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Contribuições da atividade física

para o tratamento psicológico


do TDAH em crianças
Marcos Daou
Mestre em Psicologia pela PUCRS. Doutorando em Ciências do Movimento Humano - ênfase em Psicologia
do Esporte e do Exercício. Auburn University. Bolsista CAPES/LASPAU, proc. n. 13589/13-0.
E-mail: <m.daou@hotmail.com>.

Giovanni K. Pergher
Mestre em Psicologia pela PUCRS. Professor Adjunto do Curso de Psicologia FACCAT.
E-mail: <gkpergher@gmail.com>.

Resumo
O presente artigo objetiva relacionar de que forma a prática de atividade física pode contribuir para o
curso do tratamento Psicoterápico de abordagem Cognitivo-Comportamental com crianças que apre-
sentam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O estudo é caracterizado como uma
Revisão Narrativa. A partir da análise dos materiais, os resultados indicaram que a prática de ativi-
dade física pode contribuir no curso do tratamento do transtorno de Déficit de atenção e hiperativi-
dade através da utilização de metodologias e técnicas que auxiliem a criança a desenvolver o diálogo
interno; aperfeiçoar as habilidades sociais; desenvolver o repertório de resolução de problemas; entre
outros. Constatou-se, também, que os benefícios advindos da atividade física incidem sobre a auto-es-
tima; a percepção de competência e a auto-eficácia das crianças.
Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental, Atividade Física, TDAH.

Introdução matológicas, implicações e curso do tratamento é


o Transtorno de Déficit de Atenção/hiperativida-
de (TDAH). O TDAH acomete cerca de 5% das
O estudo dos transtornos mentais que atin-
crianças e adolescentes em todo o mundo (APA,
gem crianças e adolescentes, a cada dia mais vem
2013; Polanczyk et al., 2007).
recebendo atenção por parte dos profissionais da
O TDAH é um transtorno Psiquiátrico que
saúde. Diversas variáveis envolvidas no desenvol-
pode trazer prejuízos significativos para a crian-
vimento infantil podem contribuir para o apare-
ça e adolescente no âmbito familiar, escolar e nas
cimento e consolidação dos casos. Destacam-se
relações interpessoais. Com características proe-
o enfraquecimento dos laços familiares; a fragi-
minentes de desatenção, e/ou hiperatividade e/ou
lidade dos relacionamentos interpessoais; as ca-
impulsividade, produz uma limitação no proces-
racterísticas genéticas pessoais e as característi-
so de aprendizagem, de resolução de problemas,
cas culturais. Os transtornos mais proeminentes
de habilidades sociais e de assertividade compor-
neste momento são: de Humor, de Ansiedade, de
tamental. Em virtude da presença destas caracte-
Aprendizagem e de Déficit de Atenção e Hipera-
rísticas, pode contribuir para a consolidação de
tividade, por exemplo.
um autoconceito negativo, de baixa autoestima,
Um dos transtornos que mais tem sido deba-
baixa tolerância a frustração, que por sua vez re-
tido na atualidade devido as características sinto-
flete no entendimento e relação de vida que apre-

