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REVISÃO DE FARMACOCINÉTICA 1

Antes de começar com a farmacocinética...


O que é farmacologia? A farmacologia é uma ciência que está preocupada com a interação
de uma substância química (pode ser água, oxigênio, fluoxetina, ou seja, qualquer
molécula química) com o nosso organismo. E essa interação PODE levar a algumas
alterações fisiológicas.

Farmacologia – ciência que estuda uma interação  medicamento com o organismo 


PODE levar a uma alteração, não quer dizer que vá.

O que é droga? Termo mais genérico, usado. Qualquer substância química capaz de
alterar uma função do organismo.
Exemplo: planta – possui várias estruturas químicas, mas nem todas conhecidas, então
caracterizam-se como drogas, pois alteram a função, mas não sabe-se o que está alterando
essa função, qual substância.
O que é fármaco? Também é uma substancia química, porém é conhecida. Conhece-se a
estrutura química. Logo, eu posso dizer qual a substancia química que tem o efeito e qual
é esse efeito.
O que é o medicamento? Também é uma substancia química, porém com finalidade
terapêutica. Para o tratamento de algo. Utilizar uma substancia química conhecida,
esperando-se que altere uma determinada função do organismo com a finalidade
terapêutica. Essas são as substancias químicas de interesse para farmacologia.
Alguns medicamentos podem ser chamados de fármaco ou droga.
Voltando um pouco... a alteração fisiológica provocada pelas substancias químicas
podem levar a aproximação ou reaproximação com a homeostase. Homeostase (equilíbrio
das funções do organismo). Logo, o medicamento serve com o propósito de trazer a
funcionalidade de volta daquilo que não está funcionando adequadamente.
Essa não funcionalidade adequada de parte ou partes do organismo é o que gera os
sintomas, e levam a uma patologia. Quando tem-se um processo patológico significa que
há um distanciamento da homeostase. A medida que se usa o medicamento, o objetivo é
se aproximar da homeostase.
Importante - podem ter várias definições desses termos em outras fontes.
O estudo da farmacologia pode ser dividido em farmacocinética e farmacodinâmica.
Cinética e dinâmica tem a ver com movimento, o que diferencia um do outro é o
referencial, qual a base do estudo.
O que é farmacocinética? O referencial é o organismo. Quando eu uso um determinado
medicamento, o que o meu organismo faz com esse medicamento? Qual a forma que vou
entrar em contato com esse medicamento? Qual a administração? Qual o trajeto
percorrido? Como esse medicamento passa pela corrente sanguíneo? Para onde esse
medicamento vai?
O que é farmacodinâmica? O referencial é o medicamento, o fármaco, a droga. Quando
eu uso um medicamento, onde ele vai atuar? Como vai atuar? Qual mecanismo de ação?
Quais são os efeitos?
 De proposito ele vai embaralhar esses conceitos, mas apesar disso existem
medicamentos que podem ser chamados de droga e outros de fármaco, a maioria
dos medicamentos estudas são fármacos, pois tem estrutura conhecida e poucas
são drogas. Se tem função terapêutica é medicamento.

FARMACOCINÉTICA
Qual a forma que vou entrar em contato com esse medicamento?
Vias de administração – forma pela qual entro em contato com medicamento. Oral,
intramuscular, supositório...
Principal é a oral. Por que? Vantagens – via mais econômica em termos de custos;
prescinde de outra pessoa para administrar (autoadministração), desde que consciente;
envolve menor potencialidade de intoxicação, a droga vai ser transformada antes de
produzir um efeito severo, diminuindo a toxicidade. Desvantagens – transformar uma
substância significa metabolizar e isso demanda tempo. Tempo para obtenção de efeito
mais demorado e uma das justificativas para isso é exatamente a metabolização. Em
algumas situações é necessário agir rapidamente e para isso é necessária outra via de
administração, como exemplo numa crise de asma.
Especificidades para escolha da via oral. Pode ser do organismo ou do medicamento

pH de determinadas regiões, concentração de determinados ácidos, via digestória (é um


sistema oco, pois começa em uma cavidade e termina em outra, tem uma luz)
Via digestória
BOCA  ESÔFAGO  ESTÔMAGO (PH ACIDO)  INTESTINO DELGADO
(DUODENO, JEJUNO E ÍLEO ( PH BÁSICO )  INTESTINO GROSSO (COLON
ASCENDENTE, COLON TRANSVERSO, COLON DESCENDENTE (PH MAIS
ÁCIDO DO QUE DO INTESTINO DELGADO)  RETO SIGMOIDE  ANUS.
O fígado é uma glândula que pertence ao sistema digestório, mas não é importante nesse
momento de trajeto. Por enquanto...
Características anatômicas fisiológicas- precisa-se utilizar um fármaco que tem que ser
absorvido pelo organismo. Antes dele ser absorvido é necessário dar condições para ele
chegar em determinado lugar e lá aumentar a probabilidade dele ser absorvido. Existem
especializações de membrana para que isso ocorra, principalmente no intestino delgado
(DUODENO E JEJUNO). Quando se utiliza um fármaco via oral, os prováveis locais de
absorção são esses pois lá encontram-se as microvilosidades, ou seja, tem uma maior
superfície de contato. As microvilosidades ampliam a capacidade de absorção. Qualquer
coisa que entra pela cavidade oral tem a maior probabilidade de ser absorvida nesses
locais.
A indústria farmacêutica visa lucro, os medicamentos mais vendidos são aqueles de
administração oral. É mais barata, mas largamente vendida. Busca formulações para
administração oral.
Ph da substancia – pode ser alterado. Já que vai passar por um local ácido, se ela for ácida
não sofrerá muitas alterações, mas se for básica sim. Pensando nisso a indústria pode
alterar o ph da droga ou blindar com uma capsula, resina plástica... por isso vários
medicamentos podem ter formas farmacêuticas diferentes (comprimido, capsula,). Tudo
isso para não perder efeito.
Carga elétrica ou não – quando a substância tem carga elétrica tem mais dificuldade em
ser absorvida.
Lipossolubilidade – capacidade da droga passar por membranas – afinidade por lipídeos.
Para o medicamento sair da luz e atravessar para dentro da célula é necessário atravessa
essa camada fosfolipídica.
Membrana celular – bicamada de fosfolipídios (permite uma combinação com
substâncias que querem passar para o outro lado, para isso precisa ser lipossolúvel) +
proteínas internas e externas
Transportes –
Passivo –
Difusão simples – substância pequena sem carga elétrica e muito lipofílica. Gasta o
mínimo de energia. Depende da concentração sempre de onde está mais concentrada para
o menos. Exemplo: oxigênio.
Facilitado – precisa de uma outra estrutura ou substância para facilitar o processo, para
atravessar a célula. Substâncias carreadoras de outra substância. Normalmente é uma
proteína carreadora. Exemplo: Glicose (não é polar, mas é grande) e insulina – a insulina
carrea a glicose para dentro da célula através dos receptores de insulina na membrana.
Transporte através de canais iônicos. Não gastam energia. Sempre de onde tem + para
onde está -
Ativo – tem gasto de energia. Pode ser grande e ter carga elétrica. A substancia vai de
onde tem – para onde tem +. Bomba de sódio/potássio atpease, no repouso celular tem
mais sódio do lado externo e menos no lado interno, para ela permanecer em repouso é
necessário colocar mais sódio para fora, se o sódio entrar vai causar despolarização e o
neurônio, por exemplo, vai sair do repouso. E para isso gasta-se energia por meio da
enzima que quebra atp, a atpease. Contra o gradiente de concentração. O potássio está
mais do lado interno, e precisa continuar sendo jogado para dentro para sair do repouso.
Se perder vai ocorrer hiperpolarização. O potássio é pequeno, mas tem carga elétrica
positiva, e vai ser transportado contra o gradiente. Precisa de uma sódio-potassio atpease
Depende das características
Difusão ativa Grande Com carga elétrica - +
Difusão facilitada Pequena/ grande Carga eletrica +-
Difusão simples Pequena Sem carga eletrica +-
REVISÃO DE FARMACOCINÉTICA 2

O que justifica o uso da administração oral? Depende de especializações ou


especificidades do organismo como também da droga que vai ser utilizada, levando em
consideração principalmente o PH, características anatômicas fisiológicas
Em relação a droga? PH, presença de cargas elétricas que podem dificultar o transporte
dessa substancia, e o mais importante (lipossolubilidade).
Droga administrada por via oral: Droga administrada por via oral vai passar
provavelmente pela cavidade oral  esôfago  estomago e há maior probabilidade de
ela entrar propriamente em alguma célula e atravessar a membranas celulares na região
do intestino delgado, duodeno/ jejuno por que tem as especialidades.
- Quanto mais lipossolúvel essa droga for mais garantida é esse transporte.
- Boa parte dos fármacos são moléculas grandes, então difusão passiva provavelmente
não faz, porém pode ser facilitada com uma proteína carreadora por exemplo. Se tiver
carga elétrica, se for um íon a gente tem por exemplo o lítio, e como um íon ele entraria
em uma célula por meio de um canal iônico.
Exemplo:
Lítio = associado a sais de carbono (Carbonato de lítio). Via oral, pouco lipossolúvel,
geralmente tenho que garantir que vou conseguir passar esse fármaco através da
membrana celular, para conseguir isso eu associo essa substancia com principio
ativo com uma substancia muito lipossolúvel, uma substancia inerte em termos de
efeito.
Sal de cloro – cloridrato de fluoxetina, cloridato de ranitidina
Associação de substancias lipofílicas com não lipofílicas facilitando a entrada do
medicamento. Não é esperado que os, sais de carbono, por exemplo, promovam
efeito.
Obs: Grande parte das drogas vão fazer transporte ativo, se forem grandes, carga elétrica,
ou pouco lipossolúvel.

METABOLISMO DE 1º PASSAGEM:
Metabolismo: transformação de uma substancia em outra
Por que de 1º passagem? Porque vão haver outras passagens
O que acontece em cada passagem? Em cada passagem eu tenho uma nova
transformação.
O que faz essa transformação? Uma substancia X é derivada em uma substancia Y que
não foi aquela que eu tive contato.
Quem faz essa transformação? Uma enzima, temos enzimas em todos os órgãos e
sistemas, só que o local onde provavelmente espera-se que aconteça o metabolismo de
primeira passagem é o fígado.
Percurso da droga: cavidade oral esôfago estomago  duodeno  jejuno 
íleo  colon ascendente, transverso, descendente  sigmoide  reto  anus.
Cadê o fígado?? Ele não faz parte do trajeto da droga, só que a minha droga para chegar
até o fígado tem que passar pela minha primeira etapa farmacocinética, ou seja, a
absorção.

ETAPAS FARMACOCINÉTICA:
Entrou em contato com o fármaco, foi via oral? Beleza! Ao chegar no duodeno vai
acontecer a primeira etapa farmacocinética, que é a absorção.
O que é absorver? O processo de passagem de um lugar qualquer para a corrente
sanguínea, a absorção acontece independente da linha de administração. A única que não
acontece uma absorção é a endovenosa, no qual injetando dentro da veia, dentro da
circulação sanguínea já estou promovendo a ação da droga, fazendo mecanicamente.
Na via tópica, espera-se que não tenha absorção, só no local. Eu não espero absorver o
protetor solar, mas espero que atue naquele lugar que aplique.
Na via oral, a absorção é fundamental, e é preciso atravessar a membrana celular, para
conseguir tal coisa, lembrem-se tenho duas camadas lipídicas, quanto mais lipossolúvel
for o meu fármaco, mais facilitada será sua absorção.
 Absorção: processo de passagem para a corrente sanguínea através de transporte
passivo, facilitada, ativo.
Uma vez na corrente sanguínea pra onde vai o fármaco? O fármaco não vai a lugar
nenhum, lembrem-se o organismo vai comandar pra onde o fármaco deve ir.
A área do duodeno drena diretamente para o fígado, via sistema porta hepático que
favorece o transporte de tudo que chega ao duodeno direto para o fígado.
Ao chegar no fígado, se encontram com enzimas metabolizadoras, e essas que vão
propiciar o metabolismo de primeira passagem, pelo fato de ser a primeira vez de ele
passar pelo fígado, no qual vai ser transformada em outra substância.
X em Y, mas porque não tomar logo a y? Para não sofrer transformação Y pode se
transformar em Z, e a gente quer o efeito de Y. Truque farmacêutico – a indústria para
vender o medicamento ela precisa saber que o medicamento vai ser transformado.

 Distribuição: órgãos de alta perfusão  Órgãos de baixa perfusão sanguínea


Alguns dizem que o metabolismo de primeira passagem já está no processo de
distribuição, pois antes de ocorrer o metabolismo o medicamento já passou do duodeno
para o fígado. Outros dizem que está na fase de absorção, pois só ocorre a distribuição
após a metabolização.

Perfundir é a quantidade de sangue que passa por um determinado órgão ou tecido


Alta perfusão. Onde tem muito sangue em seu organismo? Intestino (jejuno e duodeno
principalmente), coração, pulmão, rins... tem altíssima perfusão, o fármaco chegará
rapidamente nesses órgãos.
No segundo momento teria passagem por órgãos de passagem de baixa perfusão.
Tecido ósseo, tecido adiposo (depósito de fármacos, para isso pacientes obesos devem ter
dose de medicamento ajustada), tecido em repouso... tem baixa perfusão.
Uma pessoa obesa que faz uso continuo de medicamento e um tempo após realizar um
tratamento de emagrecimento natural (que não tira a gordura) pode sofrer intoxicação por
conta da liberação do fármaco que estava depositado na gordura?
IMPORTÂNCIA DA PROTEÍNA PLASMÁTICA.
Dentro do organismo tem também o plasma (o plasma é a parte liquida do sangue) onde
está o fármaco, porém existem proteínas plasmáticas que podem interagir com o fármaco
facilitando sua distribuição.
Albumina – é uma proteína básica. Afinidade por substancia ácida. Então se após o
metabolismo o fármaco for ácido ele se ligara a essa proteína.
Globulinas - alfas e gamas – são ácidas. Afinidade por substância básica
Mas então meu fármaco não se neutralizaria? Não, porque os receptores das proteínas
plasmáticas são silenciosos porque não tem efeito.
- O fármaco não tem efeito sobre proteínas plasmáticas.
- O fármaco sem está ligada a proteína plasmáticas ela tem mobilidade muito pequena.
Faz de conta que se tenha uma droga psicotrópica, um antidepressivo, e ele tem que
chegar no cérebro, porém ele foi absorvido pelo duodeno, passou pelo fígado, do
fígado até o cérebro é longe, muito longe, se depender só do fármaco provavelmente
não chegará sozinho, ele deve se ligar a uma proteína plasmática, se ele for acido
pode se ligar a albumina, se for básico globulina, assim chegará ao cérebro.
Duvida?
Meu fármaco ligado a proteína plasmática, como ele vai atuar em um outro tecido,
pois se é um antidepressivo eu não espero o efeito do antidepressivo em uma proteína
plasmática?
- Ele tem que se ligar em um receptor do neurônio, então de alguma forma tem que se
desligar da proteína para se ligar ao receptor do neurônio, não sendo um receptor
silencioso, vai ter uma atividade esperada.
- Isso vai depender de afinidade.
Afinidade do órgão alvo tem que ser maior do que a afinidade da proteína
plasmática.
Quem tem afinidade é o tecido pelo fármaco.
 METABOLIZAÇÃO: Transformação de uma substancia mais lipofílica para
menos lipofílica.
- Se uma substancia é mais lipofílica ela vai ter facilidade para atravessar a membrana
celular.
Quando uma substancia é muito lipofílica ela tende a ficar no organismo, somente quando
se torna menos lipofílico que é eliminada

METABOLISMO DAS DROGAS:

Três coisas diferentes podem acontecer quando sua droga é metabolizada.


Existe dois tipos de reação fase 1 e 2
- Tem droga que não passam pela fase 1
- Tem drogas que passam pelas fases 1 e 2 para depois serem eliminadas
- E tem drogas que não passam nem pela fase 1 e nem pela fase 2
Tenho dois tipos de metabolitos, ativos e inativos.
Ativo: muito lipofílico
Inativo: pouco ou nada lipofílico
- Ambos vão ter reações da fase dois, na reação da fase dois só tende a acontecer a
conjugação, nesse caso se torna uma substancia tão grande que não tem mais como
interagir com nenhum receptor e/ou membrana.
Resultado: eliminação, droga se tornou muito hidrofílica, tende a ser eliminada, enquanto
ela for muito lipofílica ela fica no organismo, hidrofílica será excretada.
Como vou saber qual fase eles vão fazer?
- vai depender de enzimas que metabolizam essas substancias, essas que podem está
presente nos rins, sistema nervoso central, nos intestinos, então para cada enzima se tem
substratos específicos, enzimas tem locais de ligações, tem seus receptores e afinidade
pelo fármaco e a partir daí dá para saber se é fase 1 ou fase 2.

REAÇÕES DE METABOLIZAÇÃO
 Fase 1: funcionalização
- Oxidação, estou acrescentando oxigênio em uma molécula. Pode acontecer
sem a presença de oxigênio, chamasse de reação de oxidação quando uma
outra substancia que não seja oxigênio perde elétrons, sendo assim ela oxida.

- Redução  pode alterar a molécula acrescentando elétrons a ela. Quando


o oxigênio está presente retira ele

- Hidroxilação  acrescenta radical para certa molécula. -OH

- Desalquilação  alquilação adicionar radical metil ou etil na molécula.


Desalquilação retirar o etil ou metil da molécula

- Desaminação  aminação, adicionar amina na molécula . Desaminação


retirar a amina.

 Fase 2: Conjugação com compostos mais hidrossolúveis – transferases

- Glicuronil
-Glicuronil transferase ...
- Acetil
- Fosfato
- Glutamil
Recém nascidos não fazem fase 2, pois nós não nascemos com transferases
Eu arriscaria dizer que todos os antibacterianos demanda uma reação de fase 2, e
alguns dele por exemplo glicuronização, então tem que tomar muito cuidado com
isso, dependendo do antibacteriano você vai administrar no recém nascido ele vai
morrer intoxicado por que ele não vai conseguir metabolizar justamente porque
ele não tem transferase para metabolizar um composto que é o glicuronil, então
essa substancia vai poder acumular no organismo desse recém-nascido matando
o recém-nascido, então esse é um erro gravíssimo de alguém que não sabe
farmacologia.

 EXCREÇÃO: Eliminação de substancias menos lipofílicas e reabsorção das mais


lipofílicas.
Quando se fala de excreção o que se passa pela cabeça é eliminar, só que não é só
isso no processo de excreção. Vamos rever?

