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O próprio fármaco pode interferir no

metabolismo de outro fármaco por meio de


É o conjunto de reações químicas que
uma interação medicamentosa do tipo
acontece no corpo. O principal órgão
farmacocinética na biotransformação,
metabolizador, sem dúvidas, é o fígado.
podendo induzir ou inibir enzimas que
atuam nesse outro fármaco que será
metabolizado
É a transformação na estrutura química do
fármaco, com o objetivo de converter um
fármaco lipossolúvel em hidrossolúvel para Os principais órgãos envolvidos no processo de
assim ser excretado mais facilmente. Nem metabolização são:
sempre os fármacos sofrem metabolização fígado (principalmente), pulmão, intestino e
total, podendo ser excretado parcialmente o próprio sangue, fazendo uso das seguintes
ou quase na totalidade sem modificação na frações enzimáticas: fração mitocôndrica,
sua estrutura química. Os rins são os fração microssômica e fração solúvel.
principais órgãos envolvidos na excreção.

As principais reações pelas quais os fármacos


devem ser submetidas podem ser, didaticamente,
função da Biotransformação tem, portanto, divididas em duas fases:
como funções:
Primeira fase (ativação ou alteração do
transformar a molécula lipofílica em fármaco):
hidrofílica para facilitar sua eliminação
há uma alteração necessária para que se possa
renal (se o fármaco chegar ao rim na
acontecer a segunda reação (que consiste em
forma lipofílica, ele será reabsorvido
uma conjugação), em que o fármaco torna-se
para o sangue).
susceptível para interagir com a estrutura
finalizar as ações terapêuticas da droga
química que será conjugada com o fármaco
no organismo (por meio da eliminação da
(geralmente é o ácido glicurônico), formando
pró-droga, que é uma substância
um metabólito reativo. Essa fase de ativação
farmacologicamente inativa, tendo que
não determina a ativação das propriedades
ser Biotransformação para realizar sua
terapêuticas da droga, ou seja, ele pode ter
ação)
sua composição alterada mas não ser ativado.
E ativar a pró-droga.
Essa fase conota uma introdução para a 2a
fase, ao passo que o fármaco torna-se capaz
1. Na primeira fase, ocasiona-se uma certa de receber a molécula a ser conjugada a ele.
reatividade na estrutura química do Essa fase, muitas vezes, é composta por várias
fármaco e reações químicas associadas. As reações mais
2. Na segunda fase, há a conjugação do comuns da primeira fase são: oxidação,
fármaco a outras estruturas químicas. redução e hidrólise.

Não é regra para que um fármaco passe por essas


duas fases, podendo passar apenas por uma delas.
Segunda fase (conjugação): é uma fase A excreção biliar geralmente se dá pela
imprescindível para a excreção do fármaco, ajuda de alguns membros da superfamília
pois o torna lipossolúvel. As reações de de transportadores do conjunto de ligação
conjugação são: glucação (conjugação do do ATP. Para serem eliminados, os
fármaco a uma molécula de ácido fármacos passarão por todo o intestino
glicurônico, que é mais comum), sulfatação delgado e intestino grosso, podendo sofrer
e acetilação. circulação entero-hepática, ou seja, ser
reabsorvidos no intestino delgado, caindo
na circulação porta e, depois disso, na
circulação sistêmica.
A excreção dos fármacos do organismo
geralmente se dá por via renal ou biliar e é
facilitada devido à metabolização dos
fármacos nas fases de oxidação/redução e
conjugação/hidrólise, já que podem
aumentar a hidrossolubilidade dos fármacos.

A excreção renal é a mais comum, mas


depende da natureza hidrofílica dos
fármacos. Esses podem ser filtrados no
glomérulo renal, secretados no túbulo
proximal, reabsorvidos no lúmen tubular e
transportados de volta ao sangue, e
excretados para a urina. É o equilíbrio entre
essas quatro dinâmicas que mostrará a taxa
de excreção de fármacos pelos rins.
A farmacocinética é parte importante da
Filtração, secreção e reabsorção nos rins farmacologia para o entendimento da dose
ideal de cada fármaco, as barreiras que ele
precisará ultrapassar, a garantia de que a
biodisponibilidade seja suficiente, além de
ensinar sobre sua distribuição nos órgãos-
alvos, metabolização – principalmente no
fígado –, e excreção renal e biliar.
A absorção pode ser tanto enteral, sendo
importante lembrar da biodisponibilidade e do
efeito de primeira passagem, e parenteral. Já a
distribuição dos fármacos explica o seu
caminho na circulação sistêmica até os órgãos-
alvos. O metabolismo, mecanismo muito
importante, pode transformar os fármacos em
metabólitos ativos ou inativos, facilitando a
excreção, e ocorre principalmente no fígado.
Por último, a excreção, ou seja, eliminação do
fármaco do organismo, que ocorre
FONTE: GOLAN, David E. et al. Princípios de
farmacologia: a base fisiopatológica da farmacologia. principalmente por via renal ou biliar.
3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

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