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senta com os outros e consigo mesmo (APA, 2013; resolução de problemas, automonitoramento,
Barkley, 2008; Knapp, Lyszkowski, Johannpeter, auto-avaliação e dialogo interno (cognitivas). É
Carim, Rohde, 2003; Knapp, Rohde, Lyszkowski, importante ressaltar que as técnicas cognitivas e
Johannpeter, 2002). comportamentais devem ser entendidas dentro
Os prejuízos enfrentados pelos pacientes com do contexto do tratamento combinado, respei-
o transtorno, em sua grande maioria, provém de al- tando os padrões estabelecidos pelas TCCs: ou
terações nas funções executivas. Como exemplo de seja, as técnicas são ferramentas, não um fim em
limitações enfrentadas, destacam-se a inabilidade si mesmas. O importante são as características do
de utilização da memória de trabalho, a dificulda- sujeito (potencialidades e limitações), somadas as
de de regulação da emoção, a capacidade limitada potencialidades do terapeuta, que proporcionarão
de internalização da linguagem e a imprecisão de um ambiente mais profícuo de aprendizagem, au-
planejamento e execução de tarefas (Barkley, 2008; to-reflexão e de potencialização de estratégias para
Barkley, 1998; Quay, 1997; Barkley, 1995). Como aplicação prática (Barkley, 2008; Knapp, Rohde,
efeito prático destas limitações, evidenciam-se as Lyszkowski, Johannpeter, 2002; Quay, 1997).
crianças com dificuldades de engajarem-se em Em paralelo aos benefícios do tratamento
atividades mantendo a atenção necessária para as combinado (Psicofarmacológico + Psicoterápi-
suas realizações; bem como a inabilidade de pla- co), diversos estudos (Huang et al, 2014; Halperin
nejamento e execução de atividades; assim como & Healey, 2011; Gapin & Etnier, 2010; Hopkins,
a não compreensão e dificuldade de reter conhe- Sharma, Evans, Bucci, 2009; Mahon, Anthony,
cimento devido ao déficit de memória de trabalho. Stephens, 2008) estão mostrando os benefícios da
Em conjunto com estas características, somam-se prática de atividade física para o tratamento do
ineficiência comportamental de habilidades so- TDAH. Nos trabalhos evidenciados, a resposta da
ciais que podem produzir isolamento e rechaço atividade física tem proporcionado uma melhora
por parte do grupo (Barkley, 2008). muito grande nas funções executivas dos pacien-
Devido ao sofrimento e aos prejuízos enfren- tes tais como, na resolução de problemas, no pla-
tados pelas pessoas acometidas pelo transtorno, nejamento e execução de tarefas; e na utilização
somados as características culturais e familiares e potencialização da memória de trabalho (Hop-
visíveis na atualidade, é que o acompanhamento kins, Sharma, Evans, Bucci, 2009).
profissional se faz muito necessário para uma res- Devido a efetividade, a prática da atividade
posta assertiva que pode incidir positivamente no física tem sido recomendada como um importan-
curso da problemática. Como vértice principal te método de potencialização das funções execu-
do tratamento, ressalta-se a importância do en- tivas dos processos cognitivos, bem como, para a
tendimento da singularidade de cada caso para a regulação das emoções em pacientes Psiquiátri-
efetivação de um plano de intervenção. As carac- cos. Diante dos resultados altamente auspiciosos
terísticas culturais, familiares, pessoais, somadas nos últimos anos (Huang et al., 2014; Buckley et
ao potencial saudável de cada indivíduo, ditará os al., 2014; Hofmann, Schmeichel, Baddeley, 2012;
moldes do tratamento. Todavia, devido a carac- Barenberg, Berse, Dutke, 2011; Best, 2010) é que o
terística Neurobiológica do TDAH, em grande presente artigo tem como objetivo principal des-
parte dos casos se faz necessário um tratamento crever e relacionar de que forma os efeitos da ati-
combinado (Psicoterápico + Psicofarmacológico) vidade física podem contribuir para o tratamento
para os melhores prognósticos e respostas clíni- psicológico de crianças com TDAH, através da
cas (Barkley, 2008; Roman, Schmitz, Polanczyk, abordagem Cognitivo-Comportamental.
Hutz, 2003; Knapp, Lyszkowski, Johannpeter, Ca- Devido as características de descrição, ex-
rim, Rohde, 2003). ploração e articulação entre a sintomatologia do
Os mesmos autores apontam que as inter- transtorno, a prática psicoterápica utilizada pelas
venções que vem apresentando os resultados mais TCCs e os benefícios da atividade física para o
significativos no tratamento do TDAH são as das TDAH é que o presente trabalho dar-se-á através
Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCCs). de uma revisão narrativa. Optou-se por este tipo
Como exemplo de técnicas assertivas utilizadas de revisão como desenho de estudo por apresen-
no tratamento, ressaltam-se a das economias de tar uma característica bem definida e fundamen-
fichas; custo de resposta; tarefas de casa e mode- tada de estratégia de descrição e organização dos
lações (comportamentais); e as de psicoeducação, materiais selecionados, bem como pelo poder de

