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The Beginning After The End – Capítulo 195

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VISÃO DE STEFFAN VALE

Nota: ele se refere às pessoas que protegem os conjuradores de escudos como


‘unads’, que seriam pessoas sem adornos e, no contexto de Alacrya, seriam
pessoas sem aquelas cristas que permitem o uso da magia, então vou me
referir a eles como ‘sem adornos’, caso alguém tenha um termo melhor, fico
aberto a sugestões, pelo contexto, ‘sem adornos’ é como um tipo de insulto.

Guia para entender o exército e níveis de poder em Alacrya:

Atacante – um mago que luta na ofensiva.

Escudo – um mago que foca somente na proteção do atacante.

Sentinela – um mago especializado em detectar e localizar.

Quando se fala em sangue, está falando sobre família/clã/linhagem do


Alacryano em questão.

A ordem das runas baseadas na força, em ordem crescente, é: marca, crista,


emblema e regalia.

“Oh, Grande Vritra”, eu murmurei baixinho, vendo o escudo perder o


equilíbrio, quase sendo pisoteado no processo.

“Escudos, mantenham esses painéis defensivos! Não deixe nenhuma das bestas
se afastar”, eu rosnei antes de olhar para o misterioso minério preto que eu
recebi a ordem de quebrar quando todos os animais estivessem dentro da
floresta de Elshire. Eu assistia enquanto as centenas de bestas corrompidas
eram conduzidas através das paredes de painéis translúcidos lançadas pelas
equipes de escudos. Era uma visão peculiar conforme monstros que
normalmente não estariam nem perto um do outro caminhavam lado a lado
lentamente. Aranhas do tamanho de cães, lobos grandes e até serpentes com
cabeças em ambas as extremidades ‘marchavam’ juntas, sem saber o que
estava acontecendo.

Vários ‘sem adornos’ tinham a função de proteger cada um dos escudos, caso
alguma das bestas se libertasse. Até os ‘sem adornos’ têm seus propósitos.
Melhor que um deles morra do que um mago. Eu lancei meus olhos nos ‘sem
adornos’ com armaduras de ferro, empunhando armas comuns de aço,
incapazes de fortalecê-las. Deplorável. Eu me virei para a sentinela designada
para minha tropa, um homem magro com franja que cobria seus olhos.

“Você consegue fazer uma leitura dentro da floresta?” Ele pôs suas mãos no
chão antes de clicar sua língua. “Meu alcance é reduzido para um quarto lá
dentro”.

“Parece que você terá que ir conosco”, eu suspirei.

Ele se afastou de mim. “O quê? Não é isso que -”

Antes que ele pudesse terminar, agarrei a sentinela pela nuca. “Veja. Eu não
me importo se vocês sentinelas pensam que vocês são importantes por causa
da sua magia voyeurista pervertida. Você estará seguro com meu escudo e
conjurador pessoais.”

“Tu-tudo bem, mas se algo acontecer comigo…” As ameaças inúteis do garoto


eram dignas de risada pelo seu tremor. Misericordioso Vritra, como ele pode
se ver como um soldado se está com medo de chegar perto de uma batalha?

“Você ficará bem”, enfatizei, soltando o colarinho dele. “Agora forme o elo
mental comigo e somente comigo. Algo me diz que você não é muito bom em
fazer várias coisas ao mesmo tempo.” A sentinela assentiu, colocando dois
dedos na minha cabeça e se concentrando.

‘Vo-você pode me ouvir?’ Uma voz familiar soou diretamente na minha cabeça.
Como é que você gagueja mesmo dentro da sua cabeça, eu pensei.

‘Só pra você saber, eu só consigo fazer uma linha de comunicação mental
unidirecional, então eu não vou poder receber notícias suas.’

“Ok”, eu disse em voz alta, segurando a vontade de revirar meus olhos. Apesar
de suas falhas, ter uma sentinela era um grande bônus, pois meu escudo e
conjurador não teriam que ficar tão perto de mim e depender do feedback da
sentinela. Voltando minha atenção para a missão em questão, observei equipes
de magos aguardando conforme mais e mais das bestas corrompidas
desapareciam na floresta densa e nebulosa que abrigava os elfos em Dicathen.
Assim que os últimos dos monstros conduzidos do Norte da Clareira das Bestas
estavam bem no fundo da densa variedade de árvores, eu segurei o minério
preto.

