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Olá, caro aluno!

Quem fala aqui é o Consultor Humberto Fraga.

Para quem não me conhece ainda, aqui vai uma breve apresentação:
sou bacharel em Odontologia e Administração de Empresas,
graduando em Direito, e possuo um MBA em Gestão Empresarial.
Atualmente sou Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas
dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA), aprovado em 10º
lugar. Além disso, fui aprovado em mais 8 concursos, dentre os quais
estão os de Agente de Fiscalização e de Agente de Fiscalização –
Administração no TCE-SP.

Fui aluno da LS, testemunha da metodologia de estudo, e hoje sou


Consultor, com a missão de ajudar mais pessoas a realizar o sonho
de aprovação. Hoje vamos abordar um tema muito importante que
atrapalha a vida do concurseiro: REDES SOCIAIS.

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Segundo a agência inglesa “We are Social”, o Brasil é hoje o terceiro colocado na lista dos países que
mais passam tempo na internet, com uma média diária de 9 horas e 17 minutos, perdendo apenas para
as Filipinas e a África do Sul. Se falarmos somente do tempo de uso em redes sociais, o brasileiro passa
cerca de 3 horas e 45 minutos online, ocupando a segunda posição do ranking, perdendo apenas para as
Filipinas.

Perceba que, não por coincidência, os países cujas populações passam mais tempo na internet em
comparação com a média mundial são, em sua grande maioria, compostos de nações em processo de
desenvolvimento (como Filipinas, Brasil, Colômbia, Tailândia e Argentina), enquanto países considerados
desenvolvidos (como Japão, Alemanha, França, Suíça e até mesmo os Estados Unidos) estão todos abaixo
da média mundial.

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Não sei você, mas, para mim, esses números são assustadores, já que sei o quanto é difícil, para muitos
concurseiros, ainda mais para os que conciliam o estudo com o trabalho, completar essas mesmas 3
horas e 45 minutos de estudo (em horas líquidas, é claro). Para o brasileiro, esse tempo, se somado em
um ano, seria o equivalente a passar simplesmente 141 dias líquidos conectados à internet ou 57 dias
líquidos com os olhos “grudados” nas redes sociais.

E tanta gente reclamando de não ter tempo de fazer isso ou aquilo, não é mesmo? Já parou pra pensar
o que dava pra fazer com todo esse tempo?

E o pior de tudo é que, talvez, esse número de horas tenha aumentado bastante nos últimos meses,
devido à pandemia, já que muitas pessoas adotaram o home office, ou tiveram suas atividades habituais
suspensas.

Já deu para perceber que o problema, no montante, é um pouquinho mais sério que apenas uma
“olhadinha”? Isso pode estar acabando com seu rendimento sem que você ao menos tenha notado.

Uma palavra muito recorrente no mundo corporativo, e que também é extremamente importante para
o concurseiro que quer ser aprovado é a “produtividade”. Ser produtivo possui uma fórmula muito
simples, mas difícil de ser executada: fazer mais coisas com menos recursos. No nosso caso, esse recurso
é o tempo, e ele é escasso.

Com tantas distrações ao longo do dia, manter o foco naquilo que realmente importa se torna cada vez
mais difícil. Assim, temos a sensação de que as 24 horas diminuíram, e que fomos “engolidos” pelo dia.
Para compensar, dormimos menos, deixamos de estar com pessoas das quais gostamos, nos alimentamos
com comidas rápidas e pouco nutritivas, entre outros.

Um dos grandes vilões dessa falta de tempo está em suas mãos neste exato momento: os aparelhos
eletrônicos. São muitas horas em frente às telas eletrônicas e, em grande parte desse tempo, estamos
nos distraindo nas redes sociais.

O vício de dar uma bisbilhotada no celular ficou tão sério que muitas pessoas leem e respondem suas
mensagens enquanto dirigem. Só pra termos uma ideia da gravidade disso, um estudo feito pela Cesvi
(Centro de Experimentação e Segurança Viária) apontou que desviar o olhar para responder uma
mensagem no Whatsapp, a uma velocidade de 80 km/h, equivale a dirigir a extensão de um campo de
futebol inteiro com os olhos fechados.

Outro estudo, realizado pelo Centro de Tecnologia Allianz, apontou que um terço das causas de todos os
acidentes de trânsito ocorriam por distrações em função da utilização do celular enquanto se dirige. Hoje,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são o primeiro responsável
por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro na faixa de
30 a 44 anos.

