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JOÃO ALIENISI SALVADORIE

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ADVOGADOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DA 2ª. VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CINTINELA, SC

DOUGLAS ALBERTO MAIOS, Casado, Autônomo, inscrito no CPF sob no 567.444.560-45 e no

RG no 77779824567 SSP-RS, residente e domiciliado à rua Getúlio Vargas, 2224, na cidade de
Cintinela – SC, por seus procuradores legalmente constituídos (doc. de procuração anexo),
vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor de Processo Civil e de acordo
com as razões de fato e de direito que a seguir se expõem.

AÇÃO INDENIZATÓRIA

contra a ELETRO CONCERTOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº 200.488.777/0001-34, com sede à Rua das Pombas, na cidade de Cintinela – SC, e
MAIORI ELETRODOMÉSTICOS S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
nº 508.299.555/0001-28, com sede à Rua das Hortências, na cidade de São Paulo - SP, o que
faz pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

01 - DOS FATOS

O requerente, adquiriu em 13 de março de 2018, um Aquecedor Portátil da

Marca Maiori Eletrodomésticos S.A. no valor de R$ 100,00 (Cento reais) junto a empresa
Contudo Oba Oba Ltda. realizando o pagamento à vista conforme nota fiscal número 00456.
O Fabricante forneceu uma Garantia Contratual de 1 (um) ano, conforme Termo de Garantia
em anexo. Desde o momento da aquisição, o requerente constatou que o produto
apresentava vícios de fabricação. Durante o uso, o requerente sempre observou um giro
anormal do ventilador do produto que aumentava a rotação e diminuía a rotação

Endereço: Rua da Matriz Certa, 855 – Sala 101 – Fone/Fax (0xx49) 3559 – 2487 – Cintinela - SC
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constantemente quando o produto funcionava. Também observava estalos elétricos

estranhos no produto e após alguns minutos de funcionamento constatava cheiro de fio
queimado.
Em 10 de maio de 2018 o requerente entrou em contato com o setor de
Serviço de Apoio ao Consumidor (SAC) da empresa Maiori Eletrodomésticos S.A. através do
protocolo número 20140150 informando os problemas anteriormente descritos. Como
resposta as solicitações em 20 de maio de 2018, a empresa Maiori Eletrodomésticos S.A.
informou por e-mail ao requerente que o mesmo encaminhasse o produto na empresa
Eletro Concertos Ltda., empresa que presta assistência técnica a marca Maiori, onde a
mesma faria uma avaliação do produto.
Em 25 de março de 2018 o produto foi encaminhado a Eletro Concertos Ltda,
localizada na cidade de Cintinela-SC que avaliou o produto e em 5 de abril de 2018 emitiu o
seguinte parecer técnico: “O produto não apresenta nenhum problema ou vício de fábrica e
encontra-se em perfeitas condições de uso. Nenhuma peça/componente do Aquecedor
Portatil modelo Turbo da Marca Maiori Eletrodomésticos foi substituído.”
O requerente retirou em 11 de abril de 2018 o produto da assistência técnica
Eletro Concertos Ltda. e passou a utilizar normalmente o produto muito embora sempre
durante o uso sentia os estalos estranhos e o cheiro de fio queimado. O requerente usava
muito pouco o produto e a cada uso imaginava que o produto iria estragar naquele
momento. Muitas vezes solicitava a sua nora que emprestasse seu Aquecedor para fazer o
aquecimento de seu quarto durante os dias frios de inverno.
Em 15 de abril de 2018, durante o uso normal do produto, o requerente
verificou que o ruído estranho se acentuou fortemente e não dando tempo para desliga-lo
verificou que o produto parou de funcionar.
Logo em seguida, no dia 16 de abril de 2018, o requerente encaminhou o
aquecedor Marca Maiori à assistência técnica Eletro Concertos Ltda. que substituiu o motor
elétrico do ventiladorr que estava com defeito, indicando que a causa da falha foi um
problema nos mancais do ventilador. Ao retirar o produto a requerente ficou surpresa pois a
assistência técnica cobrou o valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) referentes aos serviços e
peças trocadas.
Indignado com a conduta da Assistência Técnica, a autora do processo deixou
o produto na própria Assistência Técnica e entrou em contato no mesmo momento com o
Serviço de Apoio ao Consumidor da empresa Maiori Eletrodomésticos S.A.
No dia seguinte, dia 17 de abril de 2018, o SAC da empresa Maiori
Eletrodomésticos S.A. entrou em contato por telefone com o requerente, informando que o
mesmo fosse até a Assistência Técnica retirar o produto e que não haveria nenhum custo
relacionado com o concerto.

