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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIATURA EM ENSINO DIREITO

Autor: Miguel Arcanjo Virgílio


Tutor: Zeferino Pataka, MSc.

Benguela, 2023
TEMA

Princípio in dubio pro reo como garantia constitucional do arguido,


no Município de Benguela.
PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

Como é o princípio in dubio pro reo como garantia constitucional do


arguido, no Município de Benguela?
JUSTIFICAÇÃO
 As motivações e justificações que levaram a escolher este tema explicitam-se pelo
facto de constatarmos durantemuitas vezes notarmos que á indivíduos que estão sendo
condenados sem provas, que nos levou a questionar o porquê desse fenómeno. Assim,
pretendemos identificar os factores que levam tais condenação a pessoas que muitas
das vezes são inocentes. Pois, todo homem acusado de um acto delituoso tem o direito
de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as
garantias necessárias à sua defesa, porque, qualquer pessoa acusada de uma infracção
presume-se inocente enquanto a sua culpabilidade não tiver sido legalmente provada.
DELEMITAÇÃO DE ESTUDO

 Objecto de Estudo

O objecto de estudo dessa temática recai noprincípio in dubio pro reo como garantia
constitucional do arguido.

 Campo de Acção.

 O campo de acção de investigação dessa temática recai no Ordenamento Jurídico


Angolano.
PERGUNTAS CIENTIFICAS

 Quais são os fundamentos teóricos sobre o princípio in dubio pro reo?

 Qual é a garantia constitucional do arguido no princípio in dubio pro reo?

 Como é abordado o princípio in dubio pro reo como garantia constitucional do


arguidona ordem jurídicano ordenamento jurídico angolano?

 Qual é a importância princípio in dubio pro reo como garantia constitucional do arguido
no ordenamento jurídico angolano?
OBJECTIVOS DE INVESTIGAÇÃO
• Objectivo geral:
Analisar o princípio in dubio pro reo como garantia constitucional do arguido, no Município
de Benguela.
Objectivos específicos:

 Descrever os fundamentos teóricos sobre o princípio in dubio pro reo;

 Apresentar a garantia constitucional do arguido no princípio in dubio pro reo;

 Identificar como é abordado o princípio in dubio pro reocomo garantia constitucional do


arguidono ordenamento jurídico angolano;
Apresentar a importância doprincípio in dubio pro reo como garantia
constitucional do arguidono ordenamento jurídico angolano.
ESTRUTURA DO TRABALHO

 Introdução
 Iº Capítulo – Fundamentação teórica
 IIº Capítulo – Metodologia
 IIIº Capítulo – Apresentação, análise e interpretação dos resultados de
investigação
 Conclusões
 Sugestões
 Bibliografia
 Apêndeces
CAPÍTULO - I
CAPÍTULO # - I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definição de conceitos-chave:

 Princípio in dubio pro reo

De acordo com Charles (2007, p.65)In dubio pro reo” é uma expressão latina que
significa “na dúvida, em favor do réu”. É um princípio jurídico e está baseado
na presunção da inocência, segundo a qual ninguém é culpado até que se prove o
contrário”. Para Inocêncio (2009, p.198) o princípio in dubio pro reo“é um processo em que
alguém só pode ser condenado se existirem provas concretas. Se houver dúvidas ou falta de
provas em relação à autoria ou à materialidade do fato, a ação será julgada em favor do réu,
isto é, ele será absolvido”.
Justiça
Para Arthur (1999, p.76) “a Justiça é a particularidade do que é justo e correcto,
como o respeito à igualdade de todos os cidadãos, por exemplo. Etimologicamente,
este é um termo que vem do latim justitia. É o princípio básico que mantém a ordem
social através da preservação dos direitos em sua forma legal”. De acordo com Samuel
(2000, p.98) “a justiça significava virtude suprema, que tudo abrangia, sem distinção
entre o direito e a moral. Considerando as quatro virtudes básicas, a justiça é uma
espécie de eixo gravitacional, em torno do qual circundam as outras três: autodomínio,
coragem e sabedoria”.
 Ordem Jurídica