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Assim, como podemos ver, ao mesmo tempo em que a internet nos dá acesso à informação, a novas
soluções e ideias, também pode não só fazer com que seu usuário se distraia e perca seu tempo com
atividades que não contribuem em nada para nossa vida, como também pode prejudicar nossas vidas em
diversos aspectos, como veremos mais detalhadamente neste e-book.

Atualmente, todos nós entendemos que é importante estarmos conectados com o mundo, sabermos das
notícias, e nos comunicar com as outras pessoas pelo Whatsapp, Instragram ou pelo Facebook (afinal,
ninguém mais faz ligações, não é mesmo? Rs). E isso afetou praticamente todas as idades! Hoje, é inegável
que praticamente todos, independentemente da idade, possuem um smartphone e estão constantemente
conectados às redes sociais.

De certa forma, temos que nos adequar a essa nova realidade, eu sei. Entretanto, devemos impor limites
para essa tecnologia, ou corremos o risco de ela consumir toda nossa atenção e deixarmos de viver o que
realmente importa.

E aqui vai uma dica: se você é concurseiro, o que realmente importa agora é sua aprovação, e ela precisa
muito de foco nos estudos e pouco de “memes” de Instagram (eu, pelo menos, nunca tive que responder
uma questão de concurso sobre “memes” em minhas provas de atualidades, rs).

Você, nesse exato momento, pode estar falando para você mesmo: “Não, ele está falando dessas pessoas
que são viciadas em celular. Eu passo muito pouco tempo, e isso quase não afeta minha rotina.”

Por isso, gostaria de propor um choque de realidade nesse momento. Vamos lá?

Se você usa o Instagram:

1. Entre no seu Instagram pelo celular e acesse seu perfil;

2. Clique no menu (aquelas três “listrinhas” no canto superior direito);

3. Clique em “Sua atividade”.

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Se você usa o Facebook:

1. Entre no seu Facebook pelo celular e acesse sua página inicial;

2. Clique no menu (aquelas três “listrinhas” no canto superior direito);

3. Vá em “Configurações e privacidade”;

4. Acesse “Seu tempo no Facebook”.

Observação: Eu não uso Facebook, por isso não tenho horas acumuladas no Facebook, beleza? Fiz o
caminho só para ajudar você a ver a sua realidade.

Os passos podem ter mudado quando você estiver lendo este e-book, podem variar de celular para celular,
e, certamente, serão diferentes caso você esteja acessando por meio de um desktop. Entretanto, sempre
existirá um caminho que te trará informações sobre a quantidade de tempo que você usa o aplicativo.
Descubra-o e verifique o seu tempo de uso!

Se você conseguiu, me conta aí! Está espantado com a realidade? Espero que não! Quando olhei a minha,
pela primeira vez, confesso que eu não tinha noção que perdia tanto tempo com Instagram. Doce ilusão...

Vamos fazer uma análise mais ampla agora:

Se seu celular tiver o sistema operacional Android 9 ou superior, você pode acessar o ícone de configurações
dele e buscar a aba “Bem-estar digital”.

Se você é cliente Apple e usa o sistema operacional iOS 12, ou superior, opção semelhante pode ser
acessada no ícone Ajustes, clicando na opção “Tempo de Uso”.

Seguindo esses caminhos, você encontrará o tempo gasto em cada aplicativo do seu celular, não só nas
redes sociais. De repente, você pode estar se perdendo em algum joguinho ou app aí no seu smartphone
e ainda não percebeu.

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Gostaria de pensar que você tem consciência de quanto tempo usa, que a usa com moderação, e que
agora só fez constatar que sua média diária e semanal realmente é baixa.

Caso contrário, acabamos de dar um passo muito importante antes de começar a ler este e-book: perceber
que ele é sim para você!

Então, foi pensando em todos esses fatores, que preparamos um material com dados e informações para
que você perceba a grandiosidade da relação entre as redes sociais e o perigo da sua má utilização para a
vida e a produtividade de qualquer pessoa, sobretudo para o concurseiro.

Vou começar falando sobre o mito da pessoa multitarefa, característica que muitas pessoas acreditam ter
e se gabam por isso.

