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AULA 03 – NUTRIÇÃO NOS CICLOS


DA VIDA

2
Nutrição Materno-Infantil
1º trimestre
Até 13ª semana

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
9 meses 2º trimestre
Gestação
40 semanas Até 26ª semana

3º trimestre
Até o nascimento

3
Alterações Funções
Volume e composição
cardiovascular e
fisiológicas sanguíneos
pulmonar

NUTRIÇÃO
Expansão doE DIETÉTICA Débito cardíaco
volume (50%) aumenta

Diminuição da Aumento na
albumina demanda de
oxigênio (20 a 30%)
Edema
Dispneia
4
Alterações
Função
Função renal
fisiológicas gastrointestinal

Primeiro trimestre
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA Filtração
náuseas e vômitos
glomerular
Alterações no aumenta (50%)
paladar

Progesterona na eficiência da
Constipação intestinal eliminação: Ur, Cr,
Refluxo gástrico àc. úrico
5
Placenta
Reduz proteínas séricas.
Modifica o metabolismo do
Estrogênio ácido fólico e dos carboidratos.
Favorece o desenvolvimento do
tecido glandular mamário

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
Placenta Hormônios
Essencial para implantação e
placentação.
Reduz os movimentos
Progesterona peristálticos.
Nutrientes, oxigênio e Favorece a deposição de
produtos de eliminação gordura.
Aumenta a excreção de sódio.

6
Fatores de risco na
gestação
Idade, paridade, peso, altura, tabagismo e álcool

Anemia
Gestação:
Desnutrição, obesidade
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA baixo ou
médio
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
riscos.

Diabetes melito (DM)

Cardiopatias

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Avaliação nutricional da gestante

Antropometria

Avaliação nutricional
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
Consumo alimentar

Avaliações bioquímicas e
químicas

8
Medidas antropométricas
✓ Peso, estatura, circunferência braquial, dobra cutânea
tricipital.

✓ Indicadores essenciais: ganho de peso; índice de massa


corporal (IMC).

✓ Indicadores da nutrição materna e fetal: altura uterina;


circunferência da panturrilha.
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Ministério da Saúde: curva de IMC de acordo com a idade gestacional

O - Obesidade
S - Sobrepeso
A - Adequado
BP - Baixo peso

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

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Classificação do estado nutricional e recomendação
para o ganho de peso

NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

11
Consumo alimentar

Recordatório de 24 h
Inquérito de Frequência
Inquérito por Registro
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
História Alimentar

Objetivo: identificação de possíveis erros alimentares que


podem prejudicar a saúde da gestante e do feto.

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Parâmetros hematológicos

13
O valor da hemoglobina – 11,0 g/dL – é o mais cobrados
nas provas quando o assunto é anemia na gestação.

14
Diabetes gestacional

Jejum
TTOG 75 g 2h*
Rastreamento ≥110 mg/dL ou Diabetes
positivo 24 a 28 gestacional
semanas 2ª h ≥ 140
mg/dL

Rastreamento Diabetes
≥ 110 mg/dL
positivo gestacional

15
Diabetes gestacional – SBD (2019-2020)

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Síndrome Hipertensiva da Gestação

Pré-eclâmpsia

Elevação da pressão arterial – pressão sistólica ≥ 140 mg/dL e pressão


diastólica ≥ 90 mg/dL.

Proteinúria numa quantidade superior a 300 mg/24 h e edema.

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Síndrome HELLP
H = hemólise, EL = aumento das enzimas hepáticas, LP = plaquetopenia

Complicação mais grave de gestantes que desenvolvem eclâmpsia e


resulta em sério comprometimento hepático. As manifestações estão
associadas a trombose, hemólise, enzimas hepáticas - transaminase
glutâmico oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico pirúvica (TGP)
elevadas, e um número baixo de plaquetas (< 100.000 células/mm³).

18
A anemia na gravidez é caracterizada quando os valores de
hemoglobina são iguais ou menores que:
a) 11 g/dL
b) 12 g/dL
c) 13 g/dL
d) 14 g/dL

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Nutrição na gestação

Energia

Energia = 300 kcal/dia - a partir do segundo trimestre

VET = gasto energético basal x fator atividade física (+adicional ou não)

Não se recomenda, normalmente, a redução de peso para uma gestante.