De acordo com João (2002, p.116), “O ordem jurídica é o sistema de normas (regras ou
princípios) que se relacionam de uma forma hierarquizada em um estado. Organiza as
lacunas e antinomias das leis, estabelecendo a ordem que o direito deve seguir em
relação às normas estabelecidas”. Já Silva (2008, p.98), afirma que“o ordenamento
jurídico trata-se de um conjunto de regras e princípios, que compõem a ordem pátria que
deverá buscar sempre a unidade e a harmonia, de modo a assegurar a melhor e mais
razoável aplicação do direito aos cidadãos de um Estado”.
CAPÍTULO - II
CAPÍTULO – II: METODOLOGIA

 2.1. Desenho/tipo de pesquisa.

O desenho ou tipo de pesquisa é descritiva, segundo Fortin (1999) consiste em determinar a


natureza e o grau de condições existentes entre os fenómenos. Para o caso concreto
preocupar-se emdescrever os aspectos relacionados comprincípio in dubio pro reo como
garantia constitucional do arguido, no Município de Benguela.E a natureza de estudo é de
abordagem quantitativa, perspectivando-se uma análise de dados à medida que são
colectados; salienta-se que, a abordagem qualitativa tem como preocupação central
descrições, compreensões e interpretações dos factos ao nível de medições.
MÉTODOS E TÉCNICAS

Métodos
Teóricos Empírico

Análise-síntese Pesquisa bibliográficas


Matemático-Estatístico

Técnicas

Inquérito por questionário;

Entrevista;
POPULAÇÃO E AMOSTRA

 A população contou com 5 advogados, 1 Magistrado do Ministério Público, e 1


Magistrado judicial.

 O tipo de amostra foi não probablistica, a sua selecção foi intencional e quanto ao
tamanho foi de 5 advogados 1 Magistrado do Ministério Público, e 1 Magistrado
judicial.
CAPÍTULO – III
3.2. Apresentação, análise e interpretação de dados do inquérito dirigido a a Ordem dos Advogados

Tabela 1: Achas que o princípio in dubio pro reo lhe é retirado o sentido de justiça?

Opção Frequência Percentagem

Sim 0 0%

Não 5 100%

Total 5 100%

Notou-se nesta questão que 100% (5) afirmaram com unanimidade que não, em
conformidade com os dados apresentados na tabela acima.
Tabela 2: Qual é a garantia constitucional do argüido no princípio in dubio proreo?

Opção Frequência Percentagem

A presunção de inocência 0 0%

Insuficiências de provas 5 100%

Inexistência de provas 0 0%

Total 5 100%

De acordo com esta questão, notamos que 100% (5) responderam de forma unânimes que é a insuficiências
de provas, conforme apresenta os dados na tabela acima.
3. Tabela 3: Acreditas que o princípio in dubio pro reo também devia ser aplicado a nível de
questão de direito?
Opção Frequênci Percentagem
a
Sim 5 100%

Não 0 0%

Total 5 100%

Notou-se nesta questão, que 100% (5) afirmaram que sim o princípio in dubio pro
reo também devia ser aplicado a nível de questão de direito.
4. A doutrina e a lei apontam os artigos do CPP do princípioin dubio
pro reo?
R: Os inquirios afirmaram que a doutrina e a lei apontam os artº 48 nª 2 D-
C) 332 e 419 do Cpp, como sendo excepção no Principio in dubio pro reo
signfica uma presunção de culpa e consequentemente a inersão do ónus da
prova, porquetecnicamente P.P não existe ónus da prova, isto é, em caso de
duvida, quanto a culpabilidade do arguido a sua absolvição é vista como a
melhor decisão a ser tomaa pelo tribunal.
3.2. Descrição da entrevista dirigida ao Magistrado do Ministério Público

