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INSTITUIÇÃO

Autor

NEUROPSICOLOGIA E TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

CIDADE
2020
Nome

NEUROPSICOLOGIA E TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

Trabalho apresentado à
Disciplina .................................... da
Faculdade ....................................................,
(Cidade.Estado).

CIDADE
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA INFANTIL.......................................................5
3 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE – TDAH......8
4 NEUROPSICOLOGIA................................................................................................9
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................10
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

De uma forma simplificada podemos caracterizar a neuropsicologia como uma


área que utiliza conhecimento de disciplinas acadêmicas que configuram as áreas
das neurociências. A neuropsicologia é uma especialidade dentro do campo mais
amplo da psicologia clínica. Dentro dessa especialidade, por meio de utilização de
testes e entrevistas, pode ser realizada a avaliação neuropsicológica, que estuda a
repercussão de disfunções cerebrais sobre o comportamento e a cognição,
fornecendo informações sobre o potencial cognitivo global, qualificando a natureza
funcional de déficits observados através da análise comparativa e qualitativa dos
resultados obtidos, permitindo a comparação com indivíduos da mesma idade sexo
e escolaridade (LESAK, 2012 apud TISSER, 2017).
A neuropsicologia é a ciência que procura investigar as relações encontradas
no binômio: cérebro-comportamento, entendendo-se à luz desse conceito, ser a
reabilitação neuropsicológica o conjunto dos meios e recursos utilizados para
recuperar a funcionalidade desse biômio pós lesão cerebral.
Segundo Caixeta (2012) a Neuropsicologia é o estudo da relação entre
cérebro e comportamento e a reabilitação neuropsicológica constitui um processo no
qual pessoas que sofreram uma lesão cerebral são auxiliadas a alcançar seu melhor
bem-estar físico, emocional, psicológico e vocacional. Os principais propósitos da
reabilitação são habilitar pessoas com limitações a conquistar seu nível ótimo de
bem-estar, reduzir o impacto de seus problemas na vida diária e auxiliá-los a
retornar aos seus ambientes mais apropriados. O foco do tratamento é na melhoria
dos aspectos da vida diária e, por esta razão, a reabilitação necessita envolver
temas, atividades, contextos e interações que apresentem significado pessoal.
A criança é um ser específico e único, não um adulto miniaturizado. Para se
propor a realizar a avaliação neuropsicológica infantil deve-se ter em mente que o
desenvolvimento da criança ocorre continuamente e pode sofrer alterações. Isto
constitui um desafio devido à complexidade no estabelecimento do processo mental
e comportamental.
A disfunção neuropsicológica na infância pode sofrer influência de fatores
genéticos e estruturais. Os fatores culturais também podem alterar a dinâmica do
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desenvolvimento do cérebro, que através do contato social, é influenciado por


fatores ambientais e educacionais no processamento intelectual.

