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QUÍMICA

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xo. Este cubo chama-se célula unitária do NaCl. Qualquer porção
Professor Fabio Marques Salate de NaCl pode ser pensada como uma pilha destes cubos unitários
colocados lado a lado e uns sobe os outros. A aresta do cubo é de-
Biomédico, Farmacêutico e Bioquímico com especialização signada como parâmetro da rede cristalina do material. Em termos
em Farmacologia. matemáticos, um cristal é descrito por uma rede de pontos geomé-
tricos que satisfazem certas operações de simetria, tais como refle-
xão, translação e rotação. Esta rede é conhecida como rede de Bra-
vais, em homenagem ao cientista que sistematizou estes conceitos.
1 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS.
Existem vários materiais que se cristalizam com o mesmo tipo de
estrutura do NaCl, isto é, cúbica. Ocorre entretanto que, dentro do
cubo unitário, os átomos podem estar dispostos de modo diferente,
conduzindo à estruturas cúbicas diferentes. O NaCl, possui estru-
Os diversos elementos e substâncias conhecidas podem ser tura cúbica de face centrada (fcc- face centered cubic), havendo
classificados de várias formas diferentes. Uma classificação im- ainda estruturas cúbicas simples (sc - simple cubic) e estruturas cú-
portante em termos de propriedades elétricas é a de metais, isolan- bicas de corpo centrado (bcc - body centered cubic). Na realidade
tes e semicondutores. Esta classificação tem grande importância o modo correto para descrever um cristal, vem do conceito de rede
na engenharia e na física de dispositivos. Os metais, como se sabe, de Bravais. A cada pondo geométrico da rede de Bravais, associa-
são bons condutores de eletricidade enquanto os isolantes não a -se um ou mais átomos, que formam a base química do cristal. É
conduzem. Os semicondutores, por outro lado, possuem compor- desse modo que se formam os vários tipos de estruturas cristalinas
tamento intermediário, conduzindo ou não a corrente elétrica em cúbicas, além de outras formas geométricas. Por este motivo, na
função das condições de operação. Além desta classificação, há literatura científica, sempre que se faz referência a algum tipo de
também uma outra que diz respeito ao modo como os átomos ou cristal, é usual mencionar algum material com estrutura conheci-
moléculas estão arranjados ou distribuídos no material. Materiais da. Por exemplo, sempre que se fala da estrutura do telureto de
nos quais os átomos ou moléculas se distribuem de forma organi- chumbo (PbTe), é conveniente falarmos que sua estrutura é cúbica
zada e regular por todo o material, são classificados como mate- como a do NaCl.
riais cristalinos ou simplesmente cristais, ou ainda sólidos. Esta úl-
tima designação não se refere ao estado físico do material (vapor,
líquido ou sólido), mas sim ao fato de que sua estrutura atômica
se acha na forma de um sólido geométrico, tal qual um cubo por
exemplo. Esta organização interna dos átomos em um cristal é res-
ponsável por uma série de propriedades importantes em aplicações
industriais. Os materiais sem organização atômica interna defini-
da, são chamados amorfos. Exemplos de materiais amorfos muito
utilizados são o vidro e plásticos em geral. Os semicondutores,
além de suas propriedades elétricas dependentes das condições de
operação, também são materiais cristalinos ou sólidos. Estas duas Estrutura Cristalina cúbida do NaCl.
características combinadas conferem à estes materiais uma grande As esferas maiores representam o Cloro (Cl) e as menores
importância tecnológica. Os semicondutores são os responsáveis o Sódio (Na).
por toda a moderna tecnologia eletrônica, estando presentes em
praticamente todos os aparelhos eletro-eletrônicos que conhece- Como os cristais possuem formas geométricas bem definidas
mos, desde um simples rádio a pilha até os mais sofisticados com- é possível adotar-se eixos coordenados de forma a especificar a
putadores. orientação cristalina do material. No caso do NaCl representado
na figura acima, podemos adotar como eixos coordenados, x, y, z,
Materiais cristalinos as arestas do cubo. Desta forma pode-se estabelecer que a direção
cristalina (100), representa a direção perpendicular à face do cubo
Os materiais cristalinos, além de diversas propriedades inte- e a direção (111), representa a direção da diagonal maior do cubo.
ressantes, podem ser processados em laboratório com elevado grau Esta forma de indicar as direções em um cristal deve respeitar al-
de pureza. Sua estrutura cristalina pode ser reproduzida através gumas regras e os índices numéricos são chamados de índices de
de técnicas especiais conhecidas como técnicas de crescimento de Miller. Além de facilitar o estudo do material e suas propriedades,
cristais. Embora possa parecer estranho à primeira vista, o concei- esta indexação tem grande importância prática. No processamento
to envolvido nessas técnicas de crescimento é simples. Vamos ver de semicondutores, como o Silício, para a confecção de disposi-
a seguir um exemplo de cristal bem conhecido e que pode ser cres- tivos eletrônicos, o conhecimento da direção cristalina do mate-
cido até mesmo em casa, sem nenhum equipamento sofisticado. rial é muito importante. Os processos de fabricação dependem de
procedimentos físico-químicos cujo comportamento ou eficiência,
Cloreto de Sódio variam com a orientação do cristal. Quando um fabricante de mi-
croprocessadores precisa comprar sua matéria prima, ou seja, lâ-
O cloreto de sódio (NaCl) ou sal de cozinha comum, possui minas de Silício, ele precisa especificar a direção cristalina dessas
estrutura cristalina cúbica, isto é, os átomos do Cloro e do Sódio lâminas, caso contrário sua produção de “chips” pode ser seria-
estão arranjados na forma de um cubo, como mostra a figura abai- mente comprometida.

Didatismo e Conhecimento 1
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Crescimento de cristais

Vamos agora ver como se pode crescer um cristal. Inicialmen- 2 TEORIA ATÔMICO-MOLECULAR.
te vamos retomar nosso exemplo do NaCl ou sal de cozinha. Ob-
viamente você sabe que o NaCl pode ser dissolvido na água, for-
mando uma solução líquida. Na linguagem dos químicos, a água
é chamada de solvente e o sal de soluto. Podemos então preparar A teoria atômica de Dalton pode condensar-se nos seguintes
em um copo comum, uma solução supersaturada de NaCl. Isto sig- princípios:
nifica ir dissolvendo aos poucos o sal na água, até que em dado - os átomos são partículas reais, descontínuas e indivisíveis de
momento, não conseguimos mais dissolver sal. A quantia de sal matéria, e permanecem inalterados nas reações químicas;
extra que não pode mais ser dissolvida pela água, fica depositada - os átomos de um mesmo elemento são iguais e de peso in-
no fundo do copo. Esta saturação depende basicamente do solven- variável;
te, do soluto e da temperatura da solução. Se aquecermos a água,
- os átomos de elementos diferentes são diferentes entre si;
aquele sal extra do fundo do copo vai ser dissolvido, mas assim
- na formação dos compostos, os átomos entram em propor-
que a temperatura voltar ao normal, o excesso volta a se deposi-
tar no fundo do copo. Não precisamos fazer isto. Nossa solução ções numéricas fixas 1:1, 1:2, 1:3, 2:3, 2:5 etc.;
saturada na temperatura ambiente já serve aos nossos propósitos. - o peso do composto é igual à soma dos pesos dos átomos dos
É importante você mexer bem a solução, para se certificar de que elementos que o constituem.
realmente ficou saturada. Agora você deve filtrá-la com um coador
de papel, desses utilizados para café, para eliminar o excesso de sal Embora fundada em alguns princípios inexatos, a teoria atô-
não dissolvido. Feito isto, providencie algum tipo de tampa para mica de Dalton, por sua extraordinária concepção, revolucionou
o copo. Pode ser até mesmo um pedaço de filme plástico utilizado a química moderna. Discute-se ainda hoje se ele teia emitido essa
na embalagem de alimentos congelados. Faça alguns furos nesta teoria em decorrência de experiências pessoais ou se o sistema foi
tampa de modo que possa haver evaporação da água. Guarde o estabelecido a priori, baseado nos conhecimentos divulgados no
copo tapado em um lugar fresco, onde não haja muita variação de seu tempo. Seja como for, deve-se ao seu gênio a criação, em bases
temperatura e deixo-o em repouso. Você precisa ser paciente. Este científicas, da primeira teoria atômica moderna. Dalton, Avogadro,
tipo de crescimento de cristal é bastante lento. Após vários dias, Cannizzaro e Bohr, cada um na sua época, contribuíram decisiva-
você poderá notar pequenos grãos de sal depositados no fundo do
mente para o estabelecimento de uma das mais notáveis conceitua-
copo. Se você for paciente, poderá deixar o crescimento prosseguir
ções da física moderna: a teoria atômica.
e a medida que a água for se evaporando, os cristais no fundo do
copo, ou até mesmo, nas paredes do copo irão crescer. Se você
tiver usado água limpa (o ideal seria destilada) e deixado o ex- Número Atômico e Massa Atômica
perimento em repouso em lugar adequado, irá obter alguns belos
cristais cúbicos de NaCl. O número atômico (Z) é o número de prótons presentes no
núcleo de um átomo. O número de Massa (A) é a soma do número
de prótons (Z) e de nêutrons (N) presentes no núcleo de um átomo.
Exemplo: Observe o seguinte elemento químico, retirado da tabela
periódica:

Símbolo do elemento: F
Elemento químico: Flúor
Número atômico (Z): 9
Número de massa (A): 19
Prótons: 9
Elétrons: 9
Nêutrons: 19 - 9 = 10

A explicação é simples. Sua solução inicial estava saturada. Os átomos que possuem um mesmo número atômico (mes-
A medida que a água vai se evaporando e, portanto, diminuindo ma quantidade de prótons dentro do núcleo) dizem respeito a um
a quantidade de água no copo, o NaCl vai se precipitar na forma mesmo elemento químico, todos esses átomos possuem as mesmas
de um cristal cúbico microscópico. Com a evaporação continuada propriedades químicas.
da água, mais NaCl irá se precipitar. Mas a precipitação ocorrerá Para cada um dos 109 elementos químicos conhecidos foi
preferencialmente sobre o NaCl que já estiver cristalizado e por- dado um nome e um símbolo (uma abrevi­ação de seu nome).
tanto atuando como se fosse uma semente para que mais NaCl se Assim, podemos saber (Z) e (A), além do número de nêutrons
cristalize. A tendência natural do NaCl é cristalizar-se na forma de todos os 109 átomos de elementos químicos diferentes da tabela
cúbica. Se lhe é oferecida uma superfície ou material com o mes-
periódica, da mesma maneira que fizemos com o exemplo acima
mo arranjo atômico cúbico, ele vai encontrar mais facilidade de
(para o Flúor).
se depositar sobre este material e não sobre outro lugar qualquer.

Didatismo e Conhecimento 2
QUÍMICA
Fenômenos Atômicos: Isotopia, Isobaria, Isotonia e Alo-
tropia

Isótopos: átomos que apresentam o mesmo número atômico


mas diferente número de massa, alterando suas propriedades fí-
sicas. Sua descoberta mudou o conceito de massas atômicas para
uma média ponderada.

Isóbaros: diz-se dos elementos químicos que possuem a mes-


ma massa atômica, porém números atômicos diferentes, sendo por
conseguinte, elementos distintos, diferem pelo número de nêu-
trons. Ex: argônio, potássio e cálcio possuem isótopos de massa
atômica igual a 40, portanto são isóbaros.
Isótonos: são átomos que possuem o mesmo número de nêu-
trons (elementos diferentes), apresentando A (número de massa) e
Z (número de prótons) diferentes; apresentam propriedades quími-
cas e físicas diferentes;
Alotropia (allotropy): propriedade que certos elementos ma-
nifestam e que se caracteriza pela possibilidade de existirem sob
mais do que uma forma estável. Ex: Gás oxigênio e ozônio, carbo-
no diamante e grafite.

Configuração Eletrônica

Níveis Energéticos
Como já vimos, os elétrons se deslocam ao redor do núcleo
em trajetórias circulares, chamadas de camadas ou níveis. Mas que
camadas ou níveis serão esses?
Para os átomos de elementos conhecidos, existem, no máxi-
mo, sete níveis ou camadas: Em cada um desses níveis de energia
cabe um número máximo de elétrons. Estudando-se o átomo de
elemento com maior número de elétrons.
Na verdade, as camadas O, P e Q acomodariam mais elétrons,
Dependendo da distância do elétron em relação ao núcleo,
mas nenhum átomo de elemento conhecido tem tantos elétrons de
modo que precisem distribuí-los ainda nessas camadas. conclui-se que os elétrons se encontram em níveis energéticos di-
ferentes.
Diagrama de Energias - Sabe-se que os sistemas atômicos são mantidos por meio
O diagrama de energias dá a ocorrência de cada subnível nos de um conjunto de forças. O sistema atômico é composto por um
níveis, bem como a ordem de energias crescentes núcleo, positivamente carregado e orbitados por elétrons, negati-
· Subnível mais energético é o último da distribuição de acor- vamente carregados.
do com o diagrama de energia. Material = átomos = núcleo (nêutrons e prótons) + eletrosfera
· Camada de valência é a camada (nível) mais externa. (elétrons distribuídos em diversas camadas ou níveis de energia)
- Os elétrons que circulam ao redor do núcleo se posicionam
Níveis Energéticos ou Camada de Valência em certos níveis de energia bem definidos, denominados orbitais.
O volume do átomo é determinado pelos elétrons. Como al-
- De modo didático, podemos admitir, ainda, o modelo atômi-
guns desses elétrons são mais facilmente removíveis que outros,
co proposto por Niels Bohr em 1913. Este modelo explica que os
podemos concluir que alguns elétrons são mais próximos do nú-
elétrons giram ao redor do núcleo em orbitais fixas e com energia
cleo que outros.
Por causa da atração pelo núcleo, a energia potencial do elé- definida. O número de elétrons varia de material para material.
tron diminui na medida em que se aproxima do núcleo. Enquan- Dessa forma, existe uma variação no número de elétrons da última
to isso, sua velocidade e, conseqüentemente, sua energia cinética camada (camada de valência).
aumentam. De modo geral, a energia total do elétron aumenta na - As orbitais são chamadas de camadas eletrônicas e são repre-
medida em que ele se afasta do núcleo. sentadas pelas letras.

Didatismo e Conhecimento 3
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Quanto mais distante do núcleo, mais energia  o elétron pos- Mg Cℓ2
sui: Um elétron que está no nível 3 possui mais energia do que um 1. 24 = 24 + 2. 35,5 = 71
elétron que está no nível 2. Se um elétron saia de um nível mais 24 + 71 = 95u
afastado para um mais próximo do núcleo, deve ocorrer liberação Massa fórmula do MgCℓ2 : MF = 95u
de energia, isso acontece na forma de radiação luminosa. Pode-
mos observar isso quando estamos cozinhando e a água da panela NÚMERO DE AVOGADRO, MOL, MASSA MOLECU-
escorre para a chama azul, deixando a chama amarela. Os fogos LAR, VOLUME MOLECULAR
de artifícios utilizam as trocas de níveis dos elétrons dos átomos
que compõe o material que está queimando para a emissão de luz Você conhece alguma balança capaz de fornecer a massa de 1
de várias cores. A cor depende do tipo de sal que estará junto à átomo? A resposta é NÃO.
pólvora. Sendo assim, adotou-se um padrão arbitrário e escolheu-se
A energia libera forma de calor na queima da pólvora e excita um valor de massa para dar a ele. O padrão adotado foi o isótopo
os elétrons dos átomos do material que está junto à pólvora. Os mais comum do carbono e deu-se a ele uma massa atômica de 12
elétrons, ao receberem a energia, pulam para níveis mais extremos,
unidades de massa atômica, 12 u.m.a.
mas acabam voltando rapidamente para as suas órbitas de origem.
Uma vez nos seus respectivos níveis de energia, os elétrons pre- Por que a unidade usada não foi o grama (g)? Porque a massa
cisam devolver rapidamente a energia que ganharam, pois estarão de um átomo é muito menor do que isso.
em níveis de energia menores. A forma de devolução dessa energia Uma unidade de massa atômica (1 u.m.a) corresponde a da
para o ambiente é a luz. massa do padrão (“carbo­no escolhido”). O valor das massas atô-
Mediante estudos de espectros (espectrologia) os cientistas micas dos átomos de elementos foi calculado fazendo-se uma mé-
podem determinar quantos níveis de energia têm nos átomos. De dia das massas atômicas dos isótopos, para cada elemento. Você
fato, quando um elétron adquire energia, ele se move de um nível não precisa se preocupar em determinar esses valores, pois eles
para outro mais afastado do núcleo. O núcleo é o nível de maior já estão na tabela periódica. Note que utilizaremos o mesmo valor
conteúdo de energia. Perdendo a energia adquirida, o elétron a de- para a massa atômica e para o número de massa do átomo de cada
volve em forma de radiação luminosa. elemento: não confunda essas duas coisas, pois são diferentes.
Nos átomos dos 110 elementos químicos conhecidos, po- Apenas o valor numérico (coincidentemente) é igual para as duas
dem ocorrer 7 níveis de energia contendo elétrons. Os níveis são grandezas.
representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q ou pelos números
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, chamados de números quânticos principais,
representando aproximadamente a distância do elétron ao núcleo, a) Massa Molecular (MM)
e também, a energia do elétron. Se um elétron tem um número A molécula é um grupo de átomos. Para saber sua massa mo-
quântico igual a 3, ele pertence à camada  M e tem energia desse lecular, basta somar as massas atômicas (MA) de todos os átomos
nível. que a formam.
Também é dada em unidades de massa atômica (u.m.a.).
Massa Molecular Para expressar massa em gramas devemos considerar o núme-
ro de Avogadro.
As moléculas são constituídas por átomos unidos através de
ligações que podem ser covalentes e iônicas. Número de Avogadro
A palavra massa molecular é utilizada para compostos for- Número de Avogadro é o número de átomos (6,02.1023) exis-
mados por ligações covalentes, ela não pode ser utilizada para os tentes quando a massa atômica de um elemento é dada em gramas.
compostos formados por ligações iônicas, já que não são consti- Esclarecendo certos pontos: usaremos como exemplo o ferro (Fe):
tuídos por moléculas e sim por íons. A expressão utilizada para os
56 u de Fe = 1 átomo de Fe.
compostos iônicos é a massa fórmula.
A massa da molécula é igual à soma dos átomos que a forma, Se aumentarmos a quantidade de Fe:
sendo assim, para obtermos a massa molecular e a massa fórmula, 56 g de Fe = 6,02.1023 átomos de Fe
devemos somar as massas de todos os átomos contidos na fórmula Como você viu, aumentamos a “quantidade” em massa do Fe,
das substâncias. claro que a “quantidade” de áto­mos dentro da amostra de Fe tam-
O cálculo da Massa Molecular é feito do seguinte modo: Usa- bém vai aumentar.
remos a massa atômica do carbono (C =12u) e do hidrogênio (H =
1u) para o cálculo. Mol
Da mesma maneira que contamos ovos por dúzias, podemos
C5H10 contar átomos e moléculas pelo MOL, que equivale ao número de
5.12 = 60 + 10.1=10 Avogadro (6,02 . 1023). Assim temos:
60 + 10 = 70u 1 mol = 6,02.1023 = número de Avogadro
Massa molecular do C5H10 : MM=70u Veja:
1 mol de átomos = 6,02.1023 átomos = número de
Os índices (5,10) dos elementos foram multiplicados por suas
respectivas massas atômicas (12, 1), e em seguida foram somadas Avogadro de átomos
a massa total dos dois elementos que formam a molécula resultan- 1 mol de moléculas = 6,02.1023 moléculas = número de Avo-
do 70u, que é a Massa molecular. gadro de moléculas
Cálculo da Massa Fórmula do composto iônico MgCl2: 1 mol de cebolas = 6,02.1023 cebolas = número de Avogadro
(Massas atômicas: Mg = 24u; Cℓ = 35,5 u) de cebolas
etc...

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Massa Molar (M)
A massa molar de átomos e moléculas é a sua massa em gramas:
Qual a massa molar de A?
1 mol de A = 6,02.1023 átomos de A = 27g
A massa molar de A é igual a 27g/mol.
Qual a massa molar de H2SO4?
1 mol de H2SO4 = 6,02.1023 moléculas de H2SO4 = 98g
A massa molar de H2SO4 é igual a 98g/mol.

3 CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA
DOS ELEMENTOS QUÍMICOS.

Classificação Periódica Moderna

Além de ser mais completa que a tabela de Mendeleyev, a Classificação Periódica Moderna apresenta os elementos químicos dispostos
em ordem crescente de números atômicos.

Períodos
As linhas horizontais que aparecem nas tabelas são denominadas períodos. É importante notar que:
- no 6º período, a terceira “casinha” encerra 15 elementos (do lantânio ao lutécio) que, por comodidade, estão indicados em uma linha
abaixo da tabela; começando com o lantânio, esses elementos formam as chamada Série dos Lantanídios;
- Analogamente, no 7º período, a terceira “casinha” também encerra 15 elementos químicos (do actínio até o laurêncio), que estão indi-
cados na Segunda linha abaixo da tabela. Começando com o actínio, eles formam a Série dos Actnídios.

Devemos ainda assinalar que todos os elementos situados após o urânio (92) não existem na Natureza, devendo, pois, ser preparados
artificialmente. Eles são denominados Elementos Transurânicos. Além desses, são também artificiais os elementos tecnécio-43, promécio-61
e astato-85.