1. Achas que oprincípio in dubio pro reo conduz o sentido de impunidade?


R:O entrevistado afirmou que não necessáriamente.Porque, por enquanto o mesmo visa
garantir que o arguido tenha os seus direitos fundamentalmente tutelados e respeitados
nos termos legais pelas instituições de direito.
2. Como tens justificado em juízo que absolvição do reo por respeito o princípio in
dubio pro reo, é uma questão de justiçapara garantir a sua invulnerabilidade?
R:O entresvistado respondeu que, em vertude do carácter transversal deste princípo,
sempre que existem indícios insuficientes ou não hajam provas bastantes de que o
arguido (réu) seja o autor do crime de que acusado, requerer a absolvição do mesmo e o
mais justo e adequando a se fazer.
4. Como é abordado o princípio in dubio pro reo no ordenamento jurídico
angolano?
R:Respondeu que, desde logo, na Constituição da República de Angola tem acolhimento
no artº 67 nº 2´ e 6´, que consagra o seu corolário o princípio da prensução da inocência.
Igualmente no Cod. Processo Penal artº 48´ e 332´, também como na Const º 419, este
ultimo de forma implicita.
3.3. Descrição da entrevista dirigida ao Magistrado Judicial

1. Achas que oprincípio in dubio pro reo conduz o sentido de impunidade?


R:Afirmou que não.
Como ja haviamos dito, este princípio deve ser respeitado por outrem, pois, a violação deste princípio pode
consubstanciar um crime de denegação de justiça, que, nos termos do art. 364º do Código Penal, é punido
com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 120 dias.
3. Será que o Tribunal tem produzido provas suficientes no processo de acusação do arguido?
R: Respondeu que sempre que possivel sim.
Abrantes (2008, p.88) afirma que “o princípio do in dubio pro reo é um princípio fundamental em direito
penal que prevê o benefício da dúvida em favor do réu”., Isto quer dizer que, em caso de dúvida razoável
quanto à culpabilidade do acusado, nasce em favor deste, a presunção de inocência, uma vez que a culpa
penal deve restar plenamente comprovada.
4. Como é abordado o princípio in dubio pro reo no ordenamento jurídico angolano?
R:Respondeu que, tem uma abordagem garantista de segurança e certeza jurídica.
Concordamnos com a prestação do entrevistado, pois o princípio in dubio pro
reo“significa que alguém só pode ser condenado se existirem provas concretas. Se houver
dúvidas ou falta de provas em relação à autoria ou à materialidade do fato, a acção será
julgada em favor do réu, isto é, ele será absolvido”.
5. Quais são as fases do processo penalque aplicado no princípio in dubio pro reo?
R:E por último também respondeu conforme os outros, indicando que as fases são,
instrução preparatória, na fase contraditória se a houver, na fase de descução e julgamento
e extende-se até mesmo a fase de recurso.
CONCLUSÕES

Os fundamentos teóricos descritos sobre o princípio in dubio pro reo permitiu-nos
entender que, é um princípio fundamental em direito penal que prevê o benefício da dúvida
em favor do réu, isto é, em caso de dúvida razoável quanto à culpabilidade do acusado,
nasce em favor deste, a presunção de inocência, uma vez que a culpa penal deve restar
plenamente comprovada;
As garantia constitucional do arguido no princípio in dubio pro reo é quando há
insuficiências de provas;
O princípio in dubio pro reocomo garantia constitucional do arguidono ordenamento
jurídico angolano é abordado, desde logo, na Constituição da República de Angola tem
acolhimento no artº 67 nº 2´ e 6´, que consagra o seu corolário o princípio da prensução
da inocência. Igualmente no Cod. Processo Penal artº 48´ e 332´, também como na
Const º 419, este ultimo de forma implicita;
A importância doprincípio in dubio pro reo como garantia constitucional do
arguidono ordenamento jurídico angolano, é porque garante que a liberdade do acusado
não seja tirada pela prensução condenatória do estado, se o estado é o titular, então tem
de provar os factos, sujeito a juizo, não atribuindo tal responsabilidade ao arguido sob
pena de se quebrar a natureza do P.P.
SUGESTÕES
Quando no processo do arguido possui muitas inconsitências e questionamentos que
merecem ser revistos e adequandos, uma vez que o processo de in dubio pro reu condesa a
ideia de que, em caso de duvida, a decisão deverá ser em benefício do reo.
MUITO OBRIGADO

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