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PROJETO MULTIDISCIPLINAR

LÍNGUA INGLESA

Lívia do Couto Silva


Curso do Centro Universitário ETEP
em Convênio Interinstitucional com a Faculdade UniBF
Curso: Letras - Português/Inglês (Transferência - Licenciatura)
Data de início no curso: 25/04/2023
Data de envio do trabalho: 25/05/2023

RESUMO

Este projeto discorre sobre a análise comparativa da morfossintaxe entre o inglês e o


português, investigando as dificuldades enfrentadas pelos aprendizes do inglês como
língua estrangeira e propondo estratégias de aprendizagem para superá-las. A pesquisa
destaca as diferenças estruturais entre as duas línguas, abordando aspectos como
formação de palavras, estruturas de frase e concordância verbal e nominal. Também são
discutidas teorias linguísticas, como a Gramática Gerativa e o Processamento de
Informações, que embasam as estratégias pedagógicas propostas. O estudo visa
contribuir para uma compreensão mais profunda da morfossintaxe e oferecer
orientações práticas para o ensino e aprendizagem eficazes desses idiomas.

Palavras-chave: Análise comparativa; Morfossintaxe; Estratégias de aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

A comparação das estruturas morfossintáticas do inglês e do português é


fundamental no estudo linguístico e no aprendizado de línguas estrangeiras. Esta
pesquisa visa explorar as dificuldades enfrentadas pelos aprendizes do inglês ao lidar
com a morfossintaxe, em comparação com o português. Estratégias de aprendizagem
foram analisadas para superar essas dificuldades, considerando aspectos gramaticais
específicos e particularidades dos idiomas. O estudo busca contribuir para uma melhor
compreensão dos desafios dos estudantes e fornecer orientações práticas para o ensino e
aprendizagem da morfossintaxe entre o inglês e o português.

A gramática é crucial para o desenvolvimento da proficiência em línguas


estrangeiras e compreender as dificuldades dos aprendizes e identificar estratégias
eficazes é fundamental. Foi realizado um breve levantamento teórico sobre a
morfossintaxe do inglês e do português, destacando suas diferenças e similaridades,
além da apresentação de algumas estratégias de aprendizagem. O estudo visa contribuir
para o campo da linguística aplicada, oferecendo uma visão aprofundada das questões
gramaticais específicas dessas línguas e promovendo uma compreensão clara dos
desafios enfrentados pelos aprendizes.

Espera-se que este estudo amplie o conhecimento dos professores e/ou


interessados sobre as diferenças e semelhanças morfossintáticas entre o inglês e o
português, capacitando-os com estratégias eficazes para enfrentar as dificuldades. A
compreensão aprofundada desses aspectos gramaticais contribuirá para um aprendizado
sólido e permitirá uma comunicação mais eficiente nas duas línguas.

2. UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA MORFOSSINTAXE ENTRE O INGLÊS


E O PORTUGUÊS: DIFICULDADES E ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM.

A partir desse tópico será possível analisar uma fundamentação teórica mais
aprofundada sobre a morfossintaxe do inglês e do português, abordando as principais
diferenças estruturais entre as duas línguas, considerando aspectos como formação de
palavras, estruturas de frase, concordância, regência verbal e nominal, entre outros.

Iniciando a análise comparativa, é importante destacar que o inglês e o português


possuem origens distintas e características gramaticais diversas. No inglês, temos uma
estrutura gramatical mais flexível, com a ordem das palavras desempenhando um papel
fundamental na expressão de significado. Por outro lado, o português apresenta uma
maior rigidez estrutural, sendo uma língua de declinações e com uma ordem de palavras
mais fixa.
No que diz respeito à formação de palavras, o inglês é conhecido por sua
capacidade de criar novas palavras por meio de processos de derivação e composição.
Já o português, embora também possua esses processos, possui uma maior influência de
palavras de origem latina. Essas diferenças na formação de palavras podem representar
um desafio para os aprendizes de inglês, que precisam se familiarizar com a criação de
novos termos e com a diversidade de palavras existentes.

