Você está na página 1de 64

Visão Geral das Abordagens Teóricas sobre

Decisões de Estrutura de Capital

Profa. Dra. Tatiana Albanez


(FEA/USP)

e-mail: tatiana.albanez@usp.br
site: www.tatianaalbanez.com
@riskfinlab
Sumário
 De Modigliani e Miller a Abordagens “Recentes”...
 Nível Alvo, Impostos e Teoria de Trade-Off
 Assimetria de Informação e Teoria de Pecking Order
 Janelas de Oportunidade e Teoria de Market Timing
 Outras Abordagens
 Padrão de Financiamento do Investimento no Brasil
 Subcapitalização e Decisões de Estrutura de Capital
De Modigliani e Miller (1958;1963)
a Abordagens “Recentes”...
Introdução
Estrutura de Capital

Decisões financeiras de uma empresa;

O estudo da estrutura de capital está estreitamente


relacionado com o custo de capital total da empresa (WACC);

A identificação de uma estrutura de financiamento que


leve a um custo total de capital (WACC) mínimo, promove a
maximização do valor da empresa, beneficiando a riqueza dos
proprietários;

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Estrutura de Capital

 O esquema de financiamento determina de que maneira é


repartido o valor da empresa entre credores e acionistas.

Capital de Terceiros versus Capital Próprio

 Objetivo do admistrador financeiro: escolher a proporção entre


capital de terceiros e capital próprio que torna o valor da pizza tão
grande quanto possível, lembrando que a combinação escolhida afeta
o risco e o valor da empresa. Existe uma estrutura ótima???
Profa. Dra. Tatiana Albanez
Estrutura de Capital

 Diferenças entre as fontes de financiamento: emissão de dívidas


versus capital próprio:

Características das Dívidas Características do Capital Próprio

Direito Prioritário sobre o FC da empresa Direito residual

Pode ter garantias Não tem garantias

FC não especificado e com prazo


FC especificado e com prazo determinado
indeterminado

Não pagamento pode acarretar a falência Não pagamento não acarreta falência

Geralmente não permite ingerência sobre a


Controle sobre a empresa
empresa

Em razão de suas características, o capital próprio é sempre mais arriscado que


o capital de terceiros e portanto seu custo será maior no longo prazo.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Estrutura
Introdução
de Capital: Abordagens Teóricas

Teoria Convencional: Estrutura Ótima de Capital

Merton H. Miller,
Teoria de Modigliani-Miller (MM):
Prêmio Nobel de
Irrelevância da Estrutura de Capital Economia em 1990

sobre o valor de mercado da empresa

Estas linhas divergem sobre a


existência ou não de uma estrutura
ótima de capital. Franco Modigliani,
Prêmio Nobel de
Economia em 1985

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Teoria Convencional

 Admite a existência de uma estrutura ótima de capital que minimiza o custo de


capital para a empresa (WACC) e maximiza a riqueza dos acionistas.

 Isso é conseguido mediante uma combinação adequada das fontes de


financiamento.

Custos Ke
(%)
Em que:
K0 WACC P = recursos de terceiros (passivos onerosos)
PL = recursos próprios (patrimônio líquido)
K e = custo de capital próprio
Ki K i = custo de capital de terceiros
K 0 = custo de capital próprio se a empresa
fosse financiada somente por capital próprio
WACC = custo de capital total da empresa (custo
médio ponderado de capital)

P/PL
× (Risco financeiro)
∆K i < ∆K e ∆K i > ∆K e
∆K i = ∆K e
Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO
Teoria Convencional

Observações do gráfico

O Ke se eleva mais rapidamente em relação a Ki com o


aumento do nível de endividamento. Já o Ki é mais estável
até certo nível, elevando-se posteriormente;

Para níveis mais baixos de P/PL há um decréscimo do custo


de capital total da empresa, em razão do custo marginal do
Ki ser inferior ao do Ke;

O decréscimo do WACC verifica-se somente até certo ponto


de endividamento, definido por X no gráfico;

O ponto X representa a estrutura ótima de capital, onde o


WACC é mínimo e o valor de mercado da empresa é máximo.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Teoria Convencional

 Conclusões:

Em resumo, a teoria convencional admite que a empresa pode elevar seu


endividamento até certo ponto, onde o valor do WACC é mínimo.

Incrementos adicionais no endividamento (alavancagem) farão o custo total de


capital (WACC) aumentar continuamente;

À medida que o endividamento (P/PL) aumenta, o custo de capital próprio (Ke) e o


custo de capital de terceiros (Ki) também se elevam em função do aumento do risco
financeiro associado ao passivo da empresa.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Teoria Convencional

 Para ilustrar, admita um projeto de investimento que pode ser financiado em até
80% com capital de terceiros. Os custos de capital para diferentes níveis de risco
financeiro são apresentados a seguir:

(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) Ki (Líq. IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 7,0% 12,0%
20% 12,4% 10,9% 7,2% 11,3%
40% 12,9% 11,7% 7,7% 10,8%
60% 14,1% 14,8% 9,8% 11,5%
80% 17,6% 19,8% 13,1% 14,0%
IR = 34%

Entre 40% e 60% de participação do capital de terceiros, o WACC atinge o seu


percentual mínimo, ou seja, a estrutura ótima de capital.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Modigliani e Miller (1958)

 De acordo com este enfoque, o custo de capital da empresa não se altera com as
modificações na sua estrutura de financiamento (WACC constante, não
correlacionado com a estrutura de capital);

 Assume o pressuposto de que, apesar de o custo do capital de terceiros ser menor, os


investidores elevarão sua taxa de desconto diante da presença de maior
endividamento, para compensar o risco financeiro.