E por que falar disso? Porque precisamos compreender, com base em ciência, que não conseguimos
fazer bem duas coisas ao mesmo tempo, que o nosso cérebro tem uma perda relevante de atenção e
produtividade a cada interrupção para olhar uma notificação no celular ou e-mail, e, enfim, que estamos
sabotando nossos estudos ao dar umas “escapulidas” no meio do estudo para olhar aquela notificação
que nos informa que “Fulaninho” enviou uma mensagem.

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O mito da multitarefa

Logo no início da chegada dos computadores no mundo corporativo, as máquinas que conseguiam
processar várias informações e executar várias tarefas ao mesmo tempo eram vistas com muita admiração
pelas pessoas. Todos queriam uma máquina dessas na sua empresa. Surgia aí o conceito de ser multitarefa.

O homem, numa tentativa de se comparar aos computadores e ser a “máquina de produzir” que seus
superiores gostariam que ele fosse, começou a atribuir para si essa característica de ser multitarefa, e o
próprio mercado forçou as pessoas a produzirem como as máquinas também, dando conta de diversas
tarefas ao mesmo tempo. Mas tem um pequeno probleminha nisso aí: não somos máquinas. Para humanos,
fazer várias coisas ao mesmo tempo, ou seja, ser multitarefa, não é sinônimo de “produtividade”. Pelo
contrário, pode ser sinônimo de coisa malfeita.

Sim, somos capazes de fazer duas coisas ao mesmo tempo. Todavia, uma delas, necessariamente, deve
ser automática, como andar de bicicleta e cantar. No entanto, diversos estudos científicos já comprovaram
que é impossível CONCENTRAR-SE em duas tarefas ao mesmo tempo. E tenha uma coisa em sua mente:
por mais que queira acreditar no contrário, você não é uma exceção, dotado de habilidades sobrenaturais.

Portanto, desconfie daquele amigo que jura ser capaz de conversar com alguém enquanto não desgruda
do celular. Ele, certamente, não está prestando atenção no que você está falando. Concentrar-se em algo
implica não se concentrar em outra coisa. Simples assim.

Numa leitura de uma aula em PDF, acho que fica claro para todos que você efetivamente parou de estudar
ao olhar suas redes sociais. Ou lê, ou olha a linha do tempo do seu Facebook; não dá para fazer as duas
coisas ao mesmo tempo. Entretanto, numa vídeoaula, ou numa turma presencial, quantos de nós já
deixamos o professor falando sozinho, pegamos nosso celular para dar aquela olhadinha e contabilizamos
esse tempo como estudo? A aula continua rolando e assumimos que estávamos prestando atenção, apesar
de nossos olhos apontarem para outra direção.

A pior parte é que não se trata apenas desse pequeno tempo de distração ou pausa. Existe um esforço
posterior (não percebido) que nosso cérebro tem que realizar para retomar o contexto em que estávamos
no estudo. A multitarefa força você a pagar um preço mental toda vez que você interrompe uma tarefa e
pula para outra. Se você pausa o seu estudo para olhar o Instagram ou o Whatsapp, ao retomar a leitura,
levará um tempo até pegar o fio da meada de novo, ou terá que reler o parágrafo inteiro para pegar
novamente o contexto.

Um estudo de 2003, publicado no International Journal of Information Management, diz que “perdemos”


em média um minuto para retomar nossa tarefa anterior a cada pausa rápida para verificar o e-mail.
Imagine agora que, além do e-mail, nós temos as mídias sociais e diversas outras distrações que podemos
evitar no nosso dia a dia. Elas são muitas, e o montante perdido é gritante.

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Portanto, nunca acredite naquelas pessoas que dizem que estudam 14 ou 15 horas por dia. Na melhor
das hipóteses, se realmente ela levou seu estudo a sério, foram apenas 7 ou 8 horas LÍQUIDAS de estudo.

Por isso, é importante eliminar ao máximo as distrações do seu dia para reduzir essa perda de produtividade.
Então, vamos ter foco no nosso objetivo, parar de acreditar que somos uma exceção, e aceitar que não
podemos nos concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. A hora do estudo é sagrada, e não permita
que nada, principalmente suas redes sociais, atrapalhe esse momento. Se você não se comprometer com
nada, será distraído por tudo.

