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CURSO DE MEDICINA

MAURYCIO BORA KOMINSKI

O USO DE PSICODÉLICOS NA SAÚDE MENTAL


- UMA REVISÃO DA LITERATURA

CURITIBA - PR
2021
MAURYCIO BORA KOMINSKI

O USO DE PSICODÉLICOS NA SAÚDE MENTAL


- UMA REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho apresentado como requisito


parcial obrigatório para obtenção do título
de Médico do Curso de Medicina da
Universidade Positivo.
Orientador: Profª. Solena Z. K. Fidalski
Co-Orientador: Prof.Cassim de Souza
Anderle

CURITIBA
2021
AVALIAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE MEDICINA

DATA: _____________
NOME DO AVALIADOR: ______________________________________________________
TÍTULO DO TRABALHO: _____________________________________________________
EQUIPE: ___________________________________________________________________

CRITÉRIOS DE PONTUAÇÃO:
PARÂMETROS PESO NOTAS
Exposição do Trabalho TOTAL = 1,0 TOTAL =
- Entrega da versão definitiva do TCC a biblioteca 0,2 ponto
- Apresentação em congresso 0,2 ponto
- Submissão e aceitação para publicação em
0,6 ponto
periódico indexado*
Qualidade do Trabalho Escrito TOTAL = 7,0 TOTAL =
- Originalidade e Relevância do tema 1,0 ponto
- Uso adequado da gramática 1,0 ponto
- Clareza e qualidade do texto 1,0 ponto
- Pertinência da metodologia utilizada 1,0 ponto
- Adequação do uso de tabelas, gráficos e figuras 1,0 ponto
- Adequação entre objetivos e conclusões 1,0 ponto
- Capacidade de fundamentação, de
1,0 ponto
argumentação e de crítica (discussão)
Apresentação Oral TOTAL = 1,0 TOTAL =
- Tempo de aula 0,3 ponto
- Recursos áudios-visuais 0,3 ponto
- Clareza da explicação 0,4 ponto
Prova de Autoria TOTAL = 1,0 TOTAL =
- Conhecimento do tema 0,5 ponto
- Respostas à arguição 0,5 ponto
Média Final MÉDIA FINAL =
* O trabalho na condição “EM ANÁLISE” valerá 0,2 pontos; na condição “ACEITO COM
CORREÇÕES” valerá 0,4 pontos; e aquele na condição “EM EDIÇÃO” valerá 0,6 pontos.
AVALIAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE MEDICINA

DATA: _____________
NOME DO AVALIADOR: _________________________________________________
TÍTULO DO TRABALHO: ________________________________________________
EQUIPE: _____________________________________________________________

CORREÇÕES PROPOSTAS:
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RESUMO

No mundo todo foram gastos, em 2019, mais de US$1 trilhão no tratamento e


manejo de transtornos mentais. Ainda, tendo em vista que o Brasil é, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o país com o maior número de pessoas
afetadas por transtornos de ansiedade, e o segundo país das Américas
considerando-se a incidência de depressão, o desenvolvimento de novas
terapêuticas é necessário, levando-se em consideração a existência de indivíduos
resistentes aos tratamentos já existentes. Desde a década de 50 as pesquisas com
psicodélicos, notadamente o LSD, vêm ocorrendo e apresentando promissores
resultados, desde a época, especialmente no tratamento de transtornos de humor e
dependência química. A presente pesquisa visa realizar uma revisão narrativa da
literatura existente acerca da utilização de substâncias caracterizadas como
psicodélicas no âmbito médico, mais especificamente na área de saúde mental,
envolvendo tanto a psiquiatria quanto a psicologia. Essa tem como objetivo
vislumbrar acerca do possível papel futuro que as substâncias psicodélicas terão
dentro da psiquiatria e psicoterapia, além de compilar alguns dos resultados obtidos
por ensaios já realizados utilizando os alucinógenos. Os diversos estudos
conduzidos com tais compostos, desde meados do século passado, mostraram-se
promissores no tratamento de doenças de caráter psicológico. Dentre estas, foram
documentados desfechos favoráveis, quanto ao uso dos psicodélicos, na depressão
maior resistente ao tratamento com antidepressivos, no transtorno de ansiedade, no
transtorno obsessivo compulsivo (TOC), na dependência química e no transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT). Notou-se, também, a necessidade de poucas
doses das substâncias psicoativas para que boa parte dos voluntários obtivessem
remissão de suas respectivas patologias. Ainda, a incidência de poucos efeitos
adversos que, quando presentes, relacionam-se com o efeito psicodélico das drogas
e a ansiedade passageira advinda deste. Foram reunidos artigos e teses elaborados
desde meados da década passada até o momento atual através de plataformas de
pesquisa, como o PubMed, o Medscape e o Google Scholar, além de revistas e
periódicos, como a Nature e a Science Direct.

