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O que é droga? Termo mais genérico, usado. Qualquer substância química capaz de
alterar uma função do organismo.
Exemplo: planta – possui várias estruturas químicas, mas nem todas conhecidas, então
caracterizam-se como drogas, pois alteram a função, mas não sabe-se o que está alterando
essa função, qual substância.
O que é fármaco? Também é uma substancia química, porém é conhecida. Conhece-se a
estrutura química. Logo, eu posso dizer qual a substancia química que tem o efeito e qual
é esse efeito.
O que é o medicamento? Também é uma substancia química, porém com finalidade
terapêutica. Para o tratamento de algo. Utilizar uma substancia química conhecida,
esperando-se que altere uma determinada função do organismo com a finalidade
terapêutica. Essas são as substancias químicas de interesse para farmacologia.
Alguns medicamentos podem ser chamados de fármaco ou droga.
Voltando um pouco... a alteração fisiológica provocada pelas substancias químicas
podem levar a aproximação ou reaproximação com a homeostase. Homeostase (equilíbrio
das funções do organismo). Logo, o medicamento serve com o propósito de trazer a
funcionalidade de volta daquilo que não está funcionando adequadamente.
Essa não funcionalidade adequada de parte ou partes do organismo é o que gera os
sintomas, e levam a uma patologia. Quando tem-se um processo patológico significa que
há um distanciamento da homeostase. A medida que se usa o medicamento, o objetivo é
se aproximar da homeostase.
Importante - podem ter várias definições desses termos em outras fontes.
O estudo da farmacologia pode ser dividido em farmacocinética e farmacodinâmica.
Cinética e dinâmica tem a ver com movimento, o que diferencia um do outro é o
referencial, qual a base do estudo.
O que é farmacocinética? O referencial é o organismo. Quando eu uso um determinado
medicamento, o que o meu organismo faz com esse medicamento? Qual a forma que vou
entrar em contato com esse medicamento? Qual a administração? Qual o trajeto
percorrido? Como esse medicamento passa pela corrente sanguíneo? Para onde esse
medicamento vai?
O que é farmacodinâmica? O referencial é o medicamento, o fármaco, a droga. Quando
eu uso um medicamento, onde ele vai atuar? Como vai atuar? Qual mecanismo de ação?
Quais são os efeitos?
De proposito ele vai embaralhar esses conceitos, mas apesar disso existem
medicamentos que podem ser chamados de droga e outros de fármaco, a maioria
dos medicamentos estudas são fármacos, pois tem estrutura conhecida e poucas
são drogas. Se tem função terapêutica é medicamento.
FARMACOCINÉTICA
Qual a forma que vou entrar em contato com esse medicamento?
Vias de administração – forma pela qual entro em contato com medicamento. Oral,
intramuscular, supositório...
Principal é a oral. Por que? Vantagens – via mais econômica em termos de custos;
prescinde de outra pessoa para administrar (autoadministração), desde que consciente;
envolve menor potencialidade de intoxicação, a droga vai ser transformada antes de
produzir um efeito severo, diminuindo a toxicidade. Desvantagens – transformar uma
substância significa metabolizar e isso demanda tempo. Tempo para obtenção de efeito
mais demorado e uma das justificativas para isso é exatamente a metabolização. Em
algumas situações é necessário agir rapidamente e para isso é necessária outra via de
administração, como exemplo numa crise de asma.
Especificidades para escolha da via oral. Pode ser do organismo ou do medicamento
METABOLISMO DE 1º PASSAGEM:
Metabolismo: transformação de uma substancia em outra
Por que de 1º passagem? Porque vão haver outras passagens
O que acontece em cada passagem? Em cada passagem eu tenho uma nova
transformação.
O que faz essa transformação? Uma substancia X é derivada em uma substancia Y que
não foi aquela que eu tive contato.
Quem faz essa transformação? Uma enzima, temos enzimas em todos os órgãos e
sistemas, só que o local onde provavelmente espera-se que aconteça o metabolismo de
primeira passagem é o fígado.
Percurso da droga: cavidade oral esôfago estomago duodeno jejuno
íleo colon ascendente, transverso, descendente sigmoide reto anus.
Cadê o fígado?? Ele não faz parte do trajeto da droga, só que a minha droga para chegar
até o fígado tem que passar pela minha primeira etapa farmacocinética, ou seja, a
absorção.
ETAPAS FARMACOCINÉTICA:
Entrou em contato com o fármaco, foi via oral? Beleza! Ao chegar no duodeno vai
acontecer a primeira etapa farmacocinética, que é a absorção.
O que é absorver? O processo de passagem de um lugar qualquer para a corrente
sanguínea, a absorção acontece independente da linha de administração. A única que não
acontece uma absorção é a endovenosa, no qual injetando dentro da veia, dentro da
circulação sanguínea já estou promovendo a ação da droga, fazendo mecanicamente.
Na via tópica, espera-se que não tenha absorção, só no local. Eu não espero absorver o
protetor solar, mas espero que atue naquele lugar que aplique.
Na via oral, a absorção é fundamental, e é preciso atravessar a membrana celular, para
conseguir tal coisa, lembrem-se tenho duas camadas lipídicas, quanto mais lipossolúvel
for o meu fármaco, mais facilitada será sua absorção.
Absorção: processo de passagem para a corrente sanguínea através de transporte
passivo, facilitada, ativo.
Uma vez na corrente sanguínea pra onde vai o fármaco? O fármaco não vai a lugar
nenhum, lembrem-se o organismo vai comandar pra onde o fármaco deve ir.
A área do duodeno drena diretamente para o fígado, via sistema porta hepático que
favorece o transporte de tudo que chega ao duodeno direto para o fígado.
Ao chegar no fígado, se encontram com enzimas metabolizadoras, e essas que vão
propiciar o metabolismo de primeira passagem, pelo fato de ser a primeira vez de ele
passar pelo fígado, no qual vai ser transformada em outra substância.
X em Y, mas porque não tomar logo a y? Para não sofrer transformação Y pode se
transformar em Z, e a gente quer o efeito de Y. Truque farmacêutico – a indústria para
vender o medicamento ela precisa saber que o medicamento vai ser transformado.
REAÇÕES DE METABOLIZAÇÃO
Fase 1: funcionalização
- Oxidação, estou acrescentando oxigênio em uma molécula. Pode acontecer
sem a presença de oxigênio, chamasse de reação de oxidação quando uma
outra substancia que não seja oxigênio perde elétrons, sendo assim ela oxida.
- Glicuronil
-Glicuronil transferase ...
- Acetil
- Fosfato
- Glutamil
Recém nascidos não fazem fase 2, pois nós não nascemos com transferases
Eu arriscaria dizer que todos os antibacterianos demanda uma reação de fase 2, e
alguns dele por exemplo glicuronização, então tem que tomar muito cuidado com
isso, dependendo do antibacteriano você vai administrar no recém nascido ele vai
morrer intoxicado por que ele não vai conseguir metabolizar justamente porque
ele não tem transferase para metabolizar um composto que é o glicuronil, então
essa substancia vai poder acumular no organismo desse recém-nascido matando
o recém-nascido, então esse é um erro gravíssimo de alguém que não sabe
farmacologia.
São dois processos muito importantes para a excreção, para você se situar esse esquema
da esquerda está mostrando que é a luz não intestinal, mas do túbulo renal. Dai a gente
faz um parêntese para pensar o seguinte.
Qual o órgão principal excretor que a gente tem no organismo? Os rins, sistema
urinário é o principal sistema excretor, mas também tem o digestório pelas fezes, é
possível você excretar um fármaco pelas fezes, mas a grande maioria é excretado
predominantemente pelos rins. Então a pesquisa daquele fármaco, no fármaco, mas
geralmente no seu metabolito, porque provavelmente ele pode ter sido metabolizado, a
pesquisa do metabolito é feita na urina, dependendo do fármaco você pode procurar nas
fezes. As fezes são um material ruim para pesquisar substancia química pela dificuldade,
as vezes tem muitas outras substancias presentes ali, fruto da digestão e pode dificultar o
achado de alguma substancia. Mas por exemplo, metais livres tem carga elétrica seria
pouco lipossolúvel tem tendência de eliminar, metal em excesso, a grande maioria dos
metais quando em excesso a busca do metal vai ser predominantemente nas fezes, na
urina também, justamente pelo processo da eliminação.
ALGO A MAIS
Meia Vida plasmática.
Tempo para haver redução de metade da concentração de uma substancia.
- Então vamos dissecar o termo.
