Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
***A Via dos Modelos de Ecletísmo Técnico foi sacrificada neste semestre devido ao feriado de 5 de Outubro,
considerando-se que a Via da Assimilação Integrativa, em certa medida, partilha alguns processos
Questões filosóficas
relativas à integração em
psicoterapia
Perspectivas Integrativas da Psicoterapia
Relação emocional Terapeuta a quem é Razão lógica/ teoria O ajuste das ações
equilibrada e reconhecido o devido coerente que de tratamento de
confiante entre conhecimento para suporte as ações do acordo com a teoria.
terapeuta e cliente. ajudar. terapeuta.
… As visões do mundo
01
CASO 1: JOÃO
Pedido de Consulta
01
A mãe do João, a Alice, marcou a consulta de terapia por estar
preocupada com o seu filho. Referiu que ficou preocupada quando o seu
filho lhe comunicou que estava a pensar desistir da faculdade, uma vez
que este sempre revelou ser um bom aluno com excelentes notas e
intenções de tirar um curso superior. Além disso, explicou que esta
novidade a surpreendeu porque, apesar de o João ser estudante
deslocado, quando ele regressava aos fins-de-semana aparentava estar
bem e não se referia negativamente a esta mudança para a faculdade. O
seu objetivo para esta consulta do filho é compreender a situação e
prevenir que o filho não erre nesta decisão precipitada de deixar a
faculdade.
Consulta
Nas primeiras sessões, o João referiu que não achava necessária a consulta porque não via nenhum problema em querer deixar o
curso, mas que iria comparecer em algumas sessões para tranquilizar a sua mãe. Apesar de não mudar a ideia inicial de deixar a
faculdade, ao longo das sessões foi possível inferir que a adaptação do João, no que toca diretamente à faculdade, foi positiva, “para
mim as cadeiras eram interessantes e conseguia acompanhar os conteúdos”. No entanto, era perceptível desânimo quando falava das
viagens para a faculdade e no seu discurso não havia referência a uma vida social ativa e satisfatória. Com o passar das sessões,
verificou-se que a dificuldade do João estava na adaptação à vida fora de casa. Este considerava que as tarefas domésticas eram
entediantes e difíceis de coordenar com o estudo e o seu tempo de lazer, por vezes desleixando-se, “quando a comida da minha mãe
acaba, encomendo as refeições para poder ter tempo de jogar no computador”.
Assim, ao longo das consultas verificou-se que a mãe sempre teve uma grande influência na vida do filho, impedindo-o de ter
diversas experiências. Tanto nas tarefas domésticas desde cozinhar, limpar, lavar roupa, etc., como na organização da sua vida a nível
dos horários e responsabilidades (ex: burocracias escolares). Além disso, no secundário quando o João começou a sair com os seus
amigos, existia um controlo constante por parte da mãe, “sempre que saía com os meus amigos a minha mãe ficava muito preocupada
e mandava-me muitas mensagens, por isso fui saindo cada vez menos para não a preocupar”. Assim, o círculo social do João foi-se
tornando mais restrito e diminuído, passando mais tempo sozinho.
Caso 1: João
CASO 2: CARLA
Pedido de Consulta
01
A Carla tem fobia a agulhas com desmaio. Quando tinha 9 anos, a
Carla, decorrente de uma forte amigdalite, foi submetida a um tratamento
prolongado com injeções diárias de penicilina intramuscular. Aos 11 anos
foi-lhe administrada a vacina da difteria, levando a que sentisse tonturas e
perdesse momentaneamente a consciência. Desde então, a Carla evita
realizar análises, tomar vacinas… por ter medo que a qualquer momento
volte a desmaiar.
Consulta
A Carla tem 37 anos e vive com o marido, com quem se casou há 11 anos, e 2 filhos. Trabalha como recepcionista numa torre de
escritórios.
Foi a Carla quem tomou a iniciativa de iniciar o processo terapêutico por considerar que a sua fobia a agulhas lhe estaria a limitar a
vida. Para o destino de lua de mel, a Carla e o marido, António, gostariam de ir ao Quénia. No entanto, por ser necessária a vacina da
febre amarela, ambos concordaram em deixar esse sonho para trás. Na pandemia, quando a Carla foi chamada para tomar a primeira
dose da vacina contra o coronavírus, recusou-se: “Só de pensar, conseguia sentir as tonturas, os enjoos, tudo o que sinto sempre que
sou confrontada com a possibilidade de uma agulha me perfurar a pele.” Nos 2 partos, a Carla não recorreu a epidural. Fala do parto
como uma experiência a não repetir e só foi mãe uma segunda vez porque a gravidez foi acidental.
