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2022

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O que é a Depressão
Pós-parto?
É uma condição de profunda tristeza, desespero
e falta de esperança que acontece logo após o
parto. (BRASIL).
Segundo a Classificação dos Transtornos Mentais
e de Comportamento (1993), a depressão pós
parto se enquadra no F53 - Transtornos mentais
e comportamentais associados ao puerpério, não
classificados em outra parte podendo ser
classificada como leve (depressão pós-parto ou
puerpe) ou grave (psicose puerperal).
Segundo a American Psychiatric Association (2014), a
depressão pós-parto é considerada um Transtorno
Depressivo maior. A depressão maior pode ocorrer
devido a um agravamento de um transtorno bipolar
com história previa ou história familiar.

O DSM-5 define depressão maior com início no


periparto se o início dos sintomas de humor ocorrem
inicialmente e especificamente durante a gravidez
ou no pós-parto, podendo apresentar ansiedade
grave e até mesmo ataques de pânico (American
Psychiatric Association, 2014).
No puerpério nota-se grandes mudanças hormonais
gonadais e no eixo hipotálamo-hipofisário que estão
diretamente relacionados com os neuro
transmissores da Ocotocina que é secretada na
corrente sanguínea pela neuro-hipófise para realizar
as contrações no útero, produção do leite materno e,
como neuro-hormônio, é liberada para atuar como
neuromodulador na regulação das emoções. A
redução de produção de OT pode causar graves
prejuízos na relação afetiva e social da mulher no
período puerperal, principalmente no seu primeiro
momento de contato com o bebê. (PINEL, 2001)
O início dos sintomas relacionados à psicose
puerperal geralmente ocorre nas duas primeiras
semanas após o nascimento do bebê. O risco de
incidência é de um caso entre 500 e 1.000
nascimentos. A taxa de suicídio e infanticídio após
sintomas depressivos é geralmente alta
(BALDAÇARA, 2015).

DSM-V (2014), explica que o infanticídio está


frequentemente associado a episódios psicóticos no
pós-parto compostos por alucinações de comando
para matar o bebê ou delírios de que este está
possuído, contudo os sintomas psicóticos também
podem ocorrer em episódios de humor pós-parto
graves sem delírios ou alucinações específicos.
Infanticídio História
Na Grécia antiga , de acordo com COULANGES (1961), o pai
era considerado chefe e sacerdote superior de sua casa e
suas decisões neste ambiente incontestáveis. Se o próprio
pai do recém-nascido fosse o assassino, não existiria
ninguém que tivesse direito de levar o crime ao
conhecimento dos magistrados e exigir justiça.

Na Roma antiga o filho estava submisso a autoridade


paterna, o pai era o juiz e poderia vender ou sentenciar
seu filho a morte, contudo a mãe que matasse seu próprio
filho era sentenciada a morte (CAMARGO, 2012).

INFANTICÍDIO
Infanticídio
O infanticídio está previsto no art. 123 do Código Penal, in verbis: “Art.
123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.”

O art. 123 do Código Penal também prevê abrandamento da pena


para mulheres, se for comprovado que ela praticou o crime estando
sob influência do estado puerperal ou outra alteração mental onde
seja considerada incapaz de responder pelos seus atos. É o caso do
infanticídio, que é diferente do homicídio.

ALVES (2017) afirma que somente a mãe é quem pode ser o sujeito
ativo deste delito, além do fato de que somente ela se encontra sob
influência do estado puerperal. Já o agente passivo do delito é o bebê
(transição entre a vida endo-uterina e extra-uterina) e o neonato.

INFANTICÍDIO
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Refêrencias
ALVES, Jamil Chaim. Infanticídio. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André
Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Penal. Christiano Jorge Santos (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, 2017.

American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed,
2014.

BALDAÇARA, L. Transtornos mentais. 5. ed. Palmas: Clube de Autores, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Depressão pós-parto. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-


z/d/depressao-pos-parto>. Acesso em: 12 nov. 2022.

CAMARGO, A. C. (2012). INFANTICÍDIO. ETIC - ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - ISSN 21-76-8498, 8(8). Disponível em:
<http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/view/3662/0>. Acesso em: 12 nov. 2022.

CID-10 – Classificação dos Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas –
Organização Mundial da Saúde, trad. Dorgival Caetano, Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez

COULANGES, N. F. D; A Cidade Antiga. 3. ed. São Paulo: Editora das Américas S.A. - EDAMERIS, 1961. p.63.

FELIZARDO, N. Mãe que cortou bebê ao meio devido depressão pós-parto é inocentada. Disponivel em:
<https://portalodia.com/noticias/piaui/mae-que-cortou-bebe-ao-meio-devido-depressao-pos-parto-e-inocentada-274236.html>. Acesso
em: 15 nov. 2022.

PINEL, J. J. P. Biopsicologia. 4. ed. [s.l.] Prentice Hall, 2001.

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