Palavras-chave: Psicodélicos; Depressão; Ansiedade; Psiquiatria; Saúde Mental;


ABSTRACT

Worldwide, in 2019, more than US$1 trillion was spent on the treatment and
management of mental disorders. Still, given that Brazil is, according to the World
Health Organization (WHO), the country with the highest number of people affected
by anxiety disorders, and the second country in the Americas considering the
incidence of depression, the development of new therapies is necessary, taking into
account the existence of individuals resistant to existing treatments. Since the 1950s,
research on psychedelics, notably LSD, has been taking place and showing
promising results since then, especially in the treatment of mood disorders and
chemical dependency. This research aims to carry out a narrative review of the
existing literature on the use of substances characterized as psychedelic in the
medical field, more specifically in the ​mental health area, involving both psychiatry
and psychology. This aims to glimpse the possible future role that psychedelic
substances will have within psychiatry and psychotherapy, in addition to compiling
some of the results obtained by tests already carried out using hallucinogens. The
several studies carried out with such compounds, since the middle of the last century,
have shown promise in the treatment of psychological illnesses. Among these,
favorable outcomes were documented regarding the use of psychedelics, such as
major depression resistant to treatment with antidepressants, anxiety disorder,
obsessive-compulsive disorder (OCD), chemical dependency and post-traumatic
stress disorder (PTSD) . It was also noted the need for few doses of the psychoactive
substances so that most volunteers could obtain remission of their respective
pathologies. Still, the incidence of few adverse effects that, when present, are related
to the psychedelic effect of the drugs and the temporary anxiety resulting from it.
Articles and theses elaborated from the middle of the last decade to the present
moment were gathered through research platforms such as PubMed, Medscape and
Google Scholar, in addition to magazines and periodicals such as Nature and
Science Direct.

Key-words: Psychedelics; Depression; Anxiety; Psychiatry; Mental Health;


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………..……………......8
2. MÉTODOS…………………………………………………………………...……....9
3. REVISÃO DA LITERATURA……………………………………………………...10
3.1. Discussão…………………………………………………………….…….10
3.2. Depressão maior resistente ao tratamento
convencional…………………………..…………………………….…….11
3.3. Psilocibina vs. Escitalopram…………………………………….……...12
3.4. Transtorno de Ansiedade………………....………………………….….13
3.5. Dependência química………………………………………………….....13
3.6. Transtorno de Estresse Pós-Traumático………………………….….14
3.7. Potencial de Abuso…………………………………………………….....15
3.8. Limitações……………………………………………………………..…...15
4. CONCLUSÃO……………………………………………………………………....16
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………..…18
6. ANEXOS…………………………………………………………………………….19
6.1. Anexo A………………………………………………………………..…...20
6.2. Anexo B………………………………………………………………..……21
6.3. Anexo C………………………………………………………………….....22
8