São dois processos muito importantes para a excreção, para você se situar esse esquema
da esquerda está mostrando que é a luz não intestinal, mas do túbulo renal. Dai a gente
faz um parêntese para pensar o seguinte.
Qual o órgão principal excretor que a gente tem no organismo? Os rins, sistema
urinário é o principal sistema excretor, mas também tem o digestório pelas fezes, é
possível você excretar um fármaco pelas fezes, mas a grande maioria é excretado
predominantemente pelos rins. Então a pesquisa daquele fármaco, no fármaco, mas
geralmente no seu metabolito, porque provavelmente ele pode ter sido metabolizado, a
pesquisa do metabolito é feita na urina, dependendo do fármaco você pode procurar nas
fezes. As fezes são um material ruim para pesquisar substancia química pela dificuldade,
as vezes tem muitas outras substancias presentes ali, fruto da digestão e pode dificultar o
achado de alguma substancia. Mas por exemplo, metais livres tem carga elétrica seria
pouco lipossolúvel tem tendência de eliminar, metal em excesso, a grande maioria dos
metais quando em excesso a busca do metal vai ser predominantemente nas fezes, na
urina também, justamente pelo processo da eliminação.

Voltando o sistema urinário, sendo o principal para fármaco.


Tem dois processos que são importantes rever a secreção e a reabsorção. Secretar uma
substancia significa, transportar a substancia do plasma sanguíneo para a luz capilar do
túbulo renal, já a reabsorção tem o processo oposto do túbulo renal para o plasma
sanguíneo.

Túbulos renais são microrins, são as partes microscópicas dos rins


Parte do túbulo renal: Capsula de BOWMAN – Filtração de todas as substancias de
baixo peso molecular. (Não é importante para fármaco)
Tubulo proximal – secreção ativa de algumas drogas eletrolíticas fracas,
especialmente ácidos. Reabsorção de água. (Muito importante para fármaco) Grande
parte dos fármacos vão sofrer secreção ativa no túbulo proximal, então a região do túbulo
renal que espero que tenha secreção é no túbulo proximal e perceba que é secreção ativa,
gasta energia para passar do sangue para dentro do túbulo renal, o túbulo renal por dentro
é oco.
Alça de Henle: não é tão interessante para fármaco, por que basicamente acontece a
reabsorção de água.
Túbulo Distal – que volta a ser importante para fármaco, porque no túbulo distal que
provavelmente vai acontecer tanto a excreção passiva quanto a reabsorção de drogas
ainda lipossolúveis.
Tubos coletores- reabsorção de água.
Quem continuou no túbulo renal, só tem um destino a urina.
Chegou no túbulo distal é pouco lipofílica ela é eliminada, quando é muito lipofílica ela
é reabsorvida e volta para corrente sanguínea e redistribuída e fica assim o ciclo até a
substancia ficar hidrofílica.

ALGO A MAIS
Meia Vida plasmática.
 Tempo para haver redução de metade da concentração de uma substancia.
- Então vamos dissecar o termo.
Onde está meu fármaco? No plasma sanguíneo
Porque meia vida e não vida inteira? Meia é porque vai ter redução de metade da
concentração inicial.
 Concentração X dose
Quando eu falo de concentração de uma droga é diferente de dose.
Concentração = massa/volume. A massa do meu fármaco pelo volume de sangue onde
ele está no volume de plasma. Que é a parte liquida do sangue.
Quando eu falo que meia vida plasmática é o tempo que vai levar para redução de metade
da concentração de uma substancia é o tanto que tem da substancia diluído no plasma
sanguíneo.
Dose= massa da droga/peso do paciente. O quanto daquela droga está disponível por peso
do meu paciente.
 Meia vida plasmática total: somatório das meias vidas (de 4-5)
Exemplo: 20 mg do medicamento
20mg -------------10mg------------5mg-------------------------2.5mg----------------
1.25mg
Tempo de meia vida após 2horas
2hr+2hr+2hr+2hr= 8horas
Somatória das meias vidas plasmáticas é = 8
Contar as setinhas
A meia vida plasmática 8/ pelo tanto de setinha
Sempre é de 4 a 5 meias vidas
Excipiente – substancia inerte.
Quando eu sei que está na hora de tomar uma nova dose? Quando eu cheguei a 10%
da dose inicial.
Se eu espero zerar, o efeito zera, a perda de efeito, tenho que manter a ação do meu
fármaco. Para o esse fármaco tenho que tomar de 8 em 8 horas.
O que vai variar de fármaco para fármaco?
A meia vida plasmática
Isso gera outro conceito: o estado de equilíbrio da droga (‘’steady-state’’)
-Chegou em 1.25mg tenho que tomar outra dose, sobrou 10% após 8horas tomarei o
fármaco com os 10% 21.5. Após mais 8horas 23mg e por aí vai.
Em um tratamento crônico onde vai dar isso?
Vai chegar no estado de equilíbrio onde o tanto que elimino vai ser igual ao que a inicial.
Perco 20mg mas mantenho 20mg.

PERGUNTA PARA DISCUTIR 31 DE AGOSTO:


A MANUTENÇÃO DE UM TRATAMENTO CRÔNICO LEVARIA AO
ACÚMULO (TOXICIDADE) DA SUBSTANCIA NO ORGANISMO??
REVISÃO FARMACODINÂMICA 1
Farmacodinâmica – o que o fármaco faz com o organismo?
O que diferencia farmacocinética de farmacodinâmica é o referencial.
Mecanismos de ação: como esse fármaco atua no meu organismo? Quem sabe
farmacologia é quem sabe mecanismo de ação.
Efeitos:
 Esperados: não está errado usar como sinônimo de principal.
 Desejados: não está errado usar como sinônimo de principal.
 Principais: linguagem mais técnica dentro da farmacologia, mais recomendado
usar. O que eu espero de um antidepressivo? Que trate sintomas, como efeito
principal, da depressão. É aquele que se objetiva em um tratamento.
 Indesejados: sinônimo de não esperado. Você começou a tomar um medicamento
hoje, e como efeito inesperado te deu diarreia. Seria muito ruim isso.
 Não esperados: sinônimo de indesejado. Você começou a tomar um medicamento
hoje e foi para uma entrevista, e como efeito inesperado te deu diarreia. Seria
muito ruim isso. Você não esperava.
 Adversos: termo mais técnico para efeitos inesperados e indesejados. Tenho um
prejuízo, conotação ruim.
 Colaterais: não é sinônimo de efeito adverso. É aquele efeito que está do lado de
outro efeito. São aqueles efeitos que estão em conjunto com o efeito principal,
mas não necessariamente são adversos. Eu utilizo por exemplo, fluoxetina, qual é
o efeito principal? São aqueles sobre o sintoma da depressão, mas quais os
colaterais? Indução de náusea, enjoo. Nesse caso o efeito colateral é um efeito
adverso, pois ele também prejudica. EFEITO COLATERAL ADVERSO. Mas a
fluoxetina também promove perda de peso, e para algumas pessoas isso é mais
pronunciado e para outras não, entretanto, pessoas que têm a depressão associada
a obesidade terão benefício, ou seja, nesse caso o efeito colateral é benéfico.
EFEITO COLATERAL BENÉFICO. Mas esse efeito pode ser prejudicial para
pacientes, anoréxicos por exemplo. Varia de paciente para paciente.
Geralmente o efeito colateral tem uma conotação ruim para população, mas não é bem
assim. Ele só diz que não é o efeito principal.
Potencia X eficácia
Potencia: quantidade de uma droga necessária para produzir 50% da resposta máxima
que a droga é capas de induzir. Usado para comparar compostos dentro das mesmas
classes de drogas. Exemplo: antidepressivos: existem várias classes, umas das classes
são os ISRS – INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SERETONINA
– ANTIDEPRESSIVOS DE SEGUNDA GERAÇÃO. Dentro dessa classe tem a
fluoxetina e paroxetina, os dois tem o mesmo mecanismo de ação. Mas então para
que duas drogas diferentes, qual a diferença entre elas? A potência da paroxetina é
maior do que da fluoxetina. Para que eu preciso saber disso? Eu tenho um paciente
depressivo, e duas drogas para o tratamento, qual vai ser minha escolha? Por que a
escolha geralmente é o de maior potência? Porque se a potência é maior vou precisar
de uma quantidade menor para obter o mesmo efeito. Qual a vantagem clinica disso?
Menor risco de toxicidade. Por que nem sempre a escolhida é a de maior potência?
Porque as vezes uma droga de maior potência precisa que precisa de uma quantidade
menor para produzir o efeito, pode gerar um efeito muito intenso, dependendo do
paciente é perigoso. Às vezes é necessário um efeito mais brando. Drogas de maior
potência são boas para alcançar um efeito factível com menor quantidade evitando
toxicidade e as de menor potência são interessantes quando não exige muito efeito.
Eficácia: consequência do efeito da potência. Grau de capacidade da droga (agonista)
produzir a resposta desejada. Se eu tenho um medicamento que tenha alta eficácia e
alta potência, os efeitos se amplificam, tanto principais quanto adversos.
Leitura de gráfico: não tem nada marcado no eixo x nem no eixo y. A linha tracejada
significa eficácia máxima. O que é cada eixo?
Eixo y: tempo que a droga demora para produzir 50% da resposta máxima. Representa
o efeito.
Eixo x: concentração (volume sanguíneo) ou da dose (peso do paciente) da droga para
produzir efeito desejada.
São três drogas agonistas diferentes, pois todas têm efeito. Todas atingem a eficácia
máximas. A, B e C são drogas eficazes. Mas qual delas tem maior potência? A
concentração de A para atingir a resposta máxima precisa estar em uma concentração
menor para gerar o mesmo efeito que B e C.
Em termos de potência são diferentes, mas a eficácia é igual.
Gráfico dose X efeito.
Eixo X: concentração (potencia) quanto menor necessária a dose para produzir um
efeito mais potente inversamente proporcionais
Eixo Y: efeito (eficácia)
A potência e a eficácia de D são maiores, pois ele atinge eficácia máxima e produz
50% do efeito em menor dose ou concentração.

Afinidade: é uma característica do receptor e não da droga. Capacidade de um


receptor ligar-se ou interagir com uma droga. Força de ligação droga-receptor. Tem
relação com a potência. Qual é essa relação? Se potência é quantidade uma droga para
ter seu mecanismo de ação, se ela precisar se ligar a um receptor, esse receptor precisa
ter afinidade por esse receptor, ou seja, drogas muito potentes se ligarão mais
facilmente aos receptores por isso necessitarão de uma concentração menor. Uma
droga que tem alta afinidade geralmente é muito potente. Diz respeito somente a
ligação, interação física.

NÃO SIGNIFICA QUE TEM ALTA AFINIDADE QUE SERÁ EFICAZ POIS ISSO
DIZ RESPEITO A CAPACIDADE DE ATIVAÇÃO DO RECEPTOR, OU SEJA,
ATIVIDADE INTRÍNSECA.

Atividade intrínseca: capacidade de um receptor ser ativado por uma droga após sua
ligação. É uma característica do receptor. Tem relação com a eficácia. Quando a droga
se liga eu espero que o receptor gere uma resposta, ou seja, que haja eficácia, que
produza um efeito. Tendo uma alta afinidade eu espero que ela também haja alta
atividade intrínseca.

Podem ter receptores com alta afinidade e baixa atividade intrínseca. Pois várias
drogas podem se ligar a um receptor mas nem todas vão ser capazes de promover a
atividade intrínseca do receptor.

 Os agonistas parciais, podem ter alta afinidade e baixa atividade intrínseca?


 Antagonistas tem alta afinidade mas não tem atividade intrínseca, pois não geram
efeito??
REVISÃO FARMACODINÂMICA 2

Revisão do primeiro vídeo – mecanismo de ação, efeitos, o que a droga faz com o
organismo. Potencia, eficácia, (droga) afinidade e atividade intrínseca (receptor).

Agonista: drogas que alteram (pode aumentar ou diminuir a ação celular) a fisiologia de
uma célula por ligação a receptores da membrana plasmática ou receptores intracelulares.
Sempre serão substâncias exógenas – drogas, fármacos, medicamentos.
 Total – um agonista total deve ter alta potência? Deve ser minimamente potente.
E o receptor deve ter afinidade. E atividade intrínseca? Se eu espero que um
fármaco promova o efeito, então tem que ativar a atividade intrínseca desse
receptor promovendo a ação celular.

Eixo x: dose
Eixo y: resposta
Eu tenho uma droga x que em sua baixa dose alcança seu efeito máximo. Curva
de um agonista total. Por que é agonista? Porque teve efeito.
 Parcial – uma droga que não produz efeito máximo mesmo com todos os
receptores ocupados.

Interpretação do gráfico:
Eixo x: concentração
Eixo y: resposta
A droga A é um agonista total, pois tenho resposta máxima (100% de efeito) – tem
potência, eficácia máxima, deve ter afinidade alta e alta atividade intrínseca.
A droga B é um agonista parcial, pois a resposta não é máxima. – tem alguma potência,
eficácia relativa, tem afinidade, mas menos que A, e atividade intrínseca.
Na clínica: para que vou escolher um agonista parcial? Quando B será melhor que A?
Quando alterar a prescrição? As vezes não me interessa um efeito tão intenso, pode ser
demais para certos pacientes, é necessário pensar nos parâmetros farmacocinéticos
(EXCREÇÃO, METABOLIZAÇAO), pois por traz de um efeito principal intenso
também haverá um efeito adverso intenso. Nem sempre existe a possibilidade de um
agonista parcial, pois não há muito no mercado.
As duas promovem efeito, por isso são agonistas.
Antagonistas: inibem ou bloqueiam respostas causadas pelos agonistas. Não induzem
resposta celular (efeito). Usa-se para não ter efeito ou inibir um efeito. Por exemplo: um
paciente usou um medicamento que está causando um efeito muito intenso, para reverter
isso uso um antagonista. Sempre colocar se é competitivo ou não.
 Antagonista competitivo: compete com um agonista ou substancia endógena pelos
mesmos receptores. Altas doses de um agonista podem geralmente sobrepor-se ao
antagonista competitivo. A competição é pela ligação com o receptor. O receptor
tem afinidade por antagonista? SIM. Quem ganha a competição? Quem está em
maior concentração. O antagonista não ativa receptor. Nunca será alostérico.
Interpretação do gráfico:
Eixo x: concentração do agonista
A concentração do agonista aumenta para manter o efeito máximo, pois está na presença
do antagonista.
Não existe curva do antagonista porque ele não tem efeito.
Eixo y: ligação receptor
Curva preta – em uma baixa concentração eu tenho uma ligação de 100% dos receptores.

 Antagonista não competitivo liga-se a um local diferente do domínio de ligação


do agonista (MAN – modulador alostérico negativo – modula diminuindo a ação
de outra substância). Como se dá essa modulação?
Induz mudanças de conformação no receptor, de modo que o agonista não reconhece mais
o seu lugar de ligação.
Altas doses de agonistas não se sobrepõem ao do antagonista nesse caso
Pode induzir uma mudança metabólica intracelular
Todo antagonista será um modulador negativo do agonista.
MAP – modulador alostérico positivo – nunca será um antagonista.
Alostérico – substancia que se liga em um outro local diferente da substancia
endógena ou agonista. Então o antagonista não competitivo sempre será
alostérico.

O meu receptor era um e com a ação do antagonista não competitivo passa a ser
outro e não é possível o agonista se ligar. O receptor perde a afinidade para se
ligar a droga, logo não tem atividade intrínseca e eficácia.

Interpretação do gráfico:
Altas doses do agonista não se sobrepõem ao antagonista não competitivo.
Na curva preta não pontilhada, é a curva do agonista sem a presença do
antagonista não competitivo. E as curvas subsequentes mostram que o efeito do
agonista diminui mesmo com aumento da dose, ou seja, não adianta aumentar a
dose do agonista. O antagonista não competitivo tem potência? Sim, porque ele
precisa se ligar a um receptor para modular o receptor que se liga ao agonista, mas
o do competitivo é mais, pois ele compete. Tem eficácia? Não pois antagonista
não tem efeito. Tem afinidade? Sim. Tem atividade intrínseca? Não.

 Locais de ação dos medicamentos

Receptores:
- membrana: 90 % dos receptores são de membrana. Tem dois componentes
(proteína e lipídeos) então a maioria dos receptores são proteicos, mas por
exemplo, o receptor de THC e canabidiol (princípio ativo da Cannabis) é lipídico,
pois ele é de natureza lipídica. Quando o indivíduo fuma maconha seus receptores
lipídicos no sistema nervoso se ligaram ao THC que é a substancia mais
abundante. Mas a maioria dos receptores são proteicos (formados por peptídeo –
2 a 19 aminoácidos – mais que isso já são proteínas).
- citoplasma: tem outras naturezas mas a maioria também é proteica, tanto no
citoplasma quanto no núcleo.
- núcleo celular: membrana lipoproteica. Geralmente está na membrana do núcleo.
A maioria é proteica também, mas tem lipídicos como receptores de hormônio
(estrógeno e progesterona).

Canais iônicos: também localizados na membrana celular. São sempre proteínas.


O que passa por um canal iônico? Um íon, ou para entrar ou para sair. Canal de
sódio, potássio, cálcio, lítio. Onde o medicamento se liga no canal iônico? Sítios
de ligação. Não existe receptor no canal iônico. Existem receptores ligados aos
canais –ionotrópicos- e receptores que são independentes do canal -
metabotrópicos.

