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Autonomia

Beneficência

Justiça

São os três princípios fundamentais que a ética em pesquisa se baseia

Estes princípios são considerados universais — são aplicáveis em qualquer lugar do mundo.
Estes princípios não têm fronteiras nacionais, culturais, legais ou econômicas. Todas as partes
envolvidas em estudos de pesquisa com humanos devem entender e seguir esses princípios.

Embora estes princípios sejam universais, a disponibilidade dos recursos necessários para
manter estes princípios durante todo o processo de pesquisa não é universal, nem distribuída
equitativamente. Por exemplo, os recursos financeiros disponíveis para um comitê de ética ou
um conselho consultivo comunitária podem ser limitados. Entretanto, esses princípios devem
guiar o pensamento e comportamento de todos os indivíduos envolvidos no planejamento,
condução e patrocínio da pesquisa que envolva participantes humanos, independente das
limitações. Emanuel EJ, Wendler D, Killen J, et al. 2004,189

AUTONOMIA

É o reconhecimento de uma pessoa como um indivíduo autônomo, único e livre. Significa


também o reconhecimento de que cada pessoa tem o direito e a capacidade de tomar suas
próprias decisões. O respeito a uma pessoa assegura que a dignidade seja valorizada.

Os indivíduos devem ter poderes para tomar decisões livremente e receber todas as
informações necessárias para tomar as decisões corretas. Conduzir um projeto de pesquisa
quando alguns dos participantes em potencial não têm o direito ou a capacidade de tomar uma
decisão é uma violação da ética em pesquisa e dos direitos humanos básicos. Os representantes
comunitários podem ajudar a reconhecer o processo exclusivo de tomada de decisão dos
indivíduos e das comunidades, e sugerir a melhor forma de delegar aos participantes o poder
de tomar decisões voluntárias. Weijer C, Emanuel EJ. 2000;289.

BENEFICÊNCIA

A Beneficência vem do Latim, e significa "fazer o bem às pessoas envolvidas". Não causar danos
é o padrão deste princípio.
As pessoas freqüentemente usam beneficência como sinônimo de respeito pelas pessoas, ou
justiça. Entretanto, somente este princípio envolve atos de bondade ou beneficência que vão
além da simples obrigação.

O princípio da beneficência torna o investigador responsável pelo bem estar físico, mental e
social do participante da pesquisa.

Os representantes comunitários podem dar opiniões para assegurar que os benefícios para o
participante da pesquisa sejam ótimos, enquanto os riscos estejam reduzidos a um mínimo. O
compromisso de evitar riscos ou de reduzi-los o máximo possível também é referido como não-
maleficência, baseada na promessa clássica da profissão médica de "antes de mais nada, não
cause danos". Os riscos para uma pessoa participando em um estudo de pesquisa precisam ser
comparados com os benefícios potenciais e o conhecimento a ser adquirido.

JUSTIÇA

A justiça exige a distribuição justa e igualitária dos benefícios e riscos na participação em um


estudo de pesquisa. O recrutamento e a seleção dos participantes precisam ser feitos de
maneira justa e igualitária.

A justiça proíbe a exposição de um grupo de pessoas aos riscos de uma pesquisa unicamente
para benefício de outro grupo. Os representantes comunitários têm a responsabilidade de
assegurar que a participação da comunidade em um estudo seja justificada.

Os representantes comunitários precisam estar conscientes da necessidade de proteção


apropriada para participantes de pesquisas. Devem prestar atenção especial aos benefícios que
os participantes ou suas comunidades receberão em decorrência de sua participação na
pesquisa, e aconselhar a equipe de pesquisa para que os incentivos oferecidos pela pesquisa
não influenciem a decisão de participar.

O princípio da justiça estabelece proteção especial para pessoas vulneráveis. A justiça não
permite o uso de grupos vulneráveis — como pessoas de poucos recursos — como
participantes de pesquisas para benefício exclusivo de grupos mais privilegiados. MacQueen
KM, McLellan E, Metzger DS, et al. 2001; 91.

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