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Sumário
Sumário
Introdução

Gestão do tempo individual e coletiva

Propósito

Gestão de tempo coletiva

Procrastinação

Organização pessoal

Praticando

Ferramentas e aplicativos

Uma última mensagem

Para saber mais


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Sumário
Sobre o Veduca

O Veduca é uma plataforma de cursos online


focados em desenvolvimento humano com
base nas habilidades do século 21. São temas
como liderança, comunicação, diversidade,
produtividade entre outros.

Habilidades também conhecidas como soft skills


ou competências socioemocionais, cada vez
mais valorizadas em profissionais e na cultura das
organizações.

Todos os cursos são baseados em videoaulas,


com materiais complementares e quizzes para
melhor assimilação dos conteúdos.

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Sumário
Introdução

Você sempre se atrasa? Não sabe bem como priorizar


as tarefas do dia ou da semana? Vive apagando incêndios,
pulando de um imprevisto para o outro? Chega ao final do
dia ou da semana de trabalho sem saber dizer muito bem
como gastou seu tempo e energia? Se a resposta a
essas perguntas for sim, este livro é para você.

Vamos conversar aqui sobre a procrastinação


e o que fazer para minimizá-la. Vamos falar
também sobre a gestão de tempo coletiva
e individual. Vamos apresentar um método
pessoal de gestão de tempo, com dicas de
como evitar interrupções. Vamos, por fim,
indicar algumas ferramentas e aplicativos
para ajudar na sua gestão de tempo.

Uma melhor gestão do tempo pode ajudar


você a ser uma pessoa mais calma, mais
organizada e mais produtiva, evitando que
você se cobre e se estresse pensando nas
atividades que você não está fazendo. Isso vale
tanto para a vida profissional como para o aspecto
pessoal. Boa leitura!
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Sumário
Gestão do tempo individual e coletiva
Quando o assunto é tempo, você sabe o que priorizar? Qual é a
diferença entre o que é importante e o que é urgente na sua rotina? Como
você encaixa aquilo que é realmente importante na sua vida — qualidade
de vida, saúde, bem estar, tempo com a família — dentro da ideia de
gestão de tempo?

Para começar, é preciso lembrar que a gestão de tempo não é uma


tarefa apenas individual. Vivemos em sociedade e estamos o tempo todo
realizando tarefas em conjunto, seja em família, seja no trabalho. Por isso,
é importante aprender a conciliar as atividades individuais e coletivas na
gestão de tempo.

Quando paramos para pensar em todos os aspectos envolvidos na gestão


do tempo, parece difícil tomar decisões. Mas com o método adequado,
dá para priorizar e conciliar todas as atividades. Para ajudar nessa tarefa,
vamos usar a matriz de Eisenhower.
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Sumário
O primeiro passo para iniciar uma gestão do
tempo mais eficiente é aprender a gerir suas
próprias prioridades. Existem dois critérios
básicos para definir suas tarefas: importantes e
urgentes. Atividades importantes são aquelas
que têm a ver com seus objetivos de longo ou
MATRIZ DE EINSENHOWER
curto prazo. Já as tarefas urgentes são aquelas ALTA
que precisam ser feitas imediatamente.

IMPORTANTE, URGENTE E
Para entender isso melhor, vamos pensar MAS NÃO IMPORTANTE
no Dia das Mães. Quando essa data está se URGENTE
aproximando, se programar para jantar com a sua

IMPORTÂNCIA
mãe é um objetivo importante. Além disso, jantar
com a sua mãe durante o ano inteiro também
pode ser uma tarefa importante, mas é um
objetivo com um prazo mais longo. Mas quando NEM URGENTE
URGENTE,
MAS NÃO
o segundo domingo de maio finalmente chega, NEM IMPORTANTE IMPORTANTE
aquilo que era uma tarefa importante passa a ser
também urgente. Não tem mais como adiar, você
precisa encontrar a sua mãe. BAIXA

BAIXA ALTA
URGÊNCIA
Esse exemplo mostra como funciona a matriz
de Eisenhower. Essa ferramenta classifica as
tarefas como importantes ou não importantes e
urgentes ou não urgentes, para que fique mais
fácil priorizá-las.

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Sumário
Na prática, a matriz é um gráfico com quatro quadrantes. Neles, você deve classificar todas as suas
tarefas: no primeiro, ficam as atividades que são importantes e urgentes; no segundo, aquelas que são
importantes mas não urgentes; no terceiro, as urgentes mas não importantes e, no último, aquelas
que não são nem importantes nem urgentes.

Voltando ao exemplo do Dia das Mães, as tarefas são classificadas da seguinte forma: o jantar com a
sua mãe é importante e urgente. Já os encontros com a sua mãe ao longo do ano são importantes, mas
não urgentes. Um exemplo de algo que é urgente mas não importante é colocar gasolina no carro para
poder sair de casa. Por fim, terminar uma série no Netflix no domingo das mães é não urgente e não
importante.

Para usar a matriz de Eisenhower de maneira prática e efetiva no seu dia a dia é preciso começar
listando todas as atividades que precisam ser feitas, seja no dia, na semana ou no mês. Depois, é preciso
classificá-las de acordo com o exemplo acima. Em seguida, vem a parte mais importante: decidir o que
fazer com elas.

O primeiro quadrante, das atividades que são urgentes e importantes, deve ser o seu foco. Essas são as
suas prioridades no período escolhido. O segundo quadrante, que tem as atividades importantes mas
não urgentes, precisa de uma programação. Essas atividades não podem ser esquecidas, portanto
devem ser programadas na sua agenda. Defina um momento para fazê-las, e faça.

As atividades do terceiro quadrante têm dois caminhos: delegue-as, quando isso for possível, ou
resolva as pendências imediatamente, no menor tempo possível. Já aquilo que ficou para o último
quadrante — nem importante nem urgente — deve ser apagado.

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Sumário
A matriz de Eisenhower pode ser usada em qualquer situação em que seja necessário aplicar a gestão
do tempo. É importante ter em mente, entretanto, que cada pessoa tem sua própria classificação,
ou seja, sua própria matriz. A mesma atividade pode ser classificada de forma diferente por pessoas
diferentes. Por isso você deve construir a sua matriz de acordo com as coisas que são importantes e
urgentes para você. Além disso, a importância e a urgência em relação a diferentes tarefas muda com o
tempo, o que torna a matriz uma ferramenta sazonal. Ela deve ser refeita de tempos em tempos.