1. INTRODUÇÃO

O uso de psicodélicos na saúde mental, e na medicina como um todo, é


retratado há décadas na literatura. Desde os primeiros ensaios com a Dietilamina do
Ácido Lisérgico (LSD), em 1950, os psicodélicos tiveram um breve contato com a
psicologia e a psiquiatria, até a proibição desses em meados da década de 60. Tais
substâncias foram utilizadas, especialmente, no tratamento de transtornos de humor,
tabagismo e alcoolismo, anteriormente à sua proscrição (CARHART-HARRIS &
GOODWIN, 2017).
O termo “psicodélico” trata-se de um neologismo advindo da combinação das
palavras psychē (alma) e dēloun (tornar visível, revelar), a fim de denotar “revelador
da mente” em referência à categoria das substâncias em questão. O uso de tal
termo é preterido por alguns autores ao invés de “alucinógeno” tendo em vista a
ênfase enganosa deste nas propriedades de tais compostos. Os psicodélicos são,
em sua maioria, substâncias com ação agonista em receptores 2A serotoninérgicos
capazes de alterar a percepção e a consciência de forma marcante e inovadora
(CARHART-HARRIS ET AL., 2017).
Desde o início da década de 90, houve uma retomada constante dos estudos
acerca do uso de psicodélicos em humanos. Somente no ano de 2016, foram
realizados ensaios envolvendo o uso de LSD com consequente ressonância
magnética (RNM) de encéfalo, além de três estudos clínicos sobre a administração
de psilocibina no tratamento de transtornos depressivos (CARHART-HARRIS ET
AL., 2017).
Ainda durante o século passado, uma substância registrada como Classe I
pela Drug Enforcement Administration (DEA), ou seja, com elevado potencial de
abuso e sem aprovação ou segurança para ser utilizada em tratamentos médicos
nos Estados Unidos (EUA), o 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), o “ecstasy”,
recebeu o aval do FDA a fim de ser utilizado em estudos como terapia assistida para
casos de transtorno de estresse pós-traumático. Tal ensaio apresentou tão bons
resultados que o Food and Drug Administration, concedeu o aval para a realização
de testes de fase 3 com a droga (MIND MENDERS: THE FUTURE OF
PSYCHEDELICS FOR MENTAL ILLNESS - MEDSCAPE, 2020). Estes estudos
parecem produzir uma persistente redução nos sintomas apresentados pelos
9

pacientes, além de terem melhorado significativamente a qualidade de vida daqueles


diagnosticados com TEPT (MITHOEFER ET AL., 2011).
Em ensaios clínicos envolvendo o uso da psilocibina, substância encontrada
nos denominados “cogumelos mágicos" (Psilocybe cubensis), houve uma acentuada
redução de sintomas depressivos, em voluntários afetados por transtorno depressivo
maior (TDM) resistente à terapia com antidepressivos, nas primeiras 5 semanas
pós-tratamento. Neste estudo, no qual foram utilizadas apenas 2 doses de
psilocibina, 65% dos pacientes atenderam os parâmetros para remissão,
mantendo-se assim 3 e 6 meses após a administração (CARHART-HARRIS ET AL.,
2018).
No Brasil, a presença dos psicodélicos, especialmente nos ensaios clínicos,
dá-se principalmente através do LSD e do MDMA - substâncias sintéticas - além da
psilocibina, da ayahuasca e da ibogaína, que tem sua origem na natureza
(BRASILEIROS ESTUDAM DROGAS PSICODÉLICAS PARA TRATAR
DEPRESSÃO E DEPENDÊNCIA QUÍMICA - BBC, 2020).
Levando em consideração as possíveis utilidades do tratamento com o uso de
psicodélicos na área da saúde mental, esta revisão da literatura visa compilar os
conhecimentos existentes acerca desta terapêutica e vislumbrar um futuro no qual
possamos utilizá-la de forma mais ampla e menos estigmatizada.
Com este trabalho poderemos elucidar melhor o uso das substâncias
psicoativas no tratamento de doenças mentais altamente prevalentes no Brasil e no
mundo, como os transtornos de humor (bipolaridade, depressão e ansiedade), o
TOC, os distúrbios alimentares e as dependências químicas. E, tendo em vista o
desempenho apresentado por tais drogas em ensaios realizados durante esta
década, avaliar as suas possíveis futuras aplicações na saúde mental.

