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Considerando a seguinte situação fática:

Pedro e Rosana namoraram durante 8 anos e viveram juntos


durante dois anos. Agendaram a data do casamento para atender a expectativa
da família e dos amigos, mas, às vésperas da cerimônia romperam o
relacionamento porque Rosana descobriu que Pedro tinha um relacionamento
afetivo com outra pessoa. Ele saiu da residência que eles compartilhavam e
levou seus objetos pessoais. Dois anos mais tarde, Pedro foi processado por
um cliente de sua loja de informática, acusado de ter vendido produto
defeituoso e ter se recusado a substituir quando o consumidor solicitou.
Rosana foi arrolada como testemunha do cliente porque ela é especialista em
tecnologia e presta serviços para a empresa que está processando Pedro. O
conhecimento técnico de Rosana sobre informática e o trabalho de
programação que ela realiza foi a razão pela qual o cliente de Pedro a indicou
como testemunha, porém, os advogados de Pedro contestaram a indicação,
sob alegação de que ela teria motivos para querer prejudicar seu ex-
companheiro.

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Em análise ao presente caso, ora, exposto de acordo com a
previsão infra legislativa do Art. 447 do Código de Processo Civil, define como regra
que todas as pessoas podem ser testemunhas no processo, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
Dessa maneira, importante se faz esclarecer e definir os conceitos
de incapazes, impedidas ou suspeitas, sendo eles;

PESSOAS INCAPAZES

São consideradas incapazes aquelas definidas no Art. 447,


parágrafo primeiro, do CPC:

a) Interditados por enfermidade ou deficiência mental;

b) Aquela que, ao tempo do fato, não podia discerni-lo por conta de


enfermidade ou retardamento mental;

c) Aquela que, ao tempo do depoimento, não está habilitado a transmitir


percepções;

d) Aquela que tiver menos de 16 anos;

e) O cego e o surdo, quando a ciência do fato depender do sentido que


lhes falta.

PESSOAS IMPEDIDAS

São consideradas impedidas aquelas definidas no Art. 447,


parágrafo segundo, do CPC:
a) O cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente, em qualquer
grau e colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por
consanguinidade ou afinidade, salvo se o interesse público exigir ou, tratando-
se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a
prova;
b) Aquela que é parte na causa;
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c) Aquela que intervém em nome de uma parte, seja como tutor,
representante legal, advogado ou outra que assistam ou tenham assistido as
partes.

PESSOAS SUSPEITAS

São consideradas suspeitas aquelas definidas no Art. 447,


parágrafo terceiro, do CPC:
a) O inimigo da parte ou seu amigo íntimo;
b) Aquela que tiver interesse no litígio.
Nesse sentindo podemos definir o conceito de testemunhas sendo a
pessoa desinteressada e capaz de depor que declara à autoridade judiciária o
que tem ciência sobre fatos perceptíveis pelos sentidos. O objetivo é fornecer
ao processo dados de conhecimento que foram obtidos sensorialmente pelo
declarante.
CONCLUSÃO

Portanto conclui-se, nos termos do parágrafo 4 do art. 447 do


mesmo diploma, sendo necessário, o juiz poderá admitir o depoimento dos menores,
impedidos e suspeitos, atribuindo o valor que merecer.
E ainda, será licito á parte contraria contraditar a testemunha,
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição: caso seja acolhida a
contradita, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como
informante, conforme preceitua os parágrafos 1 e 2 Art. 357 Código de Processo
Civil.
Dessa forma, por todo o exposto em comparativo ao problema
aprestado, restara claro que os advogados de Pedro estão corretos por contestaram
a indicação, para que a Sra. Rosana, não testemunha sob alegação de que ela teria
motivos para querer prejudicar seu ex-companheiro.
Pois a Sra. Rosana é considerada suspeita no processo conforme
previsão da alínea b do parágrafo terceiro do Art. 447 do CPC – pois a mesma
possui interesse no processo, ainda que possua conhecimento sobre a causa por
fazer da empresa que presta serviços para o Autor, ora, cliente que está

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processando Pedro, a mesma NÃO PODE TER QUALQUER INTERESSE NA
CAUSA E QUESTÃO em prosperar na ação.
Além de obter interesse na presente lide, a Sra. Rosana já esteve
em união estável com o Sr. Pedro por quase dois anos, de modo que o termino foi
prejudicial para aquela, no tocante a traição a mesma poderá se utilizar de vingança
conforme alínea a do mesmo diploma.
E ainda se essa suspeição for argumentada pelas partes, acusação
ou defesa, o juiz que preside o julgamento deve decidir se a testemunha será
dispensada de dar depoimento ou se será ouvida somente como informante.
Segundo a lei, para admitir uma testemunha suspeita como informante, seu
depoimento deve ser necessário para a elucidação do fato que se investiga (artigo
447, § 4º, Código de Processo Civil).
O informante não terá a obrigação de falar a verdade, sendo
permitido à pessoa mentir em seu depoimento.
Evidenciando o papel da prova testemunhal para o desenrolar dos
processos judiciais, tanto que o legislador considerou sua realização como uma
regra, e não exceção.
Neste sentido, é imperativo que o advogado, ao desempenhar suas
funções, conheça os procedimentos que envolvam a sua produção, desde a
apresentação do rol de testemunhas até a efetiva inquirição.

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