Sítios de ligação enzimáticos: também não tem receptor. Existem sítios inibitórios
e ativos. Que substancia ativa a enzima? O substrato da enzima. A forma do
substrato se encaixa perfeitamente no sitio ativo. Mas jamais se encaixaria no
inibidor. Quando uma substancia se liga no sitio inibitório esta modifica a
conformação do sitio ativo impedindo o substrato de se ligar, ou seja, não ocorre
ativação. As enzimas são responsáveis por produzir metabólitos ativos e inativos,
se for induzida a ação da enzima pela ativação do sitio ativo. Eu posso ter uma
ligação tanto no sitio ativo quando no inibitório? Sim, mas o metabolismo é
diminuído.
A lactose é o substrato original da enzima lactase. Quem ativa a lactase? A lactose,
então a lactose se ligará no sítio ativo. A presença de lactose que induz a enzima.
Uma pessoa com deficiência de lactase passa mal quando toma lactose, pois a
lactose não é metabolizada. Ou tem um inibidor competitivo do sitio ativo da
enzima ou um não competitivo que vai se ligar a um sitio alostérico da enzima
modificando o sitio ativo e impedindo o substrato de se ligar. Inibidor competitivo
e inibidor não competitivo.
O THC tende a se ligar em enzimas no sitio ativo induzindo enzimas. Você tem
pacientes na clínica usando antibiótico, mas ele fumou maconha o que eu espero
da ação desse antibiótico? O THC vai acelerar o metabolismo e logo vão ser
formados mais rápidos metabolitos ativos e inativos. Ou seja pode ocorrer um
efeito mais rápido, mas o medicamento vai ser excretado mais rápido também.
Resultado: perca de efeito. O álcool também é indutor enzimático (cyp p450).
RESULTADO: tende a excretar o fármaco mais rapidamente. A fluoxetina é um
inibidor enzimático, ela vai inibir a MAO – monoaminooxidase - e isso é um
grande problema, pois vários alimentos são substratos dessa enzima, ou seja, são
metabolizados por ela. E quando faz-se tratamento com fluoxetina tem o
metabolismo retardado, causando enjoo, náuseas. Muitas pessoas não aderem a
esse tratamento por isso.
Consequência do uso crônico: vários tratamentos dessa disciplina serão crônico e
causarão:
- up – regulation: aumento do número e atividade intrínseca dos receptores.
(Geralmente antagonistas, pois ele não ativa o receptor, e por uma questão
adaptativa o organismo tende a expressar novos receptores)
- down regulation: diminuição do número e atividade intrínseca dos receptores
(Geralmente agonistas, pois ele ativa o receptor, e por uma questão adaptativa o
organismo tende a diminuir a expressão novos receptores)

Discussão:
É possível classificar um medicamento que atue sobre sítios enzimático como agonista,
antagonista competitivo ou não?
Sim, é possível. Porque não devemos olhar para enzima e sim para a substância
afetada (substrato).
VÍDEO 1 – AGENTES QUIMIOTERÁPICOS, ANTIBIÓTICOS,
ANTIMICROBACTERIANOS, ANTIBACTERIANOS

Dar uma olhada na nomenclatura utilizada para tirar dúvidas do senso comum.
Classificação do mais amplo para o mais restrito
Agentes quimioterápicos
Antibióticos
Antimicrobacterianos
Antibacterianos
Então esse bloco, é um grande bloco sobre quimioterápico. Quimioterapia em
farmacologia não é a ideia de alguém estar fazendo quimioterapia como tratamento de
câncer. Em farmacologia, é um termo mais amplo que engloba também os
antioneoplásicos, mas além disso engloba os antibacterianos que são agentes
quimioterápicos (antivirais, antifúngicos, antiprotozoários, etc.). Então em farmacologia,
quimioterapia é um termo que indica um tratamento para doenças infecciosas.
Infecção  contato com um agente externo ao meu organismo.
Então, é um contato com um vírus, com um helminto, uma bactéria. O câncer é uma
infecção com características diferentes, pois há uma proliferação de células, ou seja é do
próprio organismo, apesar de ter influência externa. Então todas essas infecções são
abordadas dentro desse tópico, de infecções que são tratadas com substancias químicas,
daí o termo agentes quimioterápicos.
O termo antibiótico também não está errado, antibiótico seria um termo para indicar
substancias para tratar organismos vivos ou células que crescem descontroladamente.
Usar uma substancia química capaz de alterar o funcionamento de algo vivo, inclusive
vírus.
Antimicrobianos – é um pouco mais restrito pois diz respeito a micróbios, que entram
bactérias, vírus e protozoários. De alguma maneira o câncer, pois são células
microscópicas.
Antibacterianos – mais restrito ainda. Tópico de agora. Fármaco para o tratamento por
infecções induzidas por bactérias especificamente.
Sugestão: construção de tabela nos vídeos assistidos. *
Construção da tabela* como construir? Quais perguntas colocar? O que deve saber?
1. Grupo/Classe do antibacteriano
2. Nomes dos principais antibacterianos da classe. Classificação em
bactericidas/bacteriostáticos.
3. Mecanismo(s) de ação
4. Bactérias-alvo (nome e classificação Gram)
5. Principais indicações clínicas
6. Principais efeitos adversos
7. Contra-indicações
8. Via(s) de administração
9. Estratégias para resistência bacteriana
10. Esquemas de tratamento
11. Indicações Rename.

Quem sabe fármaco é quem sabe mecanismo de ação.


Quais antibacterianos indicado para um paciente com pneumonia adquirida em sociedade
e não hospitalar? Quais são as escolhas? Qual a lógica de escolher um que age sobre
parede e outro na síntese bacteriana?
Na ausência do prescritor, quem prescreve é o enfermeiro.
Principais efeitos adversos- dependendo do efeito adverso indica qual deve ser usado
Contraindicações- quando pode-se usar, quando não pode e por que?
Vias de administração – por que tal via e não outra?
Quando usar um antibacteriano, e evitar a resistência. A resistência aumentou devido ao
uso irracional.
Esquema de tratamento – são tratamento unificados no mundo todo. Como tuberculose,
malária...
Indicações rename – Relação Nacional de Documentos – guia sempre atualizado pelo
ministério da saúde onde contém os medicamentos disponíveis pelo SUS.

ANTIBACTERIANOS – SULFONAMIDAS

 Sulfonamidas
São uma classe de antibacterianos de poucos fármacos e em si são consideradas um grupo
farmacológico. São uma classe isolada, não tem uma subdivisão. Mas tanto faz chamar
de classe ou grupo.

Grupo - mais abrangente, que possuem antibacterianos em comum e podem ser divididos
em classes. A classe é uma subclassificação. Ex: grupo beta-lactâmicos – antibacterianos
que agem na parede celular e são divididos em várias classes.

O que seriam as sulfas? São substancias exógenas, sintetizadas em laboratório, análogas


do PABA. O PABA é o Ácido Para-amino Benzóico, que para as bactérias é uma
substancia endógena, ele é importante no metabolismo bacteriano e para manutenção de
uma colônia bacteriana. Essencial para síntese do ácido fólico bacteriano. As bactérias
são capazes de sintetizar seu próprio ácido fólico, nós não. Além disso, elas têm enzimas
que metabolizam o PABA. Toda enzima tem seus substratos preferencias, nas bactérias
o principal substrato é o PABA. Porque nas bactérias existe essa substancia. Como nós
não temos essa substancia também não temos essa enzima que metaboliza o PABA.
Mecanismo de ação: As sulfas competem com o PABA pelo sítio enzimático para síntese
do ácido fólico.
Perceba a semelhança entre a Sulfa e o PABA. Então, a sulfa “entra” no lugar do PABA
por conta da semelhança química com PABA. O ácido fólico é um aminoácido complexo,
pois possui um anel pterídinico (guarda esse nome), o paba e o ácido glutâmico. Como
todo aminoácido tem uma parte amina e uma parte ácido, nesse caso o anel pterídinico é
a parte amina e o ácido glutâmico a parte ácida, pois tem um ácido carboxílico. No meio
dele, nesse caso formando o ácido fólico, é o PABA. E daí, quando utiliza-se uma sulfa
esta entra no local do PABA impedindo a síntese do ácido fólico bacteriano. É neste
sentido que a sulfa interrompe o processo de manutenção da infecção bacteriana,
interrompendo assim o processo de divisão bacteriana.

Como se dá esse processo? A seguir o processo do metabolismo desde a síntese até a


incorporação no material genético. Então o PABA é metabolizado em folato ou
diidrofolato, que por sua vez é metabolizado em tetrahidrofolato que propriamente é o
ácido fólico. Como tetrahidrofolato, ele é incorporado ao material genético bacteriano,
primeiramente ao DNA e por transcrição ao RNA. Tanto o nosso material genético,
quanto o da bactéria, pois muitos há aminoácidos essenciais e um desses aminoácidos,
para bactéria, é o ácido fólico. Sem o ácido fólico a bactéria não consegue se reproduzir.
As sulfas vão agir justamente na enzima que metaboliza o PABA em folato ou
dihidrofolato, a DIIDROPTEORATO SINTETASE. Por que “pteroato”? Porque ela vai
agir justamente no anel pterídinico. Sintetase porque esta sintetizando.
Por sua vez o dihidrofolato precisa de outra enzima para ser metabolizado em
tetrahidrofolato. Que é a diidrofolato redutase. Então, a primeira enzima do processo é a
diidropteroato sintetase, onde vai ser inibida a metabolização do PABA em folato
(metabolito ativo do PABA e metabolito intermediário do processo) e a segunda e a
diidrofolato redutase, onde vai ser inibida a metabolização do folato em tetrahidrofolato
(ácido fólico).
E como ácido fólico vai ser incorporado aos ácidos nucleicos mantendo a colônia
bacteriana.
A sulfa vai impedir a primeira enzima do processo. E aqui temos o primeiro fármaco
dessa classe, o sulfametoxazol (um dos medicamentos principais usados aqui). As sulfas
em geral só inibem a primeira enzima. E a segunda enzima? Vai ser inibida por outro
fármaco, a trimetoprima – ela não é uma sulfa, fármaco de outra classe, chamados de
pirimidinas (bases nitrogenadas – purinas; A e G e pirimidinas C e T). No caso das
bactérias, a trimetoprima é uma pirimidina que pode inibir a segunda enzima do processo.
 Nos humanos temos a dihidrofolato redutase, então nós podemos metabolizar o
diidrofolato. O ácido fólico, para nos também é uma substancia muito importante.
Não temos a primeira enzima, mas sim a segunda. Então a nossa enzima também
vai ser inibida? SIM. Por ai podemos perceber que terão efeitos adversos
decorrente disso. Entretanto, o sitio enzimático bacteriano terá mais afinidade pela
trimetoprima do que o nosso. Isso quer dizer, que a trimetoprima atuará mais na
enzima bacteriana do que na nossa, mas não quer dizer que não atuará.
Então qual a consequência final do uso do sulfametoxazol, com ou sem trimetoprima?
A inibição da síntese do tetrahidrofolato, ou seja, da síntese dos ácidos nucleicos. Sem
DNA e RNA a bactéria não consegue se reproduzir.
É possível usar a sulfa sem trimetoprima? Sim, mas a sulfa só atua sobre a primeira
enzima, e inibir não significa que TODAS as enzimas serão inibidas, pode ocorrer de
que as sulfas deixem de se ligar a algumas enzimas e essas continuem o processo de
metabolização.
Só que se eu não inibir a diidrofolato redutase, deixa-la livre, o pouco de diidrofolato
formado será metabolizado e incorporado ao DNA bacteriano, dando prosseguimento
a reprodução e a infecção. Para isso é importante a associação.
A sulfa vai atuar no sitio ativo ou inibitório? O sitio ativo, pois a sulfa vai se ligar
justamente onde o PABA iria se ligar. Só que se ligar ao sitio ativo, ela impede a
ligação do PABA, a enzima fica inibida.
A trimetoprima também ocupa o sitio ativo, só que da diidrofolato redutase.
Resultado final: cessação da reprodução bacteriana ou ao menos a diminuição.
A indústria farmacêutica já fabricou um comprimido contendo esses dois medicamentos,
o chamado cotrimoxazol (Bactrin).
Qual a estratégia bacteriana de resistência das sulfas ou trimetoprima? Olhe para o
mecanismo de ação do fármaco. Se os fármacos agem nos sítios ativos das enzimas,
haverá, então, uma modificação nesses sítios, impedindo que os fármacos se liguem. E
isso ocorre devido ao uso continuo do fármaco.
Espectro de ação e principais indicações para uso do cotrimoxazol (associação do
sulfametoxazol + trimetoprima)
As sulfas podem ser usadas sozinhas, mas a eficácia é menor.
- principal indicação: infecções do trato urinário altas e baixas; uretrites e prostatites.
Causadas por: E. coli, Enterobacter e Proteus sp. TODAS ELAS SÃO GRAM
NEGATIVAS
O que é uma infecção urinaria alta e uma baixa? É uma nomenclatura usada no ambiente
clinico. O sistema urinário baixo é: uretra (uretrite), bexiga (cistite) e no caso dos homens,
a próstata. E o alto: ureteres (ureterite) e os rins (nefrites – nefróns – são unidades
microscópicas dos rins -; pielonefrite – infecção tanto nos nefróns quanto na pelve renal
– muito graves). Evidência para pelve renal. Quando se diz que um paciente está com
uma infecção urinaria alta é muito difícil de tratar. As baixas são mais tranquilas.
Mulheres são mais susceptíveis a infecções urinarias do que homens por questões
higiênicas, e além disso as mulheres tem um ureter mais curto que o homem o que facilita
o deslocamento da bactéria para dentro do organismo. Pois, a maioria das bactérias que
colonizam a região do trato urinário são provenientes do sistema digestório. Isso mesmo,
do cocô. Por isso, o ideal é lavar o ânus.
Outras indicações:
- Infecções respiratórias (adultos) – sinusite/bronquite causadas por Haemophilus sp ou
Streptococcus pneumonie ou Pneumococcus GRAM POSITIVAS.
Streptococcus pneumonie é a pneumonias adquiridas em comunidade, PAC. Diferente
da pneumonia adquirida em ambiente hospitalar que costuma ter outros agentes
etiológicos e serem mais difíceis de serem tratadas. Não é a sulfa que combate as
pneumonias hospitalares.
- Enterocolite (entero- cavidade; colite-colón; infecção de intestino grosso) - causada por
Shigella flexneri GRAM NEGATIVA – também é uma bactéria de cocô.
- Otite Média aguda causada por Haemophilus – O PROF ESQUECEU DE FALAR
DESSE
- Pneumonia por Pneumocytis jiroveci (P. carinii) – não é bactéria, é fungo, e as
pneumonias induzidas por fungo são mais difíceis de serem tratadas, pois a reprodução
desses é lenta e o tratamento costuma ser muito prolongado e eles são oportunistas, ou
seja, quando o sistema imunológico cai - pacientes portadores de HIV – primeira escolha
– nesse caso não será o sulfametoxazol, mas sim a sulfadiazina. Okay, mas então por que
eu vou usar um antibacteriano para combater o fungo? Ora, o fungo também precisa do
ácido fólico para reprodução, ele também é capaz de sintetizar seu próprio ácido fólico e
portanto possui as duas enzimas.
Alguns infectologistas preferem Pentamidina, outro quimioterápico com menor
toxicidade para portadores de HIV.

Efeitos adversos
De sulfas com ou sem trimetoprima.
1- Hipersensibilidade: praticamente em todos os antibacterianos. É uma alergia
grave. Erupções cutâneas até manifestações mais graves na pele também.
2- Eosinofilia e agranulocitose: “filia” – aumento, eosinofilia – aumento de
eosinófilos, ativando muito as células de defesa, comum em infecções em geral,
principalmente em infecções por vermes, mas alguns protozoários bactérias
também. Aqui é provocada pelo fármaco, porque eles própria induzem resposta
inflamatória. Então quando você faz um exame de sangue é importante perguntar
para o paciente se ele está usando algum antibacteriano, pois pode ser que os
exames deem alterado por isso -. Agranulocitose – células com poucos grânulos
ou sem grânulos – as células brancas que possuem grânulos. Ou seja, diminuição
das células brancas de defesa. Então por um lado você pode ter aumento dos
eosinófilos e por outro, diminuição das outras células brancas. Então perceba que
a eosinofilia é um indicativo de infecção importante e isso pode evoluir para uma
agranulocitose e acabar tendo uma diminuição das células de defesa para
combater novas infecção. * Aqui vale ressaltar sobre o uso indiscriminado das
sulfas, o que pode acontecer? Quando você tem uma infecção mais grave você
não terá uma reação de defesa. A agranulocitose não é irreversível. Por isso esses
fármacos não podem ser usados por mais de 7 (infecção leve) ou 14 dias.
3- Anemia hemolítica – mais frequente que a aplasia medular. Existem vários tipos
de anemia, uma é a hemolítica. Quebra das hemácias – extravasamento das
hemoglobinas, o que gera uma hemorragia. Isso acontece quando se tem uma
carência de ácido fólico, e agrava com o uso desses medicamentos que impedem
justamente a síntese desse aminoácido. Antes de pensar em usar sulfa, analise o
paciente. O paciente não é uma doença.

4- Aplasia medular – é outro tipo de anemia – anemia aplasica – Por que medular?
Porque as células do sangue são produzidas na medula e se a medula está
comprometida essa produção também estará.

5- Nas aplicações EV – flebite – inflamação dos vasos sanguíneos, veias geralmente.


Quando não se toma muito cuidado durante a aplicação. Fica muito roxo no local
da aplicação. Por isso o ideal é uma lentificação dessa aplicação.

 Antes de usar sulfas fazer uma análise geral do hemograma.

Contra indicações
1- Pacientes hipersensíveis a Sulfonamidas em geral
2- Anêmicos
3- Deficiência de folato – as vezes tem pessoa que já tem deficiência de diidrofolato
redutase.
4- Gravidez (risco C) e lactação – a classificação A quase não tem risco, B é mínima
e C já pode ocorrer comprometimento, D evitar mesmo e X proibida. O ácido
fólico é muito importante para formação do tubo neura do feto, ainda mais no
primeiro trimestre. Se uma gestante, utilizar a sulfa pode ser que tenha
comprometimento grave no embrião. E dá para evitar. Os metabolitos das sulfas
podem ser excretados via leite. Para o bebê isso é toxico, pois ele não ter
arcabouço enzimático, principalmente as tranferases responsáveis pela reação de
fase 2 que é a fase principal para metabolização de antibacterianos.
5- Insuficiência hepática e renal – o metabolismo da sulfa é praticamente hepático,
ocorrerá principalmente no fígado e a excreção renal. Olhe o paciente todo, ver se
tem esteatose, verificar TGO, TGP, exame de imagem
6- Menores de 2 meses de idade – volta no item 4
7- Pacientes leucopênicos??? – diminuição das células brancas do sangue. Se o
paciente já tem uma doença autoimune, ou células brancas deficientes, é melhor
não usar, salvo na questão da pneumonia causada por fungo.

RENAME
SULFADIAZINA (ORAL/TÓPICA): infecções urinarias não complicadas (infecção
urinaria baixa); toxoplasmose – também é capaz de sintetizar ácido fólico - associada
a pirimetamina) – De acordo com a RENAME, está no componente básico.
Sulfadiazina de prata – uso tópico principalmente em queimados, muito usada. Forma
de creme.
SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA (ORAL/IV) - está no componente
básico.

Cotrimoxazol* comprimido com a associação sulfametoxazol e trimetoprima.

PARA DISCUSSÃO
Dado o mecanismo de ação das Sulfonamidas, qual seria a sua classificação (agonista,
antagonista competitivo ou não competitivo)?

