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Remunerações no sistema de justiça: entendendo o Teto

Constitucional

1. Teto Constitucional
O teto constitucional nacional da administração pública é o limite máximo para

remuneração de agentes públicos no Brasil. De acordo com o inciso XI do artigo

37 da Constituição Federal, em redação dada pelas emendas constitucionais nº

19 e nº 41, o teto constitucional corresponde ao subsídio mensal dos Ministros

do Supremo Tribunal Federal.

Hoje, seu valor é de R$ 39.293,32, de acordo com o último reajuste. Na proposta

de orçamento do STF para 2023, aprovada pelo plenário do tribunal em agosto

de 2022 e submetida à tramitação na Câmara dos Deputados como PL

2438/2022, pleiteia-se novo reajuste de 18%. Esse aumento seria implementado

em quatro etapas até 2024 e resultaria em um subsídio de R$ 46.366,19,

elevando também o teto constitucional.

Não esqueça!

O reajuste de subsídios dos ministros do STF acarreta na elevação


automática APENAS do teto constitucional. Os vencimentos dos demais
membros do sistema de justiça não sofrem aumento automático, pois
precisam ser reajustados em lei específica.

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2. Calculando o abate-teto
Lembre-se: a regra geral para o cálculo das verbas que ficam retidas pelo teto é:

❖ Verbas de caráter remuneratório entram no cálculo do teto

❖ Verbas de caráter indenizatório não entram no cálculo do teto

3. Relatório: Teto Decorativo

Teto Decorativo: Graças a benefícios e penduricalhos, remunerações de

promotores e juízes da Paraíba superam o teto constitucional

O relatório Teto Decorativo propõe uma análise das remunerações de

magistrados e procuradores da Paraíba. Destacam-se os seguintes achados:

❖ De 2018 a 2020, as médias dos pagamentos aos membros do Ministério

Público (MP-PB), do Tribunal de Justiça (TJ-PB) e do Tribunal Regional do

Trabalho (TRT-13) foram até 36% superiores ao teto.

❖ “Penduricalhos” garantem em média entre R$ 4 mil e R$ 9,2 mil a mais por

mês a um juiz ou promotor. O MP-PB é o que mais usa esse expediente

para aumentar os ganhos de seus membros.

❖ Uso das indenizações para driblar o teto constitucional: em 2018,

quando o salário médio dos membros passou de R$ 28 mil para R$ 33 mil,

houve uma diminuição considerável nos gastos com indenizações dos

três órgãos.

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