No que se refere às estruturas de frase, o inglês utiliza amplamente a ordem


sujeito-verbo-objeto (SVO), enquanto o português apresenta uma maior variação na
ordem das palavras, podendo utilizar as estruturas SVO, VSO e até mesmo OVS em
casos específicos. Essas diferenças na estrutura frasal podem causar confusão para os
aprendizes de inglês, que estão acostumados com a ordem fixa do português.

Outro aspecto relevante é a concordância, tanto verbal quanto nominal. No


inglês, a concordância verbal é relativamente simples, não havendo uma marcação
explícita de gênero e número na maioria dos verbos. Já no português, a concordância
verbal é mais complexa, exigindo que o verbo concorde em gênero e número com o
sujeito. Quanto à concordância nominal, o inglês possui uma concordância mais
limitada, enquanto o português apresenta uma concordância mais marcada, com a
concordância de gênero e número entre artigos, adjetivos e substantivos.

Além desses aspectos, vale citar outras características gramaticais específicas


das duas línguas, como o uso dos tempos verbais, os pronomes pessoais, as preposições
e as conjunções. Cada uma dessas áreas apresenta diferenças e peculiaridades entre o
inglês e o português, o que pode gerar dificuldades para os aprendizes ao adquirirem
proficiência na morfossintaxe dessas línguas.

2.1: Dificuldades e Estratégias de Aprendizagem

Nesta seção, são exploradas as dificuldades enfrentadas pelos aprendizes do


inglês como língua estrangeira ao lidar com a morfossintaxe, comparando-as com a
estrutura gramatical de sua língua materna, o português. Diversas pesquisas e estudos
comprovam que o processo de aprendizagem da morfossintaxe pode ser especialmente
desafiador devido a diferenças significativas entre os dois idiomas.

Uma das questões que podem representar obstáculos é a estrutura da frase. No


português, por exemplo, a ordem das palavras é relativamente flexível, enquanto o
inglês possui uma ordem mais rígida. Segundo estudos de Chomsky (1957) sobre
gramática gerativa, essa diferença na ordem das palavras pode levar os alunos a
cometerem erros de colocação, resultando em sentenças gramaticalmente incorretas.
Essa dificuldade pode ser abordada por meio de estratégias de ensino que enfatizam a
prática da construção de frases em inglês, fornecendo modelos e exemplos concretos.

Outra dificuldade comum é a formação de palavras. O inglês possui uma


estrutura morfológica diferente do português, com regras específicas para a derivação e
a composição de palavras. Essa complexidade pode ser compreendida através da teoria
da morfologia de Matthews (1974), que analisa a formação das palavras em diferentes
línguas. Ao apresentar abordagens pedagógicas que explicam as regras de formação de
palavras em inglês e fornecer atividades práticas que promovam a identificação e o uso
correto dos morfemas, os aprendizes terão maior facilidade em lidar com essa
dificuldade.

A concordância verbal e nominal também são áreas desafiadoras para os


aprendizes de inglês como língua estrangeira. Enquanto o português possui um sistema
mais complexo de concordância, o inglês utiliza regras mais simples. Estudos de
Weinreich (1953) sobre interferência linguística indicam que os aprendizes podem
transferir as regras de concordância do português para o inglês, resultando em erros.
Estratégias de ensino que se concentram na prática da concordância correta, por meio de
exemplos contextualizados e exercícios específicos, são fundamentais para superar essas
dificuldades.

Ao enfrentar essas dificuldades, é crucial que os aprendizes tenham acesso a


estratégias de aprendizagem eficazes. Abordagens pedagógicas baseadas na teoria do
processamento de informações de Gagné (1985) podem ser aplicadas para promover
uma compreensão mais profunda e uma aplicação correta das estruturas gramaticais. O
uso de exemplos concretos, exercícios de prática contextualizada e a utilização de
materiais autênticos são fundamentais para facilitar a assimilação das regras
morfossintáticas.

