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FARMACOLOGIA

ABSORÇÃO DOS - Quanto maior o peso molecular,


menos o fármaco atravessa a barreira
FÁRMACOS hematoencefálica, então, moléculas
muito grandes não conseguem
atravessar essa barreira.

- Quanto mais lipossolúvel é o fármaco,


 BARREIRA mais facilmente ele atravessa a
HEMATOENCEFÁLICA (BHE): barreira hematoencefálica.
- Protege o cérebro e a medula espinhal; Ex: A droga Heroína é a molécula de
morfina associada à duas estruturas
- Dificulta bastante a passagem de diversos
diacetiladas, por isso seu logP é maior,
fármacos;
a lipossolubilidade, fazendo com que a
- Fármacos lipossolúveis possuem maior molécula atravesse mais facilmente a
facilidade de atravessar. barreira hematoencefálica, portanto, é
uma droga com alta ação sobre o SNC,
Essa barreira envolve o SNC (Sistema podendo tornar a pessoa um adicto, ou
Nervoso Central), as meninges formam seja, um viciado.
essa barreira natural, que impede que
substâncias cheguem até o SNC de uma Ex: O Propranolol é um fármaco que
forma facilitada. Alguns medicamentos, atravessa a barreira hematoencefálica,
para que eles ajam no SNC, eles têm que deprimindo o sistema adrenérgico. Ele
atravessar a barreira hematoencefálica. foi o protótipo (modelo) dos fármacos,
Essa barreira é um conjunto de células antes dele existia a Reserpina, em que
justapostas que faz essa proteção, que as pessoas usavam para pressão
protege o SNC contra agentes externos. arterial. Hoje existe o Atenonol, que é
Isso pode ser um benefício ou até um um fármaco maior que o Propranolol, e
malefício. tem menos lipossolubilidade, é um
fármaco de escolha no tratamento de
Os anti-histamínicos, por exemplo, podem hipertensão arterial, pois não provoca
ser de 1ª geração e de 2ª geração. Os de ações no SNC porque não atravessa a
1ª geração conseguem atravessar a barreira hematoencefálica.
barreira hematoencefálica, conseguem agir
no SNC, provocando sedação. Os de 2ª A Aspirina, por exemplo, não age no
geração não atravessam essa barreira, SNC, ela age perifericamente, por isso
então não provocam a sedação. É ela não vicia.
exatamente a capacidade de um atravessar
a barreira hematoencefálica e o outro não,
é que causa esse efeito colateral. O efeito  BARREIRA PLACENTÁRIA:
colateral é produzido por essa propriedade
que o fármaco tem de atravessar a barreira - Vasos sanguíneos do feto, revestida por
hematoencefálica ou não. uma única camada de células;
Geralmente os fármacos psicotrópicos - Retardo nas transferências das
(benzodiazepínicos, Rivotril, Diazepam, substâncias entre a mãe e o feto;
mirtazapina, fármacos antidepressivos e
anticonvulsivantes) têm a propriedade de - Plasma fetal é ligeiramente mais ácido do
atravessar essa barreira, para que eles que o plasma materno.
possam agir no SNC. Os fármacos que não Alguns fármacos atravessam bem essa
atravessam a barreira hematoencefálica barreira.
têm ação periférica, mas não têm ação no
SNC. A teratogenicidade é quando há um agente
que pode provocar uma má-formação fetal.
* Os fatores que vão limitar a ação no SNC
são: peso molecular e lipossolubilidade. Ex: A Talidomida é um antiemético e era
usada em mulheres grávidas para tratar
náuseas e vômitos, porém ela tem efeitos

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teratogênicos, podendo causar má-


formação fetal.

BIOTRANSFORMAÇÃO

Cerca de 70% do corpo humano é Ex: O Diazepam passa pelo fígado e ele é
composto por água, que é uma molécula transformado em um metabólito, e esse
polar, então tudo o que dissolve na água é metabólito é ativo, sendo transformado em
chamado de hidrossolúvel. A urina e as outro metabólito também ativo. (Esse
fezes são basicamente compostas por “ativo” quer dizer “efeito farmacológico”).
água, então para que uma molécula tenha Os fármacos passam pelo fígado para se
afinidade pelas fezes, pela urina, pelo suor, tornarem um metabólito ativo ou um
ela precisa ser hidrossolúvel, já que fármaco reativo, tipo os pró-fármacos.
“semelhante dissolve semelhante”.
A biotransformação pode eliminar os
O organismo tem um sistema, chamado de fármacos ou torná-los ativos. Existem duas
Sistema Enzimático, que tem um conjunto fases dessa reação, a reação de fase I e a
de enzimas que pegam essas moléculas, reação de fase II, mas elas não são
chamadas de Xenobióticos (substâncias obrigatórias.
químicas estranhas ao organismo), e
realizam a excreção, o wash out, dessas O organismo, juntamente ao conjunto de
moléculas estranhas, fazem a “limpeza”. enzimas, pega o fármaco e faz uma reação
Esse sistema dissolve essas substâncias de fase I e uma reação de fase II.
em água, mas existem moléculas que são - Ele pode fazer uma fase I, em que o
lipossolúveis, que não se dissolvem em fármaco ganha polaridade e é eliminado
água e atravessam a membrana plasmática por uma das vias de excreção.
celular.
- Agora se ele fez uma reação de fase I e
A função da Biotransformação é tornar mesmo assim não ganhou polaridade, ao
as moléculas mais hidrossolúveis, fazer outra reação de fase I ainda não tem
polares, para que elas possam ter polaridade, na terceira reação e ele ganha
solubilidade e serem excretadas pela polaridade, então ele é eliminado. Isso não
urina, fezes, saliva, suor e até pelo é uma lógica, o que vai determinar são as
cabelo. propriedades físico-químicas da molécula,
O fígado é o órgão responsável pela da estrutura do fármaco.
biotransformação, seguido do trato * As reações de fase I são: oxidação,
gastrointestinal, pulmões, pele, rins e redução e hidrólise. A principal é a de
sangue. oxidação, em que ela adiciona o oxigênio
* Se o paciente é hepatopata (doenças do na estrutura da molécula, e essa reação
fígado), ele tem um problema de favorece a formação de pontes de
biotransformação. Crianças não fazem hidrogênio, fazendo com que a molécula
biotransformação porque o fígado é ganhe hidrossolubilidade e seja eliminada.
imaturo, e os idosos têm dificuldade por - A reação de fase II é quando o organismo
conta da senilidade, o envelhecimento do já tentou várias reações de fase I mas não
fígado. conseguiu dar solubilidade àquela
Substâncias químicas do ambiente são molécula, então ele pega um produto já
biotransformadas, fazendo a formado, o ácido glicurônico, e acopla junto
desintoxicação e eliminação delas do ao fármaco, tornando a molécula
organismo. Os fármacos também são hidrossolúvel para ser eliminada nas fezes
biotransformados, sendo eliminados ou e urina.
gerando metabólitos intermediários.

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Então, o fármaco pode passar por reação acima do NPE. Só que esse jovem começa
de fase I uma vez, duas vezes, se mesmo a frequentar academia e faz o uso de
assim não adquiriu solubilidade, ele é Durateston, que aumenta o nível de
acoplado ao ácido glicurônico para ter uma testosterona, aumentando a síntese de
reação de fase II para adquirir solubilidade Citocromo P450, aumentando a
e ser eliminado. Ou ele pode até se ligar biotransformação dos fármacos,
diretamente ao ácido glicurônico, fazer só aumentando a excreção, fazendo com que
uma reação de fase II, logo de primeira, se o Fenobarbital fique abaixo do NPE, não
tornar mais hidrossolúvel e ser excretado. tenha mais efeito farmacológico, gerando
um quadro epilético nesse paciente.
Existem medicamentos que não fazem
nada, eles sofrem a eliminação inalterada, - Genética - existem metabolizadores
ou seja, não sofreram reação de fase I e rápidos e metabolizadores lentos. Os que
nem de fase II. A Penicilina, por exemplo, é metabolizam rápido, a excreção é rápida,
excretada inteira na urina. então faz com que o medicamento fique
abaixo NPE. Já os metabolizadores lentos,
* Resumindo, existem 3 formas de a excreção é lenta, então os fármacos
biotransformação dos fármacos: podem atingir o CMT. Ou seja, para os
- Reação de fase I – polaridade – indivíduos que metabolizam lento, uma
solubilidade – excreção; dose pode ser tóxica, já para os que
metabolizam rápido, essa mesma dose
- Reação de fase I – reação de fase II – pode sequer ter efeito terapêutico.
conjugação – excreção;
Isso é a farmacogenética, que estuda como
- Reação de fase II – excreção. as variações presentes no genoma dos
indivíduos podem influenciar na resposta
aos medicamentos, tendo como objetivo
personalizar o tratamento de acordo com
as características genéticas de cada
pessoa.

- Dieta – uma alimentação rica em


proteínas aumenta a produção de
Citocromo P450.

- Idade – crianças e idosos têm dificuldade


 REAÇÕES DE FASE I: em metabolizar fármacos.

Existe um sistema chamado de Sistema - Etnia – os japoneses, por exemplo, têm


Citocromo P450, que é um conjunto de dificuldade em metabolizar álcool.
enzimas oxidativas, que é responsável
- Estados patológicos – o
pelas reações de fase I. Cada ser humano
hipertireoidismo, por exemplo, é um fator
possui esse conjunto de enzimas distinto
que altera o estado de biotransformação.
entre si, ou seja, cada pessoa tem uma
biotransformação de fármacos diferente. - Fatores ambientais – fumar.
Fatores que interferem na
biotransformação dos fármacos:
 REAÇÕES DE FASE II:
- Sexo - o homem tem mais testosterona
que a mulher, e a testosterona aumenta a Existe uma doença chamada de
síntese de Citocromo P450, então o Kernicterus, que é um tipo de dano
homem biotransforma mais rápido. cerebral, que pode acontecer nos recém
nascidos quando a icterícia neonatal não é
Ex: um jovem de 20 anos de idade do sexo
tratada corretamente, surgindo como
masculino faz o uso do medicamento
consequência dos elevados níveis de
Gardernal (Fenobarbital) como um
bilirrubina indireta no sangue do bebê e
anticonvulsivante. Esse medicamento está
em steady state (equilíbrio dinâmico),

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causando complicações, como paralisia


cerebral.

A hemácia dura 120 dias, e ela tem quatro


grupos M-, que são cadeias que ficam
ligadas à um átomo de ferro (Fe). Quando
a hemácia é degradada, ela se transforma
em bilirrubina indireta (produto de
degradação do grupo M-). Essa bilirrubina
indireta é conjugada pelo fígado em
bilirrubina direta, que é uma reação de fase  INDUÇÃO E INIBIÇÃO
II, então essa bilirrubina direta é excretada ENZIMÁTICA (CITOCROMO
pelas fezes e urina. A bilirrubina indireta é P450):
lipossolúvel e a direta, hidrossolúvel.
- Substâncias indutoras:
A Eritroblastose fetal é uma doença
hemolítica causada pela incompatibilidade * Aumenta a atividade enzimática de
do sistema Rh do sangue materno e fetal, Citocromo P450;
essa doença destrói muita hemácia,
* Aumento do metabolismo dos fármacos;
produzindo muita bilirrubina indireta,
causando icterícia no recém-nascido, * Diminuição da ação farmacológica dos
porque o fígado imaturo não faz reação de fármacos;
fase II para que haja a conjugação dessa
bilirrubina, aí ela acumula. O grupo M- é * Quando há a formação de metabólitos
quebrado em biliverdina, que sofre redução ativos, pode haver aumento do efeito
a bilirrubina indireta, e a enzima UDP- destes.
glucuronosyltransferase conjuga a
Ex: O álcool, a longo prazo, aumenta a
bilirrubina indireta em bilirrubina direta.
produção de Citocromo P450, aumentando
Essa bilirrubina direta foi conjugada
a biotransformação e a excreção.
adicionando em sua estrutura o ácido
Aumentando a excreção, diminui o efeito
glicurônico, que vai tornar essa molécula
farmacológico, já que a concentração não
hidrossolúvel- esse é o processo normal
atinge o NPE.
que acontece no fígado. Os recém-
nascidos têm deficiência dessa enzima O Fenobarbital, com o passar do tempo,
UDP, então eles não conseguem fazer necessita ser aumentada a dose, porque
essa conjugação de bilirrubina indireta em ele estimula a produção de Citocromo
bilirrubina direta e, consequentemente, não P450, aumentando a biotransformação e a
são capazes de fazer a excreção dela. excreção, diminuindo o efeito
farmacológico, não atingindo o steady
state.

OBS: O álcool, a longo prazo, uso


crônico, diminui a concentração, o efeito
farmacológico dos fármacos, mas a
curto prazo, uso agudo, ele aumenta a
concentração dos fármacos, o efeito
farmacológico.

- Substâncias inibidoras:
A fototerapia faz o uso da luz para
* Diminui a produção de Citocromo P450;
fotoisomerizar bilirrubina não conjugada,
transformando-a em formas mais * Diminui a biotransformação e a excreção
hidrossolúveis e que possam ser dos fármacos;
excretadas rapidamente.
* Prolonga o efeito farmacológico, atingindo
o CMT.

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A Cimetidina, por exemplo, que era usada EXCREÇÃO RENAL


antigamente para tratamento estomacal, é
um potente inibidor do Citocromo P450,
inibe a biotransformação e a excreção,
aumentando o efeito farmacológico.
O principal sistema excretor é o sistema
Fluvoxamina também é um exemplo.
renal. Pacientes com doenças renais têm
Ex: Paciente diabética faz o uso da dificuldade em excretar, diminui a
Glibenclamida, que é um hipoglicemiante, excreção, então, a chance desse paciente
associada à Fluvoxamina (Luvox), que é ter níveis elevados de fármacos e atingir a
um antidepressivo. A Fluvoxamina é CMT é maior, a toxicidade é maior.
inibidora do Citocromo P450, diminui a
biotransformação e a excreção. Essa A substância chega ao néfron, e se ela tiver
paciente começou a apresentar baixo peso molecular (até 70 daltons), ela
hipoglicemia, porque a Fluvoxamina consegue atravessar, um processo
potencializou o efeito da Glibenclamida. chamado de filtração glomerular. Agora, se
a molécula for muito grande, alto peso
molecular, ela não atravessa, não
consegue ser filtrada.
METABOLISMO DO ÁLCOOL:

A maior parte do álcool ingerido é Ao redor do glomérulo existem vasos


metabolizado no fígado pela ação da sanguíneos, chamados de vasos
enzima álcool desidrogenase (ADH). Essa peritubulares, que estão intimamente
enzima converte o álcool em acetaldeído, ligados ao néfron, e eles fazem trocas de
que mesmo em pequenas concentrações, é substâncias entre si. Chegando ao túbulo
tóxico para o organismo. A enzima aldeído contorcido proximal, ocorre o processo
desidrogenase (ALDH), por sua vez, chamado de secreção tubular, em que as
converte o acetaldeído em acetato (ácido substâncias são jogadas do sangue para o
acético). túbulo, através de proteínas
transportadoras. Então, todas as
substâncias com peso molecular maior,
que não conseguiram ser filtradas, passam
por esse mecanismo.

