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UFCD 6582 – Cuidados de Saúde

a Pessoas em Fim de Vida e Post


Mortem
Turma: TAS34 – NS

Coordenadora: Ana Cavaco


Mediadora: Sara Baptista de Sousa
Formadora: Sara Ribeiro
Informação Geral
• Duração: 25 horas;
Cronograma: • Início: 10/11/2022;
• Fim: 05/12/2022

• Aulas síncronas e assíncronas;


Metodologia: • Aulas teóricas e práticas;
• Trabalhos individuais e de grupo.
Avaliação
15% - Participação do aluno em aula;

40% - Desenvolvimento de trabalhos ao longo das aulas;

45% - Trabalho final.


Objetivos
Identificar noções básicas associadas aos fatores inibidores e
promotores do bem-estar a pessoas em fim de vida;
Identificar as especificidades dos cuidados (alimentação, eliminação,
higiene e hidratação) a prestar a utentes em final de vida;
Identificar noções básicas sobre as diferentes fases do luto;

Identificar alguns dos cuidados/tarefas que se associam ao papel do


Técnico Auxiliar de Saúde.
Conteúdos Programáticos (1)

➢ A prestação de cuidados de saúde a utentes em fim de vida


• Fatores inibidores de bem-estar:
• Ansiedade
• Agressividade
• Depressão
• Baixa autoestima
• Fatores promotores de bem-estar: necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais:
• Interação positiva
• Resolução de problemas
• Ajuda espiritual
➢ Cuidar em final de vida
• Apresentação pessoal
• Aspetos específicos no apoio aos cuidados
em final de vida:
Conteúdos • Alimentação
• Eliminação
Programáticos • Higiene e Hidratação
(2) • Sono e Repouso
• Controlo da dor e outros sintomas
• A especificidade da comunicação em
cuidados paliativos
• A compreensão da dimensão espiritual
Conteúdos Programáticos (3)

➢ A morte e o luto
• A morte numa instituição de saúde
• A morte em casa
• Os cuidados do corpo post-mortem
• As fases do luto
• O acompanhamento e apoio à família
➢ A autoproteção em situações de sofrimento e agonia do utente, família e
cuidadores.
➢ Tarefas que em relação a esta temática se
encontram no âmbito de intervenção do(a)
Conteúdos Técnico(a) Auxiliar de Saúde:
• Tarefas que, sob orientação de um
Programáticos Enfermeiro tem de executar sob sua
(4) supervisão direta
• Tarefas que, sob orientação de um
Enfermeiro, pode executar sozinho(a)
A prestação de cuidados de saúde a utentes em fim de vida
Ansiedade

Fatores
Baixa
Inibidores de autoestima
Agressividade
Bem-Estar:

