Você está na página 1de 4

3 AUDITORIA AMBIENTAL -Conceito

O sistema de gestão ambiental está intimamente ligado à auditoria ambiental. O SGA depende da
auditoria para poder evoluir na perspectiva de melhoria contínua. Ao se implementar um sistema de gestão
ambiental, automaticamente implementa-se a auditoria ambiental periódica. Assim, é necessário o
conhecimento da auditoria ambiental como instrumento de gestão ambiental que irá “pilotar” o SGA,
exemplificado no ANEXO B.
De acordo com a NBR ISO 14010 (ABNT 1996c), auditoria ambiental é o processo sistemático e
documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para
determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou as
informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os
resultados deste processo ao cliente.
Considerando o empreendimento habitacional, os resultados de uma auditoria ambiental retratam seu
desempenho ambiental, com relação ao critério de auditoria considerado, em um dado momento. O cliente
constitui tanto os órgãos competentes que tratam da questão ambiental e habitacional, como o próprio
morador.
Objetivos da Auditoria Ambiental
Uma auditoria ambiental pode ser realizada com finalidades diferentes, tais como:
CANTER (1984) trata a auditoria como uma ferramenta a ser utilizada no processo de Avaliação de
Impacto Ambiental. O autor argumenta que uma auditoria realizada após a implantação de um
empreendimento permite averiguar se as medidas de mitigação e monitoramento previstas foram instaladas;
se essas medidas têm desempenho satisfatório; se, e como, os impactos previstos se realizaram; ou ainda, se
ocorreram impactos que não estavam previstos;
POLIDO et al. (1993) refere-se à auditoria ambiental na contratação de seguro ambiental para um
empreendimento , ao citar a necessidade da realização, pela empresa seguradora, de uma inspeção técnica
criteriosa das instalações;
LEPAGE-JESSUA (1992) cita, entre outras, a realização de auditoria ambiental em cinco situações:
1. Auditoria de conformidade: consiste na verificação do cumprimento da legislação aplicável
existente. Segundo a própria autora, é uma auditoria de ambição muito limitada, pois se restringe à
legislação existente e de caráter “defensivo”.
2. Auditoria pós-acidente: centrada nos problemas de responsabilidade penal ou civil, tem por objetivo
determinar as causas de um acidente. Em geral, realizada paralelamente a um procedimento jurídico, pode
dar elementos à procuradoria, mas também pode fornecer à empresa os meios necessários para sua defesa.
3. Auditoria de risco: pode ser aplicada no caso de um contrato de seguro ou, em um âmbito mais
geral, no caso de uma análise de risco. Neste último caso, ela é útil para a empresa conhecer com precisão a
extensão do risco de um acidente para o meio ambiente e, conseqüentemente, os riscos jurídico, econômico e
financeiro. Com este tipo de auditoria, a empresa visa simplesmente limitar seus riscos.
4. Auditoria de operações de fusão, absorção ou de aquisição: uma empresa que deseja, por exemplo,
adquirir uma outra empresa pode solicitar uma auditoria ambiental para saber a natureza dos riscos ao qual
ela estaria sujeita. Outro caso, por exemplo, é o da venda de terrenos nos quais serão colocados materiais
descartados; a empresa vendedora pode realizar uma auditoria ambiental para se desembaraçar de
responsabilidades futuras no caso de contaminação. Da mesma forma, uma empresa que vai comprar um
terreno pode solicitar uma auditoria para saber em que situação, com relação à qualidade do solo e das águas,
ele se encontra.
5. Auditoria de gerenciamento geral: essa auditoria tem um objetivo maior. Trata-se de verificar todos
os possíveis impactos da empresa sobre o meio ambiente. Essa auditoria permite a definição de uma
orientação e de uma política da empresa por meio da totalidade dos dados ambientais e considera as
evoluções futuras do contexto jurídico.
d) no âmbito do sistema de gerenciamento ambiental sobre base normalizada - SGA, a auditoria é
realizada com diferentes finalidades: • GILBERT (1995) cita a realização de auditoria ambiental na revisão
preparatória da BS 7750 (BSI, 1994); • BRAGA et al. (1996) propõem a realização de uma auditoria, a qual
chamam de auditoria ambiental preliminar informal, como ROTHERY (1993), para definição dos aspectos
ambientais da organização (requisito da etapa de Planejamento do SGA da NBR ISO 14001); • a NBR ISO
14001 (ABNT, 1996a) indica a utilização da auditoria ambiental na etapa de Verificação e Ação Corretiva,
que permite a realização da etapa seguinte (Análise Crítica pela Administração) que vai avaliar o
desempenho do sistema implantado e indicar as mudanças necessárias no mesmo, o qual passará a funcionar
em um novo patamar; • a NBR ISO 14011 (ABNT, 1996d) indica a auditoria ambiental para avaliação do
SGA de uma empresa que vise o estabelecimento de relação contratual com outra empresa; e • com vistas à
certificação. Para um empreendimento habitacional, os objetivos da Auditoria Ambiental consistiriam,
principalmente, para a identificação dos aspectos ambientais, para avaliação do sistema de gestão ambiental
e para a avaliação da conformidade legal.
Tipos de Auditoria
A auditoria ambiental, para um empreendimento habitacional, pode ser interna ou externa. A auditoria
interna, executada pelos moradores, por meio de uma associação representativa e, se necessário por auditores
independentes contratados, tem seus resultados (conclusão da auditoria) de uso interno ou condominial. A
auditoria externa é realizada, necessariamente, por auditores independentes externos à organização, sendo
seus resultados avaliados por terceiros, como organização de certificação, e seu uso deve ser atinente ao