Didatismo e Conhecimento 5
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Colunas, grupos ou famílias Propriedades periódicas e aperiódicas

As linhas verticais que aparecem na tabela, são denominadas De um modo geral, muitas propriedades dos elementos quími-
colunas, grupos ou famílias de elementos. É ainda importante con- cos variam periodicamente com o aumento de seus números atô-
siderar o seguinte: micos (portanto, ao longo dos períodos da Tabela Periódica), atin-
- O hidrogênio (H), embora apareça na coluna 1A, não é um gindo valores máximos e mínimos em colunas bem definidas da
metal alcalino. Pelo contrário, o hidrogênio é tão diferente de to- Classificação Periódica, sendo então chamadas de Propriedades
dos os elementos químicos que algumas classificações preferem Periódicas. Como exemplos, podemos citar a densidade absoluta,
o volume atômico, as temperaturas de fusão e de ebulição, etc.
colocá-lo fora da tabela.
Esse fato costuma ser traduzido pela seguinte lei:
- As colunas A são as mais importantes da tabela. Seus ele-
Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos são fun-
mentos são denominados elementos típicos, característicos ou re- ções periódicas de seus números atômicos (Lei da Periodicidade
presentativos da Classificação Periódica. Em cada coluna A, a se- ou Lei de Moseley). Há, com tudo, algumas propriedades cujos
melhança de propriedades químicas entre os elementos é máxima. valores só aumentam ou só diminuem com o número atômico e
- Os elementos das colunas 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B consti- que são chamadas propriedades Aperiódicas. Dentre elas, pode-
tuem os chamados elementos de transição. Note que, em particular, mos citar:
a coluna 8B é uma coluna tripla. A massa atômica, que aumenta com o aumento do número
- Outra separação importante que podemos notar na Classifi- atômico; - O calor específico do elemento no estado sólido, que
cação Periódica é a que divide os elementos em metais, não-metais diminui com o aumento do número atômico (calor específico é a
(ou ametais) e semimetais. quantidade de calor necessária para elevar de 1ºC a temperatura de
1 grama do elemento).
Como podemos notar, dos 109 elementos considerados na ta-
bela o número de metais (84) supera bastante o número de não- Raio atômico
-metais (11), semimetais (7) e gases nobres (6). Como já dissemos,
o hidrogênio, devido às suas propriedades muito especiais, deve É difícil medir o raio de um átomo, pois a “nuvem de elétrons”
ser deixado fora dessa classificação. que o circula não tem limites bem definidos. Costuma-se então
medir, com o auxilio de raio X, a distância (d) entre dois núcleos
vizinhos e dizer que o raio atômico (r) é a metade dessa distância.
Configurações eletrônicas dos elementos ao longo da classi-
De um modo mais completo, dizemos que o Raio Atômico de um
ficação periódica
elemento é a metade da distância internuclear mínima que dois
átomos desse elemento pode apresentar sem estarem ligados qui-
Caminhando, horizontalmente, ao longo dos 7 períodos da micamente.
classificação periódica, ao passarmos de uma “casinha” para a se- O raio dos elementos é uma propriedade periódica, pois seus
guinte o número atômico aumenta de uma unidade, o que equivale valores variam periodicamente (isto é, aumentam e diminuem se-
a dizer que a eletrosfera recebe um novo elétron, chamado elétron guidamente) com o aumento do número atômico. Na Tabela Pe-
de diferenciação. riódica, note que na vertical os raios atômicos aumentam de cima
É muito importante notar o seguinte: para baixo porquê os átomos têm, nesse sentido, um número cres-
- Cada linha ou período da tabela periódica corresponde a uma cente de camadas eletrônicas. Na horizontal, os raios atômicos di-
camada eletrônica. Sendo assim, quando encontramos um elemen- minuem da esquerda para a direita porque o mesmo número de
to químico no quarto período, já sabemos que ele possui quatro ca- camadas eletrônicas vai sendo atraído cada vez mais pela carga
madas eletrônicas. Por exemplo: o ferro (número atômico 26) está elétrica positiva crescente dos núcleos atômicos.
na 4ª linha e, consequentemente, seu átomo tem quatro camadas
eletrônicas K, L, M, N. Volume Atômico
- Nas colunas A, o número de elétrons na ultima camada ele-
trônica é igual ao próprio número da coluna. Por exemplo: o ni- Chama-se volume atômico de um elemento o volume ocupado
por 1 átomo-grama (6,02 x 1023 átomos) do elemento no estado
trogênio esta na coluna 5A e a sua ultima camada eletrônica tem
sólido. Observe que o “volume atômico” não é o volume de um
5 elétrons (faz exceção a coluna zero, onde os átomos tem oito átomo mas o volume de um conjunto (6,02 x 1023) de átomos;
elétrons na ultima camada. Nas colunas B, o número de elétrons consequentemente, no volume atômico inflem não só o volume
na ultima camada é, em geral, dois, estando a penúltima camada individual de cada átomo como também o espaço existente entre
incompleta (e nos lantanídios e actnídios também a antepenúltima os átomos.
camada está incompleta). Podemos concluir que o volume atômico também varia perio-
- Quando um elemento ganha 1,2,3... elétrons e se transforma dicamente com o aumento do número atômico.
num íon negativo (ânion), sua configuração eletrônica é semelhan- Na Tabela Periódica notamos, que os elementos de maior vo-
te à de outro elemento situado 1,2,3... “casinhas” à frente na Tabela lume atômico estão situados na parte inferior e nas extremidades
Periódica. Ao contrário, quando um elemento perde 1,2,3... elé- das tabela. Observe também que, nas colunas da tabela a variação
trons e se transforma num íon positivo (cátion), sua configuração do volume atômico é semelhante à do raio atômico; nos períodos à
torna-se semelhante à de outro elemento situado 1,2,3... “casinhas” esquerda, o volume atômico acompanha o raio atômico; já à direita
para trás na tabela. Átomos e íons com o mesmo números de elé- da linha pontilhada a variação é oposta porque, nos elementos aí
trons na eletrosfera são denominados isoeletrônicos e são, pois, situados (principalmente nos não-metais), o “espaçamento” entre
“vizinhos” na Classificação Periódica. os átomos passa a ser considerável.

Didatismo e Conhecimento 6
QUÍMICA
Densidade Absoluta

Chama-se Densidade Absoluta (d) ou massa específica de um


4 RADIOATIVIDADE.
elemento o quociente entre sua massa (m) e seu volume (v).
Portanto: d = m/v

A variação da densidade absoluta, no estado sólido, é também Em 1896, o francês Henri Becquerel descobriu a radioati-
vidade, ele estudava os efeitos da luz solar sobre determinados
uma propriedade periódica dos elementos químicos. Na Tabela
materiais fluorescentes, como o minério de urânio. À espera da
Periódica, indica a seguir de forma esquemática, as setas indicam
melhora do tempo, que se apresentava nublado, guardou a amostra
o aumento da densidade absoluta. Como podemos ver, os elemen-
do minério numa gaveta. Ao retirá-la, alguns dias mais tarde, Be-
tos mais densos situam-se no centro e na parte inferior da tabela. cquerel observou que a pedra havia emitido radiações mesmo no
Exemplo: ósmio (d = 22,5 g/cm) e irídio (d = 22,4g/cm). escuro e obteve a primeira prova da existência da radioatividade
natural. Radioatividade é a propriedade que alguns tipos de átomos
Pontos de fusão e de ebulição instáveis apresentam de emitir energia e partículas subatômicas, o
que se convenciona chamar de decaimento radioativo ou desinte-
As temperaturas nas quais os elementos entram em fusão ou gração nuclear. As teorias físicas modernas atribuem a origem da
em ebulição são, também, funções periódicas de seus números radioatividade a um grau de instabilidade interna do átomo (nu-
atômicos. Na tabela ao lado, novamente as setas indicam o au- clídeo pai), que ao se converter em outro átomo (nuclídeo filho)
mento do ponto de fusão: É interessante notar que os elementos alcança maior estabilidade.
de menores pontos de fusão e de ebulição são aqueles que podem
se apresentar no estado líquido, ou até mesmo gasoso, em condi- História da radioatividade
ções ambientes. Com exceção do hidrogênio, esse elementos estão
situados à direita e na parte superior da tabela: No exemplo, são Após a descoberta da radioatividade dos minérios de urânio
hidrogênio, nitrogênio, oxigênio flúor, cloro e gases nobres. Dos por Becquerel, o casal Pierre e Marie Curie comprovou a exis-
elementos comuns, só o bromo é líquido. tência de outras substâncias com atividade radioativa. Simultanea-
mente com o alemão Gerhard Carl Schmidt, o casal encontrou alto
índice de radioatividade no tório. Mais tarde, ao analisar alguns
Potencial de ionização
minérios de urânio, em especial as pechblendas, Marie Curie de-
tectou uma intensidade radioativa maior do que a observada no
Chama-se Potencial ou Energia de Ionização a energia ne- urânio e supôs que esses minerais continham algum elemento
cessária para “arrancar” um elétron de um átomo isolado no estado químico radioativo ainda não descoberto. Prosseguindo em suas
gasoso. Essa energia é, um geral, expressa em elétron-volt (eV), experiências, os Curie separaram da pechblenda um elemento 400
que é a energia ou trabalho necessário para deslocar um elétron vezes mais radioativo que o urânio, a que chamaram polônio, em
contra um diferença de potencial de 1 volt. Na pratica, o mais im- homenagem à terra natal da cientista. Mais tarde, conseguiram iso-
portante a ser considerado é o 1º. Potencial de ionização, isto é, a lar a partir da pechblenda outro elemento milhares de vezes mais
energia necessária para “arrancar” o primeiro elétron da camada ativo que o urânio, que denominaram rádio.
mais externa do átomo. O primeiro potencial de ionização aumenta A pesquisa de novos materiais radioativos prosseguiu nas dé-
da seguinte maneira: cadas seguintes e resultou na descoberta de elementos até então
desconhecidos, como o actínio, isolado por André Louis Debierne,
Eletroafinidade ou Afinidade Eletrônica em 1899, e por Friedrich Otto Giesel, em 1902, além do mesotório
e do radiotório, isótopos do rádio e do tório, respectivamente, des-
Chama-se Eletroafinidade ou Afinidade Eletrônica a ener- cobertos por Otto Hahn. Os estudos sobre o comportamento dessas
gia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro substâncias, junto com os avanços da teoria atômica, resultaram,
no estado gasoso. Essa energia é também expressa, em geral, em durante as primeiras décadas do século XX, numa nova concepção
elétron-volt (eV) e mede “força” com que o átomo “segura” esse sobre a estrutura da matéria e derrubaram a idéia de indivisibi-
lidade do átomo enunciada no início do século XIX. A hipótese
elétron adicional. Esquematicamente temos:
estabelecida sobre a radioatividade, definida como a desintegração
Esta propriedade é muito importante nos não-metais. Entre
dos átomos, foi reforçada com a descoberta do nêutron por James
eles, os elementos com maiores eletroafinidades são os halogêneos
Chadwick em 1932. Essa nova partícula, de carga elétrica neutra,
e o oxigênio. Conclui-se que a Classificação Periódica é o trabalho complementou uma teoria da estrutura atômica que compreende
mais perfeito e mais usado na química hoje em dia, foi durante o átomo como uma conjunção equilibrada de dois componentes:
muito tempo um instrumento encalhado, mais a medida que as in- o núcleo, composto de nêutrons e prótons, partículas elementares
formações contidas foram aumentando conforme o tempo e o es- de carga positiva, e os elétrons, partículas fundamentais de carga
tudo dos cientistas foram se aperfeiçoando e aumentando cada vez negativa, distribuídas na região extranuclear e responsáveis pelas
mais o número de usuários e a classe deles, passou de cientistas propriedades químicas dos elementos. Assim, a radioatividade não
químicos a simples estudantes do primeiro grau. A Classificação é senão a consequência de uma perda, por parte do átomo, de al-
Periódica reúne todos os elementos em uma sequência lógica e guns de seus componentes, ou a emissão de subpartículas por de-
contínua. sequilíbrio dos campos de energia internos.

Didatismo e Conhecimento 7
QUÍMICA
Em 1934, o casal Frédéric Joliot e Irène Curie (filha de Pierre Propriedades dos materiais radioativos. Após a confirmação
e Marie Curie) anunciou a descoberta da radioatividade artificial. das hipóteses enunciadas por Ernest Rutherford e Frederick So-
Eles constataram que alguns núcleos atômicos, bombardeados com ddy, segundo as quais a radioatividade resulta da transmutação de
determinados tipos de radiações de partículas, tinham sua estrutura elementos químicos em outros, o próprio Soddy e Kasimir Fajans
interna alterada e passavam a apresentar propriedades radioativas. enunciaram as leis que levam seus nomes e que determinam os
Os procedimentos de transmutação artificial dos elementos quí- produtos finais de uma decomposição radioativa, resumidas na
micos resultaram na obtenção de isótopos artificiais e radioativos chamada lei do deslocamento radioativo: o átomo radioativo que
da maioria dos átomos conhecidos e na descoberta de numerosos decai pela emissão de uma partícula alfa se transforma num ele-
átomos novos, como os transurânicos (netúnio, plutônio, amerício mento químico diferente, com dois prótons a menos em seu núcleo
etc). O emprego de técnicas de transmutação radioativa permite e com quatro unidades de massa atômica a menos; se o decaimento
obter elementos químicos artificiais desconhecidos na natureza. resulta da emissão de uma partícula beta, seu número atômico se
De vida extremamente curta, devido a seu caráter fortemente ra-
eleva uma unidade. Por exemplo, uma emissão alfa de urânio pro-
dioativo, esses elementos sofrem imediatas transformações, que os
duz tório, que por emissão beta produz um átomo de protactínio.
convertem em elementos naturais.
A instabilidade dos núcleos atômicos, espontânea ou indu-
Tipos de radioatividade zida, reduz, por emissão de radioatividade, a massa do material
radioativo, que se transforma de forma progressiva em outra subs-
Os estudos realizados sobre o fenômeno da radioatividade, a tância. A velocidade de transmutação de um elemento radioativo
partir do final do século XIX, comprovaram a existência de três é determinada pela constante de desintegração, ou tempo de vida,
tipos de radiações emergentes do interior dos átomos: os raios alfa, valor que mede a probabilidade de um átomo radioativo sofrer
os raios beta e os raios gama. uma transformação na unidade de tempo considerada, e o tempo
Raios alfa (a). De natureza eletropositiva e identificados de meia-vida (semidesintegração), definido como o tempo neces-
como feixes de núcleos de hélio, os raios alfa são altamente ener- sário para que uma quantidade de substância radioativa reduza sua
géticos e emitidos pelos elementos radioativos a milhares de quilô-
massa à metade.
metros por segundo. São também chamados partículas alfa. Apesar
de seu elevado conteúdo energético, possuem baixa penetrabilida- A natureza probabilística da desintegração radioativa conduz
de e são facilmente detidos por folhas de papel, de alumínio e de à definição do conceito de meia-vida dos elementos -- a média
outros metais. aritmética dos tempos de vida dos átomos do elemento radioativo
Raios beta (b). Também chamados de partículas beta, de car- antes de sofrerem decaimento. Os períodos de semidesintegração
ga negativa (b+, elétrons) ou positiva (b- , pósitrons), os raios beta oscilam entre milésimos de segundos (por exemplo, nas varieda-
são identificados como partículas de alta energia expelidas pelos des do polônio e o astato) e bilhões de anos (como nos isótopos
núcleos de átomos radioativos. Essas partículas não são constituin- mais estáveis do urânio e do tório).
tes do núcleo, mas surgem durante o decaimento beta, quando o As transformações sofridas pelos elementos radioativos, exis-
núcleo emite elétrons (ou pósitrons) ou captura um elétron orbital tentes na natureza num total de aproximadamente quarenta, permi-
para adquirir estabilidade. As partículas beta possuem menor ener- tem agrupá-los em três séries, chamadas séries de desintegração
gia que as alfa, mas apresentam maior poder de penetração, razão
radioativa, nas quais os elementos se convertem uns nos outros
pela qual ultrapassam a barreira das lâminas metálicas finas usadas
para deter as partículas alfa. Para isolar a radiação beta, é necessá- por sucessivas emissões alfa e beta (a emissão gama não produz
rio usar lâminas muito mais espessas. intrinsecamente alterações nucleares):
Raios gama (g). Eletricamente neutros e constituídos de ra- (1) Série do urânio, a partir do isótopo 238 do urânio e cujos
diação eletromagnética (fótons) de frequência superior ao do es- primeiros elementos são o tório (234), o protactínio (234), o urânio
pectro da luz visível e a dos raios X, os raios gama são emiti- (234), o tório (230), o rádio (226) e o radônio (222). O átomo final
dos quando os núcleos efetuam transições, por decaimento alfa, da série é o chumbo (206), não radioativo.
de estados excitados para os de energia mais baixa. Sua energia e (2) Série do tório, iniciada com o isótopo 232 do tório e
capacidade de penetração dificultam a manipulação. A excessiva seguida de rádio (228), actínio (228), tório (228), rádio (224) e
exposição dos tecidos vivos a esses raios ocasiona malformações outros átomos, até terminar com o chumbo estável (208).
nas células, que podem provocar efeitos irreversíveis.
(3) Série do actínio, a partir do isótopo 235 do urânio, que
Atualmente sabe-se que existem também radiações devidas a
fissão espontânea do núcleo, que são observadas em núcleos pe- se transforma sucessivamente em tório (231), protactínio (231),
sados como os de urânio, plutônio e netúnio. Essa radiação ocorre actínio (227), tório (227), frâncio (223) etc, até finalizar no chum-
devido à quebra espontânea do núcleo em dois núcleos mais leves, bo estável (207). Esta sequência é empregada nos processos de
com liberação de nêutrons. fusão ou ruptura nuclear.
Os principais métodos de detecção dessas radiações são a câ- Há ainda uma quarta série, a série do netúnio, que começa
mara de Wilson, que permite efetuar um traçado da trajetória das com o isótopo 237 do netúnio, que tem meia-vida de dois milhões
partículas radioativas num gás saturado de vapor d’água; os conta- de anos. Os elementos que integram essa série não ocorrem na-
dores Geiger-Müller e de outros tipos, que determinam o número turalmente; são produzidos artificialmente por reações nucleares.
de partículas radioativas que atravessam certa região do espaço; Nas séries radioativas, as emissões alfa reduzem em quatro uni-
e as câmaras de ionização, generalização dos contadores Geiger- dades a massa atômica de um isótopo, expressa entre parênteses,
-Müller, que distinguem a passagem das partículas por meio de
enquanto que na emissão beta se conserva a massa atômica e se
pulsos de carga elétrica que produzem nos dispositivos de detec-
ção. modifica somente a natureza dos átomos?

Didatismo e Conhecimento 8
QUÍMICA
Efeitos biológicos da radioatividade
5 INTERAÇÕES QUÍMICAS.
A atividade de uma substância radioativa é determinada pelo
número de transformações que ela sofre por unidade de tempo. A
unidade internacional estabelecida para medir essa grandeza, de-
nominada curie (Ci), se define como a quantidade de substância
radioativa que produz o mesmo número de desintegrações que um Reações De Neutralização, Dupla Troca, Simples Troca, Re-
grama de rádio e equivale a 3,7 x 1010 desintegrações por segundo. dução, Oxidação
A radiação gama, de efeitos extremamente nocivos para a
vida, se mede em röntgen (R), como os raios X. Essa unidade é Reações Químicas
definida como a quantidade de radiação capaz de produzir um de-
terminado número de íons (átomos com carga elétrica) numa certa A queima de uma vela, a obtenção de álcool etílico a partir
quantidade de ar, sob condições fixas de temperatura e pressão. O de açúcar e o enferrujamento de um pedaço de ferro são exemplos
rad é a unidade de medida de exposição local à radiação e equivale de transformações onde são formadas substâncias com proprieda-
a cem ergs por grama. des diferentes das substâncias que interagem. Tais transformações
são chamadas reações químicas. As substâncias que interagem são
O efeito biológico causado pela irradiação prolongada do cor-
chamadas reagentes e as formadas, produtos.
po humano se avalia segundo o fator de qualidade da radiação (Q),
No final do século XVIII, estudos experimentais levaram os
que estabelece quantas vezes o efeito biológico causado por um
cientistas da época a concluir que as reações químicas obedecem a
dado tipo de radiação excede aquele provocado pela radiação gama
certas leis. Estas leis são de dois tipos:
de mesma dose. A dose equivalente (DEQ), cuja unidade é o rem,
- leis ponderais: tratam das relações entre as massas de rea-
se define como a quantidade de radiação que causa o mesmo efeito
gentes e produtos que participam de uma reação;
biológico que uma dose de um rad de raios X ou radiação gama.
- leis volumétricas: tratam das relações entre volumes de ga-
ses que reagem e são formados numa reação.
Efeitos da radioatividade em uma pessoa
Equações Químicas
O limite aceitável de radioatividade para o corpo humano é de Os químicos utilizam expressões, chamadas equações quími-
aproximadamente meio rem por semana. A tolerância de radioa- cas, para representar as reações químicas.
tividade varia ligeiramente entre os organismos vivos, mas uma Para se escrever uma equação química é necessário:
dose generalizada de centenas de rem ocasiona sempre graves le- - saber quais substâncias são consumidas (reagentes) e quais
sões e mesmo a morte. A administração local de uma radiação de são formadas (produtos);
milhares de rem, porém, contribui para eliminar tumores de pele e - conhecer as fórmulas dos reagentes e dos produtos;
de outros órgãos do corpo. - escrever a equação sempre da seguinte forma: reagentes =>
produtos
Aplicações da radioatividade
Quando mais de um reagente, ou mais de um produto, parti-
A radioatividade tem três campos de aplicação para fins pací- ciparem da reação, as fórmulas das substâncias serão separadas
ficos: médico, quando se aproveita sua capacidade de penetração pelo sinal “+ “;
e perfeita definição do feixe emitido para o tratamento de tumores - se for preciso, colocar números, chamados coeficientes es-
e diversas doenças da pele e dos tecidos em geral; industrial, nas tequiométricos, antes das fórmulas das substâncias de forma que
áreas de obtenção de energia nuclear mediante procedimentos de a equação indique a conservação dos átomos. Esse procedimento
fissão ou ruptura de átomos pesados; e científico, para o qual forne- é chamado balanceamento ou acerto de coeficientes de uma equa-
ce, com mecanismos de bombardeamento de átomos e aceleração ção.
de partículas, meios de aperfeiçoar o conhecimento sobre a estru-
tura da matéria nos níveis de organização subatômica, atômica e Utilizando as regras acima para representar a formação da
molecular. Materiais radioativos são utilizados também na fabri- água temos:
cação de substâncias fluorescentes e de relógios científicos, que se - reagentes: hidrogênio e oxigênio; produto: água.
baseiam nos fundamentos da geocronologia e da cosmocronologia - fórmulas das substâncias: hidrogênio: H2; oxigênio: 02; água:
para obter medidas precisas de tempo. H20.
- equação: H2 + 02 => H2O.
- acerto dos coeficientes: a expressão acima indica que uma
molécula de hidrogênio (formada por dois átomos) reage com uma
molécula de oxigênio (formada por dois átomos) para formar uma
molécula de água (formada por dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio). Vemos, portanto, que a expressão contraria a lei da con-
servação dos átomos (lei da conservação das massas), pois antes
da reação existiam dois átomos de oxigênio e, terminada a reação,
existe apenas um. No entanto, se ocorresse o desaparecimento de
algum tipo de átomo a massa dos reagentes deveria ser diferente
da massa dos produtos, o que não é verificado experimentalmente.