2. MÉTODOS

A presente revisão narrativa de literatura deu-se através da busca em bases


de dados eletrônicas, como: Scielo, PubMed, MedScape, Cochrane, Bireme, Google
Scholar e portal da CAPES. Fora considerado o intervalo entre 2008 a 2021, sendo
incluído o idiomas inglês. As palavras-chave utilizadas dentro das plataformas, na
obtenção dos ensaios selecionados, foram psicodélicos, psiquiatria, saúde mental,
psicoterapia, psilocibina, depressão, ansiedade, ácido lisérgico e LSD.
10

Os critérios de inclusão utilizados na seleção dos artigos foram: relevância na


correspondência ao tema selecionado para esta revisão levando em consideração o
título de cada artigo, bem como o conteúdo destes e os objetivos almejados por este
e os demais trabalhos. Cada artigo selecionado fora lido e teve suas informações
tabeladas a fim de realizar uma triagem crítica do apanhado a ser analisado. Foram
excluídos os trabalhos que, após análise, não tinham relação com o tema a ser
abordado, além daqueles que não possuíam relevância estatística.
Totalizaram a compilação 18 artigos, após uma preleção de 37. Destes, todos
foram provenientes de países da Europa ou da América do Norte. A discussão dos
resultados, bem como a apresentação destes, fora realizada sob 6 panoramas: a
prevalência dos distúrbios psiquiátricos, o tratamento farmacológico atualmente
disponível no mercado, a resistência de algumas patologias a estes fármacos, a
eficácia e efeitos adversos destes, o tempo necessário até a remissão dos sintomas
e a ocorrência de recidivas.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Discussão

Os artigos selecionados tiveram como objetivo principal avaliar o potencial


terapêutico dos psicodélicos no tratamento de afecções de caráter psiquiátrico.
Houve variedade em relação aos objetivos específicos de cada estudo, entretanto a
maioria concentrou-se na avaliação de: eficácia no tratamento da depressão
resistente à terapêutica convencional (CARHART-HARRIS ET AL., 2016;
CARHART-HARRIS ET AL., 2018; CARHART-HARRIS ET AL., 2021), potencial uso
no tratamento de ansiedade em pacientes com câncer em estágio avançado (GROB
ET AL., 2010), cessação do uso de álcool e tabaco (JOHNSON, GARCIA-ROMEU &
GRIFFITHS, 2016; BOGENSCHUTZ ET AL., 2015) e no tratamento de outros
transtornos de cunho psiquiátrico, como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC),
(JOHNSON & GRIFFITHS, 2017).
Ainda, pode-se observar que, na avaliação do uso dos psicodélicos no
tratamento de dependências químicas, houve resultado favorável no estudo voltado
à cessação do tabagismo (JOHNSON, GARCIA-ROMEU & GRIFFITHS, 2016). Além
11

disso, a psilocibina também mostrou-se eficaz na manutenção da abstinência de


pacientes dependentes de álcool (BOGENSCHUTZ ET AL., 2015).

3.2. Depressão Maior Resistente ao Tratamento Convencional

Em estudo de viabilidade, aberto e sem grupo controle, 72 pacientes foram


inicialmente considerados a participarem. Destes, 38 foram selecionados para uma
entrevista por telefone, dos quais, 18 compareceram a uma entrevista para triagem
adicional, na qual passaram por diversos testes clínicos, além de exames
laboratoriais e de imagem. Ao final, 12 foram recrutados para participarem do
estudo. Nove dos doze pacientes atingiram o critério para depressão severa ou
muito severa, com pontuação igual ou superior a 30 na Escala de Depressão de
Beck (BDI). Os demais participantes obtiveram pontuação inferior a trinta, porém
superior a 19, configurando depressão moderada (CARHART-HARRIS ET AL.,
2016).
A fim de criar vínculo com a equipe de psiquiatria presente durante as
sessões, os pacientes passaram por uma consulta com duração de até 4 horas, na
qual puderam conversar abertamente sobre seus problemas, medos e aflições. Após
esta etapa, cada paciente compareceu à clínica em uma manhã específica a fim de
submeter-se a uma consulta psiquiátrica durante a qual receberia uma dose de 10
mg de psilocibina, na primeira semana, e 25 mg na semana subsequente. O
ambiente no qual se dava a sessão de psicoterapia foi controlado, com luz baixa e
música relaxante, onde o paciente podia deitar-se ou sentar-se reclinado
(CARHART-HARRIS ET AL., 2016).
Durante as sessões, os pacientes tiveram seus dados vitais avaliados
periodicamente, além de serem submetidos a um questionário para a avaliação do
estado de consciência (11D ASC). Os psiquiatras envolvidos na consulta adotaram
uma postura suportiva, sem direcionar o paciente, a fim de que este tivesse uma
“jornada interior” sem interrupções. Também não foram necessárias intervenções
medicamentosas durante o ensaio, como o uso de lorazepam ou risperidona
(CARHART-HARRIS ET AL., 2016).
12

