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Sumário
De Modigliani e Miller a Abordagens “Recentes”...
Nível Alvo, Impostos e Teoria de Trade-Off
Assimetria de Informação e Teoria de Pecking Order
Janelas de Oportunidade e Teoria de Market Timing
Outras Abordagens
Padrão de Financiamento do Investimento no Brasil
Subcapitalização e Decisões de Estrutura de Capital
De Modigliani e Miller (1958;1963)
a Abordagens “Recentes”...
Introdução
Estrutura de Capital
Não pagamento pode acarretar a falência Não pagamento não acarreta falência
Merton H. Miller,
Teoria de Modigliani-Miller (MM):
Prêmio Nobel de
Irrelevância da Estrutura de Capital Economia em 1990
Custos Ke
(%)
Em que:
K0 WACC P = recursos de terceiros (passivos onerosos)
PL = recursos próprios (patrimônio líquido)
K e = custo de capital próprio
Ki K i = custo de capital de terceiros
K 0 = custo de capital próprio se a empresa
fosse financiada somente por capital próprio
WACC = custo de capital total da empresa (custo
médio ponderado de capital)
P/PL
× (Risco financeiro)
∆K i < ∆K e ∆K i > ∆K e
∆K i = ∆K e
Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO
Teoria Convencional
Observações do gráfico
Conclusões:
Para ilustrar, admita um projeto de investimento que pode ser financiado em até
80% com capital de terceiros. Os custos de capital para diferentes níveis de risco
financeiro são apresentados a seguir:
(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) Ki (Líq. IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 7,0% 12,0%
20% 12,4% 10,9% 7,2% 11,3%
40% 12,9% 11,7% 7,7% 10,8%
60% 14,1% 14,8% 9,8% 11,5%
80% 17,6% 19,8% 13,1% 14,0%
IR = 34%
De acordo com este enfoque, o custo de capital da empresa não se altera com as
modificações na sua estrutura de financiamento (WACC constante, não
correlacionado com a estrutura de capital);
Custos Ke
A atratividade do (%)
investimento é definida
pela rentabilidade e pelo
risco associado à decisão K0 WACC
e não à sua forma de
financiamento! Ki
P/PL (Risco financeiro)
A decisão de financiamento que venha a ser tomada não deve modificar o seu
valor, pois o WACC não é afetado pela composição da sua estrutura de capital;
Assim, a forma como a empresa decide financiar-se é irrelevante para sua avaliação,
sendo relevantes apenas suas decisões de investimento, logo, duas empresas iguais do
ponto de vista operacional, exceto na forma como são financiadas, devem ter o mesmo
valor de mercado.
Para ilustrar, admita um projeto de investimento que pode ser financiado em até 80%
com capital de terceiros. O custo de capital total (WACC) para diferentes níveis de risco
financeiro são apresentados a seguir:
(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 12,0%
20% 12,4% 10,6% 12,0%
40% 12,9% 10,6% 12,0%
60% 14,1% 10,6% 12,0%
80% 17,6% 10,6% 12,0%
Assim, pela proposição II de MM, o custo total de capital (WACC) não se altera qualquer
que seja a composição do financiamento, indicando inexistir uma estrutura ótima de
capital, ou seja, que minimiza o custo.
O valor presente dos benefícios futuros esperados de caixa é o mesmo, qualquer que seja a
forma como o investimento é financiado.
Custos Ke
(%)
(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) Ki (Líq. IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 7,0% 12,0%
20% 12,2% 10,6% 7,0% 11,2%
40% 12,6% 10,6% 7,0% 10,4%
60% 13,4% 10,6% 7,0% 9,6%
80% 15,7% 10,6% 7,0% 8,7%
Pela proposição II com impostos, MM ratificam que o retorno do capital próprio altera-
se de acordo com o risco financeiro assumido, porém seu percentual de aumento é
menor devido a economia de IR gerada pela dívida.
Brasil:
Pela prática tributária vigente, a empresa tem a remuneracão dos credores abatida do
IR, porém, a legislacao tributária vigente não permite que se adote o mesmo
procedimento para o pagamento de dividendos sobre os lucros dos acionistas.
No Brasil, há a figura dos Juros Sobre Capital Próprio (JSCP) como forma de remunerar
o capital investido pelos acionistas, que tem como parâmetro a TJLP, sendo seus valores
dedutíveis para cálculo do Imposto de Renda.
Estudos analisam a influência do JSCP sobre o custo de capital das empresas brasileiras
e sua influência sobre as decisões que envolvem a estrutura de capital da empresa:
campo a ser explorado na pesquisa.
Conclusões Finais:
Apesar das suposições nem sempre realistas de MM, este trabalho seminal gerou
muitos outros pelas reflexões e discussões que levantaram sobre o tema, permitindo que
se conhecesse melhor os mercados e suas imperfeições, dando início ao período
conhecido por Moderna Teoria de Finanças.
A principal relação empírica esperada de acordo com esta teoria prevê que
quanto mais lucrativa a empresa, maior a utilização de dívida como fonte de
financiamento devido ao benefício fiscal obtido por meio desta forma de
captação: evidência difícil de se encontrar, segundo Myers (2001).
*Myers (2001) afirma que o nível alvo ou ótimo de endividamento de uma empresa não pode ser observado diretamente, mas algumas proxies
podem representá-lo, sendo que a proxy mais simples é a média do endividamento da empresa ao longo de um período amostral relevante.
Porém...
*Os custos de ajustamento estão relacionados aos custos de emissão e recompra tanto de capital próprio quanto de capital de terceiros.
Dessa forma, Myers (2001) afirma que a teoria de pecking order explica
porque grande parte do financiamento externo é derivada da emissão de
dívidas e porque empresas mais lucrativas são menos endividadas.
Isto não ocorre porque estas empresas possuem baixos níveis alvo de
endividamento, pois, de acordo com a teoria de pecking order, elas nem
possuem níveis alvo.
“The pecking order theory cannot explain why financing tatics are not developed to avoid
the financing consequences of managers´ superior information.” (Myers, 2001, p. 95)
Baker e Wurgler (2002) afirmaram ser difícil explicar este resultado dentro
das teorias tradicionais de estrutura de capital, como trade-off e pecking
order.
Huang e Ritter (2009): Por que não utilizar uma medida direta para teste do
comportamento de market timing???
Medida:
Simples assim...!
Diante dos resultados obtidos, Huang e Ritter (2009) afirmaram que ambas as
teorias, market timing e trade-off, são importantes determinantes da
estrutura de capital, sendo que:
Não há uma teoria geral, mas todas parecem funcionar sob certas
condições, evidenciando os custos e benefícios de estratégias
alternativas de financiamento;
Poder dos testes: uma proxy pode responder por mais de uma
teoria.
Mas....no Brasil....
Fonte: Centro de Estudos do IBMEC (2017) – Nota CEMEC 04, Junho de 2017.
(Santos, 2014)
Subcapitalização e Estrutura de Capital
Subcapitalização versus presença da figura dos JCP: os dois estimulam a
capitalização (efeito tributário JCP e mitigação de alavancagem);
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