e Actividade Física 28

Actividades de lazer

A partir das informações acima, é óbvio que o entretenimento e o lazer


eram o centro da vida romana. Os jogos públicos (ludi) eram
originalmente parte de festas religiosas, mas, eventualmente,
entretenimento substituiu a religião e os jogos se tornaram mais
numerosos. Até o Iº século a.C., os magistrados usados jogos
particulares para obter apoio nas eleições. Os imperadores
continuaram esta prática com sucesso, e os jogos se tornaram mais e
mais generoso que cada um tentou fora do seu antecessor. Enormes
quantidades de dinheiro foram gastos nos jogos, ainda estava livre
admissão. Até o final do século IIº havia 135 celebrações oficiais, e
até o final do século IVº, havia 176. Restrições foram impostas sobre
os jogos no século IV. Lutas de gladiadores terminaram no leste no
final do século IV e no oeste, no final do século V. Os concursos de
animais selvagens morreram no século VI. Carruagem de corridas
ficou em silêncio no final do império romano do ocidente, mas no
leste continuou mais tarde. Para os ricos, no entanto, entretenimento
poderia ter lugar em casa, que hospedaram seus próprios jantares e
banquetes de luxo. Junto com o jantar pode ser música, canto e dança
por profissionais. Em alguns círculos, a recitação do trabalho escrito,
como poesia e discursos, seguiu. Para os plebeus, associações
(collegia) pode ter jogado jantares. Comer e beber para os pobres
geralmente significava que frequentam bares, que vão desde bordéis a
casas de jogo e tudo in-between. Gaming era popular entre todas as
classes, e incluía passatempos, tais como dados, knucklebones e
contadores de jogos. Jogos de tabuleiro foram jogados por adultos
como crianças. Jogos para crianças tradicionais, tais como esconder-
e-vai-buscar e Leap Frog são retratados na arte romana antiga.
Brinquedos das crianças também foram encontrados. Para os ricos, a
caça e a pesca podem ter fornecido o desporto de lazer, mas para os
mais pobres estas actividades foram mais frequentemente uma
necessidade.

Na era moderna: "o importante é competir".

Após o banimento no final do século IV, os jogos foram reeditados em


1896 na cidade de Atenas, por iniciactiva do educador francês Pierre
de Frédy, o barão de Coubertin (1863-1937). Fascinado pelo
comportamento dos gregos no passado, Coubertain convocou em
1894, uma reunião com delegados de 9 países, expondo seu plano de
reviver os torneios que tinham sido interrompidos há 15 séculos.
História do Desporto e Actividade Física 29

As delegações desfilando em Atenas na primeira olimpíada da era moderna

Nessa primeira Olimpíada da era moderna, o atletismo destacou-se


como principal desporto, sendo realizadas 12 provas entre corridas,
saltos e lançamentos. Nessa época começam a surgir os ídolos, como o
grego Spyridon Louis que foi considerado o primeiro ídolo de uma
Olimpíada, Louis venceu a maractona acompanhado de seu cachorro
Zeus, e a ele dedicou sua vitória após ser ovacionado e receber
inclusive, uma inusitada proposta de casamento

Barão de Coubertin

Os jogos modernos destacaram-se também pela participação feminina,


sendo que a atleta canadense de salto em altura Ethel Catherwood, que
em Amsterdã-1928 atingiu o recorde de 1,59m, é considerada a
primeira musa de uma Olimpíada. Em Munique-1972, foi a vez da
ginasta russa Olga Korbut que com três ouros foi consagrada como
História do Desporto e Actividade Física 30

"musa de Munique", recebendo privilégios e sendo assediada pelo


público. Na olimpíada seguinte, em Montreal a ginasta romena Nádia
Comaneci, com apenas 14 anos encantou o mundo, recebendo a
primeira nota dez de ginástica na história das Olimpíadas,
conquistando sozinha para seu país um total de cinco medalhas, sendo
três de ouro, uma de prata e uma de bronze.

Nádia Comeneci

Exercício 2
2. Fale de Actividade física na antiguidade.
História do Desporto e Actividade Física 31

Unidade nº 3
A Idade Média

Introdução
Na Idade Média, a Educação era vista como um instrumento para se
alcançar a Sabedoria, que consequentemente, levaria o homem à
Felicidade, um bem desejado por si mesmo e mais perfeito que todos
os outros bens.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer aos princípios da educação da idade média;


 Conhecer o papel protagonismo da igreja católica.

Objectivos

Sumário
A educação na Idade Média

Na Idade Média, a Educação era vista como um instrumento para se


alcançar a Sabedoria, que consequentemente, levaria o homem à
Felicidade, um bem desejado por si mesmo e mais perfeito que todos
os outros bens (Al-Farabi, 2002). Nossa proposta neste capítulo é
demonstrar e compreender como os medievais pensaram a Educação:
como o estudo adequado, isto é com disciplina, método e,
principalmente, amor à sabedoria, levaria os jovens estudantes à
Sapiência. Para isso, seleccionamos dois filósofos medievais: Al-
Farabi (c. 870-950) e Ramon Llull (1232-1316). Dois homens
separados no tempo, por suas religiões, por suas culturas, mas unidos
pela cosmo visão e pedagogia medievais. Portanto, dois intelectuais no
sentido pleno e perfeito da palavra - e não no sentido gramsciano,
conceito inteiramente anacrónico para o período medieval e
História do Desporto e Actividade Física 32

equivocadamente desenvolvido por Jacques Le Goff em seu


Intelectuais na Idade Média (De Libera, 1999). Esses dois medievais
personificam maravilhosamente um tempo que buscou a ciência como
um fim nobre em si, e não visando um objectivo específico que, no
fim das contas – como vimos ao longo da História – muitas vezes
passou a ser mais importante que o próprio acto de conhecer. Pelo
contrário, na Idade Média os estudantes eram orientados a considerar
importante todo o conhecimento científico, não terem vergonha de
aprender com qualquer um e não desprezarem os outros depois de
terem alcançado o saber. Assim, trilharei um caminho de amor e
bondade para tentar compreender as categorias mentais dos medievais
a respeito da Educação.

Papel protagónico da Igreja Católica (a educação do cavalheiro)

Era o representante da nobreza dentro da nobreza. Era senhor de


terras, promovia o lazer e exibia boas maneiras; respeitava um
elaborado código de cavalaria que o obrigava a servir em primeiro
lugar ao seu senhor, depois, à religião cristã e, por último, à dama
romanticamente escolhida, que não era sua esposa. Sua preparação
incluía a prática de esgrima, o manejo do arco e flecha, as marchas, a
corrida a pé, a equitação (como o adestramento e as cargas praticadas
nas guerras) e os jogos, representados pelos torneios e pelas justas,
além de outras provas de menor representactividade. Para ser um
cavaleiro, era preciso adquirir todas as suas características e não
simplesmente herdá-las. Para se candidatar à cavalaria, o filho de um
cavaleiro deveria passar quase a metade da vida estudando as artes da
guerra. Aos sete anos de idade era enviado a servir como pajem.
Tomava lições de equitação, esgrima e devia cumprir várias pequenas
tarefas; aos cactorze anos, passava a exercer atribuições de escudeiro,
vestia o seu cavaleiro, cuidava de seus cavalos e de suas armas. Aos
vinte e um anos, era candidacto a cavaleiro. Havia uma cerimónia
onde o guerreiro recebia uma palmactoada no pescoço, seguida pelo
conselho de se portar com bravura, lealdade e habilidade, mas, com a
influência da Igreja, tomou cunho religioso.