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Proteína
OMS
6 g/dia durante todo o período gestacional

1,2 g --------- primeiro trimestre


6,1 g --------- segundo trimestre
10,7 g ------- terceiro trimestre

NRC - National Research Council


10 a 15 g/dia

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Lípides

Lípides: máximo 30% do VET

Ômega-6 e ômega-3: devem ser ofertados diariamente.

Importantes: funcionamento do sistema uteroplacentário, desenvolvimento do


sistema nervoso e retina fetal (e dos lactentes).

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750 mcg de RE ou 2800 UI

Vitamina A
Até 18 anos de idade

770 mcg de RE ou 3000 UI


> 18 anos de idade

> 10.000 UI
Teratogênese

23
Vitamina C Vitamina D

5 mcg (200
+ 10 mg/dia
UI)/dia

80 mg a 85
mg/dia
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Eritropoiese materna

600 mcg
Crescimento fetal e
Ácido fólico placentário

Defeitos no tubo neural

UL: 800 a 1000 mcg/dia

Fortificação das farinhas (trigo e milho) - 140 mcg de ácido fólico/100 g de farinha.

25
Cálcio

1300 mg/dia
Até 18 anos de
idade
UL: 2500 mg/dia

1000 mg/dia
> 19 anos de
idade

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Ferro
Mulheres grávidas - dietas balanceadas -
suplementação com 30 mg.
RDA: 27 mg/dia
UL: 45 mg/dia Anemia - 60 a 120 mg de ferro ferroso.

"A anemia materna, definida por um valor de hematócrito inferior a 32% e um


nível de hemoglobina inferior a 11 g/dL, ocorre em algumas mulheres grávidas
que não usam suplementos de ferro ou estão anêmicas quando engravidam".

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Zinco
RDA - 11 mg (> 19 anos de idade) e 12 mg (até 18 anos de idade).
UL - 34 mg/dia (gestantes adolescentes) e 40 mg/dia (19 a 50 anos de idade).

Sódio
Restrição de sódio - não é indicada.
Sódio - deve ser maior que 2 a 3 g/dia.

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Durante o período gestacional, é importante que haja ingestão
aumentada dos seguintes nutrientes:

a) fósforo, ferro e cálcio

b) proteína, ácido fólico e lipídeos

c) ferro, zinco e biotina

d) proteína, ferro e ácido fólico

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Orientações para queixas comuns da gestação
Mal-estar matinal, náuseas e vômitos
Fatores causais: questões psicológicas (angústia, ansiedade, insegurança) e hormonais,
com redução da motilidade gástrica e refluxo gastroesofágico

Orientações dietéticas:
✓ ingerir alimentos secos pela manhã (ricos em carboidratos);
✓ dieta fracionada e com menor volume;
✓ não ingerir líquidos durantes as refeições;
✓ evitar pratos gordurosos - frituras ou com odores fortes;
✓ se possível, não ficar próximo ao local de preparo dos alimentos;
✓ preferir temperos suaves a picantes;
✓ utilizar gengibre (inclusive nas preparações) e observar se há melhora dos sintomas;
✓ evitar alimentos que causem desconforto e intolerância;
✓ consumir frutas e alimentos com caldo nos intervalos das refeições;
✓ evitar a monotonia da dieta e deitar após o almoço e o jantar.
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Pirose (azia)
Orientações dietéticas:
✓ fracionar a dieta (em seis vez ao dia);
✓ reduzir o volume;
✓ não ingerir líquidos junto as refeições;
✓ não utilizar leite puro para a neutralizar o sintoma;
✓ não deitar após as grandes refeições;
✓ elevar a cabeceira da cama;
✓ mastigar bem e devagar em ambiente calmo, e
✓ evitar o consumo de álcool, café, chá mate, frituras, pastelaria, doces, alimentos
que causem desconforto.

❖ Não é necessária a abstenção do consumo de frutas ácidas.


