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PSICOLOGIA

COMUNITÁRIA
Prof. Brunno Marcondes
OBJETIVOS

Compreender os conceitos de ideologia e dominação;

Refletir sobre as noções de relação, grupo e comunidade;

Relacionar as ideias apresentadas no texto com aspectos da nossa realidade


concreta.
REFERÊNCIAS
GUARESCHI, P. Relações comunitárias Relações de dominação. In: Psicologia social
comunitária: Da solidariedade à autonomia / Regina Helena de Freitas Campos (org.) 13. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

GUARESCHI, P. (Org). Os construtores da informação: meios de comunicação, ideologia e


ética. RJ: Vozes, 2000.

BAIMA, L.; GUZZO, R. S. L. Psicologia Comunitária e Participação: Apontamentos Históricos e


Considerações sobre o Modelo do Desenvolvimento Comunitário. Estudos e Pesquisas em
Psicologia, vol. 20, núm. 3, 2020, pp. 993-1013. Universidade do Estado do Rio De Janeiro.
Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=451869680016. Acesso em: 03/03/2023.
RELAÇÕES COMUNITÁRIAS, RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO (Pedrinho A. Guareschi)

Definição de relação: uma ordenação, um direcionamento intrínseco (necessário) de uma


coisa em direção a outra; implica um outro. Ex: conflito, rejeição, exclusão (percepção
dialética).

pessoas = relação - singularidade, responsabilidade X relações com os outros.

Relações sociais como elemento definidor dos

grupos

O que constitui um grupo é a existência ou não de relações;

elas têm de ter algo “em comum”.


Enfoque dinâmico (aberto) na abordagem dos grupos: visão de grupo sempre
“relativa”, incompleta, em construção, transformação;
Essas relações (grupos) são dinâmicas, mutáveis;
Visão funcionalista-positivista de grupo: o grupo é algo estático, estratificado,
onde as pessoas possuem posições e desempenham
papéis fixos.
Multidão (massa), público
Conceito de “massa” ou “multidão” - existência de um grande número de pessoas
ligadas por contiguidade física, isto é, que estejam num mesmo local. Não são
precisamente grupos.
Multidão: a única relação pode ser na figura de um
chefe, líder ou dirigente;
G. Le Bon - No “contágio” das multidões, as pessoas
liberam o “id”, se guiam pelas emoções.
Conceito de público: também são multidões, mas sem contiguidade física; a única
relação entre eles é o fato de estarem sintonizados num mesmo canal de televisão,
por exemplo. Não se conhecem, nem se relacionam.

Relações unidirecionais (meios de comunicação de massa) - grande possibilidade

de manipular e condicionar as pessoas.

Relações e relações - sempre implica outros.

Examinar os tipos de relação existentes.


Podem-se utilizar vários instrumentos de pesquisa que revelem a “vida social”:
observação, entrevistas, pesquisa participante, questionários, etc. É sempre
dinâmica (vida social), em transformação.
Relações de dominação
Distinção entre poder e dominação.
Poder: capacidade de uma pessoa ou grupo de
executar uma ação qualquer, desempenhar qualquer
prática.
Dominação: relação entre pessoas, grupos, pessoas e grupos, através da qual
uma das partes expropria, rouba, se apodera do poder (capacidade) de outros.

Relação onde alguém, a pretexto do outro possuir determinadas qualidades ou


características, se apropria de seus poderes e passa a tratá-lo de maneira
desigual.

É uma relação assimétrica, desigual, injusta.

Todos têm poder, pois têm capacidade, “podem” fazer certas

coisas.
“O poder não é um objeto material
que possa ser dado a você; é uma
habilidade de agir.
Tem que ser tomado, e não dado a
você”
(Raul Seixas)
Origem da dominação

Ideologia - uso de formas simbólicas para criar, sustentar e reproduzir


determinados tipos de relação, tanto justas e éticas, quanto assimétricas,
desiguais e injustas (dominação).

A ideologia vai criando significados, sentidos que possuem uma conotação de


valor, positivo ou negativo. Esses estereótipos,

quando negativos, criam e sustentam relações de

dominação.
Diferentes formas de dominação (ver texto, p.92): dominação econômica,
dominação política, dominação cultural.

Exemplos de dominação cultural (p.93): racismo, patriarcalismo, institucionalismo.

Relações comunitárias

quais as relações que embasam uma prática comuni-

tária.
Conceito de comunidade (Ferdinand Tõnnies) - associação que se dá na linha
do ser; participação profunda dos membros do grupo, onde são colocadas em
comum relações primárias (partilha, amizade, sentimentos).
Diferença para sociedade - associação se dá na linha do haver, membros
colocam em comum algo do que possuem.
Marx - tipo de vida em sociedade “onde todos são
chamados pelo nome”. Além de manter sua identidade
e singularidade, podem participar.
Visão de ser humano como pessoa = relação - superação dos extremos da
filosofia liberal (individualismo) e da supremacia do todo sobre o indivíduo, que
anula a sua subjetividade.

Ligação entre comunidade e democracia - uma sociedade somente será


democrática se houver, em sua base, uma rede de

comunidades onde todos os cidadãos exercem seus

direitos de participação e são respeitados como pessoas.


As relações comunitárias que constituem uma verdadeira comunidade são
relações igualitárias; iguais direitos e deveres; isegoria; todos sejam
reconhecidos em sua singularidade; diferenças sejam respeitadas;
existência de uma dimensão afetiva.
Trabalho comunitário - em qual tipo de comunidade
realizar o trabalho?
Todas elas possuem um saber; cuidado e humildade ao
se inserir; autonomia e autogestão das próprias comunidades.

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