A igreja católica e a actividade física

As instituições que se fundiram para formar a Universidade teve suas


origens em meados do século XIX, quando as ordens religiosas e dos
institutos se envolveu na preparação de professores para as escolas
católicas e, mais tarde, os enfermeiros para os hospitais católicos.
Através de uma série de fusões, deslocalizações, transferências de
responsabilidades e iniciactivas diocesanas, mais de 20 entidades
históricas têm contribuído para a criação da Universidade. A
Universidade funciona como uma companhia limitada por garantia,
sob a Empresas (Vitória) código e tem uma constituição que
identifique claramente os seus objectos em bolsas de estudo, educação
e pesquisa, como parte da missão da Igreja Católica. A Universidade é
um membro do sistema público, financiado nacional de universidades
História do Desporto e Actividade Física 33

australianas, a Associação das Universidades do Commonwealth e da


Federação Internacional das Universidades Católicas.

As festas populares

Na história da educação, várias foram as tendências que englobaram o


processo de ensino e aprendizagem. Dois grandes grupos: a
Pedagogia Tradicional e a Pedagogia Progressista.

A adopção de cada uma é relactiva, segundo (Libâneo, 1992) “aos


condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções
de homem e de sociedade e, consequentemente, diferentes
pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações
professor-alunos, técnicas pedagógicas etc”.

A Pedagogia Liberal é representada por tradicional, Renovada


Progressista, Renovada Não-Directiva e Tecnicista.

A Tendência Liberal Tradicional destaca o professor como o


transmissor do condicionamento do aluno a atingir a realização
pessoal, através de seu próprio esforço. Neste caso, o foco é a
preparação intelectual e moral dos alunos para desempenharem o seu
papel na sociedade.

A transmissão dos conteúdos é feita de forma cumulactiva, a partir dos


conteúdos descobertos e criados pelo homem, entretanto sem
reconstrução ou questionamento.

A aprendizagem é somente receptiva, automatizada, sem que seja


necessário accionar as habilidades mentais do aluno, limitando-se
apenas a memorização. Libâneo explana que é predominante a
autoridade do professor, este, que exige atitude receptiva dos alunos e
desfavorece a comunicação no decorrer da aula. Esta tendência
demonstra ineficiência e contradição aos dias actuais.

O intelecto é desligado da realidade social, e enfatiza o estudo dos


clássicos e das biografias dos grandes mestres, com repetição de
exercícios e memorização, objectivando a criação de hábitos nos seus
povos naquela altura e transmitidos aos vindouros.·

Na Tendência Liberal Progressista, a participação dos alunos e o


interesse se caracterizam, onde os conteúdos escolares são organizados
em torno de um Centro de Interesse. Seu foco principal é a cognição,
ensinando seus alunos a “aprender o aprender”, a estudar, adequando
as necessidades individuais às do meio social. Uma característica
importante é o aprender fazendo, este, muito valorizado o trabalho em
grupo.

Esta tendência valoriza muito o empírico e o experimentalismo, sendo


o professor o auxiliar ou facilitador do aprendizado do aluno, bem
História do Desporto e Actividade Física 34

como o ajuste de suas necessidades individuais ou colectivas às da


sociedade naquela época ou período.·

A Tendência renovada progressista possui como enlaçamento a teoria


de John Dewey, autor que acreditava na ideia da relação entre a teoria
e a prática, e na crença em que o conhecimento é construído quando
compartilhadas as experiências, em um ambiente democrático,
portanto, é indispensável bom relacionamento entre professor e aluno.

Os conteúdos são estabelecidos em função de experiências vividas, e


são considerados os processos mentais e habilidades cognitivas. As
questões do prático e do pragmatismo são bases, pois seu principal
objectivo consiste, segundo Dewey, na aplicação da teoria na prática.

A pedagogia Liberal Renovada não-diretiva tem como função


viabilizar o processo individual de crescimento do aluno. Nesta
tendência, a escola tem o papel de formar atitudes, sendo que o
professor deve ser um facilitador, objectivando verificar teorias que
abordam esta tendência, e para que isto seja possível, o professor deve
aceitar a pessoa do aluno como principal centro de desenvolvimento
naquilo que é interesse do mesmo.

Nesta tendência, o professor deve actuar como um criador de


oportunidades para o aluno, pois uma de suas principais funções é
descobrir o potencial de aprendizagem no projecto pelo qual o mesmo
se interessa, oferecendo ferramentas e oportunidades que façam com
que o aluno tire suas próprias conclusões. Assim, vislumbrando-se
(aluno) com suas próprias percepções a realidade.

A Tendência Liberal Tecnicista está baseada na técnica. Teve seu


início na década de 1950, com o Programa Brasileiro-Americano de
Auxílio ao Ensino Elementar, quando a orientação da escola nova cede
lugar a tendência tecnicista.

A preocupação é com a formação de indivíduos para actuarem no


mercado de trabalho, mantendo a ordem vigente, o capitalismo.

O objectivo é transmitir ao aluno “eficientemente, informações


precisas, objectivas e rápidas”.

A comunicação entre professor e aluno possui um sentido


exclusivamente técnico, eficácia da transmissão e conhecimento.
Debates, discussões são desnecessários.

A Pedagogia Progressistas é representada por Libertadora, Libertária e


Crítica dos Conteúdos, explicadas a seguir.

A Tendência "crítico social dos conteúdos" foca que é papel da escola


que o aluno possua olhar crítico da sociedade a qual está inserido, e
por meio de sua criactividade, possa ser mais um instrumento de
mudanças sociais. Essa tendência tem por objectivo propagar
conteúdos contextualizados, estando em sincronia com a realidade. A
escola faz parte da sociedade, e essa forma gerações para contribuir
História do Desporto e Actividade Física 35

para a sociedade, Portanto, forma jovens conscientizados e com leitura


de mundo. Os conteúdos são repassados, de acordo com a ligação
entre o saber e sociedade, não bastando apenas que conteúdos sejam
repassados, mais sim que os alunos liguem saber e sociedade como
uma forma indissociável. Sua metodologia visa o interesse do aluno.
Consiste no movimento das condições em que professor e alunos
possam colaborar para fazer progredir essas trocas. O esforço de
elaboração de uma pedagogia dos conteúdos está em propor ensinos
voltados para a interacção "conteúdos x realidades sociais".

A Tendência pedagógica libertadora tem como inspirador Paulo


Freire. Faz parte deste processo alunos jovens e adultos. Considera a
educação como o principal meio de transformação social para a
população que não obteve o acesso ao ensino em período regular. Sua
metodologia é o diálogo entre professor e aluno, extraindo os
conteúdos da realidade vivida pelo educando em detrimento dos
conteúdos utilizados na educação formal. O professor deve se adaptar
ao nível do aluno para que o aprendizado seja mais satisfatório, e sua
relação com o aluno é de cooperação, pois, ambos são sujeitos do acto
do conhecimento. A relação de autoridade por ambas as partes é nula.
Seu objectivo é construir um cidadão crítico, capaz de entender o
contexto o qual está inserido. A educação é de carácter
problematizador, ou seja, se dá a partir da codificação da situação do
problema, envolvendo o conhecimento da realidade, e consequente
reflexão e crítica.

Renascimento e a Educação Física

Entre a Idade Média e a Idade Moderna insere-se a fase histórica do


Renascimento, que deve ser entendido como um movimento de ideias,
um período cultural que começa a edificar uma nova civilização.
Começa no inicio de 1400, e vai até ao final do século XVI. Usa-se
também para este período o termo Humanismo. O renascimento
significou a volta aos ideais do período clássico com o predomínio da
cultura da Grécia e Roma. Este retorno reavivou os estudos clássicos e
a divulgação de textos das obras antigas.

O Renascimento representou uma reacção a opressão e limitações


impostas às manifestações culturais e ao desenvolvimento do espírito e
das ciências.

A Filosofia, a Literatura, as Artes, as Ciências receberam um


importante impulso e encontraram campo aos seus desenvolvimentos.