Propósito

A matriz de Eisenhower exige que nossas tarefas sejam classificadas de acordo com a sua importância.
Mas o que é realmente importante para você?

Em geral, tendemos a achar que as coisas que devem ser resolvidas com urgência são importantes.
Mas isso com frequência não é verdade. As coisas importantes são aquelas relacionadas aos nossos
propósitos de vida, aos nossos objetivos de longo prazo. Isso pode incluir melhorar as relações com a
família, cuidar da alimentação e do bem-estar, fazer atividades físicas, ler mais, fazer um curso diferente,
mudar de emprego. São aqueles objetivos sobre os quais conversamos na mesa de bar com os amigos,
mas que demoramos a colocar em prática.

Com isso em mente, reflita: o que hoje é importante para você e quanto tempo você está dedicando
para realizar esses objetivos?

Para determinar os objetivos de longo prazo, é fundamental entender qual é o seu propósito de vida.
Essa expressão parece muito profunda e complexa, mas encontrar o seu propósito não precisa ser
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Sumário
difícil. Aliás, normalmente não é uma revelação que vai descer dos céus. Ao contrário, o propósito já
está com você, é algo natural, vivo, orgânico. Tampouco é algo único: é perfeitamente possível ter mais
de um propósito de vida. O mais importante é refletir a respeito e entender quais são as coisas que
realmente importam para você.

Luiza Arcuschin, especialista em propósito na Dream Facilitation

O dicionário traz duas definições de propósito. A primeira é intenção de fazer algo e


a segunda, objetivo ou algo que você pretende alcançar. Mas quando falamos de
propósito de vida, nenhuma dessas definições dá conta da explicação. Propósito
de vida não é algo que você atinge, ou algo que você vai alcançar no futuro, mas
sim o que te direciona para chegar lá. Gosto de dizer que propósito é a nossa
essência, é o que nos torna únicos. Ele é como uma bússola para te nortear a tomar
decisões orientadas para onde você quer chegar. É também uma combinação
dos seus talentos: o que te torna especial e diferente dos outros.

Como então entender o seu propósito e se conectar com ele? Propósito não é algo
que surge da noite para o dia. Encontrá-lo é um processo de auto-conhecimento.
É preciso fazer alguns questionamentos internos. Um bom exercício é: pense
em momentos do seu passado em que você acredita que estava no seu maior
potencial, um momento que você sente que estava no lugar e hora certos. Qual é
a primeira coisa que vem na cabeça? Identifique esses momentos e avalie o que
eles têm em comum. O que você estava realizando? Conectar esses pontos vai
ajudar e descobrir qual é o seu propósito.

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Sumário
A partir da identificação do seu propósito (ou propósitos) de
vida, é hora de fazer um diagnóstico das suas ações em
relação a ele. Para isso, existe uma ferramenta muito
simples e efetiva: a Roda da Vida.

A Roda da Vida é um círculo com cara de pizza.


Cada uma das fatias da pizza representa uma
área da vida, como saúde, trabalho e carreira,
vida financeira etc. Cada uma dessas fatias é
dividida em pedaços numerados de 1 a 10.

Para começar, classifique com notas de 1 a 10


como você se sente hoje em relação a cada
um dos aspectos listados na Roda, sendo 1
para nenhuma ação e 10 para plenamente em
ação. Feita essa primeira etapa, faça uma segunda
Roda da Vida. Dessa vez, anote qual seria a situação
ideal para você em cada uma das áreas, pesando os
seus propósitos de vida.

O resultado dessa reflexão vai mostrar quais são as áreas que estão consumindo seu tempo e
energia hoje, mas que não refletem em ações que ajudem a alcançar objetivos norteados por
seus propósitos. Assim, é possível pensar em rearranjos que ajudem a buscar atividades mais
significativas e prazerosas.

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Sumário
Gestão de tempo coletiva
Depois de avaliar a gestão de tempo
individual, é hora de pensar na gestão de
tempo coletiva. Como conciliar diferentes
atividades e prioridades em um grupo de
pessoas com um objetivo em comum?

ALTO
Afinal, cada pessoa tem prioridades
distintas, atividades que são mais urgentes,
coisas que são mais importantes.

ESFORÇO
Uma ferramenta eficiente para gerir
atividades de forma coletiva é a matriz
Esforço x Impacto.
Essa metodologia nasceu com o objetivo

BAIXO
de diminuir desperdício de tempo e
energia em equipes. Em outras palavras,
para aumentar a qualidade do trabalho
realizado em uma linha de produção, um
escritório ou algum lugar com uma equipe
que trabalha junta. Assim como a matriz BAIXO ALTO
de Eisenhower, a matriz Esforço x Impacto
possui dois critérios básicos: impacto e IMPACTO
esforço.

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Sumário
Para avaliar a variável impacto, é preciso pensar na motivação de cada atividade. Qual o impacto que
ela terá nos resultados da equipe, da empresa ou, quando se pensa no aspecto pessoal, como afetará
a família e os amigos? Já a variável esforço envolve os recursos necessários para realizar a atividade em
questão: tempo, pessoal, capital, materiais. A partir da avaliação dessas duas variáveis, é possível decidir
quais atividades priorizar de forma coletiva.

André

O principal ponto para fazer a gestão de tarefas em um projeto é separar o que é


impacto e o que é uso de tempo e de energia, pensando tanto em curto e em
longo prazo. Para todo projeto, é preciso pensar o que pode ser feito em pouco
tempo e alta geração de impacto.

Quando a gente fala de matriz força-impacto, falamos também de urgência e


importância. Muitas das coisas que são urgentes e importantes é que fazem você
tomar as decisões de curto prazo. O que é muito urgente e muito importante
deve ser resolvido na semana. Existem outras situações em que coisas muito
importantes não serão tão urgentes. Esses são os momentos que me fazem alocar
tempo pensando em longo prazo.

As reuniões semanais de equipe devem tratar de atividades que vão impactar seu
negócio de maneira muito forte imediatamente. Já as reuniões mensais tratarão
de conteúdos sobre o que a empresa busca impactar a longo prazo. Basicamente
é a mudança entre o passivo - o que está me apertando agora - e o ativo - que é
o planejamento para o futuro.
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Sumário
A gestão de um projeto não é tão simples quanto tomar uma decisão do que
fazer e do que não fazer. Existem diversas ferramentas que nos ajudam a priorizar,
mas a principal delas é cronológica: entender o que é preciso fazer agora para
destravar a próxima fase de um projeto e assim por diante. Um dos maiores e
mais comuns erros na gestão de um projeto é fazer o que queremos fazer, e não
o que é preciso fazer. Por exemplo: quero construir uma rampa, mas não quero
analisar o projeto de arquitetura da rampa. Depois que a rampa estiver pronta,
talvez ela não esteja no modelo ideal e o trabalho terá que ser refeito.