Poder Público, por meio de órgãos responsáveis por políticas habitacionais e/ou ambientais, e mesmo
disponibilizados para consulta pública, principalmente no caso de determinadas leis.
Requisitos dos auditores
Um dos principais requisitos de uma auditoria é estabelecer o escopo e os objetivos da auditoria, que
devem ser baseados nas leis, regulamentos ou normas relevantes. Por exemplo, uma auditoria financeira
pode ter de cumprir os princípios contabilísticos geralmente aceites (GAAP) ou as normas internacionais de
informação financeira (IFRS). Uma auditoria operacional pode centrar-se na eficiência, eficácia e gestão do
risco. O auditor deve também considerar a natureza, dimensão, complexidade e riscos da organização ou
actividade a auditar. O plano de auditoria deve incluir os procedimentos de auditoria, os prazos, os recursos e
os requisitos de comunicação.
Outro requisito de uma auditoria é a obtenção de provas suficientes e adequadas para apoiar os
resultados e conclusões da auditoria. Isto pode incluir a análise de documentos, entrevistas com pessoal,
observação de operações e testes de controlos. As provas devem ser fiáveis, relevantes e objectivas. O
auditor deve também considerar quaisquer limitações ou incertezas nas provas e divulgá-las no relatório de
auditoria. O relatório de auditoria deve ser claro, conciso e completo, e incluir o âmbito, o objectivo, a
metodologia, os resultados, as conclusões, as recomendações e a resposta da administração.
Característica de personalidade dos auditores
Para ser um auditor ambiental é necessário ter no mínimo Ensino Médio com formação técnica para
auditorias internas e Formação Superior para atuar em portos organizados, instalações portuárias,
plataformas e suas instalações de apoio, dutos e refinarias, conforme Portaria MMA nº 319/2003, não sendo
obrigatório ter formação apenas em meio ambiente. Porém, dependendo do tipo de auditoria em que
pretende atuar, é necessário um treinamento específico.
o auditor interno deve possuir as seguintes características: flexibilidade, versatilidade, liderança,
princípios morais, orientação global, poder de decisão, comunicação, discernimento, equilíbrio físico e
emocional e busca pelo crescimento permanente.
Para auditorias de primeira parte (realizadas nas empresas interessadas em serem auditadas) e segunda
parte (realizada em clientes e fornecedores), é necessário o treinamento em Auditoria Interna ISO 14001
para Sistemas de Gestão Ambiental.
Para auditorias de certificação de terceira parte que oferecem certificações ambientais, é
necessário treinamento para Auditor ou Auditor Líder ISO 14001 (para aqueles que desejam liderar a
equipe auditora), na qual o profissional deve ter determinada carga horária de experiência em auditorias, ser
registrado e certificado por meio de cursos credenciados ou reconhecidos pelo Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade (SBAC), e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO). 
Responsabilidades dos auditores
A Auditoria Interna busca, pois, examinar a regularidade e avaliar a eficiência da gestão administrativa
e dos resultados alcançados, bem como apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos
administrativos, sempre alinhada aos objetivos e metas fixados pela Administração.
Como já foi visto em tópicos anteriores, o primeiro parágrafo do parecer dos auditores independentes
diz que a responsabilidade dos auditores é “expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis”.
Portanto, os auditores devem se responsabilizar sempre que expressarem uma opinião incorreta. Essa
responsabilidade pela opinião leva ao conceito de “risco de auditoria”. A NIA – Normas Internacionais de
Auditoria – em seu matter 400 define risco de auditoria como sendo “o risco de que o auditor dê um parecer
de auditoria impróprio”. O risco de auditoria possui três componentes: risco inerente, risco de controle e
risco de detecção. Risco inerente é o risco supondo que não existem controles, ou seja, é o risco que existe
independentemente da existência de controles internos. Risco de controle é o risco de os controles internos
da entidade não detectarem e corrigirem em tempo hábil uma distorção em uma conta ou classe de
transações. Risco de detecção é o risco de que os procedimentos de auditoria não detectem uma distorção
relevante em uma conta ou classe de transações. Nota-se que a responsabilidade para minimizar os riscos
inerente e de controle cabem à administração da entidade auditada. Ao auditor cabe a responsabilidade pela
avaliação desses riscos, através da avaliação dos sistemas contábeis e de controles internos.
A partir da avaliação dos riscos inerente e de controles, o auditor define a natureza, época de aplicação
e extensão dos procedimentos comprobatórios. O risco de detecção é, portanto, o risco de auditoria
propriamente dito, pois é o risco de o auditor não avaliar corretamente os riscos inerente e de controle e,
consequentemente, não planejar adequadamente os procedimentos de auditoria, o que pode levar a um erro
de opinião no parecer.
Quanto ao trabalho de auditoria, o auditor deve executar procedimentos objetivando as seguintes
conclusões, segundo a NBC-T-11:
Existência – se o componente patrimonial existe em certa data; Direitos e obrigações – se efetivamente
existentes em certa data;
Ocorrência – se a transação de fato ocorreu;
Abrangência – se todas as transações estão registradas;
Avaliação – se os ativos e passivos estão avaliados adequadamente;
Mensuração – se as transações estão registradas pelos montantes corretos e se foi respeitado o regime
de competência;
Apresentação e divulgação – se os itens estão divulgados, classificados e descritos de acordo com as
Normas Brasileiras de Contabil.

