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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA DO DESPORTO


Nome do Estudante: Cesarito César Raul
Código do Estudante:708202281

Curso: Licenciatura em Ensino de Educação


Física e Desporto
Cadeira: Antropologia do Desporto
Ano de frequência:4º ano

Nampula, Abril
2023
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nome do Estudante: Cesarito César Raul


Código do Estudante:708202281

I trabalho referente a cadeira de


Psicologia do Desporto, tem como tema,
História da Psicologia do Desporto, 4º
ano, leccionada pelo Docente:

Nampula, Abril
2023
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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos
 Introdução 0.5
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1.0
Introdução
Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
Conteúdo
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Análise discurso académico 2.0
discussão (expressão escrita cuidada,
coerência/coesão textual).
Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
revelantes na área de estudo.

Exploração dos dados 2.0


Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0
gerais letra, parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
6a ed. e citações Rigor e coerência das 4.0
e bibliografia citações/ referências
bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchido pelo tutor
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Introdução

O Desporto é uma atividade através da qual, se experimentam e se conhecem as


emoções com intensidade, portanto os processos emocionais podem prejudicar ou
ajudar a ação esportiva, implicando não só na preparação física e psicológica dos
atletas, mas também em suas relações humanas e sociais.

A Psicologia do Desporto tem como objetivo auxiliar técnicos e atletas a


entender e solucionar suas dificuldades psicológicas e sociais, sendo uma tarefa
específica do psicólogo do Desporto, é ajudar emocionalmente os atletas nas fases de
insegurança, treinamento e autoconhecimento, a fim de que eles possam encontrar
rapidamente a sua segurança e autoconfiança, de tal forma que possam realizar suas
possibilidades máximas de rendimento na competição.

Em suma, concordamos que a psicologia do desporto seja “um ramo


independente da psicologia porque os elementos psicológicos do desporto são
específicos e se distinguem radicalmente dos observados noutros domínios da
actividade humana” (Brito 1996a: 69), caracterizando-se este novo ramo da psicologia,
como a ciência que se dedica ao estudo dos efeitos dos factores psicológicos (afectivos,
cognitivos, motivacionais, sensório-motores e outros), no comportamento do ser
humano em situação de prática desportiva, bem como, os efeitos que essa participação,
em actividades físicas competitivas e recreativas, poderão ter nos seus praticantes.
Conceito da psicologia do desportivo

A psicologia do desporto é a ciência que estuda os processos cognitivos e o


comportamento dos atletas. Como já pode saber, o desporto traz muitos benefícios à
saúde das pessoas, mas também é importante conhecer o comportamento dos atletas em
momentos tensos, como as competições.

No enteder do Becker (1995). ʺA Psicologia do Desporto é a disciplina acadêmica


que tem como objeto de estudo as diferentes dimensões psicológicas da conduta humana no
contexto do Desporto e da atividade física. Investiga as causas e os efeitos de ocorrências
psíquicas que o ser humano apresenta antes, durante e após o exercício, sendo estes
educativos, recreativos, competitivos ou reabilitadorʺ

Claro que não se aplica apenas a atletas de elite, mas é um ramo da psicologia
que pode melhorar a vida de todos, atletas ou não, de diferentes maneiras. É uma
psicologia que melhora a concentração, motivação e confiança, por isso também pode
ser aplicada a pessoas que vivem com alto estresse.

História da Psicologia do Desporto

    O desporto e psicologia começaram a ter uma relação mais estreita no final do século
XIX e início do século XX, quando alguns estudiosos resolveram pesquisar os efeitos
dos aspectos psicofisiológicos sobre as atividades físicas e esportivas, sendo Coleman
Griffith apontado como aquele que realmente deu a partida na Psicologia do Desporto
norte-americana, destacando-se entre os trabalhos que escreveu o estudo "Psicologia de
Atletas" (1928). 

Durante os anos 60 a Psicologia do Desporto vive uma fase de grande produção


e a relação de nomes como Cratty, Oxendine, Solvenko, Tutko, Olgivie, Singer e
Antonelli, que marcaram a história da área com contribuições voltadas para a psicologia
social na atividade física e Desporto, culminando em várias publicações que
influenciam trabalhos até os dias de hoje (Willians et al, 1991).