A matriz Esforço x Impacto pode ser aplicada em qualquer situação em que o tempo precise ser gerido
de forma coletiva, ou seja, que envolva mais de uma pessoa. Por exemplo, um casal pode usar essa
matriz para definir planos futuros: trocar de apartamento, comprar um cachorro, ter um filho, abrir um
negócio juntos. Qual dessas coisas tem mais impacto e vai exigir menos esforço nesse momento?

Dentro do ambiente de trabalho, um gestor pode usá-la para decidir quais projetos — ou tarefas de
um projeto — priorizar: é melhor iniciar pelo briefing, com pesquisa na rua, com definição de métricas,
criação de relatórios ou partir direto para a produção? Quais atividades vão trazer mais impacto para o
negócio ou para a equipe e que vão exigir menos esforço? É essa a matemática.

Cada um dos quadrantes da matriz de Esforço x Impacto está relacionado a uma atitude diferente em
relação às tarefas. As atividades que têm muito impacto, mas também muito esforço, tendem a ser
projetos ou atividades que são muito importantes. Eles são classificados como maratonas. O que você

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Sumário
deve fazer nesse sentido é: reavalie o impacto dessas atividades. Elas são mesmo muito impactantes?
Podem ser divididas em atividades menores que tragam menos esforço? A segunda categoria são as
atividades de muito impacto e pouco esforço. Essas são suas estrelas. Foque nelas!

As atividades que têm pouco impacto mas muito esforço são os presentes de grego. Busque sempre
eliminá-las. Por fim, as tarefas que têm pouco impacto e pouco esforço são classificadas como
encaixes. Elas devem ser realizadas, mas pense se você pode delegá-las para outras pessoas ou se há
maneiras de aumentar o seu impacto.

A matriz de Esforço x Impacto é excelente para a gestão de tempo coletiva, mas lembre-se: sempre
alinhe expectativas. Muitas vezes o que é importante e urgente para seu chefe ou para sua equipe não é
para você. Essa ferramenta deve ser usada em conjunto com muito diálogo entre todos os envolvidos.

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Sumário
Procrastinação
Procrastinação é daquelas palavras que muita gente não
conhece, mas quase todo mundo pratica. Procrastinar significa adiar
suas tarefas de maneira não racional. De maneira mais simples, é o
hábito de deixar as coisas para a última hora. Essa prática está presente
em todos os ambientes. Vamos entender por que ela é inevitável e tão
presente no nosso dia a dia.

Praticamente todo mundo adia, em algum momento, as coisas que


precisa fazer. É um comportamento com raízes biológicas. Nosso cérebro
está programado para colocar a emoção sempre em primeiro lugar.
Reagimos aos estímulos de forma emocional, pois isso é fundamental para
a sobrevivência da espécie. Estamos, portanto, todos no mesmo barco.

A procrastinação nas tarefas cotidianas acontece, de maneira simples,


porque não queremos executar determinadas atividades, seja porque
não vemos valor nelas, não gostamos de fazer aquilo ou não estamos
motivados o suficiente. 15
Sumário
Equação da motivação

Sendo assim, a chave está na ideia de motivação. Para entender o que nos move a realizar tarefas,
vamos apresentar a equação da motivação. Essa equação inclui três variáveis que definem o que nos
faz ficar mais ou menos motivados. São elas: expectativa, valor e impulsividade.

O primeiro critério é expectativa. Esse critério tem a ver com o grau de certeza de que a sua ação vai
ter o efeito desejado, ou seja, o quão otimista você está em relação àquela tarefa. Quando você tem
a expectativa alta de que seu esforço vai funcionar, a sua motivação também aumenta. Com isso, a
procrastinação diminui.

O problema é que muitas vezes temos que realizar tarefas que não nos inspiram muita confiança, seja
porque não temos experiência, porque não gostamos de fazê-la, por ter pressão por resultados ou
qualquer outro motivo. O que você pode fazer para aumentar o seu otimismo com ela? Essas três dicas
práticas são simples e podem ser aplicadas imediatamente.

A primeira e mais simples: superestime o tempo para realizar tarefas que não lhe trazem confiança.
Se você acredita que deveria levar uma hora para realizar uma atividade, reserve duas horas para ela.
É melhor dedicar um pouco mais de tempo para realizar a tarefa com calma, aumentando assim a
possibilidade de dar certo.

A segunda dica é: identifique especialistas naquela tarefa e aprenda com eles. Se essa pessoa está
perto, converse com ela, pergunte qual o caminho para atingir a excelência nesse ponto. Outro caminho
é procurar esses especialistas online e buscar conteúdos já publicados a respeito. O YouTube pode
ajudar a encontrar dicas preciosas.
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Sumário
A terceira dica, também bastante comum e popular, é: tenha sempre um plano B. Afinal de contas,
imprevistos podem sempre acontecer.

A segunda variável na equação da motivação é valor. Aqui, valor não tem nada a ver com dinheiro, mas
com o grau pessoal de prazer e satisfação naquela tarefa. Se eu não gosto de realizar uma atividade ou
não acho que ela é importante, a procrastinação fica mais presente. Como evitar isso?

Primeira dica: sempre pense no resultado que está depois do resultado. Por exemplo, você odeia lavar
louça mas adora receber seus amigos em casa. Foque no fato de que, para receber os seus amigos, a
louça tem que estar em ordem. Assim, uma tarefa chata fica mais suportável.

A dica número dois são as chamadas metas positivas. Evite colocar para si próprio ordens usando
a palavra não. Em vez de pensar “não vou comer mais chocolate”, pense na formulação “vou comer
de maneira mais saudável”. Isso é importante porque quando dizemos para não comer chocolate, a
primeira coisa em que pensamos é justamente chocolate. Evitar esse tipo de construção linguística
ajuda a promover mudanças e evitar a procrastinação.

A terceira dica é buscar realizar essas tarefas menos prazerosas nos momentos de maior disposição.
Todos temos momentos em nosso dia em que estamos no auge da energia e, também, horários em
que a produtividade cai. Sabendo disso, identifique quais são os melhores horário e aproveite para
realizar essas tarefas.