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ampliação do espectro de teorias de conhecimento que os meninos apresentam a probabilidade de


referente a uma temática específica. Apresenta a apresentar o transtorno, três vezes mais que as
característica de exploração e articulação de con- meninas (Barkley, 2008; Barkley, 1995).
ceitos de síntese teórico-analítica (Faro & Pereira, Algumas caracterizações sobre o transtor-
2013; Rother, 2007). no são interessantes de serem pontuadas. Com
Optou-se por esta metodologia por entender o lançamento da nova versão do manual de es-
que seria a mais apropriada para alcançar o ob- tatística e diagnóstico da associação americana
jetivo referido. Diante da possibilidade de explo- de psiquiatria (DSM-V) em 2013, alguns critérios
ração e atualização dos conhecimentos referentes nosológicos do transtorno sofreram pequenas
ao TDAH; dos conceitos e práticas utilizadas pelas modificações. Por exemplo, no critério b, referen-
TCCs e dos possíveis benefícios da prática da ati- te a idade de início do transtorno – anteriormen-
vidade física no curso do tratamento do transtor- te era necessário estarem presentes antes dos 7
no; é que pensou-se na articulação dos referidos anos. Na nova configuração, a exigência passou a
campos de conhecimentos que permitiram refle- ser de antes dos 12 anos. Esta mudança decorreu
tir e transcender as intervenções utilizadas para da dificuldade e imprecisão de afirmar o apareci-
tratamento do TDAH. Como, a cada dia, a busca mento de tais características antes dos sete anos
pelo conhecimento interdisciplinar encontra-se e também pelo fato da grande parte das crianças,
indispensável, tem-se neste estudo uma oportuni- dentro de um desenvolvimento esperado se com-
dade de visibilização e utilização de uma proposta portar de forma semelhante. Outra diferença se
interventiva direcionada para esfera neurobiológi- dá em relação a exclusão dos subtipos desatento,
ca, psicológica e física, com intuito de exploração hiperativo/impulsivo ou combinado. Esta altera-
e potencialização dos caminhos de tratamentos já ção visa preencher justamente a lacuna concei-
existentes. tual, pois invariavelmente havia uma alteração de
Pela característica da metodologia utiliza- subtipos ao longo do curso do transtorno (APA,
da, o trabalho foi subdividido em cinco partes: 2000; APA, 2013).
primeira - a introdução para a exploração e con- As outras duas diferenças presentes na nova
textualização da temática; segunda – contex- versão do manual, foram a inclusão do especifi-
tualização do TDAH; terceira – teoria e técnicas cador referente a remissão parcial dos sintomas,
utilizadas pelas TCCs no tratamento do TDAH; que, por diferentes motivos, no curso do transtor-
quarta – descrição das atividades físicas e bene- no fazem com que a pessoa minimize os sintomas
fícios psicológicos; quinta – considerações finais. presentes. E a ultima modificação diz respeito a
classificação do transtorno em leve, moderado e
grave, justamente para tentativa de caracterizar
Contextualização do trans- a severidade do mesmo que implica em distintas
intervenções, acompanhamentos devido ao grau
torno de déficit de atenção e de comprometimento do sujeito (APA, 2013).
hiperatividade As alterações do DSM-V pontuam justamente
a tentativa de aproximar os critérios diagnósticos
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hi- de particularidades presentes nos contextos atuais.
peratividade (TDAH) é um transtorno neuropsi- O TDAH, é um transtorno que devido a grande
quiátrico, normalmente reconhecido pela primei- habilidade e complexidade de entendimento clí-
ra vez na infância e é caracterizado por possuir nico, acaba muitas vezes por ser mal interpretado
um padrão persistente de desatenção e/ou hipe- por parte de profissionais e do senso comum. Atual-
ratividade e/ou impulsividade. Como caracterís- mente existe a discussão referente aos critérios uti-
ticas principais, encontram-se a dificuldade de lizados para o entendimento do transtorno, bem
manter a atenção e a concentração tanto para o como para o manejo do mesmo (Viégas & Oliveira,
engajamento, realização e finalização das ativi- 2014). Aponta-se para a banalização diagnóstica e
dades diárias que envolvem tanto o nível pessoal, para uma hipermedicalização. Entende-se que este
como acadêmico e ocupacional (APA, 2013; APA, questionamento é valido e que deve ser aprofun-
2000). É uma patologia que acomete em torno de dado, porém sem entrar no mérito das especifici-
5% de crianças e adolescentes em todo o mundo dades, tal debate deveria ser tema para ampliação
(Polanczyk et al., 2007). Cabe ressaltar, também, em um outro trabalho. O presente artigo assume

