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PERSPECTIVAS INTEGRATIVAS EM PSICOTERAPIA

Prof. Nuno Conceição (NC)

Programa Revisto & Atualizado para 1º Semestre de 2023/24

21/09/23 – 01. Apresentação e Introdução (NC)


Mapas de Ordenamento do Território Terapêutico I (NC)
Conceptualização de Caso
Níveis de Abstração, de Análise, de Avaliação
O que há para ver?
Desenvolver a lente/o esquema

Modelo Genérico de Psicoterapia


Psicologia a Duas Pessoas

28/09/23 – 02. Mapas de Ordenamento do Espaço e Território Terapêutico II (NC)


Conceptualização de Processo
Níveis de Abstração, de Análise, de Tomada de Decisão e Intervenção
Estratégias e Princípios Gerais de Mudança
Processos e Mecanismos de Mudança
Fases, Estadios, Estados; Psicoterapia enquanto processo desenvolvimentista
Anos a milissegundos

***SEMANA DE PAUSA ***


12/10/23 - 03. Questões Filosóficas Relativas à Integração em Psicoterapia (G1)
Obstáculos e Contributos filosóficos à integração
19/10/23 - 04. Contextualização Antropológica, Cultural e Historica (G2)
Contextualização histórica; tradições mágico-religiosa e naturalístico-científica
Via dos Factores Comuns, de metateoria a abordagem terapêutica

26/10/23 - 05. Aliança Terapêutica (G3 – FC/MM1)


Polivagal; Ameaça e Segurança, Psi a 2 Pessoas
02/11/23 - 06. Motivação e Ambivalência (G4 – FC/MM2)
Expectativas, Dialética, Dualidade; Duas pessoas numa; Texto e Subtexto.
09/11/23 - 07. Experiências Correctivas (G5 – FC/MM3)
Reconsolidação Memória
16/11/23 - 08. Insight (G6 – FC/MM4)

23/11/23 - 09. Auto-eficácia (G7 – FC/MM5)

30/11/23 - 10. Via dos Modelos de Assimilação Integrativa (G8)

07/12/23 - 11. Via dos Modelos de Integração Teórica (G9)

14/12/23 – 12. Via dos Meta-Modelos ou Modelos Unificados de Integração


Mapas de Ordenamento do Espaço e Território Terapêutico III (NC)
Complementaridade Paradigmática
Perspectivas futuras em psicoterapia e integração

***A Via dos Modelos de Ecletísmo Técnico foi sacrificada neste semestre devido ao feriado de 5 de Outubro,
considerando-se que a Via da Assimilação Integrativa, em certa medida, partilha alguns processos
Questões filosóficas
relativas à integração em
psicoterapia
Perspectivas Integrativas da Psicoterapia

Docente: Professor Nuno Conceição


Discentes: Carolina Silva 22511; Leonor Rebelo 22516; Maria Caetana Costa 22447; Sara Mendes 22558
Introdução
INTRODUÇÃO

Pontos comuns a todas as abordagens terapêuticas:

Relação emocional Terapeuta a quem é Razão lógica/ teoria O ajuste das ações
equilibrada e reconhecido o devido coerente que de tratamento de
confiante entre conhecimento para suporte as ações do acordo com a teoria.
terapeuta e cliente. ajudar. terapeuta.

Assim, toda a terapia necessita de uma teoria de


base para sua orientação.
Formista Mecanicista Organicista Contextualista

● Causalidade ● Causalidade; ● A mudança é ● Causalidade


material; ● As partes existem normativa; multifatorial;
● O todo é apenas a além do todo; ● O sujeito é ● Comportamento
soma das partes ● Pessoa como construtor ativo;
em contexto;
● Lei da conjunto de ● Coerência dos
similaridade; mecanismos; factos reflete a ● Rejeição de
● Raciocínio ● Contingências veracidade; reducionismo;
Categórico internas e ● As partes têm ● Múltiplas
● Pessoa como um externas; significado no perspetivas
conjunto de ● Veracidade todo; válidas da mesma
categorias; depende da sua ● Explica as regras realidade
proximidade à de mudança -
realidade; estádios;

… As visões do mundo
01

CASO 1: JOÃO
Pedido de Consulta
01
A mãe do João, a Alice, marcou a consulta de terapia por estar
preocupada com o seu filho. Referiu que ficou preocupada quando o seu
filho lhe comunicou que estava a pensar desistir da faculdade, uma vez
que este sempre revelou ser um bom aluno com excelentes notas e
intenções de tirar um curso superior. Além disso, explicou que esta
novidade a surpreendeu porque, apesar de o João ser estudante
deslocado, quando ele regressava aos fins-de-semana aparentava estar
bem e não se referia negativamente a esta mudança para a faculdade. O
seu objetivo para esta consulta do filho é compreender a situação e
prevenir que o filho não erre nesta decisão precipitada de deixar a
faculdade.
Consulta
Nas primeiras sessões, o João referiu que não achava necessária a consulta porque não via nenhum problema em querer deixar o
curso, mas que iria comparecer em algumas sessões para tranquilizar a sua mãe. Apesar de não mudar a ideia inicial de deixar a
faculdade, ao longo das sessões foi possível inferir que a adaptação do João, no que toca diretamente à faculdade, foi positiva, “para
mim as cadeiras eram interessantes e conseguia acompanhar os conteúdos”. No entanto, era perceptível desânimo quando falava das
viagens para a faculdade e no seu discurso não havia referência a uma vida social ativa e satisfatória. Com o passar das sessões,
verificou-se que a dificuldade do João estava na adaptação à vida fora de casa. Este considerava que as tarefas domésticas eram
entediantes e difíceis de coordenar com o estudo e o seu tempo de lazer, por vezes desleixando-se, “quando a comida da minha mãe
acaba, encomendo as refeições para poder ter tempo de jogar no computador”.

Assim, ao longo das consultas verificou-se que a mãe sempre teve uma grande influência na vida do filho, impedindo-o de ter
diversas experiências. Tanto nas tarefas domésticas desde cozinhar, limpar, lavar roupa, etc., como na organização da sua vida a nível
dos horários e responsabilidades (ex: burocracias escolares). Além disso, no secundário quando o João começou a sair com os seus
amigos, existia um controlo constante por parte da mãe, “sempre que saía com os meus amigos a minha mãe ficava muito preocupada
e mandava-me muitas mensagens, por isso fui saindo cada vez menos para não a preocupar”. Assim, o círculo social do João foi-se
tornando mais restrito e diminuído, passando mais tempo sozinho.
Caso 1: João

Discussão em aula das diferentes visões sobre o caso


02

CASO 2: CARLA
Pedido de Consulta
01
A Carla tem fobia a agulhas com desmaio. Quando tinha 9 anos, a
Carla, decorrente de uma forte amigdalite, foi submetida a um tratamento
prolongado com injeções diárias de penicilina intramuscular. Aos 11 anos
foi-lhe administrada a vacina da difteria, levando a que sentisse tonturas e
perdesse momentaneamente a consciência. Desde então, a Carla evita
realizar análises, tomar vacinas… por ter medo que a qualquer momento
volte a desmaiar.
Consulta
A Carla tem 37 anos e vive com o marido, com quem se casou há 11 anos, e 2 filhos. Trabalha como recepcionista numa torre de
escritórios.
Foi a Carla quem tomou a iniciativa de iniciar o processo terapêutico por considerar que a sua fobia a agulhas lhe estaria a limitar a
vida. Para o destino de lua de mel, a Carla e o marido, António, gostariam de ir ao Quénia. No entanto, por ser necessária a vacina da
febre amarela, ambos concordaram em deixar esse sonho para trás. Na pandemia, quando a Carla foi chamada para tomar a primeira
dose da vacina contra o coronavírus, recusou-se: “Só de pensar, conseguia sentir as tonturas, os enjoos, tudo o que sinto sempre que
sou confrontada com a possibilidade de uma agulha me perfurar a pele.” Nos 2 partos, a Carla não recorreu a epidural. Fala do parto
como uma experiência a não repetir e só foi mãe uma segunda vez porque a gravidez foi acidental.
Sessões mais tarde, a Carla fala de como para ela é complicado apoiar os filhos em situações que impliquem a presença de
agulhas. Há uns meses, o filho mais velho partiu a cabeça na escola e levou pontos. “Não consegui estar presente na sala, não
consegui agarrar na mão dele. Que tipo de mãe não dá a mão ao seu filho em situações tão difíceis como esta?” referiu a Carla. Em
contexto hospitalar, é sempre o marido que assume a posição de pilar, o que lhe traz uma certa insegurança: “Será que eles vão gostar
mais dele do que de mim? As enfermeiras devem achar que sou uma falhada…”.
A Carla revela-se cooperativa e receptiva à mudança com a motivação interna de querer ter uma vida menos limitada e com a
motivação externa de querer a validação dos filhos.
IDEIAS CHAVE
● FORMISMO
- Sintomatologia: fobia a agulhas - perda momentânea de consciência, tonturas, enjoos
- Patologia: possivelmente perturbação de ansiedade fóbica
- marcado medo relacionado com o objeto (agulhas);
- o objeto causa quase sempre ansiedade (manifestou-se somaticamente através de tonturas,
perda de consciência); o objeto é ativamente evitado (não viajar para o Quénia, não tomar a
vacina contra covid, não utilizar epidural nos 2 partos, não estar perto do filho quando este
levou pontos);
- o medo é desproporcional e causa ansiedade antecipatória (só de pensar, a Carla conseguia
sentir tonturas);
- Personalidade: tendência para traços neuróticos por experimentar emoções negativas como o
medo, culpa, dificuldades em lidar com o stress.
IDEIAS CHAVE
● CONTEXTUALISMO
- Temporalidade e história de vida: Experiências passadas (sofrimento e sustos no tratamento
com injeções diárias de penicilina e vacina da difteria) influenciam o medo atual.

- Interdependência indivíduo-ambiente: A fobia às agulhas resulta da interação entre as suas


características individuais (insegura, com necessidade de validação por parte dos filhos, e
ansiosa), o ambiente (contexto de pandemia, incerteza, medo) e as relações que estabelece
com os que lhe são próximos (falta de suporte emocional durante situações que envolviam
agulhas e lhe causaram mal-estar significativo)
IDEIAS CHAVE
● MECANICISMO
- Problema de saúde em criança que levou à toma de uma vacina que, por sua vez, fez com que a
Carla tivesse sintomas como perda de consciência, entre outros (causa) do receio que apresenta
relativamente a agulhas, análises, etc(consequência) - Causalidade;

- O medo de agulhas (causa) impede a Carla de viver a sua vida e também a faz colocar em causa
o seu papel como mãe (consequências);

- A Carla sente o medo como real, uma vez que já teve uma experiência concreta de perda de
consciência e mau-estar após a toma da vacina, que implica o uso de agulhas;

- É percetível que o medo de agulhas (parte) continua a existir independentemente do todo, ou seja,
o medo persiste em diferentes contextos.
IDEIAS CHAVE
● ORGANICISMO
- A interpretação da experiência precoce com agulhas impediu o desenvolvimento de estratégias
para lidar com situações semelhantes e mantêm-se em situações da atualidade;

- A interpretação da experiência precoce com agulhas molda a sua realidade;

- A sua perceção de ser incapaz de cuidar dos filhos leva a que ela pense que está a falar no seu
papel de mãe e que os seus filhos não gostem dela;

- O facto de se mostrar cooperativa à mudança é um aspeto positivo, ou seja, poderá estar recetiva
a construir uma nova realidade que a deixe mais satisfeita.
CONCLUSÕES
● Muitas teorias focam pontos comuns, a principal diferença é a ênfase dada a cada um.

● As terapias integrativas consideram que existem várias verdades incomensuráveis, nenhuma

superior que outra. Os terapeutas devem ter vasto conhecimento das várias visões do mundo e

sentido crítico sobre cada uma;

● Um bom terapeuta é aquele que consegue ter uma perspetiva integrativa: os terapeutas que

adotam uma perspetiva integrativa têm mais sucesso em diversas patologias/casos que lhes são

apresentados; consegue ter diferentes perspetivas sobre a causa e pode aplicar/adquirir mais

estratégias para ajudar o paciente;


REFERÊNCIAS
Branco Vasco,A., Conceição,N., Nunes da Silva, A., Fojo Ferreira, J., & Vaz-Velho, C. (2018). O (Meta)Modelo de
Complementaridade Paradigmática (MCP). In Leal, I., Psicoterapias. Lidel.

Figueira, M.L., Sampaio, D., & Afonso,P. (2014). Manual de Psiquiatria Clínica. Lidel.

Hayes, S. C., Hayes, L. J., & Reese, H. W. (1988). Finding the philosophical core: A review of Stephen C. Pepper's World
Hypotheses: A Study in Evidence. Journal of the experimental analysis of behavior, 50(1), 97.

Yahalom, J., & Hamilton, A. B. (2023). Cultural pragmatism: In search of alternative thinking about cultural competence in
mental health. Journal of Theoretical and Philosophical Psychology.