❖ O tabagismo deve ser desaconselhado.
31
Constipação intestinal

Orientações dietéticas:
✓ alimentos ricos em fibras (frutas, verduras, legumes);
✓ alimentos com propriedades laxativas (mamão e ameixa);
✓ farelo de trigo ou aveia, integrais;
✓ hidratação adequada;
✓ alimentos flatulentos (ricos em enxofre) devem ser evitados;
✓ mastigação adequada, comer devagar e em ambientes tranquilos.

❖ Não se deve orientar o uso de laxantes.


❖ A abordagem nutricional nos casos de hemorroidas é a mesma para a constipação
intestinal.
32
Picamalácia: consumo de substâncias estranhas (gelo, argila, terra, sabão, papel e outros).
Orientações dietéticas:
Substituir a substância por um alimento preferencial; evitar a substância que causa a
compulsão.
Consequências para a gestante: infecções por parasitas, contaminação por substâncias tóxicas e
até deficiência de nutrientes.

Sialorreia ou ptialismo: aumento na produção da saliva.


Orientações dietéticas:
Ingerir frutas com bastante caldo, aumentar a ingestão de líquidos, fracionar a dieta (seis vezes
ao dia) e em menor volume, procurando deglutir a saliva.

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Lactação

O aleitamento materno (AM) é a forma mais adequada de


alimentação e nutrição para os bebês.

Não existe nenhum outro leite (de outra espécie animal), outro alimento
ou fórmula industrializada que ofereça todos os ingredientes e benefícios
do leite materno.

34
Avaliação do estado nutricional da nutriz
Indicador mais utilizado é o peso corporal

Perda de peso Gestante 0,6 a 0,8


no pós-parto eutrófica kg/mês

30 dias
IMC 20,3 kg/m²
pós-parto Nutriz em risco nutricional

Adiposidade DCT, DCB,


corporal DCSE, DCSI

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Recomendações
nutricionais para Carboidratos 210 g/dia para todas
as idades
a fase de lactação

25 a 30% das calorias


Lipídios totais

Nutrientes
PUFAS (w3 e w6) 1,3 g/dL

675 kcal/dia e 460


kcal/dia
19 g/dia - primeiro
Proteína semestre e 12,5 g/dia -
segundo semestre
36
Orientações nutricionais

✓ Evitar longos períodos de jejum, A produção de


✓ fracionar a alimentação em seis refeições, leite não é
prejudicada ou
✓ preferência deve ser dada aos alimentos regionais, favorecida pelo
✓ ingestão de 2 a 3 litros de líquidos → produção do leite consumo de
nenhum tipo de
✓ desencorajar dieta com menos de 1800 kcal, alimento
✓ desestimular o uso de edulcorantes artificiais,
✓ avaliar o uso de alimentos alergênicos caso o bebê apresente cólicas ou gases.
.
37
Aleitamento materno

Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente


leite materno, diretamente da mama, ou leite humano ordenhado, e
nenhum outro alimento líquido ou sólido, com possível exceção para
medicamentos; ou seja, toda a energia e nutrientes são fornecidos
pelo leite materno.

38
Aleitamento materno predominante: quando
o lactente recebe, além do leite materno, água
ou bebidas à base de água, como sucos de
frutas ou chás, mas não recebe outro leite.

Aleitamento materno: quando a criança


recebe leite materno, diretamente do seio
ou dele extraído, independentemente de
estar recebendo qualquer alimento,
incluindo leite não-humano.
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Aleitamento materno complementado:
quando a criança recebe, além do leite
materno, qualquer alimento sólido ou
semissólido com a finalidade de
complementá-lo, e não de substituí-lo.

Aleitamento materno misto ou parcial:


quando a criança recebe leite materno e
outros tipos de leite.

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Vantagens do aleitamento materno - para a criança
✓ Aumento do vínculo afetivo, da autoestima e da segurança.
✓ Especificidade de espécie e melhor digestibilidade.
✓ Favorece a microbiota intestinal não patogênica.
✓ Menor incidência de cáries e má oclusão.
✓ Redução da incidência e gravidade de infecções.
✓ Redução do risco de alergias.
✓ Melhor evolução cognitiva.
✓ Menor risco de morte súbita do lactente.
✓ Menor risco de doenças crônicas no futuro.
41
Vantagens do aleitamento materno - para a mãe
✓ Recuperação pós-parto.
✓ Favorecimento de perda de peso.
✓ Redução do risco de câncer de mama e ovário.
✓ Vivência prazerosa e única, satisfação pessoal e diminuição do risco
de depressão pós-parto.
✓ Fortalecimento do vínculo entre a mãe e bebê.