Sessões mais tarde, a Carla fala de como para ela é complicado apoiar os filhos em situações que impliquem a presença de
agulhas. Há uns meses, o filho mais velho partiu a cabeça na escola e levou pontos. “Não consegui estar presente na sala, não
consegui agarrar na mão dele. Que tipo de mãe não dá a mão ao seu filho em situações tão difíceis como esta?” referiu a Carla. Em
contexto hospitalar, é sempre o marido que assume a posição de pilar, o que lhe traz uma certa insegurança: “Será que eles vão gostar
mais dele do que de mim? As enfermeiras devem achar que sou uma falhada…”.
A Carla revela-se cooperativa e receptiva à mudança com a motivação interna de querer ter uma vida menos limitada e com a
motivação externa de querer a validação dos filhos.
IDEIAS CHAVE
● FORMISMO
- Sintomatologia: fobia a agulhas - perda momentânea de consciência, tonturas, enjoos
- Patologia: possivelmente perturbação de ansiedade fóbica
- marcado medo relacionado com o objeto (agulhas);
- o objeto causa quase sempre ansiedade (manifestou-se somaticamente através de tonturas,
perda de consciência); o objeto é ativamente evitado (não viajar para o Quénia, não tomar a
vacina contra covid, não utilizar epidural nos 2 partos, não estar perto do filho quando este
levou pontos);
- o medo é desproporcional e causa ansiedade antecipatória (só de pensar, a Carla conseguia
sentir tonturas);
- Personalidade: tendência para traços neuróticos por experimentar emoções negativas como o
medo, culpa, dificuldades em lidar com o stress.
IDEIAS CHAVE
● CONTEXTUALISMO
- Temporalidade e história de vida: Experiências passadas (sofrimento e sustos no tratamento
com injeções diárias de penicilina e vacina da difteria) influenciam o medo atual.
- O medo de agulhas (causa) impede a Carla de viver a sua vida e também a faz colocar em causa
o seu papel como mãe (consequências);
- A Carla sente o medo como real, uma vez que já teve uma experiência concreta de perda de
consciência e mau-estar após a toma da vacina, que implica o uso de agulhas;
- É percetível que o medo de agulhas (parte) continua a existir independentemente do todo, ou seja,
o medo persiste em diferentes contextos.
IDEIAS CHAVE
● ORGANICISMO
- A interpretação da experiência precoce com agulhas impediu o desenvolvimento de estratégias
para lidar com situações semelhantes e mantêm-se em situações da atualidade;
- A sua perceção de ser incapaz de cuidar dos filhos leva a que ela pense que está a falar no seu
papel de mãe e que os seus filhos não gostem dela;
- O facto de se mostrar cooperativa à mudança é um aspeto positivo, ou seja, poderá estar recetiva
a construir uma nova realidade que a deixe mais satisfeita.
CONCLUSÕES
● Muitas teorias focam pontos comuns, a principal diferença é a ênfase dada a cada um.
superior que outra. Os terapeutas devem ter vasto conhecimento das várias visões do mundo e
● Um bom terapeuta é aquele que consegue ter uma perspetiva integrativa: os terapeutas que
adotam uma perspetiva integrativa têm mais sucesso em diversas patologias/casos que lhes são
apresentados; consegue ter diferentes perspetivas sobre a causa e pode aplicar/adquirir mais
Figueira, M.L., Sampaio, D., & Afonso,P. (2014). Manual de Psiquiatria Clínica. Lidel.
Hayes, S. C., Hayes, L. J., & Reese, H. W. (1988). Finding the philosophical core: A review of Stephen C. Pepper's World
Hypotheses: A Study in Evidence. Journal of the experimental analysis of behavior, 50(1), 97.
Yahalom, J., & Hamilton, A. B. (2023). Cultural pragmatism: In search of alternative thinking about cultural competence in
mental health. Journal of Theoretical and Philosophical Psychology.
Goldfried (1980)
PRINCÍPIOS DE MUDANÇA
Consequence
Response
Intention
Affect
Thought
Situation
Lundh (2014)
RPP vs MPS
DIFERENÇAS
RPP MPS
Lundh (2014)
FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica
Pode existir uma orientação teórica definida, baseada na hipótese dos fatores comuns?