    Observamos, assim, o surgimento e desenvolvimento de um campo denominado


Psicologia do Desporto, muito próximo da atividade física e do lazer, sendo inclusive
componente curricular dos cursos de Educação Física, porém, mantendo um
distanciamento da Psicologia enquanto 'ciência mãe'.

Interação multidisciplinar em atividades desportivas

    Relacionada à Educação Física e à Fisioterapia, a Psicologia do Desporto tem


buscado ser reconhecida, atualmente, como uma disciplina da Psicologia, entendida
como Psicologia aplicada. Tradicionalmente, porém, o que acontece é a relativa
ausência da disciplina nas grades curriculares dos cursos de graduação em Psicologia no
Brasil. Recentemente a tendência tem sido a elaboração de uma 'Ciências do Desporto',
que congregaria então a Biomecânica, a Sociologia, a Antropologia, a Medicina e a
Psicologia do Desporto, bem como outros campos do saber diretamente voltados para a
prática esportiva (Dishman, Apud Rubio, 2000).

Considerada então como uma sub-área das Ciências do Desporto e ao mesmo


tempo uma especialidade da Psicologia, a Psicologia do Desporto vem se ocupando
apenas de certos aspectos da Psicologia em geral. A clivagem aparece sobretudo na
dicotomia construção teórica/pesquisa versus aplicação prática/intervenção psicológica,
onde há uma concentração "na importância de variáveis independentes que influenciam
a 'performance' (RUBIO, 2000).

    Assim, temos assistido nesta última década a uma 'descoberta' da Psicologia do
Desporto como área de atuação emergente para psicólogos que, diante de uma demanda
crescente, enfrentam grandes dificuldades para intervir adequadamente, já que os cursos
de graduação em Psicologia ainda não formam nem qualificam o graduando para esta
possibilidade de prática. Temas como motivação, personalidade, agressão e violência,
liderança, dinâmica de grupo, bem-estar psicológico, pensamentos e sentimentos de
atletas e vários outros aspectos da prática esportiva e da atividade física têm requerido
estudo e atuação de profissionais da área, visto que o nível técnico de atletas e equipes
de alto rendimento está cada vez mais equilibrado, dando ênfase especial à preparação
emocional, tida como o diferencial.

Áreas de atuação da Psicologia do Desporto

    O marco da recente história da Psicologia do Desporto tem seu início nos anos
50. O primeiro livro de Psicologia do Desporto foi realizado em 1962 por Athayde Silva
e Emílio Mira (apud RUBIO, 2000). Em 1974 João Carvalhães, o primeiro psicólogo a
atuar num clube de futebol, escreve "Psicologia no Futebol" (A. Machado, 1997; Rubio,
1999). Com a explosão de práticas psicológicas ligadas ao meio esportivo e mirando-se
pelas instituições existentes em outros países, é criada a Sociedade Brasileira de
Psicologia do Desporto em 1979.

Na década de 90, novo impulso é dado a este campo com o representativo


aumento de profissionais, com a publicação de trabalhos científicos e o crescimento do
número de pós-graduações latu sensu na área. O primeiro laboratório é criado pelo
professor Dietmar Salmuski, na Universidade Federal de Minas Gerais. Samulski
(1992) destaca a necessidade de uma formação abrangente apontando como sendo
quatro os campos de aplicação da Psicologia do Desporto:

    O Desporto de rendimento que busca a otimização da performance numa estrutura


formal e institucionalizada. Nessa estrutura o psicólogo atua analisando e transformando
os determinantes psíquicos que interferem no rendimento do atleta e/ou grupo esportivo.

    O Desporto escolar que tem por objetivo a formação, norteada por princípios sócio-
educativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer. Neste caso, o
psicólogo busca compreender e analisar os processos de ensino, educação e socialização
inerentes ao Desporto e seu reflexo no processo de formação e desenvolvimento da
criança, jovem ou adulto praticante.

    Já o Desporto recreativo visa o bem-estar para todas as pessoas. É praticado


voluntariamente e com conexões com os movimentos de educação permanente e com a
saúde. O psicólogo, nesse caso, atua na primeira linha de análise do comportamento
recreativo de diferentes faixas etárias, classes sócio-econômicas e atuações profissionais
em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes.

    Por fim o Desporto de reabilitação desenvolve um trabalho voltado para a


prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da
prática esportiva, ou não, e também com pessoas portadoras de deficiência física e
mental.