* Então, o organismo tem dois meios de


eliminar as substâncias: quando ela passou
pela biotransformação e ganhou
polaridade, ou é filtrada, se tiver baixo peso
molecular, ou sofre secreção, se tiver alto
peso molecular, e é eliminada na urina.
Se há o álcool e um determinado fármaco,
o organismo vai biotransformar o álcool, e o
As moléculas que sofreram secreção e
fármaco continuará no sangue. Então o uso
chegaram ao túbulo renal vão estar na
agudo do álcool aumenta a concentração
forma ionizada (polar) ou não ionizada
dos fármacos.
(apolar). A molécula não ionizada
O Dissulfiram inibe o metabolismo do consegue atravessar a membrana
etanol no organismo, inibe a enzima fosfolipídica (apolar) com facilidade
aldeído desidrogenase, o que causa (membrana túbulo renal-sangue). Ao
acúmulo de um derivado tóxico chamado atravessar essa membrana e cair no
acetaldeído. Essa substância causa fortes sangue novamente, essa molécula não
náuseas, vômitos, e até convulsões. Ou ionizada passa pelo processo de
seja, uma tremenda intimidação para as reabsorção tubular. As moléculas ionizadas
pessoas que tentam ingerir álcool, por vão sair na urina, já que possuem afinidade
conta da ressaca. Alguns medicamentos pela água, então elas ficam presas no
têm o efeito do Dissulfiram, como o túbulo renal até serem excretadas.
Secnidazol.

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destruir essas pedras é ingerindo


bicarbonato (básico), alcalinizando a urina,
fazendo com que os cristais de oxalato de
cálcio sejam dissolvidos e excretados na
urina.

RECIRCULAÇÃO ENTERO-
HEPÁTICA

Então, os medicamentos podem ser


filtrados no glomérulo renal, secretados no - Fármacos que têm excreção biliar;
túbulo proximal, reabsorvidos no lúmen
tubular e transportados de volta ao sangue, - Prolonga o tempo de ação do fármaco;
e excretados para a urina.
- Depende da flora bacteriana.
* Toda substância ácida é mais
excretada em pH básico, porque no pH Etinilestradiol (apolar) é um
básico as moléculas estarão na forma anticoncepcional, ingerido por via oral,
ionizada, que será excretada. passa pelo intestino, pelo sangue e chega
ao fígado. No fígado, ele passa por reação
* Toda substância básica é mais de fase II, em que o Etinilestradiol é
excretada em pH ácido. conjugado com ácido glicurônico, através
da enzima UDP, tornando-se uma molécula
Ex: Pessoa fez o uso exagerado da polar, que deve ser excretada nas fezes.
Cocaína (básica) e sofreu infarto. Ao Só que dessas fezes, essa molécula pode
chegar no hospital, aplicam o bicarbonato voltar para o intestino, onde há a
(básico) endovenoso. A cocaína, ao chegar microbiota. Essa microbiota produz uma
no túbulo renal, estará na forma não enzima chamada beta-glicuronidase, que
ionizada, ao invés de ser excretada na quebra a ligação Etinilestradiol + ácido
urina, ela volta para o sangue, atingindo o glicurônico. O Etinilestradiol livre
CMT. Ao alcalinizar a urina, a substância novamente é reabsorvido no intestino e
que deveria sair na urina volta para o volta para o sangue. Esse fármaco
sangue, atingindo o máximo de permanece sempre circulando, é o que
concentração, causando parada cardíaca chamamos de Recirculação Entero-
no paciente. Hepática.

Agora, uma pessoa que ingeriu o O Etinilestradiol está acima do NPE, em


Fenobarbital (ácido) como tentativa de equilíbrio dinâmico, o steady state, e
suicídio e, ao chegar no hospital, aplicam o quando isso acontece, o FSH e o LH estão
bicarbonato (básico) endovenoso. O em feedback negativo.
Fenobarbital, ao chegar no túbulo renal, ao
invés de estar na forma não ionizada, o * QUESTÃO DE PROVA:
bicarbonato fez com que as moléculas de
Fenobarbital se transformassem na forma Uma paciente de 18 anos apresentando
ionizada, sendo excretadas na urina. uma infecção odontogênica comparece ao
consultório. Ao analisar o caso, o cirurgião-
Ex: O Cálculo Renal é causado pelo dentista admitiu a necessidade da
excesso de ácido úrico na urina. As administração de um antibiótico de amplo
pedras/cálculos são formadas por espectro, chamado Clindamicina, por via
substâncias ácidas, são melhor excretados oral. A paciente pergunta ao dentista se
em pH básico. Então, o melhor jeito de existe algum problema, já que ela faz o uso
de anticoncepcional. Pergunta-se: o

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antibiótico poderia cortar o efeito do administração, tenha uma absorção, uma


anticoncepcional? Justifique distribuição e uma biotransformação,
detalhadamente. quando ele atinge isso, ele atinge nesse
local, onde há o receptor. Ao interagir com
R: Sim. O anticoncepcional sofre esse receptor, ele tem um mecanismo de
recirculação entero-hepática, então ele é ação, produzindo um efeito biológico.
reabsorvido no intestino através da
microbiota, já que a microbiota produz a Os fármacos não criam um efeito biológico,
enzima beta-glicuronidase que faz a quebra eles alteram funções já existentes no
da ligação entre o anticoncepcional organismo, eles podem estimular
(etinilestradiol) e o ácido glicurônico. A determinada função fisiológica ou bloquear
presença no antibiótico de amplo espectro essa função. Quando essa função é
desregularia todo esse ciclo, porque estimulada, o fármaco é chamado de
acabaria com a microbiota, que é a
agonista, que é aquele que
responsável por mandar o anticoncepcional
favorece/estimula o efeito fisiológico. E
livre até o sangue novamente. Então o
fármaco antagonista é aquele que é contra,
anticoncepcional não sofre recirculação
entero-hepática e é eliminado nas fezes, bloqueia os receptores e impede a ação
ficando abaixo do NPE, FSH e LH ficam em farmacológica.
feedback positivo e a mulher engravida.

 FÁRMACOS INESPECÍFICOS:

FARMACODINÂMICA Não interage com o receptor.

* Sal de fruta (Eno)- reação de


neutralização, em que há um ácido e uma
Estuda os mecanismos de ação dos base, o ácido estomacal (HCl) e o
bicarbonato de sódio. Nesse caso, não
fármacos e seus efeitos. Existe a interação
ocorre interação com receptores.
de uma micromolécula com uma
macromolécula que dispara sinalização * Manitol- no sistema urinário, ele tem a
celular com uma cascata de eventos, ou propriedade de atrair água por osmose,
seja, é a interação entre a micromolécula então ele é um diurético, aumenta o estado
(fármaco) e a macromolécula (receptor), ou coloidal do tubo urinário, levando água para
não, às vezes não há essa interação, mas esse tubo, tendo o efeito diurético.
há um efeito farmacológico, como é o caso Também tem o efeito de melhorar a
dos fármacos inespecíficos (ex: volemia; quando o paciente está com
bicarbonato, que ao neutralizar o HCl, não hipovolemia, uma baixa quantidade de
há uma interação entre uma macro e água no sangue, há a necessidade de
micromolécula). Os fármacos específicos aumentar o volume plasmático, onde o
agem em sítios/receptores específicos. Manitol retira água dos tecidos e leva ao
espaço intravascular, aumentando a
volemia.
 RELAÇÃO ENTRE
* Luftal (Simeticona)- tem propriedade de
FARMACOCINÉTICA E adsorver gases, diminuindo o estufamento,
FARMACODINÂMICA: cólicas abdominais.
Para que o fármaco tenha uma fase
farmacodinâmica, ele precisa ter duas
fases anteriores: a farmacocinética e a  FÁRMACOS ESPECÍFICOS:
farmacotécnica, ou seja, é necessário ter
Possuem alvos, que, em sua maioria, são
uma forma farmacêutica adequada para
proteínas, que estão na superfície das
que esse medicamento seja dissolvido nos
células ou no núcleo, receptores
fluidos biológicos, passe por uma via de

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extracelulares ou intracelulares. Então, há Os receptores, então, são essas proteínas.


fármacos que irão interagir na superfície
A interação entre droga e receptor, entre
celular, nessas proteínas-alvos, e outros
micromolécula e macromolécula, é a fase
que irão interagir dentro do núcleo, em
da farmacodinâmica.
proteínas nucleares, dentro do material
genético (DNA). A maioria dos fármacos OBS: Essa fase não há na homeopatia
são específicos. (terapia de efeito placebo), em que não
existe a interação droga-receptor.
* Um fármaco tem que ter uma alta
potência, que tem uma boa interação com
o seu receptor; uma seletividade química,
estrutura molecular/química que permita  SISTEMA CHAVE-FECHADURA:
um bom acoplamento funcional, (ex: muitos
É a interação droga-receptor, em que a
medicamentos são misturas racêmicas, em
chave é a droga em si e a fechadura é o
que há os isômeros óticos e muitos deles
receptor expresso na superfície da célula.
não têm afinidade, gerando efeitos
Existem forças que atraem a micromolécula
colaterais indesejáveis, então é necessário
e a macromolécula. Quanto mais intensas
que haja isômeros óticos seletivos que
são essas forças, maior é a interação entre
consigam agir de forma específica nos
os receptores e a molécula, favorecendo o
seus receptores, melhorando a potência e
efeito farmacológico, maior é a potência do
diminuindo os efeitos colaterais); uma
fármaco, ou seja, maior a produção de uma
seletividade biológica, que ajam em seus
resposta biológica em uma menor
receptivos alvos (receptores específicos) e
concentração do fármaco.
não ajam em outros receptores, (ex:
fármacos sujos, que agem em vários  PRINCIPAIS TIPOS DE
receptores, como a Quetiapina que age em
RECEPTORES:
receptores serotoninérgicos,
dopaminérgicos, anti-histamínicos, Sempre há uma molécula sinalizadora que
muscarínicos, podendo produzir efeitos irá se ligar à proteína receptora. Essas
colaterais). proteínas vão gerar moléculas
sinalizadoras intracelulares, que vão alterar
Ex: Atorvastatina cálcica age na enzima
as proteínas-alvo e essas proteínas vão
hidroximetilglutaril coenzima A (3-COA-
gerar uma resposta biológica (efeitos)
HMG), essa enzima faz a conversão do
ácido mevalônico em colesterol, e a - Enzimáticos- tem papel importante nos
atorvastatina bloqueia essa enzima, antimicrobianos. Há um mapeamento do
diminuindo a produção interna de papel bioquímico das enzimas produzidas
colesterol. pelos microrganismos. Conseguindo
bloquear essas enzimas, é possível
Ex: Diclofenaco sódico age nas enzimas
bloquear o ciclo de reprodução de alguns
COX 1 e na COX 2, que ficam na superfície
microrganismos, e isso é importante no
celular, toda vez que há uma lesão celular,
tratamento de doenças infecciosas. Então,
essas enzimas produzem prostaglandina
inibindo a via bioquímica (enzimática), é
(mediador químico que estimula os
possível bloquear uma função vital de uma
neurônios a produzir dor e inflamação), e o
determinada célula, causando uma lise
diclofenaco bloqueia essas enzimas,
celular ou impedindo a reprodução dessa
inibindo a produção de prostaglandina e,
célula.
consequentemente, inibindo o processo
inflamatório. - Transportadores- proteínas
metabotrópicas, receptores ligados à
Ex: Alopurinol age na enzima Xantina
proteína G, que é um complexo
oxidase, bloqueando-a e inibindo a
transmembranar de proteínas que ficam no
produção de ácido úrico.
exterior da célula e na membrana. Uma vez
Ambos agem em sistemas enzimáticos. que o ligante se liga ao receptor, ocorre a

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ativação dessa proteína G, abrindo os


canais iônicos e ativa os chamados
“segundos mensageiros”, que irão alterar
as concentrações de cálcio (Ca2+)
intracelular ou irão ativar proteínas
quinases, que têm papel importante nos
efeitos farmacológicos celulares, eles
fazem com que esses efeitos sejam mais
prolongados. Ex: Aerolin (salbutamol)
ligado ao receptor beta.

Ex: sistema nervoso autônomo- vontade de


ir ao banheiro

- Canais iônicos- ionotrópicos, como o


receptor GABA A, em que existem íons que
se encontram no meio extracelular, uma
vez que o ligante se liga ao receptor, abre-
se o canal iônico e esses íons entram na
célula, produzindo uma alteração no interior
celular, uma despolarização ou uma
hiperpolarização. Ação rápida, cerca de
milissegundos. Então, se há um fármaco  MECANISMOS CELULARES:
que altera o canal iônico, a ação dele é
imediata. Ex: Rivotril. A interação droga-receptor, em que a
micromolécula se acopla ao receptor
- Receptores nucleares- a maioria dos através de ligações (iônicas, pontes de
hormônios, como testosterona, cortisol. hidrogênio, covalentes, forças de Van Der
Eles têm o papel de chegar até o núcleo e Waals, forças de London). O receptor
lá eles transcrevem a síntese ou o bloqueio possui um sítio de ação, que é onde o
de determinadas proteínas, gerando fármaco se liga, formando o complexo
alteração nas funções celulares. Ação droga-receptor. Uma vez que existe essa
lenta, podendo levar horas. Então, se há interação, há o efeito farmacológico. Sem
um fármaco que altera a ação nuclear, essa interação (droga-receptor), não há
pode levar horas, ou até dias, para que efeito farmacológico, é o que acontece na
ocorra essa ação, são efeitos a longo homeopatia, gerando um efeito placebo.
prazo. Ex: histaminas, prostaglandinas- é
necessário que haja o bloqueio da
produção dessas substâncias no DNA. Ex:
Ciclo 21 (etinilestradiol e levonorgestrel)
ligado ao DNA.