3_BoP Cap 3 - Role of Theory (Disponível no Basecamp)


They all crowded around it, panting, and
asking, “But who has won?” This question
the Dodo could not answer without a great
deal of thought. … At last the Dodo said
“Everybody has won, and all must have
prizes.”
— Lewis Carroll,
in “Alice’s Adventures in Wonderland”

Frank & Frank (1993)


Da Contextualização
Antropológica e Histórica
aos Factores Comuns
Enquanto Abordagem
Perspetivas Integrativas em Psicoterapia

Ana Hayes, nº22439 | Laura Haanpää, nº22437


Leonor Fonseca, nº22448 | Marilia Gomes, nº22569
RAÍZES HISTÓRICAS DA PSICOTERAPIA
Empírica ou
Religiomágica Retórica Naturalista

Frank & Frank (1993)


FATORES COMUNS COMO UMA METATEORIA

■ Hipótese Fatores Comuns: Rosenzweig (1936).


■ Elementos comuns na terapia: Jerome Frank (1961), Persuasion and Healing.
❖ Relação, Ambiente de Cura, Mito e Ritual
■ Ecletismo na psicoterapia: Goldfried (1980-2019).
■ Modelo Contextual: Frank e Frank (1991); Wampold (2001).
■ Abordagem eclética: Norcross (1990-2005).

Bailey & Ogles (2023)


FATORES COMUNS
+
INGREDIENTES
ESPECÍFICOS
MODELO CONTEXTUAL

Imagem retirada de Wampold e Ulvenes (2019, p. 72)


Relacionamento Real
Criação de Expetativas
Ingredientes Específicos
“We have all "taken up
sides" and have placed
far too much emphasis
on who is correct, not
what is correct.”

Goldfried (1980)
PRINCÍPIOS DE MUDANÇA

Fomentar Facilitar boa Potenciar Encorajar Enfatizar


esperança, aliança tomadas de experiências teste de
motivação e terapêutica consciência e corretivas realidade
expectativas insight contínuo
positivas

Eubanks & Goldfried (2019)


MODELO STAIRCaSE
Self-Evaluation.

Consequence

Response

Intention

Affect

Thought

Situation

Eubanks & Goldfried (2019)


LOST IN TRANSLATION…

“Those who held incommensurate


viewpoints [can] be thought of as
members of different language
communities and their communication
problems [can] be analyzed as problems
of translation”

(Kuhn, 1970, citado por Goldfried, 2019)


MODELOS TEÓRICOS

Lundh (2014), com base na literatura sobre


os factores comuns em psicoterapia,
identificou dois modelos teóricos:

Modelo Relational-Procedural-Persuasion (RPP)

Modelo Methodological Principles and Skills (MPS)


MODELOS TEÓRICOS
Relational-Procedural-Persuasion Methodological Principles and Skills
(RPP) (MPS)
Três componentes: Dois pressupostos:
1) Boa relação terapêutica; 1) Psicoterapia eficaz assenta em
2) Envolver o cliente no procedimento princípios metodológicos;
terapêutico; 2) Aplicação destes princípios a uma
3) Persuadir o cliente. variedade de situações

■ Rosenzweig (1936) ■ Goldfried (1980)


■ Frank & Frank (1991)
■ Wampold (2001; 2007)

Lundh (2014)
RPP vs MPS
DIFERENÇAS

RPP MPS

A. Os efeitos não são específicos da A. Os efeitos são específicos da


psicoterapia psicoterapia
B. Value-neutral B. No value-neutral
C. Social influencing skills C. Set of clinical skills
D. Visão pessimista D. Visão optimista

Lundh (2014)
FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica
Pode existir uma orientação teórica definida, baseada na hipótese dos fatores comuns?

INTEGRAÇÃO DE FC COM
HIPÓTESE FATORES
MODELO CONTEXTUAL FOCO EM PROCESSOS DE
COMUNS
(Modelo RPP) NÍVEL INTERMÉDIO (Modelo
(Modelo RPP)
MPS)

Rosenzweig Frank e Frank Goldfried; Norcross


Componentes Elementos-chave comuns a Um ecletismo pode ser
compartilhados estão ativos todas as terapias: construído, com foco no
em modelos divergentes de relacionamento, setting, nível intermédio de
terapia, O que é mito e ritual. abstração.
compartilhado, ou comum.

Bailey & Ogles (2023)


Bailey & Ogles (2023)

FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica

● Será possível a existência de uma orientação teórica definida, baseada na Hipótese


dos Fatores Comuns?
● Problema: a abstração! As ideias, quando ficam no abstrato, não são acionáveis
como deveriam ser, não podendo ser usadas na prática!
● A terapia dos fatores comuns tem de ser mais do que uma metateoria.

Abstrato Específico
FATORES COMUNS
Hipótese Meta-teoria Orientação teórica

Que tipo de
???? psicoterapeuta
é?
Terapeuta de
Fatores Comuns
O que faz de si
uma terapeuta
de fatores
comuns?

Bailey & Ogles (2023)


O QUE É PRECISO FAZER? Meta-teoria Orientação teórica

COMPONENTES ESPECÍFICOS

Frank & Frank (1991) Bailey & Ogles (2023)

MODELO TERAPIA DOS FATORES


CONTEXTUAL COMUNS

Todas as abordagens terapêuticas Teoria transteórica da patologia:


contêm uma teoria da mudança, que Definição de patologia - Desmoralização
inclui: Justificação para a patologia baseada
Um mito para explicar a patologia; nos fatores comuns: uma coleção de
Um ritual ou procedimentos para evocar princípios e métodos de mudança entre
a mudança. as várias modalidades terapêuticas.

Bailey & Ogles (2023)


MODELO TERAPÊUTICO DE FATORES COMUNS

1. Relação terapêutica
2. Motivação
3. Experiência corretiva
4. Insight
5. Auto-eficácia

Bailey & Ogles (2023, p.6)


PROPOSTA DE DINAMIZAÇÃO
Abby é uma rapariga americana, branca, de 22 anos, que cresceu numa quinta
onde os seus pais lutavam contra o vício em opiáceos e tinha um histórico de
abuso físico por parte de ambos os pais. Abby tentou “deixar a sua família má” para
trás ao entrar para a faculdade, no entanto, sentia-se desorientada, o que atribuiu
ao fato de se sentir diferente dos outros estudantes universitários, que
aparentemente tinham crescido em famílias funcionais.
Ela preenchia os critérios para Perturbação Depressiva Major e estava a
realizar uma Terapia Cognitivo-Comportamental e a fazer progressos, porém, na
quinta sessão ela apresentou-se de uma forma bastante desleixada, com um
humor hipotímico e parecia pouco envolvida (por exemplo, teve dificuldade em
fazer contacto visual).

retirado de Wampold & Ulvenes (2019)


PROPOSTA DE DINAMIZAÇÃO
O terapeuta, que notou a mudança no comportamento e na apresentação,
resumiu o progresso da terapia e perguntou a Abby sobre o trabalho de casa que
tinha sido acordado. Ela respondeu da seguinte forma:
Abby: “Eu não tive vontade de fazer, então não fiz.”

QUAIS SÃO ALGUNS DOS CAMINHOS


QUE O TERAPEUTA PODERIA SEGUIR A PARTIR DAQUI?

retirado de Wampold & Ulvenes (2019)


REFERÊNCIAS
■ Bailey, R. J., & Ogles, B. M. (2023). Common factors therapy: A principle-based treatment
framework. American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/0000343-000
■ Eubanks, C. F., & Goldfried, M. R. (2019). A principle-based approach to psychotherapy
integration. In J. C. Norcross & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy
integration (pp. 88–104). Oxford University Press.
https://doi.org/10.1093/med-psych/9780190690465.003.0004
■ Frank, J. D., & Frank, J. B. (1991). Persuasion and healing: A comparative study of
psychotherapy (3rd ed.). Johns Hopkins University Press.
■ Goldfried, M. R. (1980). Toward the delineation of therapeutic change principles. American
Psychologist, 35(11), 991–999. https://doi.org/10.1037/0003-066X.35.11.991
■ Goldfried M. (2009). Searching for therapy change principles: Are we there yet? Applied &
Preventive Psychology, 13, 32–34. https://doi.org/10.1016/j.appsy.2009.10.013
REFERÊNCIAS
■ Goldfried M. R. (2019). Obtaining consensus in psychotherapy: What holds us back?
American Psychologist, 74(4), 484–496. https://doi.org/10.1037/amp0000365
■ Lundh, L-.G. (2014). The search for common factors in psychotherapy: Two theoretical
models with different empirical implications. Psychology and Behavioral Sciences, 3,
131–150. doi:10.11648/j.pbs.20140305.11
■ Wampold, B. E., & Ulvenes, P. G. (2019). Integration of common factors and specific
ingredients. In J. C. Norcross & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy
integration (pp. 69–87). Oxford University Press.
https://doi.org/10.1093/med-psych/9780190690465.003.0003
Aliança
Terapêutica
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
Perspetivas Integrativas em Psicoterapia
Beatriz Bento (22368), Bruna Bezerra (22381), Priscila Corona (22362) e
Vasco Rocha (22571)
26 de outubro de 2023
Indíce

1 Visão geral e Evidências 5 Interferências

2 Perspetiva Histórica 6 Ruturas e Reparações

3 Definição de A.T. 7 Término

4 Elementos da A.T.
Visão Geral

1+1=3
O relacionamento terapêutico (RT) requer a
participação de dois indivíduos (díade), refletindo
ainda outra entidade: o próprio relacionamento.

Bailey & Ogles, 2023


Base na qual o
tratamento é
construído
Factor comum primário para
psicoterapia efetiva
(Page & Strizke, 2015)¹
Mecanismo de
mudança

Evidências
Preditor confiável do resultado da terapia em centenas de
Relação Terapêutica estudos e meta-análises
(e.g. Flückiger et al., 2018)¹

Clientes que reportam relacionamentos satisfatórios com


os seus terapeutas são mais propensos a se beneficiarem
do tratamento
(Crits-Christoph et al., 2013)¹

¹ como citado em Bailey & Ogles, 2023


Freud, 1913

Premissa = todos os relacionamentos são


baseados na transferência. O apego do
cliente ao terapeuta e a ambiguidade do
cliente à esse apego, ecoam ao longo da
evolução da aliança terapêutica

Perspetiva Rogers, 1959

Histórica RT = ingrediente essencial para facilitação


da mudança, juntamente com a empatia, a
aceitação positiva incondicional e a
Flückinger et al., 2019; Bailey & Ogles, 2023. congruência

Bordin, 1979

RT = constituído por três elementos


colaborativos: (1) o acordo sobre os objetivos
terapêuticos; (2) o consenso sobre as tarefas
que compõem a terapia; (3) o vínculo entre o
cliente e o terapeuta.
Definição e Elementos da Aliança Terapêutica
Um terapeuta se relaciona com seu cliente de forma empática para estabelecer um laço
discernível e uma atitude de trabalhar juntos em tarefas para avançar em direção a
objetivos acordados que ajudam o cliente a recuperar a moral. Os terapeutas enxergam
esse relacionamento com a humildade de uma perspetiva multicultural e se dedicam a
identificar possíveis ruturas com a intenção de repará-las.

Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Bailey & Ogles, 2023


Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Os terapeutas orientam-se para o cliente a fim de construir um vínculo

terapêutico adotando uma postura de empatia, compaixão e aceitação, com o


objetivo de compreender e ajudar o cliente a se sentir compreendido e apoiado

numa parceria genuína.

Colaboração

Benjamin, 2003; Bailey & Ogles, 2023


Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Os terapeutas trabalham para entender os desejos de mudança de seus clientes,

conceptualizam a desmoralização de seus clientes e facilitam a conversa sobre os


objetivos em que trabalharão juntos para abordar e promover a remoralização.

Verde Vermelho

Benjamin, 2003; Bailey & Ogles, 2023


Legalista Vermelho (Red Loyalist) Colaborador Verde (Green Collaborator)

Hábitos interpessoais e intrapsíquicos que estão Hábitos interpessoais e intrapsíquicos que estão
conectados com padrões problemáticos. Padrões de conectados com comportamentos que são objetivo
comportamento mal-adaptativos da terapia

Ligados às regras e aos valores aprendidos durante Determinam a mudança e a aprendizagem de


a infância com as figuras principais de vinculação padrões saudáveis

Mantidos na vida adulta pelo desejo inconsciente Produzem as suas próprias recompensas e não são
de ser reconhecido pelas figuras de vinculação tão dependentes de esperanças fantasiadas

Exemplos: Hostilidade. Agressividade. Isolamento. Exemplos: Amor. Proteção. Confiança. Esperança.


Desrespeito. Desprezo. Negligenciar-se. Culpar-se. Compreensão. Amor próprio. Autocuidado.

Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Uma idosa deprimida tinha como principal tópico nas sessões a queixa de que seu filho e neto eram negligentes e ingratos.
Seu desejo era de que eles a incluíssem em todas as atividades e estivessem com ela o tempo todo. Ela não tinha vida social e
sentia-se muito solitária quando não estava com eles. Ou seja, o plano de tratamento desta senhora era completamente
incompatível com a ideia da IRT de desenvolver o Verde (relacionar-se com os familiares de forma menos coercitiva, mais
diferenciada e amigável). Portanto, uma discussão sobre os objetivos da terapia e as formas de alcançá-los foi essencial antes
que o tratamento pudesse começar. A terapeuta conseguiu ajudar a paciente a relacionar as suas expectativas e decepções
com experiências anteriores, ela lembrou-se de como se sentia relativamente à dependência exigente da sua mãe e depois
começou a considerar o desenvolvimento da sua própria rede de apoio para não fazer o mesmo com os seus filhos. Respondeu
bem à oferta do terapeuta de discutir como poderia encontrar atividades em grupo que a ajudassem a começar a desenvolver
a sua própria identidade e formas de se divertir, independentemente dos filhos.

Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Uma idosa deprimida tinha como principal tópico nas sessões a queixa de que seu filho e neto eram negligentes e ingratos.
Seu desejo era de que eles a incluíssem em todas as atividades e estivessem com ela o tempo todo. Ela não tinha vida social e
sentia-se muito solitária quando não estava com eles. Ou seja, o plano de tratamento desta senhora era completamente
incompatível com a ideia da IRT de desenvolver o Verde (relacionar-se com os familiares de forma menos coercitiva, mais
diferenciada e amigável). Portanto, uma discussão sobre os objetivos da terapia e as formas de alcançá-los foi essencial antes
que o tratamento pudesse começar. A terapeuta conseguiu ajudar a paciente a relacionar as suas expectativas e decepções
com experiências anteriores, ela lembrou-se de como se sentia relativamente à dependência exigente da sua mãe e depois
começou a considerar o desenvolvimento da sua própria rede de apoio para não fazer o mesmo com os seus filhos. Respondeu
bem à oferta do terapeuta de discutir como poderia encontrar atividades em grupo que a ajudassem a começar a desenvolver
a sua própria identidade e formas de se divertir, independentemente dos filhos.

Benjamin, 2003
Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Os terapeutas facilitam o envolvimento do cliente, esclarecendo como terapeuta


e cliente trabalham juntos e direcionando a sua atenção durante a sessão para o
conteúdo acordado que levará à mudança.

Autodescoberta Autogestão
Vermelho Verde

Benjamin, 2003; Bailey & Ogles, 2023


Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Os terapeutas buscam a humildade cultural para reconhecer e abordar com


conforto as oportunidades culturais na terapia, melhorando assim o ambiente
de tratamento para o cliente.

Humildade Cultural Oportunidade Cultural Conforto Cultural

Intrapessoal Interpessoal

Bailey & Ogles, 2023


Laço Objetivos Tarefas Lente Multicultural

Fang (19) é um estudante de nacionalidade chinesa cujo perfeccionismo está a afetar o seu
bem-estar. Ele cresceu numa família onde o sucesso académico era altamente valorizado. Seus
pais tinham expectativas extremamente altas para suas conquistas escolares, e ele recebia
elogios e atenção apenas quando se destacava academicamente. Consequentemente, Fang
cresceu associando seu valor exclusivamente ao seu desempenho académico. Quando entrou na
universidade, ele continuou a buscar a perfeição, mas isso o levou a padrões inatingíveis. Fang
passa longas horas estudando (e poucas horas socializando), questionando a sua capacidade e
com medo de não atender às expectativas. Sua busca implacável pela excelência levou-o à baixa
autoestima e uma série de crises de ansiedade que afetaram seu desempenho académico.
Aspetos que influenciam o estabelecimento da Aliança
Terapêutica

Aspetos do Terapeuta Aspetos do Paciente Outros Aspetos


Aspetos do Terapeuta

Habilidades Facilitadoras Micro-Habilidades de


Interpessoais Aconselhamento

Fluência Verbal Escuta Reflexiva


Expressão Emocional Perguntas Abertas
Persuasão Afirmações
Warmth Declarações de Resumo
Responsividade
Bailey & Ogles, 2023
Aspetos do Paciente

Características Fases da Aliança


Luborsky (1984)²

Confiança Tipo 1 Tipo 2


Crença que o terapeuta Investimento,
Capacidades de Vinculação
pode ajudar. compromisso e fé no
Apoio Social Relacionamento seguro. processo terapêutico.
Gravidade dos Problemas

Flücklinger et al., 2019; ² como citado em Bailey & Ogles, 2023


Outros Aspetos

Teoria Polivagal Neurocepção Experiências


Adversas/Ameaçadoras

SNA → Comportamento Estratégias de Defesa


Não-Adaptativas -
Estado Crónico de Perigo

Mudança através da
“Presença Terapêutica”

Porges, 2017; Benjamin, 2018


Outros Aspetos

Estratégias mal-adaptativas Antigos padrões, “IPIRs”, copy process

Colaboração
Vínculo
Paciente-Terapeuta

Novos padrões Base segura Internalização

Benjamin, 2018;
Ruturas na Aliança Terapêutica

Uma deterioração na aliança terapêutica manifestada por uma falta de colaboração entre o
paciente e o terapeuta nos objetivos e tarefas da terapia ou em tensão na ligação emocional.

Trabalhar nas
Reparação de Ruturas que
Ruturas Ruturas podem estar a
surgir

Outcome Negativo Outcome Positivo Oportunidade de melhorar o


Outcome do tratamento

Eubanks, 2019
Identificação das Ruturas
Atenção ao paciente (marcadores de rutura: crítica subtil/comunicação abstrata);
Atenção ao próprio terapeuta (experiência interna/próprios padrões relacionais);
Possível fazer inferências sobre as necessidades e medos relacionais dos pacientes, e
adaptar-se a eles de modo a fornecer uma experiência corretiva.

Distanciação Confrontação

Eubanks, 2019
Identificação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)

Eubanks, 2019
Identificação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)

Eubanks, 2019
Reparação
das
Ruturas
Rupture Repair
Rating System (3RS)

Eubanks, 2019
Reparação das Ruturas (IRT)

Abordar sentimentos Estabelecer Lidar com situações em


Abordar medos quanto à negativos quanto ao que o paciente sente que
terapia terapeuta ou à terapia responsabilidade o terapeuta o desapontou

Benjamin, 2003
Término

Fase mais importante a seguir à fase inicial no outcome do tratamento

Perda da relação Solidificação do


progresso do paciente

Preparação desde cedo

1º Estabelecer 3º Identificar 4º Discutir o fim da 5º Considerar


2º Rever objetivos ferramentas terapia e antecipar intervalos entre
objetivos
adquiridas desafios sessões e os motivos

Bailey & Ogles, 2023


Ajudar o paciente a reconhecer o seu
papel na própria mudança
Término
Rever o que funcionou melhor ou pior
durante o processo terapêutico
Última sessão

Desenvolver um plano para lidar com


situações futuras

Discutir o impacto pessoal da terapia e os


sentimentos associados ao seu fim

Bailey & Ogles, 2023


Referências
Principal
Bailey, R. J. & Ogles, B. M. (2023). The therapeutic relationship, common factor 1. In Common factors therapy: A principle-base treatment
framework (pp. 35–82). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/0000343-003
Benjamin, L. S. (2001). A developmental history of a believer in history. In M. R. Goldfried (Ed.), How therapists change: Personal and
professional reflections (pp. 19–36). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/10392-002
Benjamin, L. S. (2018). Natural biology: Mechanisms of psychopathology and change. In Interpersonal reconstructive therapy for anger,
anxiety, and depression: It's about broken hearts, not broken brains (pp. 15–51). American Psychological Association.
https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0000090-002
Benjamin, L. S. (2003). Step 1: Collaboration. In Interpersonal reconstructive therapy: An integrative personality-based treatment for complex
cases (pp. 154–192). The Guilford Press.
Eubanks, C. F. (2019). Alliance-focused formulation: A work in progress. In Kramer, U. (Ed.), Case formulation for personality disorders:
Tailoring psychotherapy to the individual client (pp. 337–354). Elsevier. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-813521-1.00017-5

Suplementar
Flückiger, C., Del Re, A., Wampold, B. & Horvath, A. (2019). Alliance in adult psychotherapy. In Norcross, J. & Lambert, M. (Eds.), Psychotherapy
relationships that work: Volume 1: Evidence-based therapist contributions (3 ed.). Oxford Academic. https://doi.org/10.1093/med-
psych/9780190843953.003.0002
Porges, S. (2017). The pocket guide to the polyvagal theory: The transformative power of feeling safe. W. W. Norton & Company.
Motivação e
Ambivalência
Perspetivas Integrativas em Psicoterapia 23/24

Docente: Nuno Conceição

Discentes: Alexandra Figueiredo (22553), Beatriz Nabeiro (22530),


Francisca Vieira (22529), Sofia Rego (22506)
Motivações complexas

Ambivalência em relação à mudança

Níveis desadequados de motivação para uma


determinada mudança requer a nossa atenção
Perspetivas Porque ocorre a resistência? Prática Clínica

Redução da ansiedade, manutenção de um


senso de identidade estável, medo da Abordagem por meio de interpretação, permitindo
Psicanalítica mudança, crenças inconscientes ao cliente reavaliar e modificar seus padrões de
prejudiciais e benefícios secundários dos comportamento e crenças.
comportamentos sintomáticos

Identificação das causas da resistência e os


Reforçadores inadequados, crenças
Cognitivo– eventos que a reforçam.
defeituosas do cliente, atitudes negativas
Comportamental Correção dos pensamentos e crenças
do terapeuta
disfuncionais e a modificação dos esquemas

Percepções inconsistentes com a


Ambiente seguro e de aceitação
Humanistas– auto-organização do indivíduo
Utilização de experiências para ajudar o cliente a
Experienciais Forma de manter os aspectos ameaçadores
integrá-los no seu auto-conceito
do self fora da consciência

Desafio e reestruturação do sistema familiar


Manutenção do status quo Compreensão e modificação das crenças e
Familiares Medo da mudança padrões subjacentes que contribuem para a
resistência.

(Engle & Arkowitz, 2006)


O que levariam das
diferentes abordagens
para fazer uma
perspetiva integrativa

32 40 07 3
Modelo Integrativo

3. Ambivalência como fonte de


1. Resistência ≠ ambivalência
informação

4. A ambivalência é intrapessoal e reflete


2. Ambivalência em terapia:
discrepâncias entre esquemas do Self
evitamento defensivo,
non-compliance e padrão repetitivo
de comportamentos interpessoais 5. Os esquemas do Self e as
que causam ausência de gratificação discrepâncias podem não ser
ou distress totalmente conscientes

(Engle & Arkowitz, 2006)


Modelo Integrativo

6. A ambivalência é interpessoal - 8. Ambivalência como estado mais do


importância do contexto que como traço

7. Mudança: imprevisibilidade; 9. Facilitar a mudança: abordagens


Status-quo: controlo empáticas > abordagens diretivas

(Engle & Arkowitz, 2006)


Motivação
Quantos psicólogos são necessários para mudar uma lâmpada?

Apenas um, mas a lâmpada tem que querer ser mudada.

A mudança pode ser difícil devido a Terapeuta/terapia:


fatores externos e internos - ● Ajuda a explorar as razões que podem
complexidade das motivações. mover os clientes na direção da
mudança.
Exemplo: Gostava de correr uma ● Promove a motivação e cria condições
maratona para que a mudança possa ocorrer.

(Bailey & Ogles, 2023)


Terapia de Fatores Comuns

Relação Experiências
terapêutica
Motivação corretivas
Insight Auto-eficácia

● Sintonizar com as expectativas


● Evocar conversa de mudança
● Planear a mudança

(Bailey & Ogles, 2023)


Motivação
Auto-perceção de capacidade do cliente de implementar as mudanças necessárias
pode impactar o processo terapêutico (mudança).

Fatores que motivam a participação em terapia têm valências (favor ou contra)

Ambivalência é o estado de ter sentimentos mistos em relação à mudança através


da terapia.
Ocorre muitas vezes, mesmo em relação a mudanças abertamente desejadas.

(Bailey & Ogles, 2023)


Motivação

Efeito placebo: expectativa positiva na mudança


Expectativas
Locus de controlo: crença do indivíduo no seu comportamento

Motivação é considerada como um fator do cliente, e não um


aspeto da díade cliente-terapeuta.

(Bailey & Ogles, 2023)


Na maioria dos casos, clientes demonstram defesas, resistência ou
ambivalência sobre a terapia e efetuar mudanças nesta. Sendo que a
motivação só pode estar no locus de controlo do cliente, a questão
lançada é: como é que os terapeutas podem trabalhar com a
motivação do cliente quando esta é resistente ou ambivalente?
Motivação
Sabemos que é importante ver a motivação como complexa e dinâmica…

Dicotómica (está presente ou ausente) vs. Range (continuum)

Pensar na motivação como um continuum parece ser abrir mais possibilidades,


no entanto é interessante pensar como estas duas visões podem se relacionar
com a metáfora da aula passada

(Bailey & Ogles, 2023)


Verde/Vermelho
Verde Vermelho
(growth collaborator) (Regressive loyalist)

● Comportamentos adaptativos; ● Problemas comportamentais;

● Comportamentos/pensamentos alinham-se ● Aderência a regras desadaptativas e valores


com relações saudáveis e internalizados;
auto-desenvolvimento;

● Promoção da motivação por desejo de ● Perpetuação de padrões e hábitos


ligação e aceitação; problemáticos;

Terapeuta ● Interferência na motivação para a mudança;


● Auxílio na superação de obstáculos e
desenvolvimento de Terapeuta
comportamentos/pensamentos ● Exploração de medos e inseguranças
adaptativos -> motivação para a mudança. subjacentes à necessidade de controlo
● Exploração dos medos e crenças
subjacentes.

