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Competência interna:

- Sendo os tribunais portugueses competentes, do ponto de vista internacional, para o conhecimento do


mérito da causa, torna-se necessário determinar quanto o tribunal português concretamente competente
para o conhecimento do objeto do litigio;
- A competência interna reparte-se em razão da matéria, do valor, da hierarquia e do território (art. 60.º,
n.° 2, do CPC):
- Quanto a competência em razão da matéria, são competentes os tribunais judiciais (arts. 64.
do CPC e 40.º da LOSJ);
- Ainda quanto à competência em razão da matéria, tendo em conta, no caso, em concreto, o objeto do
litigio, podem ser competentes os juízos centrais cíveis ou os juízos locais civeis, nos termos dos arts. 65.
do CPC, 40. e 81.", n. 3, da LOSJ;
- Quanto à competência em razão do valor, considerando que o valor da causa é de € 400.000,00 (arts.
296. e 301. do CPC), será competente, se existir, o juízo central civel, já que a ação segue a forma de
processo comum e o seu valor excede a quantia de € 50.000,00 (arts. 81.°, 130.º e 117nº1 a) da LOSJ);
- No que concerne à competência em razão da hierarquia, são competentes os tribunais de comarca (arts.
67. a 69.° do CPC);
Relativamente à competência em razão do território, estando em causa uma ação por via da qual a autora
pretende exercer um direito real de gozo sobre um bem imóvel, na medida em que a transferência do
direito de propriedade deu-se por mero efeito da celebração do contrato, a ação deve ser proposta no
tribunal da situação em bem, ou seja, em Faro.
- De acordo com o regime aplicável à organização e funcionamento dos tribunais judiciais, o municipio de
Faro encontra-se abrangido pela área de competência territorial do Tribunal Judicial da Comarca de Faro,
devendo a ação ser intentada junto do Juizo Central Civel de Faro. (DL nº49/2014 de 27 de março)
-Tendo a autora intentado a ação junto do Juizo Local Civel de Coimbra, foram violadas as regras de
competência em razão do valor (juízo local em vez de juízo central) e do território (Tribunal Judicial da
Comarca de Coimbra em vez de Tribunal Judicial da Comarca de Faro), o que origina uma incompetência
relativa, nos termos do art. 102.° do CPC.
Nos termos do art. 104., n.° 1, a), do CPC, esta incompetência relativa pode ser conhecida oficiosamente
pelo juiz.
- A incompetência relativa constitui uma exceção dilatória sanável, razão pela qual o juiz deve declarar-se
incompetente e remeter o processo ara o tribunal competente, ou seja, para o Juizo Central Civel de Faro
do Tribunal Judicial da Comarca de Faro, nos termos do art. 105., n. 3, do CPC

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