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SÉRIE ELETROELETRÔNICA

COMUNICAÇÃO
ORAL E ESCRITA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora Associada de Educação Profissional
SÉRIE ELETROELETRÔNICA

COMUNICAÇÃO
ORAL E ESCRITA
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de São Paulo

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI-São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de São Paulo


Gerência de Educação – Núcleo de Educação a Distância

S491g

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Comunicação oral e escrita / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de São Paulo. Brasília : SENAI/DN, 2012.
164 p. il. (Série Eletroeletrônica).

ISBN 978-85-7519-582-6

1. Comunicação 2. Linguagem 3. Produção de texto 4. Documentação


técnica I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento
Nacional II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento
Regional de São Paulo III. Título IV. Série

CDU: 005.95

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações e quadros
Figura 1 -  Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica..............................................................14
Figura 2 -  Esquema do processo de comunicação................................................................................................20
Figura 3 -  Comunicação do tipo unilateral..............................................................................................................22
Figura 4 -  Comunicação do tipo bilateral.................................................................................................................23
Figura 5 -  Professor utiliza a linguagem culta em sala de aula.........................................................................27
Figura 6 -  Uso de linguagem coloquial em ambiente descontraído..............................................................28
Figura 7 -  Análise textual................................................................................................................................................37
Figura 8 -  Análise temática............................................................................................................................................38
Figura 9 -  Análise interpretativa...................................................................................................................................39
Figura 10 -  Alicate universal..........................................................................................................................................58
Figura 11 -  Processo de emenda de fios...................................................................................................................60
Figura 12 -  Oficina de eletroeletrônica......................................................................................................................61
Figura 13 -  Exemplo de argumento por comprovação.......................................................................................66
Figura 14 -  Perguntas geram argumentos...............................................................................................................68
Figura 15 -  Mundo conectado......................................................................................................................................86
Figura 16 -  Navegadores mais utilizados..................................................................................................................88
Figura 17 -  Endereço do Departamento Nacional do SENAI.............................................................................89
Figura 18 -  Adicionar a favoritos..................................................................................................................................90
Figura 19 -  Portal de notícias G1..................................................................................................................................91
Figura 20 - Sites de busca...............................................................................................................................................93
Figura 21 -  Janela do Editor........................................................................................................................................ 100
Figura 22 -  Barra de Ferramentas de Acesso Rápido......................................................................................... 100
Figura 23 -  Opções de comando da guia Página Inicial................................................................................... 101
Figura 24 -  Guia Arquivo.............................................................................................................................................. 102
Figura 25 - Layout de página: Orientação e Tamanho...................................................................................... 103
Figura 26 -  Margens...................................................................................................................................................... 104
Figura 27 -  Salvar Como............................................................................................................................................... 105
Figura 28 -  Guia Arquivo - opções............................................................................................................................ 105
Figura 29 -  Opções do Word....................................................................................................................................... 106
Figura 30 -  Caixa de diálogo Zoom.......................................................................................................................... 107
Figura 31 -  Copiar........................................................................................................................................................... 109
Figura 32 -  Salvar............................................................................................................................................................ 110
Figura 33 -  Ferramentas da imagem....................................................................................................................... 111
Figura 34 -  Tamanho da figura................................................................................................................................... 111
Figura 35 -  Posição da Imagem................................................................................................................................. 112
Figura 36 -  Guia Cabeçalho e Rodapé..................................................................................................................... 113
Figura 37 -  Ferramentas de cabeçalho e rodapé................................................................................................ 114
Figura 38 -  Número de página.................................................................................................................................. 115
Figura 39 -  Nota de rodapé......................................................................................................................................... 116
Figura 40 -  Grupo Páginas da guia Inserir............................................................................................................. 117
Figura 41 -  Inserir tabela.............................................................................................................................................. 117
Figura 42 -  Modelos de tabela................................................................................................................................... 118
Figura 43 -  Ferramentas de tabela........................................................................................................................... 119
Figura 44 - Design........................................................................................................................................................... 120
Figura 45 -  Layout........................................................................................................................................................... 121
Figura 46 -  Grupo Fonte............................................................................................................................................... 121
Figura 47 -  Caixa de diálogo do grupo Fonte...................................................................................................... 122
Figura 48 -  Grupo Fonte............................................................................................................................................... 122
Figura 49 -  Tipos de linha............................................................................................................................................ 123
Figura 50 -  Atalho de alinhamento do texto........................................................................................................ 124
Figura 51 -  Alinhamento do texto............................................................................................................................ 125
Figura 52 -  Espaçamento de linhas e parágrafos................................................................................................ 125
Figura 53 -  Recuo de parágrafo................................................................................................................................. 126
Figura 54 -  Marcadores................................................................................................................................................ 127
Figura 55 -  Verificar ortografia e gramática.......................................................................................................... 129
Figura 56 -  Pesquisar..................................................................................................................................................... 130
Figura 57 -  Imprimir....................................................................................................................................................... 132
Figura 58 -  Estruturando a apresentação.............................................................................................................. 136
Figura 59 -  Recursos de multimídia......................................................................................................................... 138
Figura 60 -  Gerenciamento do tempo.................................................................................................................... 139
Figura 61 -  Tela principal do PowerPoint................................................................................................................ 141
Figura 62 -  Barra de ferramentas de acesso rápido........................................................................................... 142
Figura 63 -  Faixa de opções do PowerPoint.........................................................................................................142
Figura 64 -  Barra de status........................................................................................................................................... 142
Figura 65 -  Personalizar barra de status................................................................................................................. 143
Figura 66 -  Botões de navegação............................................................................................................................. 143
Figura 67 -  Definindo layout da apresentação.................................................................................................... 144
Figura 68 -  Slide mestre................................................................................................................................................ 145
Figura 69 -  Inserindo caixas de texto...................................................................................................................... 146
Figura 70 -  Grupo Fonte............................................................................................................................................... 146
Figura 71 -  Inserir imagem.......................................................................................................................................... 147
Figura 72 -  Alterando propriedades de uma imagem...................................................................................... 147
Figura 73 -  Inserir som ................................................................................................................................................. 148
Figura 74 -  Inserir vídeo............................................................................................................................................... 148
Figura 75 -  Trabalhando com filmes na apresentação...................................................................................... 149
Figura 76 -  Animação de slides.................................................................................................................................. 149
Figura 77 -  Efeito............................................................................................................................................................ 150
Figura 78 -  Painel de animação................................................................................................................................. 151
Figura 79 -  Caixa de diálogo Surgir.......................................................................................................................... 151
Figura 80 -  Ferramenta de desenho........................................................................................................................ 152
Figura 81 -  Ferramenta de imagem......................................................................................................................... 152
Figura 82 -  Modo Classificação de slides............................................................................................................... 153

Quadro 1 -  Elementos de comunicação....................................................................................................................20


Quadro 2 -  Formas de iniciar parágrafos..................................................................................................................46
Quadro 3 -  Lista de conectivos.....................................................................................................................................47
Quadro 4 -  Recursos de coesão....................................................................................................................................48
Quadro 5 -  Palavras e frases relacionais....................................................................................................................70
Quadro 6 -  Partes constituintes do relatório...........................................................................................................78
Quadro 7 -  Dicas de digitação .................................................................................................................................. 104
Quadro 8 -  Movimentando-se no texto................................................................................................................. 108
Quadro 9 -  Exemplo de definição de slides.......................................................................................................... 137
Quadro 10 -  Excluir, copiar e mover slides............................................................................................................ 145
Sumário

1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Comunicação...................................................................................................................................................................19
2.1 Processo de comunicação........................................................................................................................20
2.2 Ruído................................................................................................................................................................25
2.2.1 Redundância ...............................................................................................................................25
2.2.2 Realimentação (feedback) .....................................................................................................25
2.3 Níveis de fala..................................................................................................................................................26
2.3.1 A linguagem culta.....................................................................................................................27
2.3.2 A linguagem coloquial.............................................................................................................28
2.3.3 Gírias...............................................................................................................................................29
2.3.4 Estrangeirismos..........................................................................................................................29
2.3.5 Neologismos................................................................................................................................30
2.3.6 Regionalismos.............................................................................................................................30
2.3.7 Jargão.............................................................................................................................................31

3 Técnicas de intelecção de texto.................................................................................................................................33


3.1 Regras de intelecção de textos...............................................................................................................33
3.2 Análise textual...............................................................................................................................................36
3.3 Análise temática...........................................................................................................................................38
3.4 Análise interpretativa.................................................................................................................................39

4 Parágrafo............................................................................................................................................................................43
4.1 Estrutura interna .........................................................................................................................................44
4.2 Desenvolvimento do parágrafo..............................................................................................................46
4.3 Unidade interna............................................................................................................................................46
4.3.1 Coerência e coesão....................................................................................................................47
4.4 Tipos de parágrafo.......................................................................................................................................50
4.4.1 Parágrafo Narrativo...................................................................................................................50
4.4.2 Parágrafo Descritivo..................................................................................................................51
4.4.3 Parágrafo Dissertativo..............................................................................................................51

5 Descrição...........................................................................................................................................................................55
5.1 O que é descrever?......................................................................................................................................55
5.2 Tipos de textos descritivos ......................................................................................................................58
5.2.1 Descrição de objeto..................................................................................................................58
5.2.2 Descrição de processo.............................................................................................................59
5.2.3 Descrição de ambiente............................................................................................................61
6 Dissertação........................................................................................................................................................................65
6.1 O que é dissertar?........................................................................................................................................65
6.2 Tema, pressuposto e argumento............................................................................................................67
6.3 Estrutura de dissertação............................................................................................................................69
6.4 Esquemas de dissertação..........................................................................................................................70

