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Relatorio Final Rafaela
Relatorio Final Rafaela
CURSO DE PSICOLOGIA
Cachoeiro de Itapemirim/ES
Dezembro de 2022
1. APRESENTAÇÃO.
2. DO LOCAL
3. OBJETIVOS
Iniciei os atendimentos com um cliente novo, foi feita a anamnese com a mãe
e, posteriormente, na supervisão com a professora Giovanna, identificamos
que o meu cliente é irmão do cliente do aluno Renan. Com isso, foi solicitado a
troca para um novo cliente e, este, transferido para outra aluna.
Iniciei uma leitura de alguns trabalhos acerca do luto infantil para melhor
compreender o assunto, uma vez que deparar-se com a morte de quem se
ama quando não se possui recursos necessários para assimilar esse momento,
como para uma criança, é extremamente difícil. Posto isso, segundo Torres
(1999, p. 119) o processo do luto na infância vai depender de diversos fatores
como “[...] a idade, a etapa do desenvolvimento em que a criança se encontra,
de sua estabilidade psicológica e emocional e da própria significação da perda,
isto é, da intensidade e diversidade dos laços afetivos”.
Nessa semana foi feito o primeiro atendimento com a criança. Por ser o
primeiro contato deixei-a à vontade para escolher o brinquedo que quisesse,
porém, ela ignorou todos os brinquedos e se sentou na poltrona da sala lúdica
ao meu lado e começou a conversar como se entendesse aquele lugar como
uma adulta, começou a conversar sobre a sua vida e contar tudo que tinha feito
naquela semana, contou da escola, de amigos, da perda da mãe, como se
sentia, como pai estava... tudo. Relatou que chorava todas as noites sentindo a
falta da mãe até dormir, mas que sabia que isso iria passar e que não queria
“ficar triste para sempre, pois precisavam seguir em frente” (ela e o pai). Após
falar muito sobre as coisas que gostava de fazer com a mãe, ela me pediu para
no próximo atendimento nós confeccionarmos uma caixinha dos sentimentos,
para ela escrever coisas que gostava de fazer e colocar dentro.
Na supervisão desta semana, a professora orientou que eu atendesse à
demanda da criança para o próximo atendimento e preparasse os materiais
necessários para confeccionarmos a caixinha.
Fui para o atendimento, porém a cliente faltou pois era semana de provas na
escola e a irmã responsável pediu para mudar a data dos atendimentos para
segundas feiras ao invés de quartas como estavam acontecendo devido a
mudança de disponibilidade dela.
A leitura dessa semana foi de um artigo de Zwielewski e Sant’ Ana (2016)
sobre o processo do luto e a terapia cognitivo-comportamental, que aborda as
formas de enfrentamento do luto, bem como pontua teoricamente sobre o que
é o luto, e traz técnicas da Terapia Cognitivo Comportamental que podem ser
trabalhadas na clínica. Zwielewski e Sant’Ana (2016) pontuam que é comum o
paciente passar pelo processo de elaboração de pensamentos disfuncionais
decorrentes ao luto, trazendo dados colhidos em baterias psicológicas que
avaliam depressão e ansiedade, que são fatores que se atrelam ao processo
de luto, através do caso clínico que analisam no artigo. O artigo proporciona a
aproximação com a prática, no sentido de auxiliar a paciente a desenvolver
estratégias de enfrentamento e elaborar seus pensamentos disfuncionais.
E, para ajudar na superação desse processo, a família não deve evitar falar
sobre a morte com a criança e sim responder suas dúvidas e ouvir o que a
criança tem a dizer sobre seus sentimentos, a fim de que não reforce na
criança o comportamento de que ela deva guardar suas dúvidas e sofrimento
para si (Torres, 2012).
Citando Barbosa (2010) novamente, a criança não deve ser poupada das
reações e sofrimento que vem junto a perda de alguém, é necessário que a
criança compreenda que a morte é algo natural e inerente a todos e que aquilo
que se foi não pode mais voltar. Nesse sentido, o trabalho da família e
psicólogo é ser verdadeiro com a criança para que ela não fique no mundo da
fantasia imaginando que aquela pessoa que morreu pode voltar a vida, trazer a
criança para a realidade dos fatos, logicamente, na linguagem mais adequada
possível para a idade dela.
Não houve atendimento essa semana devido ao feriado que caiu no dia do
atendimento.
Por fim, ainda citando Moura e Venturelli (2004), deixar que a criança possua
papel ativo não só de autonomia, como de perceber e analisar sua própria
evolução e mudança comportamental é de extrema importância. Reforçar essa
conduta desde o início da terapia produz resultados mais positivos e minimiza a
incidência ou prolongação de comportamentos disfuncionais, permitindo e
facilitando não só a comunicação com a criança como a implementação de
técnicas terapêuticas a ela.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se considerar acerca desta disciplina, que os atendimentos realizados
são de grande valia no aprendizado da aplicação da terapia cognitiva
comportamental, no qual, através de atendimentos supervisionados, foi
possível avançar e evoluir enquanto acadêmico e futuro profissional na área de
psicologia. Importante frisar o quanto o acompanhamento de um professor
supervisor/ orientador nos atendimentos clínicos são essenciais para nós
enquanto profissionais, não somente para nortearmos, mas também para
entendermos e provocar uma autoanalise das afetações que os atendimentos
têm sobre nós alunos, pessoas, profissionais.
6. REFERÊNCIAS
ANTON, M. C.; FAVERO, E. Morte repentina de genitores e luto infantil: uma
revisão da literatura em periódicos científicos brasileiros. Interação em
Psicologia, Curitiba, v. 15, n. 1, oct. 2011. ISSN 1981-8076. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/16992>. Acesso em 20 nov.
2022. doi:http://dx.doi.org/10.5380/psi.v15i1.16992.
BARBOSA, A. Processo de Luto. In A. Barbosa & I. Neto (Eds.), Manual de
Cuidados Paliativos (2ª ed; pp. 111 - 125), 2010. Lisboa: Faculdade de
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FRANCO, M. H. P.; MAZORRA, L. A criança e o luto: vivências fantasmáticas
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MOURA, C. B. de; VENTURELLI, M. B. Direcionamentos para a condução do
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
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RAIMBAULT, G. A criança e a morte: crianças doentes falam da morte:
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TORRES, W. C. A criança diante da morte: desafios. 2. ed. São Paulo: Casa do
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WINNICOTT, D. W. A Criança e o seu Mundo. 6. ed. Rio de Janeiro:
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