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Elaboração
Adrielen Aparecida Silva Calixto - Coordenadora I da Atenção às Pessoas com
Doenças Crônicas não Transmissíveis - DPS-SMS
Juliana Barcelos da Costa Lima - Equipe técnica - DASP
Revisão e Apoio
Equipe multidisciplinar do Programa de Aprimoramento Multiprofissional em
Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus - SMS-RP
DASP-SMSRP
Divisão de Enfermagem - SMSRP
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Autorizada a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte
25.p
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PROTOCOLO DE MANEJO DA SÍNDROME PÓS-COVID NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
1. Introdução
2. Definições
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* COVID longa é um termo comumente usado para descrever sinais e sintomas que
continuam ou se desenvolvem após COVID-19 agudo. Inclui COVID-19 sintomático
persistente e síndrome pós-COVID.
O uso do CID U09.9 em todo atendimento médico ao paciente com alguma dessas
situações é extremamente importante para o monitoramento, geração de indicadores
e criação de estratégias para melhoria dos serviços.
3. Manifestações clínicas
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Quadro 1 – Sintomas mais comumente observados na síndrome pós-COVID.
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4. Avaliação e Manejo da Síndrome pós-COVID
Avaliação inicial
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○ transtornos de saúde mental e necessidade de apoio psicossocial.
● Avaliação da frequência respiratória, oximetria de pulso (SpO2), ausculta
pulmonar e sinais de desconforto respiratório;
Sinais de Alerta:
hipoxemia severa
Sinais de doença pulmonar severa
Dor torácica
Síndrome inflamatória multissistêmica (crianças)
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Cuidados e orientações gerais
Não há transmissão viral após 10 dias do início de sintomas para casos leves e
moderados e 20 dias do início dos sintomas para casos graves. Oriente que testes
não são necessários para verificar transmissibilidade ou imunidade adquirida.
Fadiga
Exames complementares:
1. Hemograma, TSH, função hepática, função renal, eletrólitos e glicemia.
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Manejo
Após a exclusão de causas subjacentes, o tratamento é conservador:
• Retomar atividades físicas de forma lenta, gradual, e conforme tolerância.
Suspender as atividades físicas caso o paciente volte a apresentar febre,
dispneia, fadiga importante ou mialgia.
• Hidratação, alimentação saudável, descanso adequado e higiene do sono.
• Realizar planejamento e priorização das atividades, além de manter uma
rotina preestabelecida.
Alguns exercícios de respiração diafragmática auxiliam a normalizar os
padrões de respiração e aumentar a eficiência dos músculos respiratórios
resultando em menor gasto de energia, menos irritação das vias aéreas e
redução da fadiga e da dispneia. Como fazer: o paciente deve sentar-se em
uma posição apoiada e inspirar pelo nariz e expirar pela boca lentamente,
enquanto relaxa o tórax e os ombros, permitindo que o abdome suba. A
respiração deve ter como objetivo uma relação inspiração/expiração de 1:2,
com a expiração durando o dobro de tempo da inspiração. Essa técnica
pode ser usada com frequência ao longo do dia, em séries de 5 a 10
minutos (ou mais, se for útil).
Avaliação inicial:
Caracterizar a dispneia: ao repouso ou ao esforço, presença de ortopnéia;
Sinais e sintomas associados: desconforto torácico, dor pleurítica, edema
periférico, palpitações, tontura, pré-síncope e síncope.
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Exame físico: medida de saturação de oxigênio, pressão arterial e frequência
cardíaca, além da ausculta cardíaca e pulmonar.
Exames complementares:
1. Pacientes com persistência ou piora de sintomas respiratórios, ou
alterações na ausculta respiratória:
• Radiografia de tórax: descartar complicações como infecção secundária ou
derrame parapneumônico.
• Exames laboratoriais a se considerar: Hemograma, TSH, glicemia,
creatinina, Na, K, Mg, Ca.
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• Provas de função pulmonar (espirometria): úteis em pacientes com
sintomas respiratórios persistentes e progressivos. A orientação é realizar
após 12 semanas da alta hospitalar ou do término do isolamento domiciliar;
• Teste de dessaturação ao esforço físico: para pacientes com dispneia ou
tontura ao esforço físico, com saturação de O2 ao repouso normal.
• Ecocardiograma, angiotomografia e cintilografia: a depender da avaliação
médica e disponibilidade, para pacientes que tiveram embolia pulmonar
pós-covid e permanecem sintomáticos, para avaliar complicações
(hipertensão pulmonar) - como esses exames geralmente não estão
disponíveis na APS, o encaminhamento para a pneumologia faz-se
necessário.