Custo O benefício financeiro do


Ke
s endividamento é compensado pelo
(%) acréscimo no custo de capital
próprio, não alterando o WACC e
K0 WACC mostrando que não existe uma
estrutura ótima de capital, sendo
Ki esta irrelevante para determinar o
valor da empresa.
P/PL (Risco financeiro)

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Teoria de Modigliani–Miller (MM) sem Impostos

 MM afirmam que num mundo hipoteticamente sem impostos, o custo total de


capital de uma empresa independe de sua estrutura de financiamento, não
existindo uma estrutura ótima.

 O WACC e, consequentemente, o valor da empresa, permanecem inalterados


qualquer que seja a estrutura de capital mantida.

Custos Ke
A atratividade do (%)
investimento é definida
pela rentabilidade e pelo
risco associado à decisão K0 WACC
e não à sua forma de
financiamento! Ki
P/PL (Risco financeiro)

A estrutura de capital segundo a teoria de MM


(Sem Impostos)
Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO
Teoria de Modigliani–Miller (MM) sem Impostos

 Nota-se no gráfico que os reflexos de uma participação de capital de terceiros,


teoricamente mais baratos, são devidamente compensados pelo aumento natural na taxa
de desconto do capital próprio, fazendo com que a média do custo (WACC) não se altere
para qualquer grau de endividamento.

Principais Pressupostos assumidos:

Não há Imposto de Renda;

Não há custos de falência (financial distress costs), com isso, o


custo de capital de terceiros não se altera diante de níveis
mais elevados de endividamento;

É possível aos investidores realizarem a arbitragem no


mercado, captando no mercado a mesma taxa de juros das
empresas.
Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO
Proposições de MM num mundo sem impostos

Proposição I – MM Sem Impostos: Irrelevância da Estrutura de Capital

O valor de uma empresa é dimensionado com base no resultado operacional,


descontado a uma taxa de juros que reflete o risco da empresa;

A decisão de financiamento que venha a ser tomada não deve modificar o seu
valor, pois o WACC não é afetado pela composição da sua estrutura de capital;

Dessa forma, o valor de mercado de uma empresa independe da forma como


é financiada;

Assim, a forma como a empresa decide financiar-se é irrelevante para sua avaliação,
sendo relevantes apenas suas decisões de investimento, logo, duas empresas iguais do
ponto de vista operacional, exceto na forma como são financiadas, devem ter o mesmo
valor de mercado.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Proposições de MM num mundo sem impostos

Proposição II – MM Sem Impostos: Ke é função da relação PO/PL


Custos Ke
Estabelece que o retorno (%)
requerido pelo capital
próprio (Ke) é uma função K0 WACC
linear e constante do nível
de endividamento Ki
Nível de endividamento

O Ke é definido pela taxa de retorno requerida na situação de uma empresa


sem dívidas, mais um prêmio pelo risco da inclusão de capital de terceiros.

Este prêmio se eleva à medida que cresce o endividamento (maior risco


financeiro assumido pelo acionista).
Ke = Ko + Prêmio pelo Risco Financeiro
Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO
Formulações de MM sem impostos

 Para ilustrar, admita um projeto de investimento que pode ser financiado em até 80%
com capital de terceiros. O custo de capital total (WACC) para diferentes níveis de risco
financeiro são apresentados a seguir:
(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 12,0%
20% 12,4% 10,6% 12,0%
40% 12,9% 10,6% 12,0%
60% 14,1% 10,6% 12,0%
80% 17,6% 10,6% 12,0%

Assim, pela proposição II de MM, o custo total de capital (WACC) não se altera qualquer
que seja a composição do financiamento, indicando inexistir uma estrutura ótima de
capital, ou seja, que minimiza o custo.

O valor presente dos benefícios futuros esperados de caixa é o mesmo, qualquer que seja a
forma como o investimento é financiado.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Proposições de MM num Mundo com Impostos

 Em trabalho posterior, MM (1963) reconhecem que a dedutibilidade dos juros na apuração


do IR favorece a utilização de dívida em relação ao capital próprio, tornando vantajoso o
endividamento devido a existência de um benefício fiscal.
 Considerando a existência de IR, MM concluem que, ao elevar-se o quociente de
endividamento (PO/PL), reduz-se o WACC e, em conseqüência, maximiza-se o valor de
mercado da empresa: a proposição I se altera: a estrutura de capital é relevante para
determinar o valor da empresa!