Petrarca na Poesia, Bocaccio na Prosa italiana, Erasmo na Literatura,


Miguel Ângelo na Pintura, Escultura e Arquitetura, Rafael na Pintura,
Leonardo da Vinci na Pintura, Escultura, Arquitectura e Engenharia,
Galileu e Harvey nas Ciências e dezenas de outros nomes foram
lídimos representantes desta época expressiva no domínio cultural e
científico.
História do Desporto e Actividade Física 36

Em contraste com a cultura de carácter religioso da Idade Média, surge


uma escola de pesquisa baseada na redescoberta do antigo.

Houve por conta disto um grande incremento das escolas: as casas


principescas assumiram mestres para a educação dos filhos, as
Universidades multiplicaram-se e instituíram-se novas escolas em
muitas cidades.

A educação humanista era caracterizada pela diversidade, cada mestre


criava sua escola, formulavam novas concepções e impunham seus
próprios métodos. As escolas se identificavam com a pessoa de seu
mestre.

A renovação do pensamento filosófico e pedagógico e uma nova


concepção de vida tornaram evidente a importância do corpo e,
portanto, a exigência da educação física, como formação integral e
livre da personalidade.

A ginástica retoma a valorização como parte essencial da educação do


homem e como fonte do desenvolvimento do corpo. O corpo
reconquistou a importância perdida no inicio da Idade Média.

Os jogos da Idade Média e os exercícios ainda gozavam de certo


prestígio entre os nobres, mas a actividade física como instrumento
educativo ficou relegada, quase que excluídas das escolas, porque o
fim educativo era cuidar da alma e não do físico.

No Renascimento, a Igreja foi obrigada a adequar-se às novas


concepções dos pedagogos e dos médicos que atribuíam grande valor
ao corpo, considerando, tanto a alma como o corpo, criações de Deus
e, portanto, ambos dignos de respeito e atenção. Defendia-se a
inseparabilidade psicofísica.

A pedagogia do Humanismo propunha alcançar, mediante a Educação


Física, fins éticos, sociais e higiénicos:

 Fim ético porque os exercícios eram considerados


instrumentos de disciplina e de formação da
juventude.
 Fim social porque os exercícios físicos fortificavam
o corpo e o tornava mais resistente às fadigas da
guerra e, portanto, útil ao serviço da Pátria;
 Fim higiénico porque os exercícios eram
considerados indispensáveis para tonificar o
organismo e para manter ou conquistar a saúde do
corpo.

Apresentamos a partir deste ponto alguns pedagogos que trataram da


Educação Física no Renascimento.
História do Desporto e Actividade Física 37

Vergerio Píer Paolo – o teórico de Vittorino considerava a educação


do corpo instrumental a carreira militar. Considerava os exercícios
físicos, como a corrida, o salto, a luta, o tiro com o arco, a equitação, a
natação, o carregar peso, meios indispensáveis para a preparação à
vida militar. Para ele os jovens aristocráticos deviam desde a infância,
ser adestrados, gradactivamente, nas artes militares mediante
preparação física, alternada com o ensinamento das letras,
passatempos, jogos e dança.

Vergerio considerava os exercícios “ necessários para que os


guerreiros soubessem golpear o inimigo, de espada, com a direita, e
defenderem-se com o escudo, com a esquerda; manobrar com as duas
mãos a adaga, o bastão e a lança, ora investir para protegerem-se
com o escudo, ferir sem dificuldade de ponta e de talho, exercitarem-
se o quanto fosse necessário na corrida, no salto, na luta e no
pugilacto; atirar flechas, vibrar bastões apontados, rolar massas,
dominar e enforcar cavalos”.

O valor formativo dos exercícios físicos foi colocado em estreita


vinculação com a educação em geral.

Vittorino de Feltre (1378-1446) pode ser considerado “o verdadeiro


criador da educação física” e pode – se dizer que tenha antecipado,
com os seus métodos pedagógicos, os princípios da educação física
moderna. Também retomou a importância de se considerar a harmonia
entre o corpo e a mente e considerava a ginástica, a luta, as longas
marchas, a prática de exercícios de resistências ao frio e ao calor como
forma de reviver os princípios gregos.

Concentrou suas atenções em promover e disciplinar o


desenvolvimento da personalidade de seus alunos através do jogo, dos
exercícios físicos, da cultura literária e cientifica e da música. Teve o
grande mérito de ter revitalizado o exercício físico, não somente como
distracção e recreação, mas inserido como exigência de harmonioso
desenvolvimento de seu sistema educativo. Introduziu no seu método
todos os exercícios que podiam aumentar tanto a força física como a
energia moral: ginástica, jogos, corridas a pé e a cavalo, jogo de bola,
salto, esgrima, natação, tiro ao arco e longas marchas.

Maffeo Veggio (1407-1458) foi considerado o mais completo


Pedagogo de sua época. Em sua obra “Educação da Criança” afirmou
que os jovens “devem ser exercitados para afugentar a preguiça do
corpo. A ginástica deve apresentar a condição de não ser violenta.
Além disso, será conveniente exercitá-los por meio de jogos que não
sejam demasiadamente brandos nem muito fatigantes, mas, e,
sobretudo, nunca indignos de um homem livre”.

Jerônimo Merculiale (1530-1606) médico italiano famoso em sua


época, apresentou uma história dos exercícios físicos, expôs teorias
novas e critica os trabalhos sobre ginástica, Em “De arte Gymnastica”
trouxe notas sobre exercícios físicos, seus efeitos, suas vantagens, seus
inconveniente quando mal dosados.
História do Desporto e Actividade Física 38

Richard Mulcaster (1530-1611) educador inglês ao se referir á


Educação Física escreveu: “ Assim como os poderes da alma não
exercem nenhuma acção ou é muito pequena, se não estão alentados
pela sua educação natural e murcham e morrem, como o grão sem
secar, que chega até a apodrecer por abandono do dono, ou por
causas semelhantes: assim também do mesmo modo, o corpo de per si
torpe e grosseiro, deve, ou extinguir-se ou viver enfermiço se não se
agita bem diligentemente. Por outro lado, se faz exercício devido, se
conseguem muitas vantagens” e faz as seguintes perguntas “ Não são
esses grandes benefícios? Defender o corpo derrotando as
enfermidades? (...). Ajudar a natureza diária e perigosamente
acometida tanto por fora como por dentro? Ajudar à vida a
prolongar-se? A forçar a morte a retardar-se? Mas para assegurar
esses benefícios “os exercícios devem combinar e apropriar-se da
cada pessoa” porque “todas as constituições não são como e do
mesmo molde”. Dividiu os exercícios em três partes principais: jogos
ou passatempos, para guerra ou milícia e para saúde e duração da vida.

Michel de Montagne foi seguidor de Mulcaster na revitalização do


corpo e em atribuir á Educação Física uma parte relevante no processo
educativo. Pregava que a Educação física, a intelectual e a moral não
podiam existir separadamente

Entre outros, podemos citar ainda Baldassar Castiglione que atribuiu a


preparação física para a formação do perfeito cortesão; Erasmo de
Roterdam que dava enorme importância ao problema da saúde e a
plena eficiência ao corpo. Para ele a actividade física era uma
condição necessária ao desenvolvimento de actividades da mente ou
criar no indivíduo, sadia conduta moral.

François Rebelais prescreveu uma higiene pessoal e do vestuário e


exercícios físicos como a equitação, a caça, manejo de armas, o jogo
de bola, a esgrima, o lançamento de disco e do dardo, a natação, os
mergulhos, os saltos, o levantamento de pesos, o subir cordas e a
navegação. Ele não atribuiu a Educação Física um significado
pedagógico, mas considerou um meio válido para o desenvolvimento
do organismo e para manter o corpo sadio.

No período do Renascimento pode-se citar ainda Guarino Veronese


que pensou a escola aberta para todos, um pensamento avançado para
aquela época, que vai se tornar ideia hegemónica depois da Revolução
Francesa. É também do período Leon Battista Alberto com a ginástica
para a saúde e para a moral e Enea Sílvio Piccolomini da ginástica
utilitarista.