- Tirosina quinases- um exemplo é a


insulina, que se liga ao Glut 4.
* Goodman & Gilman: “Os fármacos não
criam efeitos, mas, em vez disso, modulam
funções fisiológicas intrínsecas”. Ou seja, o
fármaco modula para mais ou para menos
determinada função fisiológica, podendo
exacerbar ou bloquear essa função. Ex: A
acetilcolina (neurotransmissor) estimula o
peristaltismo do TGI, produzindo cólicas.
Alguns fármacos, como a N-
butilescopolamina (Buscopan), bloqueiam,

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FARMACOLOGIA

são antagonistas à função fisiológica do Agonista parcial- liga-se ao receptor e


TGI, diminuindo o quadro de cólicas. induz uma resposta mais fraca do que o
agonista total. Ex: a Quetiapina liga-se a
Então, o receptor é uma molécula ou
receptores dopaminérgicos de forma
complexo de moléculas capaz de
parcial, por isso produz menos efeitos
reconhecer e interagir com hormônio, droga
colaterais, principalmente no tratamento de
ou neurotransmissor e, após essa
esquizofrenia.
interação, gerar um sinal capaz de iniciar
uma cadeia de eventos que resultaria em * Drogas antagonistas: possuem afinidade
uma resposta biológica. pelo receptor, mas não apresentam
atividade intrínseca, então não apresentam
efeito farmacológico; impedem a ação dos
neurotransmissores naturais (Ex:
acetilcolina produzindo cólicas intestinais,
usa-se a N-butilescopolamina que é um
antagonista, agindo no receptor da
acetilcolina, impedindo sua ação, gerando
um efeito anti-colinérgico, bloqueando a
cólica. Outro exemplo é a adrenalina, que
aumenta a contratilidade do coração,
gerando taquicardia, então, usa-se o
Geralmente, para cada receptor celular Atenolol, um anti-hipertensivo, que se liga e
existe um ligante endógeno, como bloqueia a ação da adrenalina nos
hormônios (adrenalina, acetilcolina, receptores beta 1 adrenérgicos, então o
dopamina) e neurotransmissores Atenolol faz uma reação agonista inversa).
(serotonina), que se ligam a receptores Geralmente no SN Simpático e
definidos e induzem uma resposta Parassimpático, esses fármacos
desejada. antagonistas geram um efeito contrário. Ex:
se o simpático e o parassimpático estão
AFINIDADE X ATIVIDADE INTRÍNSECA: atuando, ao bloquear a ação de um,
A afinidade é a capacidade de ligação da pressupõe a ação do outro.
micromolécula à macromolécula. POTÊNCIA X EFICÁCIA:
A atividade intrínseca é a capacidade do A eficácia é a atividade intrínseca.
fármaco de se ligar ao receptor e ativar os
mecanismos de transdução de sinais A potência está relacionada em atingir a
gerando o efeito farmacológico, ou seja, é o eficácia numa menor dose. O fármaco que
efeito biológico. Quando ela é igual a 1, diz- atinge a mesma eficácia numa menor dose
se que o fármaco é agonista, e quando é e produz um efeito biológico, é considerado
igual a 0, o fármaco é antagonista. Se a um fármaco potente. Ex: Rivotril 0,5mg X
atividade intrínseca for intermediária, o Diazepam 5mg – o Rivotril tem a mesma
fármaco é agonista parcial. eficácia, porém tem uma potência maior,
porque atinge a mesma eficácia que o
* Drogas agonistas: possuem afinidade Diazepam só que em doses menores.
pelo receptor e atividade intrínseca; imitam
a ação de neurotransmissores naturais
(agonista pleno, como a adrenalina que
age nos receptores adrenérgicos). Ex:
Salbutamol relaxa o músculo liso brônquico
(broncodilatação) ao ativar os receptores
beta 2 adrenérgicos no pulmão.

Agonista total- liga-se ao receptor e induz


uma resposta máxima.

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FARMACOLOGIA

REGULAÇÃO DOS RECEPTORES: Quando essa célula é estimulada, os


canais de iônicos se abrem, o sódio entra
1- Dessensibilização- (taquifilaxia,
no interior da célula e o potencial se torna
refratariedade)
positivo, atingindo o platô. Ao atingir esse
* Alteração dos receptores: os receptores platô, os canais de sódio se fecham e
alteram a sua conformação, não reagindo abrem-se os canais de potássio, em que o
mais com a micromolécula. Então, é potássio sai da célula e o potencial começa
necessário aumentar a dose do fármaco novamente a cair.
para que ele tenha o mesmo efeito. Ao
aumentar a dose, esse fármaco irá reagir
em receptores que não sofreram essa
alteração.

* Perda de receptores: por exposição


prolongada a agonistas. Ex: ao fazer o uso
de bombinhas no tratamento de asma
(broncodilatadores) é necessário aumentar
a dose ao longo do tempo, porque uma
exposição prolongada de agonistas aos
receptores beta-adrenérgicos, faz com que
esses receptores sofram alterações e
diminuam sua quantidade (down-
regulation).

2- Super-sensibilização- é o aumento da
sensibilidade a agonistas do receptor após
a redução de um nível crônico de
estimulação, ou seja, esses receptores
sofrerão um aumento de quantidade (up-
regulation). Ex: pacientes que fazem o uso
de Atenolol para arritmia cardíaca, em que
esse fármaco é antagonista, bloqueia os A despolarização é a primeira fase do
receptores adrenérgicos presentes no potencial de ação na Fisiologia Geral.
coração, consequentemente, ele diminui a Durante essa fase, ocorre um significativo
contratilidade, a frequência cardíaca, aumento na permeabilidade aos íons sódio
porém, o uso prolongado do Atenolol causa na membrana celular. Isso propicia um
um aumento na quantidade desses grande fluxo de íons sódio de fora para
receptores beta-adrenérgicos, então, se dentro da célula por meio de sua
esse paciente parar de fazer o uso desse membrana por um processo de difusão
medicamento de forma abrupta, ele pode simples.
ter um quadro de arritmia muito pior
(parada cardáca).
RECEPTOR GABA-A:

POTENCIAL DE AÇÃO:

A célula nervosa, normalmente, em


repouso (-65meV), tem maior concentração
de íons potássio intracelulares e íons sódio
extracelulares, isso torna o potencial do
interior da célula negativo, e o que mantém
essa diferença de concentrações desses
íons é a bomba de sódio e potássio.

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

hiperpolarizada, não ocorrendo a


despolarização, o neurônio é inibitório, por
isso essas drogas são depressoras do
SNC. Então, pode ocorrer uma pequena
abertura do canal de cloreto gerando um
efeito ansiolítico (agem no organismo
reduzindo sintomas de ansiedade). Agora
se houver uma abertura significativa desse
canal, fazendo com que muito cloreto entre
no interior da célula, causando um efeito
comatoso (estado de coma no paciente).
Há o neurônio pré-sináptico, a fenda
Da mesma forma agem dos Barbitúricos,
sináptica e o neurônio pós-sináptico.
agindo em outro receptor. Uma interação
Ligado ao receptor GABA há o canal iônico,
entre Barbitúricos e Diazepam pode
que fica fechado para íons cloreto (Cl -). Em
provocar uma parada cardiorrespiratória no
repouso, a parte extracelular do neurônio é
paciente.
positiva e a intracelular, negativa. Então,
quando há uma despolarização ocorre a
abertura dos canais de sódio, em que o
sódio entra no neurônio e faz com que o  RECEPTORES ACOPLADOS A
neurônio saia do potencial negativo e vá CANAIS IÔNICOS:
para o positivo. Há também a abertura dos
* Receptores nicotínicos,
canais de cálcio, em que ele entra na célula
glutamatérgicos (NMDA/AMPA/Kainate)
e as vesículas de neurotransmissores são
e serotoninérgicos (5-HT)- seletividade
jogadas na fenda sináptica. Quando esse
para cátions. A abertura dos canais iônicos
neurotransmissor chega a seu respectivo
permite o influxo de íons positivos (Na+ ou
receptor no neurônio pós-sináptico, ocorre
Ca+), em que o potencial de ação é
a despolarização.
excitatório, ocorrendo a despolarização da
GABA (ácido gama-aminobutírico) é um célula. Ex: Quando a acetilcolina se liga ao
neurotransmissor próprio, que possui um receptor nicotínico (presentes na junção
receptor específico (GABA) com vários neuromuscular e responsáveis pelo
sítios de ligação. Esse receptor tem o papel movimento esquelético), há a abertura dos
de modular a entrada de cloreto. Uma vez canais de sódio, gerando uma
que o GABA age em seu receptor, ocorre a despolarização, que irá causar uma
abertura do canal de cloreto, em que o contração da musculatura.
cloreto entra na célula e acumula carga
* Receptores GABA A e de Glicina-
negativa, causando uma hiperpolarização
seletividade para ânions. Permitem a
na membrana, em que a célula não
abertura dos canais de cloreto, gerando
consegue mais ser estimulada, gerando um
uma hiperpolarização, um potencial de
potencial inibitório, uma depressão no
ação inibitório.
SNC. Então, os medicamentos
benzodiazepínicos (como o Diazepam) que  RECEPTORES ACOPLADOS À
agem nesses receptores têm um papel de
PROTEÍNA G
inibição. Quando eles se ligam à
subunidade alfa e o GABA, à subunidade
(METABOTRÓPICOS):
beta, fazem com que a abertura do canal Realizam a amplificação da resposta
de cloreto fique por um tempo maior. através da produção dos segundos
Quando o GABA se liga, o cloreto entra e a mensageiros; estão presentes no SNA.
célula fica negativa, o GABA sai e a célula Alguns receptores possuem proteínas G
volta a ser estimulada. Quando o Diazepam específicas: Gq, Gs e Gi. A Gq e Gs são
se liga, aumenta a abertura desses canais estimuladoras, e a Gi inibitória.
e a célula fica muito negativa, muito

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

Quando o receptor é ocupado por uma não entra na célula, consequentemente,


molécula agonista, a proteína G liga-se ao não há a contratilidade da musculatura
receptor, em sítio interno de ligação, e intestinal.
então a proteína G é ativada. Então, o
Receptores acoplados à proteína Gq:
agonista (adrenalina/acetilcolina) se liga ao
receptor, e quando esse receptor é ativado,
ele interage com a proteína G, ativando-a.
Essa proteína está ligada a sistemas
enzimáticos (Fosfolipase C e Adenilato
ciclase), ativando-os, formando os
segundos mensageiros, gerando o efeito
farmacológico.

A proteína Gq está ligada aos receptores


alfa.

Agonista + receptor – ativação da proteína


Gq – fosfolipase C -- quebra dos
fosfolipídios de membrana -- produção dos
Segundos mensageiros:
IP3 (trifosfato de inositol) – aumenta a
sinalização celular
liberação de Ca2+ do retículo
* AMP cíclico (adenosina monofosfato) sarcoplasmático – efeito estimulatório –
sinaliza o cálcio, aumentando a contratilidade.
concentração deste íon no meio
Antagonista + receptor – não ativa a
intracelular, gerando efeitos estimulatórios;
proteína Gq – não ativa a fosfolipase C –
* GMP cíclico (guanosina monofosfato) não há produção de IP3 – não há Ca2+ livre
sinaliza o fosfato de inositol; na célula – não há contratilidade.

* ADP (adenosina difosfato) sinaliza o Exemplos:


diacilglicerol;
- Receptores colinérgicos muscarínicos
* Óxido nítrico. M3= acoplados à proteína Gq (presentes
nas glândulas salivares e outros tecidos);
Agonista + receptor --- ativação da proteína
G --- ativação de enzimas específicas --- - Receptores alfa1-adrenérgicos=
formando os segundos mensageiros. acoplados à proteína Gq (presentes nos
músculos lisos dos vasos sanguíneos e
outros locais).

Receptores acoplados à proteína Gs:

Ex: Acetilcolina liga-se ao receptor M3,


produzindo segundos mensageiros que
aumentam a entrada de cálcio, causando a
contratilidade da musculatura lisa intestinal,
gerando um quadro de cólica abdominal. A
A proteína Gs está presente no SN
N-butilescopolamina (Buscopan) bloqueia
Simpático, nos receptores beta.
esse receptor, então os segundos
mensageiros não são produzidos e o cálcio

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

Agonista + receptor -- ativação da proteína Agonista + receptor – ativação da proteína


Gs – Adenilato ciclase – ATP transforma-se Gi – inibição da adenilato ciclase – não há
em AMP cíclico – ativa proteínas quinase a fosforilação das proteínas quinases –
(são formadas pelas moléculas de fósforo reduzindo o cálcio intracelular, diminuindo a
oriundas da quebra do ATP) – essas frequência e a contratilidade do coração.
proteínas quinase aumentam o cálcio Agora, nos músculos lisos, como não há a
intracelular – ocorre a estimulação da fosforilação da miosina-quinase, a miosina
célula. é fosforilada e desliza sobre a actina,
gerando a contração do músculo.
Isso ocorre, principalmente, no coração, em
que o receptor beta-1 é ligado à proteína Exemplos:
Gs. Então, o aumento de cálcio intracelular
- Receptores M2 = acoplados à proteína Gi
produz o aumento da contratilidade do
(presentes no coração);
músculo cardíaco.
- Receptores alfa 2 adrenérgicos =
Agora, nos músculos lisos (ex: pulmões),
acoplados à proteína Gi.
para que haja a contratilidade dessa
musculatura, é preciso duas proteínas
contráteis, a miosina e a actina. Para que a
miosina deslize sobre a actina, é preciso A pilocarpina (agonista muscarínico) causa
uma enzima, a miosina quinase, que faz a redução da Frequência cardíaca e da Força
fosforilação da miosina, ou seja, doa de contração cardíaca.
fósforo à miosina. Com isso, há o
RECEPTORES ADRENÉRGICOS:
deslizamento da miosina sobre a actina,
causando a contração. Ex: O fármaco Alfa 1- íris, bexiga, fígado
agonista, como o Salbutamol (Aerolin), age
no receptor beta-2 presente nos pulmões, Alfa 2- pâncreas, SNC
ativando a proteína Gs, ativando a Beta 1- coração
adenilato ciclase, formando o AMP cíclico,
que faz a fosforilação da miosina quinase,
então a miosina não será fosforilada, não
 RECEPTORES LIGADOS A
irá deslizar sobre a actina, não terá a
contração do músculo, terá o relaxamento, TIROSINA QUINASE:
uma broncodilatação. Agora, um fármaco Estão ligados a fatores de crescimento,
antagonista, como o Propanolol, age no estímulo de mitoses, fatores inflamatórios e
receptor, mas não ativa a proteína Gs, não citocinas.
ativa a adenilato ciclase, não há produção
de AMP cíclico, não há a fosforilação da Agonista liga-se ao receptor, que é ligado a
miosina-quinase, então a miosina é uma enzima, a tirosina quinase, que faz a
fosforilada e desliza sobre a actina, quebra do ATP em ADP. O fósforo que
gerando a contração, uma ficou “livre” na quebra do ATP vai fosforilar
broncoconstrição. proteínas quinases. Ex: Glivec (mesilato de
imatinibe), utilizado em tratamentos de
Receptores acoplados à proteína Gi: leucemia, inibe fortemente a atividade da
tirosinoquinase BCR-ABL. Essa
tirosinoquinase gera fatores de crescimento
para células do sistema sanguíneo,
gerando quadros de leucemia. Então, ao
utilizar esse fármaco, essa tirosina quinase
é bloqueada, impedindo o crescimento
desordenado dessas células.