Custos Ke
(%)

K0 WACC (s/IR) Benefício


Fiscal
WACC (c/IR)
Ki
P/PL (Risco financeiro)

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Proposições de MM num Mundo com Impostos

 Aplicando-se ao exemplo ilustrativo anterior, tem-se os seguintes custos de capital para


diferentes composições de capital, admitindo-se uma alíquota de IR de 34%:

(% a.a.)
P/(P+PL) Ke Ki (Antes de IR) Ki (Líq. IR) WACC
0% 12,0% 10,6% 7,0% 12,0%
20% 12,2% 10,6% 7,0% 11,2%
40% 12,6% 10,6% 7,0% 10,4%
60% 13,4% 10,6% 7,0% 9,6%
80% 15,7% 10,6% 7,0% 8,7%

 Pela proposição II com impostos, MM ratificam que o retorno do capital próprio altera-
se de acordo com o risco financeiro assumido, porém seu percentual de aumento é
menor devido a economia de IR gerada pela dívida.

 O comportamento decrescente do WACC retrata o gráfico anterior, confirmando que


uma estrutura de capital formada somente por dívidas leva à maximização do valor da
empresa.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Proposições de MM num Mundo com Impostos

 Brasil:

 Pela prática tributária vigente, a empresa tem a remuneracão dos credores abatida do
IR, porém, a legislacao tributária vigente não permite que se adote o mesmo
procedimento para o pagamento de dividendos sobre os lucros dos acionistas.

 No Brasil, há a figura dos Juros Sobre Capital Próprio (JSCP) como forma de remunerar
o capital investido pelos acionistas, que tem como parâmetro a TJLP, sendo seus valores
dedutíveis para cálculo do Imposto de Renda.

 Estudos analisam a influência do JSCP sobre o custo de capital das empresas brasileiras
e sua influência sobre as decisões que envolvem a estrutura de capital da empresa:
campo a ser explorado na pesquisa.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Proposições de MM num Mundo com Impostos

 Conclusões Finais:

 A teoria de MM não se aplica na prática ao não considerar os custos associados ao


risco de falência determinado pelo alto endividamento, que produz reduções no valor da
empresa.

 Assim, na prática, as empresas buscam uma combinação ótima de dívidas e recursos


próprios em sua estrutura de capital!

 Apesar das suposições nem sempre realistas de MM, este trabalho seminal gerou
muitos outros pelas reflexões e discussões que levantaram sobre o tema, permitindo que
se conhecesse melhor os mercados e suas imperfeições, dando início ao período
conhecido por Moderna Teoria de Finanças.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Principais Teorias de Estrutura de Capital pós MM

 Como explicar as decisões de financiamento tomadas pelas empresas? Ou seja, quais os


fatores determinantes (que influenciam) da sua Estrutura de Capital?

Principais abordagens teóricas sobre decisões de estrutura de capital pós-MM:

 Teoria de Trade-ff  Busca de um Nível Alvo ou Estrutura Ótima de Capital

 Teoria de Pecking Order  Assimetria Informacional direciona as decisões

 Teoria de Market Timing  Janelas de Oportunidade de Mercado determinam as decisões

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Teoria de Trade-Off
(Autor...?)
Introdução

“There is an important gap in modern finance theory on the issue of


corporate debt policy. The theory should be able to explain why tax savings
generated by debt do not lead firms to borrow as much as possible, and it
should explain the phrase ‘as much as possible’.
Myers (1977, p.147)

 Até que ponto se financiar com capital de terceiros?

 MM adiantam que devemos considerar:

- Limitações impostas por credores


- Reserva de capacidade de financiamento

e devemos considerar também: Custos de Falência!

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Introdução

MM não consideram Custos de Falência (Financial Distress Costs), mas...

 Considerando que o aumento da dívida, aumenta a probabilidade de


falência, quanto maior o endividamento maior seu custo.

 Surge então a ideia da busca de um nível alvo de endividamento (estrutura


ótima de capital), que envolve um equilíbrio entre os benefícios fiscais do
uso de dívida e os custos de dificuldades financeiras dela derivados,
buscando maximizar o valor da empresa: Teoria de Trade-Off!

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Trade-Off
Busca de um Nível Alvo ou Estrutura Ótima de Capital

 Segundo esta teoria, as empresas tem um nível-alvo de dívida a ser ajustado


gradualmente, substituindo, ao longo do tempo, capital de terceiros por
capital próprio, e vice-versa, buscando reajustar a sua estrutura de capital e
maximizar o seu valor.

 Assim, o nível de endividamento ótimo* de uma empresa é determinado por


um trade-off entre os custos e os benefícios da dívida.

 A principal relação empírica esperada de acordo com esta teoria prevê que
quanto mais lucrativa a empresa, maior a utilização de dívida como fonte de
financiamento devido ao benefício fiscal obtido por meio desta forma de
captação: evidência difícil de se encontrar, segundo Myers (2001).

*Myers (2001) afirma que o nível alvo ou ótimo de endividamento de uma empresa não pode ser observado diretamente, mas algumas proxies
podem representá-lo, sendo que a proxy mais simples é a média do endividamento da empresa ao longo de um período amostral relevante.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Custos de Dificuldades Financeiras (Financial Distress)

 Os custos de dificuldades financeiras incluem:

 Custos legais e administrativos de falência: custos do processo de


liquidação ou reorganização da empresa;

 Custos de agência: custos derivados dos conflitos de interesses


entre credores e acionistas, os quais podem reduzir o valor da
empresa mesmo que a falência seja evitada, visto que a
credibilidade da empresa torna-se duvidosa sob esta condição.