Didatismo e Conhecimento 9
QUÍMICA
Como dois átomos de oxigênio (na forma de molécula 02) inte- hidrogênio + oxigênio => vapor d’água
ragem, é lógico supor que duas moléculas de água sejam formadas. dados experimentais 2 vol. 1 vol. 2 vol.
Mas como duas moléculas de água são formadas por quatro áto- hip. de Avogadro 2a moléc. a moléc. 2a moléc.
mos de hidrogênio, serão necessárias duas moléculas de hidrogê- dividindo por a 2 moléc. 1 moléc. 2 moléc.
nio para fornecer essa quantidade de átomos. Assim sendo, o me-
nor número de moléculas de cada substância que deve participar ou seja, a relação entre os volumes dos gases que reagem e
da reação é: hidrogênio, duas moléculas; oxigênio, uma molécula; que são formados numa reação é a mesma relação entre o número
água, duas moléculas. de moléculas participantes.
A equação química que representa a reação é: 2 H2 + 02 => 2 A hipótese de Avogadro também permitiu a previsão das fór-
H20 (que é lida da seguinte maneira: duas moléculas de hidrogênio mulas moleculares de algumas substâncias. E o que foi feito, por
reagem com uma molécula de oxigênio para formar duas molécu- exemplo, para a substância oxigênio. Como uma molécula de oxi-
las de água.) gênio, ao reagir com hidrogênio para formar água, produz o dobro
de moléculas de água, é necessário que ela se divida em duas par-
Lei Volumétrica das Reações Químicas tes iguais. Portanto, é de se esperar que ela seja formada por um
Estudos realizados por Gay-Lussac levaram-no, em 1808, a
número par de átomos. Por simplicidade, Avogadro admitiu que a
concluir:
molécula de oxigênio deveria ser formada por dois átomos.
Lei de Gay-Lussac: Os volumes de gases que participam de
Raciocinando de maneira semelhante ele propôs que a molé-
uma reação química, medidos nas mesmas condições de pressão e
temperatura, guardam entre si uma relação constante que pode ser cula de hidrogênio deveria ser diatômica e a de água triatômica,
expressa através de números inteiros. formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
Assim, por exemplo, na preparação de dois litros de vapor Estas suposições a respeito da constituição das moléculas de
d’água devem ser utilizados dois litros de hidrogênio e um litro água, oxigênio e hidrogênio concordam com as observações expe-
de oxigênio, desde que os gases estejam submetidos às mesmas rimentais acerca dos volumes dessas substâncias que participam
condições de pressão e temperatura. A relação entre os volumes da reação.
dos gases que participam do processo será sempre: 2 volumes de Atualmente, sabe-se que a hipótese levantada por Avogadro
hidrogênio; 1 volume de oxigênio; 2 volumes de vapor d’água. A é verdadeira, mas, por razões históricas, sua proposição ainda é
tabela a seguir mostra diferentes volumes dos gases que podem chamada de hipótese.
participar desta reação. Outra decorrência da hipótese de Avogadro é que os coeficien-
tes estequiométricos das equações que representam reações entre
hidrogênio + oxigênio => Vapor d’água gases, além de indicar a proporção entre o número de moléculas
20 cm3 10 cm3 20 cm3 que reage, indica, também, a proporção entre os volumes das subs-
180 dm3 90 dm3 180 dm3 tâncias gasosas que participam do processo, desde que medidas
82 ml 41 ml 82 ml nas mesmas condições de pressão e temperatura. Podemos exem-
126 l 63 l 126 l plificar este fato com as equações das reações descritas anterior-
mente:
Observe que nesta reação o volume do produto (vapor d’água)
é menor do que a soma dos volumes dos reagentes (hidrogênio e - síntese de vapor d’água:
oxigênio). Esta é uma reação que ocorre com contração de volume, 2 H2(g) + 02(g) 2 H2O(g)
isto é, o volume dos produtos é menor que o volume dos reagen-
tes. Existem reações entre gases que ocorrem com expansão de - decomposição da amônia:
volume, isto é, o volume dos produtos é maior que o volume dos 2 NH3(g) N2(g) + 3 H2(g)
reagentes, como por exemplo na decomposição do gás amônia:
- síntese de cloreto de hidrogênio:
amônia => hidrogênio + nitrogênio
H2(g) + Cl2(g) 2 HC1(g)
2 vol. 3 vol 1 vol.

Em outras reações gasosas o volume se conserva, isto é, os Massas Relativas de Átomos e Moléculas
volumes dos reagentes e produtos são iguais. E o que acontece, por A hipótese de Avogadro permitiu, mesmo sendo impossível
exemplo, na síntese de cloreto de hidrogênio: determinar a massa de uma molécula, comparar as massas de vá-
rias moléculas. Em outras palavras a hipótese de Avogadro per-
hidrogênio + cloro => cloreto de hidrogênio mitiu calcular quantas vezes uma molécula é mais leve ou mais
1 vol. 1 vol. 2 vol. pesada do que a outra. Vejamos como isso pode ser feito.
Sabe-se que 10 litros de gás hidrogênio, submetido a 0ºC e 1
Hipótese de Avogadro atm, pesam 0,892 grama e que o mesmo volume de oxigênio, nas
Em 1811, na tentativa de explicar a lei volumétrica de Gay- mesmas condições de pressão e temperatura, pesa 14,3 gramas.
-Lussac, Amadeo Avogadro propôs que amostras de gases diferen- Como, tanto os volumes dos gases, como as condições de pressão
tes, ocupando o mesmo volume e submetidas às mesmas condi- e temperatura em que se encontram são iguais, as amostras gasosas
ções de pressão e temperatura, são formadas pelo mesmo número são formadas pelo mesmo número de moléculas. Podemos, então,
de moléculas. Tomando-se como exemplo a formação de vapor escrever:
d’água (todos os gases submetidos às mesmas condições de pres- - massa de uma molécula de oxigênio/massa de uma molécula
são e temperatura) temos: de hidrogênio = 14,3g/0,893g = 16

Didatismo e Conhecimento 10
QUÍMICA
- o que mostra que uma molécula de oxigênio é 16 vezes mais (1) quando entra na constituição das moléculas monoatômi-
pesada que uma molécula de hidrogênio. cas, diatômicas ou poliatômicas de suas variedades alotrópicas, o
elemento químico tem número de oxidação igual a zero;
Tipos de Reações Químicas (2) o oxigênio apresenta número de oxidação igual a -2, em
As reações químicas costumam ocorrer acompanhadas de al- todas as suas combinações com outros elementos, exceto nos pe-
guns efeitos que podem dar uma dica de que elas estão acontecen- róxidos, quando esse valor é -1;
do. (3) o hidrogênio tem número de oxidação +1 em todos os seus
Vamos ver quais são estes efeitos? compostos, exceto aqueles em que se combina com os ametais,
Saída de gases quando o número é -1; e
Formação de precipitado (4) os outros números de oxidação são determinados de tal
Mudança de cor maneira que a soma algébrica global dos números de oxidação
Alterações de calor de uma molécula ou íon seja igual a sua carga efetiva. Assim, é
Vamos estudar alguns tipos de reações químicas. possível determinar o número de oxidação de qualquer elemento
diferente do hidrogênio e do oxigênio nos compostos que formam
Reações de Síntese com esses dois elementos.
Estas reações são também conhecidas como reações de com-
posição ou de adição. Neste tipo de reação um único composto é Assim, o ácido sulfúrico (H2SO4) apresenta, para seu elemen-
obtido a partir de dois compostos. to central (enxofre), um número de oxidação n, de forma que seja
Vamos ver uma ilustração deste tipo de reação! nula a soma algébrica dos números de oxidação dos elementos in-
tegrantes da molécula: 2.(+1) + n + 4.(-2) = 0, logo, n = +6
Reações de Decomposição Em toda reação redox existem ao menos um agente oxidante
Como o próprio nome diz, este tipo de reação é o inverso da e um redutor. Em terminologia química, diz-se que o redutor se
anterior (composição), ou seja, ocorrem quando a partir de um úni- oxida, perde elétrons, e, em conseqüência, seu número de oxidação
co composto são obtidos outros compostos. Estas reações também aumenta, enquanto com o oxidante ocorre o oposto.
são conhecidas como reações de análise.
Oxidantes e redutores. Os mais fortes agentes redutores são
Reações de Simples Trocas os metais altamente eletropositivos, como o sódio, que facilmente
Estas reações ocorrem quando uma substância simples reage reduz os compostos de metais nobres e também libera o hidrogênio
com uma substância composta para formar outra substância sim- da água. Entre os oxidantes mais fortes, podem-se citar o flúor e
ples e outra composta. Estas reações são também conhecidas como o ozônio.
reações de deslocamento ou reações de substituição. O caráter oxidante e redutor de uma substância depende dos
outros compostos que participam da reação, e da acidez e alca-
Reações de Dupla Troca linidade do meio em que ela ocorre. Tais condições variam com
Estas reações ocorrem quando duas substâncias compostas a concentração de elementos ácidos. Entre as reações tipo redox
resolvem fazer uma troca e formam-se duas novas substâncias mais conhecidas -- as reações bioquímicas -- inclui-se a corrosão,
que tem grande importância industrial.
compostas.
Um caso particularmente interessante é o do fenômeno cha-
mado auto-redox, pelo qual um mesmo elemento sofre oxidação
Redução e Oxidação
e redução na mesma reação. Isso ocorre entre halogênios e hidró-
Na classificação das reações químicas, os termos oxidação e
xidos alcalinos. Na reação com o hidróxido de sódio a quente, o
redução abrangem um amplo e diversificado conjunto de proces-
cloro (0) sofre auto-redox: se oxida para clorato (+5) e se reduz
sos. Muitas reações de oxirredução são comuns na vida diária e nas
para cloreto (-1): 6Cl + 6NaOH -> 5NaCl- + NaClO3 + 3H2O
funções vitais básicas, como o fogo, a ferrugem, o apodrecimento
das frutas, a respiração e a fotossíntese. Balanço das reações redox. As leis gerais da química estabe-
Oxidação é o processo químico em que uma substância per- lecem que uma reação química é a redistribuição das ligações entre
de elétrons, partículas elementares de sinal elétrico negativo. O os elementos reagentes e que, quando não há processos de ruptura
mecanismo inverso, a redução, consiste no ganho de elétrons por ou variação nos núcleos atômicos, conserva-se, ao longo de toda
um átomo, que os incorpora a sua estrutura interna. Tais proces- a reação, a massa global desses reagentes. Desse modo, o número
sos são simultâneos. Na reação resultante, chamada oxirredução de átomos iniciais de cada reagente se mantém quando a reação
ou redox, uma substância redutora cede alguns de seus elétrons atinge o equilíbrio.
e, consequentemente, se oxida, enquanto outra, oxidante, retém Em cada processo desse tipo, existe uma relação de proporção
essas partículas e sofre assim um processo de redução. Ainda que fixa e única entre as moléculas. Uma molécula de oxigênio, por
os termos oxidação e redução se apliquem às moléculas em seu exemplo, se une a duas de hidrogênio para formar duas moléculas
conjunto, é apenas um dos átomos integrantes dessas moléculas de água. Essa proporção é a mesma para todas as vezes que se
que se reduz ou se oxida. procura obter água a partir de seus componentes puros: 2H2 + O2 
Número de oxidação.  Para explicar teoricamente os ->  2H2O
mecanismos internos de uma reação do tipo redox é preciso recorrer A reação descrita, que é redox por se terem alterado os nú-
ao conceito de número de oxidação, determinado pela valência do meros de oxidação do hidrogênio e do oxigênio em cada um dos
elemento (número de ligações que um átomo do elemento pode membros, pode ser entendida como a combinação de duas reações
fazer), e por um conjunto de regras deduzidas empiricamente: iônicas parciais:

Didatismo e Conhecimento 11
QUÍMICA
H2 -> 2H+  + 2e- (semi-oxidação) 1. Relação de Massa com Massa
4e- + 2H+ + O2 -> 2OH- (semi-redução)
Título é a relação entre a massa do soluto e a massa da solução.
em que os elétrons ganhos e perdidos representam-se com Sendo: T = título (é um número puro, isto é, não tem unidade).
e- e os símbolos H+ e OH- simbolizam respectivamente os íons m1 = massa do soluto
hidrogênio e hidroxila. Em ambas as etapas, a carga elétrica nos m2 = massa do solvente
membros iniciais e finais da equação deve ser a mesma, já que os m = massa da solução ( m1 + m2 ).
processos são independentes entre si.
Para fazer o balanceamento da reação global, igualam-se as Aplicação: 10 gramas de um soluto A são dissolvidos em 90
reações iônicas parciais, de tal maneira que o número de elétrons gramas de um solvente B. Qual o título da solução?
doados pelo agente redutor seja igual ao número de elétrons rece- m1 = 10 gramas (soluto A)
bidos pelo oxidante, e procede-se a sua soma: m2 = 90 gramas (solvente B)
T =  m1 / m1 + m2  =  10 g / 100g   =  0,1
(H2 -> 2H+ + 2e-) x 2
(4e- + 2H+ + O2 -> 2OH-)      x 1 Porcentagem em peso
--------------------------------------------
2H2 + 4e- + 2H+ + O2 -> 4H+ + 4e- + 2OH- % em peso é a massa do soluto em 100 g da solução.
Aplicação: Qual a percentagem em peso da solução anterior ?
o que equivale a: A percentagem em peso (% em peso) = título x 100  =  0,1 x
2H2 + O2 -> 2H2O 100  =  10%

pois os elétrons se compensam e os íons H+ e OH- se unem Fração Molar (é um número puro, isto é, não tem unidade).
para formar a água. A fração molar de uma solução pode ser expressa de duas ma-
Nesses mecanismos se apóia o método generalizado de balan- neiras:
ço de reações redox, chamado íon-elétron, que permite determinar - Fração molar do soluto.
as proporções exatas de átomos e moléculas participantes. O méto- - Fração molar do solvente.
do íon-elétron inclui as seguintes etapas:
(1) notação da reação sem escrever os coeficientes numéricos; A fração molar do soluto (F1) é a relação entre o número de
(2) determinação dos números de oxidação de todos os átomos moles do soluto (n1) e o número de moles da solução (n1+ n2).  
participantes; A fração molar do solvente (F2) é a relação entre o número
(3) identificação do agente oxidante e redutor e expressão de de moles do solvente (n2) e o número de moles da solução (n1+ n2).
suas respectivas equações iônicas parciais;
(4) igualação de cada reação parcial e soma de ambas, de tal Sendo: F1 = fração molar do soluto   e    F2 = fração molar do
forma que sejam eliminados os elétrons livres; solvente
(5) eventual recomposição das moléculas originais a partir de n1 = número de moles do soluto.
possíveis íons livres. n2 = número de moles do solvente.
n = número de moles da solução ( n1 + n2 ).
A soma da fração molar do soluto (n1) e da fração molar do
solvente (n2) é sempre igual a um.
6 MISTURAS, SOLUÇÕES F1   +    F2  =  1
E PROPRIEDADES COLIGATIVAS. O número de moles é obtido através da aplicação da relação
massa por mol.  
Aplicação: Uma solução contém 4 moles do soluto dissolvi-
dos em 16 moles do solvente.
Concentração das Soluções Determinar:
a) a fração molar do soluto.
Você já deve ter observado, que determinado volume de água b) a fração molar do solvente.
pode dissolver quantidades maiores ou menores de açucar. Quando     n1 = 4     e    n2 = 16  
o açucar começa a se depositar no fundo do recipiente é porque
saturamos a solução, na  temperatura em que a realizamos. Molalidade
É importante saber que, nas práticas de química, as reações
geralmente ocorrem quando os reagentes estão em solução, e Molalidade  ou concentração molal é a relação entre o número
consequentemente, devemos conhecer a proporção existente entre de moles do soluto (n1) e a massa do solvente (m2), em quilogra-
as quantidades de soluto e solvente ou ainda de soluto e de solução. mas (kg) - não pode ser expressa em outra unidade.
A este procedimento chamamos de concentração das soluções. Sendo:  W = molalidade ou concentração molal
Existem diversas maneiras de determinar a concentração de n1 = número de moles do soluto
uma solução. m2 = massa do soluto em quilogramas

Didatismo e Conhecimento 12
QUÍMICA
Aplicação: Uma solução é preparada, dissolvendo-se 4,35 Equivalente-grama (E) de um ácido é a relação entre a mo-
gramas de NaNO3 em 2000 gramas de água. A molalidade da so- lécula-grama ou mol (mol1) do ácido e o número de hidrogênios
lução  é: ácidos ou ionizáveis (x). Exemplos: 
Dado:  Mol1 = 87 g é o mol do soluto. Para  o ácido nítrico  - HNO3   
n1 =  massa do soluto / mol do soluto =  4,35 g / 87 g =  0,05 E = mol1 / x  =  63g / 1  = 63g    ( 1 hidrogênio ácido)
m2 = 2000 g = 2 kg Para o ácido sulfúrico - H2SO4             
W = 0,05 / 2 = 0,025 molal E = mol1 / x  =  98g / 2  = 49g       ( 2 hidrogênios ácidos)
  Para o ácido fosfórico - H3PO4             
Relação de Massa, Mols e Equivalente-grama com Volume E = mol1 / x  =  98g / 3  = 32,67g  ( 3 hidrogênios ácidos)
Para o ácido fosforoso - H3PO3            
Concentração comum é a relação entre a massa do soluto, E = mol1 / x  =  82g / 2  = 41g       ( 2 hidrogênios ácidos)
em gramas e o volume da solução, em litros. Para o ácido hipofosforoso - H3PO2      
Sendo:   C = concentração comum E = mol1 / x  =  66g / 1  = 66g       ( 1 hidrogênio ácido)
m1 = massa do soluto, em gramas.
V = volume da solução, em litros. Equivalente-grama (E) de uma base é a relação entre a mo-
lécula-grama ou mol (mol1) da base e o número de hidroxilas (x).
Aplicação: Qual a concentração de uma solução que contém Exemplos: 
20 gramas do soluto dissolvido em 0,5 litro de solução? Para o hidróxido de sódio - NaOH            
m1 = 20 g E = mol1 / x  =  40g / 1  = 40g 
V = 0,5 litro Para o hidróxido de cálcio - Ca(OH)2        
C = 20g / 0,5 litro = 40 g / litro E = mol1 / x  =  74g / 2  = 37g
Para o hidróxido de alumínio - Al(OH)3     
Molaridade E = mol1 / x  =  78g / 3  = 26g

Molaridade ou concentração molar é a relação entre o número Equivalente-grama (E) de um sal é a realção entre a molécula-
de moles do soluto e o volume da solução, em litros. -grama ou mol (mol1) do sal e valência total do cátion ou ânion
Sendo:   M = molaridade ou concentração molar (x). Exemplos:  
n1 = número de moles do soluto. Para o cloreto de sódio - NaCl                                             
V = volume da solução, em litros.  E = mol1 / x  =  58,5g / 1 = 58,5g
   Para o sulfeto de cálcio  - CaS                                             
Relacionando a Molaridade com a Concentração Comum:   E = mol1 / x  =  72g / 2 = 36g 
Aplicação: Foram dissolvidos 4,9 g de H2SO4 em água sufi- Para o fluoreto de bário - BaF2                                            
ciente para 0,5 litros de solução. Qual a concentração molar (mo- E = mol1 / x  = 175g / 2 = 87,5g
laridade) e a concentração comum da solução ?  Dado: mol1 de Para o sulfato de alumínio - Al2(SO4)3                                 
H2SO4 = 98 g E = c 342g / 6 = 57g
Para o sulfato de cobre II pentahidratado - CuSO4 . 5 H2O    
Cálculo da concentração molar ou molaridade: E = mol1 / x  = 249,5g / 2 = 124,75g
n1 = m1 / mol1 = 4,9 g / 98 g = 0,05  
M =  n1 / V (litros) =  0,05 / 0,5 litros = 0,1 molar Equivalente-grama (E) de um oxidante ou redutor é a relação
Cálculo da concentração comum: entre a molécula-grama ou mol (mol1) da substância e o número
C = M . mol1  = 0,1 , 98 g = 9,8g / litro    ou    C = m1 / V =  total de elétrons cedidos ou recebidos (x) pela molécula.  
4,9g/0,5 litros = 9,8g/litro Exemplos:   Qual o equivalente-grama do permanganato de
potássio (KMnO4) quando atua como oxidante em meio ácido ?                  
Normalidade A equação iônica da reação, é:
2MnO4-  + 6H++    <==>     2Mn++   +  3H2O  +  5[O]
Inicialmente faremos um estudo sobre o equivalente-grama.
  Quando o KMnO4 atua como oxidante em meio ácido o Mn
Equivalente-Grama (E) de nox +7 ao receber 5 elétrons passa para Mn de nox +2. Como
a molécula do KMnO4 contém apenas 1 átomo de Mn, seu equiva-
Equivalente-grama (E) de um elemento químico é a relação lente-grama será a molécula-grama dividida por 5.
entre átomo-grama (A) e sua  valência (v), no composto conside- E =  mol1 / x = 158g /5 = 31,5g
rado. Exemplos: 
Qual o equivalente-grama do permanganato de potássio
Para o sódio - Na  (KMnO4) quando atua como oxidante em meio alcalino ?                  
E = A / v  =  23g / 1  = 23g A equação iônica da reação, é:
Para o bário - Ba               2MnO4-  + 2(OH)-    <==>     2MnO3- -   +  H2O  +  3[O]
E = A / v  = 137g / 2 = 68,5g Quando o KMnO4 atua como oxidante em meio básico o Mn
Para o alumínio - Al           de nox +7 ao receber 3 elétrons passa para Mn de nox +4 (MnO3- -).
E = A / v  =  27g / 3  =  9g Como a molécula do KMnO4 contém apenas 1 átomo de Mn, seu
Para o oxigênio - O            equivalente-grama será a molécula-grama dividida por 3
E = A / v  =  16 g / 2 =  8g E =  mol1 / x = 158g /3 = 52,67g

Didatismo e Conhecimento 13
QUÍMICA
Normalidade ou Concentração Normal
Normalidade ou concentração normal é a relação entre o número de equivalentes-gramas do soluto e o volume da solução, em litros.
Sendo: N = normalidade ou concentração normal.
ne = nº de equivalentes-grama do soluto.
m1 = massa do soluto, em gramas.
V = volume da solução, em litros.
E = equivalente-grama.