Além disso, técnicas de ensino com embasamento em estudos de Krashen (1982)


sobre aquisição de segunda língua podem ser exploradas. O uso de jogos educacionais,
por exemplo, estimula o aprendizado de forma lúdica e motivadora, incentivando a
prática da morfossintaxe de maneira descontraída. A incorporação de tecnologias
digitais no processo de aprendizagem, como aplicativos e plataformas interativas,
oferece oportunidades adicionais de prática e feedback imediato. A prática de leitura e
escrita, aliada à utilização de estratégias de aprendizagem autônoma, que encorajam os
alunos a desenvolverem suas habilidades linguísticas de forma independente, também
são abordagens comprovadas que contribuem para a superação das dificuldades da
morfossintaxe.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção é possível observar as principais descobertas resultantes da análise


comparativa da morfossintaxe entre o inglês e o português. Estudos acadêmicos, como
os de Chomsky (1957) e Halliday (1967), confirmam que as diferenças estruturais entre
as línguas podem representar desafios significativos para os aprendizes de inglês como
língua estrangeira.

Ao sintetizar as dificuldades identificadas pelos aprendizes e as estratégias de


aprendizagem propostas, torna-se evidente que uma abordagem consciente das
diferenças e semelhanças entre as estruturas morfossintáticas dessas línguas é
fundamental para facilitar a compreensão e a aquisição da gramática. A teoria da
Gramática Gerativa, proposta por Chomsky (1957), argumenta que a gramática é um
sistema mental inato e que a exposição a diferentes estruturas linguísticas desempenha
um papel fundamental na sua aquisição.
Além disso, a necessidade contínua de pesquisa e aprimoramento nessa área é ressaltada
por estudiosos como Ellis (2006) e Larsen-Freeman (2017). Através da investigação
constante, é possível identificar melhores abordagens pedagógicas, recursos didáticos e
atividades práticas que promovam uma compreensão mais profunda e uma aplicação
correta das estruturas gramaticais.

É importante ressaltar que a aquisição da morfossintaxe do inglês e do português requer


esforço e prática consistentes. Estudos como o de Lightbown e Spada (2013) enfatizam
a importância de atividades de prática contextualizada, nas quais os aprendizes são
expostos a exemplos concretos e autênticos para facilitar a assimilação das regras
morfossintáticas.

Dessa forma, ao adotarmos estratégias de aprendizagem adequadas e superarmos as


dificuldades específicas dessa área, estaremos mais preparados para nos comunicarmos
de maneira eficiente e precisa nas duas línguas. As teorias e estudos mencionados
fornecem embasamento teórico para a importância do conhecimento aprofundado da
morfossintaxe do inglês e do português no desenvolvimento da proficiência em línguas
estrangeiras.

4. CONCLUSÃO

Em síntese, a análise comparativa da morfossintaxe entre o inglês e o português,


embasada em teorias como a Gramática Gerativa e o Processamento de Informações,
revela as dificuldades enfrentadas pelos alunos e a importância de estratégias de
aprendizagem mais eficazes. A contínua pesquisa e aprimoramento nessa área são
essenciais para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e para o fornecimento
de suporte eficaz aos que estão em fase de compreensão de um novo conhecimento. Ao
desenvolver uma competência aprofundada da morfossintaxe dessas línguas e adotar
abordagens pedagógicas embasadas em teorias comprobatórias, os aprendizes estarão
melhor preparados para se comunicarem com eficiência e precisão nas duas línguas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Chomsky, N. (1957). Syntactic Structures (Estruturas Sintáticas). Mouton de Gruyter.


Matthews, P. H. (1974). Morphology: An introduction to the theory of word-structure
(Morfologia: Uma introdução à teoria da estrutura das palavras.) Cambridge University
Press.
Weinreich, U. (1953). Languages in contact: Findings and problems. (Línguas em
contato: Descobertas e problemas.) Linguistic Circle of New York.

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