Onde está meu fármaco? No plasma sanguíneo
Porque meia vida e não vida inteira? Meia é porque vai ter redução de metade da
concentração inicial.
Concentração X dose
Quando eu falo de concentração de uma droga é diferente de dose.
Concentração = massa/volume. A massa do meu fármaco pelo volume de sangue onde
ele está no volume de plasma. Que é a parte liquida do sangue.
Quando eu falo que meia vida plasmática é o tempo que vai levar para redução de metade
da concentração de uma substancia é o tanto que tem da substancia diluído no plasma
sanguíneo.
Dose= massa da droga/peso do paciente. O quanto daquela droga está disponível por peso
do meu paciente.
Meia vida plasmática total: somatório das meias vidas (de 4-5)
Exemplo: 20 mg do medicamento
20mg -------------10mg------------5mg-------------------------2.5mg----------------
1.25mg
Tempo de meia vida após 2horas
2hr+2hr+2hr+2hr= 8horas
Somatória das meias vidas plasmáticas é = 8
Contar as setinhas
A meia vida plasmática 8/ pelo tanto de setinha
Sempre é de 4 a 5 meias vidas
Excipiente – substancia inerte.
Quando eu sei que está na hora de tomar uma nova dose? Quando eu cheguei a 10%
da dose inicial.
Se eu espero zerar, o efeito zera, a perda de efeito, tenho que manter a ação do meu
fármaco. Para o esse fármaco tenho que tomar de 8 em 8 horas.
O que vai variar de fármaco para fármaco?
A meia vida plasmática
Isso gera outro conceito: o estado de equilíbrio da droga (‘’steady-state’’)
-Chegou em 1.25mg tenho que tomar outra dose, sobrou 10% após 8horas tomarei o
fármaco com os 10% 21.5. Após mais 8horas 23mg e por aí vai.
Em um tratamento crônico onde vai dar isso?
Vai chegar no estado de equilíbrio onde o tanto que elimino vai ser igual ao que a inicial.
Perco 20mg mas mantenho 20mg.
NÃO SIGNIFICA QUE TEM ALTA AFINIDADE QUE SERÁ EFICAZ POIS ISSO
DIZ RESPEITO A CAPACIDADE DE ATIVAÇÃO DO RECEPTOR, OU SEJA,
ATIVIDADE INTRÍNSECA.
Atividade intrínseca: capacidade de um receptor ser ativado por uma droga após sua
ligação. É uma característica do receptor. Tem relação com a eficácia. Quando a droga
se liga eu espero que o receptor gere uma resposta, ou seja, que haja eficácia, que
produza um efeito. Tendo uma alta afinidade eu espero que ela também haja alta
atividade intrínseca.
Podem ter receptores com alta afinidade e baixa atividade intrínseca. Pois várias
drogas podem se ligar a um receptor mas nem todas vão ser capazes de promover a
atividade intrínseca do receptor.
Revisão do primeiro vídeo – mecanismo de ação, efeitos, o que a droga faz com o
organismo. Potencia, eficácia, (droga) afinidade e atividade intrínseca (receptor).
Agonista: drogas que alteram (pode aumentar ou diminuir a ação celular) a fisiologia de
uma célula por ligação a receptores da membrana plasmática ou receptores intracelulares.
Sempre serão substâncias exógenas – drogas, fármacos, medicamentos.
Total – um agonista total deve ter alta potência? Deve ser minimamente potente.
E o receptor deve ter afinidade. E atividade intrínseca? Se eu espero que um
fármaco promova o efeito, então tem que ativar a atividade intrínseca desse
receptor promovendo a ação celular.
Eixo x: dose
Eixo y: resposta
Eu tenho uma droga x que em sua baixa dose alcança seu efeito máximo. Curva
de um agonista total. Por que é agonista? Porque teve efeito.
Parcial – uma droga que não produz efeito máximo mesmo com todos os
receptores ocupados.
Interpretação do gráfico:
Eixo x: concentração
Eixo y: resposta
A droga A é um agonista total, pois tenho resposta máxima (100% de efeito) – tem
potência, eficácia máxima, deve ter afinidade alta e alta atividade intrínseca.
A droga B é um agonista parcial, pois a resposta não é máxima. – tem alguma potência,
eficácia relativa, tem afinidade, mas menos que A, e atividade intrínseca.
Na clínica: para que vou escolher um agonista parcial? Quando B será melhor que A?
Quando alterar a prescrição? As vezes não me interessa um efeito tão intenso, pode ser
demais para certos pacientes, é necessário pensar nos parâmetros farmacocinéticos
(EXCREÇÃO, METABOLIZAÇAO), pois por traz de um efeito principal intenso
também haverá um efeito adverso intenso. Nem sempre existe a possibilidade de um
agonista parcial, pois não há muito no mercado.
As duas promovem efeito, por isso são agonistas.
Antagonistas: inibem ou bloqueiam respostas causadas pelos agonistas. Não induzem
resposta celular (efeito). Usa-se para não ter efeito ou inibir um efeito. Por exemplo: um
paciente usou um medicamento que está causando um efeito muito intenso, para reverter
isso uso um antagonista. Sempre colocar se é competitivo ou não.
Antagonista competitivo: compete com um agonista ou substancia endógena pelos
mesmos receptores. Altas doses de um agonista podem geralmente sobrepor-se ao
antagonista competitivo. A competição é pela ligação com o receptor. O receptor
tem afinidade por antagonista? SIM. Quem ganha a competição? Quem está em
maior concentração. O antagonista não ativa receptor. Nunca será alostérico.
Interpretação do gráfico:
Eixo x: concentração do agonista
A concentração do agonista aumenta para manter o efeito máximo, pois está na presença
do antagonista.
Não existe curva do antagonista porque ele não tem efeito.
Eixo y: ligação receptor
Curva preta – em uma baixa concentração eu tenho uma ligação de 100% dos receptores.
O meu receptor era um e com a ação do antagonista não competitivo passa a ser
outro e não é possível o agonista se ligar. O receptor perde a afinidade para se
ligar a droga, logo não tem atividade intrínseca e eficácia.
Interpretação do gráfico:
Altas doses do agonista não se sobrepõem ao antagonista não competitivo.
Na curva preta não pontilhada, é a curva do agonista sem a presença do
antagonista não competitivo. E as curvas subsequentes mostram que o efeito do
agonista diminui mesmo com aumento da dose, ou seja, não adianta aumentar a
dose do agonista. O antagonista não competitivo tem potência? Sim, porque ele
precisa se ligar a um receptor para modular o receptor que se liga ao agonista, mas
o do competitivo é mais, pois ele compete. Tem eficácia? Não pois antagonista
não tem efeito. Tem afinidade? Sim. Tem atividade intrínseca? Não.
Receptores:
- membrana: 90 % dos receptores são de membrana. Tem dois componentes
(proteína e lipídeos) então a maioria dos receptores são proteicos, mas por
exemplo, o receptor de THC e canabidiol (princípio ativo da Cannabis) é lipídico,
pois ele é de natureza lipídica. Quando o indivíduo fuma maconha seus receptores
lipídicos no sistema nervoso se ligaram ao THC que é a substancia mais
abundante. Mas a maioria dos receptores são proteicos (formados por peptídeo –
2 a 19 aminoácidos – mais que isso já são proteínas).
- citoplasma: tem outras naturezas mas a maioria também é proteica, tanto no
citoplasma quanto no núcleo.
- núcleo celular: membrana lipoproteica. Geralmente está na membrana do núcleo.
A maioria é proteica também, mas tem lipídicos como receptores de hormônio
(estrógeno e progesterona).
Sítios de ligação enzimáticos: também não tem receptor. Existem sítios inibitórios
e ativos. Que substancia ativa a enzima? O substrato da enzima. A forma do
substrato se encaixa perfeitamente no sitio ativo. Mas jamais se encaixaria no
inibidor. Quando uma substancia se liga no sitio inibitório esta modifica a
conformação do sitio ativo impedindo o substrato de se ligar, ou seja, não ocorre
ativação. As enzimas são responsáveis por produzir metabólitos ativos e inativos,
se for induzida a ação da enzima pela ativação do sitio ativo. Eu posso ter uma
ligação tanto no sitio ativo quando no inibitório? Sim, mas o metabolismo é
diminuído.
A lactose é o substrato original da enzima lactase. Quem ativa a lactase? A lactose,
então a lactose se ligará no sítio ativo. A presença de lactose que induz a enzima.