A uma altura dessas, você deve estar pensando que eu sou um velho de 97 anos, que odeia internet e
redes sociais, e que não tem amigos, não é? Mas saiba que eu uso bastante as redes sociais e que sou
extremamente a favor do seu uso, mas prefiro usá-la de forma correta. E antes que pensem que eu sou um
robô, eu também erro e também me pego usando de forma incorreta diversas vezes.

Mas, já que pesei tanto nos pontos negativos, vamos falar um pouquinho sobre como a internet e as redes
sociais são benéficas para nós, e como podemos tirar o melhor proveito dela para nosso objetivo final: ser
aprovado no nosso concurso!

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Benefícios das redes sociais para o estudo

Hoje, indiscutivelmente, se você quiser publicar algo e atingir uma grande quantidade de pessoas, o local
que você deve fazer isso é numa rede social. O Instagram, por exemplo, só no Brasil, possui 72 milhões de
usuários; no mundo, mais de 1 bilhão.

Por conta desse alcance, as redes sociais acabaram sendo um novo centro de informações, que ajuda a
criar e distribuir conteúdo. Nas redes sociais você pode participar de grupos, conhecer pessoas, encontrar
notícias, produtos, e até serviços, como a LS por exemplo. Em falar nisso, siga nossas redes sociais!

/LSConcursos /LSConcurso /LSConcurso

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Aquele “mechanzinho” básico, Rs.

Voltando ao que estávamos falando, as redes sociais podem fornecer informações sobre lançamentos de
editais, grupos de discussão, notícias sobre mudanças na legislação pertinente a sua área de estudo, lives
com seus professores favoritos, e você ainda pode ficar sabendo de uma promoção de material de algum
curso online que você goste.

Quando você for aprovado no seu concurso, a primeira coisa que você vai fazer é tentar encontrar nas
redes sociais o nome das pessoas que foram aprovadas junto com você. Depois vocês vão montar um
grupo de Whatsapp e trocar informações sobre as perspectivas de nomeação. Se você já foi aprovado em
algum concurso, provavelmente já tem um grupinho desses no seu “zap”, não é?

Já pensou como seria difícil passar por toda essa ansiedade sozinho? Pois é. Hoje as redes sociais permitem
essa aproximação, e ela é extremamente benéfica.

Tá vendo aí que eu também há pontos positivos para falar das redes sociais? O que me preocupa é que
devemos ter muita cautela com seu uso, já que elas costumam ser usadas muito mais para distrações que
para esses motivos positivos que elenquei.

Para ajudar você a não ser tão seduzido pelos pontos negativos, vou trazer algumas dicas de produtividade
que podem tornar o uso dessas ferramentas algo mais saudável na sua rotina de estudos.

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Como conciliar sua produtividade com as redes sociais.

Se levarmos em conta que a Internet é uma aliada do concurseiro, que dá acesso a materiais de estudo e
informações, mas que também é uma forma de entretenimento, facilmente vamos perceber que podemos
perder o foco dos estudos com as inúmeras distrações que estão a um clique de distância.

Manter a disciplina e a concentração nos estudos enquanto se usa a internet tem sido um grande
desafio para muitos concurseiros e, infelizmente, uma parcela considerável não consegue vencer essa
“batalha” e focar naquilo que deveria.

Para ajudar você vencê-la, trarei algumas dicas valiosas:

Dica número 1:
Desligue todas as notificações do seu celular!

Pronto! Acabaram as dicas (Rs)

É brincadeira! Não é só disso que falaremos aqui, mas, se você só puder levar com você apenas um
aprendizado de todo este e-book, que seja essa dica: DESLIGUE AS NOTIFICAÇÕES DO SEU CELULAR.

Cada paradinha para olhar uma notificação, ao longo do dia, acaaaaba com sua produtividade. Acredite!
99% das notificações que recebemos são de coisas que poderíamos olhar depois, e gastar apenas um tempo
só para olhar tudo de uma só vez. E outra coisa: notícia ruim chega logo! Avise às pessoas importantes
que você não verá mais notificações e que, se tiver algo REALMENTE IMPORTANTE, que façam uma ligação
para você.

As pessoas, ou seu celular, de uma forma geral, não podem impor a hora que você deve olhar aquelas
mensagens ou novas publicações. Naquele momento você está ocupado estudando, ou mesmo curtindo
sua vida de alguma forma, e não pode ser “obrigado” a olhar o celular. Esse poder de decisão do melhor
momento para olhar o celular é seu, ou pelo menos deveria. Vamos ser sinceros com nós mesmos: não
adianta; se notificar, você vai olhar na hora! Então, mais uma vez, desabilite as notificações do seu celular,
e, somente no seu tempo de descanso, olhe suas mensagens. Essa é a dica de ouro!

