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“Nesta análise, Europa Central e Oriental é um termo geopolítico que se refere a 11 ex-países socialistas
estatais: Bulgária, Croácia, República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia,
Eslováquia e Eslovênia. A análise omite a Albânia, Bósnia, República Federal da Macedônia e Iugoslávia
devido à instabilidade política situação e dados incompletos no período 1995-97”. (nota de rodapé
número 2).
Verificando os países individualmente, é possível constatar uma variação entre
fluxos de capital estrangeiros. A autora questiona como essa variação pode ser
explicada (p. 412):
A autora enfatiza que as análises, que partem como base os “hosts” dos FDI, não
são adequadas para compreender os fluxos de FDI na Europa Oriental e Central. Para
tanto, a alternativa de Bandejl a essa crítica é, primeiramente, conceitualizar o FDI
como um “fenômeno relacional”: “By definition, investment flows from an origin
(investor) to a destination (host). Thus, FDI results from a relationship between two
parties to an economic exchange”. A autora salienta que, embora a pesquisa em
economic embeddedness atribua uma primazia à estrutura das relações sociais, o estudo
elaborado por Bandelj destaca distintas substantive varieties de relações sociais em
processos de troca econômica (p. 414).
Bandelj aponta que a maioria das pesquisas anteriores sobre FDI baseia-se em
“utilitarian assumption” sobre o processo de seleção dos locais de investimento, no qual,
segundo ela, a premissa principal é de que os investidores priorizam a maximização do
lucro e esse resultado se dá sem a intervenção de outros atores (como os atores locais,
por exemplo), neste sentido: “particular empirical studies have operationally
distinguished between economic and political country characteristics as determinants of
investment profitability and FDI flows (p. 415).
Bandelj destaca que a political stability é foi vista como uma variável
determinante na decisão sobre a aplicação dos FDI, na medida em que a estabilidade
política ocasiona em um “ambiente hostil” para as o capital estrangeiro. No entanto,
algumas pesquisas demonstram o contrário: “Studying FDI in the motor vehicle
industry from 1948-1965, Bollen and Jones (1982) found that the effect of political
instability was much weaker than suspected” (p. 415).
Neste sentido, reconhecer que as políticas FDI podem tanto impedir quanto
facilitar a chegada de investimento é um importante passo analítico. Essa perspectiva
permite visualizar algumas ações dos atores dos países que recebem os investimentos
estrangeiros, como é o caso dos países da Europa Central e Oriental, que oferecem
“incentivos fiscais, isenções de certos direitos de importação, estabelecimento de zonas
econômicas livres e prevenção de dupla tributação” (p. 416). Já a rigidez das políticas
internas dos países pode ser vista como um impedimento. Bandelj cita a pesquisa de
London e Ross (1995) que “países desenvolvidos buscam um Terceiro Mundo mais
dócil e menos dispendioso trabalho” (p. 416), no qual os “determinantes-chave” da
decisão sobre o investimento seria o controle e o custo do trabalho (p. 416).
Examining Substantive Varieties of Social Relations
Os efeitos dos arranjos institucionais entre estados sobre o FDI são distintos, o
entanto, um dos efeitos verificados é a institucionalização de alguns “laços estrangeiros”
com a finalidade de “minimizar custos de transações” econômicas. Essas
institucionalizações criam uma espécie de rotina sobre as transações, de modo que as
operações econômicas entre certos estados já contam com custos de transações dos
arranjos institucionais (p. 418). Os tratados de investimento bilateral (BITs) e a União
Europeia, por exemplo, possibilitam alianças entre países e, resultando disso, uma troca
de informações, conhecimento sobre oportunidades econômicas (como é o caso do
processo de privatização de países pós-socialistas que venderam grandes monopólios
estatais) (p. 420).
Uma empresa investidora em potencial pode ter suas próprias redes em um país
estrangeiro porque já existia relações comerciais com esse país. Considerar A Glaxo,
uma grande fabricante de produtos farmacêuticos sediada no Reino Unido que decidiu
investir na República Tcheca. Ter um escritório de representação na Tchecoslováquia
no 15 anos antes do investimento ser essencial para o resultado final. Por causa de laços
comerciais pré-existentes, a Glaxo já tinha algum conhecimento do país e mercado, o
que influenciou sua decisão de investimento.
Sociologia econômica