(Benjamin, 2003) (Conceição & Kramer, 2023)


Conflito verde/vermelho

● Não representa padrões absolutos;


● Presente em toda a gente - cada paciente pode ser visto como sendo 2 pessoas
diferentes.

Terapeuta
Ajudar os pacientes a reconhecer os padrões verdes/vermelhos e
o seu impacto, validando os mesmos.

(Benjamin, 2003) (Conceição & Kramer, 2023)


Caso Clínico
● Kenneth, de 42 anos, foi ao hospital devido a pensamentos suicidas associados à sua crença de que a sua
mulher o traía. Mostrava-se extremamente zangado, ameaçando a mulher e o alegado amante dela. Foi
diagnosticado com Perturbação Depressiva Major. Uns meses antes, tinha começado a fazer psicoterapia,
tendo tido três terapeutas diferentes até então. Recusou-se a participar nos programas de tratamento
psicossocial oferecidos pelo hospital e, em vez disso, dedicava-se à descrição repetitiva de todas as
provas da infidelidade da sua mulher.
● Ao longo do seu desenvolvimento, o seu pai raramente estava em casa. Após anos de casamento dos pais,
o seu pai teve um caso, levando a muitas noites de discussões entre os pais. À medida que ia
acontecendo, as notas de Kenneth iam baixando. Por fim, o pai confessou, a mãe perdoou-o e
reconciliaram-se.
● Em terapia, o paciente queria que os terapeutas concordassem que a sua mulher estava errada. Ao agir
como a sua mãe, Kenneth prejudicou as suas hipóteses de se reconciliar com a sua mulher.
● Até que Kenneth decidisse abandonar a sua identificação com as crenças da sua mãe e o seu método de
culpabilização pela infidelidade conjugal, poucas intervenções terapêuticas poderiam ter sucesso.

(Benjamin, 2003)
● No final da entrevista, foi explicado ao paciente que este estava a ser como a sua mãe ao confrontar a mulher
com provas de infidelidade. Parecia que ele estava à espera do mesmo resultado que viu nos pais - confissão e
reconciliação.
● Algumas horas depois da entrevista, o paciente deixou uma mensagem longa ao terapeuta, dando exemplos
da ligação com a mãe e pediu para falar mais sobre isso. No entanto, no dia seguinte o pessoal do hospital
disse que ele tinha se tinha esquecido completamente da entrevista - sem um apoio forte e específico, ele
não foi capaz de manter esta visão profundamente alterada do que estava a fazer e porquê.

Se fossem os terapeutas deste paciente, o que lhe diriam para dar o máximo de apoio aos
seus padrões verdes e o mínimo de apoio aos seus padrões vermelhos?

(Benjamin, 2003)
TERAPEUTA: Parece-me moralmente correto que toda a gente saiba como ela está errada.
KENNETH: Absolutamente. O que ela fez é completamente despropositado.
TERAPEUTA: É fácil perceber porque é que está tão zangado. Ainda assim, pergunto-me se poderíamos
passar algum tempo a explorar o que mais poderá estar por detrás da intensidade do seu sentimento
em relação a isto?
KENNETH: O que é que quer dizer? Que mais há para dizer?
TERAPEUTA: Bem, há várias semanas que tem estado bastante zangado e parece que nada está a
mudar.
KENNETH: Exato. Ela já nem sequer fala comigo.
TERAPEUTA: Portanto, se falarmos sobre si - as suas expectativas em relação ao casamento e de onde
elas vieram - talvez possamos descobrir outra forma de abordar este problema. Estaria disposto a
tentar isso?
KENNETH: Acho que sim. O que é que fazemos?

(Benjamin, 2003)
TERAPEUTA: Parece-me moralmente correto que toda a gente saiba como ela está errada.
KENNETH: Absolutamente. O que ela fez é completamente despropositado.
TERAPEUTA: É fácil perceber porque é que está tão zangado. Ainda assim, pergunto-me se poderíamos
passar algum tempo a explorar o que mais poderá estar por detrás da intensidade do seu sentimento
em relação a isto?
KENNETH: O que é que quer dizer? Que mais há para dizer?
TERAPEUTA: Bem, há várias semanas que tem estado bastante zangado e parece que nada está a
mudar.
KENNETH: Exato. Ela já nem sequer fala comigo.
TERAPEUTA: Portanto, se falarmos sobre si - as suas expectativas em relação ao casamento e de onde
elas vieram - talvez possamos descobrir outra forma de abordar este problema. Estaria disposto a
tentar isso?
KENNETH: Acho que sim. O que é que fazemos?

(Benjamin, 2003)
Caso clínico - verde/vermelho

A expressão de apoio empático pela dor e indignação do paciente (causada pela alegada
infidelidade da sua mulher) seria importante para o paciente se sentir compreendido. No
entanto, se o paciente visse esta expressão como uma aprovação da sua posição, a sua parte
vermelha estaria a ser apoiada.

Terapeuta
Tentar minimizar o efeito das partes vermelhas, procurando todas as
oportunidades para apoiar a parte verde.

(Benjamin, 2003)
Motivação

Definição de motivação, segundo terapia FC, recorrendo a uma linguagem transteórica:

Os clientes entram e envolvem-se no tratamento com expectativas variadas e


complexas, incluindo ambivalência em relação aos passos para a remoralização. Os
terapeutas podem aceitar isto, sintonizando as expectativas dos seus clientes,
apoiando a sua autonomia, explorando as razões ambivalentes dos seus clientes
para a mudança, e apoiando os passos planeados para a mudança.

(Bailey & Ogles, 2023)


Motivação

Princípios para a intervenção

1. Sintonizar com as expectativas do cliente (tomar consciência das expectativas e


motivações do cliente, procurando ir ao encontro dos clientes no seu estado
atual - resistir ao righting reflex)

2. Evocar conversa de mudança (evocar diálogo sobre a mudança, ao tomar


consciência da ambivalência do cliente, promover a mudança)

3. Planear a mudança (terapeuta ajuda o cliente a antecipar como a mudança pode


ser implementada na prática)

(Bailey & Ogles, 2023)


Conclusão
→ A ambivalência pode ser entendida como o estado de ter sentimentos mistos em relação à
mudança através da terapia, e são uma importante fonte de informação.
→ As expectativas do cliente sobre a terapia, bem como as crenças e motivações sobre a
mudança, são importantes para a promover.
→ A motivação para o tratamento pode ser variada e complexa, e a ambivalência pode ser
considerada um aspeto normal do tratamento.
→ A expectativa e a motivação podem ser consideradas como aspectos de um princípio de
mudança comum.
→ Os terapeutas que se sintonizam com a motivação dos seus clientes têm mais
probabilidades de se aperceberem da ambivalência e de responderem de forma menos reactiva e
mais promotora de mudança.
Referências Bibliográficas
Bailey, R. J., & Ogles, B. M. (2023). Motivation, common factor 2. In American Psychological
Association eBooks (pp. 83–121). hps://doi.org/10.1037/0000343-004
Benjamin, L. S. (2003). Interpersonal Reconstructive therapy: Promoting Change in
Nonresponders. Guilford Publications.
Conceição, N., & Kramer, U. (2023). Emotional change processes in experiential work with
personality pathology. Journal of Psychotherapy Integration.
hps://doi.org/10.1037/int0000307
Engle, D. E., & Arkowitz, H. (2006). An Integrative Model of Resistant Ambivalence. In
Ambivalence in Psychotherapy: Facilitating Readiness to Change (pp. 52–63).
Engle, D. E., & Arkowitz, H. (2006). Theories of Resistance and Ambivalence. In Ambivalence
in Psychotherapy: Facilitating Readiness to Change (pp. 13–51).
Experiências
Corretivas
PERSPETIVAS INTEGRATIVAS EM PSICOTERAPIA

Docente:
Nuno Conceição
Discentes:
Dulce Mijares nº22653
Isabella Barbini - ERASMUS
Luzia Monteiro, nº22563
EXPERIÊNCIAS
CORRETIVAS (EC)
Violação de expectativas (conscientes/inconscientes)
face a uma situação, resultando numa mudança
interpessoal, cognitiva e/ou comportamental.

Fenómeno ativo e contínuo ao longo do tempo


EC1 VS. EC2 1

Pensamentos, emoções, sensações,


EC1 podem motivar os comportamentos ou sentimentos novos ou
indivíduos a experimentar inesperados sobre o próprio, resultantes do
novos comportamentos, encontro de um evento diferente do seu
uma vez que as reações do quadro de referência.
terapeuta asseguram
confiança.
2
Vivência contínua de EC2
podem causar alterações O indivíduo ativamente intervém de
emocionais ou cognitivas forma diferente em situações que
significativas. tipicamente desencadeiam emoções
negativas, alterando o resultado.
ABORDAGENS NAS EC
Cognitiva- Humanista
Psicoanalítica
Comportamental

Desafio às expectativas Facilitar o crescimento


Abordar e resolver baseadas em pessoal, a auto-
conflitos experiências anteriores, realização e o
inconscientes e aumento da desenvolvimento de
experiências infantis dissonância e excitação relações autênticas e
afetiva, resultando em significativas através de
não resolvidas.
novas perspetivas e um ambiente terapêutico
mudanças nas de apoio e aceitação.
respostas afetivas.
FATOR EMOCIONAL NAS
EC
A EC é um fator bottom-up -> desenvolver
uma nova experiência

As emoções têm um papel fundamental no


que toca às experiências corretivas, pois
são a base da nossa fisiologia, nas funções
adaptativas que nos foram dadas através
da evolução, e representam um aspeto
crucial na nossa vida.

EC envolve não só o insight mas também


a experiência emocional.
CORRECTIVE EMOTIONAL
EXPERIENCE (CEE)
In contemporary psychoanalytic thinking, the concept
of a Corrective Emotional Experience (CEE) emphasizes
the therapeutic relationship's curative aspect working
in conjunction with interpretation and insight.

Has the potential to revise or "correct" the client's


emotional responses, attitudes, or patterns of
behavior that are rooted in past negative or
traumatic experiences.

Client's experience of a new, positive, and healing


emotional interaction with the therapist, which
contrasts with their past negative emotional
experiences.
EEC INTRAPESSOAL VS.
INTERPESSOAL
EEC Intrapessoal EEC Interpessoal

Mudar as emoções do indivíduo Ocorrem principalmente durante


passando de emoções a terapia quando o terapeuta
secundárias para emoções compreende e valida os
primárias mal adaptativas e, pensamentos internos do cliente.
eventualmente, para emoções Pode ocorrer fora da relação
primárias adaptativas. terapêutica.
FATORES QUE INFLUENCIAM
AS EC
1 2 3
FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS EFEITOS DO TERAPEUTA
FATORES INTERNOS
PAPEL DO CLIENTE
AGENTES ATIVOS
MOTIVADOS PARA MUDAR
DIRIGIR A ATENÇÃO ÀS SUAS REAÇÕES E DO TERAPEUTA
DISPOSIÇÃO PARA APRENDER RESPOSTAS ADAPTATIVAS

AS RESPOSTAS EMOCIONAIS DESADAPTATIVAS DEVEM SER


DESAFIADAS PREPARANDO A OCORRÊNCIA DAS EC
FATORES EXTERNOS
FATORES FACILITADORES FATORES DIFICULTADORES

APEGO E APOIO ESTRUTURA FAMILIAR


RELAÇÕES POSITIVAS E TRADIÇÕES CULTURAIS
ADAPTATIVAS AMBIENTE ABUSIVO/TÓXICO

POSTERIORMENTE O DESENVOLVIMENTO
DE EC INFLUÊNCIA ESTES FATORES DE
FORMA ADAPTATIVA
INFLUÊNCIA DO TERAPEUTA
FORNECENDO CONDIÇÕES
FACILITADORAS: ALIANÇA TERAPÊUTICA

IMPLEMENTANDO INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS


FACE ÀS NECESSIDADES DO CLIENTE

“TATO TERAPÊUTICO”

OS TERAPEUTAS REPRESENTAM UMA “DESCONFIRMAÇÃO” AO QUADRO


DE REFERÊNCIA ESPERADO DO CLIENTE

É IMPORTANTE PERSISTIR E NÃO RECUAR PERANTE A HESITAÇÃO DO


CLIENTE
THERAPEUTIC ALLIANCE: RUPTURES
AND REPAIRS
Withdrawal ruptures
Safran and his colleagues have highlighted the importance of the clients disengage
repairing ruptures in the therapeutic alliance in achieving a from the therapist or
Corrective Experience. emotions, prioritizing
relatedness at the
expense of agency.
Empower clients to reignite relationships with
ease by highlighting their strengths.