Foi um período relactivamente curto, em se tratando de História, mas


muito profícuo para a Educação Física.
História do Desporto e Actividade Física 39

Exercício 3
1. Fale do renascimento.
História do Desporto e Actividade Física 40

Unidade nº 4
Os criadores dos Sistemas
Educação Física
Introdução
Dentre as múltiplas releituras e aplicações que suas obras permitem,
elegemos como traço fundamental a possibilidade de trânsito pelas
diferenças, que se apresenta como um dos principais desafios da
educação e sociedade contemporâneas, e que emerge das obras de
Laban como uma alternactiva de sobrevivência e de saúde psico-física
para o Homem do século XX. Suas pesquisas, que culminaram com a
organização do “Análise de Movimento Laban”, espalharamse pelo
mundo, formando diversas gerações até os dias actuais, e estão
presentes, direta ou indiretamente, nos currículos técnicos e
universitários de diferentes áreas: Artes, Educação, Educação Física,
Fisioterapia, Fono-audiologia, Psicologia, Sociologia, Antropologia,
Comunicação.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir Instrução e ensino;


 Conhecer a ligação entre a Didáctica e fundamentos educacionais.

Objectivos

Sumário
Teorias Sobre o Movimento Olímpico. Pierre de Coubertin.

Rudolf Laban (1879-1958) nasceu na Bratislava, então pertencente ao


Império Austro-Húngaro. De família aristocrática, e tendo como pai
um oficial do Exército, ainda adolescente, costumava viajar pelo
Oriente Próximo e pela África do Norte, incorporando o gosto e a
curiosidade pela diversidade cultural e pela filosofia oriental. Quando
jovem, foi para Paris estudar pintura e arquitetura, e lá encantouse
pelas artes do teatro e da dança, absorvendo as influências artísticas-
História do Desporto e Actividade Física 41

culturais que fervilhavam nesta cidade no início do século XX.


Posteriormente, foi morar na Alemanha, onde iniciou o
desenvolvimento de algumas de suas pesquisas. É importante ressaltar
o contexto histórico no qual Laban construiu e desenvolveu sua obra,
um período de contrastes e de conflitos de diferentes naturezas. Um
período repleto de novas idéias científicas e sociais, de crise de
valores, acarretando mudança nos paradigmas cartesianos e a
desconstrução do conceito de verdade absoluta. Um período de
protestos contra uma cultura baseada no controle funcional do corpo e
numa ética industrial que alienava o indivíduo do processo final de seu
trabalho. Uma sociedade que enfrentava a crise da “cultura da razão”,
o acirramento das lutas de classes e dos conflitos étnico-culturais e
econômicos que resultaram nas duas Guerras Mundiais. Não é
surpreendente, portanto, que os Jogos Olímpicos modernos sejam
também produto desta época e que surgiram, sobretudo, como meio
de valorização do humanismo e da paz entre nações. Neste contexto,
Laban participava activamente do contínuo debate sobre o significado
místico, filosófico, simbólico e social da experiência humana. Era
partidário da concepção de que o homem é um ser histórico, dinâmico
e ativo na construção do mundo (Staro, 1994). Influenciado pelo
contexto histórico no qual estava inserido, quando Laban interessou-se
pela dança, logo manifestou seu descontentamento em relação ao
vazio existente na dança clássica acadêmica que predominava em sua
época. Segundo ele, “uma experiência defunta” (Launay, 1998),
aprisionada a movimentos e a conceitos pré-estabelecidos por uma
estética do século anterior, empobrecida de expressão.Com seus
questionamentos e com suas obras coreográficas, ou melhor, com suas
“experiências de movimento”, como gostava de chamá-las, Laban
provocava o meio acadêmico e somava-se a uma corrente de
pensadores de vanguarda que buscavam um sentido mais amplo para a
vida moderna, dentre eles: Freud, Marx, Jung, William Reich,
Nietzsche. No ambiente específico da dança, filiava-se a uma corrente
de dançarinos e pensadores que buscavam “uma nova filosofia de
movimento” dentre os quais destacavam-se Isadora Duncan, Jacques
Dalcroze, Ted Shawn, Ruth Saint-Denis, Martha Graham, Loie Fuller,
François Delsarte, Doris Humphrey e Mary Wigman. Segundo
Baxman (1979), Laban e os representantes da “nova filosofia de
movimento” reclamavam à dança o sentido da comunicação
multidimensional característico de tempos antigos, cuja linguagem
dançada possibilitava a mobilidade e a comunicação integrais (mente,
corpo e emoção reunidos). A “nova dança”, como ficou conhecida,
tornou-se símbolo de um movimento cultural mais amplo, uma espécie
de “antropologia do gesto”, capaz de ultrapassar os limites da
“ideologia da palavra” e a “cultura da razão”. Laban e seus discípulos
não sabiam onde chegariam com suas “experiências”. Exercitavam-se
através de movimentos que não se prendiam a estilos ou a códigos pré-
definidos, ampliando as possibilidades de diálogo entre a dança e seus
diferentes estilos, com os movimentos cotidianos, com outras
linguagens cênicas e áreas do conhecimento. Todo fenômeno de
movimento era observado e investigado com igual curiosidade. Nesse
sentido, o saber improvisar tornou-se uma das bases desse tipo de
treino, como um exercício de despreendimento dos padrões estéticos
do passado, e como abertura a um futuro ainda desconhecido.
Improvisar, para Laban, era se entregar a um estado semelhante ao
História do Desporto e Actividade Física 42

êxtase, no qual o dançarino expulsa de si as imagens habituais do


mundo, real e imaginário. Essa experiência despertava o que Laban
chamava de “os perigos da mobilidade” (in Launay, 1998), capaz de
deslocar sentidos e abrir brechas nos sistemas autoritários de poder
construídos interna e externamente (Foucault, 1998). Dizia Laban, “a
vida na fonte se encontra acesa nas expressões dos dançarinos. A obra
de arte da dança se encontra no centro da batalha por uma nova
espécie de humanidade” (Baxman, 1979). Outro aspecto da obra de
Laban que ressalta a característica de trânsito pela diversidade está
presente na sua opção de não trabalhar apenas voltado para a dança e
para dançarinos. Ao mesmo tempo em que reivindicava a dança um
exercício de integração através das experiências extásicas, desejava
torná-la accessível também aos trabalhadores de outros segmentos,
expandindo as contribuições da dança à sociedade. Com esse intuito,
organizou “coros de movimento” que reuniam até cerca de mil
pessoas, unidas pela movimentação e ritmo coletivos, acompanhadas
apenas por instrumentos de percussão. Essa “dança de massas”
misturava pessoas de diferentes etnias, condições sócio econômicas,
sexos, tipos físicos, dançarinos profissionais treinados e trabalhadores
comuns. “O grupo formava uma espécie de missa para a vida”, na qual
todos os celebrantes em comunhão de espírito, de sentimento e de ação
buscavam o crescimento de sua própria luz interior” (in Launay,
1998). Em 1930, aplicou seus estudos ao campo da indústria, a partir
de um convite para observar e selecionar os funcionários mais aptos a
determinados cargos de uma fábrica, e para o respectivo treinamento
da mão de obra substituta.. Dessa pesquisa, aprofundada em 1942,
publicou o livro “Esforços”, fonte inesgotável de pesquisa em diversos
campos. Com outros discípulos tais como Marian North e Valerye
Preston, tratamento de pacientes psquiátricos. aplicou a avaliação de
movimento no Em 1936, foi convidado a dirigir a performance de
abertura dos Jogos Olímpicos. Alguns autores discordam sobre a
realização ou não desse trabalho. Segundo Bourcier (1987), Laban o
teria realizado, não pessoalmente, mas através do envio de partituras
de movimento. Mary Wigman, dançarina e discípula de Laban, criou
parcerias com o mundo dos desportos, e teve forte influência na
renovação da estética da Ginástica Rítmica Desportiva implementada
no início do século XX. A discordância de propósitos em relação à
radicalização do nacional-socialismo, fez com que Laban se exilasse
na Suíça, e depois em Paris, onde deu aulas na Sorbonne e no
Congresso Internacional de Estética Nos últimos anos de sua vida,
Laban viu suas teorias e pesquisas desenvolvidas e expandidas na
Inglaterra e no exterior através da continuidade dada por seus
seguidores. Na Alemanha, Alberkht Kunst continuou o trabalho de
notação gráfica do movimento. Kurt Joss funda a Escola de Dança
Folkwang, com base nas teorias de Laban. Essa Escola tornou-se um
centro gerador de talentos e berço dos movimentos de dança
expressionista na Alemanha na segunda metade do século XX, tendo
como alunos, dentre outros, Susan Linke e Pina Bausch, ícones das
danças contemporâneas actuais.
História do Desporto e Actividade Física 43

