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PSICOPATOLOGIA E SAÚDE MENTAL

Com Danilo de Freitas Araújo


SUMÁRIO

SOBRE O CURSO 3

PROFESSOR DO CURSO 4

AULA 1, PARTE 1 5

AULA 1, PARTE 2 9

AULA 1, PARTE 3 12

AULA 1, PARTE 4 16

AULA 2, PARTE 1 20

AULA 2, PARTE 2 23

AULA 2, PARTE 3 27

AULA 2, PARTE 4 31

AULA 3, PARTE 1 34

AULA 3, PARTE 2 37

AULA 3, PARTE 3 39

AULA 3, PARTE 4 41

2
SOBRE O CURSO

O QUE SERÁ ABORDADO N AS AUL AS?


Durante as três aulas, o profes s o r a b o rda rá : h is tó r ic o e c o n c eito s b á si cos
em psicopatologia; abordagem n a p s ic o p a to lo g ia e n a p s ic o f a r m a c o logi a;
semiologia e psicopatologia; c o m p reen s ã o c o n t ex t u a l h is tó r ic a da
psicopatologia; d iferença entre p s ic o p a to lo g ia a t eó r ic a e p s ic o p a to logi a
explicativa; exame do estado m en t a l; b a s es c o n c eit u a is e de u t iliz a ç ão dos
principais manuais e cód igos de c la s s if ic a ç ã o de do en ç a s m en t a is ; refl exão
e críticas sobre a utilização d o dia g n ó s t ic o n o s o ló g ic o n a a t u a ç ã o em saúde
mental.

O QUE CONSTA NESTE E BOOK?


Neste material, você tem uma lin h a do t em p o c o m o s p r in c ip a is
acontecimentos d as videoaulas , c o m o f ra s es im p a c t a n t es do s p ro fessores,
conceitos impor tantes do merc a do , in dic a ç õ es de f ilm es e livro s , en t re
outros.

3
PROFESSOR DO CURSO

DA N I LO D E F R E ITA S A R AÚ J O

P S I C Ó L O G O C L Í N I C O, P R O F E S S O R U N I V E R S I TÁ R I O E
M E M B R O D A A S S O C I A Ç Ã O D E T E R A P I A S C O G N I T I VA S
D O R I O G R A N D E D O N O R T E ( AT C - R N ) E D A F E D E R A Ç Ã O
B R A S I L E I R A D E T E R A P I A S C O G N I T I VA S ( F B T C ).

Graduad o em Psicolog ia ( 2 0 0 9 ) p ela Fa c u lda de N a t a len s e p a ra o


Desenvolvimento d o Rio G ra n de do N o r t e ( FAR N ). M es t re em Ps icol ogi a
pela Universid ade Fed era l do R io Gra n de do N o r t e ( UFR N ) ( 2 0 12) .
Especialista em Psicologia Clí n ic a , c o m a t u a ç ã o n a Ab o rda g em Cogni ti vo-
Compor tamental. Professor - M es t re do Cu r s o de Ps ic o lo g ia n a Un i nassau
(Natal/RN), além d e Sup er vis o r de E s t á g io Cu r r ic u la r O b r ig a tó ri o e
Coordenador da Pós-Grad u a ç ã o em Sa ú de M en t a l e Tera p ia s Co gni ti vas,
na mesma instituição. Mem b ro da As s o c ia ç ã o de Tera p ia s Co g ni ti vas
do Rio Grand e d o Nor te (ATC- R N ) e da Federa ç ã o Bra s ileira de Terapi as
Co g n it iva s ( FBTC).

4
AULA 1, PARTE 1
Danilo de Freitas Araújo

Introdução à disciplina 01:55

Professor Danilo inicia a aula a p res en t a n do referên c ia s n o r t ea do ra s para a


temática e, em seguid a, fala so b re o q u e s erá a b o rda do n a dis c ip lin a.

Livro: Psicopatologia: uma abordagem


integrada
O livro é de autoria de David Ba r lo w e V. M a r k Du ra n d. A s eg u n da edi ção
foi publicada em 2015 pel a Cen g a g e L ea r n in g .

David Barlow
Psicólogo estad unid ense e p ro fes s o r em ér ito de p s ic o lo g ia e p s iqui atri a
na Universid ade d e Boston . Fo i u m do s t rês p s ic ó lo g o s da f o rç a - tarefa
responsável por revisar o t ra b a lh o de m a is de m il p ro f is s io n a is da
saúde mental que par ticip a ra m da c r ia ç ã o do M a n u a l de Dia g n ó s ti co e
Estatístico d e Transtornos M en t a is ( DSM )- IV e c o n t in u o u c o m o Assessor
da Força-tarefa do DSM-5.

5
Mark Durand
Professor de psicologia na Un iver s it y o f So u t h Flo r ida / St . Pet er s burg,
conhecid o mund ialmente c o m o u m a a u to r ida de n a á rea de t ra n s torno do
espectro autista.

Livro: Psicopatologia e Semiologia


dos Transtornos Mentais
De autoria de Paulo Dalgala r ro n do , a t erc eira ediç ã o do livro f o i
publicada em 2019 pela Ar t m ed.

Livro: Psiquiatria Básica


Com a segund a ed ição pub lic a da em 2 0 0 7 p ela Ar t m ed, o livro é de
autoria d e Mario Rod rigue s L o u z ã N eto e Hélio E lkis .

Em maior ou em menor grau, temos aspectos ou características


que, no senso comum, podem ser tidas como traços de loucura.

Não se pode estudar psicopatologia sem entender o que é


prevalência.