Uma pessoa com deficiência de lactase passa mal quando toma lactose, pois a
lactose não é metabolizada. Ou tem um inibidor competitivo do sitio ativo da
enzima ou um não competitivo que vai se ligar a um sitio alostérico da enzima
modificando o sitio ativo e impedindo o substrato de se ligar. Inibidor competitivo
e inibidor não competitivo.
O THC tende a se ligar em enzimas no sitio ativo induzindo enzimas. Você tem
pacientes na clínica usando antibiótico, mas ele fumou maconha o que eu espero
da ação desse antibiótico? O THC vai acelerar o metabolismo e logo vão ser
formados mais rápidos metabolitos ativos e inativos. Ou seja pode ocorrer um
efeito mais rápido, mas o medicamento vai ser excretado mais rápido também.
Resultado: perca de efeito. O álcool também é indutor enzimático (cyp p450).
RESULTADO: tende a excretar o fármaco mais rapidamente. A fluoxetina é um
inibidor enzimático, ela vai inibir a MAO – monoaminooxidase - e isso é um
grande problema, pois vários alimentos são substratos dessa enzima, ou seja, são
metabolizados por ela. E quando faz-se tratamento com fluoxetina tem o
metabolismo retardado, causando enjoo, náuseas. Muitas pessoas não aderem a
esse tratamento por isso.
Consequência do uso crônico: vários tratamentos dessa disciplina serão crônico e
causarão:
- up – regulation: aumento do número e atividade intrínseca dos receptores.
(Geralmente antagonistas, pois ele não ativa o receptor, e por uma questão
adaptativa o organismo tende a expressar novos receptores)
- down regulation: diminuição do número e atividade intrínseca dos receptores
(Geralmente agonistas, pois ele ativa o receptor, e por uma questão adaptativa o
organismo tende a diminuir a expressão novos receptores)
Discussão:
É possível classificar um medicamento que atue sobre sítios enzimático como agonista,
antagonista competitivo ou não?
Sim, é possível. Porque não devemos olhar para enzima e sim para a substância
afetada (substrato).
VÍDEO 1 – AGENTES QUIMIOTERÁPICOS, ANTIBIÓTICOS,
ANTIMICROBACTERIANOS, ANTIBACTERIANOS
Dar uma olhada na nomenclatura utilizada para tirar dúvidas do senso comum.
Classificação do mais amplo para o mais restrito
Agentes quimioterápicos
Antibióticos
Antimicrobacterianos
Antibacterianos
Então esse bloco, é um grande bloco sobre quimioterápico. Quimioterapia em
farmacologia não é a ideia de alguém estar fazendo quimioterapia como tratamento de
câncer. Em farmacologia, é um termo mais amplo que engloba também os
antioneoplásicos, mas além disso engloba os antibacterianos que são agentes
quimioterápicos (antivirais, antifúngicos, antiprotozoários, etc.). Então em farmacologia,
quimioterapia é um termo que indica um tratamento para doenças infecciosas.
Infecção contato com um agente externo ao meu organismo.
Então, é um contato com um vírus, com um helminto, uma bactéria. O câncer é uma
infecção com características diferentes, pois há uma proliferação de células, ou seja é do
próprio organismo, apesar de ter influência externa. Então todas essas infecções são
abordadas dentro desse tópico, de infecções que são tratadas com substancias químicas,
daí o termo agentes quimioterápicos.
O termo antibiótico também não está errado, antibiótico seria um termo para indicar
substancias para tratar organismos vivos ou células que crescem descontroladamente.
Usar uma substancia química capaz de alterar o funcionamento de algo vivo, inclusive
vírus.
Antimicrobianos – é um pouco mais restrito pois diz respeito a micróbios, que entram
bactérias, vírus e protozoários. De alguma maneira o câncer, pois são células
microscópicas.
Antibacterianos – mais restrito ainda. Tópico de agora. Fármaco para o tratamento por
infecções induzidas por bactérias especificamente.
Sugestão: construção de tabela nos vídeos assistidos. *
Construção da tabela* como construir? Quais perguntas colocar? O que deve saber?
1. Grupo/Classe do antibacteriano
2. Nomes dos principais antibacterianos da classe. Classificação em
bactericidas/bacteriostáticos.
3. Mecanismo(s) de ação
4. Bactérias-alvo (nome e classificação Gram)
5. Principais indicações clínicas
6. Principais efeitos adversos
7. Contra-indicações
8. Via(s) de administração
9. Estratégias para resistência bacteriana
10. Esquemas de tratamento
11. Indicações Rename.
ANTIBACTERIANOS – SULFONAMIDAS
Sulfonamidas
São uma classe de antibacterianos de poucos fármacos e em si são consideradas um grupo
farmacológico. São uma classe isolada, não tem uma subdivisão. Mas tanto faz chamar
de classe ou grupo.
Grupo - mais abrangente, que possuem antibacterianos em comum e podem ser divididos
em classes. A classe é uma subclassificação. Ex: grupo beta-lactâmicos – antibacterianos
que agem na parede celular e são divididos em várias classes.
Efeitos adversos
De sulfas com ou sem trimetoprima.
1- Hipersensibilidade: praticamente em todos os antibacterianos. É uma alergia
grave. Erupções cutâneas até manifestações mais graves na pele também.
2- Eosinofilia e agranulocitose: “filia” – aumento, eosinofilia – aumento de
eosinófilos, ativando muito as células de defesa, comum em infecções em geral,
principalmente em infecções por vermes, mas alguns protozoários bactérias
também. Aqui é provocada pelo fármaco, porque eles própria induzem resposta
inflamatória. Então quando você faz um exame de sangue é importante perguntar
para o paciente se ele está usando algum antibacteriano, pois pode ser que os
exames deem alterado por isso -. Agranulocitose – células com poucos grânulos
ou sem grânulos – as células brancas que possuem grânulos. Ou seja, diminuição
das células brancas de defesa. Então por um lado você pode ter aumento dos
eosinófilos e por outro, diminuição das outras células brancas. Então perceba que
a eosinofilia é um indicativo de infecção importante e isso pode evoluir para uma
agranulocitose e acabar tendo uma diminuição das células de defesa para
combater novas infecção. * Aqui vale ressaltar sobre o uso indiscriminado das
sulfas, o que pode acontecer? Quando você tem uma infecção mais grave você
não terá uma reação de defesa. A agranulocitose não é irreversível. Por isso esses
fármacos não podem ser usados por mais de 7 (infecção leve) ou 14 dias.
3- Anemia hemolítica – mais frequente que a aplasia medular. Existem vários tipos
de anemia, uma é a hemolítica. Quebra das hemácias – extravasamento das
hemoglobinas, o que gera uma hemorragia. Isso acontece quando se tem uma
carência de ácido fólico, e agrava com o uso desses medicamentos que impedem
justamente a síntese desse aminoácido. Antes de pensar em usar sulfa, analise o
paciente. O paciente não é uma doença.
4- Aplasia medular – é outro tipo de anemia – anemia aplasica – Por que medular?
Porque as células do sangue são produzidas na medula e se a medula está
comprometida essa produção também estará.
Contra indicações
1- Pacientes hipersensíveis a Sulfonamidas em geral
2- Anêmicos
3- Deficiência de folato – as vezes tem pessoa que já tem deficiência de diidrofolato
redutase.
4- Gravidez (risco C) e lactação – a classificação A quase não tem risco, B é mínima
e C já pode ocorrer comprometimento, D evitar mesmo e X proibida. O ácido
fólico é muito importante para formação do tubo neura do feto, ainda mais no
primeiro trimestre. Se uma gestante, utilizar a sulfa pode ser que tenha
comprometimento grave no embrião. E dá para evitar. Os metabolitos das sulfas
podem ser excretados via leite. Para o bebê isso é toxico, pois ele não ter
arcabouço enzimático, principalmente as tranferases responsáveis pela reação de
fase 2 que é a fase principal para metabolização de antibacterianos.
5- Insuficiência hepática e renal – o metabolismo da sulfa é praticamente hepático,
ocorrerá principalmente no fígado e a excreção renal. Olhe o paciente todo, ver se
tem esteatose, verificar TGO, TGP, exame de imagem
6- Menores de 2 meses de idade – volta no item 4
7- Pacientes leucopênicos??? – diminuição das células brancas do sangue. Se o
paciente já tem uma doença autoimune, ou células brancas deficientes, é melhor
não usar, salvo na questão da pneumonia causada por fungo.
RENAME
SULFADIAZINA (ORAL/TÓPICA): infecções urinarias não complicadas (infecção
urinaria baixa); toxoplasmose – também é capaz de sintetizar ácido fólico - associada
a pirimetamina) – De acordo com a RENAME, está no componente básico.
