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Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela

Licenciatura em Ciências da Educação

Psicologia Educacional

2.º Ano, 1.º Semestre

Ano Lectivo 2020

Estatuto e história da Psicologia da Educação

A psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais.


A psicologia Educacional é o ramo da psicologia dedicado à compreensão do
ensino e da aprendizagem em ambientes educacionais. A psicologia
educacional é uma área tão abrangente que precisa de um livro inteiro para ser
descrita.

Antecedentes históricos

O campo da psicologia educacional foi criado por diversos pioneiros em


psicologia no final do século XIX, bem antes do século XX. Três pioneiros –
William James, John Dewey e Edward Lee Thorndike destacaram-se no início
da história da psicologia educacional.

William James logo após lançar o primeiro livro- texto de psicologia, Principles
of Psychology (1980), Wlliam James (1842-1910) proferiu uma série de
palestras intituladas “ Talks to Teacher” em que discutia as aplicações da
psicologia da educação de crianças. James argumentou que os experimentos
laboratoriais em psicologia muitas vezes não conseguem nos dizer,
eficientemente, como ensinar crianças. Ele enfatizou a importância de observar
o ensino e a aprendizagem em sala de aula para aprimorar a educação. Uma

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de suas recomendações era a de iniciar as aulas em um ponto além do nível
de conhecimento e compreensão da criança para expandir a mente dela.

John Dewey (1859 – 1952) uma segunda figura principal no desenvolvimento


do campo da psicologia educacional, que se tornou uma força motriz na
aplicação prática da psicologia. Dewey estabeleceu o primeiro e mais
importante laboratório de psicologia educacional nos Estados Unidos, na
Universidade de Chicago, em 1894. Posteriormente na Universidade de
Columbia, continuou o seu trabalho inovador. Muitas ideias importantes se
devem a John Dewey. ( Berliner, 2006; glassman, 2001). Primeiramente,
devemos a ele a visão da criança como um aprendiz activo. Antes de Dewey,
acreditava-se que as crianças deveriam permanecer sentadas silenciosamente
em suas carteiras e aprender passivamente de uma maneira mecânica. Em
contraste, ele argumentou que as crianças aprendem melhor realizando. Em
segundo lugar devemos a Dewey a ideia de que a educação deve enfocar a
criança como um todo e enfatizar a adaptação da criança ao ambiente. Dewey
considerou que as crianças não devem ser educadas apenas em tópicos
académicos, mas sim aprender como pensar e se adaptar ao mundo fora da
escola. Ele pensou especialmente que as crianças devem aprender uma forma
de ser solucionadores de problemas reflexivos (Dewey, 1933). Em terceiro
lugar, devemos a ele a crença de que todas as crianças merecem ter uma
educação competente. Este ideal democrático não estava em vigor no início da
carreira de Dewey, no final do século XIX, quando a qualidade da educação era
reservada apenas para uma pequena parcela das crianças, especialmente os
meninos de famílias abastadas. Dewey lutou por uma educação competente
para todas as crianças- meninos e meninas – bem como para as crianças de
diferentes grupos socioeconómicos e étnicos.

E. L. Thorndike (1874- 1949) um terceiro pioneiro que enfocou a avaliação e a


medição e promoveu os princípios básicos científicos da aprendizagem.
Thorndike argumentou que uma das tarefas mais importantes da escola é a de
afiar as habilidades de raciocínio das crianças, e ele se distinguiu ao fazer
estudos científicos precisos de ensino e aprendizagem (Beatty, 1998).
Thorndike promoveu especialmente a ideia de que a psicologia educacional

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deve ter uma base científica e deve enfocar fortemente a medição (O`Donnell e
Levin, 2001).

O interesse pela educação, suas condições e seus problemas, foi sempre uma
constante entre filósofos, políticos, educadores e psicólogos. Com o
desenvolvimento da Psicologia como Ciência e como área de atuação
profissional, no final do século XIX, várias perspectivas se abriram, fato que
também ocorreu à chamada Psicologia Educacional. Durante as 3 primeiras
décadas do século XX a psicologia aplicada à educação teve enorme
desenvolvimento. Nos EUA destacava-se a necessidade de um novo
profissional, capaz de atuar como intermediário entre a psicologia e a
educação. Três áreas destacaram-se: as pesquisas experimentais da
aprendizagem; o estudo e a medida das diferenças individuais; psicologia da
criança. Até a década de 50, a Psicologia da educação aparece como a 'rainha'
das ciências da educação. Seu conceito: uma área de aplicação da psicologia
na educação. Psicologia Educacional era um ramo especial da Psicologia,
preocupado com a natureza, as condições, os resultados e a avaliação e
retenção da aprendizagem escolar. Ela deveria ser uma disciplina autônoma,
com sua própria teoria e metodologia. Durante a década de 50, o panorama
muda. Começa-se a duvidar da aplicabilidade educativa das grandes teorias da
aprendizagem, elaboradas durante a 1ª metade do século XX. Prenuncia-se
uma crise... Surgem outras disciplinas educativas tão importantes á educação
quanto a psicologia, e esta precisa ceder espaço. Na década de 70, assume o
seu caráter multidisciplinar, que conserva até hoje. Não mais é considerada
como a psicologia aplicada á Educação.

Referências Bibliográficas

Barros de Oliveira. Psicologia da Educação vol.1 Aprendizagem- Aluno, 3.ª


Edição actualizada. Porto: Livpsic (2010).

Veiga, F. Psicologia da Educação: Teoria, Investigação e Aplicação,


Envolvimento dos alunos na escola. Lisboa: Climepsi (2013).

Santrock,W. John. Psicologia Educacional, terceira Edição. São Paulo: Mc


Graw Hill (2009).

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