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24/03/2023

MEDIAÇÃO SÍNCRONA
Começaremos em instantes!

AULA 1

FARMACOLOGIA

Professora Dra. Bianca Catarina Azeredo


Cabral

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24/03/2023

Bianca Catarina Azeredo Cabral

• Graduação em Farmácia

• Especialização em Farmácia Clínica e Hospitalar

• Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado – Instituto de


Biofísica Carlos Chagas filho – UFRJ

• Analista de Inovação em operações farmacêuticas


(UNADIG-FIOCRUZ)

• Docente Biomedicina GSP – Farmacologia, Farmácia


Clínica e Farmácia terapêutica, Biotecnologia e Genética
básica

Apresentação da disciplina de Farmacologia

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS E


FARMACODINÂMICOS GERAIS
● Histórico da farmacologia e desenvolvimento de fármacos.
● Farmacocinética.
● Farmacodinâmica.
● Interações entre fármacos e nutrientes.

UNIDADE 2 – INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO


● Aspectos fisiológicos do sistema nervoso central, autônomo e motor somático.
● Fármacos que atuam no sistema nervoso autônomo e motor somático.
● Fármacos que atuam no sistema nervoso central.
● Psicofarmacologia.

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Apresentação da disciplina de Farmacologia

UNIDADE 3 – INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR


• Aspectos fisiológicos do sistema cardiovascular.
• Diuréticos.
• Anti-hipertensivos.
• Antiarrítmicos e antianginosos.

UNIDADE 4 – INTRODUÇÃO AOS FÁRMACOS QUE ATUAM NA DOR E INFLAMAÇÃO


• Aspectos fisiológicos da dor e da inflamação.
• Anti-inflamátorios não esteroidais.
• Anti-inflamatórios esteroidais.
• Opióides.

Bibliografia

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AOS ASPECTOS


FARMACOCINÉTICOS E FARMACODINÂMICOS GERAIS

• Histórico da farmacologia e desenvolvimento de fármacos


• Farmacocinética
Como o remédio pra dor de
• Farmacodinâmica. cabeça sabe que eu estou
com dor de cabeça?
• Interações entre fármacos e nutrientes

https://img.vixdata.io/pd/webp-large/pt/sites/default/files/bdm/field/image/dor-de-cabeca-remedio.jpg

Farmacologia

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Histórico da farmacologia
“Relatos farmacológicos”

Histórico da farmacologia

Linha do tempo

Religiosidade

Curandeirismo Medicina
Poções mágicas

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Histórico da farmacologia

Linha do tempo

Religiosidade

Curandeirismo Medicina Tratamento com produtos


naturais

Poções mágicas

Histórico da farmacologia

DAS ANTIGAS EXPERIÊNCIAS COM PLANTAS À QUÍMICA MODERNA

● A avaliação do café (cafeína) - comportamento saltitante e brincalhão de cabras a noite após ingerir os grãos do cafeeiro

● erva chinesa ma huang (que contém efedrina) por mais de 5.000 anos como estimulante circulatório,

● Flechas contendo venenosos curare - paralisar e matar animais caçados para sua alimentação

● Suco da papoula contendo morfina para alívio e controle de disenterias

Em 1913, Ehrlich publicou que:

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Histórico da farmacologia

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1868 Louis Pasteur


1905 Ulf Von Euler

Rudolph Buchheim Ernest Starling


Primeiro uso de
fórmula
estrutural para
descrever um
composto
químico

Histórico da farmacologia

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1868 Louis Pasteur


1905 Ulf Von Euler

“Vou criar um
Rudolph Buchheim instituto de Ernest Starling
Primeiro uso de
farmacologia fórmula
na minha casa” estrutural para
descrever um
composto
químico

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Histórico da farmacologia

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1865


“Tá ligado que
toda célula
Louis Pasteur
1905 Ulf Von Euler
origina-se de
outra célula”
Rudolph Buchheim Ernest Starling
Primeiro uso de
fórmula
estrutural para
descrever um
composto
químico

Histórico da farmacologia

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1868 Louis Pasteur


1905
“Mano do céu,
bactérias Ulf Von Euler
causam
doenças”
Rudolph Buchheim Ernest Starling
Primeiro uso de
fórmula
estrutural para
descrever um
composto
químico

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“Acho que
existem uns
negócios aí
Histórico da farmacologia chamados
receptores ”

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1868 Louis Pasteur


1905 Ulf Von Euler

Rudolph Buchheim “Cara, eu acho


Primeiro uso de Ernest Starling
que as células
fórmula se comunicam
estrutural para por meio de
descrever um hormônios”
composto
químico