 Todos estes fatores aumentam o custo de capital da empresa,


justificando níveis moderados de dívida!

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Agency Costs of Free Cash Flow, Corporate Finance,
and Takeovers (Jensen, 1986)
 O papel da dívida de motivar a eficiência organizacional: efeito controle

Porém...

Alta alavancagem gera custos: Alavancagem Custos de agência da dívida

The optimal debt-equity ratio Bankruptcy


costs

A hipótese de controle não implica que a emissão de dívida


sempre terá efeitos positivos de controle!

A função de controle da dívida é mais importante em organizações


que geram grandes CF mas possuem pequenas expectativas de
Crescimento.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Custos de Ajustamento e
Teoria de Trade-Off Dinâmica
(Leary e Roberts, 2005,...)
Teoria de Trade-Off e Custos de Ajustamento

 Na inexistência de custos de ajustamento, de acordo com a teoria de


trade-off, o nível de endividamento observado de uma empresa estará
refletindo seu nível ótimo.

 No entanto, a presença de custos de ajustamento resultará em


defasagens do nível de endividamento observado em relação ao ótimo,
visto que as empresas poderão não ajustar imediatamente os efeitos
de eventos aleatórios (como aumento do preço acionário) que fizeram
com que seu nível de endividamento atual se distanciasse do ótimo.

*Os custos de ajustamento estão relacionados aos custos de emissão e recompra tanto de capital próprio quanto de capital de terceiros.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Trade-Off e Custos de Ajustamento

 Diversos estudos recentes que utilizaram modelos de ajuste parcial ao


nível alvo (Leary e Roberts, 2005; Flannery e Rangan, 2006; Strebulaev,
2007; Hovakimian e Li, 2011) apontaram que os custos de ajustamento
podem levar as empresas a não reajustarem continuamente suas
estruturas de capital, como resultado, as empresas irão rebalancear suas
estruturas apenas ocasionalmente, quando os benefícios superarem os
custos de ajustamento.

De acordo com estes modelos, haveria momentos de “inatividade


financeira”, sendo que a velocidade de ajuste ao nível alvo dependeria
dos custos de ajustamento.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Trade-Off e Custos de Ajustamento

Modelos de Trade-Off Estáticos versus Modelos de Trade-Off Dinâmicos

Nível alvo é constante: Nível alvo se modifica com o tempo:


estrutura de capital é fixa e determinantes da estrutura de capital
determinada no início da se modificam (condições de mercado)
empresa

Não prevê a existência e Velocidade de ajuste depende dos


consequência de custos de custos de ajustamento da estrutura
ajustamento ao nível alvo de capital em direção ao nível alvo

Desafio: Como testar estas hipóteses???

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Assimetria de Informação e
Teoria de Pecking Order

(Myers e Majluf, 1984 e Myers, 1984)


Introdução

 Os modelos baseados na assimetria de informação assumem que os


administradores (insiders) possuem mais informações sobre as
perspectivas futuras da empresa do que investidores externos (outsiders),
o que caracteriza a diferença (ou assimetria) informacional entre os
agentes.

 Esta assimetria de informação gera um problema de seleção adversa (the


“lemons” problem), tratado por Akerlof (1970), capaz de explicar a queda
no preço acionário quando uma emissão de ações é anunciada pela
empresa.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Pecking Order (Myers e Majluf, 1984; Myers 1984):
A estrutura de capital é projetada para mitigar ineficiências geradas
pela Assimetria Informacional

 Myers e Majluf (1984) demonstram que, quando investidores externos


possuem menos informação sobre o valor da empresa que insiders, os
preços das ações podem ser subvalorizados pelo mercado. Isto ocorre
devido à informação transmitida ao mercado pela decisão de emissão, em
que as más notícias superam as boas.

 Neste caso, algumas empresas boas cujos ativos fossem subvalorizados


pelo novo preço, decidirão não emitir, não realizando um projeto com
valor presente líquido positivo, situação que caracteriza sub-investimento,
o qual poderia ser evitado caso a empresa utilizasse recursos gerados
internamente como forma de financiamento.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


O que diz a Teoria de Pecking Order?

 A assimetria de informação entre a empresa e o mercado leva a uma ordem


de preferências por tipos de financiamento. Esta ordem está baseada na
informação transmitida por cada tipo de título emitido, sendo preferíveis os
títulos menos sensíveis à informação:

1) Recursos Internos: não gera efeitos informacionais ou efeitos positivos;

2) A emissão de novas dívidas tende a sinalizar uma informação positiva


sobre a empresa: oportunidades de crescimento e capacidade de
financiamento;

3) Já a emissão de novas ações tende a sinalizar uma informação negativa:


os administradores sempre agem no interesse dos acionistas atuais e se
recusam a emitir ações se estas estiverem subvalorizadas, assim, o
anúncio da emissão de novas ações sinaliza os preços das ações podem
estar sobrevalorizados, fazendo com que o preço caia após o anúncio.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


O que diz a Teoria de Pecking Order?