7 Documentação técnica.................................................................................................................................................75
7.1 Texto técnico..................................................................................................................................................75
7.2 Relatório..........................................................................................................................................................76
7.2.1 Estrutura do relatório técnico................................................................................................77
7.2.2 Tipos de relatório.......................................................................................................................79

8 Internet...............................................................................................................................................................................85
8.1 Conectando-se .............................................................................................................................................86
8.2 Comunicação.................................................................................................................................................88
8.2.1 E-mail .............................................................................................................................................91
8.3 Pesquisa...........................................................................................................................................................92

9 Editor de textos...............................................................................................................................................................99
9.1 Iniciando o Word....................................................................................................................................... 100
9.1.1 Barra de Títulos........................................................................................................................ 100
9.1.2 Faixa de Opções....................................................................................................................... 101
9.1.3 Janela de edição...................................................................................................................... 101
9.1.4 Barra de Status......................................................................................................................... 102
9.2 Digitação de textos.................................................................................................................................. 103
9.3 Inserções...................................................................................................................................................... 110
9.3.1 Imagem...................................................................................................................................... 110
9.3.2 Cabeçalho e rodapé............................................................................................................... 112
9.3.3 Numeração de páginas e notas de rodapé.................................................................... 115
9.3.4 Tabelas........................................................................................................................................ 117
9.4 Formatação................................................................................................................................................. 121
9.4.1 Formatar parágrafo................................................................................................................ 124
9.4.2 Correções Ortográfica e Gramatical................................................................................. 128
9.5 Impressão de arquivo.............................................................................................................................. 132

10 Editor de apresentações gráficas......................................................................................................................... 135


10.1 Estruturação da apresentação........................................................................................................... 136
10.2 Ferramentas de multimídia................................................................................................................. 137
10.3 Gerenciamento do tempo................................................................................................................... 138
10.4 Trabalhando com o PowerPoint........................................................................................................ 140
10.5 Criando uma apresentação................................................................................................................. 144
10.6 Inserindo figuras e arquivos............................................................................................................... 145
10.7 Animando slides..................................................................................................................................... 149
10.8 Transição de slides................................................................................................................................. 152

Referências......................................................................................................................................................................... 157

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 159

Índice................................................................................................................................................................................... 161
Introdução

A unidade curricular de Comunicação Oral e Escrita visa desenvolver fundamentos técnicos


e científicos relativos à comunicação técnica do profissional por meio oral e escrito, bem como
capacidades sociais, organizativas e metodológicas, tendo em vista a atuação do técnico nas
situações de trabalho.
Esta unidade compõe, juntamente com Eletricidade, Leitura e Interpretação de Desenho, e
Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho, o módulo básico do curso Técnico
de Eletroeletrônica, que subsidia o desenvolvimento de todas as capacidades técnicas e de
gestão dos módulos específicos I, II e III como mostra a figura a seguir:
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
14

Entrada

Módulo Básico (300 h)


• Comunicação Oral e Escrita (60 h)
(60h)
• Eletricidade (180 h)
• Leitura e Interpretação de Desenho (30 h)
• Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho (30 h)

Módulo Específico I (300 h)


Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos
Instalador de
Sistemas
• Instalação de Sistemas Elétricos Prediais (90 h) Eletroeletrônicos
• Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (90 h) (600 h)
• Instalação de Sistemas Eletrônicos (90 h)
• Gestão da Instalação de Sistemas Eletroeletrônicos (30 h)

Módulo Específico II (300 h)


Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos
Mantenedor de
• Manutenção de Sistemas Elétricos Prediais (60 h) Sistemas
Eletroeletrônicos
• Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h)
(900 h)
• Manutenção de Sistemas Eletrônicos (60 h)
• Gestão da Manutenção de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h)

Módulo Específico III (300 h)


Desenvolvimento de Sistemas Eletroeletrônicos

• Projeto de Sistemas Elétricos Prediais (60 h)


• Projeto de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais (120 h)
• Projeto de Sistemas Eletrônicos (60 h)
• Projeto de Melhorias de Sistemas Eletroeletrônicos (60 h)

Técnico em Eletroeletrônica (1200 h)

Figura 1 -  Estrutura curricular do curso Técnico de Eletroeletrônica


Fonte: SENAI-SP (2012)
1 INTRODUÇÃO
15

Os fundamentos técnicos e científicos relativos a esta unidade curricular são:


a) interpretar textos técnicos;
b) comunicar-se oralmente e por escrito, inclusive em meio eletrônico;
c) pesquisar em diversas fontes, inclusive em meio eletrônico;
d) elaborar textos técnicos, inclusive em meio eletrônico;
e) elaborar apresentações, inclusive em meio eletrônico;
f ) interpretar manuais de instrumentos, de máquinas, de equipamentos, de
ferramentas e de materiais, inclusive de software;
g) consultar manuais e catálogos técnicos;
h) interpretar manuais de ferramentas de medição;
i) utilizar terminologia técnica.

As capacidades sociais, organizativas e metodológicas relativas a esta unidade são:


a) ter raciocínio lógico;
b) ter visão sistêmica;
c) ter proatividade;
d) ter capacidade de análise;
e) ter responsabilidade;
f ) ter senso crítico;
g) ter senso investigativo;
h) ter organização;
i) tomar decisões;
j) estabelecer prioridades;
k) manter-se atualizado tecnicamente;
l) cumprir normas e procedimentos;
m) trabalhar em equipe;
n) comunicar-se de forma clara e precisa;
o) ter consciência prevencionista em relação à saúde, à segurança no trabalho
e ao meio ambiente.

Para desenvolver esses fundamentos e capacidades, nosso material didático


está dividido em dez capítulos, sendo este o primeiro.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
16

No segundo capítulo, abordaremos o processo de comunicação, que envolve


emissor, receptor, mensagem, meio e referente. Também estudaremos os níveis
de fala, com especial atenção às linguagens padrão e coloquial.
No terceiro capítulo, que trata de intelecção de textos, apresentaremos como
realizar as análises textual, temática e interpretativa de textos.
O quarto capítulo, parágrafo, trabalha sua estrutura interna com o desenvol-
vimento das ideias principais e secundárias. Aqui, você verá ainda os parágrafos
narrativo, descritivo e interpretativo, e vai saber o que é coerência e coesão num
parágrafo.
Texto descritivo é o assunto principal do quinto capítulo. Nele, você verá as
principais características da descrição técnica de um objeto, de um processo e de
um ambiente.
No sexto capítulo, trataremos da dissertação. Veremos o que é dissertação, a
estrutura desse tipo de texto e os esquemas que você pode usar para elaborar seu
texto descritivo. Você vai ver ainda conceitos de tema, pressuposto e argumento.
Documentação técnica, de que trata o sétimo capítulo, aborda a elaboração
de relatórios, assunto muito importante para você, técnico em Eletroeletrônica.
No oitavo capítulo, internet, você terá mais informações sobre a rede mundial de
computadores, seu acesso, além de como se comunicar e realizar pesquisas na web.
O nono capítulo se refere ao editor de texto, mais especificamente o Word
2010. Você vai saber como trabalhar com as principais ferramentas desse editor,
como: formatar textos, inserir figuras e tabelas e imprimir documentos.
Finalmente, no décimo capítulo, abordaremos o assunto editor de apresenta-
ções. Nele, você terá informações de como estruturar sua apresentação e geren-
ciar seu tempo, além da elaboração de slides com a inserção de figuras e arquivos.
Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
17

Anotações:
Comunicação

Quase tudo o que você faz desde que acorda até quando vai dormir é comunicação. Você
se comunica ao ler um jornal, ouvir rádio, conversar com o vizinho, ver TV, participar de uma
reunião, dirigir seu carro, assistir a uma aula, fazer compras no supermercado, pagar uma conta
no banco ou trabalhar no escritório.
Comunicação significa participar alguma coisa, fazer alguém saber, tornar algo comum a
várias pessoas. É um processo básico do homem e sem ela seria praticamente impossível viver
em sociedade. Você não acredita? Então, tente comprar uma cafeteira ou fazer uma consulta
médica sem se comunicar.
Utilizamos a linguagem para nos comunicar. Por meio dela, fazemo-nos entender e com-
preendemos a realidade que nos cerca. É principalmente por meio da palavra, seja ela escrita
ou falada, que formulamos nossos pensamentos, adquirimos conhecimento e transmitimos
informação a outras pessoas.
Mas, para que a comunicação aconteça de forma eficiente, alguns cuidados devem ser
tomados.
Em uma conversa, por exemplo, devemos garantir que:
a) a mensagem esteja bem organizada e seja claramente entendida;
b) as palavras utilizadas sejam conhecidas pelos participantes da conversa;
c) o que foi falado seja ouvido com clareza; e
d) a informação faça sentido para todos os envolvidos.
Deu para perceber que a comunicação envolve vários elementos como uma pessoa que fala,
outra que escuta, algo que é dito em determinada língua, e um meio para que a mensagem
flua? Um exemplo é o telefone. É importante também que o que está sendo dito faça sentido.
Quando se diz que houve falha na comunicação, é porque um ou mais desses elementos
não cumpriram corretamente seu papel ao transmitir a informação.
Vamos, agora, conhecer mais profundamente como se dá a comunicação e qual o papel de
cada um dos seus elementos nesse processo, para que possamos nos comunicar de forma efetiva.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
20

2.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Os elementos necessários para que ocorra a comunicação estão representa-


dos no quadro a seguir.

Quadro 1 - Elementos de comunicação


ELEMENTO O QUE É?

Emissor é quem emite a mensagem.