Histórico da farmacologia

1865 1878 John Langley 1935

1847 Rudolph Virchow 1868 Louis Pasteur


1905
“Jovem, se liga nos
neurotransmissores!”
Ulf Von Euler

Rudolph Buchheim Ernest Starling


Primeiro uso de
fórmula
estrutural para
descrever um
composto
químico

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Desenvolvimento da Farmacologia

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Desenvolvimento de fármacos

Os primeiros fármacos - efeitos de plantas ingeridas por animais – Sem conhecer mecanismo de ação
Atualmente - Abordagem inversa - conhecendo as vias patogênicas

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Por que estudar a farmacologia?

● Compreender o mecanismo pelo qual uma substância química


administrada afeta o funcionamento do organismo;

● Para ter sucesso terapêutico no tratamento de doenças;

● Escolher o fármaco mais adequado para certas características


fisiopatológicas;

● Garantir que o fármaco atinja a concentração adequada

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Como um remédio sabe qual parte do corpo está doendo?

Farmacocinética Farmacodinâmica

Como um remédio sabe qual parte do corpo está doendo?

Farmacocinética Farmacodinâmica

Tecidos e órgãos pretendidos Tecidos e órgãos não pretendidos

• Absorção
• Distribuição
• Metabolização (Biotransformação)
• Excreção

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Como um remédio sabe qual parte do corpo está doendo?

Farmacocinética Farmacodinâmica

Tecidos e órgãos pretendidos Tecidos e órgãos não pretendidos

• Absorção
• Distribuição
• Metabolização (Biotransformação)
• Excreção

Como um remédio sabe qual parte do corpo está doendo?

Farmacocinética Farmacodinâmica

Tecidos e órgãos pretendidos Tecidos e órgãos não pretendidos Efeitos terapêuticos e tóxicos

• Absorção
• Distribuição
• Metabolização (Biotransformação)
• Excreção

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Processos farmacocinéticos

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Fatores físico-químicos e mecanismos envolvidos no transporte dos


fármacos através das membranas

• Peso molecular
• Conformação estrutural
• Grau de ionização
• Lipossolubilidade

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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Propriedade dos fármacos e permeabilidade

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Propriedade dos fármacos e permeabilidade

↑ hidrossolúvel
↑ lipossolúvel Não travessa membrana
Atravessa membrana

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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Absorção

É a passagem do local de administração do fármaco para a corrente sanguínea


A velocidade e a eficiência da absorção vai depender entre outros fatores da via de administração

Absorção

Biodisponibilidade - a porcentagem na qual uma dose do fármaco chega ao seu local de ação

https://st2.depositphotos.com/3721729/9145/i/950/depositphotos_91453636-stock-photo-girl-with-laptop-in-the.jpg

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Absorção

Biodisponibilidade - a porcentagem na qual uma dose do fármaco chega ao seu local de ação

https://st2.depositphotos.com/3721729/9145/i/950/depositphotos_91453636-stock-photo-girl-with-laptop-in-the.jpg

Absorção

Situações clínicas que alteram a farmacocinética, podem modificar a biodisponibilidade

Insuficiência cardíaca
Doença hepática
crônica

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Vias de administração de fármacos

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Absorção

http://www.interacaomedicamentosa.com/2016/09/biodisponibilidade-e-bioequivalencia.html

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Distribuição

Distribuição

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Volume de distribuição

Redistribuição de fármacos

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Redistribuição de fármacos

Redistribuição de fármacos

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Distribuição barreiras anatômicas

Distribuição barreiras anatômicas

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Metabolismo ou biotransformação

Metabolização

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Desfecho do processo de metabolização

CYP450

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Excreção

Excreção

Moléculas hidrossolúveis

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Excreção

Moléculas hidrossolúveis

Moléculas lipossolúveis não passaram por metabolização


(circulação entero-hepática)

Influência do pH na eliminação de fármacos

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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Aplicação da farmacocinética

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

https://www.youtube.com/watch?v=j688ggKizjA

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Fatores ambientais

Como um remédio sabe qual parte do corpo está


doendo?

Farmacocinética Farmacodinâmica

Tecidos e órgãos pretendidos Tecidos e órgãos não pretendidos Efeitos terapêuticos e tóxicos

• Absorção
• Distribuição
• Metabolização (Biotransformação)
• Excreção

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Farmacodinâmica

Definição: É o estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos das drogas e dos seus
mecanismos

1- Local de ação
2- Mecanismo de ação
3- Efeitos terapêuticos e tóxicos

Farmacodinâmica
Medicamento

Ação biológica
depende da
sua estrutura
química

Ligam-se a
receptores Alteração do
formando funcionamento celular
complexos

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Como o fármaco produz resposta terapêutica na célula?