Outro exemplo é a insulina, que é uma


tirosina quinase. Ela se liga a seu

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FARMACOLOGIA

respectivo receptor, gerando uma ação de de sódio na célula, em que ela despolariza
tirosina quinase, fosforilando algumas e contrai.
proteínas. Essas proteínas fosforiladas
A toxina botulínica (botox) age no tecido
induzem à alteração gênica para a
nervoso somático, ela impede as snarpts
produção de Glut-4. Ele é produzido e
(quando o cálcio entra, as vesículas com
levado até o receptor da célula, é ele que
acetilcolina se fundem com a membrana,
permite a entrada de glicose na célula.
liberando a acetilcolina na fenda sináptica,
Então, os tecidos hepático, adiposo e
gerando a contração da musculatura),
muscular, que necessitam de glicose numa
impedindo a liberação de acetilcolina,
forma mais intensa, precisam da ação da
gerando o relaxamento muscular.
insulina.
Existem bloqueadores neuromusculares,
como o veneno curare, que paralisa a
musculatura esquelética. Todos os
fármacos conhecidos como relaxantes
musculares (Dorflex, Miosan), na realidade,
nenhum deles age no sistema somático,
nenhum tem o efeito de relaxante
muscular, eles agem no SNC.

Sistema nervoso autônomo: relacionado


às funções vitais, controlando a frequência
 RECEPTORES REGULADORES cardíaca, frequência respiratória,
DA TRANSCRIÇÃO DO DNA: peristaltismo, abertura/fechamento de
esfíncter, vasoconstrição/vasodilatação. É
Precisam atravessar a membrana celular e dividido em sistema simpático e
a membrana nuclear. Ex: Os corticóides parassimpático. Os dois sistemas estão em
ligam-se ao núcleo inibindo a produção da equilíbrio, em que o simpático é o de “luta e
COX-2 e produzindo a lipocortina, que inibe fuga” e o parassimpático é de digestão.
a fosfolipase C.
- Sistema simpático: está diretamente
ligado à glândula adrenal, produzindo
noradrenalina. Quando ocorre a
despolarização, há a liberação de
noradrenalina. A noradrenalina irá agir nos
receptores adrenérgicos, são eles:

* Alfa 1 – ligado à proteína Gq – ativação


da fosfolipase—produção de IP3 –
aumenta a entrada de cálcio – causando
vasoconstrição (agonistas-estimulam a
proteína Gq) e vasodilatação (antagonistas-
SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
bloqueam a proteína Gq);
O SNC é dividido em autônomo (simpático
* Alfa 2 – ligado à proteína Gi -- inibição da
e parassimpático) e somático.
adenilato ciclase – não há a fosforilação
O somático está relacionado com o das proteínas quinases – reduzindo o
músculo esquelético (junção cálcio intracelular, diminuindo a frequência
neuromuscular) e ele é um sistema e a contratilidade do coração;
voluntário. Ao receber o estímulo, ocorre a
* Beta 1 – ligado à proteína Gs – ativação
despolarização e o cálcio entra a célula,
da adenilato ciclase – produção de AMP
liberando a acetilcolina. A acetilcolina reage
cíclica – fosforilação das proteínas
com o receptor nicotínico, que é ligado ao
canal iônico de sódio, permitindo a entrada

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

quinases – causando taquicardia (agonista) R: Fazer a utilização do Rivotril sublingual.


e bradicardia (antagonista); O Rivotril age no receptor GABA,
promovendo a abertura dos canais de
* Beta 2 – ligado à proteína Gs – ativação
cloreto, em que o cloreto entra na célula e
da adenilato ciclase – produção de AMP
acumula carga negativa, causando
cíclico – fosforilação das proteínas
hiperpolarização na membrana, em que a
quinases – causando broncodilatação
célula não consegue ser estimulada,
(agonista) e broncoconstrição
gerando uma depressão no SNC.
(antagonista).

- Sistema parassimpático:
QUESTÃO DE PROVA:
Receptores muscarínicos e nicotínicos:
* Paciente comparece ao consultório para
extração do elemento 38. Na anamnese, * M1 – ligado à proteína Gq
esse paciente apresenta pressão arterial
* M2 – ligado à proteína Gi
150/90mmHg. O cirurgião faz a utilização
do anestésico lidocaína com vasoconstritor * M3 – ligado à proteína Gq -- ativação da
adrenalina. Qual o risco desse paciente fosfolipase — aumenta a produção de IP3
sofrer uma parada cardíaca e vir a óbito? – aumenta o cálcio intracelular –
aumentando a contração/peristaltismo
R: A adrenalina age no sistema simpático,
intestinal (agonista), causando diarreia, e
nos receptores alfa 1. A adrenalina
diminui o peristaltismo (antagonista); Na
(agonista) se liga ao receptor, e quando ele
glândula salivar, o agonista causa a
é ativado, interage com a proteína Gq,
contração, aumento da produção de saliva
ativando-a. Essa proteína faz a ativação da
(sialorreia), já o antagonista, causa o
enzima fosfolipase, formando os segundos
relaxamento dessa glândula, diminuindo a
mensageiros IP3, que aumenta a liberação
produção de saliva, causando a famosa
de cálcio do retículo sarcoplasmático,
“boca seca” (xerostomia).
aumentando a concentração de cálcio
intracelular, aumentando a contratilidade da Ex: Paciente com Alzheimer faz uso de
célula, causando vasoconstrição. A medicamentos que aumentam a
adrenalina também age nos receptores concentração de acetilcolina no cérebro,
beta 1. A adrenalina se liga ao receptor, e para evitar que o paciente tenha perda de
quando ele é ativado, interage com a memória. Mas como há aumento desse
proteína Gs, ativando-a. Essa proteína faz neurotransmissor no cérebro, há um
a ativação da enzima adenilato ciclase, aumento deste no corpo todo, de maneira
formando os segundos mensageiros AMP sistêmica. Com isso, muitas vezes, esse
cíclico, que ativa as proteínas quinases, paciente tem quadros de diarreia e
promovendo a abertura dos canais de sialorreia. O Miosan é um antagonista
sódio, aumentando a concentração de parassimpático, diminuindo o peristaltismo
sódio intracelular, aumentando a intestinal.
contratilidade do coração, causando
taquicardia. Ex: Atrovent (brometo de ipratrópio) +
Berotec (bromidrato de fenoterol) via
* Paciente comparece ao consultório para inalação para tratamento de doenças
realizar extração do elemento 17. Porém, pulmonares = O Atrovent é um antagonista
na anamnese, foi observado um aumento parassimpático, atua bloqueando os
na pressão arterial. O paciente relata não receptores M3, causando broncodilatação.
ser hipertenso, então, deduz-se que o O Berotec é um agonista simpático, atua
paciente passa pela “síndrome do jaleco nos receptores beta 2, causando
branco”, o famoso medo de dentista. O que broncodilatação.
fazer para contornar a situação e realizar o
procedimento com êxito? * M4 – ligado à proteína Gi

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

* M5 – ligado à proteína Gq

- O cigarro aumenta a pressão arterial,


porque o receptor nicotínico tem alta
afinidade pela nicotina do cigarro. Toda vez
que o indivíduo fuma, o cigarro age no
receptor nicotínico fazendo a liberação de
adrenalina e noradrenalina. A adrenalina
age no receptor beta 1 causando
taquicardia, e no receptor alfa 1 causando Ocorre a síntese da acetilcolina e ela é
vasoconstrição. armazenada em vesículas. Através das
snarpts (quando o cálcio entra, as
O sistema simpático também possui vesículas com acetilcolina se fundem com
receptores muscarínicos, como os da a membrana, liberando a acetilcolina na
glândula sudorípara. fenda sináptica, gerando a contração da
musculatura), ocorre a junção da vesícula à
Órgão Simpático Parassimpático
membrana e a clamocitose, que faz a
Olho/pupila midriase miose liberação da acetilcolina, em que ela
interage com o receptor, ativando a
Glândula xerostomia sialorreia
salivar proteína Gq. A acetilcolina interage com o
Pulmão broncodilatação broncoconstrição receptor e sai logo depois, que é quando
Coração taquicardia bradicardia ela é degradada pela acetilcolinesterase.
Intestino relaxamento contração Uma vez degradada a colina novamente,
Urinário relaxamento contração
ela é ressintetizada.
Estômago - HCl + HCl
Todo receptor 2 (alfa ou muscarínico) é
ligado à proteína Gi, eles são inibitórios.
Pessoas com transtorno de ansiedade
estimulam tanto o sistema simpático quanto Toda vez que a proteína Gi é ativada, não
o parassimpático. No parassimpático, há ativação da adenilato ciclase, não há
ocorre a estimulação dos receptores M3 AMP cíclico, ocorrendo uma redução da
presentes no estômago, aumentando a concentração de cálcio, diminuindo a
produção de ácido clorídrico, também pode liberação de acetilcolina. A própria
causar diarreia. No simpático, taquicardia, acetilcolina faz esse mecanismo. Ex: o
midríase, baixo peristaltismo intestinal. coração possui receptores M2, e toda vez
que a acetilcolina interage com esses
Ex: Paciente foi intoxicado e teve uma
receptores, ela diminui a entrada de cálcio,
síndrome adrenérgica (sistema simpático),
diminuindo a contratilidade, produzindo
quais os sintomas que ele teve? Midríase,
bradicardia.
xerostomia, broncodilatação, taquicardia,
relaxamento da musculatura intestinal, QUESTÃO DE PROVA:
relaxamento da musculatura da bexiga,
menor produção de HCl. * Médico prescreveu 6 gotas de
Bromoprida 5mg para um bebê de 2 meses
Ex: Paciente teve uma síndrome de idade. A Bromoprida é um antagonista
colinérgica (sistema parassimpático), quais dopaminérgico D2 que age diminuindo o
foram os sintomas? Miose, sialorreia, quadro de vômitos (no SNC há uma zona
broncoconstrição, bradicardia, contração da de gatilho química, e toda vez que ela é
musculatura intestinal, contração da estimulada, produz emese/vômito. Essa
musculatura da bexiga, maior produção de zona possui vários receptores, como o H1-
HCl. histamínico, então usa-se um anti-
histamínico, como o Dimedrinato. Há,
Síntese, liberação e degradação da
também, receptores M3, então usa-se
Acetilcolina:

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

antimuscarínicos, como a * M3- estão acoplados à proteína Gq,


Butilescopolamina. Outro receptor é o responsáveis pela estimulação da
dopaminérgico D2, então usa-se um fosfolipase C. No TGI, estão relacionados
antagonista, a Bromoprida. Mais um ao aumento do peristaltismo, causando
receptor é o 5-HT1, usa-se a Ondansetrona defecação/diarreia. No sistema urinário,
sublingual). O balconista da farmácia estão relacionados ao aumento da
vendeu a Brimonidina, que é um colírio contração da bexiga, causando micção.
Nas glândulas salivares, estão
para glaucoma. Como a Brimonidina é um
relacionados à contração destas, causando
agonista alfa 2, é ligada à proteína Gi,
sialorreia. Nas glândulas pulmonares, estão
bloqueando a adenilato ciclase, não há a
relacionados à produção de muco. Nos
formação da AMP cíclica, pulmões, estão relacionados à
consequentemente, há a diminuição do broncoconstrição. Nos vasos sanguíneos,
Ca2+ intracelular. Ao fazer o uso da estão relacionados à vasodilatação. Nos
Brimonidina via oral, ocorre um bloqueio do olhos, estão relacionados à miose.
coração via receptor beta 1, e no pulmão
via receptor beta 2 (broncoconstrição),
causando uma parada cardiorrespiratória e
choque (receptores alfa 1 bloqueados,
causando vasoconstrição).

FÁRMACOS QUE ATUAM


NO SISTEMA SÍNDROME COLINÉRGICA:

PARASSIMPÁTICO * Bradicardia (receptor M2)

* Salivação/sialorreia (receptor M3)

* Suor excessivo/diaforese
Está relacionado com o processo de
digestão e repouso. * Urina/micção (receptor M3)

Receptores muscarínicos- A origem desse * Defecar/diarreia (receptor M3)


nome vem do fungo Amanita muscaria, que * Vômito
é um cogumelo alucinógeno. Muitas
pessoas tomam chá desse fungo, * Aumento do muco pulmonar e
causando uma síndrome colinérgica. Um broncoconstrição (receptor M3)
antídoto é a Atropa beladona.
* Alucinações (receptor M1)
Os receptores muscarínicos são:

* M1- estão acoplados à proteína Gq,


FÁRMACOS
responsáveis pela estimulação da
PARASSIMPATOMIMÉTICOS E
fosfolipase C. No SNC, estão relacionados
FÁRMACOS PARASSIMPATICOLÍTICOS:
à memória, aprendizado, alucinações. Ex:
Alzheimer. Nas células parietais estão Os parassimpatomiméticos são fármacos
relacionados ao aumento da produção de que estimulam ou imitam o sistema
HCl. nervoso parassimpático, são fármacos
idênticos à Acetilcolina (Ach), são os
* M2- estão acoplados à proteína Gi,
fármacos agonistas diretos, como o
responsáveis pela inibição da adenilato
Carbacol, Pilocarpina, Betanecol e
ciclase e ativação dos canais de potássio.
Metacolina, em que o agonista muscarínico
No coração, estão relacionados à
interage com o receptor, ativando a
bradicardia.
proteína Gq, ativando a fosfolipase.

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

Existem, também, os fármacos agonistas


indiretos, que são inibidores da enzima
achase (acetilcolinesterase é a enzima que
degrada a acetilcolina), aumentando a
acetilcolina, como a Rivastigmina e a
Neostigmina (chumbinho).

Ex: A Pilocarpina é utilizada para calvície,


porque ela causa vasodilatação.

Ex: O Betanecol é usado em pacientes que


possuem bexiga neurogênica, em que não
há a devida contração da bexiga para
liberar a urina. O Betanecol interage com o
receptor M3 presente na bexiga, permitindo
a contração da mesma, porém produz
efeitos colaterais, como: sialorreia, miose,
diarreia, etc. O Betanecol também é usado
em pacientes com megacólon (dilatação
das alças intestinais, dificultando a
evacuação), já que ele causa contratilidade
do TGI, melhorando a defecação.
Os parassimpaticolíticos são fármacos
Ex: A Rivastigmina é utilizada em pacientes que reduzem a atividade do sistema
com Alzheimer, ela bloqueia a achase, nervoso parassimpático, são
aumentando a acetilcolina, melhorando a antimuscarínicos e antagonistas
memória e o aprendizado, podendo causa colinérgicos, ou seja, bloqueiam a
efeitos colaterais, como: broncoconstrição acetilcolina, como a Atropina, por exemplo.
e aumento da produção de muco, A Atropina age bloqueando os receptores
sialorreia, diarreia, micção, miose, muscarínicos, não ativa a proteína Gq e,
vasodilatação. consequentemente, não ativa a fosfolipase,
impedindo a produção de IP3, diminuindo a
Ex: O chumbinho (Neostigmina) é um
concentração de Ca2+ intracelular,
inibidor da achase, então, os sintomas de
impedindo a contratilidade.
um indivíduo com a intoxicação desse
veneno são: bradicardia, sialorreia,
diaforese, micção, diarreia, aumento do
muco e broncoconstrição, alucinações e
convulsões mioclônicas. Porém, ele age
nos receptores nicotínicos.