42
Noções de fisiologia da
lactação

Sucção

Prolactina

Ocitocina

Manhan, 2018
43
Dez passos para o sucesso do aleitamento materno

Política de aleitamento materno escrita

Capacitar toda a equipe

Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno

Iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento

Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos
filhos

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Não oferecer bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação
médica e/ou de nutricionista

Praticar o alojamento conjunto

Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda

Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a recém-nascidos e lactentes

Grupos ou outros serviços de apoio à amamentação

45
Observação da mamada
Sinais de pega correta
1. Boca bem aberta.
2. Abocanha a região mamilo-areolar.
3. Lábio inferior voltado para fora e o superior para cima.
4. Visualiza mais aréola superior que a inferior (pega
assimétrica).
5. Queixo toca a mama.
6. Nariz toca a mama.
7. Bochecha arredondada.
8. Mama arredondada.
9. Se baixar o lábio inferior, é possível visualizar a língua do
bebê.
10. Coordena a sucção, a deglutição e a respiração.
11. Não provoca dor.
46
Observação da mamada

Sinais de posição correta


1. Bebê se aconchega até o peito da mãe, abraçando-a.
2. Barriga do bebê encosta-se ao corpo da mãe.
3. O rosto do bebê fica de frente para a mama (com o nariz na
altura do mamilo)
4. Cabeça e coluna do bebê alinhadas (retas).
5. Nádega do bebê apoiada na mão da mãe (recém-nascido).

47
Dificuldades no aleitamento materno

Ingurgitamento
mamário

Fissuras e
Mastite
rachaduras

48
Contraindicações
✓ Infecção pelo vírus da imunodeficiência humano (HIV).
✓ Herpes-vírus simples: contraindicado em casos de lesão na mama.
✓ Vírus da hepatite C: contraindicado em caso de lesão no mamilo ou carga viram elevada.

Causas de interrupção do AM

✓ Chupeta
✓ Técnicas de sucção
✓ Baixa produção de leite
✓ Suporte inadequado ao AM

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Fármacos contraindicados

Anfetamina
Ciclosporina
Metotrexato
Cocaína
Outras substâncias
Heroína
Maconha
Álcool
Cafeína
Tabagismo

50
Colostro Leite de transição Leite maduro

Produzido até o 7º dia pós-parto Produzido no período Produzido em torno do 15º dia
Aspecto amarelado (caroteno) intermediário entre o colostro e o após o parto.
Espesso leite maduro (entre o 7º e o 14º Podem ser observadas variações
Proteínas (alta concentração) dias após o parto). entre mães, mamas e até
Vitaminas: hidrossolúveis e Sofre mudanças na composição mamadas. Possui 71 kcal/dL
lipossolúveis (A, E) e no volume até se transformar
Minerais (Na, K, Cl e Zn) no leite maduro.
Gordura
Lactose
Imunoglobulinas (IgA, IgM, IgG) Colostro
Lactoferrina
Linfócitos e macrófagos Caroteno
Fator bífido (responsável pelo Proteína
crescimento do Lactobacillus
bifidus).
Imunoglobulina
67 kcal/dL
Volume variável - 2 a 20 ml por
mamada. 51
P Proteína
Lactoalbumina (60%)
C Carboidrato
Lactose

Lipídios
L Ácidos graxos
Vitaminas lipossolúveis

52
O leite materno é um alimento completo e apresenta na sua composição em torno de
200 constituintes, dente eles, água, proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas,
minerais, anticorpos e hormônios. Sobre a composição do leite materno, é possível
afirmar que:

a) existe duas fases de lactação, colostro e leite maduro.


b) o colostro dura aproximadamente 7 dias e tem uma cor amarelada proporcional as altas
concentrações de vitaminas A e E.
c) o leite maduro apresenta elevada concentração de lactose e gordura e, menor
concentração de imunoglobulinas e proteínas.
d) o leite maduro oferta em torno de 700kcal/dL.
53
Primeira infância: lactentes
Primeira infância considera o primeiro ano de vida.