Unravel the root of their needs and fears through


gentle guidance.
Confrontation ruptures
Assure clients that therapy is a safe space to the clients directly
express their needs and be heard. expresses anger or
dissatisfaction, favoriting
agency over relatedness.
DESENVOLVIMENTO
DE EXPERIÊNCIAS
CORRETIVAS

1 MÉTODOS DE INTERVENÇÃO

EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO
2
DAS EC
A INTERVENÇÃO
CONTRASTE MUDANÇAS DE 1ª E 2ª ORDEM
REFORMULAM A SITUAÇÃO 1ª ORDEM: MUDANÇAS QUE CONSERVAM O
E CONSEQUENTEMENTE A SISTEMA
SOLUÇÃO - MUDANÇA NO 2ª ORDEM: MUDANÇAS QUE OCORREM NO
PRÓPRIO SISTEMA PRÓPRIO SISTEMA

Solução de primeira ordem - afastar-se do problema


Solução de segunda ordem - confrontar o problema

Solução de primeira ordem - tornar um problema excessivamente complexo


Solução de segunda ordem - ????
CF TERAPHY
The common factors (CF) therapy CORRETIVE
form of corrective experiencing EXPERIENCING
operate interventions that
facilitate corrective experiencing
STRATEGIES
using several key elements. These
elements include ways of
addressing emotions like facing,
expressing, or regulating them.

CONFRONTING EXPRESSING REGULATING


INTERVENTION CONCEPTS FOR
CORRECTIVE EXPERIENCING
CONFRONTING EXPRESSING REGULATING

Therapists help clients to Therapists facilitate the Therapists assist clients


move toward corrective client’s expression of with learning to soothe
experiencing by noticing emotion, especially and regulate emotions,
current patterns, when especially when clients
including content that emotions have been feel out of control and
may have been avoided, inhibited and when need a new experience
and offering emotions can be helpful of
novel or contrasting in correctively mastery and calm to
experiences. transforming the client’s remoralize.
experience.
CONFRONTING
The eight main confrontational structures are:

1 2 3 4
highlight avoidance address content attend motivation
active listening and confront
behaviour more directly
resistance

5 6 7 8
plan for the client to monitor the level of encourage calming encourage cognitive
confront the content emotional activation after confrontation processing after the
experience
EXPRESSING
Reflective
Listening
Highlights the concerns the
client is experiencing, which
Evocative
can then be confronted with Interventions
the therapist’s assistance. Not about eliminating
Emotional negative emotions but more
Processing about working to transform
emotions so that clients can
Activate the emotions that are
remoralize.
implicit to acknowledge them
and move through them.
REGULATING
Confronting the distress, promotes change to overcome
the avoidance solution that may be exacerbating
distress. However, prior to clients engaging in confronting,
they often need skills in hand to feel confident in the face
of what they may be avoiding.

The word “overwhelmed” is The novel experience of regulating one’s distress can be
useful to get how the client highly remoralizing for the client, giving them a sense of
is feeling, suggesting that a
self-efficacy.
person is overcome by the
feeling, in a state of
emotional dysregulation. It often begins with understanding the biological
underpinnings of the human stress response, to
correctively experience the body’s natural method of
downregulation.

Breathing retraining or teaching diaphragmatic


breathing
EFEITOS DO
DESENVOLVIMENTO DAS EC
1 SENSAÇÃO DE ALÍVIO, DIMINUIÇÃO DA ANSIEDADE

AUTOCONTROLO, SENTIDO DE AGÊNCIA, MAIOR TOLERÂNCIA A


2
ERROS

3 AUMENTO DA CONFIANÇA E APROFUNDAMENTO DO LAÇO TERAPEUTICO

DESENVOLVIMENTO DE COMPORTAMENTOS E RELAÇÕES POSITIVAS E


4
ADAPTATIVAS

O TERAPEUTA PODE DESENVOLVER MELHORES CAPACIDADES DE


5
IDENTIFICAR E PROCESSAR PADRÕES DESADAPTATIVOS
Referências
Bailey, R. J., & Ogles, B. M. (2023). Common factors therapy: A principle-based treatment
framework. American Psychological Association.
Christian, C., Safran, J. D., & Muran, J. C. (2012). The corrective emotional experience: A
relational perspective and critique. In L. G. Castonguay & C. E. Hill (Eds.),Transformation in
Psychotherapy: Corrective Experiences Across Cognitive Behavioral, Humanistic, and
Psychodynamic Approaches. American Psychological Association.
Greenberg, L. S., & Elliott, R. (2012). Corrective experience from a humanistic–experiential
perspective. In L. G. Castonguay & C. E. Hill (Eds.),Transformation in Psychotherapy:
Corrective Experiences Across Cognitive Behavioral, Humanistic, and Psychodynamic
Approaches. American Psychological Association.
Hill, C. E., Castonguay, L. G., Farber, B. A., Knox, S., Stiles, W. B., Anderson, T., ... & Sharpless, B. A.
(2012). Corrective experiences in psychotherapy: Definitions, processes, consequences, and
research directions. In L. G. Castonguay & C. E. Hill (Eds.),Transformation in Psychotherapy:
Corrective Experiences Across Cognitive Behavioral, Humanistic, and Psychodynamic
Approaches. American Psychological Association.
Insight
Perspetivas Integrativas em Psicoterapia

Beatriz Generoso nº22633


Mariana Barradas nº22548
Luísa Urbano nº22533
Rodrigo Vinhais nº22453
Insight?

● Conceptualização pode ser muito diferente de acordo


com a orientação teórica
● Necessidade de perceber que tipo de processos se
encontram submetidos a este rótulo
● Pascual-Leone e Greenberg (2007), de forma a integrar
as várias visões do insight, propõem uma
conceptualização do mesmo com base em duas
grandes dimensões. Nível de abstração e tipo de
processamento
Insight

Top-down

Nível
de
abstração

Bottom-up

Tipo de processamento

Emocional Racional
(Pascual-Leone & Greenberg, 2007)
Insight Ocorre quando se relacionam diferentes componentes
psicológicos ou diferentes acontecimentos interpessoais ao
longo do tempo. Os clientes chegam a conclusões através
das suas experiências passadas

Linking

Desenvolvimento de uma nova e mais abrangente percepção


do sujeito relativamente a si próprio ou ao mundo. O insight
refere-se então à criação de novos significados e
Nível
de percepções por parte do cliente.
abstração
Meta-consciência

Processo de simbolização da experiência interna de um


Consciência indivíduo, em que o conteúdo é percebido de forma concreta
Tipo de processamento num determinado momento, considerado como insight
quando se trata de algo que foi reconhecido pela primeira
vez
(Pascual-Leone & Greenberg, 2007)
Exemplo: vários tipos de insight
“Eu sempre me coloquei em segundo
plano porque tinha medo que a minha
Linking família se desmoronasse se eu não
Uma cliente tranquila, agradável
ajudasse os meus pais”
e muito prestável no cuidado de
outros, estando sempre pronta
para ajudar. No entanto, sofre “Sempre estive tão preocupada com os
Meta-consciência outros que ignorei completamente as
de uma depressão e
minhas necessidades”
normalmente fala da sua
sensação de falta de
esperança. “Sinto-me zangada”
Consciência

(Pascual-Leone & Greenberg, 2007)


A que orientações teóricas
estão mais associados?

Linking Psicodinâmica

Meta-Consciência Cognitivo-comportamental

Consciência Humanista
Definição Integrativa de Insight
(Terapia de Fatores Comuns)

“O insight refere-se a quando o cliente se torna


consciente sobre (descobre), é educado sobre
(aprende) ou é confrontado com (feedback) uma nova
forma de percecionar ou pensar (frequentemente
através de conexões a ideias ou experiências
conhecidas) sobre si próprio, as suas relações ou a
origem do seu sofrimento, de uma forma que catalisa a
esperança e contribui para a remoralização.”

(Bailey & Ogles, 2023)


Estádios de Chegada ao Insight
1 Preparação do cenário para o insight

2 Preparação para o insight

3 Identificação de marcadores do cliente para o insight

4 Promoção do insight

5 Consolidação do insight

(Hill et al., 2007, como citado em Bailey & Ogles, 2023)


1 2 Preparação do Cenário para o Insight e
Preparação para o Insight
Encorajar a introspeção

Encorajar a exploração
Potenciais
Intervenções Úteis Aumentar o estado de
dissonância

Aumentar a ativação
para um nível ótimo

(...)

(Bailey & Ogles, 2023)


3 Identificação de Marcadores do
Cliente para o Insight

“Quero saber como é “Será que a minha


que posso lidar melhor reação está relacionada
com estas situações!” com _____?”

(Bailey & Ogles, 2023)


4 Intervenções Terapêuticas Promotoras
de Insight
Aprendizagem
● O terapeuta pode fornecer informação básica e objetiva
(como sobre diagnósticos, dados empíricos ou recursos
disponíveis)

● Em casos específicos, podem ser úteis auto-revelações


do terapeuta

● Alguns tratamentos incluem componentes


psicoeducacionais (certos princípios ou conceitos são
ensinados, e depois aplicados)

(Bailey & Ogles, 2023)


4 Intervenções Terapêuticas Promotoras
de Insight
Descoberta

Para levar o cliente a tornar-se consciente de si próprio ou


das suas circunstâncias, o terapeuta pode, por exemplo,
recomendar um TPC de monitorização e registo de sintomas,
ou fornecer interpretações para o comportamento, emoções,
pensamento ou interações do paciente

(Bailey & Ogles, 2023)


4 Intervenções Terapêuticas Promotoras
de Insight
Feedback

O terapeuta fornece ao cliente informação sobre


características ou padrões emocionais, comportamentais,
cognitivos ou interpessoais do cliente. Esse feedback pode
ser fornecido através de dados, ter origem no próprio
processo terapêutico

(Bailey & Ogles, 2023)


5 Consolidação do Insight
Para haver mudança duradoura, pode ser necessário fortalecer e repetir
o processo, de forma a ajudar o paciente a assimilar o insight e a
ajustar correlatos emocionais e comportamentais

Podem ser úteis estratégias como reforçar o insight, ajudar o cliente a


explicar o insight de forma clara e memorizável ou repetir o insight de
uma forma que ajude a generalizá-lo

(Bailey & Ogles, 2023)


Uma Perspetiva Integrativa
Desenvolvimentista
Processo de desenvolvimento progressivo em
contexto terapêutico, através de uma integração
ativa de emoções e representações mentais de
experiências, promovendo processos
psicológicos reflexivos. Essa informação é
então articulada em narrativas colaborativas e
coerentes.
● Perceção Emocional + Reflexão Mental =
Histórias Coerentes

(Bowman & Safran, 2007)


Co
Causas da Dissociação
to gn
A fe i çã
o

Experiências com Forte Valência Negativa

Consequências Graves

Desconexão com o Próprio e Outros

(Bowman & Safran, 2007)


Papel do Terapeuta: Processos Principais

Mentalização/Função
Informação Emocional/ Reflexiva
Motivacional (Mentalization or Reflective Function)

(Emotion or Action-Disposition Information)


● RF - Capacidade de entender
● Motivações (para a ação) que crenças, intenções e
● Validação desejos são representações
● Respeito pelo Ritmo do mentais que refletem estados
Cliente mentais
● Empatia ● Mentalização - Capacidade de
aplicar operações mentais
sobre essas representações
(Bowman & Safran, 2007)
Identificar como se encontra o cliente em termos de
insight e qual o processo em que se focariam

“Sabes, o meu pai é um degenerado e sempre foi. Ele era um falhado miserável e
eu acabava sempre a ter de lidar com as consequências. Ele fazia-nos esperar, a
mim e ao meu irmão, na esquina todos os dias enquanto bebia no bar. A minha
vida não presta por causa dele. Ele está sempre a gritar connosco. A Maria
sempre disse que não podes confiar nos alcóolicos. O meu irmão foi mandado
para a escola militar e fez algo da vida. Ele casou-se em Lisboa e tem 2 filhos. A
mulher dele é mesmo querida comigo, envia-me prendas de aniversário todos os
anos. Não aguento pensar sobre aquela altura.”

(adaptado de Bowman & Safran, 2007)


Identificar como se encontra o cliente em termos de
insight e qual o processo em que se focariam

“A minha infância foi mesmo muito difícil, porque a minha mãe trabalhava muito e nunca estava
presente. Eu tive de crescer rapidamente para tomar conta dos meus irmãos e irmãs. Eu sentia
que era responsável pelos problemas que surgiam no dia-a-dia. A minha mãe nunca estava lá e
isso fazia-me sentir muito sozinha e negligenciada. Lembro-me quando o meu irmão João teve
gripe. Só me apetecia chorar porque via o quão doente ele estava e não sabia o que fazer. Foi
mesmo difícil. Quando penso nisso, também sei que a minha mãe teve de trabalhar para nos
sustentar e pagar as contas quando o meu pai se foi embora. Ela não podia trabalhar para pagar
as contas e estar em casa ao mesmo tempo. Acho que também foram tempos difíceis para ela.
Quando ela chegava a casa do trabalho ao final do dia, muitas vezes mexia no meu cabelo e
dizia “Não sei o que é que faria sem ti”.”