Ex: O Ipratrópio é um antagonista


muscarínico (antimuscarínico) e é utilizado
via pulmonar, ele age bloqueando os
receptores M3 pulmonares, causando
broncodilatação.

QUESTÃO DE PROVA:

* Paciente com Alzheimer comparece ao


consultório para realizar um implante no
elemento 24. Ao realizar a anamnese, o
acompanhante desse paciente relata que

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FARMACOLOGIA

ele faz o uso da Rivastigmina. Esse consequentemente, desativando a


paciente pode apresentar algum efeito fosfolipase, impedindo a produção de IP3,
colateral desse medicamento que possa diminuindo a concentração de Ca2+
interferir no procedimento? E qual a intracelular, impedindo a contratilidade das
maneira de controlar esse efeito para que glândulas salivares, diminuindo o quadro
possa ser realizado o procedimento? de sialorreia, causando xerostomia
(hipossalivação).
A salivação excessiva (sialorreia). Porque
esse medicamento inibe a achase,
aumentando a acetilcolina. A acetilcolina
age nos receptores M3, que ativam a  GLAUCOMA:
proteína Gq, ativando a fosfolipase C,
Anatomia do olho:
aumentando a produção de IP3,
aumentando a concentração de Ca2+
intracelular, causando contratilidade das
glândulas salivares, produzindo salivação
excessiva. Para controlar esse efeito
colateral é necessário utilizar um fármaco
que inibe a acetilcolina, como a Atropina
colírio a 1%, que age bloqueando o
receptor M3 (antagonista) nas glândulas
salivares, desativando a proteína Gq e,
consequentemente, desativando a
fosfolipase, impedindo a produção de IP3,
diminuindo a concentração de Ca2+
intracelular, impedindo a contratilidade das
glândulas salivares, diminuindo o quadro
de sialorreia, causando xerostomia
(hipossalivação).

QUESTÃO DE PROVA:

* Paciente comparece ao consultório para


realizar um implante no elemento 12. Na
anamnese, ele relatou ter megacólon e, por O corpo ciliar produz o humor aquoso e ele
isso, faz o uso de Liberan (Betanecol). fica armazenado na câmara anterior e
Essa medicação pode produzir algum efeito posterior do olho. Quando essa câmara
colateral que pode atrapalhar o está cheia de humor aquoso, ocorre a
procedimento? E por que esse efeito ativação dos receptores M3 presentes no
colateral está acontecendo e quais os músculo ciliar, liberando acetilcolina,
receptores envolvidos? E como pode ser promovendo a contração desse músculo,
tratado esse sintoma? em que ele expulsa esse líquido pelo canal
Sim, um dos efeitos colaterais é a de Schlemm, e esse canal faz a drenagem.
sialorreia. Esse efeito ocorre porque o
O Glaucoma de Ângulo Aberto é quando
Liberan é um agonista muscarínico, que vai
essa musculatura é flácida, não consegue
interagir com os receptores M3, ativando a
proteína Gq, ativando a fosfolipase, drenar esse líquido. Existem fármacos,
produzindo IP3, aumentando a como a Pilocarpina e o Carbacol, que agem
concentração de Ca2+ intracelular, nos receptores M3, contraindo o músculo
promovendo a contratilidade das glândulas ciliar, drenando o humor aquoso, gerando
salivares, causando salivação excessiva. uma baixa pressão intraocular.
Esse sintoma pode ser tratado com
Atropina colírio a 1%, já que ela inibe a A pessoa que tem glaucoma e é
estressada tem o quadro do glaucoma
acetilcolina, age bloqueando o receptor M3
piorado. Nos picos de estresse, ocorre a
(antagonista) nas glândulas salivares,
desativando a proteína Gq e, liberação de noradrenalina, que age nos
receptores beta 2, relaxando os músculos

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FARMACOLOGIA

ciliares, aumentando a pressão intraocular. b) Como pode ser resolvido o problema da


A Brimonidina age nos receptores alfa 2, xerostomia? Pilocarpina 1% colírio.
favorecendo a contração do músculo ciliar,
diminuindo a pressão intraocular.

FÁRMACOS QUE ATUAM


QUESTÃO DE PROVA: NO SISTEMA SIMPÁTICO
* Paciente faz o uso da Pilocarpina colírio
para glaucoma de ângulo aberto. A
Pilocarpina age nos receptores M3 do O Sistema Nervoso Simpático ajusta o
músculo ciliar e faz a drenagem do humor organismo para suportar situações de
aquoso no canal de Schlemm, fazendo com perigo, prepara o organismo para “lutar” e
que a pressão intraocular diminua. Esse “fugir”.
paciente comparece ao consultório
- Ephedra, conhecida como Ma-Huang na
odontológico para realizar um implante,
china, é uma erva natural. A efedrina age
porém ele apresenta um quadro de no SNA Simpático como um estimulante,
sialorreia e diarreia. Para diminuir a muito utilizado como pré-treino.
salivação, o dentista fez o uso de Atropina
colírio, que age bloqueando os receptores - Raymond P. Ahlquist foi um farmacêutico
M3. Para diminuir a diarreia, o dentista e farmacologista americano, que dividiu os
prescreveu a N-butilescopolamina receptores adrenérgicos em subtipos: α
(alfa) e β (beta).
(Buscopan), que age bloqueando os
receptores M3, diminuindo o peristaltismo.
Porém, essa conduta é errada, porque o
Buscopan vai antagonizar o efeito da
Pilocarpina, agravando o quadro de
glaucoma desse paciente.

Síndrome colinérgica X anticolinérgica:


Síndrome colinérgica Síndrome
anticolinérgica
miose midríase
sialorreia xerostomia
Incontinência intestinal Constipação intestinal
diafonese Pele seca
bradicardia taquicardia
broncoconstrição broncodilatação
Incontinência urinária Constipação urinária

SÍNDROME ADRENÉRGICA:
QUESTÃO DE PROVA:
Agonistas
* Paciente de 10 anos de idade comparece
* Midríase
ao consultório para realizar tratamento
endodôntico no elemento 16. Na * Xerostomia
anamnese, ele relata apresentar
* Broncodilatação
xerostomia e que faz o uso do Tofranil
(antagonista muscarínico) para enurese * Taquicardia
noturna. Pergunta-se:
* Diminuição da produção de HCl/
a) Qual receptor está envolvido com o diminuição da atividade pancreática
processo de xerostomia? Receptor M3, que
* Vasoconstrição
está sendo bloqueado pelo Tofranil.

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FARMACOLOGIA

Antagonistas Há a MAO (monoaminoxidase), que é uma


enzima localizada no neurônio pré-
* Miose sináptico. Alguns medicamentos bloqueiam
* Sialorreia essa enzima, os chamados IMAOs
(inibidores da monoaminoxidase), como os
* Broncoconstrição medicamentos para Parkinson (é uma
doença em que apresenta uma deficiência
* Bradicardia
de dopamina), que agem inibindo a MAO,
*Aumento da produção de HCl/ aumento da aumentando a concentração de dopamina.
atividade pancreática O problema são os efeitos colaterais, como
midríase, xerostomia, taquicardia,
* Vasodilatação vasoconstrição.

Os receptores alfa 2 estão presentes no


neurônio pré-sináptico.
Síntese, liberação e degradação de
noradrenalina: Existe, também, a bomba de recaptação 2,
que está, principalmente, na glândula
suprarrenal (produz noradrenalina e
adrenalina).

Alguns antidepressivos são inibidores


seletivos da recaptação de serotonina
(ISRS), eles bloqueiam a bomba de
recaptação, aumentando a concentração
de serotonina, gerando um efeito
antidepressivo. Porém, os efeitos colaterais
aparecem primeiro que os efeitos
antidepressivos, causando abandono da
medicação por parte dos pacientes. Esses
medicamentos são: Fluoxetina, Citalopram,
Escitalopram e Sertralina.

Existem também os que são inibidores da


recaptação de noradrenalina e serotonina
(IRNS), como o Duloxetina, Venlafaxina e
Desvenlafaxina.

Outros são inibidores da recaptação de


dopamina e noradrenalina (IRDN), como
Ocorre a síntese da noradrenalina Metilfenidato (Ritalina), Bupropiona e
(adrenalina, dopamina ou serotonina) e ela Lisdexanfetamina. A Ritalina é utilizada em
é armazenada em vesículas. Através das pacientes com TDAH, porque eles têm
snarpts (quando o cálcio entra, as deficiência de dopamina e noradrenalina e
vesículas com noradrenalina se fundem ela age aumentando a concentração destes
com a membrana, liberando a neurotransmissores.
noradrenalina na fenda sináptica), ocorre a
junção da vesícula à membrana, abrindo os O problema são os pacientes que utilizam
canais de cálcio. E quando o cálcio entra medicamentos que aumentam a
no interior da célula, ocorre a clasmocitose. noradrenalina e a dopamina, que podem ter
A noradrenalina interage com o receptor e crises hipertensivas, por conta do aumento
sai logo depois, que é quando ela é da ação no sistema simpático, causando
reabsorvida no axônio terminal do neurônio vasoconstrição.
pré-sináptico pela bomba de recaptação.
A cocaína, por exemplo, bloqueia a bomba
Dessa forma, mantém-se baixas
de recaptação, aumentando a
concentrações de noradrenalina na fenda
concentração de dopamina e noradrenalina
sináptica, diminuindo a ação do SNA
na fenda sináptica. No SNC, a dopamina
Simpático.

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FARMACOLOGIA

causa sensação de bem-estar (descarga liberação de noradrenalina. Na musculatura


de dopamina no sistema recompensa). pré-sináptica, diminui a liberação de
noradrenalina e acetilcolina.
A Duloxetina e o Citalopram são utilizados
para diminuir os estímulos no sistema Ex: É o caso da Brimonidina, que é um
recompensa, mediando a compulsão agonista alfa 2, ingerida via oral,
alimentar. provocando broncoconstrição, bradicardia e
vasodilatação, gerando uma parada
Alguns desses medicamentos cardiorrespiratória e choque. A adrenalina
antidepressivos podem ser utilizados para pode ser usada para reverter o caso,
dor de fibromialgia em idosos, como a porque ela age nos receptores beta 2
Duloxetina. O problema desses gerando broncodilatação e diminuindo a
medicamentos é o efeito colateral, atividade dos mastócitos.
causando quadros hipertensivos.
* Beta 1- acoplados à proteína Gs,
responsáveis pela ativação da adenilato
ciclase, produzindo AMP cíclico, ativando
 RECEPTORES ADRENÉRGICOS:
as proteínas quinase, que aumentam o
Ca2+ intracelular, gerando a contração. No
coração, causa inotropismo (aumenta a
força de contração) e cronotropismo
(aumenta a frequência cardíaca). No
fígado, aumenta a glicogenólise. Nos rins,
aumenta a atuação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona (SRAA).

* Beta 2- acoplados à proteína Gs,


responsáveis pela adenilato ciclase,
produzindo AMP cíclico, ativando as
proteínas quinase. Como há a fosforilação
da miosina-quinase, não há a fosforilação
da miosina, então ela não irá deslizar sobre
* Alfa 1- acoplados à proteína Gq,
a actina, gerando o relaxamento da
responsáveis pela estimulação da musculatura. Nos brônquios, há uma
Fosfolipase C, produzindo IP3, broncodilatação. No TGI, redução nos
aumentando o Ca2+ intracelular, gerando movimentos peristálticos (constipação). No
vasoconstrição. No útero, contração útero, relaxamento uterino. Nos mastócitos,
uterina. No músculo radial da íris, midríase. diminui a liberação de histamina (é
No fígado, estimula a glicogenólise importante no quadro alérgico). Nos
(degradação de glicogênio à glicose). músculos esqueléticos, tremores
Ex: Paciente que faz o uso de Metilfenidato musculares.
(aumenta noradrenalina) e passa por OBS: Existem receptores beta 2 também
cirurgia em que precisa ser anestesiado no coração, causando taquicardia.
com Lidocaína + Noradrenalina, ocorre um
aumento da pressão arterial, por conta da Ex: Em aplicações de ácido hialurônico, há
vasoconstrição causada pelo aumento da pacientes que apresentam crise alérgica e,
concentração de noradrenalina. Existe um dependendo do quadro alérgico, um dos
vasoconstritor que não age nos receptores medicamentos usados para reverter é a
alfa 1 e beta 1, que é a Felipressina. Pode adrenalina, porque ela age nos receptores
ser utilizado, também, a Procaína, que é beta 2 gerando broncodilatação e
um anestésico que possui ação diminuindo a atividade dos mastócitos,
vasoconstritora. evitando que o paciente tenha um choque
anafilático (broncoconstrição,
* Alfa 2- acoplados à proteína Gi , vasodilatação, parada cardíaca, alta
responsáveis pela inibição da adenilato produção de histamina).
ciclase, não há produção de AMP cíclico,
bloqueando os canais de cálcio, não há

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FARMACOLOGIA

Ex: No útero, os medicamentos agonistas


são antiaborto, já que eles relaxam a
musculatura uterina, como o Salbutamol,
que é um medicamento para asma, mas é
utilizado em grávidas com risco de aborto,
porque ele age nos receptores beta 2,
relaxando a musculatura uterina, evitando a
expulsão do feto. Agora, o Propanolol é um
antagonista beta-adrenérgico, ele aumenta
a contração uterina, aumenta as cólicas,
causando aborto.
Ex: Paciente faz uso de Metilfenidato pela
FÁRMACOS SIMPATOMIMÉTICOS E manhã, Clenbuterol à tarde para ir à
FÁRMACOS SIMPATOLÍTICOS: academia e também faz o uso de cafeína.
Os fármacos que atuam na transmissão Esse paciente está gripado e faz o uso de
adrenérgica e mimetizam o efeito da Cimegripe (Fenilefrina) e Nafazolina
epinefrina/norepinefrina são chamados de (Neosoro). O Metilfenidato aumenta
simpaticomiméticos ou adrenérgicos. Os noradrenalina e dopamina; o Clenbuterol
fármacos simpaticolíticos, também age nos receptores beta 2 presentes no
denominados de bloqueadores coração; a cafeína aumenta noradrenalina
adrenérgicos, interferem na ação da e dopamina; Fenilefrina e Nafazolina agem
epinefrina/norepinefrina no Sistema nos receptores alfa 1, gerando uma
Nervoso Autônomo e são classificados em vasoconstrição. Esse paciente comparece
bloqueadores-adrenérgicos, bloqueadores ao consultório para realizar um tratamento
ß-adrenérgicos e fármacos que interferem endodôntico e o cirurgião-dentista utiliza
na liberação de norepinefrina. Lidocaína + Adrenalina (anestésico +
vasoconstritor). Esse paciente pode ter um
A Ritalina e o Venvanse são inibidores da AVC, infarto, crise hipertensiva.
recaptação de noradrenalina e dopamina,
gerando uma síndrome adrenérgica. A Dobutamina só é encontrada em
ambiente hospitalar, ela age diretamente
As Anfetaminas eram usadas para nos receptores beta 1. É usada em
emagrecer, por serem drogas pacientes que sofreram choque, parada
anorexígenas, causam perda de apetite. cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva.
Além disso, elas aumentam o estado de
alerta, diminuem a fadiga e causam Salbutamol, Terbutalina, Fenoterol e
insônia. Salmeterol agem nos receptores beta 2,
são usados para asma, broncoconstrição,
Os simpatomiméticos são fármacos que aumento das secreções brônquicas e
estimulam ou imitam o sistema nervoso inibição do parto prematuro (relaxamento
simpático, são os fármacos agonistas da musculatura uterina).
diretos, em que o agonista adrenérgico
interage com o receptor, ativando a A Alfametildopa (anti-hipertensivo) é um
proteína Gq, ativando a fosfolipase. agonista alfa 2 adrenérgico e é usada em
Existem, também, os fármacos agonistas grávidas com pré-eclâmpsia. Ao realizar
indiretos, que são inibidores da bomba de qualquer procedimento cirúrgico em
recaptação, aumentando a noradrenalina e grávidas, não se deve utilizar adrenalina
a dopamina (catecolaminas), como a como vasoconstritor.
Ritalina, Venvanse, Cocaína e A Brimonidina (Alphagan) é um colírio para
Anfetaminas. glaucoma de ângulo aberto e é agonista
alfa 2.

