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CASCAVEL
2022
INTRODUÇÃO
CHARQUE
Possui uma história que começa com a aceleração dos fluxos migratórios do
Nordeste e com o crescimento da demanda por charque no Sudeste, este passa por
uma série de apreensões de produtos análogos, porém 21 adulterados, e termina
com a aprovação pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(DIPOA), em 1978, de um sucedâneo curado com nitrato/nitrito, feito de espessas
mantas de carne de dianteiro e partes do traseiro bovino (FELÍCIO, 2002). Em
decorrência da demanda crescente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os
fabricantes de charque começaram, no início dos anos 70, a reivindicar a aprovação
de um produto, para comercialização regional, com teor de umidade maior do que o
permitido, pois este podia prescindir da alta estabilidade, só obtida na prolongada
fase de secagem. Tal aprovação representaria redução de custos financeiros,
aumento da produtividade das fábricas e maior rendimento do processo de
elaboração. Logo, desponta sem permissão legal, um análogo do charque com
teores variáveis de umidade, bem maiores do que os 45% (com 5% de tolerância)
permitidos. No entanto, este produto, que chegou a ser conhecido como “charque
frescal”, ao corte apresentava uma coloração interna marrom, nada atrativa, e
deteriorava- se com facilidade. É nesse quesito que ocorre o nitrato e o nitrito de
sódio, usualmente empregados no processamento de carne suína. Com esses
agentes de cura, mesmo em concentrações muito inferiores àquelas dos presuntos
e embutidos diversos, os fabricantes conseguiram imitar a cor vermelha do charque
tradicional. O problema de má conservação seria resolvido mais tarde com a
embalagem a vácuo. Contudo, o Ministério da Agricultura recusava-se a aprovar o
emprego de agentes de cura, seja porque queria preservar a identidade do charque
tradicional, seja porque à época (1974/1975) havia, uma grande preocupação com
os níveis de nitrito residual e com a presença de nitrosaminas em produtos cárneos
(Santos, J. Christovam. Comunicação pessoal, 2002).
CARNE DE SOL
As mudanças nas rotinas e atividades diárias da população, tais como a opção por
famílias menos numerosas, mulheres que não trabalham em seus domicílios e
período cada vez mais curto para a realização das refeições, vem crescendo a
procura destas fora de casa, ou no próprio local de trabalho. Dentre as mudanças,
destacam-se os novos hábitos sociais e a transformação no padrão de consumo
alimentar. O desenvolvimento industrial, ocorrido na segunda metade do século XX,
foram um dos fatores que colaboraram para o processo de transformação da
sociedade brasileira. (AKUTSU et al., 2005).
FELÍCIO, Pedro. JERKED BEEF - Um sucedâneo do charque criado a partir de uma fraude.
Revista ABCZ, 2002. Disponivel em:
<https://www.fea.unicamp.br/sites/fea/files/dta/laboratorios/PPCD/ABCZrevista07.pdf>
Acesso em 15 de outubro de 2022.
GOUVEA, José Augusto Gaspar de e GOUVEA, Ana Alice Lima de. TECNOLOGIA DE
FABRICAÇÃO DA CARNE DE SOL. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT,
2007. Disponivel em <http://www.sbrt.ibict.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NzQ=> Acesso
em 10 de outubro de 2022.
HARTMANN, Anderson. Charque gaúcho e carne de sol são parentes, mas têm
sabores diferentes. Gazeta do povo 2018.
<https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/restaurantes/charque-gaucho-e-
carne-de-sol-diferencas/> Acesso em 15 de outubro de 2022.