A terceira e última variável da equação de produtividade é a impulsividade. Impulsividade é a


nossa sensibilidade ao ato de esperar, é o quanto você quer fazer agora o que poderia fazer depois.
Atualmente, vivemos em um mundo que é volátil, incerto, complexo e ambíguo — palavras que
formam o acrônimo VUCA em inglês. Estamos a todo momento sendo bombardeados por um volume
enorme de informações, o que gera ansiedade e, como consequência, impulsividade.
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Sumário
Esse fenômeno é conhecido como FoMO - Fear of Missing Out, ou medo de perder o que está
acontecendo. Ele é o maior inimigo atual dos nossos níveis de produtividade. Estamos sempre
buscando brechas para abrir as redes sociais e conferir as últimas postagens. Para driblar esse
sentimento, seguem três dicas.

A primeira dica é a mais simples e mais óbvia, mas uma das mais difíceis: esconda o seu celular. Apesar
de já ter virado um instrumento de trabalho, ele também é o veículo desse tipo de distração. Não é
necessário trancar o aparelho em uma gaveta. Afastá-lo um pouco do seu alcance já diminui o impulso
de pegá-lo a todo momento.

A segunda dica é: satisfaça seus pequenos desejos. Sabe quando você está no meio do trabalho
fazendo um relatório e vem aquele cheirinho de café da cozinha? Não deixe que isso tire a sua
concentração por muito tempo. Pare, tome o café e volte ao que estava fazendo. Pode parecer
contraintuitivo ceder às pequenas tentações, mas dependendo do tipo de interrupção, é melhor
resolver esse impulso antes que ele tire seu foco e atenção.

A terceira e última dica é: chame a sua própria atenção em relação aos seus objetivos. Você quer
começar a ler mais livros, mas tem procrastinado isso? Você pode comprar uma capinha de celular
em formato de livro, ou colocar uma imagem de uma biblioteca no fundo da tela do computador. No
ambiente de trabalho, coloque livros na sua mesa. Seu cérebro vai começar a perceber que existem
livros ao seu redor, até que de alguma forma isso passe a ser parte da sua rotina.

A equação da motivação, em linguagem matemática, é a expectativa vezes o valor dividido pela


impulsividade:

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Sumário
Motivação = Expectativa x Valor
Impulsividade

Ou seja, é preciso aumentar a expectativa e o valor das tarefas, e diminuir a impulsividade em relação às
distrações.

Para colocar esses conceitos em prática, liste duas ações que você tem procrastinado, sendo uma que
você não gosta e outra que você não quer fazer. Pense nas dicas acima e busque usá-las para cumprir
suas tarefas sem procrastinar.

Por fim, é preciso ressaltar que procrastinação é diferente de adiamento. No dia a dia precisamos
adiar tarefas com frequência, pois atividades urgentes e imprevistos vão aparecer. A diferença é que
o adiamento é feito de forma inteligente, com planejamento. Isso significa que a situação foi analisada
tendo em mente a matriz de Eisenhower, que ajuda a eleger o que é importante e o que é urgente. Já a
procrastinação é a priorização não inteligente, irracional.

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Sumário
Palavra de especialista - Marcelo Henrique - Neurocientista

Já há evidências de que algumas pessoas têm esse mecanismo de procrastinar


mais presente. Isso tem a ver com mecanismos encefálicos. No nosso cérebro, a
procrastinação acontece porque o sistema límbico, que comanda as emoções,
tem prevalência em relação ao córtex pré-frontal, responsável pelos pensamentos
complexos. Assim, em nome da satisfação das emoções, a pessoa procrastina.

Quando uma pessoa consegue evitar comportamentos que trazem satisfação


imediata e foca em uma tarefa menos interessante, acontece o contrário: o córtex
pré-frontal conseguiu modular de maneira mais eficiente o sistema límbico.

O que acontece com crianças e adolescentes é que essa região pré-frontal, apesar
de estar morfologicamente formada, não tem ainda conexões neuronais suficientes.
Essas conexões só estarão prontas entre 22 e 25 anos de idade. Assim, nessa idade
os impulsos são predominantes. Entretanto, os adultos também procrastinam muito,
porque é esse difícil controle das emoções estará presente a vida inteira.

O ambiente sociocultural tem muita influência na estruturação do ser humano


como um todo. Hoje trabalha-se com o modelo biopsicosocial, ou seja, o ser
humano é analisado pelos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Uma
criança que presencia pessoas próximas falando “vou deixar para amanhã” ou
“amanhã eu faço” pode começar a entender que aquela é a atitude adequada. Já
se ela tem um contexto familiar com uma atitude mais positiva em relação aos
compromissos, aprenderá com mais facilidade a controlar seus impulsos.
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Sumário
Quando uma pessoa procrastina suas tarefas constantemente, pode começar a
se sentir mal com a própria situação. Ela vai se sentir mal-humorada, negativa,
incompetente, pelo fato de ela não conseguir controlar os impulsos. Isso pode ter
uma raiz neurobiológica que precisa ser analisada.

Uma situação diferente acontece quando uma pessoa tem um quadro depressivo
diagnosticado. A procrastinação nesse caso é uma consequência do quadro
patológico. A pessoa não tem plena consciência do que está acontecendo,
porque a depressão é muito mais potente de qualquer tentativa de controle dos
comportamentos.

Todos nós procrastinamos. Nós precisamos de momentos de satisfação. Preferimos


ter prazer agora para depois lidarmos com questões mais práticas. Mas a partir
do momento que você reconhece isso, você consegue adotar estratégias para
diminuir esse comportamento.

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Sumário
Trabalho remoto - Rafael Torales

No meu trabalho, lido diariamente com pessoas de diferentes cidades e países.


Isso também quer dizer que tenho a liberdade de escolher onde quero trabalhar.
Venho trabalhando remotamente há mais de 11 anos e vejo o quanto isso impacta
positivamente a qualidade de vida das pessoas.

Quando comento que trabalho em casa, recebo muitos questionamentos. Muita


gente acha que não vai conseguir se concentrar, que vai ter várias distrações,
que vai assistir ao Netflix o dia inteiro. Acredito que muita gente sonha em ter
essa liberdade de poder fazer seu próprio horário e trabalhar de onde quiser, mas
muitas vezes, essa liberdade acaba sendo um pouco assustadora. Não vai ter
ninguém nos supervisionando e precisamos organizar o próprio dia de trabalho,
arrumar maneiras de nos manter focados.