Transdução de sinal

Sinal

Recepção
Amplificação

transdução

Resposta
fisiológica

Como um fármaco interage com um receptor?


receptor ou alvo farmacológico refere-se à macromolécula com o qual o fármaco interage para produzir uma
resposta celular
sítios de ligação – local de ligação do fármaco com o receptor

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Alvos para ação de fármacos

● Receptores
● Canais iônicos

● Enzimas

● Moléculas transportadoras

Mecanismos de sinalização transmembrana

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

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1- Receptores intracelulares para agentes lipossolúveis

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

2- Enzimas transmembrana reguladas por ligante

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

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3- Receptores de citocinas

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

4 - Canais com portões de ligantes e de voltagem

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

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5- Proteínas G

KATZUNG, Bertram G.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia Básica e Clínica-13. McGraw Hill Brasil, 2017.

Farmacodinâmica

Conceitos e aplicação

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Ação e efeito dos fármacos são a mesma coisa?

● Ação dos fármacos – Combinação com seu receptor


● Efeito dos fármacos – Alteração final da função biológica, consequência da ação
do fármaco

● Tipos de efeitos:
○ Estimulação – Aumento da atividade celular (Ex: Adrenalina estimula glândulas
salivares)
○ Depressão – Redução da atividade celular (Ex: Barbitúricos deprimem o SNC)
○ Irritação – Efeito lesivo sobre células (Ex: Ácidos irritam a mucosa gástrica)
○ Reposição – Acrescentar molécula ausente ou deficiente (Ex: Insulina no Diabetes)
○ Citotóxica – Destruição seletiva de células (Ex: Antibióticos destruindo bactérias)

O que é dose?

● Quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de
resposta em determinado paciente

● A dose de uma droga deve ser determinada em termos de resposta escolhida


○ Dose analgésica da Aspirina: 0,3 a 0,6g
○ Dose anti-inflamatória da Aspirina: 3 a 6g/dia

● Tipos de doses
○ Dose terapêutica
○ Dose profilática
○ Dose tóxica

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Farmacodinâmica - Afinidade
● Descreve a tendência de uma droga para combinar-se com um tipo de receptor
● As substância químicas que possuem afinidade por um determinado receptor podem ser
classificadas como Agonistas ou Antagonistas

RANG, Rang et al. Rang & dale farmacologia. Elsevier Brasil, 2015.

Farmacodinâmica - Eficácia
● Efeito máximo que uma droga pode produzir

Efeito máximo: Agonista pleno/total


Efeito parcial: Agonista parcial
Nenhum efeito: Antagonista

RANG, Rang et al. Rang & dale farmacologia. Elsevier Brasil, 2015.

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Farmacodinâmica - Potência

● Concentração Efetiva 50 (CE50) é usada para determinar a potência de


um fármaco

● É a concentração que produz 50% de sua resposta máxima

Farmacodinâmica – Potência e Eficácia

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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Farmacodinâmica - Agonistas
● Agonistas Totais/ Plenos:

Produzem resposta máxima por


ocupar todos os receptores ou parte
deles

● Agonistas parciais:

Não desencadeiam resposta máxima


mesmo quando ocupam todos os
receptores

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Farmacodinâmica - Antagonistas

Impedem que os agonistas de liguem ao receptor

● Antagonistas competitivos: Se ligam no mesmo sítio do agonista no


receptor (Ligação reversível)

● Antagonistas não competitivos: Se ligam no mesmo sítio do agonista no


receptor (Ligação irreversível)

● Antagonistas alostéricos: Se ligam em um sítio alostérico e impedem que


o agonista se ligue ao receptor

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Farmacodinâmica - Antagonistas

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

Farmacodinâmica – Curva dose resposta

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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Farmacodinâmica – Curva dose resposta

Relação dose-resposta

● Indivíduos – Gradual
○ Respostas mais intensas à medida que se aumenta a dose

● População – Quântica
○ A percentagem da população com a resposta aumenta com o
aumento da dose

Farmacodinâmica – Índice terapêutico

Índice
terapêutico

Quantifica a segurança relativa do fármaco

BRUNTON, Laurence L.; HILAL-DANDAN, Randa; KNOLLMANN, Björn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman-13. Artmed Editora, 2018.

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• Interações entre fármacos e


nutrientes

Unidade 2 – Introdução A
farmacologia do sistema nervoso

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