Pierre de Coubertin

O barão francês Pierre de Coubertin (1863-1937), fundador do Comitê


Olímpico Internacional (COI), do Movimento Olímpico e dos Jogos
Olímpicos da era Moderna, se considerava em primeiro lugar um
educador. O COI (2008), Coubertin via o desporto como parte da
educação de qualquer jovem assim como a ciência, a literatura e as
artes. Com esta visão, seu objetivo era oferecer educação harmoniosa
para o corpo e a mente da juventude. Os Jogos Olímpicos
proporcionaram a visibilidade e o escopo internacional que o conceito
de educação de Coubertin precisava. Em posição de destaque por
causa dos Jogos, esse conceito pôde se tornar permanente, não
dependendo da existência dos Jogos. O Movimento Olímpico apóia os
princípios de Coubertin e, hoje, a educação através do Olimpismo
tornou-se universal, essencialmente baseada nos valores humanos
fundamentais. A Educação ligada ao Olimpismo, ou seja, a Educação
Olímpica envolve duas orientações: (i) pesquisa sobre o Olimpismo
(mundo acadêmico) e (ii) ensino através do Olimpismo (crianças,
adolescentes e atletas) através de programas acadêmicos e programas
para a juventude. Os objetivos da Educação Olímpica são proteger e
promover os interesses comuns da sociedade humana, tais como paz,
amizade e progresso. Seu conteúdo pedagógico inclui os valores
humanistas que são universalmente aceitos pela sociedade humana,
como, por exemplo, a busca pela excelência, o fair play, justiça,
respeito. O método básico de pedagogia é o desporto, uma forma
cultural que existe em todas as sociedades humanas. Suas referências
pedagógicas possuem significados universais que transcendem etnia,
religião, política, status social e várias outras barreiras sociais.

Legado coubertiniano

A expressão ‘Educação Olímpica’ apareceu pela primeira vez em


pesquisas relacionadas à educação e aos Estudos Olímpicos na década
de 1970. Pode-se dizer que a Educação Olímpica é um legado de
Pierre de Coubertin, também considerado o primeiro empreendedor
olímpico da era moderna. Seu objetivo principal era realizar uma
reforma no sistema de educação e nas escolas francesas, fazendo com
que o ddesporto fizesse parte integral da rotina escolar.Daí então
introduzir naquela rotina um tipo de educação desportiva que pudesse
incluir o corpo e a mente. Durante as várias visitas que fez à
Inglaterra, Coubertin aprendeu muito sobre o ddesporto moderno e
sobre o sistema público de ensino inglês, em particular em Rugby, que
a força moral da juventude pode ser desenvolvida através da
experiência individual da prática esportiva e daí levada para a vida
como um todo Coubertin não usou o termo “Educação Olímpica”,
mas se referiu inicialmente à ‘educação através do desporto’ ou
‘educação esportiva’ este foi o título do livro que ele publicou em
1922, Pédagogie Sportive. O professor He Zhenliang também ratifica
o legado de Coubertin, que foi, a seu ver, em primeiro lugar, um
educador extraordinário, depois um pensador e um educador físico. O
desporto para Coubertin era um método educacional.. Cabe também
ressaltar que Coubertin escreveu mais de 1100 artigos e 30 livros.
História do Desporto e Actividade Física 44

Símbolos dos Jogos Olimpica

A Bandeira Olímpica

A Bandeira Olímpica com os 5 aros foi desfraldada pela primeira vez


em 1920. Os 5 aros foram adoptados por Pierre de Coubertin do altar
de Delfos, para simbolizar a unidade entre os Continentes:

AZUL – Europa
VERDE – Oceania
VERMELHO – América
AMARELO – Asia
PRETO – Africa

Chama Olimpica

É da tradição que 1 mês antes do início dos Jogo Olímpica. a chama


seja acesa num facho em Olímpia, através de raios solares e com a
ajuda de um espelho próprio. Este antigo costume foi restabelecido
durante os Jogos de 1928.

Atenas 2004
História do Desporto e Actividade Física 45

Seoul 1988

Seoul

A partir de 1936 estabeleceu-se também a tradição da estafeta da


chama olímpica, em que os atletas transportam a Chama desde
Olímpia até à cidade dos Jogos.

Juramento Olimpico

É feito por um atleta do país organizador, escolhido normalmente


entre os de maior prestígio:

 "Em nome de todos os concorrentes (atletas) prometemos que


participaremos nestes Jogos Olímpicos respeitando e
cumprindo os seus regulamentos com autêntico espírito
desportivo, para glória do desporto e honra das nossas
equipas".

Seguidamente por um Juiz (só a partir dos Jogos Olimpicos de 1972)


do país organizador:

 "Em nome de todos os juízes e de mais membros do pessoal


oficial prometemos que desempenharemos as nossas funções
nestes Jogos Olímpicos com absoluta imparcialidade,
respeitando e cumprindo os seus regulamentos com autêntico
espírito desportivo".

Divisa Olimpica

Citius – mais rapido


Altius – mais alto
Fortius – mais forte
História do Desporto e Actividade Física 46

Hino Olímpico

Após os J.O. de Roma em 1960 foi adoptado o hino olímpico. A


poesia é do grego Costa Palamas e a música de Spiridon Lamara. É
tocado após a proclamação da abertura, no momento do içar da
bandeira e no encerramento, no momento do arriar da bandeira.

Mascotes

Em 1932 em Los Angeles o Comité Organizativo dos Jogos


apresentou uma mascote, não oficial, um cão chamado Smoky. Em
1968 nos J.O. de Inverno em Grenoble, o Comité escolheu uma
mascote para estes Jogos. Esta era um pequeno homem com skis que
se chamava Schuss. Em 1968 nos J.O. do México surge a primeira
mascote oficial, um Jaguar vermelho que não teve nome. A partir
desta altura todos os Jogos Olimpicos, com a excepção de Sapporo em
1972, adoptaram mascotes oficiais.