Exemplos: Qual a normalidade (concentração normal) de uma solução que contém 21,56 g de H2SO4 dissolvido em 200 cm3  solução?
Dados:   H = 1; S = 32; O = 16
mol1 = 98 g    =>       E = 98 g / 2 = 49 g     =>      m1 = 21,56 g        =>    V = 200 cm3 = 0,2
N = m1 / E . V    =>     N = 21,56 g / 49 g . 0,2 l      =>    N = 2,2 normal (2,2 N)

Relações entre as Concentrações

- Relação entre a normalidade e a concentração comum: concentração em g/litro e em g/ ml


- Relação entre a normalidade e a molaridade:   N = M . x
- Relação entre a normalidade, densidade e título: densidade em g/litro e em g/ ml
- Relação entre a molaridade, densidade e título: densidade em g/litro e em g/ ml

7 MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
DE MISTURAS.

Mistura: associação de duas ou mais substâncias em porções arbitrárias, separáveis por meios mecânicos ou físicos e em que cada um
dos componentes guarda em si todoas as propriedades que lhe são inerentes. A partir disso, podemos concluir que para saber se um composto
é uma mistura ou apenas um componente, basta utilizar métodos de separação de misturas para verificar. Estes métodos são chamados de
análise imediata, sendo como dito, não alteram a natureza das substâncias. E para cada tipo de mistura existem vários métodos diferentes.

Decantação: método utilizado para separar misturas heterogêneas de sólido-líquido e líquido-líquido. Exemplos: água barrenta e água
e óleo.

Se deixarmos um balde com água barrenta em repouso por um determinado tempo, observaremos que o barro precipitará, ou seja, irá
para o fundo do balde, isso é devido ao fato dele ser mais denso que a água. A água então pode ser retirada do balde facilmente.

Didatismo e Conhecimento 14
QUÍMICA

Utilizando o funil de separação, podemos fazer o mesmo com a mistura de água e óleo, que com o passar do tempo, o líquido mais den-
so, neste caso a água, vai para o fundo e o líquido menos denso, no caso o óleo, fica em cima. Sendo possível a retirada da água e separando
os dois líquidos da mistura.

Centrifugação: método utilizado para separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido. Este método é uma maneira de acelerar a
decantação. Neste método é utilizado a centrífuga. Neste aparelho, devido aos movimentos de rotação, as partículas com maior densidade
são “atiradas” para o fundo do tubo. Girando a manivela da centrífuga manual, os tubos de ensaio contendo a amostra, se inclinam fazendo
com que a parte mais densa da amostra vá para o fundo do tubo, separando-se da menos densa.

Centrífuga em repouso Centrífuga em funcionamento (girando)

Um exemplo de mistura que pode ser separada por este método é a água barrenta, em pequena escala, ou a separação da nata do leite.

Filtração: método utilizado para separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido e sólido-gasoso. Exemplos de misturas que são
separáveis por filtração são: filtração de café e a utilização de aspirador de pó. O processo de filtração consiste em: um filtro reter as partí-
culas maiores e deixar passar as menores que os “poros” do filtro.

Didatismo e Conhecimento 15
QUÍMICA
Levigação: A água corrente arrasta o componente menos den-
so e o mais denso deposita-se no fundo do recipiente. Um bom
exemplo é a lavagem da poeira do arroz.

Filtração: Este é um método de separação muito presente no


laboratório químico e também no cotidiano. É usado para separar
um sólido de um líquido ou sólido de um gás, mesmo que o sólido
se apresente em suspensão. A mistura atravessa um filtro poroso,
onde o material particulado fica retido. A preparação do café é um
exemplo de filtração.

Filtração de uma Mistura de um líquido e um sólido

No aspirador de pó ocorre basicamente o mesmo que ocorre


na filtração de café, ou de uma mistura qualquer.
Quando utiliza-se o aspirador, ele aspira uma mistura de ar + No cotidiano, o aspirador de pó é o melhor exemplo do pro-
poeira, ou seja, uma mistura de gás + sólido, no entanto, o ar aspi- cesso de filtração. Separa partículas sólidas suspensas no ar aspi-
rado pelo aparelho é liberado, mas a poeira é retida por um filtro.
rado.
Assim o filtro é utilizado para reter o sólido e liberar o gás.

Dissolução fracionada: método utilizado para separar Evaporação: Método de separação de misturas sólido-líquido
misturas heterogêneas de sólido-sólido. Exemplo de mistura é sal por evaporação do solvente, também conhecido como cristaliza-
+ areia. Neste método, um dos sólidos é dissolvido em um solvente ção. Em recipiente aberto, simplesmente permite-se que o solvente
e depois pode ser feito filtração para separar o sólido insolúvel e a evapore, deixando o sólido. Nas salinas, o sal é obtido a partir da
solução do outro sólido. No exemplo dado, de uma mistura de sal água do mar através deste processo.
+ areia, pode-se utilizar água para dissolver o sal e retirar a areia.
O sal dissolvido pode ser retirado através de outro método de se- Sublimação: Processo utilizado quando um dos componen-
paração, como por destilação simples. tes do sistema sublima (passa diretamente do estado sólido para o
gasoso) quando sob aquecimento. O iodo e a naftalina são sólido
Processos de separação de misturas que sublimam.

Os processos de separação são usados na obtenção dos com- Destilação fracionada: É um método de separação de líquidos
ponentes individuais de uma mistura de dois ou mais componen- que participem de mistura homogênea ou heterogênea. Quanto
tes. Nem sempre somente um método de separação é suficiente mais distantes forem os pontos de ebulição destes líquidos, mais
para separar todos os componentes de uma mistura. Os principais eficiente será o processo de destilação. Eleva-se a temperatura até
processos são citados a seguir. que se alcance o ponto de ebulição do líquido que apresente valor
mais baixo para esta característica e aguarda-se, controlando a
Catação: É um método de separação bastante rudimentar,
usado para separação de sistemas sólido-sólido. Baseia-se na iden- temperatura, a completa destilação deste. Posteriormente, permite-
tificação visual dos componentes da mistura e na separação dos se que a temperatura se eleve até o ponto de ebulição do segundo
mesmos separando-os manualmente. É o método utilizado na lim- líquido. Quanto mais próximos forem os pontos de ebulição
peza do feijão antes do cozimento. dos líquidos, menor o grau de pureza das frações destiladas. A
destilação fracionada é usada na obtenção das diversas frações do
Peneiração: Também conhecido como tamisação, este méto- petróleo.
do é usado na separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos
dois componentes apresente granulometria que permita que o mes-
mo fique preso nas malhas de uma peneira.

Ventilação: Método de separação para sistemas sólido-sólido,


onde um dos componentes pode ser arrastado por uma corrente
de ar. Um bom exemplo é a separação da casca e do caroço do
amendoim torrado.

Didatismo e Conhecimento 16
QUÍMICA

8 FUNÇÕES QUÍMICAS INORGÂNICAS.

Ácidos, Bases, Sais, Óxidos, Conceitos, Classificação,


Nomenclatura e Propriedades Gerais

A tabela periódica é um quadro onde os elementos químicos


foram organizados em ordem crescente de seus números atômicos.
Nos alambiques, este tipo de destilação é usado na obtenção Os elementos foram classificados na tabela segundo as semelhan-
de bebidas como a cachaça e o uísque. Na destilação fracionada ças existentes entre proprie­dades químicas e físicas dos elementos.
em laboratório usa-se um equipamento como o mostrado abaixo.
A) Períodos e Famílias

Períodos
As linhas horizontais são os períodos e mostram os elementos
químicos em ordem crescente de seus números atômicos. Ainda, o
número do período onde o elemento se encontra mostra o número
de camadas que foram preenchidas pelos elétrons desse átomo de
elemento. Exemplo: o elemento Ca encontra-se no quarto período,
então o Ca possui quatro camadas ocupadas por seus elétrons e a
cama­da de valência (última camada ocupada por elétrons) do Ca
é a quarta camada. Temos sete períodos: muito curto, curto, curto,
longo, longo, muito longo, incompleto.
Observe que o sexto período é o mais longo de todos, pois
dentro de um único quadrado estão inseridos todos os elementos
Destilação simples: A destilação simples é utilizada quando que fazem parte da “Série dos Lantanídeos”. A “Série dos Actiní-
se deseja separar a substância sólida dissolvida do solvente e não deos” está inserida no sétimo período.
se deseja perder este último, como no processo de evaporação.
Aquece-se a mistura até atingir o ponto de ebulição do solvente. Famílias ou Grupos
Não existe necessidade de controle de temperatura, pois o ponto de São as colunas verticais. Em cada coluna temos elementos
ebulição do sólido é muito mais elevado que o do solvente.
químicos que apresentam seme­lhanças em suas propriedades quí-
micas, pois têm o mesmo número de elétrons na camada de valên-
Separação magnética: Separa os componentes que são atraí-
cia. Assim, temos as famílias:
dos por um imã daqueles que não apresentam esta propriedade (se-
paração de limalha de ferro da areia).
1A- Metais Alcalinos (menos H)
2A- Metais Alcalino-terrosos
3A- Família do Boro
4A- Família do Carbono
5A- Família do Nitrogênio
6A- Calcogênios
7A- Halogênios
Zero-Gases Nobres

Os átomos de elementos das famílias A são chamados de


elementos representativos. Todos os elementos da família 1 A
apresentam apenas 1 elétron na camada de valência, os elemen-
tos da família 2A apresentam 2 elétrons na camada de valência e
Dissolução fracionada: Método de separação de sistemas só- assim por diante. Isso é válido apenas para os elementos que se
lido-sólido, onde somente um dos componentes apresenta solubili- encontram em uma família A. Já os elementos das famílias B são
dade num dado solvente. A mistura areia e sal é um bom exemplo chamados de ele­mentos de transição e de transição interna. Esses
de aplicação para este método de separação. Adicionando-se água, elementos não apresentam uma regularidade de vari­ação de pro-
obtém-se a solubilização do sal na água. Após uma filtração, a areia priedades como se observa nos elementos representativos.
é separada, bastando realizar uma destilação simples ou evapora- O grupo zero é formado pelos gases nobres, já possuem oito
ção para se separar o sal da água. Este método também é conhecido elétrons em sua camada de valência (o He tem dois elétrons na
como extração por solvente. camada de valência).

Didatismo e Conhecimento 17
QUÍMICA
Algumas Características de Metais, Semimetais e Não-Metais
- Metais: bons condutores de calor e eletricidade, dúcteis e maleáveis. Nas condições ambiente a maioria é sólida, exceto gálio e mer-
cúrio.
- Semimetais: têm propriedades intermediárias às dos metais e dos não-metais. Nas condições ambiente todos são sólidos.
- Não-Metais: maus condutores de calor e eletricidade, não são dúcteis e não são maleáveis.

Distribuição Eletrônica por Camadas

Já vimos que cada camada comporta um número máximo de elétrons.


OBS:
K L M N O P Q
2 8 18 32 32 18 2

Obs.: Através da distribuição por camadas eletrônicas, podemos definir: a última camada, a camada de valência ou a família em que o
elemento pertence.

Elementos químicos – classificação e símbolos dos elementos químicos

Elemento Símbolo Número Massa


Atômico atômica (aprox.)
Actínio Ac 89 227
Alumínio Al 13 27
Amerício Am 95 243
Antimônio Sb 51 122
Argônio Ar 18 40
Arsênio As 33 75
Astato At 85 210
Bário Ba 56 137
Berílio Be 4 9
Berquério Bk 97 247
Bismuto Bi 83 209
Boro B 5 11
Bromo Br 35 80
Cádmio Cd 48 112
Cálcio Ca 20 40
Califórmio Cf 98 251
Carbono C 6 10
Cério Ce 58 140
Césio Cs 55 133
Chumbo Pb 82 207
Cloro Cl 17 35,5
Cobalto Co 27 59
Cobre Cu 29 63,5
Criptônio Kr 36 84
Cromo Cr 24 52
Cúrio Cm 96 247
Disprósio Dy 66 162
Einstêinio Es 99 255
Enxofre S 16 32
Érbio Er 68 167
Escândio Sc 21 45
Estanho Sn 50 119
Estrôncio Sr 38 87,6
Európio Eu 63 152
Férmio Fm 100 257
Ferro Fe 26 56
Flúor F 9 19
Fósforo P 15 31
Frâncio Fr 87 223

Didatismo e Conhecimento 18
QUÍMICA
Gadolínio Gd 64 157 Unnilhexium Unh 106 263
Gálio Ga 31 69,7 Unniloctium Uno 108 265
Germânio Ge 32 72,6 Unnilpentium Unp 105 261
Háfnio Hf 72 179 Unnilquadium Unq 104 260
Hélio He 2 4 Unnilseptium Uns 107 262
Hidrogênio H 1 1 Urânio U 92 238
Hólmio Ho 67 165 Vanádio V 23 51
Índio In 49 115 Xenônio Xe 54 131
Iodo I 53 127 Zinco Zn 30 65,4
Irídio Ir 77 192 Zircônio Zr 40 91
Itérbio Yb 70 173
Ítrio Y 39 89 Ácidos
Lantânio La 57 139
Laurêncio Lr 103 257 Definição de Arrhenius: Ácido é todo composto que,
Lítio Li 3 7 dissolvido em água, dá origem ao cátion H+.Para Arrhenius é o
Lutério Lu 71 175
íon H+ que confere aos ácidos o sabor azedo e sua ação sobre
Magnésio Mg 12 24,3
indicadores.
Manganês Mn 25 54,9
Assim, os ácidos são compostos moleculares que sofrem io-
Mendelévio Md 101 256
nização em água, isto é, íons são formados quando os ácidos se
Mercúrio Hg 80 200
Molibidênio Mo 42 96 “dissolvem” em água.
Neodímio Nd 60 144 Usaremos a ionização do ácido HCl como exemplo:
Neônio Ne 10 20 Temos dois grupos de ácidos:
Neptúnio Np 93 237 - hidrácidos: ácidos que não têm oxigênio
Nióbio Nb 41 93 - oxiácidos: ácidos que têm oxigênio
Níquel Ni 28 58,7
Nitrogênio N 7 14 Fórmulas e Nomenclatura de ácidos
Nobélio No 102 255 Hidrácidos: escreve-se o nome do elemento que se liga ao hi-
Ósmio Os 76 190 drogênio e acrescenta-se a terminação ÍDRICO.
Ouro Au 79 197 Então : ácido (elemento)ídrico
Oxigênio O 8 16 HF - ácido fluorídrico
Paládio Pd 46 107 H2S - ácido sulfídrico
Platina Pt 78 195 HBr - ácido bromídrico
Plutônio Pu 94 242 HCl - ácido clorídrico
Polônio Po 84 210 HI - ácido iodídrico
Potássio K 19 39 HCN - ácido cianídrico
Prasiodímio Pr 59 141
Prata Ag 47 108 Oxiácidos:
Promécio Pm 61 147 Observe os quatro ácidos abaixo e seus respectivos nomes:
Protactínio Pa 91 231 HNO3 - ácido nítrico
Rádio Ra 88 226 HClO3 - ácido clórico
Radônio Rn 86 222 H2SO4 - ácido sulfúrico
Rênio Re 75 186 H3PO4 - ácido fosfórico
Ródio Rh 45 103 Todos os nomes têm ICO no final. Se tirarmos ou acrescentar-
Rubídio Rb 37 85,5
mos oxigênio a esses ácidos teremos novos ácidos com fórmulas e
Rutênio Ru 44 101
nomes diferentes: Exemplo:
Selênio Se 34 79
HNO3 - ácido nítrico
Silício Si 14 28
HNO2 - ácido nitroso
Sódio Na 11 23
Tálio Tl 81 204
Tantálio Ta 73 181 Resumidamente temos:
Tecnécio Tc 43 99 Ácido - (elemento)ico - para o maior NOX do elemento.
Telúrio Te 52 128 Ácido - (elemento)oso - para o menor NOX do elemento
Térbio Tb 65 159
Titânio Ti 22 48 Se houver NOX ainda maior para o elemento, então:
Tório Th 90 232 Ácido per (elemento)ico
Túlio Tm 69 169
Tungstênio W 74 184 E, se houver um NOX menor ainda:
Unnilennium Une 109 266 Ácido hipo (elemento)oso

Didatismo e Conhecimento 19
QUÍMICA
Exemplo: Então :
HC04 - Ácido perclórico
HC03 - Ácido clórico Nome: (nome do ânion) de (nome do cátion)
HC02 - Ácido cloroso Os sais podem ser:
HC0 - Ácido hipocloroso Os sais, por serem compostos iônicos, são sólidos e têm altos
pontos de fusão. Conduzem corrente elétrica em solução aquosa
Ainda, alguns ácidos se desidratam, formando outros ácidos. ou quando sofrem fusão.
Então: Quanto à solubilidade, podemos consultar tabelas de solubi-
- prefixo orto: quando o ácido gera outro através de desidra- lidade:
tação.
- prefixo meta: temos um ácido “meta”, quando retiramos uma
Óxidos
molécula de água de uma molé­cula do ácido orto.
- prefixo piro: retira-se uma molécula de água de duas molé-
culas do ácido orto. Óxido: é um composto formado por apenas dois tipos de
elementos químicos: um elemento qualquer combinado com
Assim, temos: A força dos ácidos é dada pelo grau de ioniza- oxigênio.
ção do ácido em questão. O grau de ionização é a porcentagem de Exemplos: CaO, K2O, BaO, CO2, CO...
moléculas dissolvidas em água que se ionizaram:
Classificação dos ácidos quanto ao número de hidrogênios Fórmulas e nomenclatura de óxidos
ionizáveis: 1 ) Elemento ligado ao oxigênio possui apenas 1 NOX:
Óxido de (elemento)
Bases
2) Elemento ligado ao oxigênio possui duas cargas possíveis
Definição de Arrhenius: Base é todo composto que, dissolvi- (2 NOX):
do em água, dá origem ao ânion OH-. As bases são adstringentes e
Óxido (elemento) oso para menor NOX
deixam a pele escorregadia.
Óxido (elemento) ico para maior NOX
As bases sofrem dissociação iônica, isto é, seus íons se sepa-
ram quando a substância é dissol­vida em água.
Exemplo: dissociação da base KOH

Fórmulas e nomenclatura de bases


9 GASES.
Caso de metais que usam sempre o mesmo NOX em ligação
iônica: alcalino, alcalino­terrosos, prata, zinco e alumínio. Eles só
formam um tipo de base.
Nome: Hidróxido de (nome do elemento) Teoria cinética dos gases

Sais Características de uma substância no estado gasoso - Não


Sais são substâncias iônicas resultantes de neutralização total tem forma e nem volume próprios. Um gás tem a forma do reci-
ou parcial de um ácido mais uma base. piente onde está contido e ocupa todo o espaço limitado pelas pa-
Exemplos de neutralização formando sempre sal e
redes do recipiente. O volume de um gás é o volume do recipiente
água:
onde está contido.
HNO3 + Na OH NaNO3 + H2O neutralização total
ácido base sal água
Modelo do estado gasoso (teoria cinética dos gases) - Um
HC + Na OH NaC + H2Oneutralização total gás é constituído por moléculas isoladas, separadas umas das ou-
ácido base sal água tras por grandes espaços vazios em relação ao seu tamanho e em
contínuo movimento de translação, rotação e vibração.
H2SO4 + Na OHNaHSO4 + H2Oneutralização parcial
ácido base sal água Gás ideal

Fórmulas e nomenclatura de sais obtidos por neutraliza- Gás ideal ou gás perfeito - É um modelo teórico. É um gás
ção total que obedece às equações

A seguir, é apresentada uma tabela de cátions e ânions para p·V/T = k e p·V = n·R·T
que você possa construir fórmulas e atribuir nomes aos sais:
Para formular um sal basta unir um cátion e um ânion, for-
com exatidão matemática. Na prática, temos gases reais. Um
mando um composto neutro (mas não se esqueça da regra de ba-
lanceamento de cargas utilizada para se obter o composto iônico: o gás real tende para o gás ideal quando a pressão tende a zero e a
total de cargas no composto formado deve ser igual a zero). temperatura se eleva.

Didatismo e Conhecimento 20
QUÍMICA
Lei de Boyle e lei de Charles e Gay-Lussac

Lei de Boyle - A temperatura constante, o volume ocupado por uma quantidade fixa de um gás é inversamente proporcional à sua
pressão.

P·V = k = constante

Lei de Charles e Gay-Lussac - A volume constante, a pressão de uma massa fixa de um gás varia linearmente com a temperatura do
gás em graus Celsius. A pressão constante, o volume de uma massa fixa de um gás varia linearmente com a temperatura do gás em graus
Celsius. Com a introdução da escala absoluta, as leis de Charles e Gay-Lussac foram assim enunciadas:
- A volume constante, a pressão de uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta do gás.
- A pressão constante, o volume de uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta do gás.

Equação geral dos gases perfeitos

T (número de mols constante)


ISOBÁRICA V1 V2 Lei de Charles
(p1 = p2) —— = —— e Gay-Lussac
T1 T2

ISOCÓRICA p1 p2 Lei de Charles e


(V1 = V2) —— = —— Gay-Lussac
T1 T2

ISOTÉRMICA p1·V1 = p2·V2 Lei de Boyle


(T1 = T2)

Volume molar de um gás: Volume molar é o volume de um mol de substância.


O volume molar de um gás é constante para todos os gases a uma mesma pressão e temperatura. Nas CNTP, o volume molar é igual a
22,4 L/mol.