Baciloscopia 2 amostras: tosse ≥3 semanas
Manejo
• Descartar complicações da covid-19;
• Abordagem terapêutica da dispneia persistente deve ser baseada na causa
subjacente: otimizar o tratamento da patologia associada
• Pacientes covid longa que permanecem com dispneia, mesmo com função
pulmonar e demais exames normais: considerar o descondicionamento
físico secundário ao sedentarismo – estimular prática de atividades físicas.
• Na ausência de suspeita de causas secundárias ou outras complicações, a
tosse e a dispneia devem ser manejadas com exercícios de controle da
respiração.
O manejo da tosse após infecções virais é, na maioria das vezes, expectante, pois
grande parte dos casos tem resolução espontânea em até três meses.
• Avaliar e manejar as demais condições que podem exacerbar ou contribuir
para o sintoma (DRGE, asma, sinusite bacteriana, tuberculose e rinite
alérgica).
• Corticoide inalatório - evidências limitadas.
• Ipratrópio, corticoesteroides orais e codeína: não há evidências claras sobre
o benefício, apesar de serem medicações frequentemente usadas como
opção terapêutica para tosse intratável.
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A maioria dos pacientes com covid-19 leve a moderada, que não necessitou de
internação hospitalar, costumam apresentar melhora lenta e gradual ao longo de
quatro a seis semanas de exercícios aeróbicos leves, com aumento gradual em
intensidade conforme tolerância, além dos exercícios respiratórios
Tromboembolismo
Quando suspeitar?
• Embolia pulmonar (TEP): paciente com dispneia de início recente ou que
teve piora e/ou taquicardia e/ou redução da saturação de O2.
• Trombose venosa profunda (TVP) em membro inferior: edema unilateral,
dor e empastamento da panturrilha, porém nem sempre todos esses sinais
estão presentes.
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• D-dímero de rotina em pacientes após a alta ou no acompanhamento para
definir início ou duração de anticoagulação em pacientes pós-covid: ainda
sem papel claro da utilidade.
Manejo
Dor torácica
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• Miocardite
• Embolia/infarto pulmonar
• Derrame pleural
Manejo
Manejo
Exercícios cardiovasculares intensos devem ser evitados por três meses em todos
os pacientes que apresentaram miocardite ou pericardite.
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Atletas devem ser orientados a suspender totalmente o treinamento cardiovascular
por seis meses seguidos de retorno gradual às suas atividades, com
acompanhamento especializado adequado.
Alopecia
Caracterizada por uma perda capilar difusa, pode ser atribuída ao eflúvio telógeno
resultado da infecção viral ou da resposta ao estresse.
A maioria dos casos cessa espontaneamente após três a seis meses do seu início
e a recuperação completa da quantidade e da espessura dos fios pode demorar
até 18 meses.
Manejo
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Manejo
A maioria dos pacientes se recupera após 14 dias do início dos sintomas sem
nenhum tratamento específico.
Disgeusia
Manejo
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Disgeusia associadas a outras condições, como síndrome da ardência bucal:
• Clonazepam 0,5 a 1 mg à noite, amitriptilina ou anestésicos tópicos, como
lidocaína gel.
*É importante a avaliação do médico, em decisão compartilhada com o paciente,
sobre o uso dessas medicações, podendo ser indicadas em casos persistentes,
graves e com prejuízo à qualidade de vida.
Diarreia
Manejo
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Tratamento da diarreia visa reduzir complicações como desidratação, distúrbios
hidroeletrolíticos e isquemia colônica:
● Tratar causa subjacente, se houver;
● Hidratação;
● Antieméticos: se náuseas ou vômitos
Se alta suspeição de infecção por Clostridium, iniciar tratamento empírico com
metronidazol 500 mg, de 8h/8h por 10 dias.
Sinais de alerta (hipotensão, taquicardia, febre, distensão abdominal importante e
redução dos ruídos hidroaéreos): avaliação hospitalar.
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Figura 2 – Fluxograma de avaliação e manejo inicial da diarreia pós-COVID.
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Sintomas neurológicos
Manejo
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Manejo
Quadros leves:
• Psicoeducação, orientação e escuta empática podem ser oferecidos.
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Figura 3 – Manejo inicial do comportamento suicida
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Síndrome pós-cuidado intensivo
Manejo
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Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual para avaliação e manejo de condições pós-
covid na Atenção Primária à Saúde / Ministério da Saúde, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 49 p.: il. Disponível em: <
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_avaliação_manejo_condições_c
ovid.pdf> ISBN 978-65-5993-174-3.
DYNAMED. Record no. T921617, Disorders of smell and taste. Ipswich (MA):
EBSCO Information Services, 30 Nov. 2018. Disponível em: https://www.
dynamed.com/topics/dmp~AN~T921617. Acesso em: 17 dez. 2021.
MONTEIRO, ILL. Queda de cabelo e Covid-19: o que sabemos até agora?. PebMed
2021.
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