Recém-nascidos são assim chamados até os primeiros 28 dias após o


nascimento.

A partir dos 29 dias pós-nascimento até os 2 anos de idade temos


os lactentes.

54
Avaliação do estado nutricional

Intensas transformações

o Peso: dobra aos 6 meses e triplica aos 12 meses.


o Estatura: primeiros 12 meses 50% (25 cm).
o Perímetro cefálico: primeiros 12 meses 40% (de 35 cm para 47 cm).

Perímetro
Peso Comprimento cefálico

55
97% - Sobrepeso
> 3 e < 10% - baixo peso
< 0,1% – muito baixo peso

56
Recomendações nutricionais
Proteína
AI – 0 a 6 meses – 9,1 g/dia ou 1,52 g/kg/dia
RDA – 7 a 12 meses – 11 g/dia ou 1,2 g/kg/dia
Carboidrato
AI – 0 a 6 meses – 60 g/dia
AI – 7 a 12 meses – 95 g/dia
Lipídios:
AI – 0 a 6 meses – 31 g/dia
AI – 7 a 12 meses – 30 g/dia
57
Cálcio Ferro Vitamina A Vitamina D
AI RDA AI Necessidade –
primeiro ano de vida
0 a 6 meses - 400 – 200 UI/dia
0 a 6 meses - 200 7 a 12 meses - 11 mcg/dia (leite materno – 25
mg/dia mg/dia UI/L)
7 a 12 meses - 500
mcg/dia
7 a 12 meses - 260
mg OMS

0 a 6 meses - 375
mcg/dia
Reposição: 400 UI/dia (via
oral)
7 a 12 meses - 400
mcg/dia
58
Alimentação complementar

❖ Alimentos associados ao aleitamento materno oferecido ao lactente.

❖ A partir do sexto mês de vida, os alimentos complementares


devem ser oferecidos à criança de maneira lenta e gradual.

❖ Os alimentos devem ser oferecidos na forma de papa ou purês


(preferencialmente amassados com garfo), posteriormente
apenas amassados e/ou cortados em pedações pequenos.

59
Quais seriam os alimentos recomendados?

✓ Cereais e tubérculos: arroz, macarrão, farinhas, aipim, batata-doce, batata,


cará, batata-baroa, inhame.
✓ Hortaliças e frutas: folhas verdes, beterraba, abóbora, cenoura, quiabo,
tomate, banana, abacate, mamão, melancia, manga.
✓ Carnes e ovos: frango, codorna, peixes, boi, vísceras (miúdos), ovos.
✓ Grãos: feijões, lentilha, ervilha seca, soja, grão-de-bico.

60
Esquema alimentar para crianças amamentadas

A “papa” deve conter todos os grupos de alimentos!


Óleo vegetal em pouca quantidade.

61
Esquema alimentar para crianças não amamentadas

Fórmula
láctea

Desaconselhado o uso do leite de vaca integral, líquido ou em pó para


crianças menores de 1 ano de idade.
62
Existe algum alimento contraindicado?

✓ Açúcar
✓ Enlatados
✓ Refrigerantes
✓ Balas
✓ Salgadinhos
✓ Biscoitos recheados e Mel
✓ Alimentos com grandes quantidades de Clostridium botulinum
açúcar, gordura e corantes especialmente nos
primeiros anos de vida
✓ Sucos artificiais

63
A forma de introdução dos alimentos na dieta do lactente deve ser:
a) Alimentos como cereais ou tubérculos só devem ser introduzidos no oitavo
mês devido à carência de amilase comum até esta idade.
b) A carne deve ser introduzida no quarto mês devido à deficiência de ferro
encontrada no leite.
c) Apenas a partir do nono mês devem ser dadas hortaliças cruas para
aumentar o conteúdo de fibras.
d) Frutas podem ser introduzidas no sexto mês na forma de papas ou
raspadinhas.
e) O sal e o açúcar só devem ser introduzidos a partir do sexto mês de vida.
64
Nutrição na segunda infância: idade pré-escolar

Faixa etária de 1 a 6 anos

Ritmo menos acelerado de crescimento

Redução das necessidades de nutrientes e do apetite

Inapetência do pré-escolar
Neofobia: dificuldade de aceitar alimentos novos ou desconhecidos.
Picky/fussy eating: rejeição pela criança de uma grande variedade de alimentos.