Sulfadiazina de prata – uso tópico principalmente em queimados, muito usada. Forma
de creme.
SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA (ORAL/IV) - está no componente
básico.
PARA DISCUSSÃO
Dado o mecanismo de ação das Sulfonamidas, qual seria a sua classificação (agonista,
antagonista competitivo ou não competitivo)?
Parede celular:
GRAM – POSITIVAS: camada de peptidoglicanos espessa.
GRAM – NEGATIVAS: camada de peptidoglicanos fina. Tem uma membrana celular
externa, ausente em gram-positivas (isso confere uma resposta diferente aos
antibacterianos).
É importante lembrar que no meio interno, possui também uma membrana, em ambas.
Mecanismos de resistência: em verde. As enzimas beta-lactamases vão atuar sobre os
betas lactâmicos inativando-os. Em bactérias gram-positivas, essas enzimas estão
voltadas para parte externa da bactéria, na superfície celular. O sitio ativo dessas enzimas
tem afinidade pelos beta-lactâmicos. Em gram-negativas as beta-lactamases estão
localizadas no espaço periplásmico (entre a membrana externa e os peptidoglicanos). A
diferença também está na quantidade do peptidoglicano.
Em vermelho, tanto em gram positivas quando em gram negativas vai estar na membrana
celular da bactéria. Em gram positivas, vai estar logo após os peptidoglicanos voltado
para o lado interno, e em gram negativas vai estar somente na membrana interna. Essas
estruturas são as proteínas ligantes de penicilina (PBP), essa é uma outra estratégia de
resistência. Essas proteínas são enzimas que promovem a formação do peptidoglicano,
ou seja, além de inativar as penicilinas são importantes para síntese de parede celular.
As penicilinas naturais:
Bactérias alvo: tanto gram + quanto gram -. Streptococcus sp, Pneumococos
(Streptococcus pneumonie – rinite, faringite, sinusite; bronquite ou pneumonia),
Anaeróbios – não usam oxigênio ou é facultativo (Clostridium tetani), Treponema (sífilis
– não se cora por gram – A primeira escolha até hoje é penicilina natural), Leptospira sp
(não se cora por gram), Meningococos (Neisseria meningitidis).
Retorno dos casos de sífilis
Assim como o sistema urinário o trato
respiratório é dividido em alto e baixo.
Importante: os estafilococos eram alvos das
penicilinas naturais, mas hoje, a maioria são
resistentes, por possuírem beta lactamases e
uma enzima especifica para degradar
penicilina, as penicilinases (subtipo de beta
lactamases).
Indicações terapêuticas
Endocardite – inflamação do coração
Erisipela
Faringite bacteriana
Streptococcus de várias espécies
Gonorreia (Naisseria)
Pneumonia (pneumonoccocus) – geralmente associado com aminoglicosídeos
Sífilis - 1 escolha (treponema)
Leptospirose (Leptospira)
São consideradas as melhores drogas contra Streptococcus, Neisseria, Treponema,
Leptospira, Anaeróbios da orofaringe e Staphilococcus sp (muito tempo que não se
usa por causa da resistência, hoje usa-se a oxacilina)
Separação didática.
Não se usa penicilina G para pneumonia adquirida em hospital.
Pequenas feridas (impetigo), relacionada a Streptococcus. Celulite é uma infecção
grave das células. Frequente em ambiente hospitalar
Gonorreia (1 escolha)
Eficiente contra infecções não hospitalares.
Efeitos adversos
Reações de hipersensibilidade
Choque anafilático com edema de glote e morte. Quadro inflamatório generalizado
e queda abrupta da pressão.
Erupções cutânea eritematosas (parte vermelha – vermelhidão na pele)
Contra indicações
Sensibilidade aos beta-lactâmicos em geral
Insuficiência renal – é praticamente inalterada então a secreção é renal.
Lactação
Gravidez principalmente nos primeiros meses.
Cefalosporinas
São beta-lactâmicos com um espectro maior atuando tanto em gram+ quanto gram-
.
São derivados do fungo Cephalosporium acremonium. Desse fungo foi obtido o
ácido 7 amino cefalosporânico (7- ACA). Diferente das penicilinas que é o 6 APA.
As Cefalosporinas são divididas em gerações que dizem respeito ao tempo de
aparecimento, e principalmente ao espectro de atuação e a capacidade de inibir as
beta-lactamases. São todas bactericidas. O que envolve cada uma dessas gerações?
O mecanismo de ação se repete: inibição de transpeptidases, aqui já não envolve
mais tanto as PBP.
1º geração – risco B – tem outras mas essas são as principais – tem indicação para
gestante, são pouco tóxicas. Apenas essa geração tem essa indicação. O risco B é
mínimo.
Cefalexina e cefadroxil (oral)
Cefazolina e cefalotina (preferencialmente EV, a absorção oral é quase nula)
2º geração –
Cefoxitina (preferencialmente EV)
Cefuroxima (parenteral e oral)
Cefaclor (oral)
3º geração – a partir dessa geração só tem uso parenteral. Passa a ter uma restrição
mais envolvida no ambiente hospitalar
Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima (atividade pseudômonas bem especifica)
4º geração – mantem a atividade pseudômonas
Cefepina
5º geração
Ceftarolina e ceftobiprole
Espectro de ação - a ampliação do espectro se deve ao combate contra as GRAM -, pois
está tem uma fina camada de peptidoglicanos e duas membranas e grande parte da
resistência a beta-lactâmicos é por gram -. Além de a maioria das infecções são por gram
-.
1º geração: ativas contra Streptococcus e Staphylococcus sensíveis a oxacilina
(OSSA) – penicilina semissintética para Staphylococcus aureus. Espectro restrito ou
não recomendadas para GRAM -. Na clínica, tem sido mais restrita para tratar
Streptococcus e Staphylococcus.
Quais são indicações? Infecções de pele e partes moles – geralmente é por gram+ - por
Streptococcus e Staphylococcus (celulite e erisipela – também é tratada por penicilinas
naturais – G procaína). Cefazolina na profilaxia de várias cirurgias, pois existe um risco
alto de infecção, relacionadas a bactérias intrínsecas ao ambiente hospitalar (baixo custo,
meia vida prolongada, baixa toxicidade e espectro de ação amplo – preferencialmente
GRAM+)
2º geração: comparada a de 1º o espectro é mais amplo atuando em GRAM – como
enterobacterias, Haemophilus (pode causar meningite mas a segunda geração não
trata meningites pois não atravessa barreira hematocefalica|) e Moraxella catarrhalis
e anaeróbios.
Quais são indicações? Infecções respiratórias adquiridas na sociedade (pneumonias,
otites, sinusites – aqui pode ser tanto por gram+ - Streptococcus ou negativo Moraxella
e Haemophilus), urinarias (SULFAS), intra-abdominais, pele, partes moles (Cefuroxima
e cefaclor). Profilaxia em cirurgias colorretais - hemorroida, câncer - (cefoxitina – uso
restrito).
3º geração – ampliar o espectro de ação contra GRAM – e +. Apresentam atividade
reduzida a OSSA, mas tem atividade. A revolução aqui, foi a atividade anti-
pseudômonas aeruginosas (meningites e abscessos cerebrais adquiridos em hospital
– extremamente complexa). São as únicas que atravessam barreira hematoencefálica
– três membranas; duramater, aracnoide e píer mater (líquor). Além de meningites,
as pseudômonas são indutoras de pneumonias, infecção urinaria, intra-abdominal e
endocardites (somente ceftazidima trata pseudômonas – acesso restrito).
Cefotoxima e ceftriaxona são indicadas para infecções intra-abdominais, urínarias,
ósteo-articulares, endocardites, meningites comunitárias (Haemophilus,
pneumococos e meningococos).
Sinal patognomônico da meningite: vômito em jato. Reconheço os sinais.
Ceftriaxona é a primeira escolha até o antibiograma e abcessos cerebrais.
1º fazer a punção lombar para achar a bactéria no liquor e poder realizar a cultura.
Tem que ser bem treinado. Enquanto isso o paciente está na ceftriaxona.
Revisão:
Vimos as penicilinas naturais, as semissintéticas, as cefalosporinas de 1ª a 5ª geração.
E o que todos têm em comum? Mesmo mecanismo de ação.