Densidade de um gás

Densidade de um gás nas CNTP:

M
dCNTP = —— g/L
22,4
Densidade de um gás a uma pressão p e temperatura T:

p·M
d= ——
R·T

Densidade de um gás A em relação a um gás B:

MA
dA,B = ——
MB

Densidade de um gás A em relação ao ar:


MA MA
dA,ar = —— = ——
Mar 28,8

Didatismo e Conhecimento 21
QUÍMICA
Materiais cujos constituintes são dispostos em um padrão
regular são conhecidos como cristais. Em sólidos cristalinos, as
10 PROPRIEDADES DOS SÓLIDOS. partículas (átomos, moléculas ou íons) estão em um padrão de re-
gularidade ordenada, repetitivas. Há muitas estruturas cristalinas
diferentes, e da mesma substância pode ter mais de uma estrutura
(ou fase sólida), por exemplo, o gelo tem quinze estruturas cris-
O estado sólido é um estado da matéria, cujas características talinas conhecidas, ou quinze fases sólida, que existem em várias
são ter volume e forma definidos, isto é, a matéria resiste à defor- temperaturas e pressões. Uma das características dos sólidos é a
mação. Dentro de um sólido, os átomos ou as moléculas estão rela- organização das moléculas que compõem o material, pois estão de
tivamente próximos, ou “rígidos”. Mas isto não evita que o sólido forma organizada, logo, outros materiais como o vidros, plásticos
se deforme ou comprima. Na fase sólida da matéria, os átomos e outros, que não possuem essa organização, são denominados só-
têm uma ordenação espacial fixa, mas uma vez que toda a matéria lidos amorfos.
tem alguma energia cinética, até os átomos do sólido mais rígido No estado sólido, a distância média de separação entre os áto-
movem-se ligeiramente, num movimento “invisível”. Os sólidos mos, ou moléculas, que formam a amostra é comparável aos seus
quando submetidos a altas temperaturas, passam para a fase líqui- diâmetros. Neste caso, a intensidade da interação entre os átomos,
da quando alcançam o ponto de fusão, que é variável dependendo ou moléculas é da mesma ordem de grandeza que a intensidade da
do material e através da sublimação é possivel que passem direto interação que mantém unidos os átomos em moléculas isoladas.
para a fase de vapor. Uma base para classificar os sólidos cristalinos é a natureza das
forças que mantêm o ordenação da rede cristalina. A energia de
Propriedades dos Sólidos coesão em um cristal depende das forças de ligação dominantes
entre esses átomos, ou moléculas. A classificação dos sólidos cris-
Os sólidos possuem algumas características: talinos são: sólidos cristalinos iônicos, sólidos cristalinos covalen-
tes, sólidos cristalinos moleculares e sólidos cristalinos metálicos.
Fragilidade: O sólido frágil rompe-se com facilidade sem an- Sólidos cristalinos iônicos: Nos sólidos iônicos a rede crista-
tes deforma-se e uma de suas característica é romper bruscamente, lina é formada por íons positivos e negativos. Por causa das for-
a fragilidade também é o oposto da ductilidade. Exemplo: A grafite ças eletrostáticas relativamente intensas entre os íons, os sólidos
é um material frágil. iônicos são geralmente duros, frágeis e têm um elevado ponto de
Dureza: O sólido duro apresenta resistência a ter sua superfí- fusão. Por não terem elétrons livres, sua condutividade elétrica é
cie riscada. A dureza pode ser medida pela Escala de Mohs. Exem- muito baixa. Os sólidos iônicos podem ser solúveis, ou mesmo,
plo: As pedras preciosas são materiais de grande dureza. muito solúveis, pois, por exemplo, em contato com a água, os íons
Resistência: O sólido resistente é capaz de suportar a ação de dispersam-se no líquido. Possuem energia de vibração da rede
forças intensas sem romper-se. Exemplo: O ferro e outros metais menor que a dos sólidos covalentes. Os exemplos deste tipo de
são materiais resistentes a esforços externos. sólidos são o cloreto de sódio (NaCl) e o cloreto de césio (CsCl).
Elasticidade: O sólido elástico deforma-se e recupera a for- Sólidos cristalinos covalentes: Nos sólidos covalentes ocorre
ma original quando a força que produziu a deformação é retirada. o compartilhamento de pares de elétrons de valência entre os áto-
Exemplo: A borracha é um material elástico. mos, formando ligações covalentes. Cada elétron está ligado de
Flexibilidade: O sólido flexível dobra-se sem romper-se. forma que não há elétrons livres. Por isso esses sólidos possuem
Exemplo: Algodão, lã, náilon e outras fibras têxteis são materiais baixa condutividade elétrica. Esses sólidos também possuem a ca-
flexíveis. racterística de serem duros e difíceis de deformar. As energias de
Ductilidade: O sólido dúctil estende-se com facilidade, for- vibração da rede são elevadas, da mesma forma são as frequências
mando fios. A ductilidade é o oposto da fragilidade. Exemplo: O geradas. Um exemplo típico deste tipo de sólidos é o diamante.
ouro é bastante dúctil. Sólidos cristalinos moleculares: Esses sólidos são constituídos por
moléculas apolares, ou seja, os elétrons encontram-se aparelhados
A plasticidade descreve a deformação de um material subme- e não formam ligações covalentes, suas moléculas estão ligadas
tido as forças aplicadas. Os sólidos são classificados em cristalinos pelas forças de Van der Waals. Esses sólidos possuem baixa con-
ou amorfos. dutividade elétrica, são altamente compressíveis e deformáveis e
apresentam um ponto de fusão muito alto.
Sólidos Cristalinos Sólidos cristalinos metálicos: São formados a partir de átomos
com alguns elétrons fracamente ligados nas camadas mais exter-
Com exceção do mercúrio, os metais se caracterizam por es- nas, que passam a se mover por todo o sólido. Um sólido cristalino
tarem no estado sólido em temperatura ambiente, logo, sais e a metálico é constituído por uma rede ordenada de íons positivos
maioria dos minerais são cristais. Os seres humanos já conheciam que são mantidos juntos por uma espécie de gás de elétrons livres.
cristais como o sal e o quartzo há vários séculos, mas apenas no A mobilidade dos elétrons de valência que constituem esse gás
século XX, que eles foram interpretados como arranjos regulares de elétrons torna esses metais bons condutores de eletricidade. Os
de átomos. Em 1912 foram utilizados raios X para corroborar que sólidos metálicos são opacos, visto que os referidos eletrões livres
todo cristal é um arranjo ordenado e tridimensional. As medidas absorvem os fotões das radiações eletromagnéticas do visível. Aos
mostraram que os átomos de um cristal estavam muito próximos, sólidos que são organizados em um único cristal, esses são de-
com a distância entre eles aproximadamente ao comprimento dos nominados monocristais e aos agregados em muitos cristais, são
raios X. denominados policristais.

Didatismo e Conhecimento 22
QUÍMICA
Sólidos Amorfos Sublimação: é a passagem de uma substância do sólido para o
estado gasoso, esse processo só ocorre em condições adequadas de
São aqueles não possuem uma ordenação interna uniforme, pressão e temperatura. Sublimação também pode ser a passagem
carecem de um rede de cristalização, aliás, sua estrutura interior direta do estado gasoso para o estado sólido, nesse caso pode ser
se assemelha mais aos líquidos, com disposição interna em grande chamada de ressublimação, ou sublimação regressiva.
parte aleatória. Os sólidos amorfos são por exemplo, os plásticos,
os vidros, os sabões, as parafinas e muitos outros compostos or-
gânicos e inorgânicos. Em muitos amorfos as partículas possuem
uma liberdade para vaguear pelo material. Isso é evidenciado, por 11 ESTEQUIOMETRIA.
exemplo, na elasticidade da borracha, na tendência do vidro fluir
quando sujeito a tensões por longos períodos de tempo. Algumas
das aplicações dos vidros e dos materiais plásticos derivam de sua
qualidade de serem facilmente moldáveis quando submetidos a au-
mentos de temperatura. avra estequiometria (ou equações químicas) vem do grego
Podem ser encontrados exemplos de sólidos amorfos nos três stoikheion (elemento) e metriā (medida, de metron). A obra Stoi-
grupos de materiais (metálicos, cerâmicos e poliméricos), embora chiometria de Nicéforo rendeu muitas linhas nos livros canônicos
esses três grupos tenham uma maior propensão a serem cristalinos. do Novo Testamento e dos Apócrifos. O termo “estequiométrico”
Uma das formas de se obter um sólido amorfo é evitar sua cristali- é usado com frequência em Termodinâmica para referir-se à “mis-
zação durante o processo de solidificação. Em muitas substâncias tura perfeita” de um combustível e o ar. A estequiometria baseia-se
é possível evitar a cristalização, por exemplo, através do rápido na lei da conservação das massas e na lei das proporções definidas
resfriamento. Os metais puros tem grande são propensos à cris- (ou lei da composição constante), e na lei das proporções múlti-
talização, por outro lado a solidificação ultra-rápida de diversos plas. Em geral, as reações químicas combinam proporções defini-
metais produzem metais amorfos, também denominados vidros das de compostos químicos. Já que a matéria não pode ser criada
metálicos. O primeiro metal amorfo a se ter notícia era uma liga ou destruída, a quantia de cada elemento deve ser a mesma antes,
de ouro e silício (Au75 Si25) produzida pelos cientistas W. Klement durante e após a reação. Por exemplo, a quantia de um elemento
(Jr.), Willens e Duwez em 1960. A no reagente deve ser igual à quantia do mesmo elemento no
A ausência de simetria fazem dos vidros metálicos excelentes produto.
materiais magnéticos. Geralmente apresentam grande resistência A estequiometria é usada frequentemente para balancear equa-
metálica e tenacidade. São mais resistentes a corrosões do que as
ções químicas. Por exemplo, os dois gases diatômicos hidrogênio
ligas cristalinas tradicionais. Apresentam alta resistência elétrica e
e oxigênio podem combinar-se para formar um líquido, água, em
baixas perdas acústicas. Os sólidos amorfos também são chamados
de sólidos vítreos. uma reação exotérmica, como descrita na Equação.

Estudos dos Sólidos

Os físicos chamam ao estudo dos sólidos física do estado sóli- A Equação 1 não mostra a estequiometria correta da reação
do. Este ramo inclui o estudo de semicondutores e de supercondu- - isto é, não demonstra as proporções relativas dos reagentes e do
tividade, também tem como objetivo explicar e prever as diversas produto.
propriedades macroscópicas dos materiais cristalinos, tais como,
térmicas, elétricas, magnéticas, ópticas etc. A partir da aplicação
das leis da física a seus constituintes microscópicos. Os mate-
riais densos não-cristalinos não se incluem nesse estudo, pois são A Equação 2 já tem a correta estequiometria e, por isso, é dita
considerados mais semelhantes aos líquidos. A física da matéria uma equação «balanceada», que demonstra o mesmo número de
condensada é uma área da física cujo objeto de investigação átomos de cada tipo em ambos os lados da equação. Há quatro h no
engloba o da física do estado sólido e inclui sólidos amorfos e lado dos reagentes e quatro no lado do produto, e dois Os também
líquidos. Essa área de estudo parte, em geral, dos métodos e em ambos os lados da equação. Ou seja, a massa conserva-se. O
modelos desenvolvidos na física do estado sólido, modificando-os termo «estequiometria» também é usado com frequência para as
e adaptando-os de modo adequado. A ciência dos materiais preo-
proporções molares de elementos em compostos estequiométricos.
cupa-se primariamente com propriedades dos sólidos tais como a
força e transformações de fase. É largamente coincidente com a Por exemplo, a estequiometria do hidrogênio e do oxigênio na
física do estado sólido. A química do estado sólido cobre em parte água (H2O) é 2:1. Em compostos estequiométricos, as proporções
ambos estes campos, mas preocupa-se principalmente com a sín- molares são números inteiros (e é aí que está a lei de proporções
tese de novos materiais. múltiplas). Compostos cujas proporções molares não são números
inteiros são chamados de compostos não-estequiométricos.
Mudança do Estado Físico A estequiometria não é tão somente usada para balancear
equações químicas, mas também para conversões de unidades -
As mudanças do estado físico envolvendo o estado sólido são: por exemplo, de gramas a mols, ou gramas a mililitros. Por exem-
plo, se temos 2,00 g de NaCl, para achar o número de mols, pode-
Fusão: é a passagem de uma substância do estado sólido para -se fazer o seguinte:
o estado líquido.
Solidificação: é a passagem do estado físico de uma substân-
cia do estado líquido para o estado sólido.

Didatismo e Conhecimento 23
QUÍMICA
No exemplo acima, quanto escrito em forma de fração, a uni- Regras gerais para o cálculo estequiométrico
dade grama cancela-se, deixando o valor convertido a mols (a uni-
dade desejada) a) Escrever a equação química do processo. Exemplo: Com-
bustão do monóxido de carbono

CO + O2 → CO2

Outro uso da estequiometria é achar a quantia certa de reagen- b) Acertar os coeficientes estequiométricos da equação da
tes a ser usada em uma reação química. Um exemplo é mostrado equação química. Exemplo:
abaixo usando uma reação termite:
2CO + O2 → 2CO2

Assim você terá proporção das quantidades em mols entre os


Quantos gramas de alumínio são necessários para reagir participantes. Esses coeficientes lhe darão uma idéia da relação
completamente com 85 g de óxido de ferro III? segundo a qual as substâncias se combinam. Exemplo:
2 mol de CO estão para 1 mol de O2 que está para 2 mol de
CO2
2:1:2

Resposta: 28,6875 g de alumínio. c) Montar a proporção baseando-se nos dados e nas perguntas
do problema (massa-massa, massa-quantidade em mols, massa-
Outro exemplo: -volume etc.).

Num laboratório de química há duas soluções, a primeira é de d) Utilizar regras de três para chegar à resposta.
ácido sulfúrico (H2SO4) com concentração desconhecida, a segunda
é de soda cáustica (NaOH) em concentração de 0,10 mol/L. Sabe- Relações Auxiliares
se que 25 mL da solução de ácido exigem 22,50 mL da solução Massa molar corresponde à → massa molecular em gramas.
de soda cáustica para ser neutralizada completamente. Com base 1 mol contém → 6.1023 moléculas
nessas informações, pede-se que se calcule a concentração de 1 mol ocupa → 22,4 L nas CNTP de gás
ácido na solução.
Resolução Exemplo Básico
Começa-se montando uma regra de 3 simples com base nos (Dado: C = 12u; O = 16u)
2 CO(g) + 1 O2(g) → 2 CO2(g)
dados da solução de soda cáustica:
Proporção: 2 mol : 1 mol : 2 mol
ou
56g de CO : 32g O2 : 88g CO2
A 2ª equação será feita com base na reação de neutralização
ou
entre o ácido e a base:
12.1023 moléculas : 6.1023 moléculas : 12.1023 moléculas

ou
44,8 L de CO : 22,4 L de O2 : 44,8 L de CO2

Pureza:
É o quociente entre a massa da substância pura e a massa
total da amostra. Pode ser expressa em porcentagem.
Com estes dados monta-se uma 3ª equação, em relação à P = massa da substância pura / massa da amostra x 100. Exem-
solução ácida: plo: Qual a massa de CaCO3 presente numa amostra de 200g de
calcário cuja pureza é de 80%?
Resolução:
100g de calcário → 80g de CaCO3
200g de calcário → x
Resposta: 0,045 mol/L. x = 160g de CaCO3

Definição: É o cálculo que permite relacionar quantidades de É o quociente entre a quantidade de produto realmente
Rendimento:
reagentes e produtos, que participam de uma reação química com obtida, e a quantidade teoricamente calculada. Pode ser expresso
o auxílio das equações químicas correspondentes. em porcentagem.

Didatismo e Conhecimento 24
QUÍMICA
R = quantidade real / quantidade teórica x 100. Exemplo: Qual Entalpia (ΔH): É o conteúdo global de calor de um sistema.
a massa de CaCO3 obtida na reação de 2 mol de CaO com 2 mol de
CO2, se o rendimento for 60%? Unidade: Kcal ou KJ (1Kcal ~ 4,18KJ)
A variação da energia de um sistema (ΔH) pode ser calculado
Dados: Massa molar do CaCO3 = 100g / mol pela diferença entre as energias dos produtos e reagentes.
CaO + CO2 → CaCO3
ΔH = Hprod – Hreag
Resolução: Reação endotérmica: Hprod > Hreag , ΔH > 0
1mol CaO → 1 mol CO2 → 1 mol CaCO3 Reação exotérmica: Hprod < Hreag , ΔH < 0
2 mol CaO → 2 mol CO2 → 2 mol CaCO3
Fatores que afetam a entalpia de uma reação
mCaCO3 = 200g 1 – Quantidade em mol de produtos e reagentes.
200g CaCO3 → 100% rendimento 2 – Estado físico de produtos ou reagentes.
x → 60% rendimento 3 – Estado alotrópico de produtos ou reagentes. (alótropos
x = 120g de CaCO3 = substância simples diferentes, formadas pelo mesmo elemento
químico).
4 – Temperatura. Altas temperaturas fornecem reações endo-
12 TERMOQUÍMICA. térmicas e vice-versa.

Tipos de Entalpia

1 – Entalpia de formação (ΔH°f) - É o calor liberado ou


Termoquímica é a parte da química que estuda as quantidades absorvido na formação de 1 mol de uma substância no estado-
de calor liberados ou absorvidos, durante uma reação química. -padrão, a partir de substância simples.
Ex: Formação da Amônia = N2(g) + 3/2H2(g) -> NH3(g)
Reação Endotérmica: É aquela que absorve calor do meio ΔH°f = -286KJ
externo. É necessário fornecer calor. Ex: fotossíntese (6CO2 +
6H2O + calor -> C6H12O6 + 6O2). 2 – Entalpia de combustão (ΔH°C) - É o calor liberado na
queima de 1 mol de uma substância no estado-padrão.
Reação Exotérmica: É aquela que libera calor para o Ex: Queima do enxofre = S(s) + O2(g) -> SO2(g)
ambiente. Ex: Queima do gás de cozinha (C3H8 + 5O2 -> 3CO2 + ΔH°C = -78 KJ/mol
4H2O + calor).
Reação Exotérmica e Reação Endotérmica
Representação Gráfica
Reação Exotérmica é a que ocorre com liberação de calor.
[Entalpia dos produtos] < [Entalpia dos reagentes] DH < 0

Reação endotérmica é a que ocorre com absorção de calor.


[Entalpia dos produtos] > [Entalpia dos reagentes] ® DH > 0

Equação termoquímica

Equação termoquímica - É a equação química acompanhada


do valor do l , g, aq);
- os estados alotrópicos, se houver;
- a temperatura e a pressão.

Entalpia: Por convenção, a entalpia padrão de substâncias


simples na forma alotrópica mais estável a 25°C e 1 atm é igual a
zero (H0 = 0).

Entalpia padrão de formação, ou simplesmente entalpia de


uma substância X, é o DH0 da reação de formação de 1 mol de X a
partir de seus elementos, com H0 = 0.

DHreação = S H (produtos) - S H (reagentes)

Entalpia de combustão de uma substância X é o ∆H da rea-


ção de combustão completa de 1 mol da substância X.

Didatismo e Conhecimento 25
QUÍMICA
Entalpia de solução de uma substância X é o ∆H do processo de dissolução de 1 mol da substância X numa quantidade de solvente
suficientemente grande para que uma diluição da solução obtida não seja acompanhada de liberação nem de absorção de calor.

No caso do DH de solução de um composto sólido (cristalino) em água, temos:


DH(solução) = DH(reticular) + DH(hidratação)

Calor de neutralização ou entalpia de neutralização:

H+(aq) + OH-(aq) ® H2O(l)


DH = -58 kJ

O calor de neutralização é constante (DH = -58 kJ) na neutralização entre ácidos fortes e bases fortes.

Energia de Ligação

Energia de ligação é a energia absorvida na quebra de 1 mol de ligação no estado gasoso.

DHreação = calor liberado na formação das - calor absorvido na quebra das ligações presentes nos reagentes
ligações presentes nos produtos

Lei de Hess

Lei de Hess ou lei dos estados inicial e final - O DH de uma reação só depende dos estados inicial e final e não depende dos estados
intermediários. Como consequência da lei de Hess, temos que as equações termoquímicas podem ser operadas como se fossem equações
algébricas. A lei de Hess permite determinar o DH de reações que não ocorrem ou que dificilmente ocorrem na prática, através dos DH de
outras reações que ocorrem na prática. A maioria dos DH de formação são calculados indiretamente pela aplicação da lei de Hess.

Entropia é uma grandeza termodinâmica relacionada com o grau de desordem dos sistemas.
- maior desordem - maior entropia
- menor desordem - menor entropia

SA (g) > SA (l) > SA (s)


S aumenta com a temperatura.

Equação de Gibbs

G=H− → ∆G = ∆H − T·DS
T·S
∆G < 0 → liberação de energia livre → reação espontânea
∆G > 0 → absorção de energia livre → reação não-espontânea
∆G = 0 → equilíbrio

A energia livre liberada numa reação é a energia máxima que é livre para produzir trabalho útil.

Energia de organização = T·DS

DH DS DG
+ - + (sempre)
- + - (sempre)
+ + + quando DH > T· DS
- quando DH < T· DS
- - + quando |DH| < |T· DS|
- quando |DH| > |T· DS|

Didatismo e Conhecimento 26
QUÍMICA
p = ordem da reação em relação a A
q = ordem da reação em relação a B
13 CINÉTICA QUÍMICA.
p + q + ... = ordem da reação

Reagente(s) gasoso(s) - A pressão de um gás é diretamente


Velocidade de reação proporcional à sua concentração em mol/L. Por isso, no caso de
aA + bB → cC + dD reagente(s) gasoso(s), a lei de velocidade pode ser expressa em
termos de pressão.
D[C]
vmédia de formação de C = ———
Dt Para aA(g) + bB(g) + ... → produtos, temos: v = k·ppA·pqB

-D[A] O aumento da pressão aumenta a velocidade da reação. Quan-


vmédia de consumo de A = ——— do não há reagente gasoso, a pressão não influi na velocidade da
Dt reação.