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a posição de que o TDAH é um transtorno neu- mento comparando os resultados parciais com o
ropsiquiátrico que produz prejuízos funcionais plano original (Mattos, Saboya, Kaefer, Knijnik,
para os sujeitos e que deve ser entendido com o Soncini, 2003).
máximo de habilidade possível e expertise diag- Devido a estas incapacidades de seleção, re-
nóstica para que se possa delinear um tratamento gulação, planejamento e inibição dos comporta-
profícuo e sério para minimizar o sofrimento dos mentos, pensamentos e emoções, característicos
pacientes e variáveis incapacitantes de repercus- do transtorno, as crianças acabam se posicionan-
sões psicológicas. do de forma inadequada diante do padrão de fun-
Sobre a etiologia do transtorno, de uma for- cionamento exigido pela sociedade. E esta inabili-
ma mais ampla, este apresenta articulação entre dade contribui para a formalização de problemas
fatores genéticos; exposição a fatores de risco em psicológicos de segunda ordem do TDAH (Mal-
vida intrauterina; e situações estressoras ambien- loy-Diniz, Alvarenga, Abreu, Fuentes, Leite, 2011;
tais. Fatores como a prematuridade e a exposição Knapp, Lykowski, Johannpeter, Carim, Rohde,
a toxinas como álcool, cigarro, no período pré- 2003). Chamam-se de problemas psicológicos de
natal, têm sido apontadas como condições para segunda ordem aqueles ocasionados a partir das
o desenvolvimento da patologia. Em relação às consequências comportamentais da sintomatolo-
situações ambientais, destacam-se as conflitivas gia descrita nos manuais Psiquiátricos. Ou seja,
familiares sistemáticas e o baixo suporte afetivo, o sujeito pode sofrer isolamento social; rejeição;
estrutural devido a pouca coesão familiar (Farao- estigmas, entre outros, que, por sua vez, poderá
ne & Biederman, 2005; Aylward, 2002). acarretar em uma baixa auto-estima, baixa per-
Entretanto de uma maneira mais diretiva e cepção de competência e auto-eficácia.
objetiva, aponta-se para os fatores neurológicos O TDAH, devido as suas características pre-
e genéticos como os principais fatores predispo- dominantes de Desatenção, Hiperatividade/Im-
nentes para o TDAH (Barkley, 2008). Como fato- pulsividade, tem sido associado ultimamente a
res genéticos, embora ainda não se possa precisar dificuldades que as crianças e adolescentes enfren-
com total segurança, evidenciam-se, problemas tam, principalmente, em suas vidas escolares. Por
envolvendo os receptores dopaminérgicos D4 e exemplo, fatores como dificuldade em terminar os
D5; assim como os transportadores de dopamina; estudos; aumento no índice de repetência; proble-
os transportadores de serotonina e o receptor 1B mas como suspensões e expulsões das escolas são
serotoninérgico, entre outros (Bobb et al., 2006; alguns prejuízos apontados como fatores decor-
Biederman e Faraone, 2005; Faraone, Perlis, Doy- rentes do transtorno (Barkley, 2008; Malloy-Di-
le, Smoller, Goralnick, Holmgren & Sklar, 2005). niz; Alvarenga, Abreu, Fuentes, Leite, 2011).
Sobre os aspectos neurobiológicos envolvidos Como repercussões psicossociais do trans-
na etiologia da psicopatologia, estudos apontam torno, as crianças não raramente são vítimas de
para os genes da transmissão doparminérgica rechaços, estigmas, bullying. Da mesma maneira,
fronto-estriatal como possíveis fontes da fisiopa- podem ficar rotuladas como pouco inteligentes,
tologia do transtorno (Gill, Daly, Heros, Hawi, & baderneiras, más influências. As crianças, então,
Fitzgerald, 1997). Da mesma forma, estão envol- ao invés de serem amparadas por suas caracterís-
vidos disfunções no Nucleus Accumbens, o que ticas, passam a ser responsabilizadas pelos profes-
acaba gerando disfunção no sistema de gratifica- sores, pais e outras crianças que ao invés de ajuda-
ção e acaba por influenciar na atenção. rem na condução e procedimentos interventivos,
O TDAH apresenta prejuízos significativos contribuem para a solidificação do rótulo de inca-
em níveis cognitivos, como por exemplo, as fun- pacidade (Bellé, Pelisoli, Bosa, 2007).
ções executivas, a fluência verbal, a memória de
trabalho e ao controle inibitório de impulsos (Wil-
lcutt et al., 2005). As funções executivas são as mais As TCCs e o tratamento do
prejudicadas. Dentre as mais variadas funções, as
executivas destacam-se por gerar intenções; iniciar
TDAH: programas e técnicas
ações; selecionar alvos; inibir estímulos competiti-
vos; planejar e prever meios de resolver problemas Ao falar sobre o tratamento do TDAH, se faz
complexos; antecipar consequências; mudar estra- imprescindível, como primeira etapa, uma avalia-
tégias de modo flexível e monitorar o comporta- ção com critérios específicos e rígidos para a for-
malização do diagnóstico de forma mais acurada