Quando a gente usa qualquer beta-lactâmico inibimos duas enzimas: transpeptidases e
PBP – enzimas que catalisam a reação de formação do peptidoglicano - (proteínas
ligantes de penicilina) inibindo a formação dos peptidoglicanos. Têm atuação sobre
GRAM + e GRAM -. Ao decorrer da evolução o espectro de ação aumenta. Vimos que
algumas gram – são capazes de produzir cefalosporinases (ESBL E ampC) –
mecanismo de resistência. E as gram + vimos que o estafilococos aureus tem
resistência a meticilina – penicilina semissintética - e a oxacilina – direcionada para
tratamento de Staphiloccocus aureus (MRSA E ORSA).
A partir de cefalosporinas já inibe beta lactamases
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Monobactans – apresenta só um fármaco. Aztreonan – este medicamento é indicado
para ocasiões parecidas com a das cefalosporinas. As principais indicações dos beta-
lactâmicos é infecções complicadas (alta – piolonefrite) e não complicadas (baixo -
cistite) do trato urinário, infecções das vias respiratórias baixa (pneumonia),
septicemias, infecção de pele, fâneros (adjacências da pele; particularidades da pele.
Cabelo, unhas, pelos) e ginecológicas (tanto feminina como masculinas –
geniturinárias). Indicado somente para bactérias gram -, neaisseria, pseudômonas
aeroginosas, enterobacterias em geral.
Vantagem clínica: não são otototóxicos e nem nefrotóxicos. Apesar de ter uma excreção
renal, esta é muito lenta. Apresentam pouca semelhança estrutural com outros beta-
lactâmicos.
O fármaco alternativo é sempre segunda opção. É o caso do Aztreonan. Ele é usado
quando pacientes apresentam hipersensibilidade ou resistência a penicilinas e
cefalosporinas. São eficazes, mas não atuam sobre GRAM +. Alternativa para
tratamento de meningites por gram – em adultos.
Só disponíveis para uso parenteral.
Efeitos adversos:
Flebite – inflamação de vasos sanguíneos - e tromboflebite – mais grave, forma
trombos (igual em sulfas)
Minimização de efeitos adversos
Estratégias de resistência
ESBL e ampC. Tipos de beta-lactamases
Mecanismo de ação: iden a todos os beta-lactâmicos
Carbapenems
Repetições de indicações, porem com diferenças que explicam a importância dessa
classe.
Imipenem – indicada para GRAM + e -. Infecções óssea – na medula óssea é
produzido células sanguíneas – osteomielite - por Staphiloccocus e Pseudômonas
aeruginosa. Endocardite bacteriana (estreptococos), infecções do trato geniturinário
(estreptococos), intra-abdominais, infecções cutâneas e de tecidos moles. Uso
exclusivamente IV e é inibidor de beta-lactamases. Mais ativa contra gram + do que
o Meropenem. Ele é extremamente nefrotóxico e existem peptidases renais
(ENZIMA QUE DEGRADA IMIPENEM) que metaboliza o Imipenem e isso faz
com que para algumas infecções como do trato urinário não seja eficaz, para isso a
indústria farmacêutica associo esse medicamento a outro, a cilastadina que inibe
peptidases renais e a consequência disso é a atuação do Imipenem e além disso tem
um efeito nefroprototetor. Por conta disso é reservado para infecções hospitalares
graves por bactérias resistentes no SUS.
VANCOMICINA
Não é mais um beta-lactâmico e sim um glicopeptídio (classe), mas bastante parecido
com os betas. Também vai fazer parte da formação da parede bacteriana, só que não tem
atuação das transpeptidases mas sim das glicopeptidases. Praticamente restrita a UTI
Indicação: infecções graves causadas por cepas sensíveis de MRSA em pacientes
alérgicos a penicilinas. Endocardite estafilocócica, septicemia, infecções osseas, vias
respiratórias inferiores (Streptococcus), de pele, partes moles (Streptococcus e
Staphylococcus) e colite pseudomembranosa (problema arrumado para o paciente).
Pode ser associada a metronidazol atua sobre o metabolismo do microrganismo
(antiprotozoários).
Não tem atividade contra anaeróbias e Gram -.
Estratégias de resistência:
A vancomicina é muito restrita a ambiente hospitalar
VRE/VRSA – Staphylococcus aureus resistente à vancomicina/ enterococcus
resistente à vancomicina
Os enterococcus são bactérias de cavidade, são oportunistas.
Mecanismo de ação: inibe a glicosiltransferase, principal enzima que degrada os
glicopeptídio, sendo bactericida. Transferases – reação de segunda fase. A
glicosiltransferase junto com a transpeptidases formam a parede bacteriana.
Teicoplanina: alternativa à vancomicina, custo muito alto. É mais lipossolúvel do que à
vancomicina. As duas são EV. A possibilidade de intoxicação com a teicoplanina é
menor do que com vancomicina.
Efeitos adversos:
Hipersensibilidade
Gravidez (risco c) e lactação
Erupções cutâneas
Maculares (tipo de erupção cutânea mas é mais localizada)
Anafilaxia (reação inflamatória grave – queda abrupta de pressão arterial)
Nefrotoxicidade (excreção renal)
Ototoxicidade (atuação próximo ao sistema nervoso, pode levar a surdez)
Síndrome do pescoço vermelho – liberação de histamina induzida por infusão
intravenosa rápida. Reação inflamatória.
Nesse caso se a teicoplanina é mais lipossolúvel essa não seria reabsorvida mais
facilmente favorecendo a intoxicação?
Polimixina B/E
Agora vamos entrar em um outro grupo que possui outro mecanismo de ação que
interferem na síntese proteica bacteriana.
O Cloranfenicol é um fármaco, não constitui uma classe ou um grupo. As tetraciclinas
são uma classe dentro do grupo inibidores de síntese proteica.
Os dois são antibióticos bacteriostáticos, ou seja, não atuam somente sobre bactérias,
como protozoários. As sulfas são bacteriostáticas também, e os beta-lactâmicos
bactericidas.
Ao inibir a síntese proteica não estou matando a bactéria, impedindo somente sua
proliferação.
O Cloranfenicol está dentro da classe anfenicóis. Tem uma estrutura química
diferente. É de largo espectro, mas já existe resistência.
Histórico
Isolada em 1947 a partir do Streptomyces venezuelae, fungo.
Mecanismo de ação:
Inibição da síntese proteica bacteriana. A síntese proteica ocorre tanto em eucariotos
quanto em procariotos. A partir da molécula de DNA tenho a transcrição em RNA e a
partir do RNA a tradução em proteínas. E daí a gente teria a participação dos ribossomos
em ambos organismos, então é visível que temos um grande aparato para síntese proteica
e ela é diretamente ligada a frações ribossomais.
Como atua?
O Cloranfenicol impede a ligação ao RNAm na fração ribossomal 50s. Então o que ele
faz nessa porção 50s? Nessa subunidade existe uma enzima: peptil-transferase (ribozima)
– essa enzima que faz a organização dos aminoácidos para formação das proteínas. É uma
transferase, ou seja, reação de fase 2. Essa enzima é fundamental para formação dos
peptídeos, ou seja, o Cloranfenicol também impede a transpeptidação.
Inibi a peptil-transferase ligando-se a porção 50s do ribossomo por fim impedindo a
transpeptidação. Atua justamente na junção do RNAm e RNAt onde ocorre a tradução.
Bloqueia a formação de peptídeos.
Inibe a síntese de proteínas devido ao bloqueio especifico dos ribossomas bacterianos na
subunidade 50s (sitio P – inibição da peptil-transferase). Quem é o substrato natural do
sitio P? Peptídeos, ou seja, se ligam ao sitio ativo. Mas agora o Cloranfenicol que vai se
ligar. Ou seja, ele se liga competitivamente ao sitio P.
Em comparação o que a gente já viu o espectro de ação é ainda mais amplo. Gram + e -,
anaeróbios e a novidade Ricketsias, micoplasmas e clamídias (são obrigatoriamente
intracelulares).
As tetraciclinas também inibem a síntese proteica e tem amplo espectro de ação. São
bacteriostáticas. São divididas em naturais e semissintéticas.
Mecanismo de ação:
Por difundirem-se para o interior das células as tetraciclinas são potentes contra parasitas
intracelulares e microrganismos que não têm pare celular (micoplasmas).
Para um atb que atua na síntese proteica o medicamento tem que entrar na bactéria.
Se ela for mais lipofílica ela atua mais rápido e eficientemente, mas quando vou usar a hidrofílica
então? Quando precisar de um tratamento mais prolongado.
Espectro de ação:
Uso terapêutico
Cólera – Vibrium cólera, vibrião – o tratamento básico é soro por causa da diarreia. É
primeira escolha a tetraciclina.