Mas acredito que o real medo que as pessoas deveriam ter é de acabar
trabalhando demais. Como estamos com o computador sempre próximo, é
muito fácil não conseguir desconectar e acompanhar o trabalho o tempo todo.
Com isso a gente acaba não sabendo o que é hora de trabalho, hora de lazer ou
hora de estar com a família.

A primeira coisa que faço para manter o foco é ter uma rotina. Isso ajuda a me
manter concentrado ao longo do dia. Ter rotina não significa seguir exatamente
os horários usuais de trabalho. Eu posso criar meus próprios horários, encaixando
seus compromissos ao longo do dia.
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Sumário
Ter uma rotina também é importante para saber qual o horário que devo estar
conectado e qual horário eu devo parar de trabalhar, o que inclui parar de acompanhar
notificações profissionais. Além disso, ter uma rotina me ajuda a negociar melhor
com as pessoas com quem me relaciono. Nem sempre as pessoas entendem bem
a dinâmica do trabalho remoto, passando tarefas em momentos em que você já
está ocupado. É importante conversar e mostrar que você tem uma rotina, que
naquele horário você não está disponível.

A segunda coisa que me ajuda a manter o foco é ter pequenos rituais para me
conectar e para me desconectar. Quem trabalha em escritório já tem esses rituais.
Tomar café, banho, sair de casa, enfrentar trânsito, ligar o computador. Quem
trabalha em casa não faz nada disso.

Eu troco esse período em que estaria no trânsito pela manhã por alguns minutos
de meditação, depois eu tomo um banho, coloco uma roupa que me faça entender
que estou em um momento de trabalho. Fazer esse pequeno ritual ajuda meu
cérebro a entender que eu estou iniciando as atividades profissionais. À noite, aviso
a minha equipe que estou encerrando o dia e a partir daquele momento evito ao
máximo ver qualquer tipo de notificação relacionada ao trabalho.

Por fim é importante ter a consciência de que nem sempre em casa é onde vou
me sentir mais inspirado, mais produtivo. Nesses momentos eu posso buscar
alternativas, como um café, um coworking ou uma biblioteca.

A definição que mais gosto de trabalho remoto é ter a liberdade de escolher trabalhar
de onde nos sentimos felizes e produtivos, no horário que funciona melhor. Assim
acabamos ficando mais focados ao longo do dia.

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Sumário
Organização pessoal
Depois de refletir sobre o que você deve fazer, tendo em vista as prioridades
pessoais e de equipe, é preciso executar as tarefas escolhidas. Mas isso também
exige um esforço de organização, para que nada fique perdido.

O método Fazendo Acontecer traz cinco passos para ajudar nessa etapa da gestão
do tempo.

É muito provável que você já faça, de maneira intuitiva, um ou mais passos desse
método. A ideia aqui é trazer essas ações para o nível consciente, integrando-as para
aumentar sua efetividade.

As cinco etapas do método Fazendo Acontecer: anotar, refletir, organizar, revisar e


implementar.

A primeira etapa é a mais simples e, normalmente, aquela que é mais usada: anotar.
Mas, apesar de comum, nem todo mundo escreve uma lista de tarefas. Fazer isso é
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Sumário
importante porque nossa memória de curto prazo não é 100% confiável e podemos esquecer de tarefas
que já identificamos como importantes.

Assim, tire da sua cabeça a preocupação de elencar, durante todo o dia, as suas tarefas. Tome notas,
seja em uma agenda, caderninho, computador ou aplicativo de celular. Nesse lugar, anote tudo o que
for relevante, sempre que puder. Use aquele tempo no ônibus ou no trânsito parado, ou o momento de
esperar o elevador para fazer anotações.

Se você busca organizar todas as tarefas do dia, é interessante colocar todas as atividades, sejam
profissionais ou pessoais, nessa lista. Mas se para você o foco é aumentar a produtividade no trabalho, é
melhor fazer listas separadas e focar nas atividades profissionais.

A etapa número dois é refletir, ou seja, direcionar cada atividade para o lugar correto. A pergunta crucial
que deve ser feita nessa etapa é: essa atividade demanda alguma ação minha nesse momento? As duas
respostas possíveis são sim ou não.

Se a resposta é não, existem três caminhos distintos. O primeiro é eliminar essa tarefa. Isso faz sentido
para atividades que estão na lista há algum tempo, mas que não fazem mais sentido porque você já
mudou de ideia, ou não quer mais fazer. O segundo caminho é planejar essa atividade para algum
momento no futuro. Por exemplo, uma das atividades da lista pode ser viajar com família. Isso não
demanda uma ação imediata, mas quem sabe algum dia o plano pode ser executado? O terceiro caminho
é usar aquela atividade como referência. Por exemplo, se você leu um texto interessante, que pode
te ajudar no trabalho ou em algum aspecto da sua vida pessoal. Esse texto não demanda uma ação
específica, mas pode ser classificado como referência para uso futuro, quando o contexto for adequado.

O resultado disso é diminuir a ansiedade, porque você vai pensar sobre cada uma dessas atividades,
ou seja, vai classificá-las de acordo com o grau de importância e urgência que elas têm. Vai também
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Sumário
avaliar se elas estão ou não alinhadas ao seu propósito e a seus objetivos principais e, principalmente,
vai começar a direcionar diferentes tipos de ação para cada uma delas.

Agora, se a resposta para a pergunta inicial for “sim, eu preciso fazer algo agora”, as opções são cinco.
A primeira delas é a regra dos dois minutos. Muitas vezes a gente deixa para depois coisas que vão
gastar dois minutos, literalmente. Tudo o que você puder fazer que dure menos de dois minutos, faça
agora e limpe uma boa parte da lista.

O segundo caminho possível é delegar. Se você trabalha com equipe, é possível que essas pessoas
possam ajudar em algumas atividades. Pense se aquela tarefa é delegável, se você pode pedir ajuda
para alguém e, a partir daí, administre a execução dessa tarefa.

Os dois próximos caminhos são tarefa e compromisso. Aqui é preciso diferenciar esses dois conceitos.
Tarefas são atividades que não necessariamente têm que ocorrer em um dia e hora específicos,
enquanto os compromissos têm um momento certo para acontecer.

Entretanto, em alguns momentos uma tarefa pode se tornar um compromisso. No início da semana,
um relatório que deve ser entregue na sexta-feira é uma tarefa. Quando chega a sexta, ele torna-
se um compromisso. Quando a atividade envolve duas pessoas, também é aconselhável que você
transforme a tarefa em um compromisso, para que todos se organizem em relação ao tempo. Uma
terceira possibilidade é quando você quer fazer com que aquela tarefa se torne um hábito na sua vida,
como fazer atividade física. Marcar um momento específico na agenda para essa atividade ajuda a criar
o hábito.