Depressão
• Perante uma má notícia, como um
diagnóstico de doença grave e/ou
terminal, um utente com baixa autoestima
terá muito mais dificuldades em aceitar a
sua situação.
• A baixa autoestima explica-se pela
dificuldade de autoaceitação, amor-
próprio e a falta de autoconhecimento.
Baixa autoestima: Perante isto, terá mais dificuldades em ver
“a luz ao fundo do túnel”.
• Para além da depressão, a baixa
autoestima pode influenciar no
surgimento de outros problemas/doenças
emocionais, como fobias, ansiedades,
transtornos alimentares, transtornos de
aprendizagem, dependências entre outros.
• Não encoraje conversas negativas, mas
também não se afaste perante o excesso de
negatividade. É preferível mudar de assunto;
• Seja carinhoso e demonstre apoio, mas seja
Como lidar com um firme se for preciso. (Não basta elogiar, é
preciso levar a pessoa a ter em conta os seus
utente com baixa sentimentos e necessidades, colocando-se no
autoestima? centro da sua vida.);
• Peça a opinião ou a ajuda da pessoa. (Como
acreditam que estão sempre erradas e que as
suas opiniões não interessam, estas pessoas
acabam por isolar-se até daquilo que é
importante para elas.).
• Apesar de alguns utentes conseguirem
adaptar-se às doenças, há quem apresente
grandes dificuldades nessa adaptação
após o diagnóstico (ou até antes), sendo
possível, a ocorrência de perturbações
emocionais, como é o caso da ansiedade.
• A ansiedade pode gerar fadiga, insónia,
Ansiedade: perda de apetite, diminuição da líbido,
para além do impacto que tem a nível
emocional e psicológico.
• Cada pessoa lida com a doença à sua
maneira. No entanto, o facto de algumas
pessoas esconderem e até anularem as
suas emoções, pode contribuir para o
aumento dos níveis de ansiedade.
• Ser claro nas suas explicações (explique o que
a pessoa tem, avise sobre os procedimentos
antes de os iniciar);
Como lidar com • Explicar o que é verdade e o que é mentira
um utente com (não deixar que a pessoa permaneça com a
informação errada – Escute e Explique);
ansiedade? • Manter uma atitude positiva (Escuta Ativa);
• Incentivar à meditação e aos exercícios de
respiração.
• A pessoa reconhece a existência de uma
doença grave e mortal, mas não a aceita,
reagindo com raiva e exprimindo revolta
perante a sua má sorte. É uma fase muito
difícil onde todos sofrem.
• Pode exprimir críticas em relação ao médico
Agressividade: por não ter diagnosticado a tempo a sua
doença, aos enfermeiros e auxiliares por não
serem suficientemente rápidos nas respostas
aos seus pedidos.
• É importante que esta revolta seja
exteriorizada e aceite, uma vez que se trata
de uma reação frequente e quase inevitável.
• Atitude de tolerância;
• Não assumir estes comportamentos como
ataques pessoais;
Como deverá o • Permitir que a raiva seja exteriorizada para
TAS agir perante que o utente evolua para uma aceitação da
comportamentos sua situação clínica;
de agressividade? • Explicar aos familiares e pessoas próximas do
utente que estes comportamentos surgem
porque é nesta fase que a pessoa é
confrontada com as suas perdas, limitações e
frustrações.
Depressão:

• A pessoa, como não pode negar mais o seu estado de saúde,


dá lugar a novos sentimentos, nomeadamente os de perda e
de desinteresse até por aquilo que antes gostava de fazer.
• Aparecem sintomas como sentimentos de culpa ou de
desvalorização, falta de esperança, ataques de pânico,
inquietação, desânimo generalizado, irritabilidade, humor
triste ou vazio, dores generalizadas sem causa aparente,
alterações do sono e perda de apetite.
• Apesar da depressão provocar sentimentos de tristeza,
“Depressão não é tristeza!”. Podemos sentir tristeza pela
perda de um emprego ou pelo fim de um relacionamento,
mas só podemos diagnosticar depressão quando essa
tristeza se torna persistente e afeta a vida quotidiana.
Como lidar com um utente
com Depressão?

• Ouça e não julgue! (“Quando é que começou a sentir-


se assim?”; Aconteceu alguma coisa para que agora se
sinta assim?”);
• Evite dizer frases como: “Está tudo na sua cabeça.”;
“Todos passamos por momentos maus, e
sobrevivemos.”; “Não posso fazer nada por si.”;
• Opte antes por dizer: “Não está sozinho. Eu estou
aqui.”; “Pode não acreditar agora, mas o que está a
sentir vai passar.”; “Eu posso não perceber exatamente
o que está a sentir, mas preocupo-me e quero ajudá-
lo.”
Interação Positiva

Fatores
Promotores Resolução de Problemas
de Bem-
Estar:
Ajuda Espiritual
Interação Positiva:

“Abordagem holística que tem o intuito de


melhorar a qualidade de vida dos doentes
com problemas associados a doenças
potencialmente fatais e à sua família, Cuidados Paliativos – “Cuida do sofrimento
recorrendo à prevenção e alívio do da pessoa e da família.”
sofrimento através da identificação https://youtu.be/Fa4ctd1uxNc
precoce, avaliação adequada e tratamentos
dos diversos problemas, sejam eles físicos,
psicológicos, sociais ou espirituais.”
Resolução de Problemas:
• Associado ao controlo de sintomas com o intuito de melhorar,
substancialmente a qualidade de vida dos utentes.
• Para este controlo é fundamental:
• “Avaliar antes de tratar”, percebendo qual a causa ou as causas dos sintomas
manifestados;
• Prestar o máximo de esclarecimentos de dúvidas ao doente e respetiva família (se
o doente permitir);
• Observar e perguntar de modo a antecipar possíveis agravamentos de sintomas;
• Reavaliar e ajustar regularmente as medidas terapêuticas;
• Utilizar as escalas de dor para ajudar a identificar a intensidade da dor (sobretudo
porque para muitos utentes se torna muito difícil quantificar ou descrever as
dores que sentem).
Ajuda Espiritual:
• A espiritualidade é fundamental em qualquer circunstância da vida humana,
sobretudo em final de vida, uma vez que pode trazer alívio do sofrimento da
pessoa.
• Os Técnicos Auxiliares de Saúde devem fazer tudo o que está ao seu alcance para
dar ao doente uma morte digna e serena:
• Primeiro: controlando os sintomas físicos, evitar a dor e o sofrimento, e manter a
pessoa tão autónoma quanto possível;
• Segundo: alcançando o conforto físico, a pessoa estará mais desperta para alcançar
soluções e aderir a mecanismos terapêuticos;
• Terceiro: incentivar à procura de ajuda espiritual (saudável e de acordo com as crenças
de cada um).
A Compreensão
da Dor da
Morte
Kubler-Ross e os 5 Estágios da Dor da Morte

• Perante a notícia da própria morte, a pessoa poderá atravessar


um turbilhão de sentimentos que passam, normalmente, por
cinco etapas:

1) Recusa ou Negação – Resultado do choque da notícia da própria


morte, a pessoa entra em negação. Ou seja, não consegue aceitar
que é esta a sua realidade. Leva a comportamentos como troca de
médico, adesão a seitas ou religiões em busca de um milagre.
Procura erros no diagnóstico, mas no fim acaba por aceitá-lo.
Kubler-Ross e os 5 Estágios da Dor da Morte

2) Cólera ou Revolta – Todos são alvo da sua revolta, uma vez que
a pessoa está zangada porque todos os seus planos de vida foram
interrompidos, e considera-se injustiçada, já que sente que todos
os outros vão seguir com as suas vidas, exceto ela.

3) Negociação – Passada a fase da cólera, a pessoa tenta negociar


com uma força superior (dependendo das suas crenças): “Não
quero morrer antes do casamento do meu neto”, “Se ficar bom,
vou a Fátima a pé”.
Kubler-Ross e os 5 Estágios da Dor da Morte

4) Depressão – Quando já não se pode negar, zangar, ou negociar,


porque a doença está tão avançada, então instala-se uma grande
sensação de perda, tristeza, mágoa, angústia, culpa e vergonha.

5) Aceitação ou Resignação – Uma pessoa resignada à doença, aceita


que vai morrer e que já não tem outra escolha. Há, por isso, uma perda
de interesse por tudo o que está à sua volta, uma vontade de estar
sozinho e de distanciamento até das pessoas mais chegadas. No caso da
aceitação, o idoso vê a morte como um alívio, ou uma passagem para
outra dimensão. A pessoa está mais presente e quer os seus entes
queridos por perto.
O conhecimento das fases de um
processo de luto e morte, permite que
a própria pessoa e quem a rodeia se
preparem para o mesmo,
compreendendo as reações e
adequando o seu comportamento às
necessidades de cada etapa, tornando
o processo o mais pacífico possível.

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