6
Conceito de normalidade em 13:36
psicoterapia
Danilo cita que a d iscussão de n o r m a lida de em p s ic o t era p ia p rec is a se
pautar em evid ências encontra da s em es t u do s c ien t í f ic o s . E le ex p lic a que o
conceito d e normalid ade em ps ic o p a to lo g ia im p lic a n a p ró p r ia def in i ção do
que é saúde e doença mental e q u e a p s ic o p a to lo g ia é u m a á rea h u mana que
trata da pessoa apesar do seu s o f r im en to p s í q u ic o , n ã o redu z a p es soa ao
seu diagnóstico.

Todos nós temos características saudáveis e características


não saudáveis.

Não há algo fixo que defina quem está bem e quem não está
bem.

Não se pode discutir psicopatologia sem discutir o conceito de


normalidade e não normalidade.

A psicopatologia é uma área humana, considera o que há por


trás do sofrimento psíquico.

7
Refletindo sobre a loucura 24:10

O professor Danilo sugere que o s a lu n o s a s s is t a m a u m ví deo ( dis p onível


no vídeo da aula ou neste link ) p a ra q u e p o s s a m dis c u t ir a lg u n s a s p ectos
relacionad os à loucura. Danilo en t ã o f a z a lg u n s q u es t io n a m en to s , c omo o
que define a loucura?, você con s eg u e iden t if ic a r a lg u m a c a ra c t er í s t ica sua
que considere estranha?

Critérios de normalidade 45:17

Existem várias maneiras de d ef in ir n o r m a lida de, en t re ela s es t ã o a


normalidad e como ausência de do en ç a , n o r m a lida de idea l, n o r m a lidade
estatística, normalidade como b em - es t a r, n o r m a lida de f u n c io n a l,
normalidad e como processo, n o r m a lida de c o m o lib erda de e n o r m a lidade
operacional. Professor Danilo c o m en t a e ex p lic a c a da u m a dela s .

Temos sempre que analisar como aquele contexto social


entende a normalidade para, só então, estudá-la.

Se espiritualmente a pessoa não está bem, os outros


componentes irão se afetar também.

Talvez o que seja considerado normal hoje, não seja em outro


momento da história, e isso precisa ser considerado.

As abordagens mais atuais da avaliação psiquiátrica ensinam


que é sempre necessário ouvir o ponto de vista das pessoas.

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AULA 1, PARTE 2
Danilo de Freitas Araújo

Definições importantes 00:06

Danilo explica que a psicopato lo g ia n ã o é a lg o s im p les de s er en t en di do,


é muito comum a confusão em to r n o da ideia de a p s ic o p a to lo g ia s er uma
subárea da psicologia. Ela é um ra m o da c iên c ia q u e t ra t a da n a t u rez a
essencial d a doença ou transto r n o m en t a l — s u a s c a u s a s , a s m u da n ç as
estruturais e funcionais associa da s a ela e s u a s f o r m a s de m a n ifes t ação.
Danilo comenta que transtorno p s ic o ló g ic o o u dis f u n ç ã o p s ic o ló g ic a é uma
resposta associada a sofrimen to , s en do q u e n ã o é t í p ic a , n em c u lt u ral mente
esperada.

A psicopatologia é uma área independente e essa


independência diz respeito ao corpo do conhecimento, do
percurso histórico de estudos que diz respeito a ela.

Outros conceitos 12:26

Professor Danilo d estaca a impo r t â n c ia de c o m p reen der o u t ro s c o n c e i tos


relacionados à psicopatologia. E le ex p lic a det a lh a da m en t e o s s eg u in tes:
prevalência e incidência; d escriç ã o c lí n ic a ; c u r s o do t ra n s to r n o ; dia g nósti co
e prognóstico; comorbidade; e et io lo g ia .

9
Incidência e prevalência são conceitos ligados a estudos de
frequência de um determinado fenômeno naquela população.

O transtorno da personalidade borderline é um transtorno que


envolve desregulação emocional, instabilidade nas relações
interpessoais e senso de identidade deturpado.

No Brasil, cerca de 32% da população já passaram por um


episódio de binge ao longo da vida.

Entender o curso do transtorno é entender se ele tem um curso


episódico ou crônico.

O conceito de curso funciona muito bem com o conceito de


desenvolvimento.

A hipótese diagnóstica é uma conclusão provisória do clínico a


respeito da descrição que ele fez.

A hipótese diagnóstica nos dá uma linha de raciocínio inicial; no


diagnóstico clínico, essa linha de raciocínio vai estar mais ou
menos formada.

10
O prognóstico é enunciado, em termos de ser um bom ou um
mau prognóstico, ele releva como aquela pessoa pode se
encaminhar ao longo do tempo naquela condição clínica.

Hoje em dia, não se discute um transtorno separado do outro.

Quando há duas condições indo em paralelo, uma delas vai ser


o transtorno principal e a outra vai ser comorbidade.

O ambiente pode ser tão poderoso ao ponto de desencadear ou


manter um conjunto de sintomas.

Quando somamos o biológico com o ambiental, temos a


etiologia dos transtornos mentais.

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AULA 1, PARTE 3
Danilo de Freitas Araújo

Desenvolvimento histórico dos 00:10


modelos
Danilo explica a forma como o c o n c eito de p s ic o p a to lo g ia evo lu iu a o l ongo
da história humana. Ele explic a q u e, da Ida de M édia a o s éc u lo X V I, a saúde
mental era vista por meio da ideia de dem ô n io s , b r u x a s e exo rc is m o s.

Filme: Joana d’Arc de Luc Besson


Filme francês d e d rama bio g rá f ic o de 1 9 9 9 q u e t ra t a da h is tó r ia de
Jeann e d 'Aragon, uma ad o les c en t e de u m a p eq u en a vila , a leg a t er si do
instruíd a por Deus para lid era r o exérc ito f ra n c ês n a g u er ra e defender
suas terras d os ingleses. A g a ro t a , c o n h ec ida c o m o Jo a n a d'Arc , l i dera
as tropas francesas duran t e a g u er ra .