 Dessa forma, Myers (2001) afirma que a teoria de pecking order explica
porque grande parte do financiamento externo é derivada da emissão de
dívidas e porque empresas mais lucrativas são menos endividadas.

 Isto não ocorre porque estas empresas possuem baixos níveis alvo de
endividamento, pois, de acordo com a teoria de pecking order, elas nem
possuem níveis alvo.

 Empresas mais lucrativas tem mais recursos internos disponíveis para


financiar suas atividades e empresas menos lucrativas necessitam de
financiamento externo para tanto (hipótese contrária a Teoria de Trade-Off).

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Modified Pecking Order (Myers, 1984)

 Mais consistente com as evidências empíricas por considerar ambos, a existência


de assimetria de informação e custos de dificuldades financeiras. De acordo com a
modified pecking order:

1) Para não correrem o risco de caírem no dilema “sub-investimento versus


emissão de ações subvalorizadas”, as empresas evitam ter de financiar seus
investimentos com a emissão de ações ou outros títulos de risco;
2) As empresas fixam índices de pagamento de dividendos de forma que o nível
normal de investimentos possa ser suprido por fundos gerados internamente;
3) A empresa pode planejar cobrir parte do seu investimento normal com novas
dívidas, mas tenta restringir o uso de dívida por duas razões: evitar custos de
dificuldades financeiras e manter reserva de capacidade de financiamento
(financial slack);
4) Visto que o pagamento de dividendos é obrigatório e as oportunidades de
investimento flutuam em relação ao fluxo de caixa interno, a empresa
esgotará, com o tempo, sua capacidade de emitir dívida de baixo risco. Neste
caso, a empresa se voltará primeiro para o uso de títulos menos arriscados
como dívida com risco ou títulos conversíveis, antes de emitir ações.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


O que há de errado com a Pecking Order?

 Huang e Ritter (2009) afirmam que a teoria de pecking order falha em


descrever o comportamento financeiro das empresas em momentos em que
o custo de capital próprio é menor que o custo de capital de terceiros, pois,
de acordo com a referida teoria, as empresas deveriam evitar
permanentemente a emissão de ações.

 Questão: O grau de assimetria informacional é fixo no mercado


financeiro? Não há janelas de oportunidade para a emissão de títulos?

“The pecking order theory cannot explain why financing tatics are not developed to avoid
the financing consequences of managers´ superior information.” (Myers, 2001, p. 95)

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Principais Conclusões para a Economia Brasileira
(Albanez, 2012)
 Principais Conclusões

 Os resultados obtidos nesta tese e em trabalhos anteriores realizados em


empresas brasileiras (Rossi Jr. e Jiménez, 2008; Minardi e Sanvicente, 2009)
estão em conformidade com os de Huang e Ritter (2009), sendo que,
quando o custo de capital próprio é alto, as empresas parecem seguir uma
pecking order, dando preferência para a utilização de dívida como fonte de
financiamento.

 Não obstante esta constatação, o fator de decisão está baseado no custo


de fontes alternativas de recursos e não apenas na hierarquia estabelecida
pela teoria de pecking order devido à assimetria informacional entre os
agentes de mercado.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Janelas de Oportunidade e
Teoria de Market Timing

(Baker e Wurgler, 2002)


Introdução

 Antes do influente trabalho de Baker e Wurgler (2002), diversos outros


trabalhos (Taggart (1977) analisaram a relação entre as variáveis:

 Preço e/ou retorno acionário versus volume de emissões de ações


(Taggart, 1977; Marsh, 1982; Jalilvand e Harris, 1984; Asquith e
Mullins, 1986; Ritter, 1991; Rajan e Servaes, 1997)

 Índice market-to-book* versus estrutura de capital das empresas


(Rajan e Zingales, 1995; Jung et al., 1996; Hovakimian, et al., 2001;
Hovakimian, 2004)

Considera-se que a teoria de market timing, atribuída a Baker e Wurgler


(2002), começou a ser desenvolvida a partir destes trabalhos.

*Índice market-to-book = Valor de Mercado da Empresa/Valor Contábil da Empresa


Profa. Dra. Tatiana Albanez
Teoria de Market Timing (Baker e Wurgler, 2002)

 Baker e Wurgler (2002) definem equity market timing como a prática de


emitir ações quando a empresa considera que estejam sobrevalorizadas e
recomprar quando considera que estejam subvalorizadas, com a intenção
de explorar flutuações temporárias no custo de capital próprio em relação a
outras fontes de financiamento.

 Espera-se que as empresas emitam ações em momentos de altos valores de


mercado, reduzindo a alavancagem em momentos oportunos para a
emissão de ações (relação negativa entre VM da ação e Alavancagem).

 Pergunta: em um mercado eficiente seria possível o comportamento de market timing?

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Market Timing (Baker e Wurgler, 2002)

 Baker e Wurgler (2002) realizaram regressões tendo como variável


dependente a alavancagem financeira e como variável independente uma
média histórica do índice market-to-book e verificaram uma relação
negativa persistente entre a alavancagem e valores de mercado históricos.