Receptor é quem recebe a mensagem.

Mensagem é o conteúdo da informação transmitida.

Canal é o meio utilizado para transmitir a mensagem.

Código são as palavras, sinais ou gestos utilizados na mensagem.

Referente é o contexto, a situação e os objetos aos quais a mensagem se refere.

Observe, na figura a seguir, como se dá esse processo:

MENSAGEM
R RE
O

CE
SS

PTO
EMI

R
REC

OR

PT
SS

I
E

OR
EM
M E N S AG E M
Figura 2 -  Esquema do processo de comunicação
Fonte: SENAI-SP (2012)

Vamos conhecer cada um desses elementos?


O emissor tem a intenção de se comunicar e é ele quem elabora e envia a
mensagem. O emissor pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa ou mesmo
o governo de um país.
O receptor é quem recebe a mensagem. Note que, quanto mais o emissor
conhecer o receptor, maiores as chances de a comunicação ser efetiva. Por isso,
é importante que o emissor tenha algumas informações a respeito do receptor:
2 COMUNICAÇÃO
21

a) quais seus conhecimentos em relação ao assunto?


b) qual o seu nível de linguagem?
c) qual o seu grau de interesse em relação ao assunto?

O receptor pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou ainda um animal


ou uma máquina. É bom reforçar que receptores e emissores invertem os papéis
no processo de comunicação.

Para saber se o receptor entendeu a sua mensagem,


VOCÊ veja se o seu comportamento observável sofreu alguma
mudança. Por exemplo: o motorista parou o carro quan-
SABIA? do o sinal vermelho acendeu. Isso demonstra que ele
recebeu a mensagem.

A mensagem é o objeto, o objetivo da comunicação. Ela é constituída pelo


conteúdo da informação que se quer transmitir.
Outro elemento do processo de comunicação é o canal, que é a maneira utili-
zada pelo emissor para transmitir a mensagem ao receptor.
Quando você conversa com alguém pessoalmente, o canal de comunicação
é o ar. Outros exemplos de canais utilizados são o telefone, o rádio, a televisão, a
internet, o telegrama, a carta.
Agora, o emissor deve escolher um código conhecido pelo receptor. Por exem-
plo, podemos utilizar como código as palavras e regras de combinação entre es-
sas palavras para falar a Língua Portuguesa.
Veja bem: se o receptor não fala português, a escolha do código não foi das
melhores e a comunicação dificilmente acontecerá. Isso acontece pois o emis-
sor codificou (utilizou um código) uma mensagem em português e o receptor
dificilmente conseguirá decodificar (interpretar o código), uma vez que ele não
compreende esse idioma.
O referente é o contexto, isto é, a situação psicológica, social ou histórica em
que a informação é passada.
Observe a descrição de Vanoye (1987) sobre o referente:

O referente [...] é constituído pelos elementos da situação


do emissor e do receptor e pelas circunstâncias de transmis-
são da mensagem. Assim é que quando uma professora dá a
seguinte ordem a seus alunos: “coloquem o lápis sobre a car-
teira”, sua mensagem remete a uma situação espacial, tempo-
ral e a objetos reais.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
22

Vamos ver, agora, os elementos da comunicação contextualizados no exemplo


a seguir:
Bom dia, senhores ouvintes! Aqui é o locutor da sua Rádio Planeta. Informamos
que dentro de mais alguns minutos vamos interromper nossa programação para a
transmissão do horário eleitoral gratuito.

Os elementos da comunicação que aparecem no exemplo são:


a) Emissor: locutor.
b) Receptor: ouvintes.
c) Mensagem: interrupção da programação para a transmissão do horário
eleitoral.
d) Canal: rádio.
e) Código: Língua Portuguesa falada.
f ) Referente: em época de eleições, o horário eleitoral interrompe a progra-
mação normal das rádios.

Figura 3 -  Comunicação do tipo unilateral


Fonte: SENAI-SP (2012)

Veja, agora, neste outro exemplo:

— Alô, Sr. Francisco? Aqui é o Jonas.


— Olá, Jonas, quais são as novidades?
— As novidades são boas! Aumente a produção. Fechei um grande contrato!
— Que beleza, Jonas. Você é demais! Vamos ao trabalho, então. Um abraço!
— Até logo, Sr. Francisco!
2 COMUNICAÇÃO
23

Quais elementos da comunicação foram usados no diálogo anterior?


a) Emissor: Jonas.
b) Receptor: Sr. Francisco.
c) Mensagem: fechamento de um grande contrato.
d) Canal: telefone.
e) Código: Língua Portuguesa falada.
f ) Referente: notícia dada pelo funcionário a seu superior gera expectativa de
aumento na produção da empresa.

Figura 4 -  Comunicação do tipo bilateral


Fonte: SENAI-SP (2012)

Basicamente, existem duas formas de comunicação.


Quando você lê uma informação num cartaz, essa co-
VOCÊ municação é chamada unilateral. Porém, em uma con-
SABIA? versa entre amigos, existe uma alternância de papéis.
Ora você é o emissor da mensagem ora é receptor. Essa
forma de comunicação é chamada bilateral.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
24

CASOS E RELATOS

Na palestra sobre comunicação na empresa, o especialista insistia que,


quanto mais próximo o emissor do receptor, maiores as chances de uma
comunicação efetiva. Dizia ele que uma das condições para que a men-
sagem seja recebida e bem interpretada, é que o receptor seja conhecido.
Quanto mais conhecido, melhor.
Nesse instante, um dos participantes da reunião pediu a palavra. Con-
cordava com tudo o que estava sendo dito, mas pediu licença para con-
tar um caso que lera num livro de Alexandre Rangel, escrito em 2003.
Disse ele:
“Um casal tomava café no dia de suas bodas de ouro. A mulher passou a
manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo.
Ela pensou: sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais
meu marido e, por 50 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satis-
fazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez
na vida.
Para sua imediata surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem
fim e ele lhe disse:
— Muito obrigado por este presente, meu amor. Durante 50 anos, sem-
pre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto
dela, jamais ousei pedir!”
Como você pode ver, o maior problema é quando, algumas vezes,
acreditamos que o receptor sabe do que estamos falando e, por isso, não
damos muita atenção à elaboração da mensagem. Foi o que aconteceu
com esse casal que, depois de 50 anos juntos, descobriu que não se co-
nhecia tão bem assim.

Mesmo tomando todos os cuidados para que a comunicação aconteça, por


que, muitas vezes, não conseguimos ser entendidos ou compreender alguém
quando tentamos nos comunicar?
Acontece que, durante o processo, podem ocorrer ruídos que atrapalham a co-
municação. Vamos ver o que são os ruídos e como podemos reduzi-los utilizando
a redundância e a realimentação.
2 COMUNICAÇÃO
25

2.2 RUÍDO

A comunicação, sem que sejam tomados alguns cuidados, pode fazer com
que os interlocutores “não se entendam”. Quando isso ocorre, é porque houve
um ruído no processo de comunicação. Ruído é qualquer fator que interfere na
comunicação, impedindo que haja transmissão de informação ou dificultando o
entendimento da mensagem.
Por exemplo: a voz baixa do emissor numa conversa muitas vezes é um ruído na
comunicação, porque o receptor pode não entender corretamente a mensagem.
O ruído pode vir:
a) do canal (telefone com chiado);
b) do emissor ou do receptor (falta de atenção dos interlocutores);
c) da mensagem (erros de digitação num texto do jornal); e
d) do código (conversa entre pessoas que não falam a mesma língua).
Existem alguns recursos que contribuem para diminuirmos as chances de
ocorrerem os ruídos. Vamos ver a seguir quais são eles.

2.2.1 REDUNDÂNCIA

A redundância é utilizada para reduzir o ruído na comunicação e para dar maior


clareza e entendimento à mensagem. Observe que muitas das palavras utilizadas
num texto não trazem informações novas para o leitor. Elas servem, basicamente,
para reforçar a mensagem e diminuir os ruídos.
Veja: eu posso escrever “vamos ao parque amanhã”, mas escrevo “nós vamos ao
parque...”. O emprego do pronome “nós” é uma redundância.
São outros exemplos de redundância: levantar a voz numa conversa, utilizar
gestos junto com palavras, usar entonação diferente e frases exageradas, repetir
palavras num texto escrito etc.

2.2.2 REALIMENTAÇÃO (FEEDBACK)

A realimentação também ajuda a diminuir o ruído na comunicação. Realimen-


tação é um conjunto de sinais que permite saber o resultado da transmissão da
mensagem, indicando que foi recebida e compreendida pelo receptor.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
26

A resposta do receptor pode vir na forma verbal (“Sim, eu entendi.”) ou não


verbal (um sinal positivo com a cabeça). Dependendo da resposta do receptor, o
emissor pode refazer a mensagem para melhorar a comunicação. Dessa maneira,
a pessoa interessada em se comunicar bem deve ficar atenta e procurar obter do
receptor o feedback da mensagem.

Para facilitar a comunicação interpessoal, você deve:


• ouvir atentamente o interlocutor;
• demonstrar respeito pelas opiniões do interlocutor;
VOCÊ • estabelecer empatia com o interlocutor, isto é, colo-
SABIA? car-se na situação do outro;
• formular perguntas: elas ajudam a dar feedback ao
emissor;
• centrar-se na comunicação, evitando emitir julga-
mentos precipitados.

No mercado editorial há muitas publicações que tratam do


processo de comunicação e de seus elementos. Para saber mais
SAIBA sobre as características dos elementos de comunicação, indi-
camos o livro “Usos da Linguagem”, escrito por Francis Vanaye
MAIS e publicado pela Martins Editora, em 2007. Mas, você também
pode pesquisar outros autores. Para encontrar títulos referentes
a esse assunto, pesquise nos sites das grandes livrarias.