INTEGRAÇÃO DE FC COM
HIPÓTESE FATORES
MODELO CONTEXTUAL FOCO EM PROCESSOS DE
COMUNS
(Modelo RPP) NÍVEL INTERMÉDIO (Modelo
(Modelo RPP)
MPS)
FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica
Abstrato Específico
FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica
Que tipo de
???? psicoterapeuta
é?
Terapeuta de
Fatores Comuns
O que faz de si
uma terapeuta
de fatores
comuns?
COMPONENTES ESPECÍFICOS
1. Relação terapêutica
2. Motivação
3. Experiência corretiva
4. Insight
5. Auto-eficácia
4 Elementos da A.T.
Visão Geral
1+1=3
O relacionamento terapêutico (RT) requer a
participação de dois indivíduos (díade), refletindo
ainda outra entidade: o próprio relacionamento.
Evidências
Preditor confiável do resultado da terapia em centenas de
Relação Terapêutica estudos e meta-análises
(e.g. Flückiger et al., 2018)¹
Bordin, 1979
Colaboração
Verde Vermelho
Hábitos interpessoais e intrapsíquicos que estão Hábitos interpessoais e intrapsíquicos que estão
conectados com padrões problemáticos. Padrões de conectados com comportamentos que são objetivo
comportamento mal-adaptativos da terapia
Mantidos na vida adulta pelo desejo inconsciente Produzem as suas próprias recompensas e não são
de ser reconhecido pelas figuras de vinculação tão dependentes de esperanças fantasiadas
Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural
Uma idosa deprimida tinha como principal tópico nas sessões a queixa de que seu filho e neto eram negligentes e ingratos.
Seu desejo era de que eles a incluíssem em todas as atividades e estivessem com ela o tempo todo. Ela não tinha vida social e
sentia-se muito solitária quando não estava com eles. Ou seja, o plano de tratamento desta senhora era completamente
incompatível com a ideia da IRT de desenvolver o Verde (relacionar-se com os familiares de forma menos coercitiva, mais
diferenciada e amigável). Portanto, uma discussão sobre os objetivos da terapia e as formas de alcançá-los foi essencial antes
que o tratamento pudesse começar. A terapeuta conseguiu ajudar a paciente a relacionar as suas expectativas e decepções
com experiências anteriores, ela lembrou-se de como se sentia relativamente à dependência exigente da sua mãe e depois
começou a considerar o desenvolvimento da sua própria rede de apoio para não fazer o mesmo com os seus filhos. Respondeu
bem à oferta do terapeuta de discutir como poderia encontrar atividades em grupo que a ajudassem a começar a desenvolver
a sua própria identidade e formas de se divertir, independentemente dos filhos.
Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural
Uma idosa deprimida tinha como principal tópico nas sessões a queixa de que seu filho e neto eram negligentes e ingratos.
Seu desejo era de que eles a incluíssem em todas as atividades e estivessem com ela o tempo todo. Ela não tinha vida social e
sentia-se muito solitária quando não estava com eles. Ou seja, o plano de tratamento desta senhora era completamente
incompatível com a ideia da IRT de desenvolver o Verde (relacionar-se com os familiares de forma menos coercitiva, mais
diferenciada e amigável). Portanto, uma discussão sobre os objetivos da terapia e as formas de alcançá-los foi essencial antes
que o tratamento pudesse começar. A terapeuta conseguiu ajudar a paciente a relacionar as suas expectativas e decepções
com experiências anteriores, ela lembrou-se de como se sentia relativamente à dependência exigente da sua mãe e depois
começou a considerar o desenvolvimento da sua própria rede de apoio para não fazer o mesmo com os seus filhos. Respondeu
bem à oferta do terapeuta de discutir como poderia encontrar atividades em grupo que a ajudassem a começar a desenvolver
a sua própria identidade e formas de se divertir, independentemente dos filhos.
Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural
Autodescoberta Autogestão
Vermelho Verde
Intrapessoal Interpessoal
Fang (19) é um estudante de nacionalidade chinesa cujo perfeccionismo está a afetar o seu
bem-estar. Ele cresceu numa família onde o sucesso académico era altamente valorizado. Seus
pais tinham expectativas extremamente altas para suas conquistas escolares, e ele recebia
elogios e atenção apenas quando se destacava academicamente. Consequentemente, Fang
cresceu associando seu valor exclusivamente ao seu desempenho académico. Quando entrou na
universidade, ele continuou a buscar a perfeição, mas isso o levou a padrões inatingíveis. Fang
passa longas horas estudando (e poucas horas socializando), questionando a sua capacidade e
com medo de não atender às expectativas. Sua busca implacável pela excelência levou-o à baixa
autoestima e uma série de crises de ansiedade que afetaram seu desempenho académico.