 Baker e Wurgler (2002) afirmaram ser difícil explicar este resultado dentro
das teorias tradicionais de estrutura de capital, como trade-off e pecking
order.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Teoria de Market Timing (Baker e Wurgler, 2002)

 Após Baker e Wurgler (2002), vários outros trabalhos foram desenvolvidos


tendo como objetivo examinar o comportamento de market timing, como:
Alti (2006), Hovakimian (2006), Kayhan e Titman (2007), Elliot et al. (2007) e
Huang e Ritter (2009).

 No Brasil, poucos trabalhos foram desenvolvidos sob esta abordagem,


podendo ser citados os trabalhos de Rossi Jr. e Jiménez (2008), Mendes et
al. (2009), Rossi Jr. e Marotta (2010), Vallandro et al. (2010), Albanez e Lima
(2014) e Albanez (2015).

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Brasil: Albanez (2012)

 Apesar de indícios do comportamento de market timing em companhias


brasileiras, o mesmo não é persistente em todo período, como em Baker e
Wurgler (2002).

 Os resultados, aparentemente, indicam que o comportamento de market


timing não determina a estrutura de capital de empresas brasileiras, mas
pode indicar também que o modelo utilizado não é capaz de identificar
tentativas de market timing por parte destas empresas, visto que grande
parte delas raramente emite novas ações após a abertura de capital.

 Ao analisar a relação entre custo e estrutura de capital, verifica-se que as


empresas estão atentas ao custo de diferentes fontes de captação de recursos
quando das suas decisões de financiamento, buscando aproveitar janelas de
oportunidade.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Custo e Estrutura de Capital: Huang e Ritter (2009)

Huang e Ritter (2009): Por que não utilizar uma medida direta para teste do
comportamento de market timing???

Medida:

 Quanto custa cada fonte de financiamento (capital próprio e de terceiros)


no momento?

 O que as empresas fazem em momentos de alto custo de capital (próprio


e terceiros) em suas decisões de financiamento (estrutura de capital)?

Simples assim...!

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Conclusões: Huang e Ritter (2009)

Diante dos resultados obtidos, Huang e Ritter (2009) afirmaram que ambas as
teorias, market timing e trade-off, são importantes determinantes da
estrutura de capital, sendo que:

Em períodos em que o custo de capital próprio é alto, as empresas parecem


seguir uma “pecking order”, dando preferência para a utilização de dívida
como fonte de financiamento externo, no entanto, a teoria de pecking order
falha em descrever o comportamento das empresas em períodos em que o
custo de capital próprio é baixo.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Outras Abordagens
Outras Abordagens

 Teoria da Inércia Gerencial : desempenho acionário e estrutura de


capital (Welch, 2004);

 Fatores Macroeconômicos e Institucionais versus Estrutura de


Capital (La Porta, et al, 1997; Falkender e Petersen, 2006, dentre
outros);

 Restrições, Flexibilidade Financeira e Decisões de Financiamento


(Fazzari, Hubbard e Petersen, 1988; Almeida e Campelo, 2007,
dentre outros).

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Conclusões
Capital Structure (Myers, 2001)

 Principais Conclusões sobre as Abordagens Teóricas:

 Não há uma teoria geral, mas todas parecem funcionar sob certas
condições, evidenciando os custos e benefícios de estratégias
alternativas de financiamento;

 Poder dos testes: uma proxy pode responder por mais de uma
teoria.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Por que Usar Capital Próprio Quando o Capital de
Terceiros é Mais Barato?

Um maior uso de capital de terceiros exerce certas pressões sobre os fluxos


de caixa das empresas;

O uso de capital de terceiros implica em custos de falência e outros custos


de agency, oriundos do conflito de interesses entre credores e acionistas;

O custo de falência pode acabar compensando as vantagens fiscais


oferecidas pelo capital de terceiros.

Mas....no Brasil....

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Principais conclusões para a economia brasileira

 Presença simultânea de recursos de terceiros com diferentes magnitudes de


custos financeiros (Ki):

Taxas livremente definidas pelo Custo real positivo


mercado normalmente elevado

Podem apresentar, inclusive, custo


Taxas subsidiadas
real negativo
(BNDES)

 O Ki é dependente não somente do risco financeiro (PO/PL), mas também da fonte;


 Principais pontos: racionamento de crédito, liquidez de mercado e risco de rolagem de
dívidas;
 Devido às elevadas taxas de juros da economia e a escassez de capital de longo prazo,
as empresas brasileiras se financiam mais com recursos próprios do que terceiros.

Profa. Dra. Tatiana Albanez Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO


Padrão do Financiamento de Companhias Brasileiras
 Padrão do financiamento de companhias brasileiras – Ministério da
Fazenda (2014):

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Financiamento dos Investimentos no Brasil

 Fontes de financiamento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)


de empresas e famílias:

Fonte: CEMEC - Centro de Estudos do IBMEC (2017).