1932, Los Angeles - Smoky (cão)


1968, México - Jaguar vermelho (sem nome)
1972, Munique - Waldi (cão)
1976, Montreal - Amik (castor)
1980, Moscovo - Misha (urso)
1984, Los Angeles - Sam a águia
1988, Seoul - Hodori e Hosuni (tigre macho e fêmea)
1992, Barcelona - Cobi (criatura canina)
1996, Atlanta – Izzy
2000, Sidney - Syd, Millie, Olly
2004, Atenas - Phevos, Athena

O Comité Olímpico Internacional (COI) -Segundo a Carta


Olímpica, o Comité Olímpico Internacional (português europeu) ou Comitê
Olímpico Internacional (português brasileiro) (COI) é uma organização não-
governamental. Foi criada em 23 de Junho de 1894, por iniciactiva de
Pierre de Coubertain, com a finalidade de reinstituir os Jogos
Olímpicos realizados na antiga Grécia e organizar e promover a sua
realização de quatro em quatro anos. O COI é financiado através de
publicidade e comercialização de artigos comemorativos dos Jogos e
através da venda dos direitos de transmissão dos eventos Olímpicos.
Em 1896, após uma pausa de 1500 anos, realizaram-se os primeiros
Jogos Olímpicos da era moderna, que o barão de Coubertin esperava
ajudassem a fomentar a comunicação e paz internacional.
Actualmente, o objetivo do COI é a administrar e legislar sobre os
Jogos, e também servir como entidade legal que detém os direitos de
autor, marcas registadas e outras propriedades relacionadas com os
História do Desporto e Actividade Física 47

Jogos Olímpicos. Por exemplo, a Bandeira Olímpica, o Lema


Olímpico e o Hino Olímpico pertencem e são administrados pelo COI.
Adicionalmente há outras organizações, nomeadamente os Comités
Olímpicos Nacionais e as Federações Esportivas Internacionais, que
são controladas pelo COI e que coletivamente são designadas por
Movimento Olímpico. As cidades que desejarem ser sedes dos Jogos
Olímpicos de Verão ou de Inverno devem entregar uma proposta
candidatura para seus Comitês Olímpicos Nacionais que devem
autorizar ou não a sua candidatura.Estes devem entregar a proposta de
organização ao COI, que tem a palavra final na decisão de onde se
realizarão os Jogos, através da votação de delegados que representam
a maioria dos países membros. Por lei, todos os membros do COI têm
de se retirarem ao atingirem 81 anos de idade.

Presidente

O presidente do COI é responsável por representar o COI como um


todo e tomar decisões por ele quando o Conselho Executivo não está
apto a se reunir. Desde 1894 o COI teve oito presidentes. O actual
presidente é o belga Jacques Rogge, que ocupa a posição desde 2001 e
foi reeleito duas vezes em 2005 e 2009. A próxima eleição acontecerá
juntamente com a escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos de
Verão de 2020, na 125º Sessão da entidade em Buenos Aires, na
Argentina.

Lista de sessões do Comitê Olímpico Internacional

Sede Ano
Paris, França 1894
Le Havre, França 1897
Bruxelas, Bélgica 1905
Paris, França 1906
Lausanne, Suíça 1913
Paris, França 1914
Lausanne, Suíça 1921
Praga, Checoslováquia 1925
Berlim, Alemanha 1930
Varna, Bulgária 1973
Baden Baden, Alemanha Ocidental 1981
Paris, França 1994
Copenhagen, Dinamarca 2009
Varna, Bulgária 1973
Baden Baden, Alemanha Ocidental 1981
Paris, França 1994
Copenhagen, Dinamarca 2009
História do Desporto e Actividade Física 48

Sessões do COI

Sede Ano
Salt Lake City, Estados Unidos 2002
Cidade do México, México 2002
Praga, República Tcheca 2003
Atenas, Grécia 2004
Singapore 2005
Turim, Itália 2006
Cidade da Guatemala, Guatemala 2007
Pequim, China 2008
Copenhagen, Dinamarca 2009
Vancouver, Canadá 2010
Durban, África do Sul 2011
Londres, Grã-Bretanha 2012
Buenos Aires, Argentina 2013
Sochi, Rússia 2014
A definir 2015
Rio de Janeiro, Brasil 2016

Exercício 4
1. Diga qual é a essência dos Jogos Olímpicos.
2. Qual é a função do Comité Olímpico Internacional?
História do Desporto e Actividade Física 49

Unidade nº 5
A Luta Contra o Doping

Introdução
A Luta contra a Dopagem no Desporto representa um pilar
fundamental na preservação de determinados valores que nos
habituámos a ver ligados com o desporto. Para que o desporto
continue a ser considerado como uma escola de virtudes, onde aqueles
que o praticam procurem a obtenção do mais alto nível de bem-estar
físico, psíquico e social, torna-se necessária uma atitude intransigente
dos Governos de todo o Mundo e do Movimento Desportivo no
tocante ao combate a este flagelo. A recente criação da Agência
Mundial Antidopagem (AMA), fundação de direito privado que conta
com um número igual de representantes do Poder Público (Governos)
e do Movimento Desportivo (Comité Olímpico e Paraolímpico
Internacionais e Federações Desportivas Internacionais), e a
preparação no âmbito da UNESCO de uma Convenção Internacional
contra a Dopagem no Desporto, demonstram o esforço que a
sociedade actual a nível mundial está a realizar neste domínio.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Definir o conceito de doping desportiva;


 Ter noções sobre as substâncias proibidas no desporto.

Objectives

Sumário
Doping

Ao longo dos tempos que os atletas têm usado substâncias e métodos


artificiais para aumentar o seu rendimento e possuírem vantagem
desportiva. Já desde o século III a.C. que os gregos usavam cogumelos
alucinogénicos para aumentar a sua performance desportiva. Também
os romanos tomavam estimulantes para enfrentar as provas
História do Desporto e Actividade Física 50

desportivas, sendo que muitos atletas usavam cafeína, nitroglicerina,


álcool, ópio e inclusive estricnina. No entanto, o primeiro caso de
doping relatado passou-se em 1886, em que um ciclista inglês morreu
de overdose por “trimetil” numa corrida em Bordéus – Paris.
Curiosamente, em 1910 já havia controle de substâncias dopantes nos
cavalos de corrida, mas o controle em atletas humanos surgiu apenas
nos anos 60. Em 1965, Arnold Becker aplicou técnicas de
cromactografia de gás para detectar substâncias dopantes e em 1966 já
a FIFA controlava os atletas, sendo que em 1968, nos olímpicos de
Inverno, já havia uma lista elaborada com substâncias
ilícitas.Actualmente, cada nova descoberta da ciência, cada novo
fármaco investigado é também alvo de estudo no sentido de aumentar
o rendimento dos atletas de modo ilegal e indetectável. Deste modo, os
métodos de detecção têm de estar também em constante evolução,
sendo neste caso mais difícil, pois existem métodos muito bons, mas
muito dispendiosos, o que torna impossível a sua aplicação em
controle anti-doping. Assim, e como disse o presidente da federação
de ciclismo internacional, “existe uma grande percentagem de drogas
usadas em doping que não são detectadas”. Desde a altura em que os
organismos internacionais interessados (Comité Olímpico
Internacional e Conselho da Europa) e Agência Mundial Antidopagem
se começaram a preocupar com a problemática da Dopagem que se
tem procurado definir com exactidão o seu conceito. Em 1967, o
Conselho da Europa definiu Dopagem como a aplicação a um
indivíduo saudável, ou uso por parte desse indivíduo de substâncias
fisiológicas ou não, em quantidades consideráveis, com o único
objectivo de artificialmente e deslealmente influenciar a sua prestação
numa competição. O Decreto-Lei nº. 183/97, que legisla o Combate à
Dopagem no Desporto no nosso País, refere que por Dopagem
entende-se a administração aos praticantes desportivos ou o uso por
estes de classes farmacológicas de substâncias ou de métodos
constantes das listas aprovadas pelas Organizações Desportivas
Nacionais ou Internacionais competentes. Em 2003, a Agência
Mundial Anti-dopagem publicou o Código Mundial Anti-dopagem
que define os critérios para que uma substância ou um método possa
ser considerado como dopante, sendo necessário que pelo menos dois
dos seguintes critérios estejam presentes:

 Tem potencial para melhorar ou melhora efectivamente o


rendimento desportivo;
 Constitui um risco para a saúde do atleta;
 A sua utilização viola o espírito desportivo.

No entanto, o Código Mundial Anti-dopagem considera como


infracções de dopagem a ocorrência de múltiplas situações para além
da presença de uma substância dopante no organismo de um atleta.
Desse modo, são consideradas como infracções de dopagem, entre
outras, o tráfico de substâncias dopantes pelo atleta ou pelo seu
pessoal de apoio, a tentactiva de utilização de substâncias ou métodos
dopantes e falhas nas informações relactivas aos locais de treino do
atleta. A maioria das Federações Desportivas Internacionais adopta a
lista de substâncias e métodos proibidos da Agência Mundial Anti-
dopagem. Esta lista é regularmente actualizada pela AMA, à medida
História do Desporto e Actividade Física 51

que vão aparecendo novas substâncias e métodos dopantes na


actividade desportiva.