Aspetos que influenciam o estabelecimento da Aliança
Terapêutica
Mudança através da
“Presença Terapêutica”
Colaboração
Vínculo
Paciente-Terapeuta
Benjamin, 2018;
Ruturas na Aliança Terapêutica
Uma deterioração na aliança terapêutica manifestada por uma falta de colaboração entre o
paciente e o terapeuta nos objetivos e tarefas da terapia ou em tensão na ligação emocional.
Trabalhar nas
Reparação de Ruturas que
Ruturas Ruturas podem estar a
surgir
Eubanks, 2019
Identificação das Ruturas
Atenção ao paciente (marcadores de rutura: crítica subtil/comunicação abstrata);
Atenção ao próprio terapeuta (experiência interna/próprios padrões relacionais);
Possível fazer inferências sobre as necessidades e medos relacionais dos pacientes, e
adaptar-se a eles de modo a fornecer uma experiência corretiva.
Distanciação Confrontação
Eubanks, 2019
Identificação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)
Eubanks, 2019
Identificação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)
Eubanks, 2019
Reparação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)
Eubanks, 2019
Reparação das Ruturas (IRT)
Benjamin, 2003
Término
Suplementar
Flückiger, C., Del Re, A., Wampold, B. & Horvath, A. (2019). Alliance in adult psychotherapy. In Norcross, J. & Lambert, M. (Eds.), Psychotherapy
relationships that work: Volume 1: Evidence-based therapist contributions (3 ed.). Oxford Academic. https://doi.org/10.1093/med-
psych/9780190843953.003.0002
Porges, S. (2017). The pocket guide to the polyvagal theory: The transformative power of feeling safe. W. W. Norton & Company.
Motivação e
Ambivalência
Perspetivas Integrativas em Psicoterapia 23/24
32 40 07 3
Modelo Integrativo
Relação Experiências
terapêutica
Motivação corretivas
Insight Auto-eficácia
Terapeuta
Ajudar os pacientes a reconhecer os padrões verdes/vermelhos e
o seu impacto, validando os mesmos.
(Benjamin, 2003)
● No final da entrevista, foi explicado ao paciente que este estava a ser como a sua mãe ao confrontar a mulher
com provas de infidelidade. Parecia que ele estava à espera do mesmo resultado que viu nos pais - confissão e
reconciliação.
● Algumas horas depois da entrevista, o paciente deixou uma mensagem longa ao terapeuta, dando exemplos
da ligação com a mãe e pediu para falar mais sobre isso. No entanto, no dia seguinte o pessoal do hospital
disse que ele tinha se tinha esquecido completamente da entrevista - sem um apoio forte e específico, ele
não foi capaz de manter esta visão profundamente alterada do que estava a fazer e porquê.
Se fossem os terapeutas deste paciente, o que lhe diriam para dar o máximo de apoio aos
seus padrões verdes e o mínimo de apoio aos seus padrões vermelhos?
(Benjamin, 2003)
TERAPEUTA: Parece-me moralmente correto que toda a gente saiba como ela está errada.
KENNETH: Absolutamente. O que ela fez é completamente despropositado.
TERAPEUTA: É fácil perceber porque é que está tão zangado. Ainda assim, pergunto-me se poderíamos
passar algum tempo a explorar o que mais poderá estar por detrás da intensidade do seu sentimento
em relação a isto?
KENNETH: O que é que quer dizer? Que mais há para dizer?
TERAPEUTA: Bem, há várias semanas que tem estado bastante zangado e parece que nada está a
mudar.
KENNETH: Exato. Ela já nem sequer fala comigo.
TERAPEUTA: Portanto, se falarmos sobre si - as suas expectativas em relação ao casamento e de onde
elas vieram - talvez possamos descobrir outra forma de abordar este problema. Estaria disposto a
tentar isso?
KENNETH: Acho que sim. O que é que fazemos?
(Benjamin, 2003)
TERAPEUTA: Parece-me moralmente correto que toda a gente saiba como ela está errada.
KENNETH: Absolutamente. O que ela fez é completamente despropositado.