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Composição do Exigível Financeiro

Fonte: Centro de Estudos do IBMEC (2017) – Nota CEMEC 04, Junho de 2017.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Subcapitalização e Decisões de
Estrutura de Capital

(Santos, 2014)
Subcapitalização e Estrutura de Capital
 Subcapitalização versus presença da figura dos JCP: os dois estimulam a
capitalização (efeito tributário JCP e mitigação de alavancagem);

 Propósito antielisivo e possível efeito indutor: estímulo à capitalização;

 Razões que levam o sócio a optar pelo aporte de recursos mediante


empréstimo em detrimento do aumento de capital: aspectos operacionais ou
societários, remuneração dos juros versus limite para dedução de JCP, etc.

 Estímulo a capitalização encontra respaldo na ordem econômica (função social


da empresa); garantia de crédito aos credores etc.;

 As teorias de trade-off e pecking order não levam em consideração como as


regras de subcapitalização afetam a estrutura de financiamento das cias, mas
pesquisas apontam que as regras de subcapitalização reduzem o
endividamento, afetando a estrutura de capital;

 Mas afinal, existe um efeito extrafiscal?


Profa. Dra. Tatiana Albanez
OBRIGADA!

e-mail: tatiana.albanez@usp.br
site: www.tatianaalbanez.com
face: @riskfinlab
Referências
ALBANEZ, T; VALLE, M. R. Impactos da Assimetria de Informação na Estrutura de Capital de Empresas Brasileiras Abertas. Revista
Contabilidade & Finanças. v. 20, n. 51, p. 6-27, set./dez. 2009.
ALBANEZ, T. Efeitos do Market Timing Sobre a Estrutura de Capital de Companhias Abertas Brasileiras. São Paulo, 2012. Tese (Doutorado) -
Departamento de Contabilidade, FEA/USP.
ALBANEZ, T.; LIMA, G. A. S. F. Effects of market timing on the capital structure of brazilian firms. International Finance Review, V. 15, P. 307-
351, 2014.
ALBANEZ, T. Impact of the cost of capital on the financing decisions of Brazilian companies. International Journal of Managerial Finance,
Forthcoming, 2015.
ALMEIDA, H., & CAMPELLO, M. (2007). Financial constraints, asset tangibility, and corporate investment. The Review of Financial Studies,
20(5), 1429–1460.
ALTI, A. How persistent is the impact of market timing on capital structure? The Journal of Finance. v. 61, n. 4, p. 1681-1710, Aug. 2006.
BAKER, M.; WURGLER, J. Market timing and capital structure. The Journal of Finance. v. 57, n. 1, p. 1-32, Feb. 2002.
BASTOS, D. D.; NAKAMURA, W. T.; BASSO, L. F. C. Determinantes da estrutura de capital das companhias abertas na América Latina: um
estudo empírico considerando fatores macroeconômicos e institucionais. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 10, n. 6,
nov/dez 2009.
BOOTH, L.; AIVAZIAN, V.; DEMIRGÜÇ-KUNT, A.; MAKSIMOVIC, V. Capital structures in developing countries. The Journal of Finance, v. LVI, n.
1, p. 87-130, February 2001.
BRITO, G. A. S.; CORRAR, L. J.; BATISTELLA, F. D. Fatores determinantes da estrutura de capital das maiores empresas que atuam no Brasil.
Revista Contabilidade & Finanças, v. 18, n. 43, p. 9-19, janeiro-abril 2007.
FAULKENDER, M., & PETERSEN, M. A. (2006). Does the source of capital affect capital structure? Review of Financial Studies, 19(1), 45–79.
FAMÁ, R.; BARROS; L. A. B. C.; SILVEIRA, A. M. A estrutura de capital é relevante? Novas evidências a partir de dados norte-americanos e
latino-americanos. Caderno de Pesquisas em Administração, 2001.
FAZZARI, S. M., HUBBARD, R. G., & PETERSEN, B. C. (1988). Financing constraints and corporate investment. Brookings Papers on Economic
Activity, 1(1), 141–206.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Referências
FLANNERY, M. J.; RANGAN, K. P. Partial adjustment toward target capital structures. Journal of Financial Economics. v. 79, n. 3, p. 469-506,
Mar. 2006.
HOVAKIMIAN, A. Are observed capital structures determined by equity market timing? Journal of Financial and Quantitative Analysis. v. 41, n.
1, p. 221-243, Mar. 2006.
HOVAKIMIAN, A.; LI, G. In search of conclusive evidence: how to test for adjustment to target capital structure. Journal of Corporate Finance.
v. 17, n. 1, p. 33-44, Feb. 2011.
HUANG, R.; RITTER, J. R. Testing theories of capital structure and estimating the speed of adjustment. Journal of Financial and Quantitative
Analysis. v. 44, n. 2, p. 237-271, Apr. 2009.
JENSEN, M. C. Agency costs of free cash flow, corporate finance, and takeovers. American Economic Review. v. 76, n. 2, p. 323-329, May
1986.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial
Economics. v. 3, n. 4, p. 305-360, Oct. 1976.
KAYHAN, A.; TITMAN, S. Firms’ histories and their capital structures. Journal of Financial Economics. v. 83, n. 1, p. 1-32, Jan. 2007.
KAYO, E. K.; KIMURA, H. Hierarchical determinants of capital structure. Journal of Banking & Finance, v. 35, p. 358–371, 2011.
KORAJCZYK, R. A.; LEVY, A. Capital structure choice: macro economic conditions and financial constraints. Journal of Financial Economics, v.
68, n. 1, p. 75-109, April 2003.
LA PORTA, R., LOPEZ-DE-SILANES, F., SHLEIFER, A., & VISHNY, R. W. (1997). Legal determinants of external finance. The Journal of Finance,
52(3), 1131–1150.
LEARY, M.; ROBERTS, M. Do firms rebalance their capital structures? The Journal of Finance. v. 60, n. 6, p. 2575-2619, Dec. 2005.
MACHADO, G. L. B.; MAIA, M. V. Custos de ajustamento e a dinâmica da estrutura de capital em empresas brasileiras. In: ENCONTRO
BRASILEIRO DE FINANÇAS, SOCIEDADE BRASILEIRA DE FINANÇAS, 9., 2009, São Leopoldo. Anais... São Leopoldo: Sociedade Brasileira de
Finanças, 2009.
MARTINS, H. C.; TERRA, P. R. S. Determinantes nacionais e setoriais da estrutura de capital na América Latina. Revista de Administração
Contemporânea – RAC, v. 18, n. 5, p. 577-597, 2014.