Ainda falando de compromissos, aqui vão duas dicas que você pode começar a implementar já. A primeira
é: sempre deixe livres alguns momentos do dia, sem qualquer compromisso marcado na agenda. É nesse
tempo que você vai conseguir lidar com os imprevistos e coisas urgentes que vão aparecer.
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A segunda dica tem a ver com comunicação. Se no trabalho você precisa se comunicar com
frequência, lidando com muitos e-mails e mensagens, tente marcar um ou mais horários para essa
atividade ao longo do dia. Assim você pode se concentrar em outras atividades, sem ser importunado
por notificações.

Por fim, o quinto e último possível caminho para atividades que demandam alguma ação são os
projetos. Na verdade, projetos são conjuntos de tarefas. Se você tem um projeto para desenvolver um
novo produto, certamente haverá pequenas tarefas dentro desse projeto e isso vai exigir outra dinâmica
de relação com o tempo.

Chegamos agora na etapa três do método Fazendo Acontecer: organizar. Sabe aquele papo de um
colega de trabalho é naturalmente organizado? A coisa não é bem assim. Organização não é um dom,
mas uma habilidade que pode ser treinada. Todos nós nos organizamos, de um jeito ou de outro. A
maneira como fazemos isso tem a ver com nossa história de vida. Quem tem pais ou amigos mais
organizados, teve oportunidade de aprender maneiras para organizar a própria vida. Isso não significa,
no entanto, que cada pessoa não possa se organizar dentro de um estilo próprio.

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Existem dez estilos organizacionais categorizados, que são divididos em duas grandes categorias:
organização de tempo e de espaço. As pessoas podem ter mais de um estilo em sua forma de
organização, mas um deles sempre se sobressai.

Conheça melhor cada tipo e confira dicas de como melhorar a produtividade de cada uma dessas
personalidades.

Existem dez estilos ligados à organização de tempo. São eles:

1 - saltador: pula de uma tarefa para a outra, sem terminar nenhuma delas
Dicas: Reduza o ritmo por um minuto. Elimine todas as distrações e interrupções
possíveis. Esquematize suas tarefas diárias, selecionando algumas de alta
prioridade para fazer durante o período de maior energia.

2 - perfeccionista, que quer fazer tudo perfeito e entregar cada tarefa no mais
alto padrão
Dicas: Compare o que acha que é necessário com o que a situação realmente
exige. Reflita se está guiando suas atitudes por julgamento externo. Delegue mais.

3 - alérgico a detalhes: está sempre fazendo um pouco de tudo, mas não se


aprofunda em nenhuma tarefa
Dicas: Certifique-se de que tem uma visão geral da situação. Encontre um braço
direito que te force a enxergar procedimentos ignorados. Crie sistemas funcionais
de trabalho burocrático (dashboards).
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4 - ‘Zé do Muro’, aquela pessoa que precisa de todas as informações possíveis
para tomar uma decisão e, quando consegue, ainda assim não consegue decidir.
Dicas: Avalie suas necessidades, prioridades e desejos. Entenda que não existem,
fundamentalmente, escolhas erradas. Divida as decisões em pequenos passos.

5 - procrastinador: adora adrenalina, deixa tudo para a última hora e só consegue


executar uma tarefa quando ela está em cima do prazo.
Dicas: Estime sempre para cima o tempo que suas tarefas duram. Altere os prazos.
Use um plano de quinze minutos: ação que gera motivação.

Quando falamos da organização do espaço, temos mais cinco tipos:

6 - ‘tudo para fora’: para conseguir trabalhar precisa enxergar todos os materiais
necessários, como estojo, pasta, computador, celular. Tudo tem que estar em
cima da mesa
Dicas: Faça uma inspeção semestral em sua mesa e computador. Use
eficientemente as paredes. Abuse da codificação por cores.

7 - ‘nada para fora’: precisa estar com a mesa limpa, sem nada que o atrapalhe
Dicas: Crie um sistema funcional de arquivamento (coleta e esclarecimento).
Otimize seus favoritos a partir de pastas de classificação. Invista na revisão diária.

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8 - arrumador: precisa de um ambiente organizado. A diferença entre ele e o ‘nada
para fora é que o arrumador precisa garantir limpeza e beleza, não funcionalidade
Dicas: Adapte objetos de organização não tradicionais. Quebre a tarefa de
arrumação em etapas. Encontre sistemas não ortodoxos de arrumação.

9 - guardador: não joga nada fora, acumula todos os papéis e relatórios que talvez
ela algum dia vai precisar usar.
Dicas: Estabeleça para si mesmo um prazo para terminar suas leituras. Avalie
regularmente o valor real de cada coisa. Limite o espaço físico possível para
guardar itens e esvazie à medida que encher.

10 - desleixado: não tem qualquer preocupação em manter as coisas no seu


próprio lugar. Geralmente não conseguem encontrar as coisas quando precisam.
Dicas: Encare o processo, mais que o resultado. Otimize intervalos de outras
atividades. Selecione somente 10 minutos por dia.

Você pode ter se identificado com um ou alguns desses estilos. O importante é


identificar a diferença entre eles e refletir sobre seu momento atual de vida.

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Depois de tomar notas das suas tarefas, refletir a respeito delas e depois criar um sistema de
organização de acordo com o seu estilo para ser mais eficiente, chega o dia a dia do trabalho. Como
ele, chegam também os imprevistos, sempre inevitáveis. Como garantir que esse processo continue
acontecendo de forma eficiente? Essa é a ideia da quarta etapa do método Fazendo Acontecer: revisar.

Revisar significa atualizar a rota. Essa etapa é tão fundamental para o sucesso da gestão de tempo que
ela deve ser classificada como compromisso. É preciso ter um espaço reservado na agenda para fazer
essa revisão. Você pode fazer isso de duas formas: semanal e diária. Para saber por qual delas começar,
avalie como você está hoje em relação à gestão de tempo. Se você ainda não tem o hábito de revisar,
inicie fazendo isso uma vez na semana. Essa revisão é um poderoso redutor de stress. Quando você
atualiza o seu planejamento antes de começar a semana, consegue ter uma visão mais ampla das
coisas que estão por vir e evita que no meio da semana, quando surge um imprevisto, você se perca
nas tarefas. Elas já estão classificadas em importância e urgência. Assim, fica mais fácil se adaptar.