Da Roma Antiga ao século XX 06:09

Professor Danilo explica que, da R o m a An t ig a a o s éc u lo XX, s e des t acaram


os estudos d e Hipócrates, Galen o e a t eo r ia h u m o ra l; o t ra b a lh o do
psiquiatra J ohn P. Grey e as c a u s a s f í s ic a s ; a s dis c u s s õ es s o b re o s
métodos controversos; e a sup rem a c ia do s p s ic o f á r m a c o s .

12
O percurso biológico caminha da Roma antiga até os dias de
hoje e considera que, sim, há uma explicação biológica para os
transtornos psiquiátricos.

Do século XIX aos dias atuais 09:24

Danilo explica como se deu o s u rg im en to da t era p ia m o ra l e o p a p el de


Philippe Pinel na saúde menta l e t a m b ém f a la s o b re o s u rg im en to das
escolas psicanalítica e compo r t a m en t a l.

A escola psicanalítica nos ensina que há essa entidade


chamada inconsciente onde estão depositadas todas as nossas
fantasias, desejos, vontades.

A escola comportamental nos ensina que somos formados


por comportamentos que são modelados ao longo da nossa
história.

O que hoje seria o modelo mais recente, vigente em saúde


mental, é o modelo integrativo, que une tanto o aspecto
psicológico quanto o biológico.

A maioria dos estudos científicos hoje apontam que só a


medicação não é suficiente para trazer alívio psíquico para o
indivíduo.

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Todo psiquiatra precisa ter um conhecimento psi, e todo
psicopsicólogo precisa ter um conhecimento psiquiátrico
também.

Reforma psiquiátrica 18:50

O movimento d e d esinstitucion a liz a ç ã o da lo u c u ra f o i, s eg u n do o


Professor Danilo, um movimen to de den ú n c ia q u e direc io n o u u m o lh ar
crítico às instituições hospital a res q u e c o n c eb ia m a lo u c u ra c o m o u m
mero mecanismo d e red ução d a p es s o a a u m a c o n diç ã o . Co m a R ef o rma
psiquiátrica, ocorreu o nascimen to do s Cen t ro s de At en ç ã o Ps ic o s s o ci al
(CAPS) e houve uma ampliação da c lí n ic a .

Essa ideia da clínica ampliada é você sair das quatro paredes


do consultório e ir até onde você precisa dar o auxílio.

Marcos da Reforma psiquiátrica 27:45


no Brasil
Danilo comenta sobre alguns d o s m a rc o s im p o r t a n t es da R ef o r m a
psiquiátrica brasileira. Entre eles , es t ã o a Co n ferên c ia R eg io n a l p a ra a
Reestruturação da Assistência Ps iq u iá t r ic a , o c o r r ida em Ca ra c a s , em 1990;
a retomada da Declaração d e C a ra c a s , em 2 0 0 5 ; a c r ia ç ã o de s er viç o s
substitutivos ao hospital psiquiá t r ic o : redes de a t en ç ã o à s a ú de m en tal ,
CAPS, leitos psiquiátricos em h o s p it a is g era is , o f ic in a s t era p êu t ic a s ,
residências terapêuticas, centro s de c o n vivên c ia et c .

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Centros de Atenção Psicossocial 33:00

O CAPS se d estina ao atend imen to diá r io à s p es s o a s c o m t ra n s to r n o s


mentais severos e persistentes , ex p lic a o Pro fes s o r. E les s ã o es p a ç o s
substitutivos ao mod elo hospi t a lo c ên t r ic o e vis a m a rein s erç ã o s o c ial .
Nesse modelo, cada indivíduo é vis to c o m o ú n ic o , s in g u la r e h á u m a nova
postura dos profissionais d a s a ú de.

Documentário: Holocausto brasileiro


Retrato aprofundado e cont u n den t e s o b re o s even to s q u e f ic a ra m
conhecidos como Holocau s to Bra s ileiro , o g ra n de g en o c í dio c o m eti do
contra os pacientes psiquiá t r ic o s do h o s p í c io de Ba r b a c en a , em Mi nas
Gerais. É uma ad aptação do livro h o m ô n im o es c r ito p o r Da n iela Arbex.
Assista ao filme aqui.

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AULA 1, PARTE 4
Danilo de Freitas Araújo

Introdução às funções psíquicas 02:30


elementares
As funções psíquicas elementa res dizem res p eito a diferen t es in s t â n ci as
psicológicas que se relacionam en t re s i, es t ã o in t eg ra da s , n ã o is o la das.
Professor Danilo explica que a p s ic o p a to lo g ia s e p reo c u p a em es t u dar os
sintomas relacionad os (esse e s t u do deve s er c en t ra do n a p es s o a ) e que é
embasada em quadros nosológic o s .

Sensação e percepção são aqueles irmãos que não descolam


um do outro em nenhum momento.

Atenção e memória funcionam em conjunto.

As funções mentais funcionam em rede e precisam estar dessa


forma para que o mundo tenha um sentido para todos nós.

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Quadro nosológico 12:00

No estudo da psicopatologia, s in a is s ã o c o m p o r t a m en to s o b jet ivo s ,


verificáveis pela obser vação d iret a do p a c ien t e; e s in to m a s s ã o a s vivênci as
subjetivas relatad as pelos indiví du o s , s u a s q u eix a s e n a r ra t iva s . O Professor
Danilo explica que é preciso est a r rec ep t ivo , a b er to a t u do o q u e o in di víduo
relatar. A somatória d o entendim en to do s s in a is ( da do o b jet ivo ) e o
entendime nto dos sintomas (d a do s u b jet ivo ) do p a c ien t e dã o a o p ro f issi onal
a configuração id eal para o ent en dim en to do q u a dro .