Os pacientes deste estudo foram contactados 1 dia após a administração da


menor dose de psilocibina para avaliação do bem estar e monitoração de efeitos
adversos. Além disso, retornaram à clínica 1 dia após a administração da maior dose
para discussão com os psiquiatras, bem como avaliação clínica, laboratorial e por
imagem (CARHART-HARRIS ET AL., 2016).
A resposta a este estudo envolvendo a psilocibina não pode ser extrapolada,
devido ao desenho apresentado. Entretanto, a resposta ao tratamento psicoterápico
concomitante ao uso do psicodélico teve uma eficácia de 67% uma semana após a
sessão. Além disso, 7 dos pacientes pertencentes ao estudo mantiveram a resposta
ao tratamento por pelo menos 3 meses, e 5 deles não apresentaram qualquer
sintoma depressivo durante este período. Vale ressaltar, também, que a psilocibina
possui um perfil de toxicidade favorável ao tratamento e não é associada ao
comportamento de busca de drogas (CARHART-HARRIS ET AL., 2016).
Em ensaio realizado fim de avaliar o potencial antidepressivo da Ayahuasca,
composto obtido através da cocção de duas plantas amazônicas - Banisteriopsis
caapi e Psychotria viridis - 17 voluntários, com escore médio de 19,4 na escala de
depressão de Hamilton (HAM-D) e de 25,6 na graduação de Montgomery-Asberg
(MADRS), foram selecionados. Após um período de 80 minutos da administração da
droga os sintomas depressivos começaram a declinar. Durante um intervalo de 21
dias no qual os pacientes foram acompanhados, o escore médio da HAM-D foi de
7,56, o que representou uma mudança significativa de 211,4 pontos (p < 0,0005). Os
pesquisadores notaram mudança relevante no padrão depressivo dos pacientes
principalmente em sintomas como: tristeza, pensamentos pessimistas, ideação
suicida e dificuldade de concentração. Apesar de metade dos participantes terem
reportado náuseas e vômitos, a maioria descreveu a experiência como prazerosa e
não apresentou reações adversas severas (REIFF ET AL., 2020).

3.3. Psilocibina vs. Escitalopram

Em um estudo realizado no National Institute for Health Research (NIHR)


Imperial Clinical Research Facility (CRF) com um total de 59 pacientes, 30 foram
selecionados para o grupo que faria uso da psilocibina e 29 para o grupo do
escitalopram. Os resultados obtidos através do Inventário Rápido de Sintomatologia
Depressiva (QIDS-SR-16) tiveram uma média de 14,5 no grupo da psilocibina e de
13

16,4 no do escitalopram. A alteração média nos escores para sintomatologia


depressiva, após as 6 semanas de intervenção do estudo, foram de -8.0±1.0 pontos
no grupo que recebeu a psilocibina e de -6.0±1.0 no grupo ao qual foi administrado o
escitalopram. Ocorreu resposta positiva em relação à sintomatologia depressiva em
cerca de 70% dos pacientes que receberam a dose de psilocibina e de 48%
naqueles submetidos ao escitalopram. A remissão dos sintomas depressivos foi de
57% e 28%, respectivamente. Demais desfechos secundários, como a variação dos
demais escores aplicados durante o decorrer do ensaio, favoreceram o uso da
psilocibina, entretanto o estudo não realizou a correção da análise possibilitando
múltiplas comparações (CARHART-HARRIS ET AL., 2021).