Resposta da Bia: a classificação das Sulfonamidas seria antagonista competitivo do


PABA, pois nós nunca devemos olhar para a enzima, mas sim para o substrato, e nesse
caso o substrato é o PABA. E o que acontece com esse PABA? Ele diminui sua
concentração (por isso antagonista), e como essa diminuição ocorre? Por meio da
ligação da sulfa no sitio ativo da enzima diidropteroato sintetase, ou seja, é o mesmo
local que o PABA ia se ligar (por isso competitivo).
ANTIBIÓTICOS BETA LACTÂMICOS – AULA 1
São bactericidas nas doses terapêuticas usuais.
São usados principalmente para tratar infecções por bactérias, mas dependendo da classe
podem ser usados para outros tratamentos, como de infecção por protozoários.
Agentes inibidores da síntese de parede bacteriana. Qual a constituição da parede
bacteriana? Existem trocas através da PB, se alterarmos a PB altera também as trocas.
Por isso os beta-lactâmicos são bactericidas. Ao contrário das sulfas
Grupo – beta lactâmicos
Classes:
 Penicilinas naturais – Penicilinas –g e Penicilinas V
 Penicilinas semissintéticas- Amoxicilina e Ampicilina
 Cefalosporinas – Cefalotina e cefalexina – cefuroxima – cefotaxima, ceftriaxona
e ceftazidima
 Carbapenens - Imipenem
 Monobactans azitreonan
Estrutura química dos beta-lactâmicos
Todos os beta-lactâmicos terão o chamado anel b-lactâmicos, independente da classe. O
que vem com o anel é que muda.
Penicilinas naturais: inicio do b-lactâmicos. São naturais por advirem do fungo
Penicilium. A substancia extraída desse fungo é o Ácido 6-aminopenicilânico (6-APA)
O importante de se alterar a estrutura ligada ao anel b-lactâmico é para evitar a resistência
bacteriana. Hoje muitas bactérias já são resistentes as penicilinas naturais, por terem sido
muito utilizadas. Mas ainda são muito usadas.
A grande maioria das bactérias possuem parede celular, com exceção dos micoplasmas.
A parede celular é composta por peptidoglicanos, que são pré-proteínas e glicano
(carboidratos) tanto gram positivas quanto gram negativas.
A membrana celular é parecida com a nossa (fosfolipídios + proteínas), mas elas podem
ter modificações.
Citoplasma – é parecido com o nosso, mas não tem núcleo e nem mitocôndrias. Não tem
histonas.

Parede celular:
GRAM – POSITIVAS: camada de peptidoglicanos espessa.
GRAM – NEGATIVAS: camada de peptidoglicanos fina. Tem uma membrana celular
externa, ausente em gram-positivas (isso confere uma resposta diferente aos
antibacterianos).
É importante lembrar que no meio interno, possui também uma membrana, em ambas.
Mecanismos de resistência: em verde. As enzimas beta-lactamases vão atuar sobre os
betas lactâmicos inativando-os. Em bactérias gram-positivas, essas enzimas estão
voltadas para parte externa da bactéria, na superfície celular. O sitio ativo dessas enzimas
tem afinidade pelos beta-lactâmicos. Em gram-negativas as beta-lactamases estão
localizadas no espaço periplásmico (entre a membrana externa e os peptidoglicanos). A
diferença também está na quantidade do peptidoglicano.
Em vermelho, tanto em gram positivas quando em gram negativas vai estar na membrana
celular da bactéria. Em gram positivas, vai estar logo após os peptidoglicanos voltado
para o lado interno, e em gram negativas vai estar somente na membrana interna. Essas
estruturas são as proteínas ligantes de penicilina (PBP), essa é uma outra estratégia de
resistência. Essas proteínas são enzimas que promovem a formação do peptidoglicano,
ou seja, além de inativar as penicilinas são importantes para síntese de parede celular.

Entrando agora na farmacologia...


Qual o mecanismo básico de ação dos beta-lactâmicos (todos)?
Durante o processo de replicação bacteriana a penicilina inibe as enzimas que fazem a
ligação entre as cadeias peptídicas, inibindo a formação do peptidoglicano.
Inibe a síntese de parede celular, ativação do sistema autolítico da bactéria.
Então como tanto gram negativas como gram positivas possuem peptidoglicanos,
inibindo essa formação será induzido o sistema autolítico, ou seja, lise da membrana,
quebrando a homeostase. Não haverá trocas entre meio externo e interno, levando a morte
da bactéria, por isso são bactericidas.
Existem enzimas que vão propiciar a formação de peptidoglicano. Essas enzimas são a
transpeptidases, promovendo a ligação entre peptídeos. Os beta-lactâmicos inibem
justamente essas ligações, ou seja, inibe a transpeptidação. Os peptídeos são o substrato
natural das transpeptidases, ou seja, se ligariam ao sitio ativo, mas na presença do B-
lactâmico, estes se ligarão no sitio inibitório (sitio alostérico).
Enquanto a transpeptidação ocorre, temos a participação das PBP. Elas catalisam a reação
de transpeptidação. Catalisar a reação é acelerar. Os beta-lactâmicos também irão inibir
essas PBP. APESAR, dessas proteínas conferirem resistência, elas também são o alvo dos
beta-lactâmicos. Pois ao se ligarem a ela, esta não poderá catalisar a reação de formação
do peptidoglicano.
Mucopeptídio = peptidoglicano; é um outro termo.
As gram positivas são mais susceptíveis, pois têm mais Mucopeptídio.
O resultado é o extravasamento de substâncias internas. Morte por lise osmótica. Não
quer dizer que não vá ocorrer a formação de nenhuma parede celular. Tem formação mas
pouca e a membrana fica frágil, por isso ocorre a lise.

As penicilinas naturais:
Bactérias alvo: tanto gram + quanto gram -. Streptococcus sp, Pneumococos
(Streptococcus pneumonie – rinite, faringite, sinusite; bronquite ou pneumonia),
Anaeróbios – não usam oxigênio ou é facultativo (Clostridium tetani), Treponema (sífilis
– não se cora por gram – A primeira escolha até hoje é penicilina natural), Leptospira sp
(não se cora por gram), Meningococos (Neisseria meningitidis).
Retorno dos casos de sífilis
Assim como o sistema urinário o trato
respiratório é dividido em alto e baixo.
 Importante: os estafilococos eram alvos das
penicilinas naturais, mas hoje, a maioria são
resistentes, por possuírem beta lactamases e
uma enzima especifica para degradar
penicilina, as penicilinases (subtipo de beta
lactamases).

Quais são as penicilinas naturais?


As penicilinas vão possuir o anel beta
lactâmico e ligado a este o Ácido 6-
aminopenicilânico (6-APA). É importante
saber para comparar com outros beta-
lactâmicos.
Penicilinas G: Benzil penicilina – mais importante – A ADMINISTRAÇÃO É
PARENTERAL pois é degradada no estômago
 Penicilina G cristalina ou potássica: pode ser associada a sais de potássio ou a sais
de sódio. A maioria das vezes é potássica. Administração por via IM ou EV. Meia
vida de: aproximadamente 4 horas. Meia vida plasmática de 1 hora.
 Penicilina G procaína: administração IM, pois causa vasoconstrição. Meia vida de
aproximadamente 12 horas.
 Penicilina G benzatina: administração IM, pois a absorção é difícil. Meia vida de
aproximadamente 48 horas. Assim a droga vai entrando mais devagar em contato
com o organismo.
Qual a vantagem clínica em decorrência da diferença de meias vidas?
Inviável furar o paciente de 4 em 4 horas. Para procaína de 12 em 2 horas. A benzatina
são até 72 horas.

Penicilinas V: fenoximetil penicilina não é degradada no estômago. Também chamada


de oral. Meia vida de aproximadamente 6 horas. A vantagem é que ela é oral então pode
mandar o paciente para casa.
Existe na clínica a associação das penicilinas:

 A mais comum é Penicilina G procaína (tratamento de ataque – se eu avalio que o


paciente está tendo um ataque da infecção agora e demora mais para ser eliminada)
+ Penicilina G benzatina (tratamento de manutenção)
INTERPRETAÇÃO DO GRAFICO:
Eixo x: tempo em horas
Eixo y: concentração plasmática
 Cristalina: pico de ação em mais ou menos hora. E o decaimento é muito rápido.
 Procaína: pico de ação em mais ou menos 6 horas. Demora mais para chegar ao pico.
Demora mais para alcançar um efeito máximo mas o decaimento que corresponde a
queda de efeito é menos acentuado.
 Benzatina: demora mais para ter um efeito máximo mas também para perder o efeito.
Com a procaína eu faço tratamento de ataque por ser mais rápida e com a Benzatina eu
mantenho e como é parenteral posso aplicar as duas de uma vez.
O tempo é muito importante numa infecção bacteriana.
As penicilinas naturais são pensadas universalmente em unidades (U). 1U = 0,6 µg
1 mg = 1670 U  IMPORTANTE PARA CLÍNICA

Indicações terapêuticas
 Endocardite – inflamação do coração
 Erisipela
 Faringite bacteriana
Streptococcus de várias espécies

 Gonorreia (Naisseria)
 Pneumonia (pneumonoccocus) – geralmente associado com aminoglicosídeos
 Sífilis - 1 escolha (treponema)
 Leptospirose (Leptospira)
 São consideradas as melhores drogas contra Streptococcus, Neisseria, Treponema,
Leptospira, Anaeróbios da orofaringe e Staphilococcus sp (muito tempo que não se
usa por causa da resistência, hoje usa-se a oxacilina)

Separação didática.
 Não se usa penicilina G para pneumonia adquirida em hospital.
 Pequenas feridas (impetigo), relacionada a Streptococcus. Celulite é uma infecção
grave das células. Frequente em ambiente hospitalar
 Gonorreia (1 escolha)
Eficiente contra infecções não hospitalares.
Efeitos adversos
 Reações de hipersensibilidade
 Choque anafilático com edema de glote e morte. Quadro inflamatório generalizado
e queda abrupta da pressão.
 Erupções cutânea eritematosas (parte vermelha – vermelhidão na pele)
Contra indicações
 Sensibilidade aos beta-lactâmicos em geral
 Insuficiência renal – é praticamente inalterada então a secreção é renal.
 Lactação
 Gravidez principalmente nos primeiros meses.

Vídeo 2 - beta lactâmicos


Revisão: todos os B-Lactâmicos vão possuir o mesmo mecanismo de ação, ou seja, vão
inibir duas enzimas, as transpeptidases e as proteínas ligantes de penicilina, inibindo
assim a síntese de peptidoglicanos e por consequência provocando o desequilíbrio
osmótico das bactérias, sistema autolítico, causando a morte por lise. Bactericidas.
Primeiramente foi visto aas penicilinas naturais que são divididas em; penicilina G
(cristalina, procaína e benzatina) – são administradas IM / IV por serem degradadas no
estômago e a penicilina V – também conhecida como oral. Como primeira escolha, são
usadas no tratamento de sífilis e gonorreia. Seu espectro abrange tanto gram + quanto –,
mas é bastante restrito pois as bactérias já são resistentes, não é usado para
estafilococos. A sequência proposta envolve uma gradação cada vez maior de bactérias
que conseguem inibir as beta-lactamases

Penicilinas semissintética: são parcialmente inibidoras de beta-lactamases, ou seja, maior


espectro de atuação principalmente em GRAM -. Se são semissintéticas parte é derivada
do fungo e parte derivada de laboratório. Principal mecanismo é a inibição das
transpeptidases e a ligação da proteínas ligante de penicilina
Fármacos: amoxicilina, ampicilina e oxacilina
Existem outros fármacos mas alguns são bem restritos.
Na clínica qual principal aplicação?
 Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar
 Shigueloses (Shiguela – enterobacteria) – alteração do sistema digestório, diarreias
 PAC
 Salmonela
 Haemophilus – pode causar pneumonia, sinusite, otite e meningite. Pode colonizar
vários tecidos. Foram do ambiente hospitalar.
Oxacilina  restrita para infecções por Staphiloccocus auereus, mas já existem cepas
resistentes.
Qual o papel das beta-lactamases?
Nas gram + elas estão mais dispersas e na superfície externa e nas gram – elas estão na
membrana externa e no espaço periplásmico, ou seja, tem mais beta-lactamases. Os
beta-lactâmicos são o substrato das beta-lactamases. Ao se ligar as beta-lactamases os
beta-lactâmicos perdem seu efeito. Apesar de serem semissintéticas essas penicilinas
ainda são parcialmente hidrolisadas, ou seja, quebrada pela agua. Existem reações que
geram agua no meio bacteriano e é exatamente por isso que os beta-lactâmicos são
quebrados.
A inibição das beta-lactamases é feita através do sitio inibitório. Pensando nessa inibição
surgiu a associação com o ácido clavulânico. O ácido clavulânico é tem ação sobre as
beta-lactamases mas não pode ser usado sozinho pois não tem uma potência bactericida
quanto as penicilinas. Mas sua participação é muito importante pois inibi totalmente a
ação das beta-lactamases ligando-se a seu sítio inibitório.
Amoxicilina + ácido clavulânico = a amoxicilina inibe parcialmente a beta lactamase
mas com associação essa inibição é mais eficaz.
Além do ácido clavulânico existem outros:
Nenhum dos inibidores de beta lactamase são usados isoladamente, sempre serão
associados a penicilinas semissintética.
R
 Amoxicilina + ácido clavulânico – via oral – via mais democrática. e
 Sulbactam + ampicilina – IM/EV – é possível que seja associado ao Sulbactam com s
amoxicilina - uso parenteral – uso restrito. Uso intramuscular é mais lento t
 Tazobactam + piperacilina – EV – infecções hospitalares principalmente – r
exclusivamente é essa associação. Não pode usar diretamente para não favorecer a i
resistência. - uso parenteral – uso restrito t
 A oxacilina também é bem restrita o
+
A amoxicilina é a mais usada.
+
As beta-lactamases podem ser tanto cromossômicas quanto plasmidiais. As enzimas +
bacterianas podem ser transmitidas umas para outro tanto por replicação assexuada o
quanto por conjugação (sexuada). Quando tem-se uma resistência que é por
disseminação plasmidial, a possibilidade de transmissão é muito maior. Então a
diversidade de genes é muito grande.
Cada vez mais as mutações plasmidiais são recorrentes.
 Esses inibidores de beta-lactamases:
1- Agem melhor nas beta-lactamases plasmidiais.
2- Restauram a atividade dos beta-lactâmicos
3- Melhoram a atividade contra anaeróbios – as vezes essas levam a infecções
complexas
4- Podem se ligar as PBP. Aumenta a potencialização dos beta-lactâmicos
As penicilinas naturais não fazem essa associação.
A amoxicilina sódica normalmente é isolada, isso significa que pode ser inibido
parcialmente as beta-lactamases. Mais usada para profilaxia cirúrgica por exemplo
e para crianças.

Cefalosporinas
São beta-lactâmicos com um espectro maior atuando tanto em gram+ quanto gram-
.
São derivados do fungo Cephalosporium acremonium. Desse fungo foi obtido o
ácido 7 amino cefalosporânico (7- ACA). Diferente das penicilinas que é o 6 APA.
As Cefalosporinas são divididas em gerações que dizem respeito ao tempo de
aparecimento, e principalmente ao espectro de atuação e a capacidade de inibir as
beta-lactamases. São todas bactericidas. O que envolve cada uma dessas gerações?
O mecanismo de ação se repete: inibição de transpeptidases, aqui já não envolve
mais tanto as PBP.
 1º geração – risco B – tem outras mas essas são as principais – tem indicação para
gestante, são pouco tóxicas. Apenas essa geração tem essa indicação. O risco B é
mínimo.
Cefalexina e cefadroxil (oral)
Cefazolina e cefalotina (preferencialmente EV, a absorção oral é quase nula)
 2º geração –
Cefoxitina (preferencialmente EV)
Cefuroxima (parenteral e oral)
Cefaclor (oral)
 3º geração – a partir dessa geração só tem uso parenteral. Passa a ter uma restrição
mais envolvida no ambiente hospitalar
Cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima (atividade pseudômonas bem especifica)
 4º geração – mantem a atividade pseudômonas
Cefepina
 5º geração
Ceftarolina e ceftobiprole
Espectro de ação - a ampliação do espectro se deve ao combate contra as GRAM -, pois
está tem uma fina camada de peptidoglicanos e duas membranas e grande parte da
resistência a beta-lactâmicos é por gram -. Além de a maioria das infecções são por gram
-.
 1º geração: ativas contra Streptococcus e Staphylococcus sensíveis a oxacilina
(OSSA) – penicilina semissintética para Staphylococcus aureus. Espectro restrito ou
não recomendadas para GRAM -. Na clínica, tem sido mais restrita para tratar
Streptococcus e Staphylococcus.
Quais são indicações? Infecções de pele e partes moles – geralmente é por gram+ - por
Streptococcus e Staphylococcus (celulite e erisipela – também é tratada por penicilinas
naturais – G procaína). Cefazolina na profilaxia de várias cirurgias, pois existe um risco
alto de infecção, relacionadas a bactérias intrínsecas ao ambiente hospitalar (baixo custo,
meia vida prolongada, baixa toxicidade e espectro de ação amplo – preferencialmente
GRAM+)
 2º geração: comparada a de 1º o espectro é mais amplo atuando em GRAM – como
enterobacterias, Haemophilus (pode causar meningite mas a segunda geração não
trata meningites pois não atravessa barreira hematocefalica|) e Moraxella catarrhalis
e anaeróbios.
Quais são indicações? Infecções respiratórias adquiridas na sociedade (pneumonias,
otites, sinusites – aqui pode ser tanto por gram+ - Streptococcus ou negativo Moraxella
e Haemophilus), urinarias (SULFAS), intra-abdominais, pele, partes moles (Cefuroxima
e cefaclor). Profilaxia em cirurgias colorretais - hemorroida, câncer - (cefoxitina – uso
restrito).
 3º geração – ampliar o espectro de ação contra GRAM – e +. Apresentam atividade
reduzida a OSSA, mas tem atividade. A revolução aqui, foi a atividade anti-
pseudômonas aeruginosas (meningites e abscessos cerebrais adquiridos em hospital
– extremamente complexa). São as únicas que atravessam barreira hematoencefálica
– três membranas; duramater, aracnoide e píer mater (líquor). Além de meningites,
as pseudômonas são indutoras de pneumonias, infecção urinaria, intra-abdominal e
endocardites (somente ceftazidima trata pseudômonas – acesso restrito).
Cefotoxima e ceftriaxona são indicadas para infecções intra-abdominais, urínarias,
ósteo-articulares, endocardites, meningites comunitárias (Haemophilus,
pneumococos e meningococos).
Sinal patognomônico da meningite: vômito em jato. Reconheço os sinais.
Ceftriaxona é a primeira escolha até o antibiograma e abcessos cerebrais.

Outras indicações para ceftriaxona: sífilis (sensíveis a penicilina G) e neurosífilis –


nesse caso e cefalosporina mesmo -, gonorreia e infecções por Shigella e
Salmonella.
Cefotaxima: 1º escolha para meningites em neonatos, podendo ser associada à
ampicilina e á gentamicina (ação contra enterobacterias – E.coli - e menor risco de
efeitos adversos). Neonatos não tem barreira hematoencefálica fechada e até lá a
vulnerabilidade a meningites é maior.

1º fazer a punção lombar para achar a bactéria no liquor e poder realizar a cultura.
Tem que ser bem treinado. Enquanto isso o paciente está na ceftriaxona.

A cada geração que passa a potência contra GRAM – aumenta, a capacidade de


inibir beta-lactamases aumenta o que não exige mais associação de inibidores de
beta-lactamases. Não preciso de outro fármaco, mas acabo tento mais resistência
mesmo assim.

 4º geração – cefepima (único importante) idem a ceftazidima (3º).