-D[A] -D[B] -D[C] -D[D] Reação elementar é aquela que ocorre numa única etapa.
vmédia da
——— = ——— = ——— = ———
reação = Neste caso, para aA + bB + ... → produtos, temos: v = k [A]a [B]b...
a·Dt b·Dt c·Dt d·Dt

Energia de Ativação Mecanismo de reação é o conjunto das etapas em que ocorre


a reação. A etapa lenta é a que determina a velocidade da reação.
Complexo ativado é uma estrutura intermediária entre os rea- O mecanismo de uma reação é proposto com base no estudo de
gentes e os produtos, com ligações intermediárias entre as dos rea- sua velocidade.
gentes e as dos produtos. Energia de ativação é a energia mínima
necessária para a formação do complexo ativado. Superfície de contato - Quanto maior for o grau de dispersão
de um sólido, maior será a sua superfície e maior será a velocidade
Teoria da Colisão da reação na qual é reagente.
Pela teoria da colisão, para haver reação é necessário que:
- as moléculas dos reagentes colidam entre si; Catálise e Catalisador
- a colisão ocorra com geometria favorável à formação do
complexo ativado; Catálise é uma reação na qual toma parte um catalisador.
- a energia das moléculas que colidem entre si seja igual ou
superior à energia de ativação. Catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de
uma reação, permanecendo inalterado qualitativa e quantitativa-
Colisão efetiva ou eficaz é aquela que resulta em reação, isto mente no final da reação. A ação do catalisador é abaixar a ener-
é, que está de acordo com as duas últimas condições da teoria da gia de ativação, possibilitando um novo caminho para a reação. O
colisão. O número de colisões efetivas ou eficazes é muito peque-
abaixamento da energia de ativação é que determina o aumento da
no comparado ao número total de colisões que ocorrem entre as
moléculas dos reagentes. Quanto menor for a energia de ativação velocidade da reação.
de uma reação, maior será sua velocidade. Uma elevação da tem- - Catálise homogênea - Catalisador e reagentes constituem
peratura aumenta a velocidade de uma reação porque aumenta o uma só fase.
número de moléculas dos reagentes com energia superior à de ati- - Catálise heterogênea - Catalisador e reagentes constituem
vação. duas ou mais fases (sistema polifásico ou mistura heterogênea).

Regra de Van’t Hoff - Uma elevação de 10°C duplica a velo- Enzima


cidade de uma reação. Esta é uma regra aproximada e muito limi-
tada. O aumento da concentração dos reagentes aumenta a veloci-
Enzima é uma proteína que atua como catalisador em rea-
dade da reação.
ções biológicas. Caracteriza-se pela sua ação específica e pela sua
Lei da velocidade de reação grande atividade catalítica. Apresenta uma temperatura ótima, ge-
ralmente ao redor de 37°C, na qual tem o máximo de atividade
catalítica. Promotor de reação ou ativador de catalisador é uma
aA + bB + ... → produtos v = k [A]p [B]q
substância que ativa o catalisador, mais isoladamente não tem ação
catalítica na reação. Veneno de catalisador ou inibidor é uma subs-
p e q são experimentalmente determinados
k = constante de velocidade de reação; aumenta com a tem- tância que diminui e até destrói a ação do catalisador, sem tomar
peratura parte na reação.

Didatismo e Conhecimento 27
QUÍMICA
Autocatálise

Autocatálise - Quando um dos produtos da reação atua como


catalisador. No início, a reação é lenta e, à medida que o catalisa-
dor (produto) vai se formando, sua velocidade vai aumentando.

14 EQUILÍBRIO QUÍMICO.

Um equilíbrio químico é a situação em que a proporção entre


as quantidades de reagentes e produtos em uma reação química se
mantém constante ao longo do tempo. Foi estudado pela primeira Velocidade das reações direta e inversa em função do tempo
vez pelo químico francês Claude Louis Berthollet em seu livro Es-
sai de statique chimique de 1803. Teoricamente, toda a reação quí-
mica ocorre nos dois sentidos: de reagentes se transformando em
produtos e de produtos se transformando de volta em reagentes.
Contudo, em certas reações, como a de combustão, virtualmente
100% dos reagentes são convertidos em produtos, e não se observa
o contrário ocorrer (ou pelo menos não em escala mensurável); tais
reações são chamadas de irreversíveis. Há também uma série de
reações nas quais logo que certa quantidade de produto(s) é forma-
da, este(s) torna(m) a dar origem ao(s) reagente(s); essas reações
possuem o nome de reversíveis. O conceito de equilíbrio químico
praticamente restringe-se às reações reversíveis.

Reversibilidade de reações químicas

Um exemplo de reação reversível é a da produção da amônia


(NH3), a partir do gás hidrogênio (H2) e do gás nitrogênio (N2) — Concentração das substâncias envolvidas em função do
que faz parte do Processo de Haber: tempo

N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) Um raciocínio similar, em princípio, pode ser aplicado para
qualquer equilíbrio. Deve-se salientar que quando uma reação
Note-se que a seta dupla ( ) significa que a reação ocorre atinge o equilíbrio ela não para. Ela continua se processando, po-
nos dois sentidos, e que o subscrito (g) indica que a substância se rém tanto a reação direta como a inversa ocorrem à mesma veloci-
encontra na fase gasosa. Nesta reação, quando as moléculas de dade, e desse jeito a proporção entre os reagentes e os produtos não
nitrogênio e as de hidrogênio colidem entre si há uma certa chan- varia . Por outras palavras, estamos na presença de um equilíbrio
ce da reação entre elas ocorrer, assim como quando moléculas de dinâmico (e não de um equilíbrio estático).
amônia colidem entre si há uma certa chance de elas se dissocia-
rem e de se reorganizarem em H2 e N2. Constante de Equilíbrio
No início do processo, quando há apenas uma mistura de hi-
drogênio e nitrogênio, as chances das moléculas dos reagentes (H2 “Por exemplo, a constante dessa reação na temperatura de
e N2) colidirem umas com as outras é a máxima de toda a reação, 1000 K é 0,0413, note que a constante é Adimensional.” Uma vez
o que fará com que a taxa (ou velocidade) com que a reação ocorre atingido o equilíbrio a proporção entre os reagentes e os produtos
também o seja. Porém à medida com que a reação se processa o não é necessariamente de 1:1 (lê-se um para um). Essa proporção
número de moléculas de hidrogênio e de nitrogênio diminui, re- é descrita por meio de uma relação matemática, mostrada a seguir:
duzindo dessa forma as chances de elas colidirem entre si e, con-
sequentemente, a velocidade desse sentido da reação. Por outro Dada a reação genérica: aA + bB yY + zZ, onde A, B, Y e
lado, com o avançar da reação, o número de moléculas de amônia Z representam as espécies químicas envolvidas e a, b, y e z os seus
vai aumentando, o que faz com que cresçam as chances de elas
respectivos coeficientes estequiométricos. A fórmula que descreve
colidirem e de se voltar a formar hidrogênio e nitrogênio, elevando
a proporção no equilíbrio entre as espécies envolvidas é:
assim a velocidade desse sentido da reação. Por fim chegará um
momento em que tanto a velocidade de um dos sentidos quanto
a do outro serão idênticas, nesse ponto nenhuma das velocidades
variará mais (se forem mantidas as condições do sistema onde a
reação se processa) e ter-se-á atingido o equilíbrio químico, con-
forme ilustrado nas figuras abaixo:

Didatismo e Conhecimento 28
QUÍMICA
Os colchetes representam o valor da concentração (normal- Para P e T constantes temos: dG = dQ - PdV + VdP - dQ ,
mente em mol/L) da espécie que está simbolizada dentro dele ([A] onde PdV = 0
= concentração da espécie A, e assim por diante). é uma gran-
deza chamada de constante de equilíbrio da reação. Cada reação Integrando a equação de Gº ( G padrão ) a G e de Pº ( “P zero”
de equilíbrio possui a sua constante, a qual sempre possui o mesmo = P padrão ) temos:
valor para uma mesma temperatura. De um modo geral, a constan-
te de equilíbrio de uma reação qualquer é calculada dividindo-se a ʃdG = ʃVdP = G - Gº = ʃ(nRT/P)dP , onde n é o nº de mols, R
multiplicação das concentrações dos produtos (cada uma elevada a constante universal dos gases.
ao seu respectivo coeficiente estequiométrico) pela multiplicação
das concentrações dos reagentes (cada uma elevada ao seu relativo G - Gº = RTln(P/Pº)
coeficiente estequiométrico). Onde Pº = 1atm, note que daqui fica extremamente claro que
Um exemplo disso é a formação do trióxido de enxofre (SO3) o K é adimensional, pois P/Pº é adimensional. Chegamos: G = Gº
a partir do gás oxigênio (O2) e do dióxido de enxofre (SO2(g)) — + RTlnP (VI) , onde lnP e o logaritmo de base e de P
uma etapa do processo de fabricação do ácido sulfúrico: Agora tendo uma reação:
aA + bB → cC + dD ( Reação direta )
2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g) cC + dD → aA + bB ( Reação inversa )

A constante de equilíbrio desta reação é dada por: ΔG = Gp - Gr, onde Gp = Energia dos produtos e Gr dos
reagentes.

Colocando (VI) nessa equação, conclui - se: ΔG = ΔGº +


RTln[X/Y]

Onde X = A multiplicação das pressões parciais dos produtos


É possível determinar experimentalmente o valor da constante elevado a seus respectivos coeficientes estequiométricos e Y idem
de equilíbrio para uma dada temperatura. Por exemplo, a constante
para os reagentes.
dessa reação na temperatura de 1000 K é 0,0413. A partir dela,
X/Y = Q, onde Q é o quociente da reação.
dada uma certa quantidade conhecida de produtos adicionados ini-
cialmente em um sistema nessa temperatura, é possível calcular
Para o equilíbrio temos que K = Q e ΔG = 0
por meio da fórmula da constante qual será a concentração de to-
ΔG = 0 pois a reação direta e inversa não são espontâneas,
das as substâncias quando o equilíbrio for atingido. É importante
portanto é possível afirmar que o equilíbrio foi atingido! Temos
notar que, Kc para uma equação química SÓ depende da tempe-
por fim:
ratura, não é alterado por catalisador e mede a espontaneidade da
reação direta, a partir da condição padrão ( 1 mol/l ou 1 atm )
0 = ΔGº + RTlnK , concluindo:
Utilizando a relação: ΔG = ΔH - TΔS, onde ΔG é a energia
livre de Gibbs, T a temperatura absoluta e ΔS e a variação da en- K = e( -ΔGº/RT)
tropia. Podemos colocá-la da seguinte forma:
Note que aqui fica mais claro ainda que o K é adimensional
(I) G = H - TS (É possível por ser função de estado) e que o K de uma reação elementar é o mesmo, caso a reação não
seja elementar, por causa da função de estado, onde ΔGf = ΔGi,
E sabendo que: logo K não depende do caminho percorrido, só dependendo a tem-
peratura. Note também que K mede a espontaneidade a partir da
(II) H = U + PV, onde U e a energia interna, P é a pressão e condição padrão. É possível demonstrar a lei de Guldberg-Waage
V o volume. e a Lei de Avogrado.

Derivando (I) temos: K = K1/K2 = [Produtos]/[Reagentes] → K1[Reagentes] =


K2[PRODUTOS]
dG = dU - d(TS) → dG = d( U + PV ) - TdS – SdT
→ dG = dU + PdV + VdP - TdS - SdT (III), Logo V1 = V2, onde V1 = Velocidade da reação direta e V2 da
inversa (Lei de Guldberg - Waage). E para Lei de Avogrado temos:
Sabendo que: dS = dQrev/T → dQrev = TdS ( IV )
K = K1/K2 → [e(-Gp/RT)]/[e(-Gr/RT)] → {e[(-Hp/RT)+(TS/RT)]}/{e[(-Hr/RT)+(TS/
Tendo que: dU = dQ - PdV ( V ) }
RT)]

Inserindo (IV) e (V) em (III) Onde: e(TS/RT) = A1,2 e Hp,r é a entalpia dos produtos que é a Ea,
energia de ativação, logo temos que:
dG = dU + PdV + VdP - TdS, onde TdS = 0 pois,
K = A.e(-Ea/RT) - Lei de Avogrado.

Didatismo e Conhecimento 29
QUÍMICA
Constante para a soma de reações

Se uma reação química pode ser expressa pela soma de duas ou mais reações (ou etapas individuais), então a constante de equilíbrio da
reação global será a multiplicação das constantes de cada uma das reações individuais.

2P(g) + 3Cl2(g) 2PCl3(g)

PCl3(g) + Cl2(g) PCl5(g)

2P(g) + 5Cl2(g) 2PCl5(g)

Neste caso, a terceira reação é igual à soma da primeira mais duas vezes a segunda:

2P(g) + 3Cl2(g) 2PCl3(g)


+ PCl3(g) + Cl2(g) PCl5(g)
PCl3(g) + Cl2(g) PCl5(g)
2P(g) + 5Cl2(g) 2PCl5(g)

E a sua constante de equilíbrio pode ser expressa por:

Pode se perceber que caso uma reação apareça duas ou mais vezes na soma, ela aparece esse mesmo número de vezes na multiplicação.

Relação entre a velocidade da reação e a constante de equilíbrio

Conforme já mencionado, no equilíbrio a velocidade tanto da reação inversa quanto a da direta são iguais. Por sua vez, a velocidade
de uma reação depende de uma outra constante chamada de constante de velocidade (simbolizada aqui por ); e é possível encontrar uma
relação entre as constantes de velocidade das reações direta e indireta, e a constante de equilíbrio.
Para demonstrar isso, considere-se o seguinte equilíbrio genérico (supondo que as suas reações ocorram cada qual em uma única etapa):

2A X+Y

Agora vejamos as duas reações que ocorrem nele, juntamente com a expressão de suas respectivas velocidades ( ):

2A → X + Y

X + Y → 2A

Didatismo e Conhecimento 30
QUÍMICA
É importante frisar que o expoente que eleva as concentrações das espécies na fórmula da velocidade não necessariamente é igual ao
respectivo coeficiente estequiométrico da espécie na reação, contudo o expoente certamente será assim se a reação se processar em uma
única etapa (conforme se está considerando nessa situação). Uma vez que as velocidades de ambas as reações são idênticas no equilíbrio,
pode-se igualá-las:

Rearranjando a equação, tem-se:

Observemos que a expressão do membro esquerdo é idêntica à fórmula do equilíbrio dessa reação. Então podemos escrever:

Esta relação é válida para qualquer equilíbrio cujas reações ocorram em uma única etapa, o que pode ser facilmente constatado por essa
mesma dedução para outros equilíbrios. No caso de as reações se processarem em mais de uma etapa, basta lembrar que a reação global
nada mais é que a soma das reações de cada etapa. Para cada uma das etapas pode-se fazer essa mesma dedução, e então somar cada reação
(o que significa multiplicar as suas constantes). Dessa forma teremos para uma reação de múltiplas etapas:

Sendo , , , e assim por diante as constantes de velocidades de cada etapa.

Equilíbrio heterogêneo

Quando todas as substâncias envolvidas no equilíbrio se encontram no mesmo estado físico diz-se que temos um equilíbrio homogêneo,
que é o caso de todos os equilíbrios apresentados aqui até então. Analogamente, os equilíbrios onde estão envolvidas mais de uma fase são
chamados de equilíbrios heterogêneos, como o seguinte:

Ni(s) + 4CO(g) Ni(CO)4(g)

Note-se que o subscrito (s) significa que a espécie se encontra no estado sólido. Equilíbrios heterogêneos, como este, frequentemente
apresentam ao menos um sólido puro ou um líquido puro. Na expressão da constante de equilíbrio temos as concentrações das espécies
envolvidas. A concentração pode ser calculada dividindo-se o número de mols da substância pelo volume que ela ocupa. O número de mols
representa a quantidade de matéria e, por isso, ele é proporcional a massa; assim o número de mols dividido pelo volume é proporcional à
massa dividida pelo volume. A densidade de algo é justamente calculada dividindo-se a sua massa pelo seu volume ocupado. No caso de
uma substância pura, toda a sua massa corresponde à de uma única substância, e assim a sua “concentração” do seu número de mols dividido
pelo volume é proporcional a sua densidade (massa dividida pelo volume).
A densidade de uma dada substância em dadas condições é uma propriedade intensiva, ou seja, é a mesma independentemente do
quanto dessa substância houver. Dessa forma pode-se concluir que a concentração de um sólido ou um líquido puro (que são virtualmente
incompressíveis) é a mesma independentemente de quanto houver deles (já um gás, que pode ser comprimido sem dificuldade, tem a sua
concentração variada facilmente). Por essa razão se simplifica as expressões das constantes de equilíbrio omitindo-se a concentração de
sólidos e líquidos puros. Com isso, a expressão para a constante do último equilíbrio apresentado fica:

Didatismo e Conhecimento 31
QUÍMICA
Equilíbrio gasoso Compressão
Um equilíbrio gasoso pode ser afetado pela compressão. De
Pela equação dos gases perfeitos tem-se que para cada gás de acordo com o princípio de Le Chatelier, com o aumento da pres-
uma mistura gasosa: são o equilíbrio tende a se deslocar no sentido de diminuir essa
pressão, o que significa favorecer a reação que resulte no menor
, número de moléculas no estado gasoso. Nesse caso, a o valor da
constante de equilíbrio também não é alterado. Para se observar tal
onde é a pressão parcial de um gás qualquer (ou seja, a efeito, considere-se esse equilíbrio:
pressão que ele teria caso estivesse apenas ele no recipiente),
é o volume ocupado pela mistura, é o número de mols do gás,
é a constante dos gases perfeitos, e a temperatura em kelvin.
Rearranjando a equação, teremos: N2O4(g) 2NO2(g)

As concentrações podem ser escritas como o seu número de


O membro esquerdo ( / ) é a fórmula para o cálculo da
concentração molar do gás. A constante é sempre a mesma e a mols dividido pelo volume ( ), então teremos:
temperatura não varia em um sistema que permanece em equi-
líbrio químico, assim o único fator que pode variar na equação em
um equilíbrio é a pressão parcial . Dessa forma pode-se dizer
que a concentração do gás é proporcional à sua pressão parcial.
Com base nisso, também é possível escrever a fórmula da constan-
te de equilíbrio usando-se as pressões parciais dos gases envolvi-
dos, no lugar de suas concentrações. Por exemplo:
Se o valor de (volume) diminuir, é preciso que o número de
mols do N2O4 aumente para que o valor da constante de equilíbrio
H2(g) + I2(g) 2HI(g) permaneça o mesmo. Na reação, esse reagente representava meta-
de do número de moléculas do produto. O mesmo raciocínio pode
ser aplicado em qualquer equilíbrio gasoso.
Observe-se que agora a constante de equilíbrio está represen-
tada por , em vez de (quando o cálculo foi feito usando- Temperatura
-se as concentrações dos gases). Essas duas constantes para um
mesmo caso possuem valores diferentes uma da outra, então é im- É encontrado experimentalmente que a formação de produtos
portante especificar qual das duas se está usando quando se está de uma reação exotérmica (isto é, que liberta energia) é favorecida
lidando com um equilíbrio. com a diminuição da temperatura, ao passo que a formação de
produtos em uma reação endotérmica (isto é, que absorve energia)
Adição ou remoção de reagentes (Não serve para sólidos) é favorecida com o aumento da temperatura. Em um equilíbrio, se
uma reação é endotérmica a outra necessariamente é exotérmica,
Ao se alterar a quantidade de uma substância, também se está
e vice-versa. Aumentar ou diminuir a temperatura fará com que
mexendo na velocidade em que a reação se processa (pois se estará
a velocidade de uma das reações aumente e a da outra diminua.
mudando as chances de as substâncias reagirem entre si). Dessa
forma, a velocidade das reações direta e inversa deixa de ser igual: As velocidades das reações se igualarão novamente depois de um
se uma substância foi retirada de uma das reações, essa passará a tempo; porém nesse caso como temos o favorecimento e o des-
ser mais lenta; e, analogamente, ela passará a ser mais rápida se favorecimento da formação de certas substâncias, a constante de
uma substância for adicionada a ela. Assim ocorre que se algo for equilíbrio nessa nova temperatura não será mais a mesma da tem-
acrescentado, o equilíbrio tende a reduzir a quantidade dessa subs- peratura anterior.
tância e vice-versa. Tal resposta do equilíbrio pode ser sumarizada
pelo assim chamado Princípio de Le Chatelier: Catalisador
Quando um stress é aplicado a um sistema em equilíbrio dinâ-
mico, o equilíbrio tende a se ajustar para diminuir o efeito do stress. A adição de um catalisador direciona a reação para um novo
À medida que as reações se processam, as suas velocidades vão se mecanismo, o qual é mais rápido do que o sem a catálise. Contu-
aproximando até que se igualem e assim é atingido novamente o do, o catalisador não afeta o valor da constante de equilíbrio, ele
equilíbrio. A constante do equilíbrio será a mesma da de antes de apenas faz com que o equilíbrio seja atingido em um tempo menor,
se adicionar ou remover substâncias. conforme mostrado na figura a seguir:

Didatismo e Conhecimento 32
QUÍMICA
preferencialmente do sentido de consumir os reagentes. Sabendo-
-se disso, também é possível favorecer a formação de um produto
de interesse o removendo em uma certa taxa ao longo do processo
(pois assim o equilíbrio será deslocado a favor da formação desse
produto).

15 ELETROQUÍMICA.

Pilha

Pilha é qualquer dispositivo no qual uma reação de oxirredu-


Curvas tracejadas: com catalisador ção espontânea produz corrente elétrica.
Curvas cheias: sem catalisador Cátodo é o eletrodo no qual há redução (ganho de elétrons). É
o pólo positivo da pilha.
Atenção: O equilíbrio não é deslocado com a presença do ca- Ânodo é o eletrodo no qual há oxidação (perda de elétrons). É
talisador. o pólo negativo da pilha.