    A Psicologia do Desporto tem como meio e fim o estudo do ser humano envolvido
com a prática de atividade física e esportiva competitiva e não competitiva. Esses
estudos podem abarcar os processos de avaliação, as práticas de intervenção ou a análise
do comportamento social que se apresenta na situação esportiva a partir da perspectiva
de quem pratica ou assiste ao espetáculo (Azevedo Marques & Junishi, 2000; Markunas,
2000; Martini, 2000).

Perspectiva global da educação da psicologia do desporto

 O início da história da psicologia do desporto caracteriza-se pela, já


anteriormente referida, coexistência de inúmeras concepções filosóficas, escolas,
teorias, etc. Se por isto é complicado definir o seu conceito, já o dissemos, também é,
pelas mesmas razões, estabelecer uma data concreta em que a psicologia do desporto
nasce e surge como área independente da Psicologia (Brito, 1990).

    De facto, os primeiros trabalhos conhecidos e realizados nesta área datam do


final do séc. XIX, Fitz em 1895 nos EUA, Schultze em 1897 na Alemanha e Tripllet em
1898, também nos EUA, conquistaram o seu lugar na história ao realizar as primeiras
investigações na área da psicologia do desporto (Brito, 1990; Weinberg e Gould, 1995;
Alves, Brito e Serpa, 1996; Cruz, 1996 e Fonseca, 2001).

     Existe um certo consenso, que foi após a 2ª Grande Guerra que começou o
«boom» generalizado em torno da psicologia do desporto. Na realidade, o
desenvolvimento do desporto como ciência bem como da metodologia do treino,
originados em grande parte, pela “oposição entre os blocos capitalistas e
comunistas” (Alves, Brito e Serpa, 1996: 8), que intensificaram a “luta pelas
medalhas” (Brito, 1990: 6), vieram contribuir para esta expansão.

    Segundo Brito (1990), foi de facto a partir da 2ª Grande Guerra que o interesse na
área da psicologia do desporto se desenvolveu. Esta fase, que viria a ser conhecida
por “Primeiro período” (Feige, 1977, cit. por Alves, Brito e Serpa, 1996: 8),
caracterizou-se pelas várias investigações realizadas a título individual.

    A psicologia do desporto foi pois, a partir deste momento “alargando-se a


praticamente todas as modalidades e múltiplas situações” (Brito, 1990: 6) e foi também
nesta época (de 1966 a 1977) que se tornou num ramo autónomo da Psicologia Geral
(Raposo, 1996).
    Se numa fase inicial da vida da psicologia do desporto as pesquisas que se realizavam
eram pouco divulgadas ou mesmo mantidas em segredo (Brito, 1990 e 1991), com o
crescente reconhecimento da importância desta área, o número de trabalhos cresceu
sendo já “impressionante” (Brito, 1990: 14). Felizmente, esta crescente produção
científica é acompanhada, na opinião de Brito (1996a) por um incremento de qualidade,
que é também referido por Fonseca (2001).

Teoria Motivacional da Psicologia do Desporto

As teorias da motivação conceptualizam o comportamento em função de duas


dimensões: a direção e a intensidade (Thill, et al., 1989). A direção corresponde à
orientação seletiva do comportamento para um objetivo, podendo este ser material ou
um certo nível atingir (Thill, et al., 1989).

A intensidade refere-se à quantidade de energia investida no comportamento


(Thill, et al., 1989). Esta vertente da motivação é importante no sentido de ajudar a
elaborar estratégias de motivação para manter ou elevar o nível de entrega dos atletas às
suas tarefas (Thill, et al., 1989).

  A motivação é um dos pontos determinantes para o sucesso ou o fracasso de


uma carreira esportiva. O atleta com motivação elevada, treina com mais entusiasmo,
obtém melhora nos gestos motores, ganha confiança em si mesmo e, conseqüentemente,
tem mais chances do que atletas despreparados física e mentalmente. Ganhando, o atleta
volta a se motivar e treina com mais entusiasmo, começando tudo outra vez. A partir
deste pensamento, podemos visualizar o seguinte círculo virtuoso:

    

    Para que o círculo virtuoso da motivação não se quebre, o treinamento


psicológico contínuo e periódico deve merecer uma atenção especial na vida do atleta,
sendo encaixado e bem estruturado na rotina esportiva do mesmo.
O papel da psicologia no desporto

A psicologia do desporto é fundamental pois tem como objetivo ajudar a


melhorar não só o desempenho e o rendimento dos atletas, mas também promover o
bem-estar e o desenvolvimento pessoal e social, assim como as competências
psicológicas, de todos os envolvidos no contexto desportivo.