Competências dos auditores


Muito importantes as habilidades de saber escrever documentos, relatórios e normativos de maneira
clara e objetiva; realizar auditorias; saber revisar documentos, relatórios e normativos de forma clara e
objetiva; saber assessorar os dirigentes na tomada de decisão e ter capacidade argumentativa.

Meios de documentação da auditoria


A documentação de auditoria, também conhecida como papéis de trabalho, compreende todos
os documentos e anotações, em papel ou mídia eletrônica, elaborados no curso dos trabalhos ou obtidos de
qualquer outra fonte, que registram as evidências dos trabalhos executados pelo auditor e fundamentam sua
opinião e comentários.
O auditor deve incluir na documentação de auditoria o incumprimento ou a suspeita de incumprimento de leis e
regulamentos, bem como os resultados das discussões com a gerência e, quando apropriado, com os encarregados da
governação e com terceiros externos à entidade.
Referencial norminativo
Para referencial norminativo usamos a A Norma ISO 14.010, que define a auditoria ambiental como
“processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva,
evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais
específicos ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria e
para comunicar os resultados deste processo ao cliente”. Na prática, o processo de auditoria pode ser
realizado com base em alguma norma específica, certificável ou não, ou apenas seguindo as diretrizes
organizacionais.
Regulamentação
O efeito das leis e regulamentos nas demonstrações financeiras varia consideravelmente. As leis e regulamentos a
que uma entidade está sujeita constituem o seu enquadramento legal e regulamentar. As disposições de algumas leis ou
regulamentos têm um efeito directo nas demonstrações financeiras, dado que determinam as quantias e divulgações
expressas nas demonstrações financeiras de uma entidade. Algumas entidades (como os bancos e empresas químicas)
operam em sectores fortemente regulados. Outras estão sujeitas apenas às muitas leis que se relacionam geralmente com os
aspectos operacionais do negócio (por exemplo com a segurança e saúde no trabalho ou a igualdade de oportunidades de
emprego). O incumprimento de leis e regulamentos pode resultar em multas, litígios ou outras consequências para a
entidade, que podem ter um efeito material nas demonstrações financeiras.
Lista de verificação
A lista de verificação de auditoria consiste de 7 categorias principais que irão avaliar a conformidade
da sua empresa em termos de 1) Contexto da Organização, 2) Liderança, 3) Planejamento, 4) Suporte, 5)
Operação, 6) Avaliação de Desempenho e 7) Melhoria.