Profa. Dra. Tatiana Albanez


Referências
MARTINS, H. C.; TERRA, P. R. S. Maturidade do endividamento, desenvolvimento financeiro e instituições legais: análise multinível em
empresas latino-americanas. Revista de Administração da Universidade de São Paulo – RAUSP, v. 50, n. 3, p. 381-394, 2015.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M. H. The cost of capital, corporation finance and the theory of investment. The American Economic Review. v. 48,
n. 3, p.261-297, Jun. 1958.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M. H. Corporate income taxes and the cost of capital: a correction. The American Economic Review. v. 53, n. 3,
p.433-443, Jun. 1963.
MENDES, E. A.; BASSO, L. F. C.; KAYO, E. K. Estrutura de capital e janelas de oportunidade: testes no mercado brasileiro. Revista de
Administração Mackenzie - RAM. São Paulo, v. 10, n. 6, edição especial, p. 78-100, nov./dez. 2009.
MYERS, S. C. Determinants of corporate borrowing. Journal of Financial Economics, v. 5, p. 147-175, 1977.
MYERS, S. C. The capital structure puzzle. The Journal of Finance. v. 39, n. 3, p. 575-592, Jul. 1984.
MYERS, S. C. Capital structure. The Journal of Economic Perspectives. v. 15, n. 2, p. 81-102, Spring 2001.
MYERS, S. C.; MAJLUF, N. S. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal
of Financial Economics. v. 13, n. 2, p.
ROSSI JR., J. L.; JIMÉNEZ, J. I. C. Testes empíricos sobre market timing na determinação da estrutura de capital das empresas brasileiras. In:
ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - ENANPAD, 32., 2008, Rio
de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2008.
ROSSI JR., J. L.; MAROTTA, M. Equity market timing: testando através de IPO no mercado brasileiro. Revista Brasileira de Finanças. Rio de
Janeiro, v. 8, n. 1, p. 85-101, 2010.VALLANDRO, L. F. J.; ZANI, J.; SCHONERWALD, C. Estrutura de capital: um estudo empírico sobre a
ocorrência de equity market timing nas decisões de financiamento das companhias abertas brasileiras. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE
FINANÇAS, SOCIEDADE BRASILEIRA DE FINANÇAS, 10., 2010, São Paulo. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Finanças, 2010.
RAJAN, R. G.; ZINGALES, L. What do we know about capital structure? Some evidence from international data. The Journal of Finance, v. 50,
n. 5, p. 1421-1460, December 1995.
SANTOS, R. T.. As regras tributárias de subcapitalização: entre a antielisão e o estímulo à capitalização societária. A influência das teorias
econômicas (trade-off e pecking-order) na estrutura de capital das pessoas jurídicas. Rev. Dialética de Direito Tributário, vol. 225, 2014,
pp.147-162.
Profa. Dra. Tatiana Albanez
Referências
SANTOS, M. A. Determinantes da estrutura de capital de empresas em diferentes cenários econômicos e institucionais: um estudo
comparativo. Dissertação de Mestrado - Departamento de Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013.
STREBULAEV, I. A. Do tests of capital structure theory mean what they say? The Journal of Finance. v. 62, n. 4, p. 1747-1787, Aug. 2007.
TARANTIN, JR.; W.; VALLE, M. R. Estrutura de capital: o papel das fontes de financiamento nas quais companhias abertas brasileiras se
baseiam. Revista Contabilidade & Finanças, v. 26, n. 69, p. 331-344, 2015.
TERRA, P. R. S. Estrutura de capital e fatores macroeconômicos na América Latina. Revista de Administração, São Paulo, v.42, n.2, p.192-204,
abr./maio/jun. 2007.
WELCH, I. Capital structure and stock returns. Journal of Political Economy. v. 112, n. 1, p. 106-131, Feb. 2004.

Profa. Dra. Tatiana Albanez

Você também pode gostar