“Sem ador- não magos, posições de linha de frente com armas estendidas.
Atacantes, atrás deles com seus escudos e conjuradores perto. Preparem-se
para atacar a qualquer aviso dado!” Eu pedi enquanto todos se embaralhavam
no lugar. Eu não sabia como aquelas bestas corrompidas eram sedadas, mas os
artefatos que me foram confiados pareciam funcionar como uma espécie de
encanto. Assim que eu quebrei o minério, rosnados e rugidos cruéis
irromperam dentro da floresta. Vários sem adornos carregando suprimentos
começaram a distribuir frascos de um líquido rançoso para todo mundo
borrifar em suas roupas. Caro e temporário, mas era a única maneira de as
bestas corrompidas não nos atacarem. Momentos de silêncio tenso se
seguiram enquanto todos esperavam pelo meu sinal. Eu flexionei minhas mãos,
ansioso para entrar em ação com minha crista recém-desbloqueada.

Ainda não tinha passado uma temporada desde que eu treinara minha marca
inicial para formar minha crista – verdadeiramente louvável pra alguém que
tinha acabado de completar 18 anos – ainda assim eu estava sedento por mais.
Assim como meu pai, eu também queria ter o privilégio de entrar no Cofre de
Obsidiana pra esperançosamente obter um emblema. Eu esperava voltar pra
Alacrya. Eu sabia que meu pai sobreviveria aos testes que o Cofre de
Obsidiana dava àqueles que entravam e eu não queria nada mais além de ver
com que tipo de emblema ele sairia de lá. Talvez ele seja abençoado com uma
lendária regalia.

Embora jovem, ele ainda era apenas um mago de nível intermediário afinal – o
mesmo que eu, embora duas vezes a minha idade. Enquanto eu respeitava sua
força e talento, ele ainda era um escudo. Eu me permiti um leve sorriso que
durou apenas um breve segundo quando um estrondo retumbou à distância.
Com meus sentidos básicos aprimorados pela minha crista, eu pude ouvir os
gritos fracos que só poderiam ser dos elfos patrulhando a área. Olhando para
trás para ter certeza de que o artefato de sinalização estava no lugar para nos
guiar de volta para fora da floresta, eu me preparei.

“Atacar!” Eu rugi, revestindo todo meu corpo em mana – outra vantagem da


minha crista recém-adquirida.

Os não-magos atacaram sem nenhuma dúvida ou relutância, enquanto até os


magos avançavam com vigor incomum. Levando apenas um rápido momento
para olhar para baixo, percebi que era provavelmente o brilho suave que
emanava do meu corpo que enchia minhas tropas de confiança. Confiança que
resultou de minha força e mentalidade. Não importava se os Dicathiens
tivessem magia estranha e versátil. Para mim, essa era apenas uma missão a
cumprir e a receber mais conquistas – conquistas que favoreceriam meu
sangue esperando por mim em casa.

Eu atravessei o labirinto de árvores, incapaz de ver meus próprios pés por


causa da densa névoa. No entanto, foi fácil identificar a batalha entre os elfos e
os animais de mana corrompidos que havíamos libertado em suas terras.

Embora em menor número, os elfos estavam se mantendo muito bem contra as


bestas corrompidas. Flechas brilhantes disparadas com precisão
surpreendente caíram, besta após besta, pequena ou grande. Vários soldados
élficos conseguiram controlar as árvores ao seu redor para prender e sufocar
várias das bestas maiores.
Um mago inimigo se destacou. Uma mulher mais velha, com cabelos loiros,
que escorria do capacete. Ela não tinha armas, mas de suas mãos saíam
lâminas mortais de vento capazes de cortar várias bestas de uma só vez.

Esse era o meu alvo.

“Seren, foque escudos em mim e fique longe com Mari. Sentine… Ashton, fique
perto deles e retransmita minha posição, caso eu esteja em perigo”, eu
ordenei, acelerando meu ritmo. Painéis poligonais de mana pairavam ao meu
redor, prontos para se defender contra qualquer projétil enquanto um zumbido
fraco soava por trás, conforme Mari começava a carregar sua magia.

Eu canalizei mana através da minha crista, uma ação que era tão natural
quanto respirar agora. Desembainhando minha espada, fortalecida por um
instalador famoso, eu acendi a arma com um fogo irregular que rasgava e
cauterizava ao invés de queimar.

Eu circulei mais mana pela minha crista e pelo resto do meu corpo para
fortalecer meus membros. O poder correu através de mim enquanto eu corria
para frente da batalha como um verdadeiro atacante. Minha espada vibrou,
brilhando como um farol para minhas tropas quando me aproximei do primeiro
elfo no meu caminho.