GAD-7
O Generalizes Anxiety Diso rder 7 - it em ( GAD- 7 ) é u m q u es t io n á r io que
avalia os principais sintom a s a n s io s o s do t ra n s to r n o de a n s ieda d e
generalizada (TAG), de acordo c o m o DSM - 5 .

Sinais é tudo o que o terapeuta, que o clínico coleta, em termos


de informações, objetivamente passíveis de informação.

Noção inicial dos processos 16:55


cognitivos
Danilo explica a impor tância d e c o n h ec er a def in iç ã o de a lg u n s c o n c ei tos
para, no momento d e trabalhar c o m c a da p ro c es s o p s í q u ic o , s eja
possível focar nas alterações e n ã o n o c o n c eito a p en a s . E le reto m a
então, os processos cognitivos q u e diz s erem a b a s e de q u a lq u er es t udo
sobre semiologia, que são: con s c iên c ia , o r ien t a ç ã o , a t en ç ã o , m em ó r ia,
pensamento, sensopercepção, lin g u a g em , in t elig ên c ia , ju í zo de rea lidade,
afetividade, volição e psicomot r ic ida de.

17
Ivan Izquierdo
Neurocientista premiad o in t er n a c io n a lm en t e, c o n s idera do u m do s
maiores especialistas em m em ó r ia do m u n do . Co o rden o u o Cen t ro de
Memória do Instituto d o Céreb ro da PUCR S.

A memória é um desses processos em que é muito importante


entendermos que há uma questão de subjetividade muito forte.

Entre todos os processos, talvez o mais influenciado pelo


pensamento seja a linguagem.

Inteligência não é uma coisa só, envolve até o modo como você
se adapta às exigências ao seu redor.

Alucinação é um alteração da sensopercepção.

Geralmente, alucinação e delírio acontecem juntos, mas o


delírio é o julgamento incorreto da sua realidade.

Não se pode falar de afetividade sem falar de pensamento.

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Filme: Uma mente brilhante
O filme conta como um po r t a do r de es q u izo f ren ia a p ren deu a c o nvi ver
com essa enorme d ificuld a de, u s a n do s u a s a dver s ida des a s eu f avor,
chegand o a ser aclamad o c o m u m Prêm io N o b el. É in s p ira do n a vi da do
economista J ohn Forbes N a s h Jr.

19
AULA 2, PARTE 1
Danilo de Freitas Araújo

Consciência 01:30

Iniciando a explicação sobre o s p ro c es s o s c o g n it ivo s e s u a s a lt era ç õ es,


o professor Danilo fala sobre a c o n s c iên c ia . E le a p res en t a a s def in iç ões
neuropsicológica, psicológica e ét ic o - f ilo s ó f ic a . Da n ilo ex p lic a q u e,
de acordo com Searle, consciên c ia p o de s er def in ida t a m b ém c o m o
subjetividad e, um caráter prazero s o o u des p ra z í vel, c o m o ex p er iên c ias
totais ou globalizantes e com u m s en s o de f a m ilia r ida de. Co m o a lt erações
patológicas, ele d estaca o reba ix a m en to da c o n s c iên c ia ( o b n u b ila ç ã o,
torpor, sopor, coma) e perdas a b r u p t a s de c o n s c iên c ia .

Pessoas ansiosas têm um grau de vigilância muito excessivo.

Wilhelm Wundt
Médico, filósofo e psicólog o a lem ã o . Fo i u m do s res p o n s áveis p or
fazer da psicologia um ramo de es t u do p ró p r io e é c o n s idera do o pai da
psicologia experimental.

As alterações patológicas da consciência podem ser divididas


em quantitativas e qualitativas.

20
Quando falo em uma alteração quantitativa, estou falando do
nível ou intensidade daquele processo cognitivo, que vai estar
reduzido ou aumentado.

A obnubilação é uma perda de consciência leve.

No segundo grau de rebaixamento da consciência, a pessoa


consegue manter o sentimento de pudor.

O estado de quase morte é uma experiência subjetiva.

Despersonalização é quando o estranhamento é em relação a


si mesmo, e desrealização é quando esse estranhamento é em
relação ao mundo ao meu redor.

Atenção 29:43

O processo da atenção é um pro c es s o q u e f u n c io n a em c o n ju n to c o m a


consciência e é um filtro d e es t í m u lo s da rea lida de. A a t en ç ã o s u s t entada
tem uma característica de man t er a a t en ç ã o , q u e en vo lve es t a r f o c a do em
um determinado estímulo. Exist em a in da a a t en ç ã o dividida e a a t en ção
alternada. Entre as alterações es t ã o a dis t ra ib ilida de, a h ip o p ro s ex ia , a
aprosexia e a hiperprosexia.

21
A atenção é um filtro que me permite priorizar, selecionar os
estímulos que são realmente importantes naquele momento.

A distraibilidade envolve a capacidade de um indivíduo de


não conseguir prestar atenção naquele momento e não
desempenhar adequadamente a sua atividade.

Semiotécnica é a avaliação, feita através de técnicas, de


instrumentos e recursos, dessa alteração cognitiva.

22
AULA 2, PARTE 2
Danilo de Freitas Araújo

Orientação 00:06

O processo de orientação também f u n c io n a , de c er t a f o r m a , em c o n junto


com a consciência e com a aten ç ã o . Da n ilo ex p lic a q u e a o r ien t a ç ã o é a
capacidade d e se guiar com as c o is a s a o n o s s o redo r. As a lt era ç õ es na
orientação podem ser autopsíqu ic a s , s o m a to p s í q u ic a s e a lo p s í q u ic a s .
A orientação alopsíquica está a s s o c ia da à des o r ien t a ç ã o es p a c ia l e à
desorientação temporal.