65
Características fisiológicas

✓ Sistemas metabólico e digestivo compatíveis com os do adulto.


✓ Volume gástrico pequeno (200 a 300 ml).
✓ Controle dos esfíncteres.
✓ Alterações da cavidade oral (erupção de dentes).
✓ Apetite inconstante.
✓ Preferências alimentares principais determinando a ingestão.
✓ Interesse em manipular talheres ou alimentos com as mãos.
✓ Comportamento dependente.
✓ Mudanças no ciclo vital familiar com o nascimento de irmãos.
66
Avaliação nutricional
Medidas mais sensíveis do crescimento: peso e estatura

5 a 7 cm/ano
10 cm/ano
25 cm/ano > 2 anos
2º ano
1º ano

67
Índices antropométricos
peso para a idade (P/I) Interpretação
E/I: reflete o crescimento linear;
estatura para idade (P/I) comprometimentos crônicos do início da
infância.
peso para estatura (P/E)
IMC a partir dos dois anos de idade P/E: representa a harmonia entre o peso e a
estatura; comprometimentos agudos.

P/I: reflete comprometimentos agudos e


crônicos, mas não permite a diferenciação
entre eles.

68
Classificação da estatura/idade (OMS):
Adequada
Escore Z ≥ -2 DP; Percentil ≥ 3
Classificação do estado nutricional (OMS)
Baixa estatura
IMC/idade
Escore Z < -2 DP; Percentil < 3
Baixo peso = Escore Z < -2 DP; Percentil < 3
Excesso de peso = Escore Z ≥ + 1DP; Percentil ≥ 85
Obesidade = Escore ≥ + 2DP; Percentil ≥ 97

69
Classificação da
estatura/idade IMC/idade

Adequada Baixo peso


Escore Z ≥ -2 DP Escore Z < -2 DP
Percentil ≥ 3 Percentil < 3

Baixa estatura Excesso de peso


Escore Z < -2 DP Escore Z ≥ + 1DP
Percentil < 3 Percentil ≥ 85

Obesidade
Escore ≥ + 2DP
Percentil ≥ 97
70
Adequada
Escore Z ≥ -2 DP

Baixa estatura
Escore Z < -2 DP

71
Uma antropometria, avaliada
segundo as curvas de crescimento
da Organização Mundial de Saúde,
apresentou o seguinte resultado:
peso/idade de 1,4 score‐z;
altura/idade de – 0,8 score‐z; e
IMC/idade de 1,7 score‐z. Nesse
caso hipotético, o resultado
mostra que a pessoa está:

a) com sobrepeso
b) com deficit de estatura
c) desnutrida de forma aguda
d) eutrófica.
e) obesa.
72
Recomendações nutricionais

Adicional de 20 kcal
Energia deve ser mantido
Carboidratos - 55 a 60% até os 8 anos de
EER idade
Lipídios - 25 a 35%

Proteína
Ferro 1- 3 anos: 1,1 g/kg/dia ou 130 g/dia
Cálcio 4-8 anos: 0,95 g/kg/dia ou 19 g/dia
Zinco 9-13 anos: 0,95 g/kg/dia ou 34 g/dia
Vitamina A

73
Em relação aos indicadores antropométricos recomendados para a
avaliação do crescimento e desenvolvimento de crianças, assinale a
alternativa que apresenta o indicador que melhor reflete o efeito
cumulativo de situações adversas sobre o desenvolvimento da criança.
a) Peso para a idade.
b) Peso para a estatura.
c) Índice de massa corporal para a idade.
d) Estatura para a idade.