TERAPEUTA: É fácil perceber porque é que está tão zangado. Ainda assim, pergunto-me se poderíamos
passar algum tempo a explorar o que mais poderá estar por detrás da intensidade do seu sentimento
em relação a isto?
KENNETH: O que é que quer dizer? Que mais há para dizer?
TERAPEUTA: Bem, há várias semanas que tem estado bastante zangado e parece que nada está a
mudar.
KENNETH: Exato. Ela já nem sequer fala comigo.
TERAPEUTA: Portanto, se falarmos sobre si - as suas expectativas em relação ao casamento e de onde
elas vieram - talvez possamos descobrir outra forma de abordar este problema. Estaria disposto a
tentar isso?
KENNETH: Acho que sim. O que é que fazemos?
(Benjamin, 2003)
Caso clínico - verde/vermelho
A expressão de apoio empático pela dor e indignação do paciente (causada pela alegada
infidelidade da sua mulher) seria importante para o paciente se sentir compreendido. No
entanto, se o paciente visse esta expressão como uma aprovação da sua posição, a sua parte
vermelha estaria a ser apoiada.
Terapeuta
Tentar minimizar o efeito das partes vermelhas, procurando todas as
oportunidades para apoiar a parte verde.
(Benjamin, 2003)
Motivação
Docente:
Nuno Conceição
Discentes:
Dulce Mijares nº22653
Isabella Barbini - ERASMUS
Luzia Monteiro, nº22563
EXPERIÊNCIAS
CORRETIVAS (EC)
Violação de expectativas (conscientes/inconscientes)
face a uma situação, resultando numa mudança
interpessoal, cognitiva e/ou comportamental.
POSTERIORMENTE O DESENVOLVIMENTO
DE EC INFLUÊNCIA ESTES FATORES DE
FORMA ADAPTATIVA
INFLUÊNCIA DO TERAPEUTA
FORNECENDO CONDIÇÕES
FACILITADORAS: ALIANÇA TERAPÊUTICA
“TATO TERAPÊUTICO”
1 MÉTODOS DE INTERVENÇÃO
EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO
2
DAS EC
A INTERVENÇÃO
CONTRASTE MUDANÇAS DE 1ª E 2ª ORDEM
REFORMULAM A SITUAÇÃO 1ª ORDEM: MUDANÇAS QUE CONSERVAM O
E CONSEQUENTEMENTE A SISTEMA
SOLUÇÃO - MUDANÇA NO 2ª ORDEM: MUDANÇAS QUE OCORREM NO
PRÓPRIO SISTEMA PRÓPRIO SISTEMA
1 2 3 4
highlight avoidance address content attend motivation
active listening and confront
behaviour more directly
resistance
5 6 7 8
plan for the client to monitor the level of encourage calming encourage cognitive
confront the content emotional activation after confrontation processing after the
experience
EXPRESSING
Reflective
Listening
Highlights the concerns the
client is experiencing, which
Evocative
can then be confronted with Interventions
the therapist’s assistance. Not about eliminating
Emotional negative emotions but more
Processing about working to transform
emotions so that clients can
Activate the emotions that are
remoralize.
implicit to acknowledge them
and move through them.
REGULATING
Confronting the distress, promotes change to overcome
the avoidance solution that may be exacerbating
distress. However, prior to clients engaging in confronting,
they often need skills in hand to feel confident in the face
of what they may be avoiding.
The word “overwhelmed” is The novel experience of regulating one’s distress can be
useful to get how the client highly remoralizing for the client, giving them a sense of
is feeling, suggesting that a
self-efficacy.
person is overcome by the
feeling, in a state of
emotional dysregulation. It often begins with understanding the biological
underpinnings of the human stress response, to
correctively experience the body’s natural method of
downregulation.
Top-down
Nível
de
abstração
Bottom-up
Tipo de processamento
Emocional Racional
(Pascual-Leone & Greenberg, 2007)
Insight Ocorre quando se relacionam diferentes componentes
psicológicos ou diferentes acontecimentos interpessoais ao
longo do tempo. Os clientes chegam a conclusões através
das suas experiências passadas
Linking
Linking Psicodinâmica
Meta-Consciência Cognitivo-comportamental
Consciência Humanista
Definição Integrativa de Insight
(Terapia de Fatores Comuns)
4 Promoção do insight
5 Consolidação do insight
Encorajar a exploração
Potenciais
Intervenções Úteis Aumentar o estado de
dissonância
Aumentar a ativação
para um nível ótimo
(...)