A orientação é importante como uma espécie de guia da nossa


realidade.

A desorientação somatopsíquica tem a ver com a orientação do


próprio corpo.

Tanto a desorientação espacial quanto a desorientação


temporal vão ser consequências de alguma alteração
neurológica.

23
Livro: O homem que confundiu sua
mulher com um chapéu
Neste livro, Oliver Sacks ap res en t a rela to s c lí n ic o s de p a c ien t es que,
imersos num mundo de son h o s e def ic iên c ia s c ereb ra is , p res er va m
sua imaginação e constroe m u m a iden t ida de m o ra l p ró p r ia . A o b ra foi
publicada em 1997 pela Co m p a n h ia da s L et ra s .

Sensopercepção 09:40

A sensope rcepção é um proces s o q u e en vo lve n it idez , c o r p o reida de,


estabilidade, extrojeção, influe n c ia b ilida de vo lu n t á r ia e c o m p let u de. O
Professor Danilo explica que a s en s o p erc ep ç ã o é diferen t e da rep res entação
(que tem pouca nitid ez, introjeç ã o , in s t a b ilida de, in c o m p let u de) e da
imaginação. As alterações qualit a t iva s da s en s o p erc ep ç ã o p o dem s er
ilusões, alucinações auditivas, vis u a is , t á t eis , o lf a t iva s e g u s t a t iva s .

A sensopercepção é a nossa capacidade de interpretar, atribuir


significado, perceber os estímulos ao nosso redor a partir dos
nossos cinco sentidos.

Filme: Bird box


Baseado no livro d e J osh Ma ler m a n , o f ilm e f o i la n ç a do em 2 0 1 8
e reproduz a lógica d a con t a m in a ç ã o rep en t in a e es p et a c u la r, da s
mor tes pelas ruas, d o caos n a s o c ieda de, da b u s c a p o r c o m ida , á gua e
tranqu ilid ade num contexto p ó s - a p o c a lí p t ic o . Dis p o n í vel n a N et f lix.

24
As ilusões são alterações da sensopercepção que acontecem
quando a consciência do indivíduo está rebaixada.

Filme: Mais estranho que a ficção


Lançado em 2006, o filme c o n t a a h is tó r ia de u m f u n c io n á r io da recei ta
federal dos Estados Unid o s q u e c o m eç a a o u vir s eu s p en s a m en tos como
se eles fossem narrados p o r u m a voz fem in in a .

Livro: Alucinações musicais: relatos


sobre a música e o cérebro
Neste livro, Oliver Sacks ap res en t a h is tó r ia s m u s ic a is c h eia s de drama
e compaixão humana envo lven do p es s o a s c o m u n s o u p o r t a do ra s de
distúrbios neuroperceptivos . Pu b lic a do em 2 0 0 7 p ela Co m p a n h ia das
Letras.

As alucinações visuais, assim como as auditivas, se referem a


um modo de distorcer a realidade.

Nas alucinações você vai distorcer a realidade a partir de um


objeto que não é real.

Fotopsias são pontos, cores, traços que vemos no nosso campo


visual e que podem acontecer até quando estamos cansados.

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Alucinações cenográficas mexem com o ambiente ao redor do
indivíduo.

Livro: As viagens de Gulliver


Obra clássica da literatura in g les a é de a u to r ia do ir la n dês Jo n a t han
Swift e foi publicada pela p r im eira vez em 1 7 2 6 .

Filme: Bugs
Dirigid o por William Friedkin e la n ç a do em 2 0 0 6 , o f ilm e é b a s ea d o em
uma peça de teatro homônim a . Co n t a a h is tó r ia de u m c a s a l q u e vi ve
com uma paranoia com inseto s q u e a to r m en t a a vida do s do is .

A analgesia envolve uma alteração quantitativa da percepção.

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AULA 2, PARTE 3
Danilo de Freitas Araújo

Memória 00:08

A memória é um processo que c o dif ic a , a r m a zen a e rec u p era in f o r m ações


para uso imediato ou em longo p ra zo . Da n ilo ex p lic a q u e a s a lt era ç õ e s da
memória podem ser hipermnés ia s o u a m n és ia s ( o u h ip o m n és ia s ).

Filme: Como se fosse a primeira vez


Filme d e 2004 estrelad o po r Ada m Sa n dler e Drew Ba r r ym o re, c o nta a
história de Lucy, que sofre de f a lt a de m em ó r ia de c u r to p ra zo e, por
isso, ela rapid amente se e s q u ec e de f a to s q u e a c a b a ra m de a c o n tecer.
Assim, Henr y é obrigado a c o n q u is t á - la , dia a p ó s dia , p a ra f ic a r a o seu
lado.

A memória envolve diversas categorias de memória e há vários


tipos de esquecimento, de amnésia.

27
Afetividade 10:15

Afetividade é o nosso processo q u e a t r ib u i s en t ido à q u ilo q u e p ro c es samos


cognitivamente. As alterações da a fet ivida de p o dem s er dis t im ia ( va r iações
de humor para cima ou para baixo ); dis f o r ia ( dis t im ia c o m a feto s n eg ati vos) ;
maníaca (hiper tímica): elação ( a leg r ia p a to ló g ic a e s en s a ç ã o de g ra n d eza) ;
puerilidade (infantilidade); irrit a b ilida de p a to ló g ic a ; a p a t ia ; s en t im en to de
falta de se ntimento (não sentir em o ç õ es , vivên c ia q u e t ra z c u lp a ).

Não somos apenas racionais e lógicos, temos um sentido


particular às nossas experiências.

As emoções são uma experiência multicomponentes.