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possível. Como exemplos de métodos e instru- minha, 2007; Friedberg & McClure, 2004; Knapp,
mentos de avaliação utilizados para a elaboração Rohde, Lyszkowski, Johannpeter, 2002).
do diagnóstico, ressalta-se a entrevista clínica; Aprofundando o conhecimento sobre as téc-
a aplicação do SNAP-IV (Mattos et al., 2006); nicas, a de resolução de problemas é reconhecida
do WISC-III (subteste de números, aritmética como uma possibilidade de construção de estraté-
e códigos (Hallowell e Ratney, 1999); e a bateria gias de enfrentamento para algumas situações-pro-
de avaliação neuropsicológica breve NEUPSILIN blema. São treinadas tanto no ambiente terapêutico,
(Fonseca, Salles, Parente, 2009). como fora deste. Tem o objetivo de fazer o paciente
Após o diagnóstico preciso, se faz necessária lidar com problemas específicos da sua vida bus-
a condução do tratamento de uma maneira siste- cando a descrição de opções e a escolha por parte
matizada e que apresente os melhores resultados do paciente (Caminha & Caminha, 2007).
para os pacientes, se adequando as particularida- Sobre o treinamento de Habilidades sociais,
de dos mesmos. A intervenção da terapia cogni- este representa a possibilidade de aprendizagem
tivo-comportamental, embora ainda não tenha de um novo repertório de respostas a serem uti-
demonstrado resultados definitivos, demonstra, lizadas frente a situações alvo que o sujeito vi-
em conjunto com a farmacoterapia, resultados vencia. Estabelecido por modelação, role-plays
satisfatórios (Malloy-Diniz, Alvarenga, Abreu, através de ensaios comportamentais, evidencia-
Fuentes, Leite, 2011; Knapp, Rohde, Lyszkowski, se o treinamento de uma habilidade defasada em
Johannpeter, 2002). particular (por exemplo a empatia). Como forma
Sobre a condução da farmacoterapia, utili- de manter a habilidade aprendida, são fornecidos
zam-se, com maior prevalência, as medicações feedbacks constantes para o desenvolvimento do
estimulantes do SNC, como o metilfenidato. A comportamento desejado (Caminha & Caminha,
medicação age, especificamente, contribuindo 2007; Friedberg & McClure, 2004).
para a redução dos prejuízos funcionais diários Já sobre as técnicas de Controle de Contin-
através do controle dos sintomas do transtorno. gências e economia de fichas, ressalta-se a iden-
Desta forma, com a sintomatologia aguda da pro- tificação dos comportamentos que o paciente
blemática controlada, o tratamento psicoterápico necessita aprimorar através da gratificação dos
proporcionará maiores avanços no andamento do comportamentos desejados e da minimização ou
atendimento (Malloy-Diniz, Alvarenga, Abreu, extinção dos que trazem prejuízos. Desta forma,
Fuentes, Leite, 2011). focaliza-se o procedimento sobre a relação dos
Para o desenvolvimento de um programa comportamentos manifestos do sujeito e as con-
mais eficaz de tratamento, é sugerida, além da sequências destes (Caminha & Caminha, 2007;
participação da criança, sessões com pais e profes- Friedberg & McClure, 2004).
sores para aumentar a rede de apoio e auxiliar na Outra técnica muito utilizada no curso do
psicoeducação do transtorno (Bellé, Pelisoli, Bosa, tratamento do TDAH é a Auto-instrução/Auto-
2007; Knapp, Rohde, Lyszkowski, Johannpeter, controle. Esta objetiva a substituição de pensa-
2002; Barkley, 1995). Como exemplo dos pro- mentos desadaptativos pelos pensamentos adapta-
gramas sistematizados que podem ser utilizados tivos a partir do treino do diálogo interno. Se faz
para o tratamento do TDAH, destacam-se, como importante ressaltar que a técnica deve ser contex-
exemplo, os de Kendall (1992), Barkley (1995) e tualizada a partir de situações problema identifi-
Rohde, (2003). Estes são direcionados, tanto para cadas pelo sujeito e seus pais, que geram prejuízo
os pacientes, como para seus pais/familiares no para o paciente (Caminha & Caminha, 2007).
intuito de auxiliar no curso do tratamento e lidar Abordados os programas estruturados e as
com o transtorno. De maneira geral, os progra- técnicas cognitivo-comportamentais mais utili-
mas de tratamento estão focados no desenvolvi- zadas no tratamento do TDAH, a próxima seção
mento da psicoeducação, da auto-avaliação, do ilustrará possíveis articulações entre os benefícios
dialogo interno e do controle de contingências. As advindos das práticas das atividades físicas, para
técnicas que são utilizadas com maior prevalência possível desenvolvimento em paralelo com o cur-
pelas TCCs são: resolução de problemas; treino so do tratamento desta patologia. Cabe ressaltar
de habilidades sociais; controle de contingências que os possíveis benefícios psicológicos serão ar-
e reforço; auto-instrução (Malloy-Diniz, Alvaren- ticulados com as técnicas expostas neste capítulo.
ga, Abreu, Fuentes, Leite, 2011; Caminha & Ca- Desta forma, serão discutidos pontos de aproxi-