Se você já tem o hábito de fazer uma revisão semanal de tarefas pode começar a fazer uma revisão
diária. Essa revisão tem a ver com o prazer imediato de chegar ao final do dia e poder marcar todas as
tarefas como feitas. É uma sensação de vitória que ajuda na motivação.

As próximas dicas valem tanto para a revisão semanal como para a diária. A primeira é um reforço:
revisão é compromisso. Lembre-se de colocar na agenda um dia e hora para fazê-la. A segunda dica:
realize a revisão sempre ao início ou final de um ciclo de trabalho, seja o dia ou a semana.

A terceira dica é: procure fazer o processo de revisão em um ambiente tranquilo sem interrupções.
Você deve estar 100% focado nessa atividade. Por fim, aproveite o tempo de revisão para buscar todas
as fontes de informação necessárias para realizar as tarefas. Revisite e-mails, grupos de WhatsApp,
mensagens pendentes. É durante a revisão que você vai reunir as tarefas que surgiram e se programar
para executá-las.
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De nada adianta você se tornar um mestre em planejamento e organização, tomar notas, pensar a
respeito das ações, criar um sistema de organização, fazer revisão semanal, revisão diária se, na hora de
executar, as coisas emperram.

Aqui, resgatamos as principais dicas para evitar se perder nas tarefas. A primeira providência é aplicar
a regra dos dois minutos. Tire da frente as tarefas de execução rápida. Essa é uma das atitudes mais
importantes dentro de todo o método.

Outra atitude importante é lidar com as interrupções. No caso das interrupções digitais — notificações
de e-mails, mensagens e redes sociais — tente manter o celular longe de você. Se for muito difícil
resistir, silencie as notificações das redes sociais ou coloque o telefone em modo avião. Se as
mensagens forem importantes para seu trabalho, vale a dica de marcar horários específicos para checá-
las, garantindo períodos sem esse tipo de interrupção.

As interrupções feitas por pessoas são mais complicadas de evitar. Quando alguém pede ajuda ou
nos dá uma tarefa, a tendência é reagir e tentar resolver. Se for frequente, essa situação compromete a
gestão do tempo, mas falar não pode ser um desgaste.

Há maneiras, no entanto, de lidar com essas interrupções de maneira inteligente, sem necessariamente
falar não. A primeira tem a ver com alinhamento de expectativas. Combine a sua disponibilidade
com a sua equipe ou com o seu chefe e deixe acordado que você não vai estar disponível durante
determinado período de tempo. Além disso, deixe seu calendário exposto para que todos saibam
quando você estará concentrado.

A segunda dica é combinar um horário no dia para encaminhar os problemas e resolver as tarefas de
uma vez só, em vez de sofrer com várias interrupções longo do dia.
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Ainda assim, haverá momentos em que receber um pedido de ajuda será inevitável. Nesses momentos,
use a terceira dica: proponha uma troca de prioridade. Pergunte para a pessoa que pediu auxílio qual
atividade da sua lista pode ser deixada de lado em troca dessa nova tarefa. Outra forma de lidar com
a interrupção é marcar uma hora para ajudar. Assim, você organiza esse compromisso no calendário,
sem precisar interromper a atividade atual.

Uma terceira forma pode ser pedir ajuda em troca. Você pode ajudar seu colega a terminar um relatório
e, em troca, ele te ajuda em uma planilha. A última dica é delegar a tarefa para alguém que goste ou
saiba fazê-la muito bem.

Essas são as etapas do método Fazendo Acontecer. Você pode ter reconhecido algumas atitudes
que você já tem no seu dia a dia. A ideia é que, consciente desses passos, seja possível melhorar sua
organização pessoal.

Praticando
Pegue uma folha de papel ou abra um aplicativo de notas e liste de dez a quinze tarefas — de curto prazo,
longo prazo, vida pessoal, trabalho — que você precisa ou gostaria de fazer. Agora reflita sobre elas. Pergunte-
se se elas demandam alguma ação imediata. Depois, decida qual caminho tomar para cada uma delas.

Ao final desse processo, avalie como ficou o seu processo de reflexão. Você classificou mais tarefas como
sim ou como não? Conseguiu eliminar as tarefas que não fazer mais sentido? E aquelas de execução
rápida, já tirou da frente? Conseguiu planejar aquelas de longo prazo? E como ficou a sua ideia de tarefa e
compromisso? Tem muito mais compromisso que tarefas? Muito mais projetos que tarefas?

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Esse exercício ajuda a entender qual é o seu contexto atual em relação a organização e como você tem
gerido o seu tempo.

Ferramentas e aplicativos
Como vimos, a tecnologia pode muitas vezes minar a nossa produtividade. Mas muitas vezes ela
funciona a nosso favor. Existem inúmeros aplicativos e softwares para ajudar no processo de gestão de
tempo. Aqui seguem algumas dicas.

A lista traz apps que ajudam em todas as etapas do método Fazendo Acontecer:

• Trello: é uma ferramenta clássica de organização de projetos e de gestão de tempo. No Trello


é possível listar as atividades e classificá-las de acordo com as prioridades, adicionar pessoas,
delegar tarefas, definir equipes de trabalho e adicionar prazos. A visualização das tarefas é
muito boa, especificamente no aplicativo para celular.
• Evernote: é semelhante ao Trello, com o diferencial de que é possível organizar diferentes
projetos por grupos de tarefas. Ele é integrado a outras ferramentas, como Outlook, o Slack e
até com o Google Chrome.
• Todoist: aplicativo de lista de tarefas com possibilidade de classificação de cada item por ordem
de prioridade.
• Google Keep: aplicativo que faz parte do pacote Google, o Kees é um post-it digital, útil para
anotar ideias rapidamente.
• Google Calendar: funciona de maneira bem integrada a outros aplicativos - Outlook, Gmail,
Hotmail - e permite que você mantenha sua agenda eficiente, com um apelo visualmente
interessante. Nele, é possível trabalhar com cores distintas para cada atividade, adicionar
pessoas às tarefas, para gerenciar o tempo de forma coletiva, e incluir notas.
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Existem aplicativos que podem melhorar a produtividade e a gestão de tempo, mesmo sem ter
relação direta com as tarefas do dia. O Focus Keeper, por exemplo, controla o seu tempo durante o
dia de trabalho. Ele notifica o usuário a cada 25 minutos, para dirigir o foco do trabalho, além de criar
momentos para descanso.