Outra dica valiosa, e que vale para 99,9% das pessoas: não comece o jogo tomando um gol!

“Como é que é?”

Calma, concurseiro! Vou explicar.

Começar um jogo de futebol marcando um gol dá empolgação, dá motivação, dá autoconfiança. Por outro
lado, levar um gol logo no início da partida pode arruinar todo o emocional do time e acabar com o
planejamento que o técnico pensou para aquele jogo. Concorda?

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Então... Começar seu dia já com o celular na mão, vendo as redes sociais ou notícias, é começar o dia
marcando um gol contra sua produtividade. E convenhamos, as chances de você só ver notícia ruim são
bem maiores que as de ver notícias boas para começar seu dia bem.

Eu sei que é uma mania terrível de tirar, por que eu já passei por isso, mas vamos fazer um esforço?

Comece seu dia com a sua tarefa mais simples ou prazerosa de ser cumprida. A sensação de ter começado
o dia com o pé direito, marcando um gol, passará uma sensação de confiança e bem-estar. Meu hoje será
um dia produtivo! Então, amanhã, ao acordar, vamos começar o jogo marcando um gol logo nos primeiros
minutos do primeiro tempo, beleza?

Se não faz bem acordar com o celular na mão, tampouco dormir com ele. Sempre dormimos sem a
necessidade de um celular nas mãos, já que não faz nem 10 anos que os primeiros smartphones chegaram
a nossas vidas, mas agora diversas pessoas defendem esse hábito de dormir olhando curiosidades nas
redes sociais como se fosse pré-requisito para pegar no sono. Muito pelo contrário!

Além de chamar sua atenção para coisas interessantes, já que você será exposto a temas condizentes com
seus interesses, a luz do celular nos seus olhos, momentos antes de dormir, prejudicará a qualidade de seu
sono e, consequentemente, a sua disposição e capacidade de memorização nos estudos.

De forma bem resumida, a luz azul emitida pela tela dos dispositivos eletrônicos prejudica muito a
qualidade de nosso sono. Nossos olhos enviam uma informação para o cérebro de que há presença de
luz azul e que ainda é dia, fazendo com que tenhamos mais dificuldade para dormir, e reduzindo nossa
qualidade de sono, consequentemente.

E antes que você diga que usa filtros de luz, existe um estudo feito pela Universidade de Manchester
(ING) que mostra que os filtros podem ser mais prejudiciais ao sono do que a própria luz azul. Então, para
manter sua qualidade de sono, disposição e capacidade de memorização no dia seguinte, o recomendado
é deixar o celular e outros eletrônicos de lado pelo menos 1 hora antes de deitar.

Quando comento sobre essa questão, logo escuto: “Mas meu celular também é meu despertador!”; e logo
respondo: “Um despertador tradicional baratinho custa 30 reais. Acho que vale o investimento”. Foco na
solução, concurseiros.

Quando converso, evito ser radical nas recomendações, apesar de confessar que aqui pesei um pouco a
mão. Fiz isso porque o prejuízo das redes sociais, quando mal utilizadas, é muito grave para o concurseiro.
Eu vejo, no meu dia a dia, as redes sociais acabarem com o dia de estudo de muita gente.

Todavia, ninguém nos conhece melhor que nós mesmos. É preciso ter autoconsciência e
autorresponsabilidade. Quando o aluno é focado, disciplinado e concentrado, as redes sociais podem ser
um aliado do estudante nessa caminhada. Já para aqueles que se consideram pouco disciplinados, e que

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perdem o foco com muita facilidade, penso que a internet, de uma forma geral, pode ser uma grande vilã,
porque fatalmente prejudicará a rotina de estudos do concurseiro.