(adaptado de Bowman & Safran, 2007)


O cliente

Conseguem pensar em
características do cliente
que possam facilitar o insight?
Características do cliente que
podem influenciar o insight
Psychological mindedness Abertura
(tendência para se virar para dentro ) (para si e para os outros)

Experienciação
Criatividade
(aprendizagem pela experiência)

Capacidade do cliente de
Níveis de desenvolvimento cognitivo
participar na relação terapêutica

Orientação para objetivos


(objetivos de mestria)

(Bohart, 2007)
Estados psicológicos do cliente
que influenciam o insight

Níveis altos de stress Envolvimento na terapia Estado de preparação


● < capacidade de ter perspetivas ● > participação em tarefas Pronto para mudar
mais abrangentes terapêuticas ● consciência de que quer
● < reflexão ● > investimento de esforço no mudar
● < consciência das suas processo ● tentativas de exploração
emoções ● > participação na relação e aprendizagem
terapêutica
< capacidade de pensar de
forma a obter insight

(Bohart, 2007)
Como o cliente pode contribuir para
promover o seu próprio insight
Trabalhando com
Sendo reflexivo
significados pessoais

Adotando uma posição Sendo experiencial


fenomenológica
“Afastando-se” para ter uma
Estando pessoalmente envolvido
perspetiva mais ampla

Pensando de forma dialética Refletindo sobre as suas emoções

Tendo níveis de significado que Sendo focado no processo


não são demasiado detalhados e orientado para a tarefa
nem demasiado abstratos

(Bohart, 2007)
Como é que o terapeuta pode ajudar

Deve promover:
● postura não defensiva
● mindfulness
● possibilidade de dar um passo para trás
● tomada de perspetiva
● consciência emocional
● audição interna receptiva
● experimentação comportamental
● avaliação não crítica do pensamento lógico

Orientando o processo e praticando uma escuta empática

(Bohart, 2007)
Referências
Bailey, R. J., & Ogles, B. M. (2023). Insight, common factor 4. Em R. J. Bailey & B. M. Ogles, Common factors therapy: A

principle-based treatment framework. (pp. 165–201). American Psychological Association.

https://doi.org/10.1037/0000343-006

Bohart, A. C. (2007). Insight and the Active Client. Em L. G. Castonguay & C. Hill (Eds.), Insight in psychotherapy. (pp.

257–277). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/11532-012

Bowman, E. A., & Safran, J. D. (2007). An Integrated Developmental Perspective on Insight. Em L. G. Castonguay & C. Hill

(Eds.), Insight in psychotherapy. (pp. 401–421). American Psychological Association.

https://doi.org/10.1037/11532-019

Pascual-Leone, A., & Greenberg, L. S. (2007). Insight and Awareness in Experiential Therapy. In L. G. Castonguay & C. Hill

(Eds.), Insight in psychotherapy (pp. 31–56). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/11532-002


APLICAÇÃO DO TRABALHO TERAPÊUTICO À 40% DA MUDANÇATERAPÊUTICA DEVE-SE A
EVENTOS EXTRATERAPÊUTICPS
EXPERIÊNCIA QUOTIDIANA NORCROSS AND LAMBERT (2019A)

APLICAÇÃO

LIBERATION EMPOWERMENT

AUTONOMIA
4814609

DIANA MARIA NEVES BATALHA, Nº 22564


MARIA DO CARMO CANO, Nº 22554;
23 DE NOVEMBRO DE 2023
MARIA LUCAS RAMOS GUERRA, Nº 22573;
MIGUEL MARTINS GUERREIRO, Nº 22587
AUTO-EFICÁCIA
DIANA MARIA NEVES BATALHA, Nº 22564
MARIA DO CARMO CANO, Nº 22554;
23 DE NOVEMBRO DE 2023
MARIA LUCAS RAMOS GUERRA, Nº 22573;
MIGUEL MARTINS GUERREIRO, Nº 22587
Joseph Campbell, 1949, 2008,
Williams, 2019

A HERO‘S JOURNEY MUDANÇA


https://youtu.be/ittPNjOJ9XQ?
si=L8W_eRDg6qo1YAxI

SEPARAÇÃO DO MUNDO ENTRADA NUM MUNDO DESCONHECIDO MENTOR


CONHECIDO

TERAPEUTA
FRANK AND FRANK, 1991

MODELO
CONTEXTUAL

I MPORTÂNCIA
TRANSVERSAL DA EMPOWERMENT
AUTOEFICÁCIA
COMO DISTINGUIR AUTOEFICÁCIA?

autoeficácia
-REMORALIZATION
[ performance comportamento EXPECATIVAS DE OUTCOME
-COMPETÊNCIA
desejado + sucesso + NÃO PREVÊM RESULTADOS, MAS A
confiança+ foco interno ]
INCONSCIENTE AUTO-EFICÁCIA PREDIZ
É importante para
mim ser bem sucedido
nesta performance,
independentemente do
resultado

Pe, Consigo fazer isto não porque acho que vão gostar de mim, mas porque
ficarei orgulhoso de mim próprio
SUB-PROCESSOS DA AUTO-EFICÁCIA
Aplicação Auto-Libertação Mestria

Ocorre progresso através da Crença na capacidade de fazer À medida que os pacientes


aplicação de escolhas e mudar aplicam as perceções e
realizações/insights emocionais comportamentos, e agir de experiências adquiridas na
e cognitivos, quer em contexto acordo com essa crença, terapia e se sentem capacitados
terapêutico, como fora da fazendo e mantendo um nas suas vidas, desenvolvem
sessão compromisso com essa linha de uma sensação de Mestria e de
ação serem capazes de enfrentar os
Assim, há um aumento da crença desafios que continuarão a
da sua capacidade de efetuar enfrentar no processo
mudanças no seu funcionamento terapêutico e nas suas vidas
ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER AUTO-EFICÁCIA
Aplicação Auto-Libertação Mestria
1- Construir Objetivos Novos que 1- À medida que a pessoa sente 1- O terapeuta ajuda o cliente a
Permitam Praticar VERDE que as suas ações e experiências comparar o seu funcionamento
são escolhidas por si, há um no passado e no presente e a
2- Adquirir Estratégias de Coping
aumento da sensação de Auto- salientar as melhorias e sucessos
e de Controlo de Estímulos que o cliente tem vindo a fazer
Eficácia

Todas estas estratégias têm


como objetivo o de caminhar no
sentido de diminuir o RED e
aumentar o VERDE
É a tomada de ação
bem sucedida que nos
CONFIANÇA permite o senso de
EMPOWERMENT auto-eficácia

“PERCEIVED SELF-EFFICACY REFERS TO BELIEFS IN


ONE’S CAPABILITIES TO ORGANIZE AND EXECUTE THE
COURSES OF ACTION REQUIRED TO PRODUCE GIVEN
ATTAINMENTS” (P.3)
BANDURA, 1997
“Na esperança subjetiva de recriar uma sensação
de proximidade para com o outro significativo - a
ideia de que a psicopatologia é uma prenda de
amor (GOL), no sentido em que estou a repetir
um padrão que aprendi e que está built in no
cérebro.”

01 02
IRT - Interpersonal IPIR - Important Persons
Reconstructive Therapy and their Internalized
Representations

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)


IMPLICAÇÕES PARA O IRT
Modelo Transteórico de Mudança IRT
PROCHASKA, DICLEMENTE, & NORCROSS, 1992)

Padrões interpessoais Relativos a um outro


Controlo de estímulos Tem como alvo:
significatvio: IPIRs
e incentivos externos comportamentos

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)


IRT + MODELO TRANSTEÓRICO
AUMENTAR A MOTIVAÇÃO
PARA ABDICAR DOS RESISTIR AO DESEJO DE
2. DESEJOS VOLTAR ATRÁS
4.
1. CONFRONTAR A PRENDA
DE AMOR (GOL);
3. O ABDICAR CONCRETO
DOS DESEJOS
(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)
PASSO 4: PROMOVER A VONTADE DE MUDAR
GROWTH COLLABORATOR - GREEN RED

Suporta crescimento construtivo Persegue desejos/sonhos


antigos

O Passo 4 promove o desejo de mudarnça no


paciente, afastando-se do RED, criando
distanciamento dos Gifts of Love que estão a
manter os padrões de problemas atuais.
(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)
PRÉ-CONTEMPLAÇÃO: CONFRONTAR A PRENDA DE AMOR
(GOL)
Auto-Descoberta Auto-Gestão

1- Tornar-se Disposto a Explorar


Ligações com o Passado; 1- Colaboração como Condição
Necessária à Mudança;
2- Aperceber-se dos Processos
de Cópia; 2- Concordar num Modelo
Terapêutico;
3- Identificar Gifts of Love:
Desmascarar Lealdades Antigas,
Regras e Fantasias;

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)


CONTEMPLAÇÃO: AUMENTAR A MOTIVAÇÃO PARA ABDICAR
DOS DESEJOS
Auto-Descoberta Auto-Gestão

1- Atender aos custos que a 1- Permitir Compaixão e


Fantasia tem tido; Tolerânica para o Self;
2- Alterar a visão acerca do IPIR; 2- Empoderamento via Crianças;

3- Utilizar a Raiva em Serviço da 3- Estar Disposto a Ser


Diferenciação; Completamente Honesto
consigo próprio;
4- Reconsiderar os Family
Wishes percecionados;
(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)
AÇÃO: O ABDICAR CONCRETO DOS DESEJOS
Auto-Descoberta Auto-Gestão

1- Construir Objetivos Novos e


1- Fazer o Luto das Perdas; que Tragam Bem-Estar;

2- Abdicar; 2- Aceitar e Rejeitar


Responsabilidades
3- Perdão; Apropriadamente;

4- Internalizar novas Figuras; 3- Lidar com o Medo de Sentir


Sentimentos;
5- Compaixão para com os IPIRs;
4- Enfrentar e Lidar com a Dor de
Abdicar da Fantasia;
(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)
TRANSIÇÃO PARA O PASSO 5
PASSO 4 PASSO 5

O paciente toma a decisão de parar de À medida que desejos antigos surgem,


repetir padrões antigos e como tal, aceita novos padrões podem ser aprendidos no
a perda associada e decide mover em Passo 5 e podem ser adotados pela
direções novas. pessoa.

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 8)


PASSO 5: APRENDER NOVOS PADRÕES
Verde > Vermelho
pode reemergir em situações
de stress ou fatiga extremos

O paciente que completa a IRT vai resistir consistentemente aos hábitos vermelhos, optando
pelos comportamentos alvo da terapia

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)


ONGOING REALITY TESTING
EUBANKS AND GOLDFRIED (2019)

unconscious competence
[ adaptive behaviors become so well-learned that they no longer require deliberate effort. To
reach this stage, patients need to engage in repeated corrective experiences. Patients may
also need the therapist’s help to process these new experiences: they may fail to detect,
accept, or recall their success experiences because these experiences are inconsistent with
their long-standing views of themselves. . . . The client’s reality has changed, and the client
recalibrates his or her expectations [thought] and self-view [self-evaluation] to be in line with
this new reality. This process of ongoing reality testing represents the consolidation of
change. (p. 95) ]

PADRÃO CONGRUENTE DE CONSTRUÇÃO DO


APLICAÇÃO, PRÁTICA E RECALIBRAÇÃO
SELF FACE A ADVERSIDADES FORA DA
DA VISÃO DO SELF
TERAPIA
OS OBJETIVOS DA RECONSTRUÇÃO
Afetos e cognições acompanhando
Comportamentos interpessoais comportamentos interpessoais normais

1- Funcionar a partir de uma


baseline de amabilidade face ao 1- Baseline de afetos confortável
self e aos outros e bem modulada
2- Equilibrio entre o foco no self
2- Estilo cognitivo eficaz,
e o foco nos outros
equilibrado e positivo

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)


MARCADORES DE
RECONSTRUÇÃO COMPLETA
Bonding
Descanso
SELF INTERNO SEGURO
Relaxamento

Curiosidade

(BENJAMIN, 2018)
APRENDER NOVOS PADRÕES ATRAVÉS DA AUTO-
DESCOBERTA
Aceitar o que era e é; Seguir em frente Fazer escolhas mindful e benevolentes

Confrontar o remorso Medo da novidade A experiência de Conferência familiar


e arrependimento awareness e escolha

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)


APRENDER NOVOS PADRÕES ATRAVÉS DA AUTO-GESTÃO
Procura e prática de padrões novos Resistir ao desejo de voltar às old
construtivos ways

-Decisão de fazer da nova maneira


-Técnicas comportamentais -Ajudar o cliente a evitar rejeitar o
-Utilização da relação terapeutica para modelar self transplantado (problema da
novos padrões auto-sabotagem)
-Utilização do modelo SASB para ensinar -Fornecer ajuda adiconal com nova
habilidades inter-pessoais aprendizagem
-Role-plays -Não se meter no caminho quando
-Leitura de Auto-ajuda e grupos de pares o problema é existencial
-Conselhos interpessoais e intrapsiquicos
-Treino o cliente através de um desafio atual
(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)
REVISITANDO O PASSO 5: MANUTENÇÃO
A última etapa da terapia que sobrepõe-se à última fase da etapa de ação

Pacientes já não são tão


vulneráveis a voltar aos estados
vermelhos e, se o fizerem, Reconhecem a regressão e são
recuperam rapidamente mais capazes de declarar que não
vão ceder a ela

"Já não os quero"; "Já não quero fingir que sou um deles";
"Tenciono ter muitos mais dias como estes!"
(BENJAMIN, 2018)
MANUTENÇÃO: RESISTIR AO DESEJO DE VOLTAR ATRÁS
Auto-Descoberta Auto-Gestão

1- Lidar com o Pânico de: “What 1- Auto-Disciplina;


Now?”; 2- Considerar Recompensas e
2- Confrontar o desejo de se Perdas na Recuperação;
manter Stuck;
3- Tolerar variablidade e flutuações
no Progresso;

4- Efetuar as escolhas certas;


QUANDO É QUE A RECONSTRUÇÃO ESTÁ COMPLETA?
Não é possivel dizer quando o processo está
terminado

Nas etapas finais do passo 5, muitos clientes sugerem Se o cliente não quer terminar a terapia
consultas menos frequentes. Durante estas sessões espontaneamente, a sua ambivalência
finais, os objectivos são sobretudo consolidar os ganhos e relativamente à independência provavelmente
assinalar as questões a poderá ter de estar especialmente precisa de mais trabalho
atento.