Consequências Graves
Mentalização/Função
Informação Emocional/ Reflexiva
Motivacional (Mentalization or Reflective Function)
“Sabes, o meu pai é um degenerado e sempre foi. Ele era um falhado miserável e
eu acabava sempre a ter de lidar com as consequências. Ele fazia-nos esperar, a
mim e ao meu irmão, na esquina todos os dias enquanto bebia no bar. A minha
vida não presta por causa dele. Ele está sempre a gritar connosco. A Maria
sempre disse que não podes confiar nos alcóolicos. O meu irmão foi mandado
para a escola militar e fez algo da vida. Ele casou-se em Lisboa e tem 2 filhos. A
mulher dele é mesmo querida comigo, envia-me prendas de aniversário todos os
anos. Não aguento pensar sobre aquela altura.”
“A minha infância foi mesmo muito difícil, porque a minha mãe trabalhava muito e nunca estava
presente. Eu tive de crescer rapidamente para tomar conta dos meus irmãos e irmãs. Eu sentia
que era responsável pelos problemas que surgiam no dia-a-dia. A minha mãe nunca estava lá e
isso fazia-me sentir muito sozinha e negligenciada. Lembro-me quando o meu irmão João teve
gripe. Só me apetecia chorar porque via o quão doente ele estava e não sabia o que fazer. Foi
mesmo difícil. Quando penso nisso, também sei que a minha mãe teve de trabalhar para nos
sustentar e pagar as contas quando o meu pai se foi embora. Ela não podia trabalhar para pagar
as contas e estar em casa ao mesmo tempo. Acho que também foram tempos difíceis para ela.
Quando ela chegava a casa do trabalho ao final do dia, muitas vezes mexia no meu cabelo e
dizia “Não sei o que é que faria sem ti”.”
Conseguem pensar em
características do cliente
que possam facilitar o insight?
Características do cliente que
podem influenciar o insight
Psychological mindedness Abertura
(tendência para se virar para dentro ) (para si e para os outros)
Experienciação
Criatividade
(aprendizagem pela experiência)
Capacidade do cliente de
Níveis de desenvolvimento cognitivo
participar na relação terapêutica
(Bohart, 2007)
Estados psicológicos do cliente
que influenciam o insight
(Bohart, 2007)
Como o cliente pode contribuir para
promover o seu próprio insight
Trabalhando com
Sendo reflexivo
significados pessoais
(Bohart, 2007)
Como é que o terapeuta pode ajudar
Deve promover:
● postura não defensiva
● mindfulness
● possibilidade de dar um passo para trás
● tomada de perspetiva
● consciência emocional
● audição interna receptiva
● experimentação comportamental
● avaliação não crítica do pensamento lógico
(Bohart, 2007)
Referências
Bailey, R. J., & Ogles, B. M. (2023). Insight, common factor 4. Em R. J. Bailey & B. M. Ogles, Common factors therapy: A
https://doi.org/10.1037/0000343-006
Bohart, A. C. (2007). Insight and the Active Client. Em L. G. Castonguay & C. Hill (Eds.), Insight in psychotherapy. (pp.
Bowman, E. A., & Safran, J. D. (2007). An Integrated Developmental Perspective on Insight. Em L. G. Castonguay & C. Hill
https://doi.org/10.1037/11532-019
Pascual-Leone, A., & Greenberg, L. S. (2007). Insight and Awareness in Experiential Therapy. In L. G. Castonguay & C. Hill
APLICAÇÃO
LIBERATION EMPOWERMENT
AUTONOMIA
4814609
TERAPEUTA
FRANK AND FRANK, 1991
MODELO
CONTEXTUAL
I MPORTÂNCIA
TRANSVERSAL DA EMPOWERMENT
AUTOEFICÁCIA
COMO DISTINGUIR AUTOEFICÁCIA?