A Dobutamina tem ação beta 1 seletivo e é


usada em pacientes que possuem
insuficiência cardíaca. Ao realizar qualquer
procedimento cirúrgico nesses pacientes,

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FARMACOLOGIA

não se deve utilizar adrenalina como FÁRMACOS ANTI-


vasoconstritor.
HISTAMÍNICOS
O Berotec (Fenoterol) é usado em
nebulização, podendo causar taquicardia.

Paciente que faz o uso de Salbutamol não  HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I


pode utilizar adrenalina como
vasoconstritor em procedimentos
cirúrgicos.

Existem, também, os simpatomiméticos


agonistas de ação mista, como a Efedrina e
a Pseudoefedrina, aumentam a liberação
de noradrenalina e dopamina, não agem
diretamente nos receptores. O Alegra-D,
por exemplo, possui Pseudoefedrina, que
causa broncodilatação e age nos - Sensibilização (1ª fase)- há a primeira
mastócitos, diminuindo a liberação de exposição ao antígeno (alérgeno). Ele é
histamina. Pacientes que fazem uso desse processado (fagocitado) pelas células
medicamento para rinite alérgica, ao apresentadoras de antígeno (APCs) e seus
realizar qualquer procedimento no peptídeos são apresentados aos linfócitos
consultório que faça o uso de anestésico T CD4+. Em seguida, esses linfócitos T
com vasoconstritor (adrenalina), podem CD4+ liberam citocinas que estimulam os
sofrer uma síndrome adrenérgica. A linfócitos B a produzirem e secretarem
Efedrina está presente em suplementos anticorpos IgE específicos para aquele
alimentares. O Franol (sulfato de efedrina) alérgeno.
é usado em pacientes com hipotensão
- 2ª fase- a IgE recém-produzida liga-se
arterial. A cafeína possui o mesmo
com alta afinidade à membrana dos
mecanismo de ação desses fármacos.
mastócitos, sensibilizando-os, então a
superfície dos mastócitos fica repleta de
IgE. O mastócito possui grânulos com
Os simpatolíticos são fármacos que histamina, leucotrienos. Toda vez que
reduzem a atividade do sistema nervoso houver o contato alérgeno + IgE +
simpático, são antagonistas adrenérgicos, mastócito ocorre a degranulação do
bloqueiam o receptor, efeito mastócito, liberando histamina.
antiadrenérgico; sintomas como:
bradicardia, sialorreia, miose, Os medicamentos anti-histamínicos são
broncoconstrição, vasodilatação. antagonistas de ação direta, agem
bloqueando os receptores histamínicos. Já
Antagonistas alfa 1 adrenérgicos: usados, os medicamentos corticoides, agem
antigamente, para hipertensão arterial, a suprimindo a produção do IgE, diminuem a
fim de causar vasodilatação, como a apresentação celular, diminuem a atividade
Prazosina, Terazosina, Oxazosina, dos linfócitos T CD4+, diminuem a
Doxazosina, Tansulosina. A Tansulosina é atividade dos linfócitos B.
usada em pacientes com hiperplasia
prostática benigna, causando o OBS: Para que o paciente não tenha crise
relaxamento da cápsula prostática, alérgica, é necessário retirar o alérgeno,
melhorando a micção. A Prazosina é usada primeiramente. Segundamente, fazer o uso
em pacientes com hipertensão crônica. de anti-histamínicos e, terceiramente, fazer
o uso de corticoides.

 HISTAMINA – LOCALIZAÇÃO:
É encontrada no cérebro (SNC), onde há
os receptores H1, relacionados ao estado

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FARMACOLOGIA

de vigília/atenção. Os antagonistas geram


sedação como efeito colateral. Alguns
medicamentos antidepressivos têm esse
efeito, como a Trazodona (Donaren).

Existem os anti-histamínicos de 1ª geração


e os de 2ª geração. Os de 1ª conseguem
atravessar a barreira hematoencefálica
(BHE), já os de 2ª, não atravessam essa
barreira, então não produzem sedação.

O Alegra é um anti-histamínico de 2ª
geração, ou seja, não atravessa a BHE, por
isso não causa sedação. Quando a produção de histamina é
exacerbada, há broncoconstrição e
O Dorflex tem efeito anti-histamínico H1, vasodilatação, gerando uma parada
produzindo sedação. cardiorrespiratória (choque anafilático),
QUESTÃO DE PROVA: podendo levar o paciente a óbito.

* Paciente (32 anos, motorista de uber)


comparece ao consultório a fim de realizar
 RECEPTORES HISTAMÍNICOS:
um clareamento. No decorrer do
procedimento, esse paciente apresenta um São receptores metabotrópicos, em que a
quadro alérgico moderado causado pela histamina se liga ao receptor, ativando-o; já
substância clareadora. Qual anti- o antagonista, liga-se ao receptor,
histamínico é o mais indicado, o de 1ª ou o bloqueando-o.
de 2ª geração? O anti-histamínico de 2ª
geração, já que ele não atravessa a OBS: Não há como reverter ou diminuir a
barreira hematoencefálica, não causando liberação de histamina, só é possível
sedação. Pode ser utilizada a Cetirizina. bloquear o receptor.

Outro local onde a histamina é encontrada


é no mastócito. Toda vez que houver a
presença do alérgeno ocorre a
degranulação do mastócito, ou seja,
liberação de histamina. Com isso, há o
surgimento da sintomatologia: reação
tríplice, aumento da secreção de HCl,
vasodilatação, broncoconstrição.

Então, os locais de ação são: localmente * H1- acoplados à proteína Gq,


(pele), estômago, vasos sanguíneos e responsáveis pela estimulação da
brônquios. Fosfolipase C, produzindo IP3,
aumentando o Ca2+ intracelular, gerando
Reação tríplice: pele avermelhada, com
contração. Nas glândulas, aumenta a
prurido e edemaciada.
secreção (nos brônquios, por exemplo,
aumenta a produção de muco). No TGI,
causa diarreia. Ocorre, também, edema da
glote, em que há um fechamento da
mesma, impedindo a passagem de ar. Nos
pulmões, broncoconstrição. No endotélio
dos vasos sanguíneos, há a liberação de
óxido nítrico, gerando vasodilatação
(hipotensão arterial e arritmia cardíaca). Na
pele, gera a resposta tríplice. Nas

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FARMACOLOGIA

terminações nervosas sensitivas, gera o bromofeniramina diminui a produção de


prurido. muco.

* H2- acoplados à proteína Gs, * Buclizina- utilizada para aumentar o


responsáveis pela ativação da adenilato apetite.
ciclase, produzindo AMP cíclico, ativando
as proteínas quinase, que aumentam o Ex: Os fármacos antidepressivos H1
Ca2+ intracelular, gerando a contração. No aumentam o apetite e levam ao ganho de
coração, há um aumento da frequência peso.
cardíaca (taquicardia). Nas células parietais * Hidroxizina- indicada para alívio de
gástricas, há um aumento da produção de prurido causado por condições alérgicas da
HCl. pele.
OBS: Só existe anti-histamínico H2 que * Meclisina
atua nas células parietais, diminuindo a
secreção de HCl. Não há um anti- * Ciproheptadina
histamínico H2 que atua no coração a fim
* Clemastina
de gerar bradicardia.
* Dimenidrinato- Dramin

Ex: Dimenidrinato + Cloridrato de Piridoxina


 ANTI-HISTAMÍNICOS H1:
(Dramin B6) utilizado para enjoos de
* Mecanismo de ação: 1ª e 2ª geração- gravidez.
antagonistas dos receptores H1.
* Prometazina

* O Miorrelax/Dorflex tem como princípio


ativo a Orfenadrina, que é um anti-
histamínico H1 de 1ª geração, causa efeito
1ª GERAÇÃO: 2ª GERAÇÃO: sedativo no SNC.
Bromofeniramina, Acrivastina
Clorfeniramina, * Naldecon dia X Naldecon noite: O
Feniramina, Tripolidina
Buclizina, Ciclizina, Cetirizina, Levocitirizina Naldecon dia contém paracetamol +
Hidroxizina, Meclisina fenilefrina, alivia a dor e reverte a
Azatadina, Astemizol, congestão nasal (fenilefrina é um agonista
Ciproheptadina, Desloratadina,
Cetotifeno Ebastina, alfa 1, gerando vasoconstrição); O
Fexofenadina, Naldecon noite contém paracetamol +
Loratadina, fenilefrina + carbinoxamina, alivia a dor, a
Mizolastina,
Olopatadina, congestão nasal e causa sonolência
Terfenadina, (carbinoxamina é um anti-histamínico de 1ª
Rupatadina geração).
Clemastina, -----
Dimenidrinato,
Difenidramina, 2ª geração (mais utilizados):
Dozilamina
Antazolina, Pirilamina, ----- * Cetirizina- quadro alérgico
Tripelenamina leve/moderado.
Prometazina -----
Doxepina Azelastina, Ex: Reactine gera menor sonolência, já que
Emedastina, Epinastina atravessa menos a barreira
hematoencefálica.
1ª geração (mais utilizados): * Levocitirizina
* Clorfeniramina xarope- quadro alérgico. * Desloratadina- quadro alérgico
* Bromofeniramina- utilizada em moderado/grave.
medicamentos antigripais. Ex: Desloratadina D (desloratadina +
Ex: Bromofeniramina (anti-H1) + Fenilefrina pseudoefedrina)- a pseudoefedrina é um
(agonista alfa 1) para congestão nasal, em fármaco de ação mista no sistema
que a fenilefrina faz vasoconstrição e a simpático, aumentando a noradrenalina,

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FARMACOLOGIA

que age nos receptores beta 2 presente OBS: Se a criança for menor de 2 anos de
nos mastócitos, diminuindo a liberação de idade, o uso indicado é o de anti-
histamina e, além disso, age nos histamínicos de 1ª geração (Hidroxizina).
receptores beta 2 nos pulmões, gerando
broncodilatação; a desloratadina é um anti- - Idosos:
histamínico H1 de 2ª geração. É * Evitar os de primeira geração, por conta
contraindicado para grávidas, hipertensos, da diminuição do rendimento cognitivo e
cardíacos. neuropsicomotor, podendo causar quedas.
* Loratadina Os de segunda geração propiciam
alternativas excelentes, efetivas e seguras
* Ebastina nessa faixa etária.

* Fexofenadina - Gestantes:

Ex: Allegra. * Primeira escolha no primeiro trimestre da


gestação - dexclorfeniramina, dimenidrinato
* Azelastina (terceiro trimestre tem risco de convulsões
* Emedastina neonatais);

* Loratadina e cetirizina.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS - Amamentação:


ANTI-HISTAMÍNICOS H1: * Os anti-histamínicos de 1ª geração
Quadro alérgico leve- Cetirizina uso tópico devem ser evitados na lactação, por conta
ou via oral. do risco de irritabilidade, sedação e
diminuição da quantidade do leite materno;
Quadro alérgico moderado- Desloratadina
ou Hidroxizina. * Só indicado quando a necessidade
sobrepõe o risco: loratadina e cetirizina.
EFEITOS COLATERAIS:

- Efeitos no SNC: diminuição da


neurotransmissão, sedação, diminuição do  BLOQUEADORES H2:
rendimento cognitivo e neuropsicomotor,
* Cimetidina, Nizatidina, Famotidina,
aumento do apetite.
Ranitidina.
- Bloqueio muscarínico periférico (anti-
OBS: Todos eles foram substituídos pelos
muscarínico): xerostomia, retenção
inibidores da bomba de prótons (IBPs).
urinária, taquicardia.

- Bloqueio do receptor alfa-adrenérgico:


hipotensão, tontura, taquicardia reflexa.  ANTAGONISTAS FISIOLÓGICOS
DA HISTAMINA:

ESCOLHA DO ANTI-HISTAMÍNICO: - Revertem um quadro fisiológico, mas não


bloqueiam receptor, como a Adrenalina e a
- Lactantes e crianças pré-escolares: Aminofilina.
* Hidroxizina e clorfeniramina - antes dos - A adrenalina diminui a produção de
dois anos de idade; histamina, provocando broncodilatação e
vasoconstrição. Muito usada em pacientes
* Desloratadina - a partir de um ano de
com choque anafilático a fim de reverter o
idade;
quadro (a adrenalina e a aminofilina são
* Fexofenadina e levocetirizina – acima de utilizadas associadas).
6 anos;
- A adrenalina age nos receptores beta 2,
* Cetirizina - entre 1 e 2 anos de idade acoplados à proteína Gs, responsáveis
(dose calculada). pela adenilato ciclase, produzindo AMP
cíclico, ativando as proteínas quinase.

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Como há a fosforilação da miosina- esse motivo que os AINEs aumentam o


quinase, não há a fosforilação da miosina, tempo de sangria (tempo necessário para a
então ela não irá deslizar sobre a actina, hemostasia primária).
gerando o relaxamento da musculatura.
Nos brônquios, há uma broncodilatação. A - A Lipoxigenase produz os Leucotrienos,
enzima fosfodiesterase degrada o AMP que estão ligados ao processo inflamatório
cíclico, gerando broncoconstrição. A agudo, como a asma.
aminofilina é um pró-fármaco, transforma- - Ao inibir a COX-2, aumenta a produção
se em teofilina no organismo. A teofilina de leucotrienos.
bloqueia a fosfodiesterase, aumentando a
broncodilatação. OBS: Se comparados à histamina, os
leucotrienos têm 100x mais chances de
produzir broncoconstrição.