Os clientes refletirão espontaneamente sobre a sua condição alterada.

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)


Os clientes compreendem e aceitam que o sucesso da IRT não conduz a uma felicidade garantida.
Pelo contrário, ajuda as pessoas a desenvolverem as competências necessárias para se libertarem de
antigos padrões e enfrentarem os desafios da vida de forma positiva e bem modulada.
A sua consciência dá-lhes novas escolhas que podem trazer-lhes maior conforto e satisfação

IMPORTÂNCIA DA AUTO-EFICÁCIA
NA MANUTENÇÃO DA RESISTÊNCIA
AOS PADRÕES VERMELHOS

(BENJAMIN, 2003, CHAPTER 9)


BIBLIOGRAFIA:
BAILEY, R. J., & OGLES, B. M. (2023). COMMON FACTORS THERAPY: A PRINCIPLE-BASED TREATMENT FRAMEWORK.
(203-230). AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION.
BENJAMIN, L. S. (2003). INTERPERSONAL RECONSTRUCTIVE THERAPY: PROMOTING CHANGE IN NONRESPONDERS. IN
GUILFORD PRESS EBOOKS. HTTP://CI.NII.AC.JP/NCID/BA63458197
BENJAMIN, L. S. (2018). PHASES OF THE ACTION STAGE OF CHANGE. IN AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION
EBOOKS (PP. 133–149). HTTPS://DOI.ORG/10.1037/0000090-006
CAMPBELL, J. (2008). THE HERO WITH A THOUSAND FACES (VOL. 17). NEW WORLD LIBRARY.
PROCHASKA, J. O., DICLEMENTE, C. C., & NORCROSS, J. C. (1992). IN SEARCH OF HOW PEOPLE CHANGE.
APPLICATIONS TO ADDICTIVE BEHAVIORS. PUBMED, 47(9), 1102–1114. HTTPS://DOI.ORG/10.1037/0003-
066X.47.9.1102
NORCROSS, J. C., & LAMBERT, M. J. (EDS.). (2019). PSYCHOTHERAPY RELATIONSHIPS THAT WORK: VOLUME 1:
EVIDENCE-BASED THERAPIST CONTRIBUTIONS. OXFORD UNIVERSITY PRESS.
QUESTÕES

PESSOAS COM PERTURBAÇÕES MNÉSICAS?


PERTURBAÇÕES DE HUMOR?
Via dos
Modelos de UC: Perspetivas Integrativas em
Psicoterapia

Assimilação
Docente: Nuno Conceição
Discentes: Ana Albuquerque, nº 22629
Andreia Mendonça, nº22627
Ana Margarida Paulo, nº22632

Integrativa
Ana Sofia Amaral, nº22605
Assimilação Integrativa

Base sólida Disponibilidade para


incorporar (assimilar)

Fidelidade Flexibilidade
O que acham que pode representar esta corda?
01 CBT
+ I/E
P
Críticas à CBT

1 2

Emoções são abordadas como Terapeutas vêm a redução da


fenómenos a serem evitados experiência emocional como
em vez de experienciados um evento significativo durante
a sessão
Alguns estudos
demonstraram que a
experiência emocional do
Mas… cliente, em CBT, está
positivamente relacionada
com resultados favoráveis
em psicoterapia.
Safran

1 Representação do Self
Representação mental do Self é
intrinsecamente interpessoal

Os nossos esquemas são estruturas


2 Esquemas cognitivo-afetivas e não apenas
cognitivas

Exploração imediata das relações


problemáticas com os entes providencia
3 Modelo uma oportunidade única de perceber
melhor as necessidades interpessoais e
medos
Perturbação de Ansiedade Generalizada (GAD)

Esta abordagem começou por ser estudada em


pacientes com GAD devido às características desta
perturbação:
● Dificuldades Interpessoais
● Dificuldades Intrapessoais
Hoje em dia é aplicada a outras situações clínicas
que envolvam problemas interpessoais e/ou
evitamento de emoções dolorosas
Estrutura
Aplicação sequencial de 2 formas de terapia “puras”

Segmento de 50 minutos de Terapia


1 CBT Cognitivo-Comportamental

Segmento de 50 minutos de Terapia de


2 I/EP Processamento Interpessoal/Emocional
Processo de Mudança

Uma parte substancial do processo de mudança


pode ser atribuído a princípios gerais que são
transversais a estas duas terapias, contudo, a forma
como são implementados varia de um segmento
para outro.
● Criar expectativas positivas
● Providenciar uma nova perspetiva
● Experiência Corretiva
● Teste contínuo da realidade
● Relação Terapêutica
Relação Terapêutica

CBT I/EP Ruturas

Vista como uma Relação terapêutica é No segmento da I/EP


pré-condição para a um processo de são incluídas ainda
mudança. Terapeutas mudança. técnicas específicas
adotam uma postura para lidar com ruturas
de apoio na aliança
02 CRPI
Context-responsive psychotherapy integration
(CRPI)

Flexibilidade e Reenquadra
Responsividade fatores comuns Estrutura if-then

De forma + prática para Se um marcador está


incluir situações clínicas presente, então
comuns experimenta esta resposta
baseada em evidência
Responsividade
Racional da terapia, discurso do cliente,
1 Começar com o pé direito historial do terapeuta

Processos in-session
2 Fazer mais do mesmo

if-then
3 As clinical departure
5 marcadores propostos
1 2 3
Expectativa de Ambivalência à
Self-strivings
baixos resultados mudança

4 5
Rutura e reparação Monitorização de
da aliança resultados
1. Expectativas de baixos resultados
If…Expectativa de baixos resultados

● Crenças limitadas na eficácia do tratamento → Relacionadas com a

pobreza do processo de tratamento (como aliança terapeutica) e


resultados (como redução do sintoma);

Revisão do racional terapêutico + EBT


Then… para expectativas mais adaptativas
2. Ambivalência à mudança
If…Ambivalência à mudança

● Baixa motivação intrínseca para a mudança;


● Incertezas do paciente;
● Conflito entre “Vou manter-me como sou!” vs. “Vou mudar!”;

EBT e extraídas de uma base teórica


Then…
como a entrevista motivacional
3. Self-strivings
If…Selfstrivings de autoconfirmação
Reflexo da necessidade de Reflexo da necessidade de
auto-enaltecimento autoconsistência ou verificação

!!!
Cliente prefere preservar autovisão negativa do
que passar por interações incongruentes ou
inesperadas
3. Self-strivings
If…Selfstrivings de autoconfirmação

Then…

● Avaliar as self-strivings mal adaptativas do paciente;

● Providenciar feedback que valide o que a pessoa pensa de si;

● Feedback a comportamentos e atitudes novas;

● Caminhar para a mudança;


4. Rutura e reparação da aliança
If…Rutura da aliança

● Elevada importância para o sucesso dos tratamentos;


● Relação rutura - resultados mal adaptativos;
● “Not paying attention to the quality of the alliance during
practice or supervision could be viewed as unethical”

Then… Foco na metacomunicação


5. Monitorização de resultados
Ao monitorizar resultados…

● Uso de métodos de testagem para predição de resultados, supera a


intuição do psicólogo;
● Maior precisão de possíveis “if” do cliente.

Then… ● Melhor ajuste ao que o cliente precisa.


Quando o "If..." provém da cultura do cliente

If…A cultura do terapeuta é distinta da do cliente

● Abordagem humildade face à cultura


do paciente;
Then…
● Conhecer os valores que se baseiam na
cultura.
Comparar as abordagens
Comparar as abordagens
1. Qual a abordagem que faz mais sentido
segundo “If…Then…”? Porquê?

2. Qual a abordagem que consideram não ter


tão em conta as necessidades do cliente?
a. Que situação ou que marcadores
poderiam surgir face a esta
abordagem?
03 E m

F
f
o
o
o

r
ti

is
P
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Case ulation
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D
Processamento Emocional

Multifacetado
Comportamentais Cognitivos
Redução de intensidade Reflexão sobre emoção
emocional: Mudança de padrões de
exposição + regulação pensamento desadaptativos

Psicodinâmicos
Importância das
dinâmicas interpessoais
Emotion-Based Case Formulation for Personality Disorders

Conceptualização
Mapa Conceptual Modelo
de
Transteórico
Processo

Transformação Zona de Maximiza o


emocional ocorre Desenvolvimento potencial de fazer
de forma Proximal intervenção à
sequencial medida

Jupiter
(Strating & Pascual‐Leone, 2019)
Diferenças
Forma como a Assimilação Integrativa
está presente
Semelhanças ?
O que acham que pode representar esta corda?

e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
O que acham que pode representar esta corda?

e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
O que acham que pode representar esta corda?

RESPONSIVIDADE

e
a se d Cas
CBT ion-B
+ I/E Emot lation for
P CRPI u
Form ality
n
Perso ers
d
Disor
Responsividade

CBT + I/EP CRPI Emotion-Based

Assimilar a Importância da Ênfase no processo do


componente responsividade do cliente
Interpessoal terapeuta ao cliente
Responsividade

“(...)integral to all theoretical approaches with therapists continually adapting and adjusting to
tailor their treatments to meet their clients’ needs and characteristics.”

“(...)appropriate responsiveness as the essence of good therapy, (...) doing what is right and
necessary for the client at the right time, while being cognizant of the clients’ need, the
emerging context, and their therapeutic approach.”

“(...) mutual influence in the emerging context of a relationship and closely linked to the alliance.”

“(...) differentiates between appropriate and optimal responsiveness”

“Making it unique for each client.”


Responsividade

Terapeuta Cliente Interpessoal

Lente teórica Mapa relacional Ruturas na aliança

Marcadores de diagnóstico Estados e organizações do self Feedback cliente

Características Expressão emocional Diversidade e singularidade


do cliente
Reações internas Mudanças no entendimento

Comportamento problemático
e prejudicial para o self

Comportamento não verbal


Referências Bibliográficas
Castonguay, L. G., Newman, M. G. & Holtforth, M. G. (2019). Cognitive-Behavioral Assimilative Integration.

In J. C. Norcross, & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp. 222–251)., 3rd

ed. New York, NY: Oxford University Press

Constantino, M. J., Boswell, J. F., Bernecker, S. L., & Castonguay, L. G. (2013). Context-responsive integration

as a framework for unified psychotherapy and clinical science: Conceptual and empirical

considerations. Journal of Unified Psychotherapy and Clinical Science, 2, 1–20

Constantino, M. J., Coyne, A. E., & Muir, H. J. (2020). Evidence-based therapist responsivity to disruptive

clinical process. Cognitive and Behavioral Practice, 27(4), 405–416.

https://doi.org/10.1016/j.cbpra.2020.01.003

Constantino, M. J., Goodwin, B. J., Muir, H. J., Coyne, A. E., & Boswell, J. F. (2021). Context-responsive

psychotherapy integration applied to cognitive behavioral therapy. In American Psychological

Association eBooks (pp. 151–169). https://doi.org/10.1037/0000240-008


Referências Bibliográficas
Norcross, J. C. & Alexander, E. F. (2019). A Primer in Psychotherapy Integration. In J. C. Norcross, & M. R.

Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp.3-27)., 3rd ed. New York, NY: Oxford

University Press

Strating, M. A., & Pascual‐Leone, A. (2019). Emotion-Based case formulation for personality disorders. In

Elsevier eBooks (pp. 355–374). https://doi.org/10.1016/b978-0-12-813521-1.00018-7

Watson, J. C., & Wiseman, H. (2021). Meeting the challenge of responsiveness: Synthesizing perspectives.

In J. C. Watson & H. Wiseman (Eds.), The responsive psychotherapist: Attuning to clients in the

moment (pp. 299–322). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/0000240-015

Westra, H. A., & Constantino, M. J. (2019). Integrative psychotherapy for generalized anxiety disorder. In J.

C. Norcross, & M. R. Goldfried (Eds.), Handbook of psychotherapy integration (pp. 284–302)., 3rd ed.

New York, NY: Oxford University Press, https://doi.org/10.1093/med-psych/9780190690465.001.0001.