Mesmas indicações de 3º geração só que mais restrita a ambiente hospitalar
principalmente meningites por GRAM -.
Ela faz parte do esquema de tratamento empírico (por experiência clínica) para
neutropênicos febris (agranulocitose – queda de células brancas), 3X ao dia, na dose
máxima.
 5º geração – idêntico a cefepima, inclui MRSA (Staphiloccocus aureus resistente a
meticilina) e ORSA (... oxacilina).
Infecções de pele e parte moles complicadas

Representam um avanço tecnológico, pois são resistentes as beta-lactamases, mais


toleradas, podem ser usadas por gestante (1ª geração).
Estratégias de resistência: cefalosporinases produzidas por GRAM-. ESBL: beta-
lactamases de espectro estendido - hidrolisam todas a cefalosporinas e ampC
ampicilina de grupo c - hidrolisam cefalosporinas de 1ª-3ª geração. Pode ocorrer
resistência cruzada (quando o paciente nunca usou o antibacteriano e logo na
primeira vez não faz efeito, ou seja, já tem resistência. É cruzada pois é um
medicamento diferente do outro).

Efeitos adversos e contraindicações

 Hipersensibilidade, incluindo reação cruzada a penicilina.


 Nefrotoxicidade – drogas de primeira geração causam lesão renal. Principalmente a
cefradina
 A associação a aminoglicosídeos merece atenção em nefropatas
 Uso de bebida alcoólicas. Efeito antabuse. Enzima que degrada antimicrobianos
(P450). Álcool acelera o metabolismo. Se o paciente é alcoólatra não indicar
cefalosporina.
 Diarreia no uso oral. E o uso prolongado de qualquer cefalosporina pode levar a
colite pseudomembranosa.

Aula 3 – beta lactâmicos 3

Revisão:
Vimos as penicilinas naturais, as semissintéticas, as cefalosporinas de 1ª a 5ª geração.
E o que todos têm em comum? Mesmo mecanismo de ação.
Quando a gente usa qualquer beta-lactâmico inibimos duas enzimas: transpeptidases e
PBP – enzimas que catalisam a reação de formação do peptidoglicano - (proteínas
ligantes de penicilina) inibindo a formação dos peptidoglicanos. Têm atuação sobre
GRAM + e GRAM -. Ao decorrer da evolução o espectro de ação aumenta. Vimos que
algumas gram – são capazes de produzir cefalosporinases (ESBL E ampC) –
mecanismo de resistência. E as gram + vimos que o estafilococos aureus tem
resistência a meticilina – penicilina semissintética - e a oxacilina – direcionada para
tratamento de Staphiloccocus aureus (MRSA E ORSA).
A partir de cefalosporinas já inibe beta lactamases
---------------------------------------------------
Monobactans – apresenta só um fármaco. Aztreonan – este medicamento é indicado
para ocasiões parecidas com a das cefalosporinas. As principais indicações dos beta-
lactâmicos é infecções complicadas (alta – piolonefrite) e não complicadas (baixo -
cistite) do trato urinário, infecções das vias respiratórias baixa (pneumonia),
septicemias, infecção de pele, fâneros (adjacências da pele; particularidades da pele.
Cabelo, unhas, pelos) e ginecológicas (tanto feminina como masculinas –
geniturinárias). Indicado somente para bactérias gram -, neaisseria, pseudômonas
aeroginosas, enterobacterias em geral.
Vantagem clínica: não são otototóxicos e nem nefrotóxicos. Apesar de ter uma excreção
renal, esta é muito lenta. Apresentam pouca semelhança estrutural com outros beta-
lactâmicos.
O fármaco alternativo é sempre segunda opção. É o caso do Aztreonan. Ele é usado
quando pacientes apresentam hipersensibilidade ou resistência a penicilinas e
cefalosporinas. São eficazes, mas não atuam sobre GRAM +. Alternativa para
tratamento de meningites por gram – em adultos.
Só disponíveis para uso parenteral.
Efeitos adversos:
 Flebite – inflamação de vasos sanguíneos - e tromboflebite – mais grave, forma
trombos (igual em sulfas)
 Minimização de efeitos adversos
Estratégias de resistência
 ESBL e ampC. Tipos de beta-lactamases
Mecanismo de ação: iden a todos os beta-lactâmicos

Carbapenems
Repetições de indicações, porem com diferenças que explicam a importância dessa
classe.
 Imipenem – indicada para GRAM + e -. Infecções óssea – na medula óssea é
produzido células sanguíneas – osteomielite - por Staphiloccocus e Pseudômonas
aeruginosa. Endocardite bacteriana (estreptococos), infecções do trato geniturinário
(estreptococos), intra-abdominais, infecções cutâneas e de tecidos moles. Uso
exclusivamente IV e é inibidor de beta-lactamases. Mais ativa contra gram + do que
o Meropenem. Ele é extremamente nefrotóxico e existem peptidases renais
(ENZIMA QUE DEGRADA IMIPENEM) que metaboliza o Imipenem e isso faz
com que para algumas infecções como do trato urinário não seja eficaz, para isso a
indústria farmacêutica associo esse medicamento a outro, a cilastadina que inibe
peptidases renais e a consequência disso é a atuação do Imipenem e além disso tem
um efeito nefroprototetor. Por conta disso é reservado para infecções hospitalares
graves por bactérias resistentes no SUS.

 Meropenem – tem indicações terapêuticas parecidas com as do imipenem. Infecções


do trato inferior, urinário, intra-abdominais, ginecológicas, de pele e anexos
(fâneros) e Meningites induzidas por pseudômonas. Septicemia. Uso restrito
hospitalar, uso IV, mais ativo contra GRAM –.

 Ertapenem – alternativa ao tratamento de Klebisiella pneumoniae (1ª escolha no


caso seria por exemplo uma cefalosporina) (não só pneumonia, bastante complicada
de ser tratada, hospitalar), produtoras de ESBL. Pode ser administrada IM ou IV.
Não é eficaz contra pseudômonas e Acinetobacter. ( trato digestório, renais,...
presente em ambientes hospitalares)
Estratégia de resistência:
Carbapenases por gram – (KPC – “tal paciente tem KPC”), a ACINETOBACTER
também tem KPC.
Efeitos adversos:
 Imipinem: além da Nefrotoxicidade, é frequente erupções cutâneas, urticarias e
prurido (coceira = inflamação), sibilâncias (chiado ao respirar – acumulo de muco),
confusão mental (a pessoa não consegue responder coisas simples mais frequente
em idosos, vários casos podem levar a isso, como infecção urinaria, se tem confusão
mental atravessa barreira hematoencefálica).
 Meropenem: diarreia, erupção cutânea, náuseas, vômitos, flebite, prurido, reações
alérgicas no local, parestesia (atravessa barreira hematoencefálica) e cefaleia (vaso
dilatação em respota a inflamação) (também induz reações inflamatórias no sistema
digestório). A administração pode favorecer candidíase oral e vaginal (alteração de
pH, mais ácido). A colite (intestino grosso) pseudomembranosa, para cefalosporinas
também de uso prolongado (Clostridium difficile e Staphylococcus aureus – cresce
em meio básico) é um risco a ser considerado na administração prolongada de
qualquer carbapenem, mas principalmente o Meropenem.
Contraindicação:
Insuficiência renal
Lactentes

VANCOMICINA
Não é mais um beta-lactâmico e sim um glicopeptídio (classe), mas bastante parecido
com os betas. Também vai fazer parte da formação da parede bacteriana, só que não tem
atuação das transpeptidases mas sim das glicopeptidases. Praticamente restrita a UTI
Indicação: infecções graves causadas por cepas sensíveis de MRSA em pacientes
alérgicos a penicilinas. Endocardite estafilocócica, septicemia, infecções osseas, vias
respiratórias inferiores (Streptococcus), de pele, partes moles (Streptococcus e
Staphylococcus) e colite pseudomembranosa (problema arrumado para o paciente).
Pode ser associada a metronidazol atua sobre o metabolismo do microrganismo
(antiprotozoários).
Não tem atividade contra anaeróbias e Gram -.
Estratégias de resistência:
A vancomicina é muito restrita a ambiente hospitalar
 VRE/VRSA – Staphylococcus aureus resistente à vancomicina/ enterococcus
resistente à vancomicina
 Os enterococcus são bactérias de cavidade, são oportunistas.
Mecanismo de ação: inibe a glicosiltransferase, principal enzima que degrada os
glicopeptídio, sendo bactericida. Transferases – reação de segunda fase. A
glicosiltransferase junto com a transpeptidases formam a parede bacteriana.
Teicoplanina: alternativa à vancomicina, custo muito alto. É mais lipossolúvel do que à
vancomicina. As duas são EV. A possibilidade de intoxicação com a teicoplanina é
menor do que com vancomicina.
Efeitos adversos:
 Hipersensibilidade
 Gravidez (risco c) e lactação
 Erupções cutâneas
 Maculares (tipo de erupção cutânea mas é mais localizada)
 Anafilaxia (reação inflamatória grave – queda abrupta de pressão arterial)
 Nefrotoxicidade (excreção renal)
 Ototoxicidade (atuação próximo ao sistema nervoso, pode levar a surdez)
 Síndrome do pescoço vermelho – liberação de histamina induzida por infusão
intravenosa rápida. Reação inflamatória.
Nesse caso se a teicoplanina é mais lipossolúvel essa não seria reabsorvida mais
facilmente favorecendo a intoxicação?

Polimixina B/E

Polimixina B e E (colistina) são da classe dos lipopeptídios. Os lipopeptídios estão tanto


na membrana das bactérias quanto nas nossas.
São inibidores da síntese de membrana celular. Os betas e os glicopeptídios atuam na
parede. Principalmente a parede externa de gram -. Na membrana externa encontra-se o
lipopolissacarídeo (LPS). É sobre esse LPS que as polimixinas vão atuar ligando-se ao
lipídeo A e aos fosfolipídios. Rompendo a membrana celular bacteriana externa pois
afeta a permeabilidade. Bactericida. Não atuam sobre gram +, pois não tem membrana
externa e nem LPS.
Indicações clinicas: tudo hospitalar principalmente UTI
 Pneumonia
 Endocardite relacionada a cateteres
 Infecções cirúrgicas e urinarias (sondas)
Estratégia de resistência:
Alteração de LPS. A bactéria muda a constituição do LPS
Efeitos adversos:
Muito tóxicos pois agem também nos nossos fosfolipídios. As nossas membranas
também sofrem rompimento. Uso limitado.
RENAME
 Penicilinas
Amoxicilina – melhor absorção oral – profilaxia
Amoxicilina + clavulanato de K (resistência as beta-lactamases)
Penicilinas sensíveis a beta lactamases: G-benzatina, G-potássica, G-procaína + G-
potássica
 Cefalosporinas
1ª geração – cefalexina: oral, ação sobre E.coli. infecções altas para criança e
gravidas
3ª geração – Cefotaxima: parenteral IM ou IV resistente em neonatos
Ceftriaxona: IM ou IV tratamento de meningites e gonorreia dose única, infecções
do SNC.
CLORANFENICOL
Revisão: já vimos Sulfonamidas são antibióticos que tem como mecanismo a
interferência no metabolismo do ácido fólico. Os beta-lactâmicos são um grupo com
várias classes; penicilinas naturais, semissintéticas, cefalosporinas, Carbapenems,
Monobactans, além de ter visto as polimixinas (lipopeptídios – membrana) e a
vancomicina (glicopeptídios - parede).

Agora vamos entrar em um outro grupo que possui outro mecanismo de ação que
interferem na síntese proteica bacteriana.
O Cloranfenicol é um fármaco, não constitui uma classe ou um grupo. As tetraciclinas
são uma classe dentro do grupo inibidores de síntese proteica.
Os dois são antibióticos bacteriostáticos, ou seja, não atuam somente sobre bactérias,
como protozoários. As sulfas são bacteriostáticas também, e os beta-lactâmicos
bactericidas.
Ao inibir a síntese proteica não estou matando a bactéria, impedindo somente sua
proliferação.
 O Cloranfenicol está dentro da classe anfenicóis. Tem uma estrutura química
diferente. É de largo espectro, mas já existe resistência.
 Histórico
Isolada em 1947 a partir do Streptomyces venezuelae, fungo.
Mecanismo de ação:
Inibição da síntese proteica bacteriana. A síntese proteica ocorre tanto em eucariotos
quanto em procariotos. A partir da molécula de DNA tenho a transcrição em RNA e a
partir do RNA a tradução em proteínas. E daí a gente teria a participação dos ribossomos
em ambos organismos, então é visível que temos um grande aparato para síntese proteica
e ela é diretamente ligada a frações ribossomais.
Como atua?
O Cloranfenicol impede a ligação ao RNAm na fração ribossomal 50s. Então o que ele
faz nessa porção 50s? Nessa subunidade existe uma enzima: peptil-transferase (ribozima)
– essa enzima que faz a organização dos aminoácidos para formação das proteínas. É uma
transferase, ou seja, reação de fase 2. Essa enzima é fundamental para formação dos
peptídeos, ou seja, o Cloranfenicol também impede a transpeptidação.
Inibi a peptil-transferase ligando-se a porção 50s do ribossomo por fim impedindo a
transpeptidação. Atua justamente na junção do RNAm e RNAt onde ocorre a tradução.
Bloqueia a formação de peptídeos.
Inibe a síntese de proteínas devido ao bloqueio especifico dos ribossomas bacterianos na
subunidade 50s (sitio P – inibição da peptil-transferase). Quem é o substrato natural do
sitio P? Peptídeos, ou seja, se ligam ao sitio ativo. Mas agora o Cloranfenicol que vai se
ligar. Ou seja, ele se liga competitivamente ao sitio P.
Em comparação o que a gente já viu o espectro de ação é ainda mais amplo. Gram + e -,
anaeróbios e a novidade Ricketsias, micoplasmas e clamídias (são obrigatoriamente
intracelulares).

Procariotos e eucariotos tem subunidades ribossômicas diferentes. Em eucariotos temos


uma com peso maior e uma com peso menor e entre procariotos também, em procariotos
a menor é a 30s e a maior 50s. Em eucariotos é 60s e 40s. Então nesse grupo é importante
saber onde o antibacteriano vai atuar. Dentro de cada subunidade existe um local de
ligação então tenho que saber em qual subunidade ele se liga. Qual sitio de ligação o meu
antibiótico atua.
As nossas unidades ribossômicas são diferentes então não são atingidas
significantemente. Então nossa síntese proteica não é atingida totalmente. Mas ocorrem
alguns eventos adversos em decorrência de poucas semelhanças.
Mecanismo de resistência:
Qual a estratégia em comparação com o que já vimos?
Existe um gene produzidos pelas bactérias, chamados de gene CAT (CLORANFENICOL
ACETILTRANSFERASE). Esse gene afeta a metabolização do Cloranfenicol, pois
ocorre inibição da acetiltransferase que é fundamental para o metabolismo Cloranfenicol
além de alterar a permeabilidade da bactéria. Se eu tiver esse gene eu não vou ter ação do
Cloranfenicol ou pouca ação. Várias bactérias já apresentam esse gene, que são trocados
por plasmídeos bacterianos (sexuadas)
Para que um fármaco atue na síntese proteica ele tem que entrar na bactéria, ou seja o
cloranfenicol, precisa entrar na bactéria chegar no citoplasma e logo nos ribossomos, já
para os beta-lactâmicos era mais do lado de fora atuando nas transpeptidases.
Espectro de ação:
Amplo espectro de ação.
 Aeróbios: gram positivos e gram negativos
Strep. pneumoniae, N. gonorrhoeae, N. meningitidis, H. influenzae, Moraxella
catarrhalis, E. coli (neonatos – endocardite e meningite neonatal), Salmonella sp,
Shingella sp.
 Anaeróbicos
Actinomyces; vimos em beta lactâmicos – facultativo (abscesso na boca, pulmões,
endocardite), Bacteroides fragilis (infecções intraperitoniais e GI)

Maior novidade para Cloranfenicol e tetraciclina


 Rickettsia sp, Micoplasmas pneumoniae (bactéria sem parede celular, logo nada
de betas-lactâmicos), Chlamydia trachomatis  obrigatoriamente intracelulares
 Haemophilus e Neisseria – bactericida – são mais sensíveis
 Para o resto – bacteriostático
Principais indicações terapêuticas:
Vias de administração: oral (associado a um sal – palmitato – facilitar as etapas
farmacocinéticas principalmente absorção), endovenosa (associação ao succinato) e
tópica (muito associado ao colágeno).
Para via oral e endovenosa para infecções internas e a tópica principalmente no olho na
forma de colírio, e pode ser para pele.
 Tifo é induzido por Rickettsia presentes no tubo digestório de parasitas como
carrapato e piolho que estavam em animais como cachorro, gato, gambá, que após
defecar e a gente coçar entra na corrente sanguínea (2º escolha, a primeira é
tetraciclina por ser menos toxica - doxiciclina), febre maculosa é parecido com o
tifo, pois a Rickettsia está presente no carrapato da capivara cuidado no lago
Paranoá, sintomas que lembram uma gripe forte, febre tifoide e paratifoide são
induzidas por Salmonella (enterobacteria)
 Meningite por hemófilos
 Meningite por pneumococo ou meningococo – droga alternativa para sensíveis a
beta lactâmicos.
 Infecções por anaeróbico
 Clamidioses – a clamídia podem induzir desde problemas oculares (tracoma) mas
mais vista como IST levando infertilidade, mulheres mais suscetíveis.
 Infecções do globo ocular – colírio
 Abscessos cerebral em associação com penicilina G, Ceftriaxona (1º escolha para
meningite) ou vancomicina (só para estreptococos). O abscesso pode acontecer
quando a meningite não é tratada ou grupos de bactérias.

O que justifica essas associações ?? Como o cloranfenicol precisa entrar na


bactéria, os beta-lactâmicos vão facilitar essa entrada por agirem diretamente na
parede bacteriano. Além disso, o cloranfenicol vai potencializar os efeitos das
beta-lactâmicos inibindo as beta-lactamases.
Interações medicamentosas e efeitos adversos
 Interfere na absorção do ácido fólico, ferro e vit. B12 – elementos importantes
para hematopoese. Podemos ter facilitação para incorporação do ácido fólico
através da nossa enzima diidrofolato redutase (2ª enzima). O ácido fólico é um
aminoácido fundamental na síntese, o Cloranfenicol inibi síntese proteica. Apesar
dos receptores da bactéria terem mais afinidade por ele os nossos receptores não
deixam de ter. Ferro é um íon fundamental para hemoglobina que está no núcleo
não proteico. Vitamina B12 é uma enzima que facilita o transporte de oxigênio.
 Álcool e Cloranfenicol – efeito antabuse (dissulfram – droga que inibe a aldeído
desidrogenase). O metabolismo do etanol é intra e extra hepático. Metabolito
intermediário acetaldeído é acumulado e ele provoca a ressaca e no final do
processo ácido acético. Quando associa estes o cloranfenicol inibe o metabolismo
do álcool. Acontece também com as cefalosporinas.