Ricketisias – tifo e febre maculosa (1ª escolha) – são menos toxicas que o cloranfenicol
por causa da interferência na hematopoese.
Micoplasmas – pneumonia complicada de ser tratada, pois a detecção não é fácil. São
bactérias com similaridades de fungos por serem muito lentas para se reproduzir
Clamídias – tracoma, linfogranuloma venéreo, pneumonia (aqui a tetraciclina é
sistêmica em todas opções)
Uretrites não especificas
Gonorreia e sífilis – como substitutos para penicilinas
A minociclina e a doxiciclina são usadas no tratamento da acne – Corynebacterium/
Propionibacterium acnes, atuam sobre a inibição das lipases produzidas pela pele e
aumentam a concentração de gordura. {As bactérias produzem essas lipases então quanto
mais gordura na pele melhor para elas, as tetraciclinas iram atuar justamente no sitio ativo da
lipase e diminui a infecção} A doxiciclina é mais utilizada. Existem outras opções mas essa
é uma das principais escolhas.
Mecanismos de resistências:
Surge através de diversos mecanismo – gene tet (ten eleven translocation) – existe uma
translocação entre os genes 10 e 11 da bactéria provocando uma alteração
cromossômica logo resultando em uma mutação. Esse gene pode ser passado de
bactéria por bactéria assexualmente ou sexualmente
Adquirida por plasmídios: aparecimento de bomba de efluxo na membrana – leva o
fármaco para fora da célula, no caso a tetraciclina
Efeitos adversos:
RENAME
Revisão: já vimos a ação de 2 classes de inibidores de síntese proteica e esse é mais um.
Vimos o cloranfenicol (subunidade 50s dos ribossomos que atua sobre o sítio P , ação da
peptidil-transferase) e as tetraciclinas (subunidade 30s, sitio A, sitio de acoplamento,
aminoacil. Local onde há a ligação entre o RNA transportador e o RNA mensageiro
impedindo tradução.). Os dois tem um amplo espectro de ação envolvendo GRAM +,
GRAM -, Rickettsia, micoplasmas e clamídias.
A esquerda temos as duas subunidades, 50S e 30s. No meio existe uma linha 5’ 3’que
é a direção de leitura do RNA (tradução). O que parece uma cobrinha saindo do ribossomo
50s é a síntese proteica, ou seja, saída do polipeptídio. Então aqui é o início da síntese
proteica, pois é a partir do glicopeptídio que vai ter a formação da proteína madura.
A – existe a atuação do aminoglicosídeo bloqueando a ação da síntese proteica bem no
início. Processo de transcrição, acoplamento do RNA transportador ao mensageiro.
B – outro momento, processo já da tradução. Estimula a terminação prematura da
proteína. A bolinha vermelha é o aminoglicosídeo. Vai ter tradução mas é prematura, ou
seja, a proteína não é adequadamente formada.
C – inibir a incorporação dos aminoácidos corretos. Toda proteína é formada por
aminoácidos e é necessário que esses aminoácidos estejam. Por exemplo, o ácido fólico
é um aminoácido importante para formar algumas proteínas fundamentais para
hematopoese. Se eu não tiver a incorporação do ácido fólico eu não tenho esse
aminoácido. O polipeptídio pode até ser formado mas incorretamente.
Espectro de ação:
Mecanismo de resistência:
Toda enzima é uma proteína, normalmente o que ocorre é uma modificação no sitio
ativo dessas enzimas e que fazem com que os aminoglicosídeos sejam degradados
antes de poderem atuar.
Farmacocinética:
Toxicidade
É dose dependente
Promove lesão progressiva da cóclea e órgão vestibular – órgãos principais
Sintomas: vertigem, zumbido, ataxia (prejuízo no movimento) e queda da acuidade
auditiva, levando a surdez
Qualquer aminoglicosídeo pode causar esses sintomas, mas a estreptomicina e a
gentamicina são os mais agressivos. Dependendo da situação não tem reversão.
Contraindicação: pessoas com problemas auditivos
Nefrotoxicidade: (penicilinas também são, então tomar cuidado, pois tem associação
entre estes)
Também dose dependente e tempo.
Lesão primaria nos túbulos renais e ocorre com maior probabilidade em nefropatas
Bloqueio neuromuscular:
Inibe a liberação de acetilcolina na placa motora – nervos e musculo onde a
acetilcolina atua em receptores ionotrópicos promovendo a contração muscular –
receptores nicotínicos – receptores sódio e potássio (inibição de canais de sódio)
Uso concomitante com drogas curariazantes agrava– anticolinérgicos – antagonista
competitivo de acetilcolina. Indução de paralisia muscular do diafragma – apneia
Contraindicação: miastenia grave leva ao bloqueio neuromuscular por meio de uma
doença autoimune
RENAME
Gentamicina – componente básico: pomada oftalmológica/colírio, concentração
maior no humor vítreo
Amicacina – componente estratégico – restritos para determinadas infecções –
injetável – mais resistentes ás enzimas que inativam aminoglicosídeos. Uso restrito
para tratamento de infecções por MO resistente a gentamicina
Estreptomicina – componente estratégico – injetável – tratamento da tuberculose
MACROLÍDEOS
Revisão: estamos nos inibidores de síntese proteica
Cloranfenicol – 50s
Tetraciclinas - 30s
Aminoglicosídeos – 30s
E agora:
Macrolídeos
É importante pensar em qual subunidade os atb inibidores de síntese proteica atuam.
Vimos vários mecanismos de ação e o que muda é o local de atuação e o caminho da
inibição.
O macrolídeo também vai ter atuação sobre a inibição da síntese proteica. O mais
antigo é a eritromicina, muito usado para Gram + (Streptococcus e Staphylococcus)
principalmente em pacientes sensíveis a beta lactâmicos.
Atuam sobre a parede bacteriana.
Atualmente os mo apresentam muita resistência a eritromicina. O termo
macrolídeo deriva da estrutura, eles possuem um grande anel lactônico,
onde se ligam radicais. Esse anel lactônico é um éster.
Atualmente existem macrolídeos mais eficazes: claritromicina e azitromicina
Mecanismo de ação:
Atuam sobre a subunidade 50s. Interferem na reação de transpeptidação.
A eritromicina é bacteriostática.
Espectro de ação:
GRAM +
GRAM – ,A partir de
campy... –
enterobacterias
IST’S - intracelular
Farmacocinética da azitromicina
Artigo que ele tinha postado sobre associação da hidroxicloroquina com azitromicina.
Reações adversas:
Hipersensibilidade
Hepatite colestática (após 10-20 dias): náuseas, vômitos, cólicas abdominais,
icterícia (acumulo de hemoglobina em alguns tecidos), febre, leucocitose* ainda
não havia aparecido. Processo inflamatório do fígado e vesícula biliar (parada do
fluxo biliar) – a bile é fabricada no fígado e armazenada na vesícula biliar por
meio de ductos biliares, esses ductos que param. Acontece quando tem pedras na
vesícula também. Geralmente é reversível com a retirada do macrolídeo, quando
não se tem calculo biliar.
A eritromicina é mais toxica pois induz essa hepatite.
Risco C
Mecanismo de resistência:
Eritromicina
Espiramicina – mais utilizada em protozoários
Azitromicina: apresenta resistência cruzada com eritromicina. IST’s por
Chlamydia trachomatis. Uretrit e cervicite
Claritromicina; Streptococcus e Helicobacter pylori
FLUOROQUINOLONAS
Revisão: no vídeo anterior sobre macrolídeos o professor esqueceu de falar sobre um slide
e falará agora. A neisseria gonrrhoaeceae não é gonogococos, a que é, é a neisseria
meningitite.
Slide que faltou: a azitromicina, por exemplo, é para o tratamento da acne e além dessa
indicação temos para:
Trato respiratório superior, inferior (PAC e hospitalar),
Coqueluche e difteria – vacina em mais de uma dose; pentavalente - (eritromicina
– primeiro macrolídeo e por isso muitas bactérias já têm resistência, está ainda é
usada, pois existe vacina para essas duas doenças).
Otite média (pode ser uma complicação do quadro de infecção do trato
respiratório)
Infecções genitais por Chlamydia trachomatis (linfogranuloma venereo –
cloranfenicou e tetraciclinas), Neisseria gonorrhoeae, Haemophylus ducrei
(cancroide).
Vias de administração:
A maior parte é via Oral, pode ser mais utilizado pela população
Via endovenosa
O que já vimos:
As quinolonas não inibem síntese proteica. São uma classe isolada, pois tem uma atuação
diferente já vista. Atuam sobre enzimas também. São sintéticas, ou seja, não derivam de
nenhum organismo.