Relação entre as constantes Kp e Kc Os elétrons saem do ânodo (pólo negativo) e entram no cáto-
do (pólo positivo) da pilha.
Existe uma relação matemática entre as constantes de equilí-
brio em função da concentração Kc e em função da pressão parcial Pilhas comerciais
Kp, baseada na equação de Clapeyron: - Pilha seca comum (Leclanché)
- Pilha alcalina comum
- Pilha de mercúrio
- Bateria de níquel-cádmio
- Bateria de chumbo
em que: R é a constante universal dos gases, T é a temperatura - Pilha de combustível
absoluta e Δn é a diferença entre a soma dos coeficientes inteiros
dos produtos gasosos e a soma dos coeficientes inteiros dos rea- Representação convencionada pela IUPAC
gentes gasosos. Por exemplo, no equilíbrio:
Ânodo/Solução do ânodo//Solução do cátodo/Cátodo
aA(g) + bB(g) + cC(s) yY(g) + zZ(g)
Exemplo: Pilha de Daniell → Zn/Zn2+//Cu2+/Cu
Δn = (y + z) - (a + b)
Eletrodo padrão
Essa expressão matemática apresenta uma limitação, não ad-
mitindo a presença de um ou mais líquidos na reação em questão. Eletrodo padrão é aquele no qual as concentrações das subs-
Isso não significa que a reação não apresente Kp e Kc, significa tâncias em solução é igual a 1 mol/L e a temperatura é de 25°C.
apenas que a expressão é inválida para esse caso. No caso de um gás participar do eletrodo, sua pressão deve ser
igual a 1 atm. Por convenção, o potencial padrão de eletrodo do
Aplicações hidrogênio é igual a zero e o seu potencial padrão de redução é
igual a zero:
Dada a constante de equilíbrio, é possível saber em qual dire-
ção a reação vai ocorrer preferencialmente no início quando mis-
turamos certas quantidades de substâncias que estarão em equilí- 2H+ + 2e- → H2
¬
brio entre si. Para isso basta calcular o quociente de reação para
o início da mistura. Sua expressão é exatamente a mesma que a E0red = 0
da constante de equilíbrio, o que muda é que nesse caso usamos (convenção)
as concentrações ou as pressões parciais de um dado instante da
reação (não necessariamente no equilíbrio). Se o quociente de A IUPAC eliminou o termo potencial de oxidação. Sempre
reação for maior que a constante de equilíbrio, isso significa que deve ser usada a expressão potencial de redução. A medida do
a quantidade de produtos é alta demais e, pelo princípio de Le potencial padrão de redução de um dado eletrodo padrão é feita
Chatelier, a reação vai se processar preferencialmente no sentido medindo-se a ddp de uma pilha padrão na qual uma das semipilhas
de consumir os produtos. Analogamente, se o quociente de reação é um eletrodo padrão de hidrogênio e a outra é o eletrodo padrão
for menor que a constante de equilíbrio, a reação vai se processar cujo E0red se quer medir.

Didatismo e Conhecimento 33
QUÍMICA
- Quanto maior for o E0red, mais fácil será a redução e mais forte será o oxidante.
- Quanto menor for o E0red, mais difícil será a redução e mais fraco será o oxidante.
- Quanto maior for o E0red, mais difícil será a oxidação e mais fraco será o redutor.
- Quanto menor for o E0red, mais fácil será a oxidação e mais forte será o redutor.

fluxo de elétrons
¾¾¾¾¾¾¾¾®
reação espontânea (DG < 0)
MENOR E0red MAIOR E0red
fluxo de elétrons
¬¾¾¾¾¾¾¾¾
reação não-espontânea (DG > 0)
Corrosão

Corrosão do ferro
Reação global: 2Fe + 3/2O2 + xH2O → Fe2O3 · xH2O
ferrugem

Proteção contra a corrosão


- Ferro galvanizado (ferro revestido de zinco)
- Lata (ferro revestido de estanho)
- Ferro com plaquetas de Zn ou Mg presas na
superfície e que funcionam como eletrodo de
sacrifício

Eletrólise

Eletrólise é uma reação de oxirredução não-espontânea produzida pela passagem da corrente elétrica. Cátodo da cela eletrolítica é o
eletrodo negativo, isto é, ligado ao polo negativo do gerador. Nele ocorre sempre uma reação de redução. Ânodo da cela eletrolítica é o
eletrodo positivo, isto é, ligado ao polo positivo do gerador. Nele sempre ocorre uma reação de oxidação.

Polo positivo Polo negativo


Pilha cátodo ânodo
Célula eletrolítica ânodo cátodo

Na eletrólise em solução aquosa de sais de metais alcalinos (Na+, K+...), alcalino-terrosos (Ca2+, Ba2+...) e de alumínio (Al3+), a descarga
no cátodo não é a dos respectivos cátions, mas ocorre segundo a equação:

2H2O + 2e- → H2 + 2(OH)-

Nas eletrólises em solução aquosa e com ânodo inerte (Pt ou grafite) de sais oxigenados (SO42-, NO3-, PO43-...) não há a descarga dos
respectivos ânions oxigenados, mas ocorre a descarga segundo a equação:

H2O → 2H+ + ½O2 + 2e-

O ânion F-, embora não seja oxigenado, comporta-se como os ânions oxigenados em relação à descarga no ânodo.
Nas eletrólises em solução aquosa com ânodo de metal não-inerte M (prata ou metal mais reativo que a prata), a descarga que ocorre
no ânodo é segundo a equação:

M → M x+ + xe-
Ag → Ag+ + e-
Cu → Cu2+ + 2e-

Didatismo e Conhecimento 34
QUÍMICA
Purificação eletrolítica do cobre - Faz-se a eletrólise de
CuSO4 em solução aquosa usando como cátodo um fio de cobre
puro e como ânodo um bloco de cobre impuro. Nesse processo,
precipita a lama anódica que contém impurezas de Au, Ag, Pt,
etc., da qual são posteriormente extraídos esses metais.

Galvanoplastia - Douração, prateação, niquelação, cromea-


ção, etc., feitas por via eletrolítica. Ácido Nítrico
C3H6O - Acetona
Aplicações da eletrólise A acetona líquida, utilizada para remover o esmalte das unhas,
- Obtenção de metais (Al, Na, Mg) é um composto orgânico cuja molécula apresenta uma cadeia de
- Obtenção de NaOH, H2 e Cl2 três átomos de carbono:
- Purificação eletrolítica de metais
- Galvanoplastia

16 QUÍMICA ORGÂNICA: ESTRUTURA, NO-


MENCLATURA E PROPRIEDADES FÍSICAS
E QUÍMICAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS.
C3H6O

Propriedades do Átomo do Carbono

Química Orgânica: é o ramo da Química que estuda os com- Acetona


posto do carbono. Os átomos de carbono podem ligar-se uns aos C6H12O6 - Glicose
outros formando cadeias carbônicas. São conhecidos compostos Nos hospitais, os doentes após operações cirúrgicas são ali-
com cadeias formadas por 2,3,4,5 ... até milhares de átomos de mentados com glicose sob a forma de soro (solução de glicose).A
carbono glicose é um composto orgânico cuja molécula apresenta uma ca-
deia de seis átomos de carbono

Cadeia Carbônica

As ligações entre átomos de carbono são ligações covalentes


(pares de elétrons compartilhados). Exemplos de compostos orgâ-
nicos: cachaça, álcool, cerveja. C6H12O6
O álcool que você usa como desinfetante, o álcool que você
usa como combustível, álcool que você ingere nas bebidas alcóoli-
Glicose
cas, é um composto orgânico cuja molécula apresenta uma cadeia
A coloração amarela da cenoura é dada por um pigmento ve-
de 2 átomos de carbono.
O ácido do vinagre que você utiliza no preparo de saladas, getal chamado caroteno, cuja molécula apresenta uma cadeia de 40
maioneses, etc. , é o ácido acético, cuja molécula apresenta uma átomos de carbono (C40H56). A coloração avermelhada do tomate
cadeia de dois átomos de carbono maduro é dada por outro pigmento chamado” licopeno”, cuja mo-
lécula também apresenta cadeia de 40 átomos de carbono (C40H56).
A cadeia carbônica do caroteno é diferente da do licopeno, mas
ambos são (C40H56).
O petróleo é uma mistura contendo inúmeros compostos orgâ-
nicos, predominando os formados de carbono e hidrogênio.(CxHy).
Por destilação fracionada do petróleo são obtidos inúmeros produ-
tos, tais como: gasolina, querosene, óleo diesel, óleos lubrificantes,
H 4C2O2 parafinas, vaselina, asfalto, etc.

Ácido Acético Características Gerais


As ligações mais frequentes envolvendo os compostos orgâni-
O explosivo da dinamite é a nitroglicerina, que é fabricada cos acontecem entre átomos de carbono e hidrogênio. Nesse caso,
pela reação da glicerina com o ácido nítrico .A glicerina é um com- como a atração exercida sobre os elétrons é praticamente a mesma,
posto orgânico cuja molécula apresenta uma cadeia de três carbo- não ocorre acúmulo de cargas elétricas (pólos) .Portanto, essas li-
no. gações são apolares, originando compostos apolares.

Didatismo e Conhecimento 35
QUÍMICA
Quando, na molécula de um composto orgânico existe outro elemento químico além de carbono e hidrogênio, suas moléculas poderão
apresentar certa polaridade.

ou

Essa característica é, entre outras, responsável por algumas propriedades dos compostos orgânicos. Vejamos algumas delas:

Ponto de Fusão e Ponto de Ebulição

A ausência ou a baixa polaridade é responsável pelos menores pontos de fusão e ebulição quando comparado com os inorgânicos. Tam-
bém essa característica justifica que, à temperatura ambiente, os compostos orgânicos sejam encontrados nos três estados físicos, enquanto
os compostos iônicos sejam encontrados somente no estado sólido.

Fórmula C4H10 C2H6O C6H6O NaCl


Fenol
Nome Butano Etanol Cloreto de Sódio
(ácido Fênico)
Aplicação Gás de Isqueiro Álcool Comum Bactericida Alimentação
Ponto Fusão -138 Co
- 115 Co
41 C
o
801 oC
Ponto Ebulição 0 C
o
78 C
o
182 C o
1413 oC
Estado Físico
Gasoso Líquido Sólido Sólido
(a 25 oC--1 atm)

Solubilidade
Os compostos orgânicos apolares são praticamente insolúveis em água e tendem a se dissolver em outros compostos orgânicos apolares
(semelhante tende a dissolver semelhante).
A graxa (orgânica) é removida quando a dissolvemos com gasolina (orgânica). No entanto, também existem compostos orgânicos pola-
res, portanto solúveis em água. Alguns deles: açúcar, álcool comum, ácido acético (contido no vinagre), éter comum, etc.

Combustibilidade
A grande maioria dos compostos que sofrem combustão (queima) são de origem orgânica.

Encadeamento
Os átomos de carbono têm a propriedade de se unir, formando estruturas denominadas cadeias carbônicas. Essa propriedade é a princi-
pal responsável pela existência de milhões de compostos orgânicos.
Veja alguns exemplos de cadeias:

Didatismo e Conhecimento 36
QUÍMICA
Importante: Uma cadeia carbônica pode apresentar, além de átomos de carbono, átomos de outros elementos, desde que estes estejam
entre os á tomos de carbono. Os elementos diferentes do carbono que mais frequentemente podem fazer parte da cadeia carbônica são: O,
N, S, P. Nessa situação, estes átomos são denominados heteroátomos.
Existe outra maneira de representar a cadeia de um composto orgânico. Nesse tipo de representação, não aparecem nem os carbonos,
nem os hidrogênios ligados aos carbonos. As ligações entres os carbonos são indicados por traços (-) localizando-se os carbonos nos pontos
de inflexão (quinas) e nas extremidades dos traços.

ciclopropano

1-buteno
Podemos também simplificar por meio de índices ;

ou H3C - CH2 - O - CH2 - CH3

Simplificando a representação dos H: C2H5 - O - C2H5 ou C4H10O

Estrutura de Compostos Orgânicos, Cadeias Carbônicas

Classificação do Carbono

Podem ser classificados de acordo com o número de outros átomos de carbono ligado a ele na cadeia.

Didatismo e Conhecimento 37
QUÍMICA

Carbono Definição Fórmula Estrutural Cadeia Normal, Reta ou Linear Cadeia Ramificada

Ligado diretamente, Apresenta apenas duas extremi- Apresenta no mínimo três ex-
Primário no máximo, a um dades e seus átomos estão dis- tremidades e seus átomos não
outro carbono postos numa única seqüência. estão dispostos numa única
seqüência.
Ligado diretamente
Secundário a dois outros
carbonos

Ligado diretamente
Terciário a três outros car-
bonos

2) Cadeias Fechadas ou Cíclicas


Ligado diretamente Podem ser: Aromáticas ou Alicíclicas (Não Aromáticas)
Quaternário a quatro outros
carbonos Cadeias Aromáticas Cadeias Alicíclicas ou Não
Aromáticas
São aquelas que apresentam
pelo menos um anel benzênico São cadeias que não apresen-
Classificação das Cadeias Carbônicas
tam o núcleo aromático ou
benzênico
Cadeia Carbônica
É o conjunto de todos os átomos de carbono e de todos os
heteroátomo que constituem a molécula de qualquer composto or-
gânico. Quanto a disposição dos átomos de carbono:

Cadeia Aberta, Acíclica ou Ali- Cadeia Fechada ou Cíclica


fática
Não apresenta extremida-
Apresenta pelo menos duas extre- des e os átomos originam Benzeno
midades e nenhum ciclo ou anel. um ou mais ciclos (anéis).  

Obs.: As Cadeias Carbônicas cuja a estrutura apresentar extre-


midades livres e ciclos são denominadas mistas. Quanto a ligação
entre os átomos de carbono
Podem ser Saturada ou Insaturada (Não Saturada)

Podem ser subdivididas: Cadeia Insaturada ou


Cadeia Saturada
1) Cadeia Aberta, Acíclica ou Alifática Não Saturada
Podem ser Normal (reta ou linear) e Ramificada Apresenta somente ligações
simples entre os átomos da Apresenta pelo menos uma
cadeia dupla ou tripla ligação entre
átomos da cadeia.

Didatismo e Conhecimento 38
QUÍMICA
O principal membro da classe das Cetonas (substâncias
orgânicas oxigenadas) recebe a denominação de Acetona (ou
ainda, propanona ou dimetil-cetona).

Características Físicas da Acetona:

Este composto orgânico sintético tem a forma de um líquido


incolor de odor característico e facilmente distinguido.
É fácil notar a presença da acetona nos salões de beleza, onde
é usado na remoção de esmaltes. Basta abrir o recipiente que o
contém e rapidamente o mesmo é inalado, pois evapora facilmente,
Quanto à natureza dos átomos que compõem a cadeia. além de ser inflamável e solúvel em água. 
Podem ser Classificadas em Homogênea ou Heterogênea
CH3(CO)CH3
Cadeia Homogênea Cadeia Heterogênea
Fórmula química da acetona
É constituída somente por Apresenta pelo menos um
átomo de carbono. heteroátomo na cadeia.

 
Fórmula molecular da acetona

Obtenção da Acetona: Existem vários métodos de se obter


Acetonas, um deles consiste em aquecer acetato de cálcio 300°C.
  A equação abaixo representa o processo:

Ácido Fênico

A acetona (C3H6O) aparece como um dos produtos finais do


processo. Conheça algumas das utilizações da acetona: O principal
uso é com solvente de tintas, vernizes e esmaltes. É usada também
como agente secante de objetos, como por exemplo, de recipientes
em laboratórios. Devido a propriedade de ser miscível com a água,
Funções Orgânicas combinam-se ambos os líquidos e então evapora.

Notação, Nomenclatura e Propriedades Físicas e Químicas Ácidos Carboxílicos


de Hidro Carboneto, Álcool, Éter, Cenol, Cetonas, Aldeídos, Algumas substâncias orgânicas possuem a propriedade de
Ácido Carboxílicos, Amina e Amida (Contendo de 1 a 8 Carbonos) proteger a pele, os ácidos carboxílicos são um exemplo, eles são
usados na produção de filtros solares.
As substâncias orgânicas com propriedades semelhantes A coloração esbranquiçada do protetor, que nos faz parecer
são agrupadas, elas podem até possuir características “palhaços” quando o espalhamos pelo rosto, se deve à presença
estruturais comuns, mas se diferenciam pelo grupo funcional. de óxidos metálicos, dentre eles, ZnO (óxido de zinco) e TiO2
Estas substâncias recebem a denominação de funções orgânicas, (óxido de titânio). Entre outros componentes está o ácido
conheça nesta seção algumas delas e seus respectivos grupos p-aminobenzoico (PABA), de fórmula molecular C7H7NO2, além
funcionais: da proteção ele ainda proporciona um belo bronzeado.
Funções oxigenadas – aldeídos, cetonas, ácidos carboxílios,
ésteres, éteres, álcoois; Como o protetor age sobre a pele? A principal função é
Funções nitrogenadas – aminas, amidas; impedir que os raios solares nocivos (UVA) sejam absorvidos pelo
Funções halogenadas – haletos; organismo. A sigla FPS (fator de proteção solar) indica o tempo
Função hidrogenada – hidrocarbonetos. permitido de exposição ao sol após ter aplicado a loção protetora.
Se o FPS for 8, você poderá permanecer no sol por um período 8
Esta classificação surgiu da necessidade de organizar o vezes maior do que se estivesse sem proteção, e assim por diante.
grande número de compostos orgânicos em classes subdivididas Se o FPS for 15, significa que ele reduz 15 vezes a influência
que obedecem a propriedades químicas comuns. Com certeza dos raios ultravioleta, ou seja, após 15 horas teremos o mesmo
esta divisão facilita  nosso estudo, então confira nesta seção as efeito sobre a pele que teríamos em 1 hora sob o sol, sem proteção
características e aplicações das principais funções orgânicas. nenhuma.

Didatismo e Conhecimento 39
QUÍMICA
Álcoois
Os álcoois possuem o grupo funcional hidroxila (-OH) ligados
a um ou mais carbonos saturados.

 
A denominação é constituída a partir do nome dos hidrocarbo-
netos, finalizando com a terminação al.
Exemplo:

A denominação é realizada trocando-se o final o do nome do


hidrocarboneto correspondente pelo sufixo ol. A posição do grupo
hidroxila (-OH) deve ser indicada pelo menor número possível.

Nomenclatura dos aldeídos ramificados


1º - Assinalar a cadeia principal com uma moldura
2º - Numerar a cadeia a partir do carbono do grupo aldoxila
que irá adquirir o número 1.
3º - Começar o nome indicando a ramificação ou ramificações.
Classificação dos Álcoois
Exemplo:
Depende da posição da hidroxila

-Álcoois primários – apresentam sua hidroxila ligada


a carbono na extremidade da cadeia. Possuindo um grupo
característico – CH2OH.

Aldeídos de Cadeias Cíclicas

-Álcoois secundários – apresentam sua hidroxila unida a


carbono secundário da cadeia. Possuindo o grupo característico –
CHOH.

-Álcoois terciários – apresentam sua hidroxila ligada a


carbono terciário. Possuindo o grupo – COH.

Amidas

As amidas são compostos orgânicos, ou seja, possuem áto-


mos de carbono em sua estrutura. Todas as amidas possuem em
sua fórmula geral, além de carbonos, o grupo carbonila (C=O) e
o grupo amino (NH2). Vamos então analisar as propriedades deste
Aldeídos composto:
Os aldeídos são compostos orgânicos que se apresentam pela - Uma das propriedades químicas das amidas é a polaridade,
presença do grupo funcional carbonila (–COH).  elas são polares devido à presença do grupo C=O;

Didatismo e Conhecimento 40
QUÍMICA
- Propriedades físicas: em condições ambientes podem ser en- Cetona
contradas no estado sólido ou líquido. No estado líquido encontra- Cetonas são substâncias orgânicas onde o grupo funcional
mos as amidas de fórmula estrutural menor, como a metanamida carbonila se encontra ligado a dois átomos de carbono. Uma ceto-
ou a formamida, esses dois compostos são líquidos incolores. As na bastante conhecida é a Propanona. Cuja estrutura é a seguinte:
amidas primárias e secundárias possuem ponto de fusão e pon-          O 
to de ebulição mais elevados que outras amidas de mesma massa          ║
molecular.
H3C ─ C ─ CH3
As amidas não ocorrem na natureza e por isso é preciso prepa-
rá-las em laboratório, o processo se baseia no aquecimento de sais
Esse composto é conhecido  popularmente como Acetona, e
de amônio e seguido de desidratação, veja a equação: R- COONH4
se apresenta como um líquido de odor irritante e se dissolve tanto
→ R – COONH2 + H2O
em água como em solventes orgânicos. Essa característica permi-
As amidas são empregadas em sínteses orgânicas e represen-
tam compostos importantes como náilon. O náilon é uma poliami- te sua utilização como solvente de tintas, vernizes e esmaltes. Na
da que se destaca entre os polímeros. indústria alimentícia, possui uma importante utilização: extração
de óleos e gorduras de sementes de plantas. Essas plantas são em
Nomenclatura: prefixo + AMIDA. geral a soja, girassol e amendoim.
As cetonas podem ser encontradas até em nossos organismos,
Exemplo:  em pequena quantidade, fazendo parte dos corpos cetônicos na
         O corrente sanguínea.
         ║ As cetonas mostram o grupo carbonila (C = O), sendo esse
H3C ─ C ─ NH2 carbono secundário. O sufixo -ona é usado para indicar a função:
etanamida
Prefixo: etan + AMIDA.

As aminas são consideradas bases orgânicas, elas são obtidas


através da substituição de um ou mais hidrogênio da amônia (NH3)
por demais grupos orgânicos. Elas possuem em sua fórmula geral
o elemento Nitrogênio. A numeração da cadeia deve começar depois da extremidade
As aminas podem se apresentar em condições ambientes na mais próxima do grupo C = O.
forma sólida, líquida ou gasosa, dependendo de sua estrutura.
Aminas alifáticas com até doze carbonos são líquidas, e as com
mais de doze carbonos são sólidas, e todas elas são incolores. As
líquidas são tóxicas e apresentam cheiro desagradável, e as sólidas
são inodoras.
Aminas podem ser produzidas na decomposição de peixes
(trimetilamina), e na decomposição das proteínas de organismos
humanos putrefatos (cadáveres) são formadas a putrescina e cada-
verina, essas são diaminas alifáticas saturadas. Alguns compostos
extraídos de vegetais, tais como os alcalóides contêm amina em
sua fórmula. A denominação das cetonas ramificadas e/ou insaturadas se-
Em muitas sínteses orgânicas são utilizadas aminas, como por gue as regras já vistas.
exemplo, na vulcanização da borracha, na preparação de corantes,
na fabricação de sabões, na produção de medicamentos, etc.
Veja como pode ser feito o processo de caracterização de ami-
nas:
As aminas primárias, secundárias e terciárias se comportam
de modos distintos frente à reação com ácido nitroso, sendo assim,
essas reações podem ser usadas para distingui-las.
No frasco que contém a amina, adicione o ácido nitroso e ob-
serve o resultado:
Amina terciária: quando não há reação alguma entre os com-
ponentes.
Amina secundária: se houver formação de um precipitado de
coloração amarela. Existe uma nomenclatura usual em que o grupo >C = O é
Amina primária: há a liberação de gás nitrogênio durante a denominado cetona, e seus ligamentos são considerados grupos
reação. orgânicos.