Já os aplicativos de meditação também podem ajudar o usuário a ficar mais focado e mais atento nas
atividades. Alguns exemplos são HeadSpace e Calm, mas há muitos disponíveis nas lojas de aplicativos.

O mais importante quando pensamos em ferramentas e aplicativos é que você identifique o que
funciona para você. Não tem receita de bolo que funcione para todo mundo. Faça o teste, identifique de
qual delas você gosta mais comece a praticar.

Uma última mensagem


Ao final desse livro, a ideia é que você esteja tranquilo em realizar uma atividade e não outra. Se você
está respondendo e-mails, é porque você precisa fazer isso. Se está telefonando para clientes, essa é
a sua prioridade no momento. Se estiver passeando com o cachorro, não precisa sofrer por não estar
escrevendo um relatório.

São três os pontos mais importantes para o sucesso da sua gestão de tempo. O primeiro é: todos vamos
procrastinar quando não estamos motivados. Você deve se conhecer melhor para aumentar seus níveis
de motivação, pensando na equação de motivação.

Segundo ponto de reforço: a sua matriz de priorização é diferente da de outras pessoas. Sempre alinhe
expectativas. Um bom diálogo resolve tudo.
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E a terceira dica, lembrando o método Fazendo Acontecer é: revisão, e revisão é compromisso. Garanta
um dia e horário na sua semana para passar pela sua lista de atividades e replanejar o futuro.

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Para saber mais

Livros
ALLEN, David. A arte de fazer acontecer - O método GTD - Getting Things Done: Estratégias para
aumentar a produtividade e reduzir o estresse. Rio de Janeiro: Sextante, 2015

SCHLENGER, Sunny; ROESCH, Roberta. How to Be Organized in Spite of Yourself: Time and Space
Management that Works with Your Personal Style. New York: Signet, 1990

STEEL, Piers. A Esquação de Deixar para Depois. São Paulo: Best Seller, 2012

URY, William. O Poder do NÃO Positivo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007

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Artigos
ANDERÁOS, Ricardo. Procrastinar: a ciência por trás da mania de adiar o que precisa ser feito.
Huffpost Brasil, 03 ago. 2014. Acesso em 20/05/2019 Disponível em https://www.huffpostbrasil.
com/2014/08/03/procrastinar-a-ciencia-por-tras-da-mania-de-adiar-o-que-precisa_a_21673094

BENNET, Nathan; LEMOINE, G. James. What VUCA Really Means for You. Harvard Business Review, Jan./Fev.
2014. Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://hbr.org/2014/01/what-vuca-really-means-for-you

BBC BRASIL. As conexões cerebrais que explicam por que algumas pessoas preferem deixar tudo
para depois. BBC Brasil, 28 ago. 2018. Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://www.bbc.com/
portuguese/geral-45328890

CLEAR, James. Procrastination: A Scientific Guide on How to Stop Procrastinating. James Clear.com.
Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://jamesclear.com/procrastination

GIANTOMASO, Isabela. O que é FoMO? ‘Fear of missing out’ revela o medo de ficar por fora nas redes
sociais. Tech Tudo, 27 mai. 2017. Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://www.techtudo.com.
br/noticias/2017/05/o-que-e-fomo-fear-of-missing-out-revela-o-medo-de-ficar-por-fora-nas-redes-
sociais.ghtml

GRIFFIN, Trudi. How to Stop Procrastinating. wikiHow, 09 mai. 2019. Acesso em 20/05/2019. Disponível
em https://www.wikihow.com/Stop-Procrastinating

GROHOL, John M. FOMO Addiction: The Fear of Missing Out. PsychCentral, 08 jul. 2018. Acesso em
20/05/2019. Disponível em https://psychcentral.com/blog/fomo-addiction-the-fear-of-missing-out
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Sumário
GUSTAVSON, Daniel E., MIYAKE, Akira, HEWITT, John K., & FRIEDMAN Naomi P. Genetic Relations
Among Procrastination, Impulsivity, and Goal-Management Ability: Implications for the Evolutionary
Origin of Procrastination. Psychological Science, 25(6), 1178–1188. Acesso em 20/05/2019. Disponível em
https://doi.org/10.1177/0956797614526260

OLIVEIRA, Sidnei. O Mundo VUCA da Geração Millennials. Exame.com, 02 jan. 2018. Acesso em
20/05/2019. Disponível em https://exame.abril.com.br/blog/sidnei-oliveira/o-mundo-vuca-da-
geracao-millennials/

PRZYBYLSKI, Andrew K.; MURAYAMA, Kou; DEHAAN, Cody R.; GLADWELL, Valerie. Motivational,
emotional, and behavioral correlates of fear of missing out. Computers in Human Behavior,
Volume 29, Issue 4, 2013, Pages 1841-1848, ISSN 0747-5632. Acesso em 20/05/2019. Disponível em
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SILVA, Stephen. Matriz de Priorização de Projetos. UVAGP Class, 04 jun. 2017. Acesso em 20/05/2019.
Disponível em https://uvagpclass.wordpress.com/2017/06/04/matriz-de-priorizacao-de-projetos/

SPENCER, Amy. The Science Behind Procrastination. Real Simple, 17 ago. 2014. Acesso em 20/05/2019.
Disponível em https://www.realsimple.com/work-life/life-strategies/time-management/procrastination

UNIVERSIA BRASIL. Conheça a fórmula para se manter motivado no trabalho. Universia Brasil,
19 ago. 2014. Acesso em 20/05/2019. Disponível em http://noticias.universia.com.br/destaque/
noticia/2014/08/19/1109928/conheca-formula-manter-motivado-trabalho.html

WIKIHOW. Como Dizer Não. wikiHow. Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://pt.wikihow.com/


Dizer-N%C3%A3o
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Vídeos
BRENTAN, Milena. À propósito, vamos falar de propósito. Palestra proferida no TEDx Talks Inatel, 13 set.
2014. Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Z6vo5I8eN8w

CSIKSZENTMIHALYI, Mihali. Flow, the secret to happiness. Palestra proferida na TED Conference, fev. 2014.
Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://www.ted.com/talks/mihaly_csikszentmihalyi_on_flow

ORDEM na casa com Marie Kondo. Criação Marie Kondo. Série original Netflix, 2019. Acesso em
20/05/2019. Disponível em https://www.netflix.com/br/title/80209379

URBAN, Tim. Inside the mind of a master procrastinator. Palestra proferida na TED Conference, fev. 2016.
Acesso em 20/05/2019. Disponível em https://www.ted.com/talks/tim_urban_inside_the_mind_of_a_
master_procrastinator

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