3.4. Transtorno de Ansiedade

Em um estudo duplo cego realizado no Los Angeles Biomedical Research


Institute, Harbor-UCLA Medical Center, no qual os pacientes foram submetidos a
uma dose de 0,2 mg/kg de psilocibina, dose adultos, com câncer em estágio
avançado e ansiedade relacionada a este foram selecionados. Durante o ensaio,
foram monitoradas a segurança e a experiência subjetiva antes e durante as
sessões de tratamento experimental. Para isto, diversas escalas foram utilizadas
como: a Escala de Depressão de Beck (BDI), o Profile of Mood States (POMS), e a
State-Trait Anxiety Inventory (STAI). Estas mensurações ocorreram por até 6 meses
após o tratamento (GROB ET AL., 2010).
Durante as sessões com o psicodélico, tanto fisicamente quanto
psicologicamente, não houveram intercorrências documentadas. Foi demonstrado
uma significativa redução no escore obtido através da STAI até 3 meses após a
administração da psilocibina e, em relação ao BDI, até 6 meses após o tratamento.
Portanto, vale ressaltar a viabilidade e segurança da administração da psilocibina
para pacientes com câncer em estado avançado e ansiedade relacionada (GROB
ET AL., 2010).

3.5. Dependência Química

Em um ensaio aberto e com um único grupo, na University of New Mexico


Health Sciences Center, dez voluntários, com diagnóstico de álcool de acordo com o
14

DSM-IV, receberam uma ou duas doses de psilocibina via oral durante sessões
supervisionadas de Entrevista Motivacional e de terapia a fim de prepará-los e obter
o feedback após a administração do psicodélico. Após as primeiras 4 semanas do
estudo, nas quais foram realizadas apenas sessões terapêuticas, não houve
aumento na abstinência por parte dos participantes. Entretanto, esta aumentou
consideravelmente após o uso da psilocibina e manteve-se durante durante o
acompanhamento de 36 semanas. A intensidade dos efeitos da psilocibina no
paciente foram fortes preditores da mudança nos padrões de consumo alcoólico nas
semanas subsequentes e, também, predisseram reduções nas fissuras
apresentadas pelos participantes. Durante todo o estudo, não houveram efeitos
adversos significativos relacionados ao tratamento (BOGENSCHUTZ ET AL., 2015).
Em um estudo realizado com 15 voluntários tabagistas, na Universidade de
Medicina Johns Hopkins, a fim de verificar a eficiência da psilocibina na cessação
do tabagismo a longo prazo (≥12 meses), após o período de 1 ano 10 pacientes
(67%) ainda mantinham-se em abstinência. Para este estudo, foram realizadas
sessões de Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) durante 4 semanas. Na 5ª
semana (data alvo para cessar o tabagismo) foi administrada uma dose de 20 mg/70
kg de psilocibina e, na 7ª semana uma dose de 30 mg/70 kg. A longo prazo, 16
meses após o início do tratamento, 60% dos participantes ainda mantinham-se
abstinentes, porém 80% ainda retornaram para realizar o acompanhamento. Estes
resultados sugerem que, em um contexto de tratamento estruturado, a psilocibina
possui uma considerável capacidade de promover abstinência a longo prazo do uso
de tabaco (JOHNSON, GARCIA-ROMEU, GRIFFITHS, 2016).

3.6. Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Vinte e três voluntários diagnosticados com TEPT foram selecionados para


um ensaio duplo cego randomizado no qual seriam realizadas duas sessões de
psicoterapia assistida por MDMA. Para este estudo foi utilizada a
Clinician-Administered PTSD Scale (CAPS), em que um escore maior ou igual a 50
indica sintomas de TEPT resistentes ao tratamento. A pontuação média no grupo
que receberia o placebo foi de 79,6 e de 79,2 no qual seria administrado o MDMA. O
escore CAPS reduziu-se a 74,1 no grupo placebo e a 37,8 no grupo do MDMA 5
dias após a primeira sessão de psicoterapia. Cinco dias após a segunda sessão, a
15

pontuação CAPS média para o grupo que recebeu o placebo foi de 66,8, enquanto
no grupo ao qual foi administrado o MDMA o índice era de 29,3. Após dois meses da
segunda sessão de psicoterapia, o escore CAPS reduziu ainda mais, ficando em
59,1 no grupo placebo e em 25,5 no grupo MDMA (p=0,013). Além disso, 10 dos 12
participantes do grupo referente ao MDMA atingiram o critério para resposta
categórica ao tratamento (REIFF ET AL., 2020).