Didatismo e Conhecimento 41
QUÍMICA
Monoálcool: classificação dada a álcoois que possuem apenas
uma hidroxila ligada.
Exemplo:

Propanol – 1

Diálcool: álcool que possui duas hidroxilas ligadas à cadeia


carbônica.
Exemplo:

Classificação dos alcoóis

Os álcoois são definidos como compostos orgânicos que


apresentam o grupo funcional hidroxila (OH) preso a um ou mais
carbonos saturados. Eles podem se classificar de acordo com
muitos critérios, é o que veremos agora: Propanodiol – 1,2

Posição da hidroxila Triálcool: este álcool conta com três hidroxilas em sua cadeia.
Álcool primário: Quando a hidroxila estiver localizada na Exemplo:
extremidade da cadeia, o álcool se classifica como sendo primário.
Exemplo:

CH3 ─ OH
Metanol

Repare que a OH se encontra no extremo da cadeia e se liga Propanotriol


apenas a um átomo de carbono.
Tipo de cadeia
Álcool secundário: possui a hidroxila ligada a carbono
secundário. Álcool de cadeia aberta: a cadeia que forma este álcool é
Exemplo: linear, ou seja, não forma ângulos.
Exemplo:

Penten-3-ol-2
Dizemos que o carbono é secundário quando está entre dois Propanol-2
átomos de carbono.
Álcool de cadeia cíclica: a presença de uma figura geométrica
Álcool terciário: para receber esta classificação a hidroxila caracteriza este tipo de álcool.
precisa estar ligada a carbono terciário. Exemplo:
Exemplo:

Ciclopentanol
Neste caso, a figura pentágono forma a estrutura carbônica.
Metil-propanol-2
O carbono terciário se liga a outros três átomos de carbono. Álcool de cadeia aromática: O álcool aromático possui um
anel benzeno em sua estrutura.
Número de hidroxilas Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 42
QUÍMICA
Reações Orgânicas

No fim do século XIX, as substâncias utilizadas no


tratamento de doenças, na fabricação de produtos de limpeza e
perfumes, só podiam ser encontradas em seus estados naturais. O
desenvolvimento da Química Orgânica possibilitou a determinação
Fenol das estruturas dos compostos presentes nesses produtos.
Esta evolução é devido a pesquisas e produção de inúmeras
Éteres substâncias por reações feitas em laboratório. Os químicos
reconhecem o composto e tentam produzi-lo por meio de reações
Éteres são compostos orgânicos caracterizados pela presença orgânicas. É economicamente viável, pois é mais barato e mais
de um átomo de oxigênio (O) ligado a dois radicais monovalentes fácil sintetizar uma substância do que extraí-la de uma fonte
alquila, ou seja, hidrocarbonetos (grupos orgânicos). natural. Exemplo: a vitamina C pode ser obtida de fontes naturais
Exemplo: ou pode ser produzida em laboratório, e sua composição é a mesma
em ambos os casos.
H3C ─ O ─ CH3 As reações orgânicas podem ser classificadas de diversas
éter metílico ou metóxi-metano maneiras, a mais comum é a que diferencia reações de adição,
substituição e eliminação.
Os éteres são compostos incolores, de cheiro agradável
e pouco solúvel em água, em condições ambientes podem se Reações de adição: correspondem às reações que tem uma
apresentar na fase sólida, líquida ou gasosa. Os de massa molecular configuração característica de hidrocarbonetos insaturados, como
mais elevada estão no estado sólido, os que apresentam dois e três os alcenos, alcinos e dienos. Na reação por adição, há a junção de
carbonos na molécula são gasosos e os seguintes são líquidos que duas ou mais moléculas provocando a origem de unicamente um
são extremamente voláteis. produto. Veja o exemplo:
Éteres são usados como solventes de óleos, gorduras, resinas
e na fabricação de seda artificial. Dentre as variadas aplicações dos
éteres se destaca sua utilização na medicina que é muito importante,
sendo usado como anestésico e na preparação de medicamentos.
O éter etílico (éter comum) pertence à classe de éteres, é um
líquido incolor muito volátil (ferve a 35° C), produz frio intenso
ao evaporar em contato com a pele e seus vapores são três vezes
mais pesados que o ar. Sua utilização é feita em pacientes, é um
poderoso anestésico inalatório porque relaxa os músculos, mas
Reações de substituição: um átomo ou grupo de átomos é
possui as desvantagens de causar irritação no trato respiratório
e a possibilidade de provocar explosões em ambientes fechados. substituído por um radical do outro reagente, ou seja, ocorre na
Sendo assim, ele está em desuso, apesar de ter sido usado durante molécula a troca de um ligante.
quase um século.
O éter etílico dissolve graxas, óleos e resinas, por isso é usado Reações de eliminação: os átomos na molécula do reagente
na indústria como solvente de óleos e tintas. orgânico diminuem, daí o nome da reação: eliminação. Nesse tipo
A nomenclatura oficial para os Éteres segue uma regra fixa de reação, ocorre a saída de ligantes de uma molécula sem que
estabelecida pela União Internacional de Química Pura e Aplicada aconteça a substituição desses ligantes por outros.
(IUPAC). Observe o funcionamento das normas:
1. Inicie o nome dos éteres pelo prefixo de menor número de Mecanismo de uma reação é o caminho pelo qual a reação se
carbonos, conforme abaixo: processa, ele descreve as várias etapas pelas quais ela passa.
Prefixos: A ruptura das ligações, os ataques eletrofílicos e nucleofílicos
ao reagente orgânico, a formação de novas ligações e de compostos
1 carbono - MET                        6 carbonos - HEX intermediários, tudo isso é demonstrado em um mecanismo.
2 carbonos - ET                         7 carbonos - HEPT Vale lembrar que um mecanismo é proposto se baseado em
3 carbonos - PROP                    8 carbonos - OCT experimentos, mas é apenas um modelo, não sendo um caminho
4 carbonos - BUT                       9 carbonos - NON obrigatório para a reação.
5 carbonos - PENT                   10 carbonos - DEC No mecanismo da reação influem vários fatores, como a
natureza  do solvente, polaridade das ligações, troca de elétrons,
2. Use o termo intermediário: oxi. etc. Portanto, um determinado mecanismo nem sempre é a única
3. Encerre pelo nome do hidrocarboneto com maior número maneira de se explicar a formação de determinado produto.
de carbonos. No caso das reações orgânicas, um mecanismo pode ocorrer
Exemplos: H3C ─ CH2 ─ O ─ CH3  de duas maneiras: ionicamente ou via radicais livres.
Metoxi-etano 1. Mecanismo iônico: a ruptura heterolítica de uma ligação
Repare que a nomenclatura começou com o prefixo de menor covalente dá início ao processo, originando íons (carbocátion e
número de carbonos. carbânion).

Didatismo e Conhecimento 43
QUÍMICA
2. Mecanismo via radicais livres: a ruptura homolítica de uma ligação covalente forma radicais livres (muito instáveis e reativos).

Acompanhe o mecanismo de Halidrificação de Alcenos.

Podemos dividir o mecanismo em etapas:

1ª Etapa: A quebra homolítica de Ácido Bromídrico (H — Br) deu origem ao radical livre • Br, este reage com alceno e forma um novo
radical.
Etapa intermediária: o radical livre ataca o hidrogênio polarizado do HBr.
Etapa final: Nesta etapa se forma o produto (1- Bromo propano) e um novo radical que reiniciará a reação.
Como se vê, a Halidrificação de Alcenos ocorre por Mecanismo via radicais livres.

Observação: Halidrificação pode ser entendida como Halogenação, uma vez que houve a adição de um Halogênio (Bromo) à molécula.
O mecanismo de uma reação é uma maneira didática (simulação) de mostrar passo a passo a formação de determinado produto, mas,
contudo, explica o que acontece realmente na prática.

Reatividade dos Compostos Orgânicos

Reação de Saponificação

Em termos gerais, a reação de saponificação ocorre quando um éster em solução aquosa de base inorgânica origina um sal orgânico e
álcool.
A Reação de saponificação também é conhecida como hidrólise alcalina, através dela é que se torna possível o feitio do sabão. Falando
quimicamente, seria a mistura de um éster (proveniente de um ácido graxo) e uma base (hidróxido de sódio) para se obter sabão (sal
orgânico).
A equação abaixo demonstra este processo:
Éster + base forte → sabão + glicerol

Praticamente todos os ésteres são retirados de óleos e gorduras, daí o porquê das donas de casa usarem o óleo comestível para o feitio
do sabão caseiro.
Equação genérica da hidrólise alcalina:

A equação acima representa a hidrólise alcalina de um óleo (glicerídeo). Dizemos que é uma hidrólise em razão da presença de água
(H2O) e que é alcalina pela presença da base NaOH (soda cáustica). O símbolo ∆ indica que houve aquecimento durante o processo.
Produtos da reação de Saponificação: sabão e glicerol (álcool).

Reação de substituição

Reação de substituição, como o próprio nome já diz, é aquela em que ocorre na molécula a troca de um ligante.
Veja um exemplo de substituição por radical livre:
1ª etapa: formação do radical

Didatismo e Conhecimento 44
QUÍMICA

Ruptura homolítica do Br2 e formação de radicais • BR: esta


cisão na ligação covalente ocorre na presença de calor ou luz.
2ª etapa: ataque do radical Brometo ao Propano, causando a
ruptura homolítica da ligação C ― H.

O carbono fica com o par eletrônico e colabora para a formação


de um carbânion e um íon H+ (próton).

Reações de Redução, Oxidação e Combustão

O ligante H da molécula de propano é substituído pelo ligante Reação de oxidação: quando ocorre - na maioria das vezes -
BR, originando o 1 -Bromo propano ou 2 - Bromo propano. A com adição de oxigênio.
reação de substituição por radical livre é típica de alcanos. A reação da oxidação pode ser: parcial ou total.
Nota: As duas setas indicam que o radical Bromo pode
substituir qualquer hidrogênio da estrutura. A ruptura de ligações Oxidação parcial de álcool primário.
entre átomos pode ocorrer de modo homogêneo ou heterogêneo. Exemplo:
Ruptura Homolítica: a molécula é separada de modo igual
para os radicais resultantes, ou seja, é uma cisão de ligação sem
perda nem ganho de elétrons.
Quando a quebra da ligação é feita igualmente, cada átomo fica
com seu elétron original da ligação, dando origem aos chamados
radicais livres.
Oxidação parcial de álcool secundário.
Exemplo:

Radical livre: átomo com elétron desemparelhado, cuja carga


elétrica é neutra.
Oxidação de aldeído.
Ruptura Heterolítica: a quebra da ligação é feita de modo Exemplo:
desigual, ficando o par eletrônico com apenas um dos átomos da
ligação.

Oxidação total de álcool primário.


Exemplo:

Observe que uma das espécies ganha elétrons e a outra perde


(formação de íons).
Rompendo-se heteroliticamente a ligação entre carbono e
bromo, teremos um carbocátion e um íon brometo (ânion). Neste
caso, o elemento bromo, como sendo mais eletronegativo, leva
consigo o par eletrônico.
Mas o que aconteceria se o par de elétrons ficasse com o Reação de redução: é o inverso da reação de oxidação.
Carbono? Isto ocorre quando há uma quebra heterolítica entre a Ocorre - na maioria das vezes - com adição de hidrogênio.
ligação de carbono e hidrogênio:

Didatismo e Conhecimento 45
QUÍMICA
A reação de redução pode ser: parcial ou total.

Redução parcial de ácido orgânico.


Exemplo:

Redução de aldeído.
Exemplo:

Redução de cetona.
Exemplo:
 

Redução total de ácido orgânico.


Exemplo:

Reação de combustão

Combustão é uma reação química exotérmica, ou seja, libera calor para o ambiente. Esse tipo de reação é muito comum, já que a maioria
da energia que consumimos é derivada da queima de materiais: os combustíveis. Exemplo: gás de cozinha, gasolina, óleos e outros, todos
eles obtidos a partir da destilação de petróleo, por isso recebem a classificação de hidrocarbonetos. Esses compostos são formados somente
por carbono e hidrogênio, e para que uma combustão ocorra é necessário um comburente: o gás Oxigênio.
Na reação de combustão dos hidrocarbonetos ocorre a formação de gás carbônico (CO2) e água, a energia é liberada sob a forma de
calor. Veja a equação de combustão:

H + O2 → CO2 + H2O

A reação gerou apenas dióxido de carbono e água, quando elementos como carbono, nitrogênio, enxofre e ferro são queimados, dão
origem a óxidos: a queima do Carbono irá gerar o dióxido de carbono, a combustão do nitrogênio dará origem ao dióxido de nitrogênio, a
queima de enxofre irá gerar dióxido de enxofre e a do ferro irá gerar óxido de ferro III.
Mas, infelizmente, os combustíveis que apresentam extrema importância em nossa vida também trazem tragédias quando terminam em
incêndios, para que isso ocorra são necessários três fatores:
1- Calor;
2- Presença de um combustível;
3- Presença de um comburente.

Para se prevenir e extinguir um incêndio é preciso eliminar um dos três elementos citados, a eliminação pode ser por:

Didatismo e Conhecimento 46
QUÍMICA
Resfriamento: a água é usada para abaixar a temperatura;
Abafamento: utiliza-se cobertores para impedir o contato do gás oxigênio do ar com o combustível;
Retirada do combustível: existem vários tipos de extintores, e eles são usados conforme a origem do combustível:
- Sólidos: carvão, madeira, pólvora;
- Líquidos: gasolina, álcool, éter, óleo;
- Gasosos: metano, etano, etileno.

QUESTÕES

01- Para separar os componentes de uma mistura, foi realizada a seguinte sequência de operações: aquecimento => adição de água e
filtração => evaporação
Esse procedimento é recomendável para a seguinte mistura:
a) areia, açúcar e sal
b) carvão, areia e açúcar
c) ferro, enxofre e álcool
d) enxofre, gasolina e ferro
e) iodo, sal de cozinha e areia

02- De uma mistura heterogênea de dois líquidos imiscíveis e de densidades diferentes podem-se obter os líquidos puros por:
I. sublimação
II. decantação
III. filtração

Dessas afirmações, apenas:


a) I é correta
b) II é correta
c) III é correta
d) I e II são corretas
e) II e III são corretas

03- Considere os sistemas abaixo:


I. água e açúcar
II. álcool e carvão
III. água e areia
IV. água e óleo

Assinale a alternativa que relaciona os sistemas que podem ser separados por filtração.
a) I e II
b) II e III
c) I e III
d) II e IV
e) III e IV

04- O método eficaz de separação dos componentes de uma solução aquosa de NaCl (sal de cozinha) é:
a) decantação
b) destilação
c) filtração
d) recristalização
e) sublimação

05- Relacione a coluna da direita com a da esquerda, considerando a melhor técnica para separar as seguintes misturas:
1) limalha de ferro e enxofre sublimação
2) óleo e água decantação
3) areia e naftaleno imantação
4) açúcar e sal fusão fracionada
5) bronze (liga de cobre e estanho) cristalização

Didatismo e Conhecimento 47
QUÍMICA
Lendo-se de cima para baixo formar-se-á a seguinte seqüência numérica:
a) 3 2 1 5 4
b) 1 2 3 4 5
c) 3 5 1 2 4
d) 4 2 5 3 1
e) 2 4 1 5 3

06- Numa determinada área urbana, a concentração média do agente poluente SO2 no ar atmosférico atingiu o valor de 3,2 x 10-4 g.m-3.
Essa concentração, expressa em mol.L-1 e em moléculas.m-3, corresponde, respectivamente, aos valores
a) 5,0 x 10-6 e 3,0 x 1018.
b) 3,2 x 10-7 e 6,0 x 1020.
c) 5,0 x 10-9 e 2,7 x 1025.
d) 5,0 x 10-3 e 3,0 x 1021.
e) 5,0 x 10-9 e 3,0 x 1018.

07- Misturando-se 250 mL de solução 0,600 mol/L de KCℓ com 750 mL de solução 0,200 mol/L de BaCℓ2, obtém-se uma solução cuja
concentração de íon cloreto, em mol/L, é igual a
a) 0,300.
b) 0,400.
c) 0,450.
d) 0,600.
e) 0,800.

08- O volume, em mililitros, de uma solução de 0,5 mol/L de AgNO3 necessário para preparar 200 mililitros de uma solução 0,1 mol/L
desse sal é igual a
a) 10.
b) 20.
c) 25.
d) 40.
e) 50.

09- O soro fisiológico é uma solução aquosa que contém 0,9 % em massa de NaCℓ. Para preparar 200 mL dessa solução, a quantidade
necessária de NaCℓ é de aproximadamente
a) 0,45 g.
b) 1,8 g.
c) 0,09 mol.
d) 0,18 mol.
e) 10,6 g.

10- Um técnico laboratorial, distraidamente, deixou derramar no chão um frasco de 20 mL de uma solução 0,2 mol/L de ácido sulfúrico.
Na prateleira, ele dispunha de uma solução de hidróxido de sódio 0,6 mol/L. Nessa situação, para neutralizar completamente o volume de
ácido derramado, será necessário um volume de base igual a:
a) 18,50 mL
b) 20,00 mL
c) 6,66 mL
d) 13,33 mL
e) 26,66 mL

11- Antigamente, o açúcar era um produto de preço elevado e utilizado quase exclusivamente como medicamento calmante. No século
XVIII, com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, esse cenário mudou. Hoje, a sacarose é acessível à maior parte da população, sendo
utilizada no preparo de alimentos e bebidas. Um suco de fruta concentrado de determinada marca foi adoçado com 3,42 g de açúcar (sacaro-
se: C12H22O11) em 200 mL de solução. Com este suco, foi preparado um refresco, adicionando-se mais 800 mL de água. A concentração em
mol/L de sacarose no suco e a concentração em g/L de sacarose no refresco são, respectivamente
a) 0,05 mol/L e 34,2 g/L.
b) 0,05 mol/L e 3,42 g/L.
c) 0,5 mol/L e 3,42 g/L.
d) 0,5 mol/L e 34,2 g/L.
e) 0,05 mol/L e 342 g/L.

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QUÍMICA
12- Os licores são constituídos principalmente de extrato de 02- A alternativa correta é a b. Como os líquidos são imis-
plantas, álcool etílico e uma grande quantidade de água e sacarose. cíveis (não se misturam) e tem densidades diferentes (um flutua
Num copo de Becker, foram misturados 400 mL de solução de sobre o outro), o processo a ser utilizado é a decantação.
sacarose de concentração 57 g/L com 600 mL de solução de con-
centração 19 g/L do mesmo açúcar. A concentração da sacarose 03- A alternativa correta é a b. Entre as alternativas, as únicas
(C12H22O11) em mol L-1, na solução final é, aproximadamente, que apresentam sistemas que podem ser separados por filtração
a) 0,10 são II e III.
b) 0,34
c) 1,00 04- Através da destilação pode-se separar a água do sal
d) 3,42 usando-se aquecimento e valendo-se da grande diferença entre os
e) 34,20 pontos de fusão da água e do sal de cozinha. Na recristalização,
deixa-se a solução salina num recipiente aberto e aguarda-se a eva-
13- O atleta Michael Phelps é considerado um fenômeno na poração completa da água. Por sua rapidez, a destilação é o mais
natação. Contribui para esse sucesso uma particularidade metabó- eficiente. A alternativa correta é a b.
lica que lhe confere uma recuperação fora do comum. Enquanto a
maior parte dos nadadores, depois das competições, apresenta uma 05- A sublimação é usada quando um dos componentes é só-
média de 10 milimols de ácido lático por litro de sangue, o nadador lido e passa para vapor se aquecido. É o caso do naftaleno (nafta-
campeão apresenta apenas 5,6 milimols. lina) na alternativa 3. A decantação é usada na separação de dois
Fonte: Veja, n. 2073, p.122. líquidos imiscíveis e com diferentes densidades, alternativa 2. A
imantação é usada para separar materiais que são atraídos pelo imã
As concentrações de ácido lático (C3H6O3), em gramas por litro dos que não são atraídos, alternativa 1. A fusão fracionada é usada
de sangue, que correspondem, respectivamente, a 10 milimols/L e para separar sólidos que apresentem diferentes pontos de fusão,
5,6 milimols/L, são de aproximadamente alternativa 5. A cristalização é usada para separar solutos de di-
a) 1 x 10-1 e 5,6 x 10-1. ferentes solubilidades, é o caso da alternativa 4, se adicionarmos
b) 1 x 10-3 e 5,6 x 10-3. água a seus componentes. A alternativa correta é a a.
c) 4,5 x 10-1 e 2,5 x 10-1.
d) 9 x 10-1 e 5 x 10-1. 06-E / 07-C / 08-D / 09-B / 10-D / 11-B / 12-A / 13-D / 14-C
e) 9 x 10-3 e 5 x 10-3. / 15-A
14- A mistura de 26,7 g de NaCℓ (massa molar 53,4 g.mol-1)
em água suficiente para que a solução apresente o volume de 500
mL resulta numa concentração de: ANOTAÇÕES
a) 26,7% (m/v).
b) 26,7 g.L-1.
c) 1,0 mol.L-1.
d) 0,0534 g.L-1.
e) 13,35 L.mol.
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15- Durante a temporada de verão, um veranista interessado —————————————————————————
em química fez uma análise da água da Praia Mansa de Caiobá.
Pôs para evaporar ao ar livre 200 mL de água dessa praia, e o —————————————————————————
material sólido resultante ele colocou no forno de sua casa, liga-
do a 180 °C, por algumas horas. Ao pesar o material resultante, —————————————————————————
ele encontrou 6 gramas de sólido como resultado. Supondo que o
material encontrado pelo veranista era NaCℓ (59 g/mol), assinale a
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alternativa que apresenta a concentração desse sal na água do mar —————————————————————————
em mol/L.
a) 0,5. —————————————————————————
b) 1.
c) 3,4. —————————————————————————
d) 0,2. —————————————————————————
e) 0,1.
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Respostas:
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01- A resposta correta é a e. Aquecendo a mistura, separa-se o —————————————————————————
iodo por sublimação. Adicionando-se água, o sal dissolve-se nesta
e separa-se da areia. Uma filtração separa a areia da solução salina. —————————————————————————
Uma evaporação separa a água do sal.
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