2 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA INFANTIL

A avaliação neuropsicológica infantil é diferente da avaliação neuropsicológica


do adulto. Essa avaliação na infância se reveste de grande importância para se
definir diagnósticos, prognósticos e estabelecer como se dá o processo global do
pensamento, os distúrbios de aprendizagem e todo espectro das disfunções
cerebrais específicas, favorecendo a possibilidade de reabilitação.
O cérebro infantil evolui constantemente mediante a interação com o meio, e,
por isso, as disfunções neuropsicológicas na infância tem características muito mais
heterogêneas do que homogêneas. O desenvolvimento neuropsicológico depende
da maturação cerebral, influenciado por aspectos genéticos, estruturais e plásticos,
além de fatores ambientais e sociais. Os fatores sociais englobam a dinâmica
familiar, os aspectos culturais e os métodos de alfabetização.
Para a realização de uma AN infantil é importante verificar os objetivos
específicos, identificar a presença ou ausência de transtornos do desenvolvimento e
cognitivos e dificuldades na obtenção de habilidades. Desta forma, é necessário ter
uma atenção especial para buscar a história de vida da criança, se houve um
comprometimento cerebral, idade do início, tipos de tratamentos realizados, assim
como a gravidade e do próprio processo de desenvolvimento da função.
A avaliação é construída de forma a ser sensível para uma gama de sinais
cognitivo-comportamentais apresentadas no desenvolvimento típico da criança para
distinguir se é uma desordem do processamento neuropsicológico (Hamdan Pereira,
& Riechi, 2011 apud TISSER, 2017). O que pode ser avaliado numa avaliação
neropsicológica infantil, clássica em crianças em idade escolar, é referente aos
principais domínios cognitivos tais como: capacidade intelectiva, atenção, funções
executivas, que incluem planejamento, flexibilidade, organização e inibição,
habilidades específicas, como matemática e leitura; aprendizagem e memória;
linguagem; habilidades visuoespaciais; coordenação motora; afetividade,
comportamento e habilidades sociais.9SILVES et.al, 2006; OLIVEIRA, et. Al., 2015;
TISSER, 2017).
De acordo com Caixeta (2012) afirma que a criança se reveste de um grande
poder de recuperação exigindo um planejamento adequado de reabilitação
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neurocognitiva. Este trabalho requer uma equipe multidisciplinar que seguirá a


evolução do paciente por muitos anos e estabelecerá um acompanhamento
específico a cada caso.
São diversos os recursos que se utiliza para a avaliação neuropsicológica da
criança. A anamnese, os testes, os exames de neuroimagem, os questionários
tipificados, escalas e guias sistematizadas de registro para pais e educadores e uma
avaliação lúdica, auxiliam os profissionais a conhecerem as questões fundamentais
sobre a atividade cerebral e comportamental da criança.
Esclarece ainda Caixeta (2012) que no Brasil, os testes mais utilizados para
avaliação neuropsicológica da linguagem são:
 Token Test: Teste composto por vinte símbolos plásticos (“blocos lógicos”) em
cinco cores (vermelho, branco, amarelo, azul e verde), dois tamanhos (pequeno,
aproximadamente 2 cm de diâmetro e grande, aproximadamente 3 cm de
diâmetro) e duas formas (círculos e quadrados) dispostos em uma ordem fixa
para o paciente. Trinta e nove comandos, divididos em seis partes, são listados
na folha de resposta com grau de dificuldade e complexidade crescentes. O
examinador lê os comandos para o paciente para que este faça o que é pedido
em cada item. Este teste avalia a compreensão da fala (SPREEN E STRAUS,
1998).
 Teste de nomeação de Boston: Teste composto por sessenta desenhos/figuras
que variam de simples, “vocabulário de alta frequência” (exemplo “árvore”) a
palavras raras (exemplo “ábaco”). Essas figuras são apresentadas uma de cada
vez em cartões. Em caso de erro (não pontua) ou a não produção da palavra
espontaneamente o examinador pode fornecer pistas/sugestões (semânticas
e/ou fonéticas).(SPREEN E STRAUS, 1998). Existe também a versão reduzida,
que é composta por apenas quinze pranchas. Esta última versão é a que é
utilizada aqui no Brasil. Este teste avalia: Nomeação.
 F.A.S ou COWA: Não é necessário nenhum material específico. O paciente deve
falar o maior número possível de palavras que ele pensar, durante um minuto,
começadas com a letra solicitada pelo examinador. A primeira letra é “F” e
depois “A” e por último “S”.(SPREEN E STRAUS, 1998). Este teste avalia
Fluência Verbal. Teste muito sensível para disfunção frontal, especialmente à
esquerda.
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 Fluência Verbal - Animal: Este é outro teste para avaliar Fluência Verbal. O
paciente tem um minuto para mencionar o maior número possível de animais
que ele conseguir lembrar.(BERTOLUCCI et. Al., 1998). Avalia produção e
fluência semântica por categoria. Teste muito sensível para alteração frontal,
principalmente à esquerda.
 Figura: “Roubo dos Biscoitos” é uma cartela prancha que ilustra uma história.
O paciente é solicitado a escrever um texto sobre esta prancha. Este teste avalia
a Escrita.
 Ditado e cópia: Avaliação informal. Fazer ditado de palavras e frases. Pedir
para copiar palavras, frases e textos. Avalia a Escrita.
 Produção Oral: Avaliação informal. Para avaliar a fala espontânea deve-se
observar fluência, articulação, ritmo e prosódia, estruturação estático-semântica.
 Repetição de palavras: Frases e sentenças. Avaliação informal.

Por seus mistérios, o cérebro é considerado a última fronteira do


conhecimento sobre o corpo humano. Relativamente pequeno, pesa entre 1,0 e 1,5
quilo, é um órgão extremamente complexo, composto aproximadamente, 100
bilhões de neurônios, cada um ligado a milhares de outros. Esse enorme número de
interconexões, chamadas sinapses (do grego syn, que significa “junto” e, haptein,
que quer dizer “segurar”, “prender”), permite o intenso fluxo de comunicações que,
em última análise, nos torna humanos.
Tabela 1Cérebro Trino

Fonte: SlideShare (2020)


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Segundo Ross (2014) o cérebro humano é um órgão extremamente


complexo. Para fins didáticos, podemos simplificar sua consituição afirmando que
ele é essencialmente composto por três camadas interligadas. Cada uma delas é
projetada para integrar-se e interagir entre si de forma harmoniosa. Quando algum
trauma ocorre, em vez de trabalhar em conjunto como um todo eficiente e integrado,
as três camadas desconectam-se umas das outras. Essa falta de integração
desorienta nosso sistema nervoso.
O cérebro racional ou neocórtex é a camada superior do hemisfério cerebral.
Também conhecido como cérebro superior, o neocórtex contém dois tipos de
neurônios: 80% são neurônios excitatórios e 20% são interneurônios inibitórios. Ele
controla o uso da linguagem, as habilidades de comunicação e as funções cognitivas
superiores, inclusive aprendizagem, solução de problemas, escolhas, raciocínio,
planejamento e flexibilidade. O neocórtex também domina o movimento voluntário,
sendo o centro de controle que regula as outras duas camadas do cérebro.
O cérebro emocional ou límbico governa as emoções.Comporta a motivação,
a atenção e a memória emocional. Registra o medo, o terror, a raiva e a alegria,
operando principalmente no que se refere a prazer ou dor. Rege as funções sociais
e os relacionamentos interpessoais mediando como a pessoa percebe os outros e
reage a eles. Avalia e mede nossa ligação com os outros e o que poderíamos
chamar de nosso amor por eles. Intrinsecamente conectado com o neocórtex, o
sistema límbico influencia todos os circuitos cerebrais e os processos que emergem
deles. O cérebro emocional fala por imagens, metáforas e emoções.
O cérebro primitivo ou reptiliano é instintivo e reflexivo. Controla as reações
físicas básicas ao perigo: as reações de luta e fuga e o reflexo de congelamento. O
tronco encefálico é a parte inferior e a primeira do cérebro primitivo, a região primal
do cérebro, responsável pela interação com o mundo exterior. Também coordena o
equilíbrio, desperta o movimento e a ação e todas as funções vitais do corpo, como
a respiração, batimentos cardíacos, circulação, temperatura, sono, digestão e
sexualidade.

3 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE – TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é


caracterizado pela incapacidade de dispor da atenção e sustentá-la, de modular o
nível de atividade e de moderar ações impulsivas. Resulta em alterações
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comportamentais e em prejuízo do funcionamento cognitivo que não são


condizentes com a idade e com o nível de desenvolvimento do indivíduo.
A prevalência do TDAH em crianças é de 3% a 5%, e entre os parentes das
crianças afetadas, é de duas a dez vezes maior do que a população geral. Vários
estudos demonstram que a prevalência é semelhante em diferentes regiões,
indicando não estar relacionada a fatores culturais, ao modo como os pais educam
os filhos ou ao resultado de conflitos psicológicos.
Existem três tipos de TDAH que são diagnosticados: o combinado
(desatenção e hiperatividade), o predominantemente desatento, e o
predominantemente hiperativo e impulsivo. A caracterização, a mensuração e a
naturalização das dificuldades de aprendizagem, por meio de testes de Q.I. por
exemplo, rotulam as crianças que não aprendiam de anormais ou incapazes.
Posteriormente os estudos clínicos avançaram, e, então já era possível
encontrar na literatura a descrição de crianças com comportamento excessivamente
ativo e impulsivo (tanto físico quanto mental) e pouca capacidade de atenção,
quadro próximo ao que conhecemos hoje como TDAH. A suspeita sobre a causa era
a de que haveria lesões internas originadas antes ou depois do nascimento
(BARKLEY, 2008 apud FARIAS, 2019).
Estudos apontam que os casos de TDAH têm sido progressivos,
transformando-se no transtorno psiquiátrico de maior incidência na atualidade, o que
suscitou o aumento das investigações sobre o tema. De acordo com os estudos do
instituto Glia, 4,4% dos jovens e adolescentes brasileiros na faixa etária entre 4 e 18
anos apresentam o transtorno (POLANCZYK, et al., 2010; FARIAS, 2019). Embora
considerado um transtorno com base neurobiológica, o diagnóstico do TDAH não é
feito por meio de exames clínicos, mas comportamentais. O referencial atualmente
utilizado para descrever o TDAH consta no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM - 5), de 2013.

4 NEUROPSICOLOGIA

A neuropsicologia é o ramo das neurociências responsável pelo estudo das


relações entre o cérebro e o comportamento, e, portanto relaciona as funções
cognitivas ao funcionamento cerebral. Baseia-se no fato de que o sistema nervoso
central, possibilita a interação dos indivíduos com o meio ambiente, tendo um
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potencial adaptativo que nos faz capazes de receber, analisar, armazenar e


responder a estímulos internos e externos.

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O desenvolvimento da pesquisa referente este artigo, foi a partir do viés


qualitativo. Para sua realização, foram consultadas referências bibliográficas da
área, entre eles a autora Tisser (2017), e a Metodologia do Trabalho Científico, do
autor Gilberto de Andrade Martins. Objetivando o crescimento do conhecimento
sobre a área de Neuropsicologia e TDAH.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A neuropsicologia infantil evoluiu com os avanços obtidos por meio de


estudos sobre deficiência intelectual, transtornos de aprendizagem e alteração
comportamental apresentados por crianças, ela enfatiza a relação entre as funções
psicológicas e as estruturas cerebrais, durante sua formação e desenvolvimento.
A atenção é o processo cognitivo de se concentrar intencionalmente em
uma coisa em detrimento de outras. Bastante estudada pela psicologia e pela
neurociência cognitiva, é considerada um portão de acesso para o resto da
cognição. Por meio da atenção pode-se selecionar os estímulos que parecem
importantes e que correspondem aos interesses do indivíduo, intenções ou tarefas
imediatas e inibir aqueles que sejam irrelevantes.
A avaliação neuropsicológica infantil pode fornecer dados importantes para
diagnósticos, planejamento de reabilitação, prognóstico e curso do quadro
neuropsicológico, pois identifica de forma precoce alterações que podem estar
ocorrendo no desenvolvimento cognitivo e comportamental.

REFERÊNCIAS

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desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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Disponível em: <http://www.denisebrandao.hpg.ig.com.br/index.html>. Acessado em
28 Mar. 2020.

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CAIXETA, Leonardo. [et.al]. Manual de Neuropsicologia. Dos princípios à


reabilitação. São Paulo. Editora Atheneu, 2012.

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FARIAS, E.R.S. Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem. Curitiba.


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GARDNER, Howard. A nova ciência da mente. São Paulo: Editora da Universidade


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GOMES, Profa. Mestre Walquíria Onete. Neurociência da Linguagem. 2017

LEAL, Daniela. História, Memória e Práticas da Inclusão Escolar. Editora


Intersaberes. 1 Edição, 2017.

LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais. Atheneu:


São Paulo, 2002.

MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato: Metodologia da


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TISSER, Luciana. Avaliação neuropsicológica infantil. Novo Hamburgo. Sinopsys,


2017.

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