Definição de dopagem

Considera-se dopagem a utilização de substâncias ou métodos que seja


potencialmente prejudicial à saúde do atleta, ou capaz de aumentar
artificialmente sua performance, o que se caracteriza pela presença no
corpo do atleta ou por evidência de uso de substâncias proibidas, ou
ainda por evidência de uso de métodos proibidos, conforme relação
divulgada pelo Comitê OlímpicoInternacional (COI) e pela Agência
Mundial Antidoping (WADA). A definição de dopagem usada pelas
distintas Federações Internacionais pode eventualmente variar, bem
como a lista de substâncias e métodos proibidos. O Código Mundial
Antidoping da WADA foi já aprovado tanto pelos distintos setores do
Movimento Olímpico e como pelas Autoridades Públicas dos cinco
continentes, e entrará em vigor na data de 1º de janeiro de 2004,
devendo propiciar uma harmonização de regras e procedimentos. A
dopagem, de acordo com o Código Antidoping do Movimento
Olímpico, contraria os princípios fundamentais do Olimpismo, do
desporto, e da ética médica. É proibida, como também o é recomendar,
propor, autorizar, relevar ou facilitar o uso de qualquer substância ou
método incluídos nesta definição.

Tipos de controle antidoping existentes

O controle de doping pode ser realizado em sangue ou urina. Existem


basicamente dois tipos de controle antidoping:

1. Controle em competição: é realizado imediatamente após o


término de uma actividade agonística.
2. Controle fora de competição: pode ser efetuado a qualquer
momento, durante um treinamento, na residência do atleta, e
até mesmo um pouco antes ou depois de uma actividade
agonística. As substâncias controladas nos dois tipos de testes
não são as mesmas.Enquanto o exame “em competição” inclui
todo o universo de produtos e métodos proibidos, o exame
“fora de competição” é mais específico, incluindo apenas os
anabólicos esteróides, os hormônios peptídicos e os diuréticos,
ademais dos métodos proibidos. Estimulantes, narcóticos
analgésicos e drogas sociais não são analisados neste tipo de
controle.

Existe um terceiro tipo de teste, realizado imediatamente antes de uma


competição, que é especificamente característico do ciclismo e de
alguns desportos de inverno, como o esqui de fundo. Este controle é
designado como "controle de saúde", sendo realizado apenas em
sangue. O resultado pode eventualmente excluir o atleta de uma prova
sem que, no entanto, seja considerado como um controle positivo de
História do Desporto e Actividade Física 52

doping. As normas que definem o que é doping, que descrevem os


diferentes tipos de controles, e que listam as substâncias e métodos
proibidos ou restritos, estão descritas no “Código Antidoping do
Movimento Olímpico”, publicado pela Comissão Médica do COI

Como se desenvolve a luta contra a dopagem no desporto

A luta contra a dopagem no Desporto tem três vertentes essenciais:

a) Do controle de dopagem
b) A educacional
c) A investigacional

Como é constituída a lista de substâncias e métodos proibidos da


agência mundial anti-dopagem

A lista de substâncias e métodos proibidos da AMA para controles


realizados durante a competição, tem a seguinte constituição:

1. Substâncias proibidas:

 Estimulantes por ex. anfetaminas, bromatan, cocaína, e


substâncias similares
 Narcóticos por ex. heroína, morfina, e petidina
 Canabinóides por ex. haxixe e marijuana
 Agentes anabolisantes por ex. nandrolona, estanazonol,
testosterona, clembuterol e substâncias similares
 Hormonas Peptídicas por ex. hormona do crescimento,
corticotrofina, gonadotrofina coriónica, eritropoietina (EPO),
insulina, incluindo substâncias similares
 Beta-2 Agonistas. Todos os Beta-2 Agonistas excepto o
formoterol, salbutamol, salmeterol e a terbutalina por via
inalatória. A utilização requer uma notificação ao CNAD
 Agentes com actividade anti-estrógénica por ex. inibidores
da aromatase, clomifeno, ciclofenilo e tamoxifeno
 Agentes mascarantes por ex. diuréticos, epitestosterona,
probenecid e expansores do plasma
 Glucocorticosteróides São proibidos por via oral, rectal ou
por injecção intravenosa ou intramuscular.

2. Métodos proibidos:

 Incremento do transporte de oxigénio por ex. dopagem


sanguínea e produtos com capacidade para aumentar a
captação, o transporte e a libertação de oxigénio
História do Desporto e Actividade Física 53

 Manipulação Farmacológica, Química e Física por ex.


agentes mascarantes, cateterização, substituição e/ou alteração
da urina
 Dopagem Genética Dopagem genética ou celular é definida
como o uso não terapêutico de genes, elementos genéticos
e/ou células que tenham capacidade para aumentar o
rendimento desportivo.

Substâncias proibidas em alguns desportos em particular:

 Álcool
 Beta-Bloqueantes por ex. atenonol, acebutolol, propanolol e
substâncias similares
 Diuréticos por ex. furosemida, hidroclorotiazida, triamtereno
e substâncias similares

Nota: Nos controles fora de competição a lista de substâncias e métodos


proibidos é mais limitada, não englobando a totalidade das substâncias e
métodos proibidos durante a competição

Estimulantes

Os estimulantes são substâncias que têm um efeito directo sobre o


Sistema Nervoso Central, porque aumentam a estimulação do sistema
cardiovascular e do metabolismo orgânico em geral. Os estimulantes
mais disseminados no desporto são: anfetaminas, cocaína e efedrina.

Porque são usados pelos atletas?

Os estimulantes são usados para conseguir os mesmos efeitos da


adrenalina, substância que é produzida naturalmente pelo organismo.
Podem produzir excitação, melhorar os reflexos e a capacidade de
concentração e aumentar a agressividade. Podem ainda aumentar a
capacidade de tolerância ao esforço físico e diminuir o limiar da dor.

Efeitos secundários potencialmente nefastos

Os estimulantes são responsáveis pela morte de alguns atletas. Se um


atleta tem de competir em condições desfavoráveis, por exemplo
durante longos períodos de tempo, com temperaturas e taxas de
humidade elevadas, a temperatura corporal sobe facilmente. Devido
aos estimulantes torna-se difícil ao organismo desencadear o processo
de refrigeração. Assim o coração e outros órgãos, como o fígado e
rins, entram em sofrimento podendo este facto causar a morte. O
História do Desporto e Actividade Física 54

aumento da agressividade pode conduzir a atitudes agressivas em


relação aos adversários nos desportos de contacto.

Outros efeitos secundários

• Falta de apetite
• Náuseas e vómitos
• Perda de peso
• Insónias
• Cefaleias (dores de cabeça)
• Diminuição da sensação de fadiga, o que leva à-
exaustão
• Euforia
• Alucinações/tremor
• Agitação
• Hipertensão arterial
• Palpitações e arritmias cardíacas
• Diminuição da coordenação motora e sentido crítico
• Aumento da temperatura corporal
• Dependência física e psíquica (habituação)

O uso de medicamentos no desporto

O aumento do uso de substâncias ou métodos proibidos destinados a


melhorar artificialmente o desempenho esportivo tem motivado uma
ação intensa das autoridades nacionais e internacionais. O objetivo
desta actuação visa evitar uma vantagem desleal de um competidor
sobre os demais, além de preservar os aspectos éticos e morais do
desporto e, sobretudo, a saúde dos atletas.