Assim, a psicologia do desporto contribui para que sejam desenvolvidas


competências psicológicas relevantes para o sucesso no ambiente desportivo, na prática
de exercício físico e ainda noutros contextos e performance. Importa compreendermos
que o desporto é uma área exigente, que quando estamos a praticar atividade desportiva
nos são requeridas esforço dispêndio de energia que não são meramente físicos, mas
também psicológicos e emocionais.

De facto, entre 40% a 90% do sucesso numa competição pode ser determinado
por fatores psicológicos. Quanto mais elevado for o nível em que determinado atleta
está, mais elevada a fasquia e consequentemente mais elevada a importância de todos os
fatores que possam interferir no desempenho, nomeadamente os fatores psicológicos.

Para se ser bom no desporto, não basta ter uma boa compleição física e treinar
muito. É necessária também uma boa inteligência emocional, um bom reportório de
competências socioemocionais como a motivação, a persistência, a tolerância à
frustração, a gestão da ansiedade, do stress e da pressão, a capacidade de trabalhar em
equipa, entre muitas outras.

A psicologia do desporto e a intervenção de psicólogos traz benefícios:

 Potencia a melhoria contínua das pessoas e equipas nos contextos desportivos;


 Contribui para que os atletas e restantes agentes desportivos alcancem os seus
objetivos desportivos;
 Promove a qualidade de vida dos diferentes agentes desportivos, bem como para
uma boa saúde psicológica e emocional.
Deste modo, a psicologia do desporto ganha uma importância indiscutível, pois uma boa
prática desportiva não é possível sem saúde psicológica!
Conclusão

    Como área de produção acadêmica e de atuação profissional, a Psicologia do


Desporto tem ainda um longo caminho a percorrer, se considerarmos o que já foi feito e
o muito que ainda temos a construir, dada a amplidão e complexidade do mundo
esportivo. Certamente, nessas últimas décadas acumulou-se muita informação sobre
indivíduos e grupos que praticam Desporto ou atividade física sem que isso implique
em conclusões ou respostas irrefutáveis. Sei que no âmbito da psicologia no Brasil essa
discussão é ainda mais nova, tanto do ponto de vista do interesse como da produção, o
que aumenta a necessidade de ampliarmos a discussão e formarmos pessoas para uma
atuação competente, como já temos em outras áreas da psicologia.

    Falar de Psicologia do Desporto significa falar de uma área em construção que
soma conhecimento de duas grandes áreas - a Psicologia e o Desporto - e tanto uma
como a outra não apresentam uma concordância em seus pontos de vista, e têm uma
gama imensa de objetos de estudo e pesquisa. Conclui-se que é imprescindível adentrar
no mundo da psicologia esportiva, conhecendo as modalidades, o fenômeno e as
instituições esportivas para que seja possível o desenvolvimento de novas práticas.

Esperamos que esse texto tenha mostrado que a prática clínica, pura e simples, é
insuficiente para uma intervenção nesse campo e, quanto mais estivermos abertos, para
o entendimento da psicodinâmica de atletas e grupos esportivos, mais estaremos
contribuindo para a construção da área tanto no que se refere à atuação como a pesquisa.
Referências bibliográficas

Barbero, J. I. (1993).Introdução. Materiais de Sociologia do Desporto. Madri: La


Piquetá,

Ferreira Neto, A.; Goellner, S. V.; Bracht, V. (orgs.) (1995).As ciências do Desporto no
Brasil. Campinas: Autores Associados,

Júnior Becker, Benno. , (2001, p. 249-253).Psicologia do Exercício e do Desporto no


Brasil e na América do Sul. Revista de Psicologia do Desporto

Luccas, A. N. (2000).A Psicologia, o Desporto e a Ética. São Paulo: Casa do Psicólogo

Markunas, M. (2000).Reabilitação esportiva ou Desporto como reabilitação. São


Paulo: Casa do Psicólogo,

Martini, L. A (2000). Fundamentos da preparação psicológica do desportista. São


Paulo: Casa do Psicólogo

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