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Características 18.05.

2021

Direito Moral
Bilateral: relacionamento de duas coisas, lado a lado, quer Unilateral: só tem UM LADO. Ninguém tem direitos, apenas
dizer que no mundo do direito há relação de DIREITO E deveres, MORAL SÓ GERA DEVER. Tem direito de escolha, mas
DEVER. da pessoa com ela mesma, não gera direito para ninguém.
- exemplo: contrato de compra e venda. Uma DECISÃO PESSOAL não precisa ser exteriorizada, é
Em um dos lados está o LOCADOR (dono do imóvel) e do apenas uma escolha pessoal de dever próprio.
outro lado está o LOCATÁRIO (o inquilino). O dono do imóvel - exemplo: uma pessoa decide começar a ir para
tem direito de receber o valor do aluguel e o inquilino tem o igreja todo fim de semana, uma decisão dela, um
dever de pagá-lo (bilateralidade). compromisso dela.
O locador não tem SÓ o DIREITO de receber o aluguel, ele Se algum dia ela decidir que não vai mais é um dever dela
também tem o DEVER de recebê-lo, e o locatário, também também, outra pessoa não pode obrigá-la a ir, pois não está
tem o DIREITO E O DEVER de pagar o aluguel (reciprocidade). em seu direito, mas está no dever da outra decidir a própria
Relação de direito e dever e relação de reciprocidade. vida. UNILATERAL porque só GERA DEVERES e não estabelece
direitos do outro lado.

Heterônomo: HETERO = DIVERSIDADE. Autônoma:


Normas feitas pelos outros e impostas para toda a sociedade. AUTONOMIA DA MORAL: quer dizer que as normas são feitas
No Brasil, elas são feitas pelo Governo. O Poder Executivo e o pelo próprio indivíduo, não são impostas por outros, mas o
Legislativo fazem as leis que são aplicadas a toda a indivíduo decide o que ele quer para a própria vida.
sociedade. "submissão ao querer alheio”= vontade de quem Normas próprias da pessoa, feitas por ela e para ela.
fez a lei e os outros são obrigados a obedecer.

Exterior: publicado, exteriorizado, público, divulgado. Interior: NÃO É NECESSÁRIO exteriorizar, é uma decisão
Publicação dos atos públicos É ESSENCIAL para a validade da própria, pode ser dito a alguém, mas não é obrigatório como
norma jurídica, se não for publicada, não vale, não tem no direito. A norma está valendo desde que ela a cumpra e se
validade. não cumprir também não tem problema.

Coercível: tem a ver com CONSTRANGIMENTO LEGAL, que Incoercível: NÃO HÁ A POSSIBILIDADE de constranger
pode ser feito de forma lícita, baseado na lei. alguém por descumprir sua própria norma, ou seja, se a
- exemplo: um juiz pode constranger a liberdade de pessoa decidir que já deu de ir a igreja todo fim de semana,
alguém ao mandá-lo para a prisão, mas uma pessoa qualquer seu amigo não poderá obrigá-lo a ir.
não pode constranger a liberdade de outra em um sequestro Porque ele NÃO TEM ESSE DIREITO de constranger, os outros
(coação é ilícita, e coerção é legal, é lícito, permitido pela lei). não têm poder coercitivo sobre as decisões pessoais de
alguém.

Sanção determinada na lei: aplicação de uma Sanção inexistente ou difusa: se já é incoercível, se não é
CONSEQUÊNCIA para um ato ilícito prevista em lei, no caso, a possível cobrar o descumprimento do outro da própria
sanção. norma, também não é possível aplicar-lhe uma sanção.
E, com a coerção, os indivíduos são OBRIGADOS a seguir a lei Se houver sanção, essa é DIFUSA, que não é prevista e pode
e se a descumprirem, são obrigados a cumprir sua ser qualquer coisa.
consequência, a pena. Lei sem sanção = Lei imperfeita.

Repartições da Moral

Direito Autônoma Regras de Preceitos Religiosos


Trato Social
Bilateral Unilateral Unilateral Unilateral

Heterônomo Autônoma Heterônoma Prevalentemente Autônomos

exterior interior Exterior interior

Coercível Incoercível Incoercível Incoercível

Sanção Prefixada Sanção Difusa Sanção Difusa Geralmente Prefixada


Teoria dos Círculos 19.05.2021

Todo relacionamento social é pautado por regras, que são as normas em geral. Essas podem ser normas morais ou
normas de direito. As normas de direito surgiram depois de descoberto pelo ser humano que algumas regras não podem
ser optativas e sim, devem ser obrigatórias e sua desobediência deveria implicar em uma consequência, em uma sanção.

Existe o campo das regras morais e o campo das regras do direito. O Direito não tem preocupação de transformar em
regras jurídicas (não se preocupa em criar leis para) todos os preceitos do mundo da moral, até porque há coisas no
mundo da moral que não precisam ser incluídas no mundo do direito.

O espaço dentro do campo da moral é muito grande e é de onde foram tiradas as regras do direito, transformadas em
leis. Existe uma parte no campo de regras morais onde o direito não funciona e uma parte no campo do direito do qual
as leis derivam das regras do campo da moral.

Campo da moral: seres humanos observam determinados procedimentos que já fazem parte da cultura e das tradições
da sociedade.

Mundo do direito: foi criado a partir disso e nele foram colocadas apenas regras muito importantes na visão do ser
humano.

Algumas pessoas pensaram e tentaram explicar, de forma gráfica, como essa relação funciona:
Teoria do Mínimo Ético
Criada por Georg Jellinek, que pregava que o direito deve conter, como norma jurídica, apenas necessário para ter uma
ética mínima. Educação, cumprimentar os outros, essas regras são morais e não estão no mundo do direito.
Para Jellinek, o direito não deve se preocupar em colocar todos os preceitos do mundo da moral no campo do direito.
Portanto, para Jellinek, o direito deve conter um mínimo de eticidade, de conteúdo ético nas normas jurídicas, mesmo
que não esteja escrito.

Teoria do Máximo Ético


Tentar colocar tudo do mundo da moral no campo do direito é a ideia exibida pela teoria do máximo ético, mas não é
possível ser feito, pois o direito não precisa ter a pretensão de aperfeiçoar os seres humanos, o direito não educa os seus
indivíduos. O objetivo do direito é ter uma sociedade vivendo em harmonia, oferecer segurança para a sociedade e
garantir justiça aos que precisam.

CF, Art. 5º Inciso II - “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Isso quer dizer que posso fazer o que a lei diz que posso fazer, não posso fazer o que a lei proíbe, mas se a lei não se
manifestar, eu também posso fazer.

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