 Ação sinérgica com beta lactâmicos contra MO produtores de beta lactamases,


pois o Cloranfenicol inibi a produção dessas enzimas como? O cloranfenicol inibi
a produção de proteínas e beta lactamase é proteína.
 Toxicidade sobre o sistema hematopoiético:
Anemia
Agranulocitose
Trombocitopenia
Aplasia irreversível da medula independente de dose e tempo
 Síndrome cinzenta do recém-nascido – relacionada a taquipneia (mecanismo de
defesa por falta de oxigênio), letargia, hipotermia, cianose, coloração acinzentada,
choque (queda abrupta de pressão) e morte. O cloranfenicol precisa ser
metabolizado por transferases, reação de fase 2. Glicuroniltransferase.
 Função hepática imatura
 Risco c
Acúmulo = toxicidade
TETRACICLINAS
Revisão: o cloranfenicol inibi a síntese proteica na tradução. Tem ação na enzima peptidil-
transferase, é uma ribozima situada na porção 50s, no sítio P. Ele propicia uma ação sobre várias
bactérias que aumenta o espectro de ação.

As tetraciclinas também inibem a síntese proteica e tem amplo espectro de ação. São
bacteriostáticas. São divididas em naturais e semissintéticas.

Tipos de drogas disponíveis:

São obtidas por fermentação de fungos as tetraciclinas e oxitetraciclinas (naturais)

Semissintéticas: metaciclina, doxiciclina e minociclina

A doxiciclina é a mais importante clinicamente

A classificação é quanto a farmacocinética:

 Hidrófilas: clortetraciclina e oxitetraciclina – naturais


 Lipófilas: minociclina e doxiciclina – semissintéticas – difusão facilitada pela membrana
bacterina, pois essa membrana é formada também por fosfolipídios. Atuação mais
facilitada.

Mecanismo de ação:

Existe um acoplamento entre o RNAt e o RNAm e esse acoplamento se dá na subunidade do


ribossomo 30s e especificamente onde vai ter a acepção dos aminoácidos, leitura dos
aminoácidos. Esses aminoácidos são provenientes do RNA transportador que depois são lidos
pelo mensageiro. Esse ponto de ligação é chamado de sitio A (de aminoacil). É nesse sitio A que
a tetraciclina vai se ligar inibindo a leitura dos aminoácidos. E impedindo também a ligação dos
aminoácidos.

O local de ação do cloranfenicois é sitio p na subunidade 50s. Subunidades e sítios diferentes.

Por difundirem-se para o interior das células as tetraciclinas são potentes contra parasitas
intracelulares e microrganismos que não têm pare celular (micoplasmas).

Para um atb que atua na síntese proteica o medicamento tem que entrar na bactéria.

Se ela for mais lipofílica ela atua mais rápido e eficientemente, mas quando vou usar a hidrofílica
então? Quando precisar de um tratamento mais prolongado.

Espectro de ação:

 Ativas contra anaeróbico, aeróbios gram + e gram –, espiroquetas (Treponema palidus


e Leptospira) – a primeira escolha é penicilina natural, essa é uma alternativa- e alguns
protozoários.
 Bactérias obrigatoriamente intracelulares (Ricketsias, micoplasmas – não tem parede
celular, indutoras de pneumonia - e clamídias – indutora de IST’s e doenças oculares,
além de pneumonia).

Uso terapêutico

São usadas principalmente via oral

São drogas para o tratamento de escolha:

 Cólera – Vibrium cólera, vibrião – o tratamento básico é soro por causa da diarreia. É
primeira escolha a tetraciclina.
 Ricketisias – tifo e febre maculosa (1ª escolha) – são menos toxicas que o cloranfenicol
por causa da interferência na hematopoese.
 Micoplasmas – pneumonia complicada de ser tratada, pois a detecção não é fácil. São
bactérias com similaridades de fungos por serem muito lentas para se reproduzir
 Clamídias – tracoma, linfogranuloma venéreo, pneumonia (aqui a tetraciclina é
sistêmica em todas opções)
 Uretrites não especificas
 Gonorreia e sífilis – como substitutos para penicilinas
 A minociclina e a doxiciclina são usadas no tratamento da acne – Corynebacterium/
Propionibacterium acnes, atuam sobre a inibição das lipases produzidas pela pele e
aumentam a concentração de gordura. {As bactérias produzem essas lipases então quanto
mais gordura na pele melhor para elas, as tetraciclinas iram atuar justamente no sitio ativo da
lipase e diminui a infecção} A doxiciclina é mais utilizada. Existem outras opções mas essa
é uma das principais escolhas.

IST’s em geral tem ação das penicilinas, tetraciclinas e do cloranfenicol

Mecanismos de resistências:

 Surge através de diversos mecanismo – gene tet (ten eleven translocation) – existe uma
translocação entre os genes 10 e 11 da bactéria provocando uma alteração
cromossômica logo resultando em uma mutação. Esse gene pode ser passado de
bactéria por bactéria assexualmente ou sexualmente
 Adquirida por plasmídios: aparecimento de bomba de efluxo na membrana – leva o
fármaco para fora da célula, no caso a tetraciclina

Efeitos adversos:

 Intolerância gastrointestinal – náusea e diarreia. Pois é por VO


 Hepatotoxicidade – excreção hepática – risco X – pois tendem a se fixar no osso do feto.
 Crianças menores de 8 anos não devem utilizar devido a ligação aos dentes. Interfere na
ligação do cálcio. Osteoblastos: precisam do cálcio para formar os ossos.
 Fotossensibilização – deposição no globo ocular na conjuntiva

RENAME

 Doxiciclina e minociclina – componente estratégico


 Cloranfenicol - componente estratégico e básico

Qual indicação de uma tetraciclina hidrofílica?


AMINOGLICOSÍDEOS

Revisão: já vimos a ação de 2 classes de inibidores de síntese proteica e esse é mais um.
Vimos o cloranfenicol (subunidade 50s dos ribossomos que atua sobre o sítio P , ação da
peptidil-transferase) e as tetraciclinas (subunidade 30s, sitio A, sitio de acoplamento,
aminoacil. Local onde há a ligação entre o RNA transportador e o RNA mensageiro
impedindo tradução.). Os dois tem um amplo espectro de ação envolvendo GRAM +,
GRAM -, Rickettsia, micoplasmas e clamídias.

Agora veremos os aminoglicosídeos ou aminociclitóis. São antibióticos, pois podem ser


usados para outros organismos.
Amino = grupamentos amina que envolvem a presença de nitrogênio.
São inibidores da síntese proteica atuando na subunidade 30s, assim como as tetraciclinas
atuando bastante em gram - e menos em gram +. Não tem ação sobre anaeróbicos. O
espectro de ação é mais reduzido do que os da tetraciclina e cloranfenicol.
Fármacos importantes:
 Estreptomicina – mais restrito ao tratamento da tuberculose
 Gentamicina
 Amicacina
 Neomicina
As três ultimas são as mais utilizadas
Mecanismo de ação:
Atuação sobre E. coli. Como todo fármaco inibidor de síntese proteica ele precisa entra
na bactéria, dessa forma os aminoglicosídeos atravessam mais facilmente quanto menor
for a parede, isso explica sua predominância sobre gram -. Mas cloranfenicol e tetraciclina
também fazem isso, então qual o sentido? Nesse caso o que muda é que os
aminoglicosídeos são substancias muito polares o que dificulta mais a passagem pela
membrana. Eles tendem mais para o polo positivo por causa dos grupamentos amino.
Então devido a isso existe um transporte ativo do aminoglicosídeo para dentro da bactéria.
Mas esse transporte ativo é dependente de oxigênio, o que explica a não atuação em
anaeróbios. A molécula de aminoglicosídeo é grande e polar eu preciso de transporte ativo
e o que impulsiona esse transporte é a presença do oxigênio. Uma vez dentro da bactéria
ele vai impedir o processo de transcrição (DNA  RNA). Enquanto que as tetraciclinas
atam no acoplamento do RNA transportador com o RNA mensageiro, tradução (RNA 
proteína). Quando isso ocorre a uma ruptura da membrana celular levando ao
extravasamento do conteúdo intracelular: efeito bactericida. Cloranfenicol e tetraciclina
são bacteriostáticos somente em altas concentrações o cloranfenicol atua como
bactericida contra algumas bactérias.
Informações importantes:
 Só atuam em aerobiose – pois depende de oxigênio
 O cloranfenicol pode interagir com os aminoglicosídeos negativamente, pois o
cloranfenicol vai inibir a ação do aminoglicosídeo bloqueando o transporte ativo.
PORQUE? COMO ELE FAZ ISSO? DISCUSSÃO PARA AULA SÍNCRONA?
Por ser um inibidor de síntese proteica, o cloranfenicol atuará dificultando a
produção das bombas (que são proteínas), e o aminoglicosídeo depende de uma
bomba para realizar transporte ativo.
 Penicilinas potencializam o efeito dos aminoglicosídeos. PORQUE? BETA-
LACTÂMICOS NO GERAL, MAS PRINCIPALMENTE AS PENICILINAS? É
normal a interação penicilinas e aminoglicosídeos.
Assim como com as tetraciclinas e com o cloranfenicol, os aminoglicosídeos
precisam entrar na bactéria para atuar na síntese proteica, e os beta-lactâmicos
agem aumentando a permeabilidade da bactéria atuando na parede bacteriana.

Olhando melhor para o mecanismo dos aminoglicosídeos percebemos que têm 3


fases/momentos da síntese proteica onde os aminoglicosídeos atuam.

A esquerda temos as duas subunidades, 50S e 30s. No meio existe uma linha 5’ 3’que
é a direção de leitura do RNA (tradução). O que parece uma cobrinha saindo do ribossomo
50s é a síntese proteica, ou seja, saída do polipeptídio. Então aqui é o início da síntese
proteica, pois é a partir do glicopeptídio que vai ter a formação da proteína madura.
A – existe a atuação do aminoglicosídeo bloqueando a ação da síntese proteica bem no
início. Processo de transcrição, acoplamento do RNA transportador ao mensageiro.
B – outro momento, processo já da tradução. Estimula a terminação prematura da
proteína. A bolinha vermelha é o aminoglicosídeo. Vai ter tradução mas é prematura, ou
seja, a proteína não é adequadamente formada.
C – inibir a incorporação dos aminoácidos corretos. Toda proteína é formada por
aminoácidos e é necessário que esses aminoácidos estejam. Por exemplo, o ácido fólico
é um aminoácido importante para formar algumas proteínas fundamentais para
hematopoese. Se eu não tiver a incorporação do ácido fólico eu não tenho esse
aminoácido. O polipeptídio pode até ser formado mas incorretamente.
Espectro de ação:

Bastante restrito para gram – e aeróbios (necessita de oxigênio)


 Gentamicina e amicacina
Escherichia Coli
Proteus
Pseudômonas e Klebsiella (várias cepas resistências a vários atb- relacionadas a
infecção hospitalar)

 Estreptomicina restrita ao tratamento da tuberculose


Mycobacterium tuberculosis
Indicações terapêuticas:

1- Infecções do trato urinário – nefrites (alta) e cistites (baixa)


2- Infecções respiratórias (associados a beta-lactâmicos)
3- Septicemias (com beta-lactâmicos)
Os beta-lactâmicos atuam prioritariamente em gram +, por isso se aplicar só
aminoglicosídeos não será eficiente. Estreptococos, pneumococo. Ação
sinérgica. Amplia o espectro de ação.
4- Infecção por gram + (com vancomicina – glicopeptídio – atua sobre gram +)

Principais apresentações farmacêuticas:

Gentamicina – injetável (20,40,60,80,120,160 e 280mg) e tópica (para tratamento


de queimados – a pele queimada é uma porta de entrada para infecções
oportunistas (lembrete: sulfadiazina de prata também é usada)

Amicacina – novamin (nome comercial)

Mecanismo de resistência:

Problema é complexo e preocupante – existem vários mecanismos de resistência,


pois já foram muito usados, principalmente a estreptomicina

1- Enzimas que interferem nas reações de:


 Fosforilação – fosforilases
 Adenilação – adenilases
 Acetilação – acetilases
 Desacetilação – desacetilases

Toda enzima é uma proteína, normalmente o que ocorre é uma modificação no sitio
ativo dessas enzimas e que fazem com que os aminoglicosídeos sejam degradados
antes de poderem atuar.

2- Alteração da subunidade ribossomal – 30s


Por mutação ou por plasmídeos
 A gentamicina e atualmente menos ativa do que a amicacina, pois apresenta maior
vulnerabilidade á ações enzimáticas.

Farmacocinética:

Nenhum aminoglicosídeo é administrado VO, pois são altamente polares logo


dificilmente absorvidos. Uso IM/EV. Mais restrito

Não passa pela barreira hematoencefálica – não trata meningites

Atravessam a barreira placentária (risco C) – a placenta é pouco seletiva

Atinge concentrações consideráveis em: (posso ter um acumulo se em excesso =


toxicidade)

 Humor vítreo (olho – pode ter atuação ocular)


 Secreções e líquidos corporais
 Parênquima renal e tecido pulmonar
 Sistema urogenital (exceto próstata) – não indicado para prostatites
Tempo de meia vida: em torno de 3 horas (bem rápida); ligação proteica = 30-40%
Eliminação renal

Toxicidade

Ototoxicidade – (cloranfenicol, sulfonamidas)

É dose dependente
Promove lesão progressiva da cóclea e órgão vestibular – órgãos principais
Sintomas: vertigem, zumbido, ataxia (prejuízo no movimento) e queda da acuidade
auditiva, levando a surdez
Qualquer aminoglicosídeo pode causar esses sintomas, mas a estreptomicina e a
gentamicina são os mais agressivos. Dependendo da situação não tem reversão.
Contraindicação: pessoas com problemas auditivos

Nefrotoxicidade: (penicilinas também são, então tomar cuidado, pois tem associação
entre estes)
Também dose dependente e tempo.
Lesão primaria nos túbulos renais e ocorre com maior probabilidade em nefropatas
Bloqueio neuromuscular:
Inibe a liberação de acetilcolina na placa motora – nervos e musculo onde a
acetilcolina atua em receptores ionotrópicos promovendo a contração muscular –
receptores nicotínicos – receptores sódio e potássio (inibição de canais de sódio)
Uso concomitante com drogas curariazantes agrava– anticolinérgicos – antagonista
competitivo de acetilcolina. Indução de paralisia muscular do diafragma – apneia
Contraindicação: miastenia grave leva ao bloqueio neuromuscular por meio de uma
doença autoimune
RENAME
Gentamicina – componente básico: pomada oftalmológica/colírio, concentração
maior no humor vítreo
Amicacina – componente estratégico – restritos para determinadas infecções –
injetável – mais resistentes ás enzimas que inativam aminoglicosídeos. Uso restrito
para tratamento de infecções por MO resistente a gentamicina
Estreptomicina – componente estratégico – injetável – tratamento da tuberculose

MACROLÍDEOS
Revisão: estamos nos inibidores de síntese proteica
 Cloranfenicol – 50s
 Tetraciclinas - 30s
 Aminoglicosídeos – 30s
E agora:
 Macrolídeos
É importante pensar em qual subunidade os atb inibidores de síntese proteica atuam.
Vimos vários mecanismos de ação e o que muda é o local de atuação e o caminho da
inibição.

O macrolídeo também vai ter atuação sobre a inibição da síntese proteica. O mais
antigo é a eritromicina, muito usado para Gram + (Streptococcus e Staphylococcus)
principalmente em pacientes sensíveis a beta lactâmicos.
Atuam sobre a parede bacteriana.
Atualmente os mo apresentam muita resistência a eritromicina. O termo
macrolídeo deriva da estrutura, eles possuem um grande anel lactônico,
onde se ligam radicais. Esse anel lactônico é um éster.
Atualmente existem macrolídeos mais eficazes: claritromicina e azitromicina
Mecanismo de ação:
Atuam sobre a subunidade 50s. Interferem na reação de transpeptidação.

A atuação acontece em um processo chamado de translocação, ligação do RNA


transportador ao RNA mensageiro para leitura dos códons de aminoácido, o que
origina o polipeptídio. Os macrolídeos vão atuar nessa translocação. O local de
atuação é muito próximo da do cloranfenicol (sitio P), por isso ocorre uma competição
entre estes dois, então não devem ser associados.

A eritromicina é bacteriostática.

A azitromicina e a claritromicina é bactericida.

Cloranfenicol e tetraciclinas são bactericidas.

Espectro de ação:

Mais amplo que aminoglicosídeos

Gram + e -. Bactérias intracelulares obrigatórias

GRAM +

GRAM – ,A partir de
campy... –
enterobacterias

IST’S - intracelular

Não tem parede


O tratamento da acne tem que ser muito lipofílico como a doxiciclina (tetraciclina).
A azitromicina é eficaz contra acne.

Difteria – doença respiratória.

A bortella causa a coqueluche, que é caracterizada por muita tosse, prolongada e


acompanhada por problemas respiratórios (febre).

A azitromicina foi muito utilizada para o tratamento do covid. Qual a justificativa


clínica para isso? A primeira questão é pelo fato de tratar infecções respiratórias por
vários mo e isso fez com que algumas pessoas testassem esse medicamento.

O Helicobacter pylori só cresce em ph ácido. Ocorre em úlceras gástricas e duodenais.


Mais para frente veremos em sistema digestório que a claritromicina é indicada
quando existem essas ulceras por H. pylori. Associação de amoxicilina também. No
mundo inteiro. No brasil também é recomentado o metronidazol.

Farmacocinética da azitromicina

É facilmente absorvida e distribuída e a sua concentração em tecidos moles pode


chegar a valores superiores a da claritromicina e até 100 vezes mais da eritromicina,
pois é muito lipossolúvel, a mais entre os macrolídeos.

Azitromicina x tetraciclinas (doxiciclina) no tratamento de acnes –

Azitromicina e covid – justamente por conta da sua lipossolubilidade é rapidamente


absorvida e distribuída, ou seja, age rapidamente. Mas e a doxiciclina? Não estava
associado a cloroquina. A azitromicina inibe síntese proteica e os vírus também fazem
síntese proteica, ou seja, algumas atividades virais são inibidas. Perceba que nada é
especifico para covid, não é baseado em evidencia e normalmente é utilizada em
associação com hidroxicloroquina e cloriquina. Outra justificativa, seria que a
azitromicina leva a uma imuno-modulação, facilitação da resposta imune a vários
MO. Imuno-moduladores podem levar a uma melhora inicial mas por feedback uma
piora maior. Além de, interferência sobre a resposta cardíaca. No intervalo QT é
prolongado pela cloroquina e hidroxicloroquina e potencializado pela azitromicina,
levando o paciente a uma arritmia cardíaca. NÃO EXISTEM EVIDÊNCIA
CLÍNICAS CONTRA COVID.

Artigo que ele tinha postado sobre associação da hidroxicloroquina com azitromicina.