Exercício 5
1. O que entendes por doping ou dopagem?
2. Como é constituída a lista de substâncias e métodos proibidos
da agência mundial anti-dopagem?
3. Como se desenvolve a luta contra a dopagem no desporto?
História do Desporto e Actividade Física 55

Unidade nº 6
Os Jogos Desportivos
Mundiais e Continentais

Introdução
Jogos poliesportivos, eventos multiesportivos ou eventos
multidesportivos, são competições que envolvem vários desportos e
modalidades desportivas que são disputadas juntas, geralmente, por
nações que enviam as suas delegações. Os eventos multidesportivos
mais conhecido são os Jogos Olímpicos.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Descrever as características dos Jogos Americanos e do Caribe.


 Analisar os valores éticos dos jogos olímpicos.
Objectivos

Sumário
Jogos Desportivos Mundiais

 Jogos Olímpicos
 Jogos Olímpicos de Inverno
 Jogos Paraolímpicos de Verão
 Jogos Paraolímpicos de Inverno
 Jogos Olímpicos da Juventude (de Verão e de Inverno)
 Jogos Mundiais
 X Games
 Jogos Mundiais Militares
 Jogos Mundiais dos Policiais e Bombeiros
 Special Olympics
História do Desporto e Actividade Física 56

 Jod«gos Mundiais de Desportos Mentais

Jogos Desportivos Continentais

 Jogos Pan-Americanos de Verão


 Jogos Pan-Americanos de Inverno (não são mais realizados)
 Jogos Parapan-Americanos
 Jogos Asiáticos de Verão
 Jogos Asiáticos de Inverno
 Jogos Asiáticos em Recinto Coberto (não são mais realizados)
 Jogos Asiáticos de Praia
 Jogos Asiáticos de Artes Marciais (não são mais realizados)
 Jogos Asiáticos da Juventude
 Jogos Asiáticos de Artes Marciais e Recinto Coberto
 Jogos Para-Asiáticos
 Jogos Pan-Africanos
 Jogos do Pacífico

Jogos Desportivos Inter-continentais

 Jogos Afro-Asiáticos
 Jogos Pan-Arábicos
 Jogos Pan-Armênios
 Jogos da ALBA
 Jogos da Amizade (não são mais realizados)
 Jogos Bolivarianos
 Jogos da Comunidade
 Jogos da Juventude da Comunidade
 Jogos de Inverno da Comunidade
 Jogos da Comunidade Holandesa/Neerlandesa
 Jogos da Francofonia
 Jogos da Lusofonia
 Jogos da CPLP
 Jogos Ibero-Americanos
História do Desporto e Actividade Física 57

 Jogos Insulares (da Associação Internacional dos Jogos


Insulares/International Island Games Association)
 Jogos das Ilhas (do Comitê da Organização dos Jogos das
Ilhas/Comité d'Organisation des Jeux des Iles/COJI)
 Jogos das Ilhas do Oceano Índico
 Jogos de Inverno do Ártico
 Jogos do Mar Negro
 Jogos do Mediterrâneo
 Surdolimpíadas
 Universíadas
 Ginasíadas
 Jogos de Arafura
 Jogos Mundiais Femininos
 Eurojogos/Eurogames
 Jogos Gay/Gay Games
 OutGames
 Jogos das Novas Forças Emergentes (GANEFO)
 Jogos Islâmicos da Solidariedade
 Jogos Islâmicos Femininos

Jogos Centro-Americanos

Os Jogos Centro-Americanos e do Caribe (em espanhol: Juegos


Centroamericanos y del Caribe - JCC), também conhecido pelo
acrônimo JCC, são uma evento multidesportivo realizado a cada
quatro anos. Nas três primeiras edições (1926, 1930 e 1935) tinham
outro nome, eram chamados de Jogos Centro-Americanos (em
espanhol: Juegos Centroamericanos, Juegos CAC). São organizados
pela Organização Desportiva Centro-Americana e do Caribe
(ODECABE). A idéia dos jogos surgiu na oitava edição dos Jogos
Olímpicos realizados em Paris. E através de um inédito apoio dado
pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após uma decisão dos
delegados do México, Guatemala e Cuba em realizar esse evento
regional em 1924. Então foi feita a Carta Fundamental dos Jogos
Centro-Americanos (Carta Fundamental de los Juegos
Centroamericanos, em espanhol) em 4 de julho do mesmo ano e, em
16 de outubro de 1925, Cuba, Costa Rica, Colômbia, El Salvador,
Haiti, Guatemala, Honduras, México, Jamaica, Nicarágua, Panamá e
República Dominicana se reuniram na Cidade do México, onde
decidiram que a capital mexicana sediaria a primeira edição, entre os
História do Desporto e Actividade Física 58

dias 12 de outubro e 2 de novembro, esse evento é o mais antigo


evento multiesportivo regional no mundo. Com a ampliação constante
dos participantes,o evento passou a incorporar países que estão no
Caribe e na América do Sul e após isso o evento mudou de nome para
Jogos Centro-Americanos e do Caribe

Os Jogos Pan-Americanos

Os Jogos Pan-Americanos são um evento multidesportivo, que tem


como base os Jogos Olímpicos e são organizados pela ODEPA.
Funcionam como uma versão das Olimpíadas modernas, nos quais
participam os países do continente americano.Nos Jogos, são
disputados desportos incluídos no Programa Olímpico e outros não
disputados em Olimpíadas. Acontecem a cada quatro anos e,
tradicionalmente, seguem um rodízio entre as três regiões do
continente: América do Sul, Central e do Norte. A primeira edição foi
realizada em Buenos Aires, capital da Argentina, em 1951.

Fundadores

Vinte e dois países são membros fundadores dos Jogos. São eles:

• Argentina • Guiana
• Brasil • Haiti
• Canadá • Jamaica
• Colômbia • México
• Costa Rica • Nicarágua
• Chile • Panamá
• Cuba • Paraguai
• El Salvador • Peru
• Equador • Trinidad e
• Estados Tobago
Unidos • Uruguai
• Guatemala • Venezuela
História do Desporto e Actividade Física 59

Os Jogos Pan-Africanos

Os Jogos Pan-Africanos são um evento multiesportivo que acontecem


a cada quadro anos, exclusivamente para os atletas do continente
africano. É organizado pela Associação dos Comitês Olímpicos
Nacionais Africanos. Os primeiros Jogos ocorreram no ano de 1965
em Brazzaville, Congo, e possuem o reconhecimento oficial do
Comitê Olímpico Internacional como um evento multiesportivo
continental, bem como os Jogos Pan-americanos e os Jogos Asiáticos.

Exercício 6

1. Conhece algum evento desportivo que se realiza na região da


SADC? Explique a(s) sua(s) forma(s) de organização.
História do Desporto e Actividade Física 60

Bibliografia
1. Agostí, L. “Gimnasia Educactiva”.Madrid.1948.
2. Alfonso, J. “Guía de los Panamericanos”.
3. Cardini, F. “ El Guerrero y el Caballero”. El Hombre
Medieval. Madrid. Alianza Editorial.!990.
4. Dr. Álvarez del Palacio, Eduardo. “La Educación Física
en el Renacimiento Español”. Universidad de León.
5. Dr. Zapico García, José M. “Historia y Evolución del
Diseño Curricular Español en la Educación Física”.
Universidad de Málaga.
6. Engels, Federico. “Dialéctica de la Naturaleza”. Moscu.
1965.
7. Enríquez, Celso “Resumen de Historia de la Educación
Física y los Deportes. Segunda Edición. Habana 1948.
8. Fernández Corujedo , Julio “ Panorama histórico de la
Educación Física.
9. García, Saúl. “Educación Física en Mesoamérica”.
10. Ponce, Aníbal. “La Educación del Hombre Feudal. En
Educación y Lucha de Clases. Casa de las Américas. La
Habana. 1975.
11. Ponencia del INDER al Congreso de Cultura de la Habana
Publicado en el Boletín Científico Técnico del
INDER.1968.Número 14.
12. WIKIPEDIA. Eventos multiesportivos.
http://ptwikipedia.org/wiki/Eventos_multiesportivos

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