A apatia envolve sentir que há uma falta de sentimento.

A apatia é comum em quadros depressivos.

Existe um quadro na afetividade chamado embotamento


afetivo, que é muito comum na esquizofrenia e nos transtornos
psicóticos, em que a pessoa se sente completamente esvaziada
de sentimentos.

28
Vontade 19:10

A vontade é um processo cognit ivo q u e en vo lve o a to de delib era r u ma ação,


se ela é passível de ser feita o u n ã o , de es c o lh er rea liz a r a q u ela a ç ã o , e de
realizá-la na forma d e um comp o r t a m en to , de u m a a ç ã o . O a to de vo ntade
é algo que envolve impulso para f a zer a lg u m a c o is a e c o m p o r t a m en to. As
alterações são hipobulia/abulia , a t a ra x ia , a to s im p u ls ivo s , a to s c o m p ul si vos,
impulsos e compulsões agress iva s a u to des t r u t iva s o u h et ero des t r u t ivas.

O ato de vontade é algo que envolve impulso para fazer alguma


coisa e o comportamento.

Nem todo desprendimento é ou pode ser considerado


psicopatológico.

Nos atos compulsivos há um comportamento, normalmente


ritualizado, que gera muita culpa.

O ato impulsivo é uma coisa que pode ou não ocorrer,


normalmente não há consciência do indivíduo; o ato compulsivo
é um comportamento concretizado e que, geralmente, carrega
muita culpa pós realização do ato.

Os atos suicidas são impulsos que podem ou não se


concretizar.

29
O suicídio vai ser muito influenciado pelo componente da
impulsividade.

Quanto mais as pessoas tiverem traços de impulsividade


na personalidade, maior tendência de elas tentarem um ato
suicida.

Pensamento 39:36

De acordo com o professor Dan ilo , o p en s a m en to é o p ro c es s o q u e envol ve


a nossa capacid ade d e formula r c o n c eito s da n do s en t ido , s ig n if ic a do a
tudo o que nos cerca, é a noss a c a p a c ida de de f o r m a r im a g en s m en t ai s e
a capacidad e d e fazer o encad ea m en to de c o n c eito s e de im a g en s m e ntai s
como uma linha d e raciocínio. As a lt era ç õ es do p en s a m en to p o dem s er:
pensamento mágico, pensamen to c o n c reto o u c o n c ret is m o , p en s a m ento
desagregado (salada de ideias), ilh o t a s de m em ó r ia ( m em o r iz a ç ã o
mecânica), pensamento inibid o , p en s a m en to p ro lixo , p en s a m en to def ici tári o,
pensamento d emencial, pensam en to c o n f u s io n a l e r u m in a ç õ es .

O pensamento mágico é o estabelecimento de relações entre


coisas que, aparentemente, não teriam relação alguma entre si.

Indivíduos que têm déficit intelectivo vão ter formas de pensar


muito concretas.

30
AULA 2, PARTE 4
Danilo de Freitas Araújo

Série: The Good Doctor


A série conta a história d e u m jovem c ir u rg iã o dia g n o s t ic a do c o m
savantismo, um distúrbio p s í q u ic o ra ro , q u e é rec r u t a do p a ra t ra bal har
na ala ped iátrica de um ho s p it a l.

Indivíduos que têm transtorno do espectro autista talvez


não entendam muito de alguns conceitos, mas sejam muito
inteligentes, acima da média, em pequenas ilhotas de
conhecimento.

O fenômeno das ilhotas de pensamento se referem a um


conglomerado de informação memorizado e denunciam a
incapacidade do indivíduo de expandir essa capacidade para
outras áreas.

Ruminação alude a essa ideia de resgatarmos aqueles


pensamentos, aquelas ideias que, na nossa cabeça, tendem a
ter um significado.

A ruminação são aqueles pensamentos que, ciclicamente, vêm à


nossa mente e ficam girando em torno de si mesmos.

31
O juízo de realidade 09:20

O juízo de realidade, de acordo c o m o p ro fes s o r Da n ilo , im p lic a u m


julgamento que é subjetivo, in dividu a l e s o c ia l. Pa ra a p s ic o p a to lo g ia , os
juízos de realid ade são os mais im p o r t a n t es . A p r in c ip a l a lt era ç ã o do juízo
de realidade é o delírio (incomp reen s ib ilida de, c o n vic ç ã o ex t ra o rdin á ri a,
irrefutável, tem conteúdo impo s s í vel, viven c ia do c o m o a lg o eviden t e,
associal).

Juízo de realidade é a forma como eu concebo, como eu


entendo a realidade ao meu redor.

Delírio é um acreditar em algo por mais estranho, por mais


bizarro que seja.

Inri Cristo
Álvaro Inri Cristo Theiss, m a is c o n h ec ido p elo a p elido In r i Cr is to , é um
astrólogo brasileiro que fico u c o n h ec ido a p ó s a p a rec er em dezenas de
programas de televisão atu a n do c o m o a reen c a r n a ç ã o de Cr is to . Nos
anos 1970, ele recebeu uma m en s a g em divin a n a f o r m a de u m a voz em
sua cabeça e chegou à conc lu s ã o de q u e era Jes u s Cr is to ren a s c i do.

Filme: O show de Truman


Filme de 1998 estrelad o po r Jim Ca r rey, t ra t a s o b re a h is tó r ia de um
pacato vended or de seguro s q u e leva u m a vida s im p les c o m s u a e sposa;
no entanto, algumas coisas a o s eu redo r f a zem c o m q u e ele p a s se a
estran har sua cid ade, seus s u p o s to s a m ig o s e a t é s u a m u lh er. Após
conhecer a misteriosa Lau ren , ele f ic a in t r ig a do e a c a b a des c o b r i ndo
que toda sua vid a foi monito ra da p o r c â m era s e t ra n s m it ida em re de
nacional.