74
Nutrição na segunda infância: idade escolar

Idade escolar: 7 a 10 anos

Ritmo de crescimento é constante 5 a 7 cm por ano

Fatores genéticos e hormonais - maior relevância!

75
Características fisiológicas e comportamentais:

✓ O ganho de peso é proporcionalmente maior do que o crescimento da


estatura.
✓ As crianças tornam-se mais fortes, mais rápidas e mais coordenadas.
✓ Pode haver aumento do percentual de gordura corporal, como preparo
para o estirão puberal.
✓ Dependendo da maturidade, pode ter início o aparecimento de
características sexuais secundárias.

76
✓ A maioria dos dentes permanentes aparece nessa idade.
✓ Sistema digestório mais desenvolvido, volume gástrico compatível com o do
adulto.
✓ Maturidade nos aspectos psicomotor, emocional, social e cognitivo.
✓ Atividades diárias (culturais, desportivas, recreativas) perpassam a vida
escolar.
✓ Criança mais independente, apresentando senso crítico.

77
Nutrição do adolescente
Puberdade

Faixa etária dos 10 a 19 anos de idade

Fase inicial

Caracteres sexuais
Estirão
secundários

78
Na adolescência, o indivíduo adquire 15% da sua
estatura definitiva, 45% da sua massa esquelética
máxima e 50% do seu peso adulto.

79
Avaliação nutricional
➢ Circunferência do pescoço

Meninos - 32 a 30 cm Meninas - 30,5 até 34,6 cm

➢ Índices ou indicadores antropométricos

A OMS e o MS adotam IMC/I e a E/I. Classificação:


IMC = baixo peso ou baixo IMC para a idade, o risco de excesso de peso
(obesidade).
E/I = déficit de estatura (estatura ou altura baixa para a idade, ou seja, de
crescimento).
80
Características do adolescente de acordo com o gênero e o estágio de
maturação sexual de Tanner

Estágio 3
Meninos
Estirão do crescimento - 15 a 20,5
cm
Idade ± 14 anos
Maturação sexual

Estágio 2
Meninas
Estirão do crescimento - 7,5 a 12,5
cm
Idade ± 12 anos
81
Recomendações nutricionais
Fibras: a AI para a oferta das fibras
alimentares é de 14 g/1000 kcal
Energia
EER = gasto energético total + energia de deposição (25 kcal)

Proteína
9-13 anos de idade: EAR = 0,76 g/kg/dia e RDA = 0,95 ou 34 g/dia (g/kg/dia)
14-18 anos de idade:
meninos: EAR = 0,73 g/kg/dia e RDA = 0,85 ou 52 g/kg/dia
meninas: EAR = 0,71 g/kg/dia e RDA = 0,85 ou 46 g/kg/dia

82
Micronutrientes

Cálcio: 1300 mg/dia.

Ferro
meninos: 9-13 anos = 8 mg/dia e 14-18 anos = 11 mg/dia;

meninas: 9-13 = 8 mg/dia e 14-18 anos = 15 mg/dia.

Zinco
meninos: 9-13 anos = 8 mg/dia e 14-18 anos = 11 mg/dia;

meninas: 9-13 anos 8 mg/dia e 14-18 anos = 9 mg/dia.

83
Os índices antropométricos amplamente usados e recomendados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotados pelo Ministério da Saúde
na avaliação do estado nutricional de adolescentes são:
a) pregas cutâneas e circunferência abdominal.
b) pregas cutâneas e IMC.
c) pregas cutâneas e IMC/I.
d) IMC/I e E/I.

84
Nutrição do adulto
Avaliação nutricional
Dobras
cutâneas
Perímetro da
IMC
cintura

Peso
Indicadores Relação C/Q
Estatura

85
Risco aumentado
≥ 94 cm

Homens
Risco muito
aumentado
≥ 102 cm

CC
Risco aumentado
≥ 80 cm

Mulheres
Risco muito
RCQ aumentado
Homens > 1 ≥ 88 cm
Mulheres > 0,85

86
Recomendações nutricionais
EER
Referência: indivíduos ativos de 19 anos de idade - 3067 kcal/dia e 2403 kcal/dia para
os gêneros masculino e feminino respectivamente.
RDA
Proteína: 0,8 g/kg/dia (ambos os gêneros).
Carboidratos: 130 g/dia (ambos os gêneros).
Fibras: homens de 19-50 anos de idade - 38 g/dia; mulheres de 19-50 anos de idade -
25 g/dia.
AI
Lipídios: ácido linoléico e α-linolênico (1,6 g/dia e 1,1 g/dia para ambos os gêneros).
87
Proteína
10 a 35%