Modelos de Integração
Teórica
Interpersonal Reconstructive Therapy e Cyclical Psychodynamics

Mariana Cardim, nº 22615


Mariana Pereira, nº 22614
Rita Fontes, nº 22498
IRT – Interpersonal Reconstructive Therapy

Lorna Smith Benjamin

Bases Psicodinâmicas (Psicanálise e


Relação de Objetos) → Importância das
experiências precoces e do inconsciente

Emoções vistas do ponto de vista da


Biologia → têm funções adaptativas
IRT – Interpersonal Reconstructive Therapy

Baseia-se na forma como Cuidado bom o suficiente


permite vinculação segura
padrões de vinculação
com cuidadores
precoce afetam
(base para interação com o
comportamento tardio mundo)

Cuidado precoce não


Padrões formam-se optimal:
quando criança internaliza Padrões formados mal
interações entre si e adaptativos
cuidadores. (Possíveis distúrbios de
personalidade)

Foco do IRT: mudança de padrões


relacionais e autoconceito
IRT – Interpersonal Reconstructive Therapy
Ativa no decorrer da
Vinculação
vida

Mecanismo que Pode manter padrões mal


traz força adaptativos e fazê-los
motivacional resistentes à mudança

Valores dos entes queridos fazem sentir conexão e


proximidade em relação à Family in the Head

Vinculação cumpre funções biológicas. Ajuda a aprender e


reter mensagens de “o que temer” e “como estar seguro”

Sistema Nervoso usa esta informação de formas poderosas


Aprendizagens sobre ameaça e
C1 A B Comportamentos adaptativos
segurança armazenadas no cérebro predispostos pelos
primitivo (subcortical, inconsciente) afetos/emoções
Afeto/emoção despoletada
em resposta a perceções de
ameaça ou segurança

As sequências C1AB (perceção → afeto → comportamento) são internalizadas na infância através da


observação e modelagem das figuras de vinculação. As crianças recolhem informação sobre o:

★ Estímulo
★ Afeto/emoção sentida pela figura de vinculação
★ Comportamento adotado pela figura de vinculação

Comportamentos, emoções e cognições interpessoais


PADRÕES que ocorrem sucessivamente nas relações do indivíduo

T
s
t
B
p
Identificação Agir de forma igual ou semelhante à figura
de vinculação

COPY Agir como se a figura de vinculação ainda


Recapitulação
PROCESSES estivesse presente e em controlo

Repetição comportamental precisa


(com o self ou outros) dos padrões
relacionais obtidos nas relações
precoces de vinculação Introjeção Tratar o self da mesma forma como foi
tratado pela figura de vinculação
Aprendizagens de Aprendizagens de Se as ap

segurança/ameaça segurança/ameaça forem a


indivídu
adaptativas desadaptativas seguras
reconst

★ Ligações C1AB seguras ★ Ligações C1AB inseguras Patolog


★ Padrões de comportamento ★ Padrões de comportamento adaptat
insegur
ajustados problemáticos
raiva, an
★ Objetivo da IRT ★ Formas patológicas de raiva, desadap
ansiedade e depressão são aprendi
tentativas de se adaptar seguran

baseadas em aprendizagens
disfuncionais
Family in the Head Gift of Love

A repetição de padrões reflete um GOL


As crianças desenvolvem representações
oferecido à Family in the Head. Os processos
internalizadas das figuras de vinculação
de cópia são mantidos pelo desejo de se
e relacionam-se com elas. As interações
aproximar psiquicamente ou reconciliar
interpessoais passam para um nível
com as figuras de vinculação, de forma a obter
intrapsíquico.
aprovação.

“Toda a psicopatologia é um gift of love”


https://drive.google.com/file/d/1SEQuLeXZC-rU5y1PnAwb7jSdonl
X78jA/view?usp=sharing
Formulação de Caso na IRT

1 Avaliar sintomas
➔ Identificar o perfil de sintomas atuais e tratamentos prévios
➔ Descobrir o que incomoda mais o paciente: “Em que precisa mais de ajuda?”

2 Identificar stressores atuais ligados aos sintomas

➔ Descobrir eventos precipitantes e relacioná-los com os sintomas


➔ Se o sintoma identificado for depressão: “Porque motivo pode estar deprimido?” →
Paciente vai descrever o stressor atual (C1) e provavelmente emoções (A) e
comportamentos (B)
Identificar family in the head e aprendizagens de segurança
3
e ameaça
➔ Ligar os sintomas atuais a experiências precoces – “Alguma vez se sentiu assim no
passado?” → Tendência a falar sobre as figuras de vinculação
➔ Explorar fatores do desenvolvimento e ligações C1AB

4 Identificar copy processes e gifts of love ligados aos sintomas

➔ Perceber que processos de cópia estão presentes e os gifts of love a que estão associados

Explicar a formulação de caso e o plano de


5
tratamento ao cliente
➔ Apresentar um resumo da formulação de caso ao paciente e pedir a sua opinião e correções
Formulação de Caso IRT
Objetivo de aceder ao cérebro primitivo do paciente

Processos de associação livre: identificar ligações


entre padrões de comportamento atuais,
sentimentos, pensamentos e relações com figuras
de vinculação

➔ Terapeuta colaborativo e transparente


➔ Evitar questões abstratas e procurar descrições
específicas e claras
➔ Todas as figuras de vinculação devem ser
mencionadas
➔ Psicoeducação – Biologia e desenvolvimento
normativo
Patologia da personalidade

Importante perceber quais os Hostilidade, rigidez que


padrões, de onde vêm, para que desafia o contexto e/ou
servem extremos de
diferenciação ou
enredamento
A partir disso, fazer escolhas mais
adaptativas.
Já foram necessárias Leva a reencenar
para a sobrevivência situações antigas, vistas
como merecidas ou
“Faz sentido”. Resulta de regras mal
familiares
adaptativas e “formas de ser” aprendidas e
internalizadas em relações de grande
proximidade.
SASB – Structural Analysis of Social Behaviour
Modelo descritivo do comportamento intrapsíquico e interpessoal

Permite a codificação da forma como: 3 dimensões

Permite perceber: 1. Foco atencional da


Outros se comportam com ação
o cliente Semelhanças no
comportamento,
Cliente reage e se comportamentos 2. Nível de afiliação
comporta em resposta opostos ou (eixo horizontal)
complementares e a
repetição dos 3. Nível de emancipação
Cliente se trata a si mesmo processos de cópia. (eixo vertical)

3 dimensões:

1. Foco atencional da ação:


○ Ações transitivas (foco no outro)
3 Dimensões da SASB

Foco atencional Nível de


Nível de afiliação
da atenção emancipação

Ações transitivas (foco no


outro, ex. parentalidade) Eixo horizontal. Eixo vertical.

Ações intransitivas (foco no self, Varia entre extremos de


ex: comportamentos infantis) hostilidade e extremos de
amizade
Varia entre extremos de
Ações introjetadas (direcionado para interdependência e extremos de
dentro, ex. atenção às próprias independência
necessidades)
Emancipate
Separate
Self-Emancipate

Ignore Affirm
Wall-Off Disclose
Self-Neglect Self-Affirm

Attack Active Love


Recoil Reactive Love
Self-Attack Active Self-Love

Blame Protect
Sulk Trust
Self-Blame Self-Protect
Control
Ações transitivas Submit
Ações intransitivas
Self-Control
Ações introjetadas
Caso Joana
Emancipate
Separate
Self-Emancipate

Ignore Affirm
Wall-Off Disclose
Self-Neglect Self-Affirm

Attack Active Love


Recoil Reactive Love
Self-Attack Active Self-Love

Blame Protect
Sulk Trust
Self-Blame Self-Protect
Control
Ações transitivas Submit
Ações intransitivas
Self-Control
Ações introjetadas
Yearning self Birthright self

Procura adaptação
Procura amor e aceitação positiva e vai à terapia em
da Family in The Head busca de mudança
construtiva

Self que se teria


Expressa lealdade desenvolvido com
repetindo padrões antigos condições base seguras
e maladaptativos no início do
desenvolvimento
Cyclical Psychodynamics

Paul L. Wachtel
Formação em Psicoterapia e
Psicanálise
Reconciliar as formulações conflitantes da
psicanálise, orientações experienciais
Objetivo da teoria
cognitivo-comportamentais, sistémicas e
humanísticas → Abordagem + Completa

Ciclos viciosos Foco


Bases dinâmicas mas:
Algumas características do pensamento psicanalítico
vistas como problemáticas/insuficientes:

01 Ênfase excessivo na experiência precoce

➔ Poder e contínuo impacto dos eventos atuais


➔ Papel do contexto ambiental
➔ Implicações do passado percebidas como o tipo de presentes que as experiências
passadas tornam provável
➔ Presente como que tendências e perceções traz das suas experiências do passado
02 Ênfase excessivo no Insight como fator de mudança terapêutica

➔ Insights podem se manter abstratos e cognitivos → Não são maior fonte de mudança
➔ Mudança= Novos comportamentos + Feedback → Promovem insight que motiva para
experimentar novos comportamentos
➔ Métodos comportamentais para experiências emocionais corretivas
➔ EXPOSIÇÃO às experiências evitadas (por vergonha, medo culpa, etc) → Maior promotor
de mudança

03 Exploração insuficiente da Teoria de Ansiedade de Freud revista

➔ Pistas que pacientes evitam também incluem response-produced cues - Associadas a


pensamentos e reações afetivas
➔ Pistas associadas a ansiedade → Tendência para evitá-las
➔ Ligação repressão (psicanálise) e evitamento (comportamentalismo)
➔ É crucial exposição repetida, uso interpretações
04 Atenção e intervenção no papel das competências sociais

➔ Aprendizagem eficaz de social skills requer observação e prática


➔ Ansiedade → Mais confortável evitar certas experiências → Impacto interação social
➔ Mais intervenção ativa nestas dificuldades comportamentais

05 Ciclos viciosos e dinâmicas recursivas da personalidade

➔ Necessidade de uma estratégia + abrangente (pontos fortes das orientações


dominantes)
➔ Os eventos que têm impacto causal no comportamento são frequentemente uma
função do mesmo (circular)
AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO

Fontes do problema
Partes da “investigação” e
formulação partilham
características com outras
Dinâmicas que o abordagens
mantêm
AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO
Dimensões características de Cyclical Psychodynamics

1. Identificar ciclos viciosos

Normalmente a base dos problemas do paciente


Inclui elementos:
Cognitivos
Afetivos
Comportamentais Integrados num estatuto causal
Sistémicos

Identificar padrão de auto reforço que organiza esses elementos

Pontos de intervenção para quebrar o ciclo


AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO
Dimensões características deste modelo

2. Identificar cúmplices

Cúmplices = Pessoas na vida do cliente (interações) que mantêm os ciclos

Como é que os outros confirmam as expectativas do cliente?

Sofrimento também é resposta a coisas que realmente acontecem

Distorção inicial → Dinâmicas de interação mútua → Self fulfilling prophecy

Pouca consciência destas dinâmicas → Aumenta repetição


AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO
Dimensões características deste modelo

3. Identificar tanto fraquezas como forças


Central enfatizar as forças:
- Cliente mais comprometido
- Promotor de mudança (percebe o seu próprio potencial)
- Sentir que terapeuta está do seu lado
- Manter auto-respeito

Perceber os problemas sem patologizar → Avaliação compreensiva


AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO
Dimensões características deste modelo

4. Contextualizar as formulações

Perceber como comportamento e experiência varia entre contextos

Procurar exceções à tendência “patológica”

Elemento chave para construir novas maneiras de viver

O que permite que o paciente aja de forma mais adaptativa?


Porque se sente mais confiante numas situações do que noutras?
Aplicabilidade e Estrutura Considerar a Diversidade
➔ Tipicamente longo prazo ➔ Aplicável a pessoas de diversos
➔ Mudança rápida → vista como uma backgrounds
consequência desejável do processo ➔ Baseia-se em princípios e processos
e não um fim amplos → Aplicação alargada
➔ Pode se aplicada a uma vasta gama ➔ Abordagem contextual → SES e
de “problemas” dimensões culturais muito
➔ Pode ser um conjugar com relevantes para entender desafios
psicofármacos do cliente
➔ Normalmente individual, pode se
aplicar a terapia de casal
Relação terapêutica
Relação como chave para o sucesso:
➔ Experiência emocional corretiva
➔ Reformulações relacionais
➔ Noção de confiança epistémica
➔ Rutura e reparação da aliança
➔ Saber relacional implicito

Destaca processos de mudança que ocorrem fora da sessão

Relação é também um catalisador de promoção de


experiências críticas p/ mudança fora da consulta
Conclusão
IRT Cyclical Psychodynamics
Importância de relações de vinculação na Ciclos viciosos
criação de padrões relacionais
Importância experiências do passado
Vinculação é ativa no presente tanto como as atuais
Foco: alterar padrões e autoconceito
Exposição → Promotor de mudança
Ligado à psicodinâmica e à biologia
Muito contextual
Integrativa
Integrativa
Bibliografia

Benjamin, L. S. (2018). Interpersonal reconstructive therapy for anger, anxiety and depression: it’s
about broken hearts, not broken brains. American Psychological Association.

Critchfield, K. L., Panizo, M. T., & Benjamin, L. S. (2019). Formulating key psychosocial mechanisms of
psychopathology and change in interpersonal reconstructive therapy. In Case formulation for personality
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Critchfield, K. L., Thapa, P., Panizo, M. T., & Conceição, N. (2021). Using
interpersonal reconstructive therapy to address comorbid problems organized by attachment‐based
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Wachtel, P. L., & Gagnon, G. J. (2019). Cyclical Psychodynamics and integrative relational psychotherapy.
Handbook of Psychotherapy Integration, 184–204.
https://doi.org/10.1093/med-psych/9780190690465.003.0009

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