As quinolonas foram os primeiros fármacos que surgiram e logo após vieram as
fluoroquinolonas, o que as diferenciam é a presença do flúor.
As quinolonas iniciais:
1ª geração: ácido nalidíxico – não tem flúor
2ª geração: flúor passa a ser incorporado no carbono 6, no anel quinolônico. Quando o
flúor é adicionado muda a eficácia da molécula. Facilita a penetração do atb na membrana
bacteriana. O flúor então aumenta a afinidade do receptor pela molécula? Como o flúor
facilita a entra do atb sendo que este possui uma carga negativa e a molécula é grande?
Como ela entra na molécula? Tem facilitação devido ao átomo de flúor.
Ciprofloxacina mais usada que as outras
Ofloxacina
Faz parte do esquema de tratamento alternativo de hanseníase
Norfloxacina
Pefloxacina
Ciproonorpe – floxacina
3ª geração: levofloxacina – muito usada também
4ª geração: moxifloxacina
São de amplo espectro e bactericidas.
Até hoje temos muita utilização das de 2ª geração principalmente a Ciprofloxacina.
O que caracteriza essas gerações? A diferença é em relação ao espectro de ação. Parecido
com o que vimos para cefalosporinas. 3ª e 4ª geração apesar de poderem ter um espectro
menor são mais especificas.
Mecanismo de ação:
Inibem a topoisomerase II (DNA girase) e topoisomerase IV. Enzimas importantes no
processo de reprodução. As gerações também vão se diferir pela afinidade das enzimas
(quem tem afinidade é a enzima/receptor). A topoisomerase II (DNA girase) tem mais
afinidades pelas fluoroquinolonas de 2ª geração do que a IV, já a 3ª e 4ª agem mais ou
menos igual nas duas.
Nós temos essas duas enzimas e isso quer dizer então que as fluoroquinolonas podem
atuar nas nossas enzimas mesmo as da bactéria tendo mais afinidade.
Para que uma bactéria seja replicada ela precisa passar pelo processo de transcrição
(DNARNA) e de tradução (RNAPROTEÍNA).
As quinolonas atuam em um processo anterior de síntese proteica. Vão atuar diretamente
sobre o DNA bacteriano, este também é dupla fita. Essas duas fitas precisam se organizar
para que ocorra a síntese proteica e para replicação do próprio material genético. Então a
DNA girasse e TP IV são importantes para replicação do DNA bacteriano. A partir da
dupla fita a bactéria é capaz de fazer replicação. Se essas enzimas não estiverem atuando
direito a bactéria não tem a duplicação adequada. O resultado disso é que o cromossomo
bacteriano (cromossomos são formados por genes que são parte do DNA) fica
desorganizado. Por isso são bactericidas.
Inibem a topoisomerase II (DNA girase) e topoisomerase IV. Como? Elas se ligam no
sitio ativo ou inibitório dessas enzimas? A quinolona se liga ao sitio ativo rompendo as
pontes de hidrogênio estabelecidas entre a DNA-girase e o DNA e na topoisomerase IV
ao sitio inibitório, seja ligando no sitio ativo ou inibitório, o importante é inibir a enzima.
São antagonistas competitivas ou não competitivas do DNA?
Espectro de ação
Vai atuar sobre GRAM – e GRAM +, e sobre o Mycobacterium tuberculosis (não é nem
+ nem -, é corado por outro processo, elas são álcool ácido resistentes). A estreptomicina
(aminoglicosídeo) também age sobre o mycobacterium.
As quinolonas são uma opção quando não temos resposta com cefalosporinas e
aminoglicosídeos ou na presença de sensibilidade aos beta-lactâmicos. As quinolonas não
devem ser primeira escolha para tratar essas bactérias. É importante isso, porque hoje vê-
se um uso muito grande dessa classe que não deveria ocorrer por ser uma classe opção e
tem aumentado a resistência. Outros antibacterianos já combatem essas bactérias. As
quinolonas tem um preço mais caro. Cabe o uso quando precisa de um fármaco de amplo
espectro por dificuldade no diagnóstico. Questionar os prescritores.
Indicações terapêuticas:
Infecções das vias urinárias que não respondem a aminoglicosídeos – norfloxacina
e Ofloxacina
Infecções respiratórias por GRAM – (pseudômonas) /GRAM+ ( Streptococcus|)-
Otite externa
Gonorreia (neisseria gonorrhoeae) norfloxacina ou ofloxacina
Prostatite bacteriana – desde sulfas que envolvem infecções genitourinário e são
difíceis de serem tratadas pela baixa concentração na próstata. Exige uso
prolongado do antibacteriano, principalmente em homens mais idosos.
Norfloxacina
Pacientes imunocomprometidos – pacientes que tem outras infecções
Antisséptico urinário com reservado – ácido nalidíxico, isolado ou associado a
gentamicina (aminoglicosídeo). Tratamento profilático.
Farmacocinética das quinolonas:
Exemplo: Ciprofloxacina
São bem absorvidas via oral, mas existe a opção intravenosa. – caráter relativamente
lipofílico.
Boa biodisponibilidade
Apresentam concentrações séricas boas no trato urogenital (prostatites), respiratório
(liquido pleural), baixa concentração no líquor, ou seja, posso usar para tratamento de
sistema nervoso mas elas têm baixa atuação (exceto Ofloxacina).
Principais apresentações;
Ofloxacina: 200mg comprimido
Pefloxacina: comprimidos de 400mg e ampolas de 400mg
Ciprofloxacina: comprimidos de 250 e 500 mg
Mecanismo de resistência:
1- Mutações cromossômicas nos genes gyrA (cromossomal) que codificam a DNA
girasse: alteração do sitio enzimático de ligação do fármaco. O substrato da DNA
girasse é o próprio DNA, ela se liga por ponte de hidrogênio e o que acontece é
que a quinolonas rompem essa ligação, então é no próprio sitio ativo. Porem na
topoisomerase IV se liga ao sitio inibitório. Alterações no sitio enzimático no
geral, tanto inibitório quanto ativo.
2- Presença de bomba de efluxo e alteração das porinas presentes na membrana
externa de GRAM - diminuição da permeabilidade. Bombeia o fármaco para o
meio extracelular. As porinas são proteínas especializadas na passagem de água.
Algumas quinolonas usam as porinas para atravessar apesar de serem lipofílicas.
Só em gram -
3- Mutações do gene qnr (plasmodial – reprodução sexuada) – proteção da DNA
girase.
RENAME
As quinolonas estão no componente estratégico, pois são de alto custo e
apresentam certa resistência. Ciprofloxacina, levofloxacina, moxifloxacina,
Ofloxacina. São indicadas para infecções contra bactérias multirresistentes ou
quando macrolídeos e tetraciclinas não fazem efeito ou são contraindicados.
Quando não pode-se usar penicilinas.
Indicação: g-aeróbicas (salmonella, Shigella, campylobacter, neisseri e
pseudômonas)
ANTIMICOBACTERIANOS
Aula 1 – tuberculose
A primeira aula vai falará basicamente sobre tuberculose e no outro da lepra.
O que é a tuberculose?
É uma doença transmitida por aerossóis durante a fala, espirros e/ou tosse.
Micropartículas expelidas com capacidade de contaminar outra pessoa. Igualmente a
covid-19, o uso de máscara já ajuda também a evitar a tuberculose
Principais sintomas:
Tosse seca e prolongada de 3+ semanas (nada passa a tose mesmo com o uso de alguns
medicamentos – opióides e anti-histamínicos), dor no peito (devido a tosse) e hemoptise
(sinal patognomônico – sinal relacionada com a patologia, entretanto não está presente só
na tuberculose. Sangue nos líquidos biológicos, principalmente no escarro. É possível
encontrar em verminoses como ascaridíase também).
Sintomas sistêmicos:
Febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e peso e cansaço fácil. Sintomas
inespecíficos.
Fatores de risco:
Deve-se sempre estar atento para quando o indivíduo saudável não responder a ATB
regulares.
ISONIAZIDA
Mecanismo de ação:
Mecanismo de resistência:
RIFAMPICINA
Mecanismo de ação:
A partir da fita DNA ela polimeriza, ou seja, faz uma fita de RNA. Propicia a formação
do RNA da bactéria. É bactericida, pois eu estou agindo na formação do DNA da bactéria
e é impossível ela sobreviver sem RNA, pois não terá a síntese proteica. Ou seja, a
rifampicina atuará também na síntese proteica, porém não é um inibidor de síntese
proteica porque não age nos ribossomos, mas sim em uma enzima que gera a fita de RNA.