Para os que precisam de uma “mãozinha” para ajudar no foco, existem alguns aplicativos de celular que
podem auxiliar você a não usar tanto o celular. Um deles, e mais radical, é o Flipd. Ele é gratuito e funciona
tanto em celulares Android como em iOS. Você vai estabelecer uma quantidade de horas que aceita usar
de redes sociais no dia e ele vai colocar uma contagem regressiva sempre aparente na tela do seu aparelho.
Quando você atingir essa quantidade de horas pré-estabelecida, o aplicativo vai bloquear sua entrada nos
aplicativos de redes sociais, e só consegue desbloquear quando terminar aquele dia e você ganhar direito
a mais horas de rede social. Simples assim! Esse é o verdadeiro aplicativo do concurseiro raiz, tolerância
zero, Rs.

Para quem quer algo mais leve, o Instagram e o Facebook, por exemplo, fornecem um controle de uso,
que pode ser acessado exatamente naquelas telas que você acessou no início desse e-book, quando te
mostrei o gráfico com o seu tempo de uso dessas ferramentas. Você mesmo definirá o tempo máximo que
gostaria de usar o aplicativo. Quando atingido, você será notificado que atingiu o seu limite, mas, se quiser
continuar, pode continuar.

Vou trazer um último aplicativo que achei muito interessante! O nome dele é Forest. Também funciona
em celulares Android e iOS e também é gratuito. Nele, você é responsável por plantar árvores. Quanto
menos você utilizar as redes sociais, mais árvores são plantadas. Quanto mais você acessa, suas árvores
não crescem ou morrem. A depender de quanto você deixa de acessar as redes sociais, é possível criar
uma floresta virtual no seu aplicativo.

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Até aí, achei o aplicativo meio bobo. Mas, agora vem a melhor parte: as árvores que você plantar dentro
do Forest se tornam mudas de verdade fora das telas. Através de uma parceria com a organização “Trees
for the Future”, já foram plantadas mais de 300 mil árvores. Simplesmente genial! Se você nunca soube
como poderia ajudar o planeta, agora já pode fazer sua parte, e ainda se dedicar mais nos estudos, Rs.

Se você ainda não se convenceu sobre os prejuízos causados pelas redes sociais no seu estudo, vou trazer
algumas últimas informações relevantes, antes do fim do nosso encontro.

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 A nossa saúde mental e as redes sociais

Não há como negar todas as coisas maravilhosas que as redes sociais trouxeram para o mundo: reuniram
famílias sem contato, encontraram doadores de órgãos, organizaram vaquinhas para ajudar uma
causa nobre, expuseram situações degradantes que jamais chegariam ao nosso conhecimento por vias
tradicionais, e que só foram resolvidas por conta da pressão popular, entre outros.

Contudo, existe um outro lado da moeda no uso das redes sociais, que podem ser devastadores, em
alguns casos.

Um estudo realizado no Reino Unido, pela Royal Society for Public Health (RSPH) apontou que cerca de
70% dos jovens revelaram que o uso do Instagram fez com que eles se sentissem pior em relação à própria
autoimagem. Se analisarmos o público feminino, esse número sobe para 90%.

A questão é tão séria deu origem a um transtorno mental, chamado de Transtorno Dismórfico Corporal,
apelidado pelos cirurgiões plásticos de  Dismorfia do Snapchat. Nessa doença, a pessoa possui um
forte desejo de se parecer, na realidade, com sua imagem após ser retocada por filtros e outras edições,
e que tem gerado um aumento de gerações cada vez mais jovens a procurar por cirurgia plástica para
aparecer melhor em fotos.

Por conta disso, em 2019, os desenvolvedores do Instagram, decidiram ocultar para terceiros o número de
likes das postagens de seus usuários. Óbvio que a intenção inicial ao criar o botão do like não era ruim, mas
as pessoas passaram a entrar em uma competição por curtidas dentro da rede, como meio de afirmação
e aceitação de sua imagem pelas outras pessoas.

Outro fator é a falsa sensação de que a vida de todas as pessoas é feliz e perfeita, e só a nossa possui
problemas. As redes sociais acabam sendo o “palco de apresentação” da vida das pessoas, ou seja, a
imagem que elas querem passar a seus seguidores. E nós, de maneira muito injusta, acabamos fazendo
uma comparação dos nossos “bastidores” com o “palco” de outra pessoa.

Esse tipo de sentimento surge, por exemplo, quando se vê amigos constantemente viajando em férias, ou
curtindo festas, naquele happy hour em plena segunda-feira, enquanto você está em casa, com aquele
pijama surrado, estudando direito constitucional. Dá ou não dá uma sensação de que estamos perdendo
algo? Ou de que nossa vida está uma droga?