autoeficácia
-REMORALIZATION
[ performance comportamento EXPECATIVAS DE OUTCOME
-COMPETÊNCIA
desejado + sucesso + NÃO PREVÊM RESULTADOS, MAS A
confiança+ foco interno ]
INCONSCIENTE AUTO-EFICÁCIA PREDIZ
É importante para
mim ser bem sucedido
nesta performance,
independentemente do
resultado
Pe, Consigo fazer isto não porque acho que vão gostar de mim, mas porque
ficarei orgulhoso de mim próprio
SUB-PROCESSOS DA AUTO-EFICÁCIA
Aplicação Auto-Libertação Mestria
01 02
IRT - Interpersonal IPIR - Important Persons
Reconstructive Therapy and their Internalized
Representations
O paciente que completa a IRT vai resistir consistentemente aos hábitos vermelhos, optando
pelos comportamentos alvo da terapia
unconscious competence
[ adaptive behaviors become so well-learned that they no longer require deliberate effort. To
reach this stage, patients need to engage in repeated corrective experiences. Patients may
also need the therapist’s help to process these new experiences: they may fail to detect,
accept, or recall their success experiences because these experiences are inconsistent with
their long-standing views of themselves. . . . The client’s reality has changed, and the client
recalibrates his or her expectations [thought] and self-view [self-evaluation] to be in line with
this new reality. This process of ongoing reality testing represents the consolidation of
change. (p. 95) ]
Curiosidade
(BENJAMIN, 2018)
APRENDER NOVOS PADRÕES ATRAVÉS DA AUTO-
DESCOBERTA
Aceitar o que era e é; Seguir em frente Fazer escolhas mindful e benevolentes
"Já não os quero"; "Já não quero fingir que sou um deles";
"Tenciono ter muitos mais dias como estes!"
(BENJAMIN, 2018)
MANUTENÇÃO: RESISTIR AO DESEJO DE VOLTAR ATRÁS
Auto-Descoberta Auto-Gestão
Nas etapas finais do passo 5, muitos clientes sugerem Se o cliente não quer terminar a terapia
consultas menos frequentes. Durante estas sessões espontaneamente, a sua ambivalência
finais, os objectivos são sobretudo consolidar os ganhos e relativamente à independência provavelmente
assinalar as questões a poderá ter de estar especialmente precisa de mais trabalho
atento.
IMPORTÂNCIA DA AUTO-EFICÁCIA
NA MANUTENÇÃO DA RESISTÊNCIA
AOS PADRÕES VERMELHOS
Assimilação
Docente: Nuno Conceição
Discentes: Ana Albuquerque, nº 22629
Andreia Mendonça, nº22627
Ana Margarida Paulo, nº22632
Integrativa
Ana Sofia Amaral, nº22605
Assimilação Integrativa
Fidelidade Flexibilidade
O que acham que pode representar esta corda?
01 CBT
+ I/E
P
Críticas à CBT
1 2
1 Representação do Self
Representação mental do Self é
intrinsecamente interpessoal
Flexibilidade e Reenquadra
Responsividade fatores comuns Estrutura if-then
Processos in-session
2 Fazer mais do mesmo
if-then
3 As clinical departure
5 marcadores propostos
1 2 3
Expectativa de Ambivalência à
Self-strivings
baixos resultados mudança
4 5
Rutura e reparação Monitorização de
da aliança resultados
1. Expectativas de baixos resultados
If…Expectativa de baixos resultados
!!!
Cliente prefere preservar autovisão negativa do
que passar por interações incongruentes ou
inesperadas
3. Self-strivings
If…Selfstrivings de autoconfirmação
Then…
F
f
o
o
o
r
ti
is
P
o
o
n
Case ulation
r m
e
r
r
d
-
s
B
o
er
a
n
s
s
a
e
l
d
i t y
D
Processamento Emocional
Multifacetado
Comportamentais Cognitivos
Redução de intensidade Reflexão sobre emoção
emocional: Mudança de padrões de
exposição + regulação pensamento desadaptativos
Psicodinâmicos
Importância das
dinâmicas interpessoais
Emotion-Based Case Formulation for Personality Disorders
Conceptualização
Mapa Conceptual Modelo
de
Transteórico
Processo
Jupiter
(Strating & Pascual‐Leone, 2019)
Diferenças
Forma como a Assimilação Integrativa
está presente
Semelhanças ?
O que acham que pode representar esta corda?
e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
O que acham que pode representar esta corda?
e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
O que acham que pode representar esta corda?
RESPONSIVIDADE
e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
Responsividade
“(...)integral to all theoretical approaches with therapists continually adapting and adjusting to
tailor their treatments to meet their clients’ needs and characteristics.”
“(...)appropriate responsiveness as the essence of good therapy, (...) doing what is right and
necessary for the client at the right time, while being cognizant of the clients’ need, the
emerging context, and their therapeutic approach.”
“(...) mutual influence in the emerging context of a relationship and closely linked to the alliance.”