Lipídio
20 a 35%

AMDR
Carboidrato
45 a 60%

Ácido linoléico
5 a 10%

Ácido alfa-linolênico
0,6 a 1,2%

88
As medidas antropométricas podem ser associadas para a formação de
índices com diferentes finalidades, a depender da fase do curso da vida.
Na avaliação antropométrica de adultos (20 a 59 anos), a utilização do
IMC (Índice de Massa Corporal) e o perímetro:

a) do bíceps.

b) do abdômen.

c) da panturrilha.

d) da cintura.
89
Nutrição do idoso
➢ Alteração da composição corporal

Sarcopenia é a condição de redução involuntária


da massa muscular que ocorre no envelhecimento.
Está associada a diminuição da força muscular,
comprometendo a capacidade funcional a
autonomia do idoso.

90
➢ Diminuição do metabolismo basal

Queda na taxa de metabolismo basal de aproximadamente 10 a 20%.

➢ Diminuição da acuidade dos órgãos dos sentidos

Olfato
Gustação

➢ Alterações da cavidade oral

Falta dos dentes; próteses mal adaptadas; cáries; doenças periodontais;


xerostomia; dificuldades de mastigação; inadequação mecânica e enzimática

91
➢ Alterações esofágicas

"A disfagia pode ser entendida como "desordem na deglutição


e/ou potencial incapacidade em deglutir, com prejuízo na
segurança, na eficiência e na qualidade de comer e beber.
Representa um risco importante para a aspiração da dieta e a
má nutrição".

92
➢ Alterações gástricas
Gastrite atrófica

Redução da produção do Suco gástrico

Anemia perniciosa

Anemia por carência de ferro

Esvaziamento gástrico também é reduzido

93
➢ Alterações intestinais
Absorção
Digestivo
Esvaziamento gástrico
Fluxo sanguíneo intestinal

➢ Alterações metabólicas
O processo de envelhecimento também repercute nas funções de pancreáticas,
hepáticas e renal.

➢ Alterações na atividade física

94
Avaliação nutricional do idoso

Antropometria e
Exame físico composição
corporal
Obesidade ou excesso de
peso ≥ 27
Avaliação do
Avaliação
consumo
bioquímica
alimentar
Eutrofia IMC
22-27 (kg/m²)
Miniavaliação
Nutricional (MAN) Desnutrição ou
magreza ≤ 22

95
Recomendações nutricionais para o idosos

➢ Energia: 2000 kcal/dia para homens idosos e 1600 kcal/dia para mulheres
idosas

➢ Macronutrientes
✓Proteína: 10 a 35%
✓Lipídios: 20 a 35%
✓Carboidratos: 45 a 65%
✓Fibras (25 a 30 g/dia)
✓Fitoquímicos.

96
Micronutrientes

CÁLCIO
As recomendações para homens e mulheres com mais de 50 anos são 1200 mg a
2500 mg/dia.

➢ Água
30 a 35 mL/kg (mínimo 1500 ml/dia)
1 a 1,5 mL/kcal

97
Problemas comuns do envelhecimento podem comprometer o estado nutricional
do indivíduo idoso e merecem ser considerados na avaliação do estado nutricional
dessa população. São causas de desnutrição no idoso, exceto:

a) Distúrbio de deglutição, demência ou incapacidade de preparar o próprio


alimento.

b) Capacidade diminuída na regulação do equilíbrio hídrico, diminuição do paladar e


uso de medicamentos.

c) Depressão, redução da capacidade olfativa e hospitalizações frequentes.

d) Dificuldade de mastigação devido ao uso de próteses dentárias ou pela falta de


dentes e xerostomia.
98
OBRIGADA!

99
100

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