3.7. Potencial de Abuso

Todas as substâncias mencionadas nesta revisão são, ainda hoje,


classificadas pelo DEA como Schedule I, o que as coloca na mesma categoria da
heroína e do crack em relação ao potencial de abuso. Entretanto, é importante
ressaltar que esta classificação foi criada pelo congresso estadunidense em 1970,
permanecendo sob esta rotulagem há mais de 50 anos. Em 2010, o United
Kingdom's Independent Scientific Committee on Drugs publicou um estudo no qual
avaliava a prevalência e a severidade dos efeitos adversos de potenciais drogas de
abuso e as classificou em 9 categorias. Nesse foram ponderados tanto os malefícios
para o próprio usuário quanto para terceiros. O álcool etílico obteve o maior escore
dentre as substâncias avaliadas, com uma pontuação de 72 e o maior potencial de
danos. A heroína e o crack obtiveram, respectivamente, escores de 55 e 54, ficando
em segundo e terceiro lugares no ranking de potencial danoso. O MDMA, o LSD e a
psilocibina apareciam somente no final da lista com pontuações de 9, 7 e 5
respectivamente (NUTT ET AL., 2020) .

3.8. Limitações

Primeiramente, a realização de ensaios duplo-cegos é praticamente


impossível. As doses terapêuticas das substâncias psicodélicas induzem alterações
nos sentidos, pensamentos e comportamento, tanto subjetivas quanto objetivas, que
são, normalmente, percebidas tanto pelo paciente quanto pelo observador. Em
segundo, a utilização de placebo e a ausência do efeito psicodélico podem ser
facilmente notadas e diferenciar-se, deste modo, os grupos entre si. Terceiramente,
a necessidade de um preparo psicológico prévio ao tratamento, além de um
ambiente, e de um vínculo entre voluntário e observador favoráveis, estão
16

intrinsecamente relacionados ao efeito terapêutico dos psicodélicos. A tentativa de


isolar a droga destas variáveis, como os ensaios modernos tendem a fazer, ignora a
necessidade dessa preparação necessária citada acima. Finalmente, deve ser
levada em conta a vulnerabilidade apresentada por cada paciente. A
heterogeneidade dos grupos a serem estudados não pode ser deixada de lado,
como alguns estudos modernos tendem a fazer. Há uma necessidade de
flexibilização dos ensaios para que sejam notadas as diferentes personalidades,
capacidades de adaptação, estressores crônicos, desregulações endócrinas e
demais diferenças que fazem de cada paciente um ser único (RUCKER ET AL.,
2016).

4. CONCLUSÃO

Dentre as principais conclusões obtidas pelos estudos selecionados


destacam-se: a capacidade que possuem as substâncias psicodélicas de tratar
transtornos de humor, como a depressão e a ansiedade, mantendo os pacientes
ausentes de sintomas por até seis meses - período no qual o estudo foi realizado
(CARHART-HARRIS ET AL., 2018), entretanto em um ensaio realizado comparando
a eficácia da psilocibina e do escitalopram no tratamento da depressão, não houve
diferença significativa entre as duas terapias e, apesar de os desfechos secundários
favorecerem o psicodélico, ainda são necessários maiores e mais longos ensaios
(CARHART-HARRIS ET AL., 2021).
Ao observar os resultados obtidos com a terapia psicodélica desde meados
do século XX, pode-se presumir que as substâncias psicoativas terão papel
importante no tratamento de alterações psiquiátricas de difícil manejo, como o
transtorno depressivo maior resistente à terapia já existente, o transtorno de
estresse pós-traumático e os transtornos de ansiedade, especialmente aqueles
relacionados a neoplasias e ao fim de vida.
Como demonstrado através desta revisão, pode-se perceber a potencial
eficácia da psilocibina no tratamento de diversas doenças associadas à saúde
mental, sejam elas depressão resistente ao tratamento convencional, ansiedade
relacionada a neoplasias em estado avançado ou dependências químicas. Além
disso, diversas outras aplicações, não citadas por este estudo, ainda são possíveis.
Notavelmente, o uso da psilocibina ainda possui um longo caminho até a sua
17

incorporação ao dia a dia dos psiquiatras, especialmente no contexto ético - devido


ao fato de tais drogas ainda serem proibidas e o seu consumo um tabu - e, também,
no estigma até hoje presente desde o final do século passado.Entretanto, não se
pode deixar de lado as limitações apresentadas pelos ensaios realizados com tal
substância e as dificuldades para subvertê-los.
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

An International Trip: Global Experts Weigh In on Psychedelics. [S. l.], 31 mar. 2021.
Disponível em: https://www.medscape.com/viewarticle/948483. Acesso em: 18 ago.
2021.

