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Sindicato dos Professores no Distrito Federal - Maio de 2023 - Ano XVII - número 54 www.sinprodf.org.

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A GREVE DA EDUCAÇÃO
É LUTA DE TODOS E TODAS NÓS

P
rofessores(as) e orientadores(as) educacionais das es- Entre outros problemas impostos à comunidade
colas públicas do DF aprovaram greve. A paralisação escolar, ainda há a dificuldade do acesso à escola,
das atividades é reflexo do descaso do governador Iba- que prejudica, principalmente, crianças e adoles-
neis Rocha com a educação. E os prejuízos disso não centes da periferia.
atingem apenas a categoria do magistério público, mas tam- A educação pública é garantida na Constituição Fe-
bém estudantes, familiares; a sociedade em geral. deral, além de ser considerada direito humano. A qua-
Nossa categoria está há 8 anos sem reajuste salarial. As lidade de sua execução – ou a ausência dela – impacta
perdas financeiras e no processo educativo são gigantescas. diretamente na construção do DF e do mundo que
Em 2015, o vencimento básico dos(as) professores(as) queremos. Por isso, é urgente que toda a sociedade
e orientadores(as) educacionais estava mais de 100% aci- apoie a greve da educação e se some à luta, que é de
ma do Piso Nacional do Magistério. Hoje, pela primeira vez todos e de todas nós.
na história do DF, Brasília, capital do Brasil, paga à cate-
goria do magistério remuneração abaixo do Piso, ou seja,
menos do que determina a lei.
A desvalorização do magistério público gera adoeci-
POR QUE
mento e faz com que esses trabalhadores e essas trabalha-
doras busquem outras carreiras que garantam melhores
ESTAMOS EM GREVE?
condições de trabalho e de vida. Isso gera descontinuida- ► 8 ANOS SEM REAJUSTE SALARIAL
de na aplicação do projeto político pedagógico das esco- O último reajuste salarial concedido a profes-
las, e traz perdas pedagógicas. sores(as) e orientadores(as) educacionais foi em
Professores(as) e orientadores(as) educacionais, bem 2015. Depois de 8 anos de congelamento salarial,
como toda a comunidade escolar, vêm sofrendo com pro- o governador Ibaneis Rocha anunciou reajuste de
blemas graves na educação pública do DF. Entre eles, salas 6%, índice que não repõe sequer a inflação do pe-
de aula superlotadas, que geram condições inadequadas de ríodo. O percentual resulta em cerca de R$ 200 a
aprendizagem, sobretudo para estudantes com deficiência. mais para a categoria do magistério.
Neste último caso, além de prejuízo no processo educacional, Enquanto isso, o governador aprovou reajus-
o descaso com a educação gera sofrimento aos familiares. te de 25% para si próprio, para o alto escalão do
Toda a comunidade escolar também é obrigada a con- governo e seus cargos comissionados. Para eles, o
viver com a violência dentro das escolas. Este é um proble- reajuste será de, em média, R$ 5 mil.
ma que tem como alguns dos principais fatores a ausência
de políticas para a educação pública e o descaso com este
setor. Uma sala de aula superlotada, por exemplo, tem
chances muito maiores de geração de conflitos.
► VENCIMENTO ABAIXO DO A categoria do magistério luta ► CONCURSO PÚBLICO
PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO para que a quantidade de estudan- Respeito e valorização de profes-
Os 8 anos de congelamento sa- tes por sala de aula siga o que está sores(as) e orientadores(as) educa-
larial impostos à categoria trou- definido no Plano Distrital de Edu- cionais estão diretamente ligados à
xeram perdas gigantescas. Hoje, cação. Uma educação pública de garantia de direitos, vínculo trabalhis-
o vencimento básico de um(uma) qualidade não é possível com salas ta fortalecido e condições de trabalho
professor(a) chega a ser menor que de aula superlotadas. dignas. Isso só pode ser estabelecido
o Piso Nacional da Educação. Pela na lei da Carreira do Magistério Pú-
primeira vez, o GDF paga aos(às) ► EDUCAÇÃO INCLUSIVA blico. E só fazem parte dessa carreira
professores(as) remuneração com É urgente defender o direito professores(as) e orientadores(as)
valor menor do que está estabele- dos(as) estudantes com deficiência à concursados(as).
cido em lei. aprendizagem. A escola não pode ser Lutamos para que sejam convoca-
depósito de alunos e alunas. Precisa- dos(as) todos(as) os(as) aprovados(as)
► INSEGURANÇA DIANTE mos acolher esses estudantes, não no último concurso para a Carreira do
DA VIOLÊNCIA basta só garantir o acesso deles à es- Magistério, realizado em 2022. A rei-
A violência nas escolas é fato cola. Há que se garantir, também, as vindicação é para que nomeiem tanto
que sempre atingiu a comunidade condições de permanência, acessibi- os aprovados para vagas de provimen-
escolar. O tema ganhou ainda mais lidade, estrutura e recursos humanos to imediato como aqueles que fica-
relevância com os ataques registra- suficientes para propiciar as apren- ram no cadastro reserva. Mesmo com
dos nos últimos meses. Essa vio- dizagens ativas a partir de ações isso, as carências na rede pública de
lência tem como um dos pilares a metodológicas ativas. As lutas em ensino não serão resolvidas. Por isso,
ausência de políticas públicas para defesa da educação inclusiva estão lutamos ainda para que a realização
a educação. O Batalhão Escolar, por associadas a todas as outras lutas da de concurso público para a educação
exemplo, deve estar inserido nesta categoria do magistério público.......... seja uma política permanente.
política, mas não vem sendo aplica-
do como deveria. Todos esses e outros pontos pelos quais lutamos podem ser
► FALTA DE PROFESSORES atendidos com a reestruturação da Carreira do Magistério:
E ORIENTADORES lei que garante os direitos dos(as) professores(as) e
Atualmente, o déficit de profes- orientadores(as) educacionais. Por isso, essa é uma das
sores(as) efetivos e orientadores(as)
educacionais é grave. A rede públi- pautas centrais da nossa Campanha Salarial 2023.
ca de ensino do DF tem quase 15
mil professores(as) com contrato
temporário. Isso representa mais
de 50% da regência de classe. Essa
é uma escolha política do governo.
Professores(as) com contrato tempo-
rário – altamente qualificados – têm
vínculo trabalhista fragilizado, com
condições de trabalho precarizadas.
A ideia do GDF é desvalorizar a edu-
cação pública. É insustentável que
professores(as) com contrato tempo-
rário ocupem vagas de efetivos.

► SALAS DE AULA SUPERLOTADAS


O Sinpro recebeu denúncias de es-
colas com 47 estudantes por turma.
Isso é uma consequência da Estraté-
gia de Matrícula feita arbitrariamente
pelo GDF, que definiu o aumento de
estudantes por sala de aula.

Publicação destinada à comunidade. Secretaria de Imprensa e Divulgação: Jornalistas: Alessandra Terribili, Carla Lisboa,
Letícia Montandon (coordenadora), Danielle Freire, Geovanna Santos, Letícia Sallorenzo,
Sinpro-DF(sede): SIG , Quadra 6, Lote nº 2.260, Cleber Soares, Samuel Fernandes. Luis Ricardo Machado, Vanessa Galassi.
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www.sinprodf.org.br | imprensa@sinprodf.org.br Eduardo G. Antero | Gabriel Suaid Tiragem: 140.000 exemplares

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