Reações adversas:

 Hipersensibilidade
 Hepatite colestática (após 10-20 dias): náuseas, vômitos, cólicas abdominais,
icterícia (acumulo de hemoglobina em alguns tecidos), febre, leucocitose* ainda
não havia aparecido. Processo inflamatório do fígado e vesícula biliar (parada do
fluxo biliar) – a bile é fabricada no fígado e armazenada na vesícula biliar por
meio de ductos biliares, esses ductos que param. Acontece quando tem pedras na
vesícula também. Geralmente é reversível com a retirada do macrolídeo, quando
não se tem calculo biliar.
A eritromicina é mais toxica pois induz essa hepatite.
 Risco C

Mecanismo de resistência:

 Produção de esterases – quebra ésteres


 Modificação do sitio ribossômico
 Redução da permeabilidade da mb
 Produção de metilase no sítio de ligação ribossômico – quebra ligações entre metil

Esses mecanismos vêm crescendo devido ao uso indiscriminado. Pode apresentar


resistência cruzada muito envolvida com a produção de metilases.

RENAME no componente básico

 Eritromicina
 Espiramicina – mais utilizada em protozoários
 Azitromicina: apresenta resistência cruzada com eritromicina. IST’s por
Chlamydia trachomatis. Uretrit e cervicite
 Claritromicina; Streptococcus e Helicobacter pylori

Resume as quatro classes. Relembrar:


 50s – cloranfenicol que se liga ao sitio P inibindo a peptidil-transferase (sítio
ativo), logo impedindo a transpeptidação. Eritromicina, inibe o processo de
translocação leitura errada de códons. Estes podem até ter competição pelos os
sítios serem muito próximos.
 30s – tetraciclinas acoplamento do RNAt ao RNAm, no sitio A. estreptomicina
atua desde o acoplamento mas principalmente na leitura.

FLUOROQUINOLONAS
Revisão: no vídeo anterior sobre macrolídeos o professor esqueceu de falar sobre um slide
e falará agora. A neisseria gonrrhoaeceae não é gonogococos, a que é, é a neisseria
meningitite.
Slide que faltou: a azitromicina, por exemplo, é para o tratamento da acne e além dessa
indicação temos para:
 Trato respiratório superior, inferior (PAC e hospitalar),
 Coqueluche e difteria – vacina em mais de uma dose; pentavalente - (eritromicina
– primeiro macrolídeo e por isso muitas bactérias já têm resistência, está ainda é
usada, pois existe vacina para essas duas doenças).
 Otite média (pode ser uma complicação do quadro de infecção do trato
respiratório)
 Infecções genitais por Chlamydia trachomatis (linfogranuloma venereo –
cloranfenicou e tetraciclinas), Neisseria gonorrhoeae, Haemophylus ducrei
(cancroide).
Vias de administração:
 A maior parte é via Oral, pode ser mais utilizado pela população
 Via endovenosa

O que já vimos:

 Sulfonamidas: associadas ao trimetoprima. São inibidores do metabolismo


bacterina principalmente do acido fólico
 Beta lactâmicos: inibidores de síntese de parede bacteriana
 Glicopeptídios: inibidores de síntese de parede bacteriana
 Lipopeptídios: vancomicina – inibidores da síntese de membrana bacteriana
 Cloranfenicol: inibidores da síntese proteica – 50s
 Tetraciclinas: inibidores da síntese proteica – 30s
 Aminoglicosídeos: inibidores da síntese proteica – 30s
 Macrolídeos: inibidores da síntese proteica – 50s

As quinolonas não inibem síntese proteica. São uma classe isolada, pois tem uma atuação
diferente já vista. Atuam sobre enzimas também. São sintéticas, ou seja, não derivam de
nenhum organismo.
As quinolonas foram os primeiros fármacos que surgiram e logo após vieram as
fluoroquinolonas, o que as diferenciam é a presença do flúor.
As quinolonas iniciais:
1ª geração: ácido nalidíxico – não tem flúor
2ª geração: flúor passa a ser incorporado no carbono 6, no anel quinolônico. Quando o
flúor é adicionado muda a eficácia da molécula. Facilita a penetração do atb na membrana
bacteriana. O flúor então aumenta a afinidade do receptor pela molécula? Como o flúor
facilita a entra do atb sendo que este possui uma carga negativa e a molécula é grande?
Como ela entra na molécula? Tem facilitação devido ao átomo de flúor.
 Ciprofloxacina mais usada que as outras
 Ofloxacina
Faz parte do esquema de tratamento alternativo de hanseníase
 Norfloxacina
 Pefloxacina
Ciproonorpe – floxacina
3ª geração: levofloxacina – muito usada também
4ª geração: moxifloxacina
São de amplo espectro e bactericidas.
Até hoje temos muita utilização das de 2ª geração principalmente a Ciprofloxacina.
O que caracteriza essas gerações? A diferença é em relação ao espectro de ação. Parecido
com o que vimos para cefalosporinas. 3ª e 4ª geração apesar de poderem ter um espectro
menor são mais especificas.
Mecanismo de ação:
Inibem a topoisomerase II (DNA girase) e topoisomerase IV. Enzimas importantes no
processo de reprodução. As gerações também vão se diferir pela afinidade das enzimas
(quem tem afinidade é a enzima/receptor). A topoisomerase II (DNA girase) tem mais
afinidades pelas fluoroquinolonas de 2ª geração do que a IV, já a 3ª e 4ª agem mais ou
menos igual nas duas.
Nós temos essas duas enzimas e isso quer dizer então que as fluoroquinolonas podem
atuar nas nossas enzimas mesmo as da bactéria tendo mais afinidade.
Para que uma bactéria seja replicada ela precisa passar pelo processo de transcrição
(DNARNA) e de tradução (RNAPROTEÍNA).
As quinolonas atuam em um processo anterior de síntese proteica. Vão atuar diretamente
sobre o DNA bacteriano, este também é dupla fita. Essas duas fitas precisam se organizar
para que ocorra a síntese proteica e para replicação do próprio material genético. Então a
DNA girasse e TP IV são importantes para replicação do DNA bacteriano. A partir da
dupla fita a bactéria é capaz de fazer replicação. Se essas enzimas não estiverem atuando
direito a bactéria não tem a duplicação adequada. O resultado disso é que o cromossomo
bacteriano (cromossomos são formados por genes que são parte do DNA) fica
desorganizado. Por isso são bactericidas.
Inibem a topoisomerase II (DNA girase) e topoisomerase IV. Como? Elas se ligam no
sitio ativo ou inibitório dessas enzimas? A quinolona se liga ao sitio ativo rompendo as
pontes de hidrogênio estabelecidas entre a DNA-girase e o DNA e na topoisomerase IV
ao sitio inibitório, seja ligando no sitio ativo ou inibitório, o importante é inibir a enzima.
São antagonistas competitivas ou não competitivas do DNA?
Espectro de ação
Vai atuar sobre GRAM – e GRAM +, e sobre o Mycobacterium tuberculosis (não é nem
+ nem -, é corado por outro processo, elas são álcool ácido resistentes). A estreptomicina
(aminoglicosídeo) também age sobre o mycobacterium.
As quinolonas são uma opção quando não temos resposta com cefalosporinas e
aminoglicosídeos ou na presença de sensibilidade aos beta-lactâmicos. As quinolonas não
devem ser primeira escolha para tratar essas bactérias. É importante isso, porque hoje vê-
se um uso muito grande dessa classe que não deveria ocorrer por ser uma classe opção e
tem aumentado a resistência. Outros antibacterianos já combatem essas bactérias. As
quinolonas tem um preço mais caro. Cabe o uso quando precisa de um fármaco de amplo
espectro por dificuldade no diagnóstico. Questionar os prescritores.

Indicações terapêuticas:
 Infecções das vias urinárias que não respondem a aminoglicosídeos – norfloxacina
e Ofloxacina
 Infecções respiratórias por GRAM – (pseudômonas) /GRAM+ ( Streptococcus|)-
 Otite externa
 Gonorreia (neisseria gonorrhoeae) norfloxacina ou ofloxacina
 Prostatite bacteriana – desde sulfas que envolvem infecções genitourinário e são
difíceis de serem tratadas pela baixa concentração na próstata. Exige uso
prolongado do antibacteriano, principalmente em homens mais idosos.
Norfloxacina
 Pacientes imunocomprometidos – pacientes que tem outras infecções
 Antisséptico urinário com reservado – ácido nalidíxico, isolado ou associado a
gentamicina (aminoglicosídeo). Tratamento profilático.
Farmacocinética das quinolonas:
Exemplo: Ciprofloxacina
São bem absorvidas via oral, mas existe a opção intravenosa. – caráter relativamente
lipofílico.
Boa biodisponibilidade
Apresentam concentrações séricas boas no trato urogenital (prostatites), respiratório
(liquido pleural), baixa concentração no líquor, ou seja, posso usar para tratamento de
sistema nervoso mas elas têm baixa atuação (exceto Ofloxacina).

A biotransformação é feita no fígado pelo citocromo P450 e a excreção é basicamente


renal.
Efeitos adversos:
Não são tão importantes, não tem muita toxicidade.
1- Náuseas e vômitos, principalmente por via oral
2- Sonolência e tonturas, atravessa barreira hematoencefálica
3- O ácido nalidíxico não deve ser utilizado em crianças menores de 10 anos (induz
lesões articulares e interferência no sistema ósseo em desenvolvimento). Não tem
as epífises (ponta do osso longo) formadas. Não é tão grave quanto para
tetraciclinas que competem com o cálcio.
4- Pode ocorre anemia hemolítica, quebra das hemácias. Relação com o mecanismo
de ação. Geralmente quando olha-se os antibacterianos que causam isso, como as
sulfas, são fármacos que atuam no DNA bacteriano, mas existe uma certa atuação
no nosso DNA. Se altero dna alter a configuração da hemácia. Não é tao amplo
quanto em sulfas e cloranfenicol.
5- Risco c

Principais apresentações;
Ofloxacina: 200mg comprimido
Pefloxacina: comprimidos de 400mg e ampolas de 400mg
Ciprofloxacina: comprimidos de 250 e 500 mg

Mecanismo de resistência:
1- Mutações cromossômicas nos genes gyrA (cromossomal) que codificam a DNA
girasse: alteração do sitio enzimático de ligação do fármaco. O substrato da DNA
girasse é o próprio DNA, ela se liga por ponte de hidrogênio e o que acontece é
que a quinolonas rompem essa ligação, então é no próprio sitio ativo. Porem na
topoisomerase IV se liga ao sitio inibitório. Alterações no sitio enzimático no
geral, tanto inibitório quanto ativo.
2- Presença de bomba de efluxo e alteração das porinas presentes na membrana
externa de GRAM -  diminuição da permeabilidade. Bombeia o fármaco para o
meio extracelular. As porinas são proteínas especializadas na passagem de água.
Algumas quinolonas usam as porinas para atravessar apesar de serem lipofílicas.
Só em gram -
3- Mutações do gene qnr (plasmodial – reprodução sexuada) – proteção da DNA
girase.
RENAME
 As quinolonas estão no componente estratégico, pois são de alto custo e
apresentam certa resistência. Ciprofloxacina, levofloxacina, moxifloxacina,
Ofloxacina. São indicadas para infecções contra bactérias multirresistentes ou
quando macrolídeos e tetraciclinas não fazem efeito ou são contraindicados.
Quando não pode-se usar penicilinas.
 Indicação: g-aeróbicas (salmonella, Shigella, campylobacter, neisseri e
pseudômonas)

ANTIMICOBACTERIANOS

Aula 1 – tuberculose
A primeira aula vai falará basicamente sobre tuberculose e no outro da lepra.
O que é a tuberculose?
É uma doença transmitida por aerossóis durante a fala, espirros e/ou tosse.
Micropartículas expelidas com capacidade de contaminar outra pessoa. Igualmente a
covid-19, o uso de máscara já ajuda também a evitar a tuberculose
Principais sintomas:

Tosse seca e prolongada de 3+ semanas (nada passa a tose mesmo com o uso de alguns
medicamentos – opióides e anti-histamínicos), dor no peito (devido a tosse) e hemoptise
(sinal patognomônico – sinal relacionada com a patologia, entretanto não está presente só
na tuberculose. Sangue nos líquidos biológicos, principalmente no escarro. É possível
encontrar em verminoses como ascaridíase também).

Sintomas sistêmicos:

Febre, calafrios, suores noturnos, perda de apetite e peso e cansaço fácil. Sintomas
inespecíficos.

Fatores de risco:

Exposição anterior à tuberculose, na forma de infecção ou doença (Teve contato com a


micobactéria mas não desenvolveu a doença ou já desenvolveu). Tratamento anterior não
terminado. Fatores de risco demográficos (falta de saneamento básico, aglomeração de
pessoas, moradia). Condições medicas como o HIV (PVH – pessoas vivendo com HIV.
Se o indivíduo tem algum quadro clinico com diminuição do sistema imunológico)

Deve-se sempre estar atento para quando o indivíduo saudável não responder a ATB
regulares.

A tuberculose inicialmente em um indivíduo saudável pode ser tratada como uma


infecção respiratória baixa. Por isso é necessário fazer os exames. Muitas vezes ocorre
que começa o tratamento com outros ATB que mascaram os sintomas e não agem nas
micobactérias.

Exames básicos na clínica:

 Raio X de pulmão (parte esbranquiçada)


 Lamina contendo bacilos ácido-álcool-resistentes (bacilos da tuberculose), as
micobactérias não são coradas pela técnica de GRAM (bacterioscopia – escarro).
 Cultura de micobactérias – é bem parecida com a cultura de fungos primeiro por
ser mais granulada e por se reproduzirem lentamente. Para entrar com o
tratamento então não pode-se esperar a cultura ficar pronta.
 Teste rápido de tuberculina – injeção subcutânea de bacilos de micobactérias
(tuberculina). Se der positivo significa que já tem anticorpos e aparecera uma
ferida.

ISONIAZIDA

Mecanismo de ação:

Ação bactericida em bactéria em divisão e bacteriostática em bactérias em repouso, então


tanto em repouso quanto em divisão tem efeito, porém mais em divisão por causa da
enzima em que atua. Inibe a enzima enoil-redutase, inibindo a síntese do ácido micólico,
constituinte apenas da parede celular da micobactéria. Tanto a micobactéria da lepra
quanto a da tuberculose apresentam essa enzima. O ácido micólico é o substrato natural
da enzima. Se eu inibo essa enzima no sitio inibitório eu estou inibindo essa síntese.

Indicação clínica: Mycobacterium tuberculosis.

Reações adversas: vamos ter várias reações adversas em todos os medicamentos. A


tuberculose é muito difícil de tratar, essas reações são um dos motivos para não adesão
do tratamento.

 Neurite/neuropatia periférica – inflamação dos nervos Atuação sobre o sistema


(conjunto de axônios localizados no sistema nervoso nervoso, tanto central quanto
periférico, SNC  fibras). Mediadores inflamatórios periférica.
liberados na corrente sanguínea. Inflamação ao redor dos
nervos que leva a dor.
 Neurite ótica – dor no fundo do olho
 Distúrbios mentais – confusão mental – quando o paciente não sabe coisas simples
 Ataxia – alteração do equilíbrio
 Incoordenação motora
 Hipersensibilidade – reação alérgica
 Contrações musculares – contração involuntária de músculos esqueléticos
 Tontura
Atravessa barreira
 Parestesia – formigamento – alteração sensorial
hematoencefálica
 Torpor – sensação de fadiga, prostração
 Encefalopatias toxicas – inflamações do encéfalo – não ocorre de fato uma
inflamação mas ocorre a liberação de mediadores inflamatórios na corrente
sanguínea ao redor do encéfalo
 Indução de convulsões
 Risco c - problemático para uso em gestante mas não tem escapatória, ocorre
alterações no esquema de tratamento

O tratamento da tuberculose é feito pela associação de vários fármacos.

Mecanismo de resistência:

1- Alteração da enoil-redutase – fundamental para síntese de ácido micólico.


Algumas micobactérias produzem mens ácido micólico precisando menos da
enoil-redutase.

A resistência é maios a isoniazida do que a rifampicina, pois é mais especifica.

RIFAMPICINA
Mecanismo de ação:

Derivado semissintético da Rifamicina B, produto da fermentação da bactéria


Streptomyces mediterranei. Atua inibindo a atividade da RNA-polimerase DNA
dependente de GRAM + e -. Ação bactericida.

O que faz a RNA polimerase?

A partir da fita DNA ela polimeriza, ou seja, faz uma fita de RNA. Propicia a formação
do RNA da bactéria. É bactericida, pois eu estou agindo na formação do DNA da bactéria
e é impossível ela sobreviver sem RNA, pois não terá a síntese proteica. Ou seja, a
rifampicina atuará também na síntese proteica, porém não é um inibidor de síntese
proteica porque não age nos ribossomos, mas sim em uma enzima que gera a fita de RNA.

Ela não atua só sobre a micobactéria da tuberculose, mas da lepra também, assim como
em bactérias GRAM +.

Para que a bactéria quer RNA?

1- Síntese proteica
2- Divisão

Mecanismo de resistência:

2- Mutações nos sítios ativo e inibitórios da enzima RNA-polimerase.

Indicações clinicas:

 Tuberculose
 Hanseníase
 Tratamento de portadores nasofaríngeos de N. meningitidis, de indivíduos que
mantiveram contato com portadores de meningite meningocócica ou Haemophilus.
 É encontrada a neisseria no trato respiratório superior e não só nas meninges

Reações adversas:

 Rubor facial – maior circulação sanguínea na face Inflamação


 Prurido – coceira intensa
 Rash cutâneo generalizado – feridas vermelhas circunscritas com pele levantada.
 Purpura – pequenas manchas avermelhadas na pele; alteração de hemácias
 Epistaxe – hemorragia na parte superior; nasal
Sistema
 Metrorragia – hemorragia vaginal
hematopoiético
 Hemorragia gengival – hemorragia na área da boca
 Anemia hemolítica – quebra de hemácias
 Síndrome pseudogripal com febre
 Astenia – perca de força
 Cefaleia – devido a vasodilatação
 Tremores e mialgia – desbalanço eletrolítico
 Nefrite intersticial – inflamação
 Necrose tubular aguda – quadro mais grave que envolve Alteração no trato
urinário
lesão
 Tombocitopenia – diminuição de plaquetas
 Choques – queda abrupta de PA
 Mal estar
 Inapetência – falta de apetite
 Náusea
 Vômitos
 Icterícia – inflamação do fígado e vias biliares
 Insuficiência hepática
 Diarreia
 Risco c

Quando há efeito adverso relacionado a hematopoese o mecanismo de ação envolve


material genético.

A isoniazida e a rifampicina são associadas.

Interação com pílula contraceptiva: indução enzimática. Mais significativa que


penicilinas semissintéticas e tetraciclinas. Quando usa-se a pílula com o ATB deve-se
tomar cuidado, pois se for com rifampicina por exemplo ocorre indução enzimática. A
rifampicina faz com que a pílula seja excretada mais rápido e perde efeito. Penicilinas
semissintéticas e tetraciclinas também tem essa interação.