ANTI-INFLAMATÓRIOS  CICLOOXIGENASE (COX):


NÃO ESTEROIDAIS (AINE) * COX-1: é constitutiva, ou seja, presente
no papel fisiológico do organismo. Nos
vasos sanguíneos, causa vasodilatação
Os sinais clássicos do processo (prostaglandinas), principalmente no
inflamatório são: dor, calor, rubor, edema e sistema renal.
perda da função. OBS: Existem pacientes com insuficiência
* O ácido acetilsalicílico (AAS) e o renal aguda que fazem o uso crônico de
Clopidogrel são fármacos antiplaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais e
evitam a agregação plaquetária. esteroidais. Como há um bloqueio da COX-
1, há um bloqueio das prostaglandinas (que
 MECANISMO DE AÇÃO: possuem papel vasodilatador), gerando a
insuficiência renal.
- Toda vez em que há uma lesão na
membrana fosfolipídica (membrana - Os anti-inflamatórios produzem
plasmática), ela libera uma substância vasoconstrição, já que inibem as
chamada Bradicinina, que ativa a enzima prostaglandinas responsáveis pela
Fosfolipase A2. A Fosfolipase A2 vasodilatação. Portanto, eles podem alterar
transforma os fosfolipídios, que ficaram a pressão arterial (aumentam a pressão),
livres da membrana devido à lesão, em principalmente em pacientes com
dois grupos: Lisogliceril-fosforilcolina e hipertensão descompensada que fazem o
Ácido araquidônico. uso crônico dos AINES.

- O ácido araquidônico liberado servirá - No estômago, as prostaglandinas


como substrato para duas vias enzimáticas estimulam a produção de muco e
distintas: a via das ciclooxigenases (COX) bicarbonato pelas células parietais. O muco
e a via das lipoxigenases. e o bicarbonato impedem a agressão do
ácido clorídrico (HCl) na parede estomacal.
- A COX-2 forma os Endoperóxidos Os AINES impedem a produção de
cíclicos, que são as Prostaglandinas prostaglandinas e, consequentemente, não
(PGE2, PGI2). Elas são mediadores há produção de muco e bicarbonato,
inflamatórios, provocando vasodilatação e gerando problemas estomacais.
edema local.
* O Misoprostol (Cytotec) é um agonista de
- Os AINEs agem bloqueando a COX-2, prostaglandina e é usado para tratar
impedindo a formação de prostaglandinas, problemas estomacais, produzindo muco e
gerando um processo analgésico. Porém, bicarbonato. Ele tem propriedades
ao inibir a COX-2, também impede a abortivas, já que aumenta a contração da
produção de Tromboxano A2, que tem musculatura uterina, expelindo o feto.
função importante na agregação
plaquetária, na hemostasia primária. É por

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- Nas plaquetas, as prostaglandinas têm OBS: Pacientes com asma são sensíveis
função importante na agregação ao AAS, porque a aspirina aumenta a
plaquetária. produção de muco e causa
broncoconstrição.
- Nos pulmões, existem prostaglandinas
diferentes, algumas produzem * O Diclofenaco é um derivado do ácido
broncoconstrição e aumentam a produção acético e é utilizado em distúrbios
de muco, outras produzem musculoesqueléticos, como artrite. Pode
broncodilatação. ser potássico ou sódico: o mecanismo de
ação é o mesmo, a diferença está na
- No útero, toda vez em que há um farmacocinética. O diclofenaco potássico
acúmulo de sangue gera um processo tem liberação imediata no estômago, a
inflamatório, produzindo prostaglandinas, velocidade de absorção é mais rápida,
que promovem a contração da musculatura efeito analgésico. Já o diclofenaco sódico,
lisa uterina, expulsando aquele acúmulo de tem a liberação no duodeno, a velocidade
sangue (menstruação). Por isso, para de absorção é mais lenta, efeito anti-
combater o processo menstrual, são inflamatório.
usados anti-inflamatórios, a fim de inibir a
produção de prostaglandinas. * O Ibuprofeno (meia-vida curta), o
Naproxeno (alto poder de inibição da
COX-2; meia-vida longa; menos efeitos
* COX-2: é induzida, é responsável pela gástricos que o AAS; há tratamentos
produção da dor. associados com Omeprazol) e o
Cetoprofeno são derivados do ácido
Os AINEs podem ser inibidores seletivos e propiônico. Utilizados para dor, em
não seletivos da COX-2. Os não seletivos tratamentos de artrite reumatoide,
inibem a COX-1 e a COX-2, produzindo os osteoartrite, tendinite, enxaqueca.
efeitos colaterais. Já os seletivos, inibem
somente a COX-2, agindo na dor e na * Ponstan (ácido mefenâmico) é um
febre. Porém, ao inibir a COX-2 constitutiva derivado do ácido antranílico (fenamato) e
de forma seletiva, há a produção de é muito utilizado para cólicas menstruais.
prostaglandina com efeito vasodilatador e * O Meloxican, Piroxicam e Tenoxicam
inibição da agregação plaquetária, podendo são derivados do ácido enólico (oxican) e
ser um risco maior aos pacientes com têm ação intermediária, utilizado para
tromboembolismo, doenças doenças inflamatórias em cartilagens e
cardiovasculares, AVC. ossos.
INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX-2: * A Nimesulida é derivada da sulfonanilida
* O ácido acetilsalicílico (AAS) é um anti- e tem ação intermediária (produz menos
inflamatório, analgésico e antipirético, que efeitos colaterais).
age inibindo a COX-1 e a COX-2, sendo
um fármaco não seletivo, podendo causar
problemas gástricos e renais. É utilizado INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2:
para dor leve e moderada, cefaleia, mialgia,
artralgia, profilaxia de AVC e infarto do - As moléculas seletivas são grandes, por
miocárdio. isso possuem maior seletividade para
COX-2 do que para COX-1, já que o sítio
OBS: A ANVISA proíbe a utilização de AAS de ligação da COX-2 é maior. São eles:
em crianças menores de 12 anos de idade, celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe,
porque foi identificada uma síndrome, a nimesulida.
Síndrome de Reye, caracterizada por
encefalopatia e esteatose hepática. Em - São indicados para dor aguda e crônica,
crianças é recomendado o uso de osteoartrite e dismenorreia primária. São
Ibuprofeno, por ser um fármaco com baixa usados, principalmente, em pacientes com
meia vida; pode ser associado a dipirona. problemas gástricos.

* O Celebra (celecoxibe) age somente na


COX-2, age menos na formação de

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tromboxano A2 (inibe a agregação - Processos inflamatórios:


plaquetária), menos na função renal e musculoesqueléticos, artrite reumatoide,
menos na gastropatia. osteoartrite;

* A Nimesulida inibe a ativação de - Analgesia: pós-operatória, cefaleia,


neutrófilos e diminui a produção de mialgias;
citocinas.
- Hipertermia: associada a infecções.
OBS: São fármacos que favorecem a
produção de trombos, são trombogênicos, - Prevenção do parto prematuro:
já que inibem a agregação plaquetária. São indometacina, sulindaco;
contraindicados para pacientes que - Como antiagregante plaquetário: ácido
sofreram AVC e infarto agudo do acetilsalicílico;
miocárdio.
- Prevenção do câncer colorretal: ácido
acetilsalicílico;
 EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS - Polipose adenomatosa familiar: sulindaco,
AINES: AAS;

- Dor gástrica; - Síndrome de Bartter: indometacina;

- Nefropatia/insuficiência renal (causam - Mastocitose sistêmica: AINE em geral;


vasoconstrição);
- Hipercalcemia humoral associada a
- Inibição da agregação plaquetária. neoplasias: AINE em geral;

OBS: Se um paciente é alérgico a um - Associados à niacina: baixas doses de


AINE, ele será alérgico a quase todos os AAS;
outros AINES. Uma alternativa é fazer o
uso de corticoides. - Patência do canal arterial: indometacina,
ibuprofeno;

 OUTROS
 CONTRAINDICAÇÕES: ANALGÉSICOS/ANTIPIRÉTICOS:
* Asma – não pode usar AAS – é indicado * Possivelmente, o Paracetamol e a
o uso de corticoides ou dipirona + Dipirona estão ligados à COX-3, eles não
paracetamol; são anti-inflamatórios, são analgésicos e
antipiréticos (dor e febre). Ao agir na COX-
* Dengue – não pode usar AAS – é
3 no hipotálamo, eles vão mediar a dor e a
indicado o uso de dipirona + paracetamol;
febre, porém, não irão mediar o processo
* Hipertensão arterial sistêmica – não inflamatório. Eles não alteram a agregação
pode usar AAS + cafeína – é indicado o plaquetária.
uso de dipirona + paracetamol;
- Derivados do para-aminofenol:
* Úlcera péptica – não pode usar AAS – é (Paracetamol)- pode ser hepatotóxico,
indicado o uso de inibidores seletivos da causado por uma superdosagem, o
COX-2; indicado é até 4g/dia para adultos e 1
gota/kg para crianças. O Tylenol
* Doença cardiovascular – é indicado o (paracetamol) tem efeito analgésico e
uso de inibidores não seletivos. antipirético. Às vezes, é classificado como
um AINE, apesar de não ser tecnicamente
um deles. Seu efeito anti-inflamatório é
 INDICAÇÕES DOS AINES: insignificante, em virtude da fraca inibição
das COX-1 e COX-2 e, possivelmente, age
na COX-3. É uma alternativa eficaz ao
AAS, pois seus efeitos analgésicos e

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antipiréticos são semelhantes, além de não


afetar a agregação plaquetária.

* O paracetamol é modificado pelo


Citocromo P450 e gera um metabólito ativo
(hepatotóxico), que é conjugado com
glutationa (reação de fase II) gerando um
metabólito inativo (sem toxicidade
hepática). Ou seja, uma superdosagem de
paracetamol gera o metabólito ativo, que é
hepatotóxico, e, para reverter essa lesão
hepática, faz reação de fase II conjugando
glutationa, que transforma o metabólito
ativo em inativo.

OBS: Em casos de overdose de


paracetamol, usa-se carvão ativado, e o
antídoto específico é a N-acetilcisteína, já
que ela recompõe a glutationa.

OBS: Pacientes com dengue podem fazer


o uso de dipirona e paracetamol. Porém, o
uso de AINES, como o ibuprofeno, pode
causar complicações, como a dengue
QUESTÕES DE PROVA:
hemorrágica, porque ibuprofeno é um
inibidor não seletivo de COX-1 e COX-2, 1- Paciente comparece ao consultório para
impedindo a produção de tromboxano A2, realizar uma exodontia do elemento 38.
interferindo na agregação plaquetária, Ocorre o processo inflamatório e o cirurgião
podendo agravar o quadro de dengue a prescreve o ácido acetilsalicílico a esse
hemorragias. paciente. Pergunta-se:
* Estudos mostram que a cafeína tem ação a) O ácido acetilsalicílico pode aumentar o
sinérgica, potencializa o poder analgésico tempo de sangria desse paciente? Sim. Por
de alguns fármacos. Porém, deve-se tomar ser um fármaco que inibe a COX-2, ele
cuidado com pacientes hipertensos e com impede a produção de tromboxano A2,
os que possuem transtorno de ansiedade, diminui a adesão plaquetária e,
pois pode agravar o quadro. consequentemente, aumenta o tempo de
sangria.
- Dipirona: é um pró-fármaco. Pode
provocar um quadro grave de b) Qual fármaco poderia ser utilizado, neste
agranulocitose, destruindo o sistema imune caso, a fim de interferir menos na
e gerando infecções oportunistas, além de agregação plaquetária? Dipirona ou
causar a síndrome de Steven-Johnson, que Paracetamol.
é uma farmacodermia, uma reação alérgica
exacerbada a um medicamento, gerando 2- Paciente comparece ao consultório com
queimaduras na pele, pode ser tratada com um processo inflamatório no elemento 16.
corticoides. Na anamnese, esse paciente apresentou
febre, dor retro-orbitária e testou positivo
OBS: A dipirona não pode ser utilizada em para IgM (Dengue). Pergunta-se:
gestantes.
a) Esse paciente pode fazer o uso de
Nimesulida? Não. Ao fazer o uso de
fármacos que inibem o tromboxano A2,
pode agravar o quadro de dengue, gerando
hemorragia.

3- Paciente asmático comparece ao


consultório. O uso de anti-inflamatório
(ácido acetilsalicílico, por exemplo) poderia

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FARMACOLOGIA

agravar o quadro de asma? Sim. Ao inibir a ANTI-INFLAMATÓRIOS


COX-2, aumenta a produção de
leucotrienos, causando broncoconstrição e, ESTEROIDAIS (AIE)
consequentemente, agravando o quadro de
asma.

4- Qual medicamento deve ser usado em - O cortisol é um hormônio endógeno


pacientes asmáticos em estado grave de produzido pelas glândulas suprarrenais e
processo inflamatório? Corticoides. Eles ele tem um papel importante na fisiologia
agem na fosfolipase A2, através da humana, principalmente no metabolismo,
proteína lipocortina que bloqueia essa em que ele faz a quebra de glicose no
enzima. fígado. O que determina a liberação de
cortisol é o ritmo circadiano, em que o seu
5- Os corticoides aumentam o tempo de pico é pela manhã. Toda vez que há
sangria? Sim, porque eles impedem a situações de estresse, há um pico de
formação de tromboxano A2. Por isso, cortisol.
pacientes com dengue não podem fazer o
uso de corticoides, devido ao risco de - Existem fármacos análogos/semelhantes
hemorragia. ao cortisol, que são os corticoides.

6- Paciente fez o uso de diclofenaco


injetável. Pergunta-se: ele terá problemas
gástricos? Sim. Ao inibir a COX-2, inibe as
prostaglandinas, diminuindo a produção de
muco e bicarbonato. Nesse caso, pode-se
prescrever algum dos IBPs, porém, vai
alterar a velocidade de absorção do
fármaco.

7- Paciente com suspeita de dengue


comparece ao consultório a fim de realizar
uma exodontia. O cirurgião-dentista
prescreve Ibuprofeno. Pergunta-se: a
conduta do CD foi correta? Não, porque o
ibuprofeno é um inibidor não seletivo de
COX-1 e COX-2, impedindo a produção de
tromboxano A2, interferindo na agregação
plaquetária, podendo agravar o quadro de
dengue a hemorragias.

8- Cirurgião-dentista prescreve ao paciente


paracetamol para dor. Paciente pergunta
se pode fazer o uso de álcool durante a  EIXO HHA (HIPOTÁLAMO-
medicação. Qual a interação entre álcool e
HIPÓFISE-ADRENAL):
paracetamol? O uso agudo de álcool,
diminui a biotransformação, pois consome - O hipotálamo estimula a hipófise, que
a glutationa. Se for ingerido junto ao estimula a suprarrenal. O feedback
paracetamol, o álcool usa a glutationa (não negativo faz o controle da liberação dos
tem como fazer reação de fase II) e gera hormônios. Toda vez que há o aumento de
um excesso de metabólito ativo, causando um hormônio, há a diminuição de outro.
hepatotoxicidade. O uso crônico de álcool,
aumenta o citocromo P450, aumenta a - O hipotálamo produz o hormônio liberador
biotransformação, formando mais de corticotrofina (CRH), que estimula a
metabólito ativo, causando hipófise a produzir o hormônio
hepatotoxicidade. adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH
estimula a glândula suprarrenal, a qual
produz hormônios esteroidais, cortisol e
aldosterona.