32
Linguagem 30:07

Danilo explica que o processo c o g n it ivo da lin g u a g em é u m c o n ju n to de


aspectos que envolvem uma pes s o a q u e em it e u m a m en s a g em , u m a pessoa
que recebe a mensagem, a próp r ia m en s a g em e o c a n a l p o r o n de ela vai
ser transmitid a. Os distúrbios da lin g u a g em m a is c o m u n s em a du lto s são
logorreia, brad ifasiacação, mut is m o , p er s evera ç ã o ver b a l.

A linguagem sempre vai ter essa função de transmitir algo com


significado para as outras pessoas.

Inteligência 38:20

A inteligên cia, d e acordo com o p ro fes s o r Da n ilo , é u m p ro c es s o c o g ni ti vo


bastante subestimad o. Ele explic a q u e a def ic iên c ia in t elec t u a l va i envol ver
vários processos cognitivos e é im p o r t a n t e q u e ela n ã o s eja ava lia da como
uma coisa só. Ele d estaca que é im p o r t a n t e f a zer u m a a n a m n es e, u ma
investigação muito apurad a pa ra c h eg a r a o dia g n ó s t ic o de t ra n s to r n os do
desenvolvimento intelectual ou def ic iên c ia s in t elec t u a is .

A inteligência é todos esses processos cognitivos que são


avaliados para entender a capacidade intelectiva do indivíduo.

33
AULA 3, PARTE 1
Danilo de Freitas Araújo

Estudo de caso I 00:57

Professor Danilo apresenta o ca s o de u m a p a c ien t e do s exo fem in in o , com


7 anos de id ade, católica, natura l e p ro c eden t e de N ova E s p era n ç a /PR,
frequenta o primeiro ano d o en s in o f u n da m en t a l e res ide c o m m ã e, ir mão
e avó. O Professor, então, busc a iden t if ic a r a s f u n ç õ es m en t a is q u e s ão
mencionad as no caso, direta ou in diret a m en t e; e a s a lt era ç õ es q u e s ão
apresentadas pela paciente no t ex to , ex p lic a n do det a lh a da m en t e c a da uma.

Muitas vezes, lidar com crianças requer um trato diferenciado.

Qualquer intervenção que seja pensada para esse público


[infantil], vai demandar que a família seja incluída no processo.

A família é a entidade maior, que requer mais atenção no


atendimento ao público infantil.

A insônia, que afeta o ciclo de sono e vigília, não é positiva, ela


tende a desregular esse ciclo.

34
A imaginação é um processo natural, normal e esperado para
crianças.

A eutimia, ou humor eutímico, se refere ao humor tido como


normal.

Psicopatologia explicatixa 26:50


x ateórica
Professor Danilo explica a d iferen ç a en t re p s ic o p a to lo g ia ex p lic a t iva e
psicopatologia ateórica.

Se eu escolher uma linha cognitiva, vou usar o raciocínio da


abordagem da psicologia cognitiva para explicar um fenômeno.

Cada corrente da psicologia vai ter a sua visão específica.

Dentro da psicopatologia explicativa, dependendo do modelo


teórico, a minha maneira de ver o transtorno, a causa e a origem
vai mudar e, às vezes, vai mudar substancialmente.

35
Observação psiquiátrica 34:07

Professor Danilo explica a imp o r t â n c ia de en c a ra r a o b s er va ç ã o p s iq ui átri ca


como um processo d e avaliaçã o c lí n ic a e dia g n ó s t ic a , u m p ro c es s o c om
bastante respald o, baseado em evidên c ia s c ien t í f ic a s . Do is g ra n des
aspectos são avaliad os na obser va ç ã o p s iq u iá t r ic a : a n a m n es e e ava liação
psiquiátrica (instrumentos). Dan ilo des t a c a q u e o va lo r da ava lia ç ã o
depende de confiabilid ade, de va lida de e de p a dro n iz a ç ã o .

A literatura médica vai falar que, para eu avaliar um caso


clínico, para eu chegar no diagnóstico, é preciso seguir um
caminho, um percurso com algumas etapas.

A observação psiquiátrica é essa avaliação clínica que vai me


ajudar a chegar ao diagnóstico.

A anamnese é basicamente uma entrevista diagnóstica que é


feita no primeiro contato com o indivíduo.

Uma representação esquemática me ajuda a entender melhor,


muito mais detalhadamente do que apenas relatar como essas
relações familiares estão ali intimamente relacionadas.

36
AULA 3, PARTE 2
Danilo de Freitas Araújo

Quadros clínicos merecem, sim, ser avaliados em sua relação


com a queixa trazida.

A anamnese é um instrumento altamente significativo para uso


clínico.

Exame do estado mental 10:33

Enquanto a anamnese é um ap a n h a do de in f o r m a ç õ es do h is tó r ic o do
indivíduo, o exame do estad o m en t a l é o rec o r t e do h o je, do a g o ra . É o
contato inicial d o clínico com a q u ela p es s o a n a q u ele m o m en to , a f ir ma
Danilo. No exame d o estad o m en t a l, s ã o ava lia do s a s p ec to s c o m o a p arênci a
e compor tamento, processos de p en s a m en to , h u m o r e a feto , f u n c io n amento
intelectual, orientação.

Os processos de pensamento não são tão acessíveis quanto a


aparência e o comportamento.

Quando se fala de avaliarmos no exame do estado mental os


processos do pensamento, falamos de entender tanto o fluxo
quanto o conteúdo desses pensamentos.

