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baseada nas várias linguagens artísticas, ocorrida em julho de 2017, durante 10 dias, em Belo
Horizonte/MG.
O MST tem uma vasta produção artística ao longo de sua história realizada a partir
das ferramentas e dos conhecimentos que possuímos e que conseguimos acessar. No entanto,
percebemos a necessidade de qualificar essas produções diante da realidade que foi se
complexificando com as mudanças históricas. Essa realidade nos exige que acessemos o
conhecimento artístico produzido pelo humanidade e nos apropriemos dos meios de produção
das artes para potencializarmos nossas produções.
O militante artista / artista militante acessa o pensar pelas emoções ao produzir a arte.
no pensar pelas emoções o objeto pensado não é concebido dissociado de quem pensa. O
objeto e o ser que pensa são um só, não se distinguem, não se separam. O objeto pensado
não é exterior ao sujeito. O pensamento racional dissocia o objeto pensado do ser que pensa
exteriorizando este objeto. O pensamento analisa o objeto em estado de alienação. No caso
do pensamento pelas emoções, o ser pensante e o objeto pensado são um só. Mas não ocorre
uma interiorização do objeto pensado, mas um colocar-se do ser pensante no objeto
pensado. Quando penso com as emoções eu me coloco dentro do objeto. Quando se pensa
sobre o objeto se produz um conhecimento. Quando se pensa pelas emoções se tem uma
experiência criativa. Neste caso, não há um conhecimento sobre o objeto, mas uma
experiência criativa vivida. Está no objeto criado uma parte do ser do militante artista / artista
militante porque a arte é uma elaboração criativa da realidade vivida. Essa conexão é
fundamental pois, por ser elaborada a partir da experiência vivida, como outras pessoas
também a vivenciam esta conexão se torna coletiva.
Outra questão que estamos burilando é que à medida que qualificamos esteticamente,
nos exige e permite ao mesmo tempo um aprofundamento dos conteúdos e uma forma mais
eficaz de diálogo com as pessoas. Por isso, a escola é voltada para militantes de todos setores
do Movimento, pois todos somos e exercemos a função de formadores, organizadores e
mobilizadores.
Essa experiência iniciou-se em Minas Gerais a partir de uma demanda de oficinas por
parte da Titane, que participou do Festival Nacional de Artes e Cultura da Reforma Agrária, e
do João das Neves, artistas com histórico de militância político-cultural. Percebemos que
diante das demandas poderíamos ampliar com outras oficinas. Ou seja, faríamos oficinas com
intuito de ter um processo continuado de formação artísticaem que todos participassem de
todas as oficinas com intuito de uma formação ampla com a fusão das linguagens. As
características dos participantes: terem tido vivências com as linguagens artísticas; serem de
vários setores do estado de Minas Gerais e da Região Sudeste; tivemos participantes de outras
organizações como Levante Popular da Juventude e MAM. Foram aproximadamente 30
educandos e educandas que participaram.
Importante salientar que a Escola Itinerante de Artes só foi possível acontecer porque
a direção estadual do MST / MG teve o entendimento político da importância da dimensão
cultural na qualificação dos processos formativos e da reverberação positiva deste para a luta.
Esta experiência foi socializada no Seminário Nacional da Cultura – O MST e a
Cultura, na ENFF, em 2017 e com nessa experiência faremos escolas itinerantes de arte nas
grandes regiões: NE, AM, CO, Sul e SE e um curso permanente de arte na ENFF.