Relatório de auditoria
é um documento elaborado pelos auditores com objetivo de registrar as ocorrências e eventos
levantados no processo de auditoria. Pontuando, ainda, a metodologia usada e as recomendações pensando
em melhorias. Nesse material, os responsáveis pelo trabalho apresentam todos os dados coletados durante a
averiguação. Eles indicam, também, as atividades, áreas e processos que estão em não conformidade com as
regras internas, normas regulamentadoras, políticas organizacionais ou legislação vigente.
O relatório de auditoria tem como objetivo fornecer subsídios suficientes para os gestores avaliarem se
a empresa está alcançando os resultados planejados.  Visando, com isso, reduzir os riscos de falhas nos
processos internos, que possam impactar no negócio da empresa.
7 passos definitivos para um modelo de relatório de auditoria eficiente 
1 – Capa bem apresentável 2 – Introdução bem redigida, 3 – Resumo executivo
4 – Metodologia e terminologia aplicadas, 5 – Plano de Auditoria, 6 – Ocorrências verificadas
7 – Providências e conclusões
Planejamento
 O Planejamento da Auditoria é a etapa do trabalho na qual o auditor independente estabelece a
estratégia geral dos trabalhos a executar na entidade a ser auditada, elaborando-o a partir da contratação dos
serviços, estabelecendo a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames, de modo que possa
desempenhar uma auditoria eficaz.  O Planejamento da Auditoria é muitas vezes denominado Plano de
Auditoria, ou Programa de Auditoria, conceitos que nesta IT são considerados partes do Planejamento da
Auditoria.
Condução de autoria
O auditor é o profissional responsável pela realização da auditoria interna na organização. Por meio de
um checklist é possível verificar os procedimentos que fazem parte da rotina da empresa e, ao final, divulgar
os resultados que apontam o que está certo e o que está errado.
No entanto, muito além de uma ferramenta que indica o que deve ou não ser melhorado, a auditoria
interna possibilita obter certificações ou simplesmente adotar estratégias que utilizem com maior eficiência
os seus recursos, otimizem o tempo e qualifiquem a mão de obra empregada.
Vejamos como realizar, em 6 passos, uma auditoria eficiente:

1. Defina os objetivos ,2. Tenha um cronograma em mãos 3. Deixe a equipe a par de tudo 4. Verifique se não há
pendências anteriores, 5. Não utilize checklist genérico 6. Elabore bons relatórios

Reunião em auditoria
O propósito da reunião de abertura é a de apresentar os membros da equipe auditora, esclarecer
detalhes de condução da auditoria e confirmar a disponibilidade de recursos e meios necessários para a
realização da auditoria.
É nessa reunião que os auditores apresentarão a sua metodologia de trabalho e por isso é muito
importante que todas as pessoas que são responsáveis por algum processo estejam presentes na reunião de
abertura, inclusive algum representante da direção da empresa.
A participação dos líderes da empresa na reunião de abertura, além de esclarecer questões pertinentes à
realização da auditoria, também demonstra o envolvimento das pessoas no sistema de gestão da qualidade
que é um dos princípios da qualidade.
Então, a partir desse momento, vamos dar um pouco mais de atenção para essa fase da auditoria muito
importante para o sucesso dessa atividade.

Você também pode gostar