ETAMBUTOL

Daqui para frente os fármacos vão ter praticamente o mesmo mec. de ação da
isoniazida.

Mecanismo de ação:

Micobacteriostático em culturas na fase de crescimento, na fase de repouso ???.


Possui atividade antimicólica, inibindo a incorporação desse ácido a parede
micobacteriana. Não possui efeito sobre outras bactérias. Suprime o crescimento de
micobactérias resistentes a isoniazida e estreptomicina (aminoglicosídeo). Enquanto
a isoniazida inibe a enzima enoil-redutase inibindo a síntese do ácido micólico o
etambutol dificulta a incorporação desde a parede.

Não é o fármaco principal. É usado em casos de reinfecção ou piora por não adesão do
tratamento infecção.

Indicação clínica:
 Tuberculose pulmonar – mais comum das tuberculoses
 Meningite tuberculoide
 Infecções micobacteriana atípicas – tuberculose articular

As micobactérias podem atingir outros tecidos.

Reações adversas:

 Prurido
 Dor articular
 Distúrbios gastrointestinais
 Dor abdominal
 Mal estar
 Cefaleia
 Tontura
 Confusão mental
 Desorientação e possível alucinação
 Gota aguda – hiperuricemia
 Neurite periférica e ótica retrobulbar
 Risco c

Estreptomicina – aminoglicosídeo

Primeiro no mercado e devido ampla utilização foi sendo retirado d mercado por causa
da resistência.

Inibe a síntese proteica alternado, principalmente, a leitura dos códons de aminoácidos 


polipeptídio errado  proteína errada. Subunidade 30s do ribossomo. Precisam entrar
na bactéria com ajuda do oxigênio. É colocado para dentro por transporte ativo. Então
bactérias aeróbias.

Ela tem atuação bem específica.

PIRAZINAMIDA

Bactericida de baixa potência. É muito efetivo durante os primeiros dois meses de


tratamento em alterações inflamatórias agudas e persistentes, devido aos efeitos adversos
da isoniazida e rifampicina. Seu uso permitiu reduzir o tempo de tratamento e o risco de
falha terapêutica.

Mecanismo de ação: similar a isoniazida. Inibição da enoil-redutase

ETIONAMIDA

Bacteriostático (não é tão potente) de complemento (não é primeira escolha) para


bactérias resistentes (principalmente a isoniazida). Atua por inibição da síntese de ácido
micólico. Na enzima enoil redutase também ??
RENAME (preconiza o que é dito na OMS)

Componente estratégico

 Linezolida: inibição da síntese proteica na subunidade 50S (RNAt – RNAm 


acoplamento). Ativa contra cepas resistentes de M. tuberculosis (já tentei um
tratamento e não deu certo; a rifampicina ou a isoniazida não estão dando
conta)
 Rifabutina: análogo da rifampicina (seria um desastre atuando em um paciente
HIV) – paciente HIV + infectados pelo M. tuberculosis
 Terizidona (análogo da ciclosserina): inibição da síntese do ácido micólico –
falência terapêutica a isoniazida.

Esquemas de tratamento:

Escolhe o tipo que será usado, mas os medicamentos combinados já são escolhidos pela
OMS.

COXCIP – 4 – são 4 medicamentos em um. Inovação da indústria farmacêutica.


Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Foi produzido pela farmaguinhos –
Oswaldo Cruz. Antes era um tratamento com 4 medicamentos por dia, hoje têm-se essa
associação.

Esquema básico para tratamento da TB pulmonar e extrapulmonar (adultos e


adolescentes) exceto meningite.

É o primeiro esquema para o paciente que acaba de descobrir que tem tuberculose, que
por lei é totalmente gratuito. Recebe todo mês o tratamento pelo SUS.

O tratamento é dividido em duas fases:

1- Fase intensiva
4 medicamentos – COXCIP 4
RHZE – Rifampicina, H isoniazida, Z pirazinamida, E etambutol
O único que tem o mecanismo de ação diferente é a rifampicina.
Não entraremos em dose.
Tratamento feito por 2 meses, 1 comprimido diário

2- Fase de manutenção
2 medicamentos
Tratamento feito por 4 meses, 1 comprimido diário
RH – rifampicina e isoniazida
Por que a pirazinamida saiu? Porque é considerada um medicamento de ataque
para bactéria, lembre-se que ela é bactericida de baixa potência e ela é importante
para controlar as reações inflamatórias da rifampicina e da isoniazida.
O etambutol é mais potencializador da isoniazida.
Já existem uma capsula associada desses dois medicamentos.

O tratamento total dura 6 meses.

Esquema básico para tratamento da Meningite tuberculosa

*associar corticoides por 4 a 8 semanas

Por que usa corticoide? Imunossupressores, amenizar as sequelas. Diminuir lesões  se


tem inflamação ao redor dos neurônios =, dificulta a passagem de oxigênio, glicose 
matando o neurônio. Neurônio não inflama.

Esquema parecido com o anterior. A única diferença é o tempo de tratamento

1- Fase intensiva
RHZE – Rifampicina, H isoniazida, Z pirazinamida, E etambutol
Tratamento feito por 2 meses, 1 dose diária
2- Fase de manutenção
RH – rifampicina e isoniazida
Tratamento feito por 7 meses

Tratamento total de 9 meses

Por que demora tanto a fase de manutenção? O que explica isso? A infecção nas meninges
é mais grave. Porque a bactéria também demanda mais tempo para atravessar as meninges
e colonizar o sistema nervoso central então deve-se expandir o tempo de tratamento. O
tecido alvo é o pulmão, se chegou as meninges é porque já tem muito tempo de infecção.

Esquema de multirresistência

Quando tudo dá errado...

Geralmente nos 2 primeiros meses o paciente só reclama por conta das reações adversas.
Depois desse período ou até um pouco antes esses sintomas desaparecem e a pessoa acha
que está curada e para o tratamento.

Multirresistência: resistência a RH e/ou outro (s) fármacos de primeira linha  Falência


ao esquema básico

Falência: persistência de baciloscopia (esfregaço de escarro) positiva ao final do


tratamento; fortemente positivos (++ou+++) no início do tratamento, mantendo essa
situação até o quarto mês de tratamento (fase de manutenção – não é normal ser
fortemente positivo nessa fase ou positivo); ou positividade a partir do quarto mês de
tratamento.

A baciloscopia é necessária ser feita por pelo menos 1 vez por mês para verificar se está
havendo resistência.

Quando ocorre essa multirresistência são necessários outros esquemas terapêuticos


mostrados na tabela abaixo.

É importante observar o tempo nas duas primeiras fases. Agora são 3 fases de tratamento.

Em nenhuma dessas fases terá a isoniazida e a rifampicina, pois já tem resistência. A


estreptomicina entra.

1- Fase intensiva
Dura 2 meses
Estreptomicina (inibidor de síntese proteica – 30s), etambutol (mec. de ação igual
da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de 3ª geração – inibidora da
enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a duplicação do DNA – está no
lugar da rifampicina), pirazinamida (droga de ataque - mec. de ação igual da
isoniazida) e terizidona (mec. de ação igual da isoniazida)
S5 (5 dias) estreptomicina, E etambutol, L levofloxacina, Z pirazinamida, T
terizidona
2- Fase intensiva
Dura 4 meses
Estreptomicina (inibidor de síntese proteica – 30s), etambutol (mec. de ação igual
da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de 3ª geração – inibidora da
enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a duplicação do DNA – está no
lugar da rifampicina), pirazinamida (droga de ataque - mec. de ação igual da
isoniazida) e terizidona (mec. de ação igual da isoniazida)
S3 (3 dias) estreptomicina, E etambutol, L levofloxacina, Z pirazinamida, T
terizidona

3- Fase de manutenção
Dura 12 meses
Etambutol (mec. de ação igual da isoniazida), levofloxacina (fluoroquinolonas de
3ª geração – inibidora da enzima DNA girase e topoisomerase IV – inibe a
duplicação do DNA – está no lugar da rifampicina), terizidona (mec. de ação igual
da isoniazida)
ELT

Por que usar só poucos dias de estreptomicina? Evitar resistência

Nesse tratamento não tem um comprimido associado.

1 ano e meio de tratamento – é importante orientar o paciente sore essa consequência


de não adesão
Aula 2- lepra

Hanseníase: causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, afetando nervos (sistema


nervoso periférico) e pele, podendo causar danos severos.

Transmissão: emissão de aerossóis durante a fala, espirro e/ou tosse.

Tempo de incubação: 2 a 20 anos – o que significa? Tempo que leva para que o paciente
manifeste os sintomas. Pode ser assintomático. E pode disseminar essas bactérias. As
micobactérias têm um ciclo parecido com fungos.

Sintomas:

 Dificuldade para diferenciar sensações térmicas (frio/quente) podendo evoluir


para a insensibilidade dolorosa devido ao comprometimento de nervos
periféricos. Os nervos acompanham a extensão de um membro e a lepra segue
esse caminho. As bactérias colonizam os receptores envolvidos com sensação
térmica e posteriormente os chamados nociceptores – resceptores sensórias
específicos na captação e estímulos dolorosos.
 Manchas esbranquiçadas na pele, podendo ter também coloração avermelhada,
com alteração da sensibilidade térmica e diminuição de sudorese no local da
mancha (anidrose)

É importante fazer o diagnóstico especifico da lepra. Ela pode ser dividida em


duas:

*essa divisão é feita baseada na quantidade de manchas

1- Lepra tuberculóide
Poucas manchas na pele (até 5 lesões);
Versão mais branda da doença (forma paucibacilar – poucos bacilos)
Lesões mais agrupadas em uma parte do corpo

2- Lepra lepromatosa
+ de 5 lesoes
Versão mais grave da doença
Chamada também de lepra Wirchowiana (forma multibacilar – vários bacilos)
Acontece em várias partes do corpo, geralmente face.

3- Lepra dimorfa
É a intermediária. Mas tem caído em desuso, devido a inespecificidade. Não
usado na clinica.

É importante diferenciar porque assim como na tuberculose existem esquemas de


tratamentos diferentes, com diversos medicamentos. É um tratamento lento e complexo.

Tipos de lesão:
A primeira apresente a forma da lepra lepromatosa. A direita superior também, mas com
manchas na pele com uma periferia avermelhada e o centro mais esbranquiçado. Em
baixo temos a lepra tuberculóide.

DAPSONA

É o principal medicamento

Bacteriostático

Mecanismo de ação: atua provavelmente inibindo a síntese de folato, devido a semelhança


química com as Sulfonamidas e por ser antagonizada pelo PABA.

A dapsona irá inibir a primeira enzima, diidropteroato sintetase, assim como as sulfas.

É possível usar trimetoprima para inibir a segunda enzima mas não é necessária. A
dapsona é muito toxica então quanto menos medicamentos usar é melhor.

PABA (substancia endógena das bactérias)  diidropteroato sintetase 


DIIDROFOLATO  diidrofolato redutase  TETRAIDROFOLATO

Indicações clinicas:

 Tratamento Hanseníase
 Tratamento Dermatite herpetiforme (viral – também acomete nervos – é como
se fosse herpes mas não é)
 Tratamento e profilaxia de pneumonia por Pneumocystis jiroveci (pneumonia
induzida por fungo em imunocomprometidos) e toxoplasmose (protozoário
oportunista) em HIV +

Efeitos adversos:

 Hemólise – quebra das hemácias levando a uma hemorragia


 Metomoglobinemia –
 Agranulocitose – diminuição de células brancas do sangue
 Hipersensibilidade – reação alérgica – síndrome da dapsona – rash cutâneo
(feridas na pele), febre, icterícia (acúmulo de bile) e eosinofilia (aumento de
leucócitos
 Irritação gastrintestinal (tratamento via oral)
 Taquicardia – reação compensatória da inflamação para evitar choque
 Dor de cabeça - vasodilatação
 Nervosismo - SNC
 Insônia - SNC
 Visão borrada - SNP
 Parestesia – formigamento
 Neuropatia periférica – reação inflamatória em rigiao de nervos, o nervo não
inflama
 Psicoses – alterações de consciência
 Risco c – não são grandes complicações, mas é um risco que deve-se evitar

Rifampicina – também é importante – atua sobre a RNA- polimerase DNA dependente;


a partir da fita molde de DNA vai produzir RNA, logo não tem replicação bacteriana e
síntese proteica

Porque os tratamentos tanto para lepra quanto para tuberculose são feitos só por via oral?
Porque a bactéria demora para se reproduzir e a via oral é mais demorada. Assim a
absorção, metabolização, distribuição e excreção do medicamento acompanha essa
reprodução lenta. 2- Somado a isso, ao ser tomado por via oral ele passara pelo
metabolismo de primeira passagem diminuindo a toxicidade, logo de efeitos adversos. 3-
evitar reações adversas intensas

 Metomoglobinemia – emia = sangue

É esperado que nosso sangue tenha um pigmento chamado hemoglobina. Esta é


relacionada a molécula da heme que é uma parte não proteica e envolve o ferro e a globina
é a parte proteica. As hemácias carreiam a hemoglobina e portanto o oxigênio.
Fundamental para a homeostase.

No lugar da hemoglobina pode ligar-se outra substancia, a metomoglobina. O que


acontece? Na hemoglobina, a gente adquire da alimentação o ferro férrico, mas esse ferro
não transporta o oxigênio e sim o ferroso. Então para que haja essa transformação de ferro
férrico em ferroso é necessária a atuação da enzima metohemoglobina redutase e ai sim
ocorre o transporte do oxigênio.

Na Metomoglobinemia tem a inibição da metohemoglobina redutase e então o que vai


juntar-se a hemoglobina é o ferro férrico que não carreia oxigênio.
Causas:

Genética – deficiência da enzima - e intoxicação:

 Nitratos na água
 Sulfonamidas
 Trimetoprima
 Cloroquina
 Primaquina
 Dapsona
 Metoclopramida (sistema digestório)

É difícil evitar com o tratamento da dapsona pois é um tratamento prolongado.

Tratamento: azul de metileno (indução enzimática – aumenta a velocidade de reação da


enzima)

CLOFOZAMINA

Bactericida

Mecanismo de ação: inibe o crescimento bacteriano provavelmente por ligar-se ao DNA


da micobactéria (impedimento da replicação e síntese proteica). Exibe também atividade
anti-inflamatória, podendo ser útil sobre os efeitos adversos da dapsona. MUITO VAGO
– não é muito conhecido

Indicações clinicas:

 Tratamento de hanseníase
 Infecções por micobactérias atípicas (Mycobacterium avium-intracellulare) –
aves
 Antibacteriano de 2ª escolha para pacientes dapsona resistentes

Já existem bactérias resistentes. Qual mecanismo de resistência?

Olha para o mecanismo de ação: a dapsona inibe a diidropteroato sintetase, no sitio


inibitório. Então a dapsona altera a conformação do sitio ativo ????

Quando eu inibo a síntese de ácido fólico estou inibindo também a incorporação desde
no DNA bacteriano. E ai dificulta a replicação.

A dapsona e a clofozamina têm mecanismos diferentes que resultam no mesmo por isso
quando bactérias são resistentes a dapsona pode-se utilizar a clofozamina. Mas ela não é
eficaz quanto a dapsona.

Reações adversas:
 Pele e sistema gastrointestinal – idem aos outros antimicobacterianos
 Oculares – pigmentação da córnea e conjuntiva devido a deposição de cristais
do fármaco – ressecamento, coceira, irritação – reação inflamatória ocular
 Alteração na cor de urina, fezes saliva, suor – cor mais para o marrom
 Glicemia elevada
 Risco c

Esquemas de tratamento:

*importante saber o diagnóstico

 Forma paucibacilar: rifampicina + dapsona (6-9 meses) – 6 blisters


 Forma multibacilar: rifampicina + dapsona + clofazimina (1-1.5ano) 12
blisters
 Multibacilar + lesões nos nervos: rifampicina + dapsona + clofazimina
associação de prednisona ou talidomida (imunossupressores)

Pode acontecer de terem pacientes que tem as lesões multibacilar e além disso, lesões nos
nervos, e nervo não regenera. Então para amenizar isso preconiza-se o uso de corticoides
ou talidomida para levar uma imunomodulação. Assim estimula o sistema imunológico
para diminuir esses efeitos. Imunossupressão. Aqui dapsona.

Também podem ser usados corticoides no tratamento da meningite tuberculosa. Que


aliviam reações inflamatórias causadas principalmente pela isoniazida e rifampicina. Se
não tiver um tratamento adequado da meningite tuberculosa dependendo da idade do
paciente as consequências podem perpetuar para o resto da vida.

Tratamento paucibacilar: 1 cartela dessa por mês.


1- Dose mensal supervisionada – 3 medicamentos
tomados na frente do profissional. 1 dapsona e 2
rifampicina
2- Dose diária administrada – dapsona

Tratamento multibacilar: 1 cartela por mês


1- Dose mensal supervisionada – 1 dapsona, 2 rifampicina
e 3 de clofazimina. Tomados na frente do profissional.
2- Dose diária administrada – dapsona e clofazimina

A dose supervisionada é para garantir que o paciente


está aderindo ao tratamento e evitar resistência
Acontece a mesma coisa que acontece na tuberculose, os profissionais entram em contato
com o paciente.

Para criança é o mesmo, só muda dose.

Existe uma alternativa para pacientes resistentes. Tem a possibilidade de manter a


rifampicina e acrescenta o Ofloxacina (fluoroquinolona – atua nas topoisomerase IV e II
e minociclina é uma tetraciclina lipofílica – inibidora de síntese proteica – 30s – sitio A
– sitio de acoplamento do RNAt- RNAm). Nesse caso não tem dapsona, mas esses
medicamentos vão promover o mesmo resultado.

Tratamento alternativo tanto paucibacilar quanto multibacilar: Rifampicina + Ofloxacina


+ minociclina

1- Inibidores de síntese de parede: vão se ligar as proteínas ligantes de penicilina


e se ligar as transpeptidases (que fazem reação de transpeptidação). Beta-
lactâmicos.
2- Metabolismo de acido fólico: Sulfonamidas – inibe a primeira enzima
(diidropteroato sintetase), trimetoprima – inibe a 2 enzima (diidrofolato redutase);
dapsona – idem a sulfa.
3- Polimixinas – polipeptídios que vão inibir a síntese da membrana bacteriana.
Ligação no lipídeo A do LPS presente somente em gram –
4- Síntese proteica:
50s – eritromicina (macrolídeo – reação de translocação – leitura do RNA
mensageiro) e cloranfenicol (inibe a peptidil-transferase no sitio P)
30s – tetraciclinas (lipofílica e hidrofílicas – sitio A (aminoacil) – sitio de
acoplamento do RNAt- RNAm) e estreptomicina (aminoglicosídeo – faz
incorporação errada de aminoácidos)
5- Inibição da RNA polimerase dependente de DNA: rifampicina (inibe essa
enzima)
6- Fluoroquinolonas: ácido nalidíxico, Ofloxacina. Inibe a topoisomerase II e IV

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