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Introdução
No atual estágio em que se encontra o estudo jurídico no Brasil, parece-
nos que é uma exigência técnica explorar aquilo que é fundante do Direito,
que lhe é base e não decorrência, o conjunto dos princípios jurídicos que se
apresenta especialmente no texto constitucional. Os princípios devem lastrear
todas as atividades jurídicas, sejam interpretativas, normativas, aplicativas ou
integrativas. Contudo, não é o que temos encontrado. A praxe nos mostra que
os juristas não têm dado a devida importância aos princípios. Parte-se de um
segundo momento, deixando-os de lado como se nada representassem para o
sistema.
Assim, este trabalho tem por objetivo discorrer sobre os princípios e sua
importância, já que estão na base do nosso arcabouço jurídico. Procuraremos
conciliar as definições clássicas1 (infra, n.2) que os colocam em posição de
destaque sob a ótica material, com a não menos clássica divisão das normas
jurídicas em princípios e regras.
Neste ponto, mister uma ressalta. Toda vez que falarmos em princípio,
o faremos sob o enfoque constitucional. Como a Constituição é o conjunto das
normas mais importante de um sistema jurídico e está no ápice da pirâmide
normativa, mutatis mutandis, devemos vislumbrar os princípios (normas
fundamentais hipotéticas ou não) de forma idêntica.
3. Apenas à guisa de exemplo, Joaquín Rodríguez-Toubes Muñiz (2000, p.30) e José Afonso
2. Ivo Dantas (1995) reconhece a diferença entre princípio e norma. da Silva (2001, p.95).
4. Reza o art. 4° da Lei de Introdução ao Código Civil: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá 5. No mesmo sentido, Luís Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos (2003, p.155). Sobre a
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” questão, recomendamos a leitura de Paulo de Barros Carvalho (2003).
9. Sobre a questão do conflito de leis, recomendamos a leitura de Maria Helena Diniz (2002, 10. Sobre o princípio da igualdade, recomendamos a leitura de Celso Antônio Bandeira de
p.64-84). Mello (2003).
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19. ed.
São Paulo: Malheiros, 2001.