Se pararmos para pensar, no fundo, sabemos que existe que um conjunto de perfis que expressam felicidade
e ostentação permanentes que, na verdade, são irreais. E esse é o grande problema das publicações: não
temos controle sobre a veracidade das informações postadas. Basta notar a quantidade de fake news que
encontramos na internet hoje em dia. 

Confesso que eu acabei sofrendo um pouco com essa exposição na minha época de concurseiro. Cheguei
a desinstalar o aplicativo quando estava me afetando muito e me deixando ansioso. Eu estava estudando

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em casa, no meu final de semana, mas também queria estar naquele churrasco da postagem, na praia
naquele domingo de sol, ou mesmo no aniversário que não pude ir e que tive que ver as fotos da galera
toda reunida (sem mim) no dia seguinte. É inevitável comparar nossa vida com a “vida perfeita” das outras
pessoas nessas redes sociais, mesmo tendo a consciência de que a vida de ninguém é perfeita, de que as
pessoas só postam a parte boa de suas vidas, e que, provavelmente, a daquela pessoa também não é tão
perfeita quanto ela tenta fazer parecer.

Para mim, a tortura foi não estar com os amigos, mas para você pode ser outra coisa. Cabe a você analisar
se o efeito dessas comparações (e todos fazemos), está afetando sua saúde mental. Se estiver, vale a pena
rever o papel dessas redes na sua vida, porque certamente estão causando ansiedade, diminuindo sua
motivação e prejudicando seu rendimento nos estudos.

Alguns psicólogos recomendam que, nesses casos, seja feito algo que se chama de “unfollow positivo”.
Consiste em ter uma postura ativa nas redes sociais contra tudo aquilo que nos causa mal. Ou seja, fazer
“uma limpa” em todos os perfis tóxicos, deixando de segui-los. Por perfil tóxico, entenda-se aquele que
lhe vende uma vida irreal e que pode estar lhe fazendo mal.

Com essa faxina nas redes, com certeza sua vida se tornará mais leve, com menos ansiedade, comparações
e cobranças. Os gatilhos para a insatisfações diminuirão e a disponibilidade para novas conexões com o
mundo real e pessoas reais será ampliado.

Não se trata de inveja ou coisas do gênero. Você está passando por um período que exige alguns sacrifícios.
Você não precisa ficar se torturando, ao visualizar tudo aquilo que poderia estar fazendo se não tivesse
estudando. Quanto a isso, posso lhe garantir uma coisa, com conhecimento de causa: no final, vale cada
esforço! Esses momentos difíceis passaram, mas seu concurso será para a vida toda, e permitirá você
desfrutar de vários outros momentos.

Falei disso tudo para que você faça uma análise do impacto dessas ferramentas na sua vida. Se isso, de
alguma forma, estiver deixando você pra baixo, tirando um pouco sua energia, e gerando ansiedade, acho
que vale a pena rever seu tempo de uso, ou mesmo a forma que você vem utilizando as redes sociais.
Pelos dados que trouxe aqui, dá pra ver que alguns pontos são maléficos para a nossa saúde mental de
uma forma geral, mas, agora, enquanto concurseiro, isso pode estar afetando a concretização dos seu
sonho de ser aprovado.

Quando o hábito de viver em redes sociais afeta nosso maior objetivo, vale realmente a pena manter-se
atualizado com as fofocas dos blogueiros, ou com os memes do momento?

Para me despedir, gostaria de deixar uma recomendação de um filme como dever de casa. Na verdade, é
um documentário, lançado em 2020, que está muito famoso agora na Netflix. O nome do documentário é
“The Social Dilema”, ou “O dilema das redes”, e ele mostra como os desenvolvedores dessas tecnologias

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possuem o controle sobre a forma que nós pensamos, agimos e vivemos. Ex-funcionários das maiores
redes sociais revelam como as plataformas de mídias sociais usam nossos dados para prender cada vez
mais a nossa atenção e como essas empresas estão reprogramando a sociedade e sua forma de enxergar
a vida.

Bom, chegamos ao fim de mais um e-book. Espero que você tenha gostado e que eu possa ter contribuído
de alguma forma para ajudar na conquista do seu objetivo.

Um grande abraço e até a próxima!

Humberto Fraga

O seu excelente é a nossa meta!

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