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Após o contato, o requerente dirigiu-se até a Assistência Técnica retirar o

produto e chegando lá foi muito mal recebido e foi ignorado pelos funcionários que pouco
falaram com o requerente e quando o mesmo solicitou informações sobre o que havia
ocorrido os mesmos ignoraram o requerente. Indignado com a atuação da Assistência
Técnica o requerente pegou seu produto e retirou-se da empresa.
Em 15 de junho de 2018, dois meses após o concerto do aparelho, o
requerente ao utilizar o Aquecedor da Maiori Eletrodomésticos S.A. foi surpreendido em
uma noite muito fria de inverno com fogo em sua cama, no quarto onde dormia com sua
esposa. Devido a uma faísca ou algo assim parecido no produto, o mesmo que estava
funcionando no piso do quarto induziu fogo em um cobertor. Este incendiou-se e provocou
queimaduras no requerente, que estava na cama dormindo e durante a tentativa de apagar
o incêndio e desligar o produto.
O requerente teve gastos hospitalares no montante de R$ 4.500,00 (quatro
mil e quinhentos reais) conforme Notas Fiscais do hospital em anexo e gastos com taxi no
montante de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) para se locomover para sua residência
e retornar ao hospital para reavaliação conforme recibos em anexo.
Após o acidente, o requerente teve problemas para retomar normalmente o
seu serviço tendo em vista as queimaduras, não tendo esforço para conduzi-lo. O requerente
ficou 2 (dois) meses sem poder trabalhar. Ao retornar ao serviço, teve dificuldades em
atender novamente seus clientes pois os mesmos migraram para outros profissionais que
realizavam serviços similares ao requerente. Atualmente o requerente ainda encontra-se
sem serviços, numa condição de desempregado devido ao problema ocorrido.
O requerente alega que o produto apresentava vícios de fabricação que
levaram a falha do produto e consequente ao incêndio e atualmente a sua condição de
desemprego.

02 – DO DIREITO
Primeiramente, cumpre salientar que a responsabilidade das requerida é
fundada no Código de Defesa do Consumidor. Isso porque as requerida se enquadram no
conceito de fornecedor de produto, nos termos dos arts. 12 caput, do CDC.
Deste modo, responde o réu pelo fato do serviço, independentemente da
averiguação de culpa, sendo necessária apenas a comprovação do dano e da relação de
causalidade.

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É clara na medida em que deve ser restituído o valor do bem ao consumidor,

com juros e correção desde a data de sua aquisição, bem como indenização por danos
morais, senão vejamos:
Outrossim, a responsabilidade civil extracontratual do fornecedor do produto
independe de culpa, em razão do fato de haver colocado no mercado produto com serviço
defeituoso.
Nessa senda, impende ressaltar que a responsabilidade do demandado
somente poderia ser afastada acaso comprovada a culpa exclusiva do consumidor ou se não
restasse comprovada a falha no equipamento adquirido. Nenhuma das hipóteses se verifica
no presente caso.
Sendo assim, aplicam-se todas as disposições do Código Consumidor com
relação ao vício de serviço, acrescentado pela responsabilidade extrapatrimonial resultante
da verdadeira via crusis e total falta de respeito ao consumidor.

03 – DOS PEDIDOS
ISSO POSTO, requer a autora se digne Vossa Excelência em determinar:
a) a citação do requerido para que no prazo legal querendo
respondam aos termos da presente, sob pena de confissão;
b) seja a presente ação julgada procedente, para condenar o
requerido a indenizar de forma SOLIDÁRIA a parte autora nos
danos materiais no valor de um produto novo de R$ 100,00 (cem
reais), gastos hospitalares de R$ 4.500,00 (Quatro mil e
quinhentos reais) e gastos de utilização de taxi de R$
350,00(trezentos e cinquenta reais) por mês corrigidos desde a
data da ocorrência do acidente 15/06/2018 todos com acréscimo
dos juros de mora desde a citação;
c) seja o réu condenado a pagar à autora a título de perdas
salariais a quantia de R$ 13.550,00 (Treze mil e quinhentos reais)
referente aos meses que a autora não pode trabalhar ou não teve
como trabalhar até o início deste processo, conforme a média
salarial da autora;
d) seja o réu condenado a pagar à autora a título de perdas
salarias, valor a ser determinado por V. Exa, referente aos meses
que o réu ficou desempregado após o início deste processo;

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e) seja o réu condenado a pagar à autora a título de danos morais,

a serem arbitrados por V. Exa., em patamar não inferior a R$
5.000,00 (cinco mil reais);
f) a inversão do ônus da prova conforme art. 6º do CPC;
g) a condenação dos réus nos honorários advocatícios deste
patrono, não inferior a 20% sobre o valor total da condenação do
presente feito, bem como nas custas processuais integrais;
h) Protesta pela juntada de todos os meios de provas, em direito
admitidos, em especial a documental e testemunhal, bem como a
juntada de novos documentos;
Dá-se a causa o valor provisório de R$ 20.206,78.

Termos em que pede deferimento.

Cintinela - SC, 15 de janeiro de 2019.

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