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LUTO E

ADOECIMENTO
Profª Dra. Amanda Muglia Wechsler
Consequências do adoecimento
•Impedimento de trabalhar
•Perda de autonomia
•Isolamento familiar e social
•Dor física
O luto

•Presente tanto no paciente quanto no


cuidador
•Perdas reais ou simbólicas na hospitalização
•Luto: no diagnóstico, durante o tratamento,
na terminalidade e após a morte de quente
querido
•Processo de luto: processo adaptativo,
natural e necessário
Estágios no Processo
de Luto

1) Negação e isolamento: “Não acredito”,


“Não pode ser verdade”
 estado temporário de choque
 pessoa se fortalece e mobiliza defesas
 negam que vida está chegando ao fim e
depois se sentem ludibriadas porque planos
de vida estão sendo interrompidos
Estágios no Processo de
Luto

2) Raiva: “Por que comigo?” - revolta, inveja


e/ou ressentimento-
Projetada para equipe médica, família
Inúmeras queixas
Raiva das coisas saírem do seu controle
Sensação de projetos inacabados
Estágios no Processo
de Luto
3) Barganha: acordos com Deus para cura ou
melhora do quadro– promessa de bom
comportamento em troca do adiamento da
morte
cada vez que prazo-limite é ultrapassado,
barganha pode ser retomada
período curto
tentativa de adiamento ou de resolver alguma
pendência
Estágios no Processo
de Luto

4) Depressão: enfrentamento da perda


Dois tipos de depressão nesta fase:
Reativa (perdas passadas): perda da
autonomia, do emprego, das funções… -
requer intervenções/ conversas
Preparatória (perdas iminentes): preparando-
se para deixar o mundo, perda de todos
objetos amados - silenciosa
Estágios no Processo de Luto
5) Aceitação: tranquilidade que lhe permite
cuidar de si e encontrar novos sentidos para
sua vida
Não é sentimento de felicidade – luta
acabada, dor diminuída
Acontece quando:
Houve tempo necessário para despedida (sem
morte súbita)
Houve ajuda para superar perda
Processo de Luto

•Duração média: 2 anos, porém varia


•Cada estágio: duração varia para cada pessoa
•Estágios não precisam ocorrer nesta ordem
•Nem sempre a pessoa passa pelos cinco
estágios
Reações psicológicas à doença e
ao adoecer
•Angústia/ depressão
•Ansiedade
•Culpa
•Fantasias
•Impedimento de expressões de sofrimento/
luto
•Contato com finitude : medo da morte
•Doença: precipita ou agrava doenças
psicopatológicas
Psiconeuroimunologia
•Relação estreita: psicossomática
•Depressão e stress células NK
•Baixa imunidade doença
•Doença depressão
•Baixa imunidade culpa
Psicologia e adoecimento
•“Regressão”:
causada por intensa ansiedade
por familiares que superprotegem doente
forma de conseguir ou manter reforçadores
A doença crônica
•Não representa risco vida curto prazo
•Longa duração
•Interfere no funcionamento diário: mais de 3
meses em 1 ano, ou hospitalização por mais
de 1 mês
•Muitas vezes: incurável
•Exemplos: diabetes, AIDS, doenças auto-
imunes, etc.
Consequências psicológicas
doença crônica

•Diminuição qualidade de vida


•Mudança de rotina: trabalho/escola,
alimentação - prevenção de piora e recaídas,
adesão ao tratamento
•Aumento da necessidade de ajuda
•Dor física
•Medo de comorbidades/ pioras/ mortalidade
•Responsabilidade pelo curso da doença X culpa
Principal problema tratamento
doenças crônicas
•Não-adesão ao tratamento:
entre 40 a 90% dos pacientes
aderem mais a medicações do que a mudanças
no estilo de vida
•Adesão a tratamento: envolvimento ativo,
voluntário e colaborativo - emitir
comportamentos para produzir resultados
terapêuticos (controlar doença)
A não-adesão em
doenças crônicas
•Causas:
doença não apresenta desconforto imediato
ou risco
alto custo de resposta: mudanças no estilo
de vida e tratamento complexo
comportamentos não podem ser
diretamente supervisionados
quando meta é prevenção ou controle dos
sintomas, não a cura da doença
Referências
• Angerami- Camon, V. A. (org.) (2009). Novos rumos na Psicologia da
Saúde. São Paulo: EPU.
• Campos, T. C. P. (1995). Psicólogo hospitalar: a atuação do psicólogo em
hospitais. São Paulo: EPU.
• Coelho, C. R., Wechsler, A. & Amaral, V. A. R. (2008). Dizer e fazer: a
prática de exercícios físicos em portadores de diabetes mellitus tipo 2.
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 10 (1): 29-38.
• Kovács, M. J. (1992). Morte e Desenvolvimento humano. 8ª ed. São
Paulo: Casa do Psicólogo.
• Kovács, M. J. & Vaiciunas, N. (2008). Ciclo da existência: envelhecimento
– desenvolvimento humano e autoconhecimento. Em: E. F. M. Silvares,
F. B. Assumpção Júnior & L. Priszkulnik. Morte e existência humana:
caminhos de cuidados e possibilidades de intervenção. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
• Kübler-Ross, E. (1926/2008). Sobre a morte e morrer: o que os doentes
terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus
próprios parentes. São Paulo: Martins Fontes.
• Parkes, C. M. (1998). Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São
Paulo: Summus.

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