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FARMACOLOGIA

- Em resposta (feedback negativo) ao nível  FÁRMACOS CORTICOIDES:


elevado de cortisol, o hipotálamo diminui
liberação do hormônio liberador de
corticotrofina (CRH), fazendo com que os
níveis de cortisol diminuam e o corpo
retorne a uma situação de equilíbrio.

C= curta duração de ação (8 – 12h);


I= duração de ação intermediária (12 – 36h);
L= longa duração de ação (36 – 72h).

- Os corticoides também agem nos


receptores de aldosterona, fazendo a
reabsorção de sódio e água. O cortisol,
dependendo da molécula, possui efeito
glicocorticoide (efeito anti-inflamatório) ou
mineralocorticoide (reabsorção de sódio e
água).

* Cortisol- possui efeito glicocorticoide


(igual a 1) e mineralocorticoide (igual a 1),
ou seja, terá efeito anti-inflamatório e de
reabsorção de sódio e água; ação curta (8-
12h).

* Cortisona- é o produto metabólico do


cortisol; possui os efeitos glicocorticoide
(igual a 0,8) e mineralocorticoide (igual a
0,58) reduzidos; ação curta (8-12h).

* Prednisona- é um pró-fármaco, converte-


se em prednisolona; possui efeito
glicocorticoide 4x maior do que o cortisol e
efeito mineralocorticoide reduzido, ou seja,
a resposta anti-inflamatória foi ampliada,
- Em determinados processos enquanto o efeito colateral foi reduzido;
farmacológicos, é necessário aumentar a ação intermediária (12-36h).
concentração de cortisol (exógeno). Um
dos papeis que ele tem é diminuir o OBS: A prednisona não pode ser utilizada
processo inflamatório e a dor, em que ele por via tópica, pois precisa ser convertida
libera glicose na corrente sanguínea e em prednisolona (forma ativa) pelo fígado.
suprime o sistema imune.
* Triancinolona- possui efeito
OBS: Deve-se evitar o uso de glicocorticoide 5x maior do que o cortisol e
corticoides em pacientes diabéticos. efeito mineralocorticoide reduzido a zero,
ou seja, um fármaco sem efeitos colaterais;
OBS: A utilização de corticoides inibe o ação intermediária (12-36h).
eixo HHA.
* Betametasona e Dexametasona- possui
efeito glicocorticoide 25x maior do que o
cortisol e efeito mineralocorticoide reduzido
a zero; ação longa (36-72h).

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FARMACOLOGIA

OBS: A principal diferença entre a Dexametasona estimula a produção de


Prednisona/Prednisolona e a surfactante);
Betametasona/Dexametasona é a meia-
vida, o tempo de ação. Em que a - Tratamento de asma, pois diminui a
Prednisona/Prednisolona possuem meia- produção de leucotrienos;
vida intermediária e a - Condições inflamatórias, como: oculares,
Betametasona/Dexametasona possuem TGI, ósseas, articulares e vasculares;
meia-vida longa.
- Terapia de reposição de corticoides com a
Ex: Paciente chega ao hospital em quadro Hidrocortisona, quando o paciente possui
grave de asma, o correto é usar um alguma deficiência na suprarrenal;
fármaco com meia-vida curta, neste caso, a
Cortisona/Cortisol. - Reações alérgicas.

* O Clenil (beclometasona) é utilizado para


asma, bronquiolite e pneumonia. Quando
EXCREÇÃO DOS CORTICOIDES:
administrado por via inalatória, possui ação
somente pulmonar, sem atingir níveis - É feita através do sistema renal e
sistêmicos, já que a molécula é hepático. Ocorre a inativação enzimática,
hidrossolúvel, diminuindo os efeitos conjugação com o ácido glicurônico e a
colaterais. excreção renal. Cerca de 90% dos
corticoides estão ligados a proteínas
* O Mud Oral (triancinolona) ou o Omcilon-
plasmáticas específicas, que são proteínas
A Orabase (triancinolona) via tópica são
que carreiam o cortisol, como a globulina
utilizados para aftas, feridas na boca.
de ligação dos corticosteroides (CBG).
* O Maxitrol (dexametasona) é um colírio
- Se o paciente tiver algum problema
indicado para condições inflamatórias
hepático ou renal, ocorrerá um aumento da
oculares.
concentração desses fármacos na corrente
* O Diprospan possui a betametasona na sanguínea (hipercortisolismo).
forma de um sal (fosfato dissódico) e na
forma de um éster (dipropionato de
betametasona). O sal age na forma rápida DOENÇA DE ADDISON:
e o éster, na lenta. Em casos de reação
alérgica ao ácido hialurônico, por exemplo, Consiste na destruição seletiva do córtex
esse fármaco pode ser utilizado na forma da suprarrenal, uma insuficiência
injetável (intramuscular). suprarrenal primária, em que ocorre uma
diminuição da síntese de todas as classes
* O Dexa-Citoneurin é a dexametasona, de hormônios adrenocorticais,
vitamina B12 e vitamina B6, utilizado para mineralocorticoides e cortisol. É necessário
dores articulares, como: tendinite, DTM. As fazer a reposição hormonal com corticoides
vitaminas presentes nesse medicamento exógenos.
possuem ação reparadora do tecido ósseo.
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL
SECUNDÁRIA:
UTILIZAÇÃO DOS CORTICOIDES: É quando há uma administração
prolongada de glicocorticoides exógenos,
- Doenças autoimunes, como: psoríase e
em que ocorre a inibição do eixo HHA,
lúpus eritematoso sistêmico;
reduzindo a síntese de hormônios sexuais
- Tratar rejeição pós-transplante, já que e cortisol.
suprimem a resposta inflamatória, evitando
a destruição e melhorando os sinais da
inflamação no tecido;

- Prevenção de distresse (desconforto)


respiratório do recém-nascido (injeção de

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FARMACOLOGIA

 MECANISMO DE AÇÃO DOS - Redução da produção de prostaglandinas,


CORTICOIDES: tromboxano A2, FAP e leucotrienos;

Age nos receptores nucleares, então - Úlcera péptica;


atravessa a membrana celular e a OBS: Os corticoides podem causar
membrana nuclear. Para que isso sangramento (úlcera estomacal), por
aconteça, o corticoide precisa estar na sua isso, pacientes com dengue não podem
fração livre para atravessar a membrana. utilizar esses medicamentos. Entre os
Ao atravessar as duas membranas (celular corticoides e os AINES, os corticoides
e nuclear), liga-se ao núcleo, ativando e podem agravar ainda mais a úlcera
desativando uma série de proteínas, estomacal, porque ela é uma doença
bloqueando a COX-2, por exemplo, infecciosa bacteriana e como o
estimulando a Lipocortina, que bloqueia a corticoide suprime a resposta
Fosfolipase A2. imunológica, essa infecção bacteriana
O restante dos corticoides que não pode se agravar.
conseguiram atravessar a membrana - Redução da produção de interleucinas;
livremente será carreado através de uma
proteína de choque térmico. - Redução da liberação de histamina;

- Redução da produção de IgG;

- Reabsorção de Na+ e excreção de K+


(hipocalemia). A reabsorção de sódio induz
à reabsorção de água junto, aumentando a
volemia e, consequentemente, a pressão
arterial;

- Redução da atividade de neutrófilos e da


produção de linfócitos;

- Supressão do crescimento;

- Efeitos oculares, como a catarata;

- Ansiedade, depressão.
 EFEITOS FARMACOLÓGICOS:

- Alteração do metabolismo de
carboidratos, proteínas e lipídeos: aumento  PRECAUÇÕES REFERENTES AO
da glicemia, redução da massa muscular, USO:
redistribuição da gordura corporal;
- Uso prolongado: Osteoporose e Síndrome
OBS: Diabéticos devem evitar o uso de de Cushing iatrogênica.
corticoides.
- Interrupção do tratamento:
- Inibição da função dos macrófagos Hipoadrenocorticismo agudo.
teciduais e apresentação de antígenos,
suprimir a resposta em doenças
autoimunes; SÍNDROME DE CUSHING
- Redução da função dos fibroblastos, IATROGÊNICA:
diminuindo o processo de cicatrização; Causada pelo uso prolongado de
- Redução da função dos osteoblastos corticoides, gerando uma alta concentração
(sintetizam a matriz óssea) e aumento da de cortisol no sangue. Os sinais são:
função dos osteoclastos (digerem a matriz hirsutismo (aumento da quantidade de
óssea), gerando a osteoporose; pelos no corpo da mulher em locais
comuns ao homem), bochechas
- Diminuição da absorção intestinal de avermelhadas, face em “lua cheia”
Ca2+; (arredondado), giba de búfalo (bola de

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FARMACOLOGIA

gordura entre os ombros), pele fina, * Redução gradual é necessária em caso


equimoses (manchas de mais de uma semana: doses altas de
avermelhadas/arroxeadas), estrias corticoides de potência moderada e
avermelhadas, braços e pernas finas corticoides de alta potência (qualquer
(atrofia muscular), abdômen penduloso, dose).
dificuldade de cicatrização.
- Período maior ou igual a 2 semanas de
uso:

* Redução gradual é necessária sempre.

HIPOADRENOCORTICISMO AGUDO:

É causado pela interrupção abrupta do


tratamento com corticoides, em que há a
inibição do eixo HHA. A sintomatologia é
caracterizada por anorexia, náusea, vômito,
dor abdominal, fraqueza, cansaço, perda
de peso, depressão, etc.

 ESQUEMA PARA A RETIRADA


DE TERAPIA COM CORTICOIDES
(DESMAME):

OBS: Quando se faz o uso de corticoides


por um tempo prolongado, mesmo que faça
o desmame, há a necessidade de medir a
dosagem de corticotrofina, o cortisol e o
ACTH, a fim de verificar o eixo HHA.

QUESTÕES DE PROVA:

Se a dose passar de 30mg/dia com uso por 1- Paciente alcoólatra apresenta um quadro
mais de uma semana, pode haver o inflamatório e necessita fazer o uso de
hipoadrenocorticismo, sendo necessário corticoides. Qual corticoide pode ser
realizar o desmame. prescrito neste caso, a prednisona ou a
prednisolona? A prednisolona, pois já é o
- Período menor que 2 semanas de uso: fármaco na forma ativa, sem precisar sofrer
* Redução gradual não necessária: doses metabolismo hepático.
baixas/médias de corticoides de potência 2- Por que os corticoides são utilizados no
moderada; tratamento da asma? Porque eles

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FARMACOLOGIA

suprimem a resposta dos leucotrienos, já  CLASSIFICAÇÃO DOS


que bloqueiam a Fosfolipase A2. ANTIBACTERIANOS DE ACORDO
3- Por que não se deve utilizar corticoides COM O EFEITO:
na fase inicial do Covid, somente na fase
- Bactericidas: causam a morte das
inflamatória? Porque as interleucinas
bactérias. Agem impedindo a formação da
ajudam no processo de defesa e produção
parede celular, que faz com que a bactéria
de anticorpos. Se a resposta for suprimida
imploda (colapsar para dentro). Ex: beta-
no estágio inicial a doença, favorece que a
lactâmicos.
infecção se espalhe.
- Bacteriostáticos: limitam o crescimento
das bactérias. Ex: o Bactrim
(sulfametoxazol + trimetoprima) é um
fármaco bacteriostático, pois impede a
ANTIBIÓTICOS biossíntese do ácido fólico.

 BACTÉRIAS GRAM+ E GRAM-:

As bactérias Gram+ destacam-se pelas


várias camadas de peptidoglicano em sua
parede. Já a parede da bactéria Gram- é
mais complexa e apresenta uma camada
mais estreita de peptidoglicano, mas com
uma membrana externa de
lipopolissacarídeo e outras macromoléculas
complexas.

 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO
MECANISMO DE AÇÃO:
- INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE
CELULAR:

A parede celular bacteriana é formada por


peptidoglicano, em que o ácido murâmico
se liga à glicosamina, através do lipídeo
carreador, incorporando a glicina e o
fósforo. A enzima transpeptidase liga uma
unidade à outra (como se fosse o cimento
OBS: Geralmente, na cavidade oral, grudando os tijolos), formando a parede
encontra-se bactérias Gram+ e celular. Os fármacos betalactâmicos atuam
anaeróbias. inibindo essa enzima e,
consequentemente, inibindo a síntese da
parede celular bacteriana. A Bacitracina
impede a ligação do ácido murâmico ao
lipídeo carreador. A Vancomicina age
impedindo a liberação da unidade
formadora, porque ela se liga a essa
estrutura.

@SAMANTHA POEIS | UNIG


FARMACOLOGIA

* Espectro estendido:

* Resistência bacteriana:

as bactérias produzem a enzima


betalactamase, que destrói o anel beta-
lactâmico, acabando com a ação
farmacológica dos beta-lactâmicos. Para
aumentar a eficiência do antibiótico, é * Amplo espectro: são eficientes contra
associado a ele um falso fármaco, a fim de muitas espécies de bactérias.
“enganar” as bactérias. A formulação da
amoxicilina com o ácido clavulânico em
amoxicilina + clavulanato de potássio
protege a amoxicilina da degradação das
enzimas betalactamases (o clavulanato tem
maior afinidade pela betalactamase) e
estende de forma efetiva o espectro
antibiótico desse fármaco por abranger
muitas bactérias normalmente resistentes a
esse e a outros antibióticos betalactâmicos.
Assim, amoxicilina + clavulanato de
potássio possui a propriedade única de
antibiótico de amplo espectro e de inibidor
de betalactamases.
QUESTÕES DE PROVA:
* Beta-lactâmicos:
1- Por que a Amoxicilina é associada ao
- Penicilinas- Amoxicilina, Ampicilina Clavulanato de Potássio? O clavulanato
combate a resistência bacteriana ao
- Cefalosporina- Cefalexina
antibiótico (amoxicilina). As bactérias
produzem a enzima betalactamase, que
destrói o antibiótico, e o clavulanato inibe
ESPECTRO DE AÇÃO: essa enzima, deixando o antibiótico livre,
* Espectro estreito: agem contra poucas estendendo o espectro do antibiótico.
espécies. 2- Paciente com infecção odontogênica,
prescreve-se amoxicilina. Após 5 dias,
houve uma piora no quadro, então usa-se
amoxicilina + clavulanato de potássio.
Novamente, após 5 dias, essa associação
(amoxicilina + clavulanato) não resolveu,
então prescreve-se a oxacilina injetável.

@SAMANTHA POEIS | UNIG

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