BELOWIN, Sean J. et al. Psychedelics: Where we are now, why we got here, what
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20

ANEXOS

ANEXO A - DECLARAÇÃO DE ACEITE DO ORIENTADOR

Eu, Solena Ziemer Kusma Fidalski declaro conhecer as normas de realização do trabalho de
conclusão de curso (TCC) da Universidade Positivo (Resolução CAS no 397/2018, a
Instrução Normativa do Curso de Medicina de 2018 e demais normas da UP que versem
sobre o assunto) e aceito orientar o trabalho intitulado “O Uso de Psicodélicos na Saúde
Mental - Uma Revisão da Literatura”, elaborado pelo(s) aluno(s) Maurycio Bora Kominski.

Data: _____ / _____ / _____

Assinatura do Orientador: _____________________________________________


21

ANEXO B - DECLARAÇÃO DOS AUTORES

Os autores declaram que o TCC não contém, até onde é de conhecimento dos
mesmos, nenhum material difamatório ou ilegal, que infrinja a legislação brasileira de direitos
autorais.
Certificam que, dentro da área de especialidade, participaram cientemente deste
estudo para assumir a responsabilidade por ele e aceitar suas conclusões.
Certificam que, com a presente carta, descartam qualquer possível conflito financeiro
ou de interesse que possa ter com o assunto tratado nesse TCC.
Declaram que o trabalho é inédito e que foi aprovado pela Comissão de Ética em
Pesquisa, e que o termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado conforme o
necessário para estudos que envolvem seres humanos.
Os autores do TCC também declaram estar cientes das normas da UP referente à
Integridade Acadêmica (Resolução no 133 de 30/06/2015 – Código Disciplinar Interno – e
Resolução CAS no 134 de 01/07/2015 – Política de Integridade Acadêmica) e confirmam que
o TCC é de sua própria autoria, não tendo sido feito mediante utilização de plágio ou
qualquer outra forma de improbidade.

Título do TCC: O USO DE PSICODÉLICOS NA SAÚDE MENTAL - UMA REVISÃO DA


LITERATURA

Nome dos Autores: Maurycio Bora Kominski

As assinaturas abaixo indicam total concordância com as declarações acima.

Data: 08/11/2021
ASS:_____________________________________________________
Aluno 1
22

ANEXO C - TERMO DE CIÊNCIA PARA DISPONIBILIZAÇÃO DE TRABALHO

Autor/Autores do Trabalho : Maurycio Bora Kominski


Título do Trabalho: O Uso de Psicodélicos na Saúde Mental - Uma Revisão da Literatura

( ) Não autorizo a exposição do trabalho acadêmico acima indicado.

(X) Autorizo a UNIVERSIDADE POSITIVO, instituição de educação superior, mantida pelo


CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES POSITIVO LTDA., pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 78.791.712/0003-25, com endereço na Rua Professor
Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300, Campo Comprido, Curitiba, Paraná, a expor o
trabalho acadêmico acima indicado, para fins de consulta pública, na biblioteca e/ou em
qualquer outro espaço disponibilizado pela instituição, inclusive eletrônico.

Ainda, devido ao fato de tornar-se um documento científico de domínio público, assumo


exclusiva, total e independente responsabilidade pela boa origem e autenticidade de todo o
conteúdo do trabalho acadêmico, isentando a instituição de qualquer obrigação perante
terceiros que se sintam prejudicados, nos termos da legislação vigente. Além disso, estou
ciente de que serão observados os direitos morais de autor.

E por ser esta a expressão da verdade, assino o presente instrumento, a fim de que produza
os seus jurídicos e legais efeitos.

Curitiba, ________/________/__________

Assinatura dos Autores: _____________________________________

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