37
O sentir, que muitas vezes está relacionado com o pensar,
precisa ser avaliado.

Aspectos gerais dos pacientes 28:32


segundo o diagnóstico clínico
O professor Danilo apresenta um q u a dro , ela b o ra do p o r Da lg a la r ro n do
(2019), com os aspectos gerai s do s p a c ien t es ver if ic a do s p o r m eio de
roupas, higiene e adornos corpo ra is , s eg u n do o dia g n ó s t ic o c lí n ic o .

38
AULA 3, PARTE 3
Danilo de Freitas Araújo

Outros elementos a se considerar 00:05

Danilo fala sobre as d emais po s s ib ilida des a dic io n a is p a ra a ju da r a


esclarecer o caso e a contribu ir c o m o dia g n ó s t ic o . E n t re ela s es t ã o e xames
físicos e neurológicos, avaliaçã o c o m p o r t a m en t a l ( ú t il n o a t en dim en to
a crianças), automonitoramento c o m o t a ref a de c a s a , es c a la s e t es t es
( projetivos, neuropsicológicos, in ven t á r io s et c .).

Teste projetivo é um teste que se baseia em estímulos pouco


estruturados, o indivíduo vai responder a esses estímulos e
você vai avaliar a resposta dele.

Estudo de caso II 10:05

Professor Danilo propõe outro es t u do de c a s o . E le a p res en t a u m t rec ho do


filme “Instinto”, d e 1999, e pede q u e o s a lu n o s o b s er vem a lg u n s a s p ectos,
contidos no roteiro d o exame do es t a do m en t a l dis p o n ib iliz a do .

Quanto mais vocês treinarem, maiores as possibilidades de


vocês manejarem um caso.

39
Classificação 24:35

Danilo comenta que transtornos p s iq u iá t r ic o s s ã o fen ô m en o s p a to ló gi cos


definidos, nos quais se pode iden t if ic a r et io lo g ia , c u r s o , evo lu ç ã o , a s pectos
genéticos e tratamentos de res u lt a do s p revis í veis . To do c a m p o de
conhecimento científico requer u m a s is t em a t iz a ç ã o e o rden a ç ã o de suas
informações, para lid ar com fen ô m en o s c o m p lexo s .

Cada grupamento de transtornos tem as suas características


específicas.

O conceito de diagnóstico sindrômico ou de síndrome


psiquiátrica é diferente do conceito de transtorno psiquiátrico.

Em saúde mental, o conceito de nosologia quer dizer classificar,


separar por similaridade.

Manuais diagnósticos 39:22

Os instrumentos orientad ores em rela ç ã o a o s dia g n ó s t ic o s s ã o o CID -10 e


o DSM-5. A Classificação Inter n a c io n a l de Do en ç a s da O rg a n iz a ç ã o Mundi al
de Saúde (OMS) e tem o objeti vo de p a dro n iz a r a c o dif ic a ç ã o de do enças
e outros problemas relacionad o s à s a ú de. O CID- 1 1 f o i la n ç a do em 2 019
entrou em vigor a par tir d e 2022 .

40
AULA 3, PARTE 4
Danilo de Freitas Araújo

A classificação do DSM-5 05:54

Publicado pela Associação Amer ic a n a de Ps iq u ia t r ia , o Dia g n o s t ic a n d


Statistical Manual of Mental D is o rder s ( M a n u a l Dia g n ó s t ic o e E s t a t í s ti co
de Transtornos Mentais) d efine- s e c o m o a t eó r ic o , des c r it ivo , delin ea ndo
síndromes. Fornece critérios de dia g n ó s t ic o p a ra a g en era lida de da s
per turbações mentais. Em 2000 , f o i la n ç a da u m a revis ã o do DSM - IV,
chamada d e DSM-IV-TR.

O sistema multiaxial é um sistema que separa as condições em


eixos.

Research Domain Criteria (RDoC)


Iniciativa de med icina pers o n a liz a da em p s iq u ia t r ia des en vo lvida pel o
US National Institute of Men t a l Hea lt h ( N IM H), q u e vis a a b o rda r a
heterogeneidade na nosolog ia a t u a l, f o r n ec en do u m a es t r u t u ra de base
biológica, em vez de basea da em s in to m a s , p a ra a c o m p reen s ã o de
transtornos mentais.

41
Estudo de caso III 31:49

O professor Danilo faz a leitura de u m es t u do de c a s o e q u es t io n a a o s


alunos se seria possível estabelec er a lg u m dia g n ó s t ic o s in drô m ic o a o
paciente.

Filme: Requiem para um sonho


Filme nor te-americano de 2 0 0 1 , dir ig ido p o r Da r ren Aro n o f s ky, c onta
a história d e três jovens qu e, s edu z ido s p ela s p ro m es s a s va z ia s do
dinheiro fácil e d o vício nas dro g a s , m erg u lh a m em u m a b is m o de
sofrimento. Também fala s o b re u m a s en h o ra q u e t ro c a s u a s a n idade
mental por um fetiche, mo t ivo p elo q u a l t a m b ém f ic a vic ia da em drogas.

Filme: Um estranho no ninho


Estrelad o por Jack Nichols o n , o f ilm e de 1 9 7 5 t ra t a s o b re u m p r isi onei ro
que simula estar insano pa ra n ã o t ra b a lh a r e va i p a ra u m a in s t it ui ção
para doentes mentais. Lá, es t im u la o s in t er n o s a s e revo lt a rem c ontra as
rígidas normas impostas, m a s n ã o t em ideia do p reç o q u e irá p a gar por
desafiar uma clínica.

Filme: Nise: o coração da loucura


Lançado em 2015 e estrela do p o r Gló r ia Pires , o f ilm e é in s p ira do na
vida da psiquiatra alagoan a N is e da Silveira , q u e in ovo u o t ra t a m ento
oferecid o para as pessoas c o m p ro b lem a s m en t a is .

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