Comportamento problemático
e prejudicial para o self
In J. C. Norcross, & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp. 222–251)., 3rd
Constantino, M. J., Boswell, J. F., Bernecker, S. L., & Castonguay, L. G. (2013). Context-responsive integration
as a framework for unified psychotherapy and clinical science: Conceptual and empirical
Constantino, M. J., Coyne, A. E., & Muir, H. J. (2020). Evidence-based therapist responsivity to disruptive
https://doi.org/10.1016/j.cbpra.2020.01.003
Constantino, M. J., Goodwin, B. J., Muir, H. J., Coyne, A. E., & Boswell, J. F. (2021). Context-responsive
Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp.3-27)., 3rd ed. New York, NY: Oxford
University Press
Strating, M. A., & Pascual‐Leone, A. (2019). Emotion-Based case formulation for personality disorders. In
Watson, J. C., & Wiseman, H. (2021). Meeting the challenge of responsiveness: Synthesizing perspectives.
In J. C. Watson & H. Wiseman (Eds.), The responsive psychotherapist: Attuning to clients in the
Westra, H. A., & Constantino, M. J. (2019). Integrative psychotherapy for generalized anxiety disorder. In J.
C. Norcross, & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp. 284–302)., 3rd ed.
★ Estímulo
★ Afeto/emoção sentida pela figura de vinculação
★ Comportamento adotado pela figura de vinculação
T
s
t
B
p
Identificação Agir de forma igual ou semelhante à figura
de vinculação
baseadas em aprendizagens
disfuncionais
Family in the Head Gift of Love
1 Avaliar sintomas
➔ Identificar o perfil de sintomas atuais e tratamentos prévios
➔ Descobrir o que incomoda mais o paciente: “Em que precisa mais de ajuda?”
➔ Perceber que processos de cópia estão presentes e os gifts of love a que estão associados
3 dimensões:
Ignore Affirm
Wall-Off Disclose
Self-Neglect Self-Affirm
Blame Protect
Sulk Trust
Self-Blame Self-Protect
Control
Ações transitivas Submit
Ações intransitivas
Self-Control
Ações introjetadas
Caso Joana
Emancipate
Separate
Self-Emancipate
Ignore Affirm
Wall-Off Disclose
Self-Neglect Self-Affirm
Blame Protect
Sulk Trust
Self-Blame Self-Protect
Control
Ações transitivas Submit
Ações intransitivas
Self-Control
Ações introjetadas
Yearning self Birthright self
Procura adaptação
Procura amor e aceitação positiva e vai à terapia em
da Family in The Head busca de mudança
construtiva
Paul L. Wachtel
Formação em Psicoterapia e
Psicanálise
Reconciliar as formulações conflitantes da
psicanálise, orientações experienciais
Objetivo da teoria
cognitivo-comportamentais, sistémicas e
humanísticas → Abordagem + Completa
➔ Insights podem se manter abstratos e cognitivos → Não são maior fonte de mudança
➔ Mudança= Novos comportamentos + Feedback → Promovem insight que motiva para
experimentar novos comportamentos
➔ Métodos comportamentais para experiências emocionais corretivas
➔ EXPOSIÇÃO às experiências evitadas (por vergonha, medo culpa, etc) → Maior promotor
de mudança
Fontes do problema
Partes da “investigação” e
formulação partilham
características com outras
Dinâmicas que o abordagens
mantêm
AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO
Dimensões características de Cyclical Psychodynamics
2. Identificar cúmplices
4. Contextualizar as formulações
Benjamin, L. S. (2018). Interpersonal reconstructive therapy for anger, anxiety and depression: it’s
about broken hearts, not broken brains. American Psychological Association.
Critchfield, K. L., Panizo, M. T., & Benjamin, L. S. (2019). Formulating key psychosocial mechanisms of
psychopathology and change in interpersonal reconstructive therapy. In Case formulation for personality
disorders (pp. 181-201). Academic Press.
Critchfield, K. L., Thapa, P., Panizo, M. T., & Conceição, N. (2021). Using
interpersonal reconstructive therapy to address comorbid problems organized by attachment‐based
learning: The case of Don. Journal of Clinical Psychology, 1–13. https://doi.org/10.1002/jclp.23292
Wachtel, P. L., & Gagnon, G. J. (2019). Cyclical Psychodynamics and integrative relational psychotherapy.
Handbook of Psychotherapy Integration, 184–204.
https://doi.org/10.1093/med-psych/9780190690465.003.0009