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mação entre o processo psicoterápico e a manu- sempre orientar a comparação em relação ao me-
tenção de uma prática esportiva ocorrendo em lhor que poderia ter feito e não com performances
paralelo como fatores sinérgicos e reforçadores no de outras pessoas (Weinberg & Gould, 2001).
curso do tratamento das crianças com a proble- Desta forma, ao incumbir as crianças do
mática em questão. protagonismo da escolha da prática esportiva, já
se estará contribuindo para o desenvolvimento
da motivação, da auto-eficácia e da auto-estima
Contribuições do exercício (Winnick, 2004; Gould & Petlichkoff, 1988; Rid-
dick, 1984). Sabendo que o ser humano focaliza
físico para o tratamento do de uma maneira mais acurada a atenção às esco-
TDAH com crianças a partir lhas que geram mais prazer, estar-se-á proporcio-
das TCCs nando uma maior probabilidade de manutenção
da atividade física por parte da criança com a
problemática (Knapp, Lykowski, Johannpeter,
Esta seção objetiva propor possíveis articu-
Carim, Rohde, 2003).
lações entre os benefícios advindos da prática da
Após ser direcionada a escolha da prática
atividade física como ferramenta de auxílio no
esportiva, torna-se importante descrever e cor-
tratamento psicológico do TDAH em crianças
relacionar as contribuições do esporte para a
a partir do viés das TCCs. Como fora discutido
aquisição das habilidades psicológicas que podem
anteriormente, as sintomatologias do transtorno
ser desenvolvidas em paralelo com o tratamento
causam prejuízos diretos nas habilidades de ini-
psicoterápico do TDAH nas TCCs. O esporte, de
bir, regular, planejar e organizar pensamentos,
uma maneira ampla, traz o benefício da melhora
comportamentos e emoções. Este fato gera défi-
da auto-estima, da orientação e planejamento de
cits na atenção, no controle de impulsos e acom-
metas, do comportamento pró-social, da lealda-
panhamento das ações desempenhadas. Fato que
de, da resolução de conflito e da auto-eficácia
compromete a assertividade de comportamen-
(Best, 2010; Weinberg & Gold, 2001).
tos e atitudes (Malloy-Diniz, Alvarenga, Abreu,
Diante desta perspectiva, a implementação
Fuentes, Leite, 2011; Barkley, 2008; Riddick, 1984).
de atividades físicas ao cotidiano das crianças com
Entretanto, os mesmos autores destacam
o transtorno proporcionou a otimização de habi-
que as crianças com esta patologia podem desen-
lidades que devem ser desenvolvidas no âmbito
volver prejuízos psicológicos secundários como
terapêutico. Por exemplo, pessoas que praticam
a baixa auto-estima; problemas na percepção de
atividade física comparadas as que não praticam,
competência; problema na auto-eficácia; baixa
tendem a ser mais organizadas, disciplinadas, me-
competência social, entre outros. Estes proble-
lhor desenvolvidas em seu perfil de liderança e
mas se devem aos frequentes estigmas recebidos
apresentam melhor comunicação social (Samulski,
frutos das percepções e interpretações do sujeito
2002; Weinberg & Gold, 2001). Da mesma maneira,
com as particularidades do transtorno.
evidencia-se um maior desenvolvimento na auto-
Diante deste quadro de prejuízos diretos e in-
confiança, no autodomínio e no controle emocio-
diretos do TDAH, Barenberg, Berse, Dutke (2011)
nal. O esporte pode contribuir para o refinamento
e Best (2010) apontam que o exercício físico pode
do estabelecimento de metas realistas e exigentes
ser utilizado como uma grande ferramenta au-
diante de cada particularidade (Samulski, 2002). O
xiliar no curso do tratamento. Para uma melhor
mesmo autor, aponta que praticantes de atividade
otimização dos benefícios da prática esportiva, é
física apresentam maior atenção e tomada de deci-
muito importante ter cuidado sobre a escolha da
são em relação aos que não praticam esporte ou que
atividade física a ser realizada. A modalidade es-
estejam começando alguma modalidade.
portiva que trará maiores benefícios para a crian-
Na aprendizagem esportiva, as crianças de-
ça, tanto física, como psicologicamente é aquela
vem ser instruídas a avaliar seus desempenhos
que ela mais se identificar e mais gostar. Dessa for-
por seus próprios padrões e não por resultados de
ma, ressalta-se o papel do protagonismo da esco-
competições (vitórias-derrotas). Desta forma, é
lha da criança. No esporte, deve-se sempre instruir
importante ressaltar que será do professor/orien-
as crianças a verem o sucesso como a superação de
tador em âmbito esportivo, a responsabilidade de
suas próprias metas, realidade, limites e não me-
criar, descobrir formas de aumentar a auto-per-
ramente como vitórias em competições. Deve-se