2.3 NÍVEIS DE FALA

Quando você fala, deve observar quem é o receptor e as circunstâncias em que


a mensagem se dá. No dia a dia, você convive com diferentes pessoas e grupos e,
em cada situação, é necessário que se comunique de uma maneira adequada para
ser compreendido. Numa conversa com os amigos, você emprega determinadas
palavras e expressões que, provavelmente, não utilizaria falando com um juiz.
Com os amigos, seu nível de linguagem é diferente daquele que você usa
quando está participando de uma reunião no escritório: aqui seu vocabulário
deve seguir as regras gramaticais da língua. Já no campo de futebol, seu palavrea-
do pode ser mais simples, mais livre. Desse modo, você pode perceber que o nível
de fala irá variar de acordo com o contexto.
Como vimos, é necessário um código comum para que haja comunicação. Por-
tanto, falar a mesma língua, o português, por exemplo, já é um bom começo para
2 COMUNICAÇÃO
27

o sucesso da comunicação. Mas, quantas são as línguas portuguesas? Existem


muitas variações na língua por causa das diferentes palavras empregadas e de
suas diversas pronúncias.
Você não vê diferença entre o vocabulário de um médico e de seu paciente?
E quanto à pronúncia: são as mesmas no Paraná e no Amazonas? Além disso, a
profissão, a idade, o nível cultural fazem com que haja variações na linguagem.
A língua falada apresenta dois níveis: a culta e a coloquial.

2.3.1 A LINGUAGEM CULTA

A linguagem culta segue as normas gramaticais e seu uso é recomendado em


situações formais, como na escola (pelo professor), ou quando não se tem intimi-
dade com o receptor.
A linguagem culta, ou padrão, é elaborada, faz uso de um conjunto de regras
que regem a língua e de uma seleção cuidadosa das palavras.
Observe no trecho a seguir um exemplo de linguagem bem elaborada:

Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura.


Mas leitura aqui não significa somente a capacidade de juntar
letras, palavras, frases. Ler é muito mais que isso. [...] ler bem
exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita
complementam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos
aprender os procedimentos linguísticos necessários a uma boa
redação. (VALENÇA et al., 1998, p. 9).

hoje
iniciaremos uma
nova etapa do curso de
comunicação oral
e escrita

esperamos que
vocês tenham um bom
aproveitamento, pois os conteúdos
que abordaremos serão muito
úteis para o seu desenvolvi-
mento profissional

Figura 5 -  Professor utiliza a linguagem culta em sala de aula


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
28

2.3.2 A LINGUAGEM COLOQUIAL

A linguagem coloquial, por sua vez, é espontânea e informal. Ela não obede-
ce, necessariamente, às regras da norma culta. É usada no ambiente familiar e
na comunicação entre amigos. Essa forma de linguagem, também chamada de
popular, é empregada ainda em propagandas e programas de TV e rádio, pois a
intenção é a aproximação com o receptor.
Observe o exemplo a seguir:
Sabe, meu amigo, a vida não está nada fácil. Ainda ontem fui ao supermercado
com a patroa. Menino, os preços estão pela hora da morte. Não enchi o carrinho e o
salário já tinha ido quase todo. Assim não dá! Vou ter de fazer hora extra ou arranjar
outro emprego ou... comer menos.

Figura 6 -  Uso de linguagem coloquial em ambiente descontraído


Fonte: SENAI-SP (2012)

A língua é viva e dinâmica, reinventa-se e se modifica constantemente. No-


vas palavras e expressões são criadas na medida em que surgem novos objetos e
conhecimentos.
A língua sofre influência de idiomas de diversas origens (estrangeirismos), de
grupos sociais (gírias), de falantes das diversas regiões do país (regionalismos).
Com isso, novos termos e expressões são, depois de algum tempo, incorporados
à nossa linguagem cotidiana.
Além disso, tecnologias e comportamentos sociais forçam a criação e a utiliza-
ção de novas palavras. Os veículos de comunicação, como a televisão e a internet,
por sua vez, fazem com que esses vocábulos sejam empregados por um número
cada vez maior de usuários. Consagradas pelo uso, as novas palavras acabam sen-
do incorporadas aos dicionários.
Ficou intrigado? Veja então com mais detalhes algumas dessas influências.
2 COMUNICAÇÃO
29

2.3.3 GÍRIAS

As gírias nascem em um determinado grupo social: esportistas, estudantes,


policiais, ou são usadas entre pessoas que possuem algum tipo de afinidade,
como a idade ou a profissão. Elas são utilizadas como mensagem que pode ser
decodificada apenas por seu grupo de origem.
As gírias podem permanecer no vocabulário desses grupos ou cair em desuso
e, rapidamente, serem substituídas por outras. Acontece que alguns desses pala-
vreados acabam chegando aos meios de comunicação de massa e, disseminados,
são incorporados à língua oficial.
Ao ler o exemplo a seguir, você com certeza se lembrará de outros:
— E aí, mermão, firmeza?
— Beleza e você? Tudo em cima?
— Mano, vô te contar: minha mãe brisô!
— O que ela aprontou?
— Me convidou para dar um rolê com ela no super!!!
— É, mano, brisô mesmo.

2.3.4 ESTRANGEIRISMOS

Estrangeirismo é a incorporação de palavras ou expressões de outros idiomas


(línguas estrangeiras) na Língua Portuguesa.
A maioria dessas palavras tem origem latina, grega, árabe, espanhola, italia-
na, francesa ou inglesa. Algumas palavras passam a fazer parte de nosso idioma
sem modificar a forma original ou a pronúncia, mas outros vocábulos são apor-
tuguesados.
O estrangeirismo se dá quase sempre por meio de fatores históricos, sociocultu-
rais e políticos, modismos ou avanços tecnológicos. Normalmente, de tão acostu-
mados, não nos damos conta de que estamos falando ou ouvindo estrangeirismos.
Veja, no exemplo a seguir, de onde vieram algumas palavras que passaram
pelo processo de aportuguesamento.
A mulher de branco havia ido ao toalete (do francês). Quando voltou, pediu um
hambúrguer (do inglês) com lasanha (do italiano), arroz (do árabe) e acarajé (do
africano). Aquilo me pareceu estranho, mas como o cavalheiro (do espanhol) que a
acompanhava vestia um quimono (do japonês), tomava vodca (do russo) e usava na
cabeça um cocar de pajé (do africano), resolvi reconsiderar. Da minha mesa, via-se o
piano (do italiano) sendo tocado por um garçom (do francês).
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
30

2.3.5 NEOLOGISMOS

Normalmente, os neologismos são usados quando o emissor não encontra


uma palavra com significado similar na língua para designar modismos, novas
invenções, tecnologias. Desse modo, são criados termos ou expressões para re-
presentá-los.
Às vezes, os neologismos são palavras já existentes, que podem ganhar uma
nova significação, um novo sentido, como você vê no exemplo a seguir:
O laranja (falso proprietário) da empresa foi preso, mas antes deletou (apagou) os
arquivos comprometedores do seu PC (computador).

A informática está repleta de palavras que foram inseri-


das na nossa língua, como:
• deletar: eliminar, apagar;
• lincar: acessar documento de hipertexto por meio de
VOCÊ link;
SABIA?
• logar: acessar computador por meio de nome e senha;
• baixar: transferir dados de um computador ou da
rede para o seu computador;
• clicar: apertar botão do mouse.

2.3.6 REGIONALISMOS

Os regionalismos linguísticos, ou modos de falar locais, são variações da lín-


gua padrão que apresentam diferenças na pronúncia de determinadas palavras
e expressões, constituindo-se num sotaque característico. Por isso, no Brasil, con-
seguimos distinguir os falares amazônico, nordestino, mineiro, gaúcho ou caipira.
Além disso, um objeto pode ser conhecido por um nome em São Paulo e outro
completamente diferente em Salvador.
Veja, a seguir, alguns termos usados no interior do estado de São Paulo:
a) guia: meio-fio;
b) farol: semáforo, sinaleira;
c) holerite: contracheque;
d) carta de motorista: carteira de habilitação;
e) passeio: calçada;
f ) mexerica: tangerina, bergamota, laranja-cravo;
g) mina: menina, garota, namorada;
2 COMUNICAÇÃO
31

h) bornal: saco para carregar mantimentos ou alimentos, embornal;


i) apear: descer, ir;
j) apitô: morreu.

