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Na antiga moral da família a religião era o elemento principal para se

formar a família, para eles, ela os fazia se tornar um só corpo entre vivos e
mortos. A ligação entre eles, não era apenas física ou por laços sanguíneos,
mas sim pelos Deuses e cultos domésticos.

O princípio fundamental de origem da família era a religião primitiva. A


religião do lar e dos antepassados, o principal elemento formador da família,
tão importante que fazia formar um só corpo, entre os componentes vivos e o
que já tinham passado desta vida. Ela não era unida apenas pelo sentimento,
força física, laços sanguíneos, afetividade ou civilmente, uma associação
natural, mas pelo Deus e culto doméstico.
Em cada família mantinha-se um altar onde havia permanentemente
uma chama acesa, que só poderia ser apagada quando não houvesse mais
ninguém vivo nela. Era com esta, que se sustentavam os laços entre os
parentes, com exceção da extinção da família, permitido em certo dia do ano,
que a chama fosse apagada e logo depois ela voltava a brilhar, devendo ser
obedecido todo um ritual.
A manutenção desta chama seguia todo um rito, nenhum objeto não
puro poderia ser queimado nela, nenhum ato pecaminoso poderia ser realizado
em sua frente, nela se depositava gordura, vinho, lenha pura. O fogo era como
algo dotado de vida própria e estes cuidados faziam com que o Fogo Sagrado
fosse considerado puro.
O casamento foi a primeira instituição formada pela religião, um
abandono dos deuses do lar paterno, a mulher deixava de cultuar os seus
parentes para dali em diante invocar os deuses de seu marido, sendo uma
cerimônia sagrada, produzindo grande efeito de troca, quebrando todo o
vínculo religioso que a unia a sua família. Sendo dividido em três atos, o
primeiro na casa da noiva, no segundo a jovem era conduzida até a casa do
esposo e o último se realizava diante do fogo sagrado da casa do jovem. Daí
em diante será essa a sua nova morada. Essa é uma das razões de não
permitir a indissolubilidade da união e o divórcio ser quase impossível. O
Casamento era, portanto, um acontecimento grave e sagrado.
O fim do casamento era a perpetuidade da família; da união de dois
seres, nascer um terceiro, apto para continuar o culto domestico. O nascimento
de uma filha não satisfazia a finalidade do casamento apenas o de um menino.
Para chegar a esse fim se proibia o celibato, permitia- se a desigualdade entre
a filha e o filho e divórcio em caso de esterilidade e a substituição por parentes,
neste último caso, com morte prematura do marido, sem deixar filho. Havia em
algumas cidades magistrados e leis encarregadas de zelar para que nenhuma
família se extinguisse, tornando o casamento obrigatório.
Aos casais que não tinham filhos era permitida a adoção, a salvação do
lar, e a continuidade das oferendas e o repouso dos seus antepassados. O filho
adotado nunca mais voltava a pertencer à família de origem, a única exceção
era quando ele deixava outro em seu lugar. Para um filho deixar sua família,
tinha que renunciar, estar apto a se desligar de sua família. Era sua
emancipação.
A conseqüência desse tipo de regra religiosa foi a não existência de
parentes por parte da mulher, pois esta não transmitia ao seu descendente a
vida nem o culto. Existia apenas a descendência pela linha hereditária
masculina. Era o princípio do parentesco pelo culto.
A casa para os romanos é o que para nós hoje é um templo, seu lar é
um deus, o túmulo é o altar de seus antepassados, criaturas divinas. O homem
tinha que pronunciar uma oração dentro de sua casa em frente ao fogo, os
objetos, capela, parede ferida pelo raio, ora um túmulo, e cobrir o rosto. A
Família era um estado organizado e auto-suficiente.

A moral, assim como a religião, era exclusivamente doméstica. Os homens


eram individualistas e invocavam os seus Deuses apenas para si e para os
seus, excluindo seus semelhantes.
Naturalmente, a moral teve início como ideia religiosa, mas era muito fraca.
Pouco a pouco, os homens a tornaram maior, até que teve alcance por toda
sociedade.
O lar era sagrado, pois nele é que havia as adorações aos seus Deuses e por
isso, nenhum ato moral ou materialmente impuro poderia ser cometido ali.
Sendo assim, as primeiras ideias de culpa, castigo ou expiação, se originaram
da religião. O homem impuro era proibido de se aproximar dos Deuses do lar,
eram proibidos até mesmo de rezar, pois para isso, era necessário que fossem
purificadas todas as suas impurezas através de cerimônia expiatória.
A religião criava leis que condenavam a violação de túmulos e o adultério,
apresentando assim, as primeira normas da moral familiar.

A religião encarregada de criar leis para condenar quem violar o túmulo


alheio, também para o adultério, estando ai os primeiros preceitos da moral
doméstica. A mulher mesmo sem ter participação ativa no culto tinha a sua
importância relativa. O filho estava sempre subordinado ao pai. Tinha um papel
também importante. A família era unida por este laço de culto. Todos se
amavam e se respeitavam mutuamente, tendo cada um sua participação. A
antiga moral era sustentada por este pilar de crenças e princípios.

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