O elfo magro, com cabelos curtos e sobrancelhas severas, virou-se para mim,
arregalando os olhos. Sua boca se moveu e o vento começou a se acumular em
torno de suas adagas duplas, mas era tarde demais.

Eu acho que é verdade que os magos de Dicathen, embora versáteis, são


lentos. Que ineficiente e primitivo.

Minha espada rasgou os punhais que ele havia cruzado para se defender antes
de cortar seu torso. Inesperadamente, senti minha espada passar por uma
camada de mana.

Então até magos fracos como ele são capazes de se vestir de mana. Que
estranho.

Não desperdicei outra respiração quando finalizei o elfo debilitado. Tomando


um rápido momento para olhar em volta, vi que muitos dos meus magos já
tinham se envolvido com os elfos inimigos. Como previsto, as marés estavam
mudando rapidamente a nosso favor. Os animais corrompidos eram mortais
por não se importarem com sua própria segurança e atacaram cruelmente
qualquer coisa em seu caminho.

Quando me aproximei da elfa usando magia de lâmina de vento, a voz de


Ashton tocou mais uma vez na minha cabeça.

‘Suas leituras de mana são um pouco diferentes, ma-mas ela deve estar no
nível inferior de um mago de nível intermediário. Sua conjuradora está
preparando o feitiço para alvo único. Prossiga com cautela e informarei
quando sair do caminho. ‘

Então é assim que é ter uma sentinela, mesmo uma mais ou menos. Não é atoa
que eles são considerados valiosos, apesar de não terem uma única forma de
magia ofensiva ou defensiva.

A magia de chamas que tinha sido desbloqueada através da minha marca na


cerimônia de despertar permitiu que minhas chamas assumissem uma
qualidade irregular que arrancava qualquer coisa em seu caminho. Uma rara
marca intermediária. No entanto, depois de ter dominado essa magia a ponto
de evoluí-la para uma crista, consegui utilizá-la de uma maneira totalmente
nova.

Abaixando minha velocidade, embainhei minha espada e circulei mais mana


pela minha crista. Meu corpo entrou em erupção, cobrindo-me com uma
armadura de fogo enquanto liberava quatro foices flutuantes de chamas
irregulares. Elas orbitavam ao meu redor, prontas para atacar com um
pensamento, enquanto eu me concentrava inteiramente em controlá-las.

A elfa, vestida em uma armadura, soltou outra lâmina de vento, matando mais
duas bestas antes de voltar toda a sua atenção para mim.

Ao contrário do elfo anterior que acabei de matar, sua boca não se mexeu
enquanto ela soltava uma lâmina de vento em mim.

‘Es-escudo preparado para proteger o ataque. Prossiga’, informou a sentinela.

Eu me movi, meu movimento fortalecido pelas chamas que envolviam meu


corpo. Os escudos poligonais em camadas na minha frente, preparados para
enfrentar a lâmina de vento. O primeiro painel quebrou com o impacto e o
segundo se rachou, mas resistiu ao ataque antes que o vento se dissipasse.

Usando essa oportunidade, pude entrar no alcance para enviar minhas foices
para o meu oponente.

‘Uma flecha vinda da esquerda. Pato!’

Sem hesitar, caí no chão. Isso quebrou minha concentração em controlar as


foices voadoras de chamas, mas fui capaz de desviar da flecha revestida em
mana que zunia sobre mim. Apenas pelo som que ele fez, eu sabia que contar
de novo com o escudo era um risco que era melhor não correr.

Eu preciso terminar isso rápido. Não quero desperdiçar muita mana em apenas
um único inimigo. A desvantagem de usar a forma completa da minha crista
era que era preciso muita mana para mantê-la. Sem mencionar que cada uma
das três foices pegou mana adicional para se manter – algo que eu precisava
melhorar se quisesse controlar mais foices.

Empurrando com as mãos e os pés, corri em direção à elfa, que estava prestes
a soltar outra lâmina.

Enviei uma única foice nas mãos dela reunidas. Apesar da velocidade do meu
ataque repentino, ela conseguiu se esquivar da foice a tempo de salvar suas
mãos de serem cortadas. No entanto, isso me permitiu enterrar um punho
coberto de chamas diretamente em seu peitoral, quebrando-o e fazendo-a voar
para trás e em uma árvore.

Liberando minha forma revestida de chamas para poupar mana, puxei minha
lâmina para acabar com a elfa quando uma presença aterrorizante se agarrou
a minha própria alma.

‘S-S-Steffen. Sa-Saia daí. Agora!’