Ela não atua só sobre a micobactéria da tuberculose, mas da lepra também, assim como
em bactérias GRAM +.
1- Síntese proteica
2- Divisão
Mecanismo de resistência:
Indicações clinicas:
Tuberculose
Hanseníase
Tratamento de portadores nasofaríngeos de N. meningitidis, de indivíduos que
mantiveram contato com portadores de meningite meningocócica ou Haemophilus.
É encontrada a neisseria no trato respiratório superior e não só nas meninges
Reações adversas:
ETAMBUTOL
Daqui para frente os fármacos vão ter praticamente o mesmo mec. de ação da
isoniazida.
Mecanismo de ação:
Não é o fármaco principal. É usado em casos de reinfecção ou piora por não adesão do
tratamento infecção.
Indicação clínica:
Tuberculose pulmonar – mais comum das tuberculoses
Meningite tuberculoide
Infecções micobacteriana atípicas – tuberculose articular
Reações adversas:
Prurido
Dor articular
Distúrbios gastrointestinais
Dor abdominal
Mal estar
Cefaleia
Tontura
Confusão mental
Desorientação e possível alucinação
Gota aguda – hiperuricemia
Neurite periférica e ótica retrobulbar
Risco c
Estreptomicina – aminoglicosídeo
Primeiro no mercado e devido ampla utilização foi sendo retirado d mercado por causa
da resistência.
PIRAZINAMIDA
ETIONAMIDA
Componente estratégico
Esquemas de tratamento:
Escolhe o tipo que será usado, mas os medicamentos combinados já são escolhidos pela
OMS.
É o primeiro esquema para o paciente que acaba de descobrir que tem tuberculose, que
por lei é totalmente gratuito. Recebe todo mês o tratamento pelo SUS.
1- Fase intensiva
4 medicamentos – COXCIP 4
RHZE – Rifampicina, H isoniazida, Z pirazinamida, E etambutol
O único que tem o mecanismo de ação diferente é a rifampicina.
Não entraremos em dose.
Tratamento feito por 2 meses, 1 comprimido diário
2- Fase de manutenção
2 medicamentos
Tratamento feito por 4 meses, 1 comprimido diário
RH – rifampicina e isoniazida
Por que a pirazinamida saiu? Porque é considerada um medicamento de ataque
para bactéria, lembre-se que ela é bactericida de baixa potência e ela é importante
para controlar as reações inflamatórias da rifampicina e da isoniazida.
O etambutol é mais potencializador da isoniazida.
Já existem uma capsula associada desses dois medicamentos.
1- Fase intensiva
RHZE – Rifampicina, H isoniazida, Z pirazinamida, E etambutol
Tratamento feito por 2 meses, 1 dose diária
2- Fase de manutenção
RH – rifampicina e isoniazida
Tratamento feito por 7 meses
Por que demora tanto a fase de manutenção? O que explica isso? A infecção nas meninges
é mais grave. Porque a bactéria também demanda mais tempo para atravessar as meninges
e colonizar o sistema nervoso central então deve-se expandir o tempo de tratamento. O
tecido alvo é o pulmão, se chegou as meninges é porque já tem muito tempo de infecção.
Esquema de multirresistência
Geralmente nos 2 primeiros meses o paciente só reclama por conta das reações adversas.
Depois desse período ou até um pouco antes esses sintomas desaparecem e a pessoa acha
que está curada e para o tratamento.
A baciloscopia é necessária ser feita por pelo menos 1 vez por mês para verificar se está
havendo resistência.
É importante observar o tempo nas duas primeiras fases. Agora são 3 fases de tratamento.
1- Fase intensiva
Dura 2 meses
Estreptomicina (inibidor de síntese proteica – 30s), etambutol (mec. de ação igual
da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de 3ª geração – inibidora da
enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a duplicação do DNA – está no
lugar da rifampicina), pirazinamida (droga de ataque - mec. de ação igual da
isoniazida) e terizidona (mec. de ação igual da isoniazida)
S5 (5 dias) estreptomicina, E etambutol, L levofloxacina, Z pirazinamida, T
terizidona
2- Fase intensiva
Dura 4 meses
Estreptomicina (inibidor de síntese proteica – 30s), etambutol (mec. de ação igual
da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de 3ª geração – inibidora da
enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a duplicação do DNA – está no
lugar da rifampicina), pirazinamida (droga de ataque - mec. de ação igual da
isoniazida) e terizidona (mec. de ação igual da isoniazida)
S3 (3 dias) estreptomicina, E etambutol, L levofloxacina, Z pirazinamida, T
terizidona
3- Fase de manutenção
Dura 12 meses
Etambutol (mec. de ação igual da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de
3ª geração – inibidora da enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a
duplicação do DNA – está no lugar da rifampicina), terizidona (mec. de ação igual
da isoniazida)
ELT
Tempo de incubação: 2 a 20 anos – o que significa? Tempo que leva para que o paciente
manifeste os sintomas. Pode ser assintomático. E pode disseminar essas bactérias. As
micobactérias têm um ciclo parecido com fungos.
Sintomas:
1- Lepra tuberculóide
Poucas manchas na pele (até 5 lesões);
Versão mais branda da doença (forma paucibacilar – poucos bacilos)
Lesões mais agrupadas em uma parte do corpo
2- Lepra lepromatosa
+ de 5 lesoes
Versão mais grave da doença
Chamada também de lepra Wirchowiana (forma multibacilar – vários bacilos)
Acontece em várias partes do corpo, geralmente face.
3- Lepra dimorfa
É a intermediária. Mas tem caído em desuso, devido a inespecificidade. Não
usado na clinica.
Tipos de lesão:
A primeira apresente a forma da lepra lepromatosa. A direita superior também, mas com
manchas na pele com uma periferia avermelhada e o centro mais esbranquiçado. Em
baixo temos a lepra tuberculóide.
DAPSONA
É o principal medicamento
Bacteriostático
A dapsona irá inibir a primeira enzima, diidropteroato sintetase, assim como as sulfas.
É possível usar trimetoprima para inibir a segunda enzima mas não é necessária. A
dapsona é muito toxica então quanto menos medicamentos usar é melhor.
Indicações clinicas:
Tratamento Hanseníase
Tratamento Dermatite herpetiforme (viral – também acomete nervos – é como
se fosse herpes mas não é)
Tratamento e profilaxia de pneumonia por Pneumocystis jiroveci (pneumonia
induzida por fungo em imunocomprometidos) e toxoplasmose (protozoário
oportunista) em HIV +
Efeitos adversos:
Porque os tratamentos tanto para lepra quanto para tuberculose são feitos só por via oral?
Porque a bactéria demora para se reproduzir e a via oral é mais demorada. Assim a
absorção, metabolização, distribuição e excreção do medicamento acompanha essa
reprodução lenta. 2- Somado a isso, ao ser tomado por via oral ele passara pelo
metabolismo de primeira passagem diminuindo a toxicidade, logo de efeitos adversos. 3-
evitar reações adversas intensas
Nitratos na água
Sulfonamidas
Trimetoprima
Cloroquina
Primaquina
Dapsona
Metoclopramida (sistema digestório)
CLOFOZAMINA
Bactericida
Indicações clinicas:
Tratamento de hanseníase
Infecções por micobactérias atípicas (Mycobacterium avium-intracellulare) –
aves
Antibacteriano de 2ª escolha para pacientes dapsona resistentes
Quando eu inibo a síntese de ácido fólico estou inibindo também a incorporação desde
no DNA bacteriano. E ai dificulta a replicação.
A dapsona e a clofozamina têm mecanismos diferentes que resultam no mesmo por isso
quando bactérias são resistentes a dapsona pode-se utilizar a clofozamina. Mas ela não é
eficaz quanto a dapsona.
Reações adversas:
Pele e sistema gastrointestinal – idem aos outros antimicobacterianos
Oculares – pigmentação da córnea e conjuntiva devido a deposição de cristais
do fármaco – ressecamento, coceira, irritação – reação inflamatória ocular
Alteração na cor de urina, fezes saliva, suor – cor mais para o marrom
Glicemia elevada
Risco c
Esquemas de tratamento:
Pode acontecer de terem pacientes que tem as lesões multibacilar e além disso, lesões nos
nervos, e nervo não regenera. Então para amenizar isso preconiza-se o uso de corticoides
ou talidomida para levar uma imunomodulação. Assim estimula o sistema imunológico
para diminuir esses efeitos. Imunossupressão. Aqui dapsona.