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Cultura e Gestão
Apostila
Assim, a cultura consiste em padrões de pensamento que os pais transferem aos filhos,
os professores aos alunos, os amigos a outros amigos, os líderes a seus seguidores. A
cultura se reflete no significado que as pessoas atribuem a diversos aspectos da vida, sua
forma de olhar para o mundo e seu papel no mesmo; em seus valores, isto é, naquilo que
consideram “bom” e “mau”; naquilo que consideram “verdadeiro” e “falso”; naquilo
que percebem como “belo” ou como “feio”, ou seja, em suas crenças coletivas e suas
expressões artísticas, A cultura , embora resida nas mentes das pessoas, cristaliza-se
nas instituições e nos produtos tangíveis de uma sociedade, o que, por sua vez, reforça a
programação mental (HOFSTEDE, 1983).
Hofstede realizou três pesquisas sobre diferenças em culturas nacionais. Na
primeira, analisou uma grande quantidade de dados sobre valores de cento e dezesseis
respondentes que trabalhavam em subsidiárias de uma corporação multinacional- a
I.B.M.- espalhadas por mais de cinqüenta países ao redor do mundo. De acordo com
Hofstede (1980), as amostras eram semelhantes em todos os aspectos exceto
nacionalidade, o que sugere que o efeito de diferenças nacionais fique bem claro.
Além desse primeiro projeto, foram realizados outros dois entre estudantes de
dez e vinte e três países, respectivamente. Nos três projetos, foram identificadas ao todo
cinco dimensões de cultura nacional, sendo as quatro primeiras no primeiro. Segundo
Hofstede (1991) uma dimensão agruparia um número de fenômenos em uma sociedade
que se descobriu empiricamente que ocorrem em combinação, mesmo que, à primeira
vista, não pareça haver uma necessidade lógica de ficarem juntos. Para cada dimensão
separada, os extremos opostos descrevem tipos ideais. Entretanto, os índices obtidos
pelos países nas dimensões mostram que a maior parte dos casos reais situa-se entre os
extremos.
Além dos projetos acima citados, Hofstede realizou, entre 1985 e 1987, uma
pesquisa em vinte unidades organizacionais em dois países europeus diferentes. Os
resultados da pesquisa mostraram que pessoas em diferentes organizações revelam
consideráveis diferenças em práticas, mas diferenças menores em valores. Dessa forma,
enquanto entre nações, diferenças culturais residiriam principalmente em valores e, em
menor grau em práticas, entre organizações, diferenças culturais residiriam
principalmente em práticas e, em menor grau, em valores. Esta diversidade pode ser
explicada pelos diferentes lugares de socialização (aprendizado) para valores e práticas.
Os valores são adquiridos na infância, principalmente na família e na vizinhança, e mais
tarde no colégio. Com dez anos, a maior parte dos valores básicos já foi programada na
cabeça de uma criança. Práticas organizacionais, por outro lado, são aprendidas através
de socialização na empresa, na qual a maioria das pessoas entra adulta, ou seja, com a
base de seus valores já formada. Com base no estudo descrito, a essência da cultura
organizacional seria representada por percepções compartilhadas de práticas diárias.
Embora os valores dos fundadores e líderes-chaves indubitavelmente moldem as
culturas organizacionais, a forma como cada cultura afeta os membros de cada
organização é através de práticas compartilhadas. Os valores dos líderes fundadores
tornam-se práticas dos membros da organização (HOFSTEDE,1991).
Admitindo-se que, para a gestão intercultural as dimensões que diferenciam as
culturas nacionais parecem ser mais significativas do que as que diferenciam
organizações, a seguir descrevem-se as cinco dimensões propostas por Hofstede e suas
implicações na gestão.
Estatais 99 43 43 31
Privadas
72 42 38 56
Nacionais
Privadas
70 40 26 63
Multinacionais
QUADRO 1: Relação das dimensões e a estrutura de capital
Fonte: Autora
Com relação à orientação temporal, embora não apresente os índices
encontrados, Tanure aponta o fato de os executivos de empresas estatais apresentarem
uma maior orientação a curto prazo que seus colegas de empresas privadas, sugerindo
que atribuem um maior valor à tradição (TANURE, 2005).
3.2 – A Cultura Brasileira Pós-Globalização
Os efeitos da globalização sobre a cultura brasileira são analisados por Chu e Wood
(2008) no artigo “Cultura Organizacional Brasileira Pós-globalização: global ou local”
(CHU; WOOD JR, 2008)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAMATTA, Roberto. 2000. A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no
Brasil. 6ª ed., Rio de Janeiro, Rocco.
HALL, E.T. Context and Meaning. In: PORTER, R.E; SAMOVAR, L.A.
Intercultural Communication. California: Wadworth Publishing Company, 1994 a.
HALL, E. T. Monochronic and polychronic time. In: PORTER, R.E; SAMOVAR, L.A.
Intercultural Communication. California: Wadworth Publishing Company, 1994 b.