Eu queria. Eu não queria nada além de sair daqui, mas me vi de joelhos,


agarrando meu peito porque não conseguia respirar.

O que em nome do Grande Vritra é essa presença sufocante?

Eu tentei me arrastar para longe – isso era tudo que eu conseguia. Eu nem me
importei em manter as aparências. Se eu não saísse daqui, sabia que nem iria
viver para sentir vergonha.

Foi quando uma pessoa pousou na minha frente.

Eu olhei para cima e vi o garoto, seus longos cabelos ruivos amarrados atrás
dele com olhos azuis impressionantes que irradiavam poder. Ele olhou para
mim com um aborrecimento que nem sequer foi direcionado a mim.

Eu era filho de Karnal Vale, herdeiro da Casa dos Vale, mas na frente desse
garoto que não parecia mais velho que eu, eu não era nada.

Meu corpo tremia e convulsionava quando um poder palpável irradiava dele e


pesava sobre mim.

Só então, entretanto, ouvi um leve zumbido antes que um raio de puro gelo
bombardeasse o garoto. Eu me encolhi e tentei rolar para evitar ser pego na
explosão.

Uma sensação fugaz de esperança me permitiu voltar às minhas pernas


enquanto tentava fugir, mas antes que eu pudesse dar dois passos, uma dor
lancinante irradiava do meu braço direito e o chão deslizou debaixo de mim.

Caí para frente, incapaz de me levantar. Olhando atrás de mim, eu só podia ver
uma poça de carmesim se espalhando de onde meu braço costumava estar.
Desesperado, eu usei meu único braço bom para tentar rastejar, ainda incapaz
de me levantar. Meus olhos procuraram meus companheiros de equipe, apenas
para ver Seren, Mari e Ashton fugindo.

Minha visão esmaeceu quando me vi no nível dos olhos com as raízes brotando
do chão, meus últimos pensamentos sendo que não era esperado que acabasse
assim.

ARTHUR LEYWIN

Eu examinei meu entorno. A exuberante floresta verde estava salpicada de


sangue e cadáveres. Até a névoa espessa fez pouco para encobrir os vestígios
da batalha.

“Obrigado, general Arthur, por sua ajuda“, disse a elfa que eu mal havia
salvado, sua voz rouca e com dor.

Meus olhos caíram para os soldados élficos que morreram tentando proteger
seu lar. “Sinto muito por não poder vir mais cedo. Tudo isso poderia ter sido
evitado se eu tivesse chegado antes que os animais fossem reunidos na
floresta.”

A elfa balançou a cabeça. “Por favor, não peça desculpas. O resultado dessa
batalha teria sido muito diferente se você não tivesse chegado. Agora, se você
me dá licença, tenho que ajudar e reunir meus homens.

Mantendo a armadura dela, a elfa correu, procurando por quaisquer sinais de


vida enquanto mais elfos chegavam para ajudar.

Foi isso que Agrona quis dizer quando disse que a guerra está progredindo
para o próximo estágio?

Isso marcou o primeiro ataque ao território élfico e, mesmo que esse ataque
em particular tivesse falhado, ele havia cumprido sua função.

Até agora, apenas Sapin havia sofrido o impacto do ataque, o que facilitava a
alocação de recursos para um local central, mas agora que nossos inimigos
estão atingindo também outros lugares, como o Conselho escolheria lidar com
isso?

Vou ter que checar a General Aya para ver se ela precisa de ajuda, pensei
antes de olhar para o Alacryano que consegui manter vivo. eu tinha cortado
seu braço dominante, mas de outra forma o manteve capaz. Quanto mais
saudável ele estava agora, mais tempo ele duraria durante a extração de
informações.

“Vocês. Soldado carregando as armas”, gritei para um elfo próximo designado


para recolher os pertences de seus camaradas caídos.

O jovem elfo olhou para as armas em seus braços antes de perceber que ele
era o único a ser chamado. “S-Sim, general Arthur?”

Apontei para o Alacryano no chão. “Traga este cara para o acampamento e


enfaixe suas feridas para que ele não sangre.”

Havia um olhar de desdém que passou pelo rosto do elfo, mas ele rapidamente
o escondeu e inclinou a cabeça em compreensão.

“Ah, e certifique-se de que ele não se mate antes de eu o interrogar”,


acrescentei quando o elfo pegou o inimigo ferido.

“Sim, senhor!” ele disse com renovado vigor, sabendo que seu inimigo talvez
tivesse um destino pior que a morte.

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