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cepção e competências das capacidades dos alu- de pré-treinamento, durante e pós-treinamento,


nos (Harvey et al., 2014; Weinberg & Gold, 2001). além do plano de competição. Desta forma, en-
Dentre as estratégias propostas por Winnick tende-se que estes processos poderiam auxiliar
(2004), o Educador Físico e/ou Psicólogo do Es- como forma de auto-instrução, resolução de pro-
porte e do Exercício devem construir abordagens blemas, planejamento e execução e na atenção
estruturadas, consistentes, de instruções prévias das crianças com o TDAH (Smith et al, 2013).
e transições suaves de atividades. É totalmente re- Os estudos envolvendo o TDAH e os bene-
levante o ensino da auto-instrução, do incentivo fícios da atividade física realizados com modelos
do planejamento motor e da focalização aos jogos animais (Robinson, A., Hopkins M., Bucci, 2011;
cooperativos em detrimento dos competitivos. Hopkins, Sharma, Evans, Bucci, 2009; Mabandla,
Desta forma, conforme menciona o autor, estas Kellaway, Daniels, Russel, 2009), mesmo que ne-
características auxiliam na organização atencio- cessitando de maiores investigações, além de suge-
nal dos sujeitos (Verret et al., 2012; Pereira, Mat- rirem uma melhora no quadro motor e atencional
tos, 2011; Pereira, Araujo & Mattos, 2005). em virtude do aumento da produção de dopamina,
Ainda como fatores contribuitivos das práti- apontam para uma possibilidade de relativização
cas, as atividades com atitudes disciplinares, ava- da melhora no nível de planejamento e execução
liações frequentes, sugestões concretas, e trabalho em modelos humanos. Da mesma maneira, pos-
de relaxamento podem auxiliar na condução em suiu fatores indicativos de uma melhora na intera-
paralelo do processo terapêutico. Estas habilida- ção social, principalmente em ratos fêmeas.
des contribuirão para o reforço da auto-instrução, Por outro lado, estudos com modelos hu-
diálogo interno e planejamento e execução (Smith manos articulando o TDAH e o Exercício Físico
et al, 2013; Saemi et al., 2013; Winnick, 2004). (Gapin, Labban, Etnier, 2011; Halperin, Healey,
Como evidenciado no começo desta seção, a 2010; Eisenmann, Wickel, 2009) reforçaram os
auto-estima das crianças, em virtude dos recha- achados dos estudos com modelos animais, in-
ços ou da baixa percepção de competência, e/ou dicando melhora nas funções executivas, como a
auto-eficácia, invariavelmente é afetada. Ao to- memória de trabalho e o planejamento dos par-
mar a prática de atividade física como ferramenta ticipantes. Evidenciou-se, da mesma forma, um
potencializadora desta particularidade, alguns aumento do nível de dopamina dos participantes
estudos sugerem que pessoas que realizam ativi- do estudo, fato que pode estar articulado a me-
dades físicas possuem auto-estima mais alta em lhora da performance das funções executivas.
comparação aos que não praticam (Heinzelmann
& Bagley, 1970; Albinson, 1974). Da mesma ma-
neira, McAuley (2001) afirma que a prática de 6 Considerações finais
meses de atividade física, além de contribuir para
o desenvolvimento da auto-estima, também é al- Cabe destacar, em um primeiro momento,
tamente benéfica para a construção e consolida- que devido aos poucos estudos realizados sobre
ção do autoconceito, percepção de competência e a presente temática, este artigo não tem a preten-
auto-eficácia. são de construir verdades absolutas. Este trabalho
Samulski (2002) e Weinberg & Gould (2001) pretendeu discutir possíveis aproximações e rela-
apontam quatro princípios básicos para melho- ções existentes entre os benefícios psicológicos ad-
rar a efetividade da concentração em jovens es- vindos da prática esportiva, com as intervenções
portistas. O primeiro deles envolve simulações de utilizadas pelas TCCs no tratamento de crianças
condições de jogos nos treinamentos, com dire- com TDAH. Como resultado final deste estudo,
cionamento técnico-tático prévio para assimila- percebeu-se que o esporte, o exercício e a ativi-
ção do conteúdo a ser executado na tarefa pos- dade física, podem contribuir significativamente
teriormente. O segundo ponto refere-se ao uso como um agente potencializador no tratamento.
de palavras-chave com a finalidade de manter o Evidenciou-se que através da atividade
foco atencional durante o desempenho esportivo. física, as habilidades sociais, a assertividade, o
O terceiro princípio preza pelo estabelecimento diálogo interno, a auto-instrução e o auto-moni-
de rotinas de comportamento para auxílio na toramento podem ser desenvolvidas. Da mesma
automatização dos comportamentos, e o último forma, foi possível perceber que a auto-estima, a
tópico sugere o desenvolvimento de plano mental percepção de competência e a auto-eficácia tam-

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Contribuições da atividade física…

bém são afetadas positivamente a partir da reali- Best, J. (2010) Effects of physical activity on children’s
zação de práticas físicas. Desta forma, percebe-se, executive function: Contributions of experimen-
significativamente, os benefícios produzidos pela tal research on aerobic exercise. Developmental
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vidade física proporciona, não só o aumento na Mullen, S. P. (2014). Cognitive control in the self
produção, mas de recaptação de dopamina, nora- regulation of physical activity and sedentary
drenalina e serotonina, por exemplo. Desta manei- behavior. Frontiers in human neuroscience, v.8
ra, entendendo que os pacientes com o transtorno (747), p. 1-15.
apresentam prejuízos nestas funções, sugere-se Caminha, R. Caminha, M. (2007). A prática cogniti-
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Contributions of physical activity for the psychological


treatment of children with ADHD

Abstract

The present article aims to make a relation about the ways that Physical activity could contributes to
the Psychotherapic treatment based on Cognitive-Behavioral approach for Attention Deficit Hyperac-
tivity Disorder treatment. This study was based on a narrative review methodology. After analyzing
the materials, the results have shown that the physical activity can contribute with its practices impro-
ving internal dialogue; Social abilities; solving problems techniques. It also indicates that the exercise
can be related and improve self-esteem; competence perception, self-efficacy.
Keywords: Cognitive-Behavioral Therapy, Physical Activity, ADHD.

Recebido em: 22/10/2014


Avaliado em: 19/11/2014
Correções em: 09/01/2015
Aprovado em: 15/05/2015
Editor: Vinícius Renato Thomé Ferreira

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