2.3.7 JARGÃO

Segundo dicionário Houaiss (2009, p. 1127), jargão é um “código linguístico


próprio de um grupo sociocultural ou profissional com vocabulário especial, difí-
cil de compreender ou incompreensível para os não iniciados”.
Os diversos grupos profissionais, como advogados, jornalistas, publicitários,
têm vocabulário e expressões próprias de seus trabalhos, os quais, muitas vezes,
não são compreendidos pelos demais falantes da língua.
Veja um jargão de advogados e juízes:
O presidente do conselho deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pelo artigo 14,
Capítulo V, Seção IV, do Anexo I, do Decreto nº 6.319, de 20/12/2007... .
Veja, agora, um jargão de médicos e farmacêuticos:
Assim como ocorre com outros agentes trombolíticos, a hemorragia é o efeito in-
desejável mais comum associado ao uso do medicamento X.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você viu que a comunicação ocorre a todo instante e, para
isso, alguns elementos são necessários: emissor, receptor, mensagem, ca-
nal, código e referente.
Verificou que, se não forem tomados alguns cuidados, o ruído na comuni-
cação pode fazer com que os interlocutores “não se entendam”.
Viu também que existem duas formas de expressão: a linguagem culta
e a coloquial. E que a língua é dinâmica e está sempre se modificando
porque sofre influência de outras línguas, além das gírias, estrangeiris-
mos, regionalismos e neologismos.
No próximo capítulo, você terá a oportunidade de conhecer as técnicas
de intelecção de texto para ler e compreender textos adequadamente.
Técnicas de intelecção de texto

Leia o trecho a seguir:


Os problemas de um país devem ser resolvidos pelo seu povo. O povo precisa de educação e tra-
balho. Este tem de ser garantido pelo governo. O governo precisa saber que, nas próximas eleições,
será julgado pelos eleitores. Um povo educado tem trabalho.
Foi difícil entender o texto acima? A grande maioria das pessoas teria dificuldade.
Numa rápida análise, percebemos que o texto foi construído de forma pouco adequada e,
por isso, não conseguimos saber do que se trata.
Pois é justamente disso que vamos falar agora: de como ir além do entendimento das pa-
lavras e das frases, buscando saber qual o assunto do texto e qual a opinião do autor sobre tal
assunto.
Para tanto, vamos utilizar as seguintes técnicas: a análise textual, a análise temática e a aná-
lise interpretativa.
A primeira trata justamente da maneira como um texto é estruturado, de sua forma, en-
quanto que a análise temática está relacionada ao assunto, às ideias expressas no texto. Por
último, vamos estudar a análise interpretativa, que é quando você dará sua opinião a respeito
das ideias do autor.
Não é necessário dizer quais podem ser as consequências se fizermos uma leitura equivoca-
da de, por exemplo, um contrato de compra e venda de uma casa, não é?
Então, vamos aprender a ler observando algumas regras de intelecção de texto.

3.1 REGRAS DE INTELECÇÃO DE TEXTOS

Segundo Severino (2006), durante o processo de comunicação, o emissor sofre uma série de
interferências pessoais e culturais que colocam em risco a objetividade da sua informação. Des-
se modo, é necessário que o receptor tome alguns cuidados para garantir maior objetividade
na interpretação da comunicação.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
34

E qual a importância das técnicas de intelecção de textos no processo de co-


municação? É que a todo o momento, e nas mais diversas situações do nosso dia a
dia, estamos diante de palavras escritas que precisam ser corretamente interpre-
tadas. Esses textos podem ser veiculados nos mais diferentes canais de comunica-
ção: livros, jornais, revistas, leis, bulas de remédio, catálogos de produto, manuais
de procedimento, entre outros.
As técnicas de intelecção nos ajudam a interpretar corretamente o significa-
do do texto de outros autores. As análises textual, temática e interpretativa são,
também, de grande utilidade para nos ajudar a escrever nossos próprios textos,
conseguindo assim maior grau de clareza e objetividade para aquilo que quere-
mos transmitir.
Você, com certeza, deve conhecer algum caso no qual a falta de objetividade
tenha gerado grande confusão, não é? Veja a seguir um desses casos.

CASOS E RELATOS

“Comunicações mal feitas costumam ter resultados inusitados”, disse-me


um colega que trabalha na área técnica de uma grande empresa. “Isso é
certo”, respondi, contando um caso que ouvi numa palestra sobre Comu-
nicação Empresarial.
É claro que o relato abaixo, texto de autor desconhecido, é um tanto
exagerado. Entretanto, dá para perceber o quanto uma informação séria,
e no geral bem escrita, pode se transformar numa piada de mau gosto.
Em muitos outros casos, uma informação lida, interpretada e retransmi-
tida sem cuidado pode acarretar problemas reais e com consequência
pouco agradáveis.
Mas, veja o que aconteceu com o comunicado do presidente de uma em-
presa para o seu diretor.
3 TÉCNICAS DE INTERLECÇÃO TEXTUAL
35

Cometa?!
Do presidente para o diretor:
Na próxima sexta-feira, às 17 horas, o cometa Halley passará por esta área.
Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúna
os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança,
quando explicarei o fenômeno. Se chover, não veremos o raro espetáculo
a olho nu.

Do diretor para o gerente:


A pedido do presidente, na sexta-feira às 17 horas, o cometa Halley vai
aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, to-
dos com capacete e os encaminhe ao pátio, onde o raro fenômeno terá
lugar, o que ocorre a cada 78 anos, a olho nu.

Do gerente para o supervisor:


A convite do nosso querido presidente, na próxima sexta-feira às 17
horas, o cientista Halley, de 78 anos vai aparecer nu na fábrica, usando
apenas capacete, quando irá explicar o fenômeno da chuva para os segu-
ranças, no pátio.

Do supervisor para o chefe:


Todo mundo nu, na próxima sexta, às 17 horas, pois o mandachuva do
presidente, Sr. Halley, estará lá para mostrar o raro filme “Dançando na
Chuva”. Caso comece a chover mesmo, o que ocorre a cada 78 anos, por
motivo de segurança, coloque o capacete.

Do chefe para todos:


Nesta sexta-feira, o presidente fará 78 anos. A festa será às 17 horas no
pátio da fábrica. Vão estar lá Bill Halley e seus cometas. Todo mundo deve
estar nu e de capacete. O espetáculo vai rolar mesmo que chova, porque
a banda é um fenômeno.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
36

Para fazer uso das técnicas de intelecção de texto, o primeiro procedimento é


delimitar a extensão do texto que vai ser analisado, ou seja, você deve escolher uma
unidade de leitura para trabalhar. Essa unidade pode ser um capítulo, uma seção do
livro ou qualquer trecho que tenha sentido, isto é, que traga uma ideia completa.
Então, está preparado para iniciar as análises? Vamos lá!

Quem lê corretamente, escreve corretamente! De fato, o


bom leitor é aquele que sabe analisar o que está lendo,
VOCÊ buscando entender o motivo de o autor ter escrito da-
SABIA? quela maneira. Assim, ele utilizará esse conhecimento
quando for escrever, e terá grande chance de produzir
bons textos.

3.2 ANÁLISE TEXTUAL

Definida a unidade de leitura a ser trabalhada, passamos à análise textual, que


é a leitura preliminar do texto para ter uma ideia de como o autor se expressa na
escrita para dizer o que pensa.
Durante essa leitura, assinale todas as passagens que geraram alguma dúvida
e que você não compreendeu completamente. É nessa hora também que você
fará uma pesquisa sobre o autor do texto para saber: quais livros ele escreveu, o
que ele pensa sobre outros assuntos, trabalha onde, qual a sua formação, onde
ele nasceu?
Outra questão tratada na análise textual é quanto ao vocabulário emprega-
do. Normalmente, textos técnicos e científicos trazem relatos de fatos históricos,
teorias, objetos e citações de autores nem sempre conhecidos por você. Por isso,
toda palavra, termo ou conceito desconhecido deve ser assinalado para, poste-
riormente, ser pesquisado.
3 TÉCNICAS DE INTERLECÇÃO TEXTUAL
37

Figura 7 -  Análise textual


Fonte: SENAI-SP (2012)

Citações são textos de outros autores usados para dar auto-


ridade ao texto que está sendo produzido. Elas podem ser
SAIBA diretas ou indiretas. Direta: é a transcrição ou cópia de um
trecho que mantém exatamente as mesmas palavras do au-
MAIS tor consultado, devendo estar entre “aspas duplas”. Indireta:
é a reescrita das ideias de um autor usando palavras própri-
as, demonstrando que o texto foi lido e compreendido.

Então, é hora de buscar respostas às dúvidas que você teve ao ler a unidade de
leitura. Você pode encontrar as respostas em dicionários, enciclopédias, revistas
técnicas, monografias e obras de referência, sites na internet, obras do mesmo
autor ou de outros.
Para completar a análise textual, faça um esquema da unidade de leitura, indi-
cando o que foi abordado na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do
assunto. Lembre-se de que toda unidade de leitura tem esses três tópicos.
Terminada a leitura preliminar, vamos iniciar a análise temática do texto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
38

3.3 ANÁLISE TEMÁTICA

Você fará a análise temática do texto para descobrir o significado da mensa-


gem que o autor quis transmitir. É aqui que você vai buscar apreender a ideia
principal do texto e, também, descobrir o que motivou o autor a escrever e, desse
modo, alcançar a essência do texto. Mas, antes, leia cada parágrafo separadamen-
te e tente identificar sua ideia central. A leitura realizada dessa forma é mais lenta,
mas permite organizar, aos poucos, os elementos mais importantes do texto.
Na análise temática, você fará algumas perguntas ao texto, buscando a com-
preensão global do conteúdo da mensagem na unidade de leitura.
Para tanto, você pode perguntar: o texto fala sobre o quê? A resposta vai indi-
car qual é o assunto tratado na unidade. Lembre-se de que o título, se bem elabo-
rado, pode trazer uma pista sobre o assunto.

Jornal Br
asileiro

Figura 8 -  Análise temática


Fonte: SENAI-SP (2012)

Outra questão que você deve levantar é o que o autor está tentando responder?
Isso se dá porque a mensagem da unidade traz, necessariamente, uma resposta do
autor a um problema colocado, que é o objetivo de ele ter escrito tal texto.
Respondida essa questão, descobre-se qual o problema que o autor preten-
deu solucionar. A maneira que o autor utiliza para responder indica o seu posicio-
namento perante a situação problematizada, revelando a ideia central da unida-
de de leitura. Num texto técnico ou cientifico, essa ideia central normalmente se
encontra na introdução da unidade.
O objetivo da análise temática é mostrar a você como o autor pensa, isto é,
como ele raciocinou, argumentou, para demonstrar sua posição perante o pro-
blema levantado no texto.
3 TÉCNICAS DE INTERLECÇÃO TEXTUAL
39

Para Severino (2006, p. 55),

[...] o raciocínio, a argumentação, é o conjunto de ideias e pro-


posições logicamente encadeadas, mediante as quais o autor
demonstra sua posição ou tese. Estabelecer o raciocínio de
uma unidade é o mesmo que reconstruir o processo lógico, se-
gundo o qual o texto deve ter sido estruturado: com efeito, o
raciocínio é a estrutura lógica do texto.

Uma última pergunta que se faz ao texto é se existem outros assuntos tratados na
unidade de leitura. Esses assuntos secundários complementam o raciocínio do autor,
mas não são necessários à ideia central, podendo ser retirados do texto sem prejuízo.
De posse das respostas de todas as perguntas que a análise temática fez ao
texto, você tem condições de fazer um resumo da unidade de leitura, isto é, uma
síntese das ideias do autor.

3.4 ANÁLISE INTERPRETATIVA

A análise interpretativa é a última fase da intelecção de textos e também a


mais complexa.
É nessa fase que você apresentará a sua posição a respeito das ideias do texto.
Para tanto, é necessário que você analise os argumentos do autor, confrontando-
-os com os seus conhecimentos prévios e com o que outros autores escreveram
sobre o mesmo tema.

Você sabe
o que penso sobre
este texto?

Figura 9 -  Análise interpretativa


Fonte: SENAI-SP (2012)

Um cuidado deve ser tomado para que sua análise seja realmente uma refle-
xão crítica das ideias apresentadas no texto: é importante situá-lo no contexto da
vida e da obra do autor, no período em que foi escrito, bem como no contexto
de outros textos. Um texto escrito no final do século passado deve ser analisado
observando-se a cultura e os valores daquela época.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
40

Para fazer a análise interpretativa, é necessário ainda identificar as teorias de


que o autor se valeu para embasar seus argumentos. Outro ponto importante
é se ele foi original e profundo no tratamento do tema. A análise interpretativa
se encerra com um texto crítico, quando você faz um juízo pessoal das ideias
defendidas pelo autor.
Vamos fazer uso mais uma vez dos ensinamentos de Severino (2006) e relacio-
nar alguns pontos importantes para que você faça a análise interpretativa.

Coerência interna
a) Alguma ideia nega ou se contrapõe a outra?
b) O raciocínio do autor demonstrou sua tese?

Tratamento do tema e relevância da argumentação


a) O texto é original?
b) O tema é analisado com detalhes?
c) Os argumentos do autor foram convincentes?
d) Qual é o alcance do tema?
e) Qual é a contribuição do tema à discussão do problema proposto?

Elaboração do texto crítico


a) Você concorda com o autor? Por quê?

SAIBA O livro “Metodologia do Trabalho Científico”, de Antônio Joa-


quim Severino, traz informações mais aprofundadas sobre as
MAIS técnicas de intelecção de texto. Não deixe de consultá-lo.
3 TÉCNICAS DE INTERLECÇÃO TEXTUAL
41

RECAPITULANDO

Nesta parte do livro Comunicação Oral e Escrita, você estudou as técnicas


de intelecção de texto: as análises textual, temática e interpretativa. Veja,
a seguir, um resumo para relembrar os pontos mais importantes a serem
considerados em cada tipo de análise.

Análise textual
• Faça uma leitura rápida para ter uma ideia geral do texto.
• Anote os pontos que necessitam de esclarecimento.
• Se encontrar palavras desconhecidas, busque seu significado.
• Procure informações sobre o autor, fatos históricos e autores citados
no texto.
• Para facilitar a análise, tenha acesso a dicionários e enciclopédias.
• Leia cada parágrafo separadamente e identifique sua ideia central.
• Faça uma esquematização da unidade de leitura.

Análise temática
• Qual é a ideia central de cada parágrafo?
• O texto fala sobre o quê?
• O que o autor está procurando responder?
• Qual é a ideia principal do texto?
• Existem ideias secundárias?
• Os argumentos são convincentes?
• Faça um resumo da unidade de leitura.

Análise interpretativa
• Veja se o texto tem coerência interna.
• Analise a profundidade no tratamento do tema, a validade e a relevân-
cia da argumentação.
• Elabore um texto crítico a respeito do que você leu.
Parágrafo

A partir de agora, vamos pensar em como colocar as ideias no papel, isto é, de que maneira
escrever nosso próprio texto, argumentando de forma convincente e lógica para que o leitor
entenda nosso ponto de vista e concorde com ele.
Antes de iniciarmos nosso estudo, é importante reconhecer que escrever não é um dom
que nasce com poucas pessoas, como muitos supõem, mas uma habilidade que qualquer um
de nós pode desenvolver. E, para que isso aconteça, você já sabe: ler regularmente textos de
bons autores ajuda muito quando for expor suas ideias. Outra coisa que você não pode esque-
cer é que elaborar um bom texto exige empenho, estudo e muita, muita prática.
Além disso, hoje, em qualquer atividade que você for realizar, é necessário se fazer entender
na forma escrita, seja para redigir um relatório, para escrever uma ordem de serviço, para enviar
uma mensagem por e-mail ou por telefone celular ou até mesmo para fazer um comentário na
rede social.
Então, vamos lá: neste capítulo estudaremos como estruturar um parágrafo, que nada mais
é do que a unidade de composição do texto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
44

1 PERÍODO 4.1 ESTRUTURA INTERNA


É composto por uma ou O texto é um conjunto de parágrafos sequenciados de maneira lógica e enca-
mais orações com sentido
completo. Oração é uma deados de maneira coerente. Cada parágrafo é composto por um ou dois perío-
frase que contém um ou
mais verbos. A frase, por dos que trazem uma única ideia. Preste atenção, porque esta é sua característica
sua vez, é um enunciado mais importante: todo parágrafo deve apresentar um único ponto de vista ou
com sentido completo, que
pode ou não conter um uma única ideia básica, que chamaremos de principal. E, para justificar essa ideia,
verbo. utilizamos outros períodos que tragam ideias secundárias.
Segundo Garcia (2003),

[...] o parágrafo é uma unidade de composição, constituída


por um ou mais de um período1 em que se desenvolve de-
terminada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logica-
mente decorrentes dela.

A ideia principal, também conhecida por tópico frasal, em geral é a introdução


da unidade de composição e nos fornece o tema que será desenvolvido. Essa pri-
meira informação é fundamental para o desenvolvimento do parágrafo e, como
veremos mais adiante, do próprio texto. Desse modo, esse primeiro período deve
ser muito bem pensado e construído.
As ideias secundárias são períodos que têm a função de explicar, detalhar, es-
clarecer, justificar, fundamentar ou comprovar o que foi declarado na ideia princi-
pal. A construção dessas ideias deve ser feita com muita atenção porque depende
delas a coerência da ideia principal.
Veja um exemplo de parágrafo, com destaque para a ideia principal e as ideias
secundárias:
Um dos vilões da sociedade moderna é a obesidade. Em primeiro lugar, desta-
ca-se a alimentação desequilibrada, cheia de gorduras e carboidratos; outro fator
é a ausência de exercícios sistemáticos e, sem dúvida, a permanência demasiada
diante de computadores e aparelhos de TV.
Ideia principal ou tópico frasal: Um dos vilões da sociedade moderna é a
obesidade.
Ideia secundária 1: em primeiro lugar, destaca-se a alimentação desequilibra-
da, cheia de gorduras e carboidratos;
Ideia secundária 2: outro fator é a ausência de exercícios sistemáticos e,
Ideia secundária 3: sem dúvida, a permanência demasiada diante de compu-
tadores e aparelhos de TV.
4 PARÁGRAFO
45

Dessa maneira, dá para perceber como esse parágrafo foi bem estruturado.
Observe como as ideias secundárias realmente explicam a ideia central.
Para que você possa redigir bons textos, siga a dica: antes de iniciar qualquer
redação, você deve elaborar um plano para cada parágrafo do seu texto.
Outra característica dos parágrafos é que eles devem apresentar três partes
distintas: uma introdução, que é o tópico frasal, um desenvolvimento e uma
conclusão (nos parágrafos com poucos períodos nem sempre existe a conclusão).
Na verdade, o parágrafo é um pequeno texto com um tema delimitado (o quê?)
e um objetivo claro (por quê?). Os parágrafos, bem como o texto, podem ser nar-
rativos, descritivos ou dissertativos. Estudaremos mais adiante cada um deles.

Não existe um tamanho padrão para o parágrafo. Ele


VOCÊ pode ter um ou mais períodos. E também não há um
número estipulado para a quantidade de parágrafos no
SABIA? texto. Eles devem ser suficientes para justificar a ideia
principal e convencer o leitor de que ela é válida.

Veja a seguir mais um exemplo de desenvolvimento do parágrafo:


O texto de um poeta é muito diferente do texto de um historiador. O poeta
pode dar asas a sua imaginação, provocar emoções, escrevendo de forma subje-
tiva. O historiador, por sua vez, tem que se prender aos fatos e escrever de forma
objetiva. Assim, é necessário que cada tipo de texto seja lido de maneira única
pelos avaliadores desse concurso.
Tópico frasal: geralmente é a primeira frase do parágrafo e traz o tema que
será desenvolvido (o quê?): O texto de um poeta é muito diferente de um texto
de um historiador.
Frases de desenvolvimento: construídas a partir da pergunta “por quê?” à
ideia defendida no tópico frasal; esclarecem essa ideia. O poeta pode dar asas a
sua imaginação, provocar emoções, escrevendo de forma subjetiva. O historiador,
por sua vez, tem que se prender aos fatos e escrever de forma objetiva.
Frase de conclusão: pode ser iniciada por “é necessário”, conclui a análise dos
tópicos do desenvolvimento e dá uma solução à questão trazida pelo tópico fra-
sal. Assim, é necessário que cada tipo de texto seja lido de maneira única pelos
avaliadores desse concurso.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
46

4.2 DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

Da mesma forma que o primeiro período de um parágrafo traz sua ideia prin-
cipal e define sua sequência, o primeiro parágrafo também é, geralmente, o mais
importante do texto. É no parágrafo-chave que devemos declarar qual será o as-
sunto de toda a composição. Por isso, quando você muda de parágrafo, não muda
de assunto. O que faz é apresentar novos fatos para explicar, esclarecer e confir-
mar sua ideia principal.
Existem várias maneiras de desenvolver um parágrafo de forma lógica e orga-
nizada. Essas variações ocorrem de acordo com o modo que você expõe a ideia
principal do seu texto.
No quadro a seguir, usamos exemplos do livro “Roteiro de redação” (VALENÇA
et al., 1998) para mostrar algumas formas de iniciar um parágrafo:

Quadro 2 - Formas de iniciar parágrafos


FORMAS CARACTERÍSTICAS EXEMPLO

Afirmação capaz de causar im- População sai às ruas para exigir o


Declaração
pacto e surpreender o leitor. impeachment do presidente.

De um lado, professores mal pagos, deses-


A oposição criada pelas primei-
timulados, esquecidos pelo governo. De outro,
Oposição ras frases dará ao leitor uma
gastos excessivos com computadores, antenas
ideia do rumo do seu texto.
parabólicas, aparelhos de videocassete.

Esse recurso faz com que o lei- Será que é com novos impostos que a saúde
Pergunta
tor preste atenção ao assunto. melhorará no Brasil?

A citação vai indicar a seu leitor “As pessoas chegam a ponto de uma criança
Citação
o rumo da sua argumentação. morrer e os pais não chorarem mais...”

O fato histórico situa o leitor Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se


Alusão
e lhe dá melhor dimensão do os antagonismos leste-oeste e o mundo parece
histórica
problema. ter aberto de vez as portas para a globalização.

4.3 UNIDADE INTERNA

O texto, como você já sabe, é constituído por uma sequência de parágrafos e,


portanto, uma sequência de ideias. E cada parágrafo deve trazer uma ideia princi-
pal a partir de um tema ou assunto definido pelo autor.
Nos textos dissertativos, que são elaborados para defender uma ideia e con-
vencer o leitor da sua veracidade, é fundamental que os parágrafos tenham um
encadeamento lógico. Desse modo, ao mudar de parágrafo, o autor continua li-
gado ao assunto do parágrafo-chave, acrescentando informações relevantes para
o esclarecimento do leitor.
4 PARÁGRAFO
47

Ao passar para outro parágrafo, é necessário utilizar termos que servem de


conexão para dar um encadeamento lógico e natural entre eles. Esses termos são
chamados conectivos.
Os conectivos garantem coerência e coesão ao texto e, quando bem utilizados,
tornam a leitura mais fácil e fluente. Podem ser empregados dentro do parágrafo
para “amarrar” os períodos com o objetivo de garantir a coesão e a coerência das
ideias. Veja uma breve lista dos principais conectivos no quadro a seguir:

Quadro 3 - Lista de conectivos


PARA INDICAR USE

Adição E, nem, também, não só

Alternância Ou...ou, quer...quer, seja...seja

Causa Porque, já que, visto que, em virtude de

Conclusão Logo, portanto, pois

Condição Se, caso, desde que, a não ser que

Comparação Como, assim como

Consequência Tanto...que, tão...que, de modo que

Explicação Pois, porque

Finalidade Para que, a fim de que

Oposição Mas, porém, entretanto

Proporção À medida que, quanto mais

Tempo Quando, logo que, assim que

Em alguns casos, para garantir a unidade interna, pode ser necessário acres-
centar um parágrafo de transição, de modo que o leitor não perca a sequência
das ideias.

4.3.1 COERÊNCIA E COESÃO

Coerência e coesão são duas características do parágrafo tão intimamente li-


gadas que não faz sentido falar de uma sem discorrer sobre a outra. É comum
encontrar textos confusos e difíceis de serem entendidos. Isso ocorre porque
tanto a coerência quanto a coesão não estão sendo aplicadas.
Uma de suas maiores preocupações, ao escrever qualquer texto, é manter a
coesão, ou seja, amarrar uma frase na outra dentro do parágrafo, para que não se
perca o fio do pensamento. Seu texto é coeso quando você consegue estabelecer
uma relação entre as diversas frases do parágrafo e entre os parágrafos do texto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
48

Para garantir a coesão, você pode utilizar alguns recursos descritos no quadro
a seguir.

Quadro 4 - Recursos de coesão


RECURSO EXEMPLO

Pelé jogou muitos anos no time do Santos. O melhor joga-


Palavra que qualifica pessoa ou coisa
dor do mundo fez mais de mil gols.

O estádio de futebol da cidade será inaugurado no do-


Palavras ou expressões sinônimas
mingo. A arena tem capacidade para trinta mil pessoas.

Os alunos dessa sala são muito esforçados. Pelo menos dois


Numeral
terços trabalham o dia todo.

Este é um dos melhores romances que já li. Seus persona-


Pronomes
gens têm características psicológicas muito fortes.

Rubem Braga é o maior cronista brasileiro. Braga reuniu no


Repetição de nome próprio
livro “200 crônicas escolhidas” o melhor de sua produção.

Para saber mais sobre o uso de recursos de coesão textual,


SAIBA consulte o livro “Roteiro de redação: lendo e argumentando”,
MAIS de Ana Valença e outros autores, publicado pela Editora Sci-
pione, em 1998.

Entretanto, somente a coesão não basta para que suas ideias sejam perfeita-
mente compreendidas. É necessário que seu parágrafo seja também coerente.
A coerência está relacionada com a mensagem que você quer transmitir, com o
que efetivamente você quer dizer, isto é, com a ideia principal do seu parágrafo.
Se você não definir qual a ideia principal, o máximo que vai conseguir é um amon-
toado de ideias e um texto incoerente.
Para Valença et al. (1998), “[...] a coerência exige uma concatenação perfei-
ta entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido. Você
não pode dizer, por exemplo, numa frase, que o ‘desarmamento da população
pode contribuir para diminuir a violência’ e, em seguida, escrever: ‘Além disso,
o desemprego tem aumentado substancialmente’. Percebe como é flagrante a
incoerência existente entre elas.”
Assim, você deve buscar a coerência textual, fazendo com que haja uma rela-
ção harmoniosa entre as ideias apresentadas no texto. Isso pode ser conseguido
com a apresentação do conteúdo de forma ordenada, com início, meio e fim. Os
fatos que embasam seus argumentos também devem ser apresentados sem con-
tradições, e a linguagem deve ser adequada ao tipo de texto.
4 PARÁGRAFO
49

Veja um exemplo que pode ser extensivo a um texto completo:


Dois motivos fazem com que os jovens evitem a carreira do magistério. O primeiro
é a absoluta falta de reconhecimento da sociedade a essa carreira. O outro, não menos
importante, é a baixíssima remuneração paga ao professor. Desse modo, jovens de
talento e com aptidão ao magistério estão preferindo buscar outro tipo de trabalho.
Por que esse parágrafo é coerente? Basicamente, porque as ideias secundárias
e a conclusão, que poderia ou não estar presente, estão intimamente ligadas à
ideia principal declarada no tópico frasal. Aliás, a ideia central desse parágrafo é
um dado colhido da realidade (basta olhar ao seu redor) e porque está bem for-
mulado, é um bom pressuposto (vamos estudar esse assunto com mais detalhes
no capítulo Dissertação).
Esse parágrafo do exemplo, que chamaremos de parágrafo-chave, tem para o
texto a mesma função que o tópico frasal tem para o parágrafo: o de fio condutor.
Isso quer dizer que é a partir dele que o texto será desenvolvido. Então, cada uma
das ideias secundárias se transformará em um ou mais parágrafos, culminando
numa conclusão natural, porque essa conclusão já estava declarada no parágrafo-
chave. Desenvolvendo o texto dessa maneira, garantimos sua coerência.

CASOS E RELATOS

Aula de redação
Soares acabara de pegar seu diploma de técnico quando uma grande
empresa da região anunciou a ampliação de seu quadro de vagas. De-
pois de olhar os critérios de seleção, preocupou-se: deveria elaborar uma
redação.
Apesar de ter tido aulas de redação na escola técnica, sentia-se inseguro
em produzir um bom texto. Resolveu procurar sua antiga professora de
Comunicação Oral e Escrita, a dona Maria Regina.
A professora ouviu seu ex-aluno pacientemente e disse: “meu caro, tra-
balhamos bastante a produção de textos e você era um dos melhores da
turma. Tenho certeza de que vai se sair muito bem nessa seleção”. Mesmo
assim, resolveram repassar algumas regras para a elaboração do parágra-
fo, principalmente do primeiro.
Maria Regina disse: “se esse parágrafo for bem construído, garantirá o de-
senvolvimento da redação”, e continuou: “o parágrafo é formado por um
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
50

conjunto de períodos e é importante escolher um assunto e declará-lo


logo no início do primeiro parágrafo.”
Continuou: “seu desenvolvimento é feito por meio de ideias secundárias
e cada parágrafo deve ter apenas uma ideia principal. Lembre-se de que a
coesão e a coerência do texto devem ser observadas”. Finalizou: “e o mais
importante: pense antes de escrever”.
Soares agradeceu e foi fazer sua inscrição no processo seletivo daquela
grande empresa mais seguro sobre sua habilidade em elaborar redações.

4.4 TIPOS DE PARÁGRAFO

Você pode escrever um texto de três maneiras: contar uma história, descrever
alguma coisa ou alguém, ou dar sua opinião sobre um assunto. Assim, os pará-
grafos podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o
tipo de texto que se vai elaborar. Mas, lembre-se de que, num mesmo texto, você
pode ter um ou mais tipos de parágrafo.

4.4.1 PARÁGRAFO NARRATIVO

Na redação narrativa, o mais importante é contar a história vivida por algum


personagem. O narrador, que pode ser o autor ou não, faz o relato dos aconteci-
mentos: o que aconteceu, onde e quando? A história deve ter, necessariamente,
começo, meio e fim, isto é, deve informar quais foram as consequências, organi-
zado-as numa sequência de tempo. Aliás, espaço (o local) e o tempo (quando) são
duas das características mais importantes desse tipo de texto.
Exemplo:
Desceu rapidamente a escada, pulando os degraus de dois em dois. Estava atra-
sado. Estancou na soleira da porta para respirar. E também porque fora impedido
de passar pelo candidato derrotado à prefeitura. Este o cumprimentou sem olhar e
entrou rapidamente. Também estava atrasado. Tinha hora marcada com o psicólogo
do terceiro andar.
4 PARÁGRAFO
51

4.4.2 PARÁGRAFO DESCRITIVO

Nesse tipo de parágrafo, o narrador é substituído por um observador, que


descreve características de pessoas, animais, objetos, processos, situações, am-
bientes. Ao caracterizar pessoa ou animal, você pode descrever suas qualidades,
características físicas e psicológicas. Na descrição, não há progressão temporal
entre as frases, isto é, o tempo é estático.
Veja um exemplo da descrição de processo:
Chapiscar com colher é uma operação executada pelo pedreiro nos trabalhos de
revestimento.
1o Passo - umedeça a parede sem encharcá-la. As paredes serão molhadas para
retirar a poeira e evitar a absorção da água da argamassa.
2o Passo - Coloque o caixote de argamassa a sua direita.
3o Passo - Pegue a argamassa do caixote. É necessário pegar a argamassa com
a colher e dirigi-la para a parede, inclinando a ferramenta de tal forma que a
argamassa não caia.
4o Passo - Aplique argamassa na parede de modo que fique espalhada.
• A distância para lançar a argamassa na parede deverá ser de 25cm.
• Ao lançar a argamassa, é necessário levantar a colher, evitando que bata contra
a parede.
• Para chapiscar para o lado esquerdo do pedreiro, é necessário colocar o caixote
desse lado. A argamassa retirada é lançada com a colher.

4.4.3 PARÁGRAFO DISSERTATIVO

Esse parágrafo é um pouco mais complexo, pois envolve a defesa de uma de-
terminada ideia, com a apresentação de argumentos que embasam um ponto de
vista. Ao elaborar um parágrafo desse tipo, lembre-se de que os seus argumentos
devem ser lógicos e coerentes o bastante para convencer seu leitor. Portanto, an-
tes de iniciar uma dissertação, delimite a ideia principal, enumere seus argumen-
tos e pense numa conclusão adequada.
Exemplo:
A droga é uma substância entorpecente e alucinógena ingerida, em geral, com o
fim de alterar transitoriamente a personalidade. Por causa disso, seu uso frequente e
abusivo pode causar dependência aos seus usuários e males inimagináveis ao corpo,
física e psicologicamente.
Os textos descritivos e dissertativos serão vistos com mais detalhes nos próxi-
mos capítulos.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
52

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você estudou o parágrafo, unidade da composição de qual-


quer texto. Você sabe, agora, que todo parágrafo traz um ideia principal e
que a função dos outros períodos do parágrafo é confirmar essa ideia.
Viu ainda algumas maneiras de desenvolver o parágrafo e que a coerên-
cia e a coesão são características de todo texto bem elaborado.
Além disso, foi informado de que o texto pode ser:
Narrativo - narrador conta fatos envolvendo personagens em determi-
nado lugar e com progressão temporal. Responde à pergunta: O que
aconteceu?
Descritivo - observador indica características de objeto, pessoa, am-
biente ou processo, num determinado momento. Responde à pergunta:
Como é?
Dissertativo - texto expõe ideias e desenvolve argumentos que as com-
provem. Responde à pergunta: Qual sua opinião a respeito?
4 PARÁGRAFO
53

Anotações:
Descrição

Se eu pedir para que você diga como é o aparelho que se usa para medir voltagem, você
vai tentar fazer com que eu visualize o voltímetro, relatando sua cor, tamanho, forma, material
de que é feito etc. Pois então, o que você fez foi uma descrição das características do objeto, o
aparelho.
E se eu pedir que você descreva como esse aparelho funciona? Aí, seu texto descritivo vai
me explicar o processo de funcionamento do voltímetro, de que maneira é medida a voltagem
de uma rede elétrica, por exemplo. Nesse caso, você fez a descrição de processo.
E se, além disso, eu solicitar uma descrição do ambiente, isto é, de como é o laboratório
onde se encontra esse equipamento? Agora, você fará uma descrição do ambiente.
Neste capítulo, veremos a definição de descrição, sua finalidade e as características princi-
pais dos três tipos mencionados acima: do objeto, do processo e do ambiente.

5.1 O QUE É DESCREVER?

Descrever é apresentar detalhadamente as características de um ser, de um objeto, de um


processo ou de um local. Com a descrição, você faz com que seu leitor visualize mentalmente
uma imagem a partir do seu ponto de vista e num determinado momento.
Então, o objetivo da descrição é transmitir ao leitor uma imagem, em que se relatam, enu-
meram e detalham as características, as qualidades ou as especificações de pessoas, coisas,
locais, cenários, odores, ruídos, processos. A descrição pode informar, convencer, transmitir im-
pressões ou comunicar emoções.
Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (um objeto, por exemplo) e um
conjunto de características pertinente ao tema. As características a serem descritas são escolhi-
das pelo autor a partir de seus sentidos físicos (audição, visão, olfato, paladar e tato) e podem
sofrer limitações, justamente porque dependem unicamente de seu ponto de vista.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
56

A descrição pode ser física ou psicológica. Veja.


a) Física - fornece características exteriores: altura, cor dos olhos, cabelo, for-
ma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes, timbre da voz, idade.
b) Psicológica - apresenta características interiores, o jeito de ser de uma pes-
soa: seus hábitos, atitudes e personalidade, postura, preferências.

O texto descritivo pode ainda ser de duas formas:


a) subjetivo: quando o texto apresenta-se com uma visão pessoal do autor.
Assim, são retratadas as impressões e sensações despertadas no autor pelo
ser ou pelo objeto descrito; e
b) objetivo: quando o texto apresenta-se sem juízo de valor. Aqui, o mais im-
portante é a precisão da descrição das características da realidade observa-
da pelo autor.

No seu dia a dia, você vai utilizar a descrição objetiva para descrever tecnica-
mente um objeto, um processo, um ambiente.
Mas o que caracteriza uma descrição técnica? Diferentemente da descrição li-
terária, que utiliza a linguagem com o objetivo de agradar e impressionar o leitor,
a descrição técnica tem a intenção de informar.

A descrição técnica pode ser utilizada para descrever:


a) cor, forma, peso, dimensão de objetos;
b) fases, passos, procedimentos de pesquisas;
c) uso e funcionamento de equipamentos;
d) experiências de laboratório;
e) demonstrações, montagens, instruções de trabalho;
f ) uso de produtos, manutenção e reparações;
g) eventos e lugares; e
h) anatomia de um corpo, estrutura de vegetais e minerais.

Ao utilizar o texto técnico descritivo, fique atento também a algumas exigências:


a) precisão de vocabulário;
b) linguagem objetiva;
c) frases diretas e claras;
d) utilização de poucos adjetivos;
e) utilização de mapas, desenhos, fotos, diagramas ou fluxogramas; e
f ) utilização de verbos que indiquem estado.
5 DESCRIÇÃO
57

Os verbos que indicam estado são chamados verbos


de ligação. Esses verbos fazem a ligação entre o sujeito
VOCÊ (ser de quem se fala) e suas características (predicativos
SABIA? do sujeito). Alguns verbos utilizados preferencialmente
na descrição: ser, estar, ficar, tornar-se, continuar, per-
manecer, parecer.

Lembre-se de que a descrição está quase sempre ligada ao estilo de texto nar-
rativo, pois os personagens e o ambiente são caracterizados a partir do ponto de
vista do narrador. Entretanto, uma diferença é que, na descrição, todos os fatos
são narrados no mesmo tempo, não existindo relação de anterioridade nem pos-
terioridade entre as frases.

CASOS E RELATOS

Quando o professor do curso de redação disse que os alunos iriam estudar


as características do texto descritivo, João abriu um sorriso. Inscrevera-se
naquele curso noturno de redação para tentar resolver um problema que
enfrentava no novo trabalho.
Como técnico, precisava participar de visitas a clientes e descrever a situ-
ação em que se encontravam as máquinas de beneficiamento de soja.
Havia feito alguns relatórios, mas não gostou do resultado, muito menos
seu chefe e, por isso, resolveu matricular-se naquele curso.
O professor explicou que os principais textos descritivos eram os de ob-
jeto, processo e ambiente, e que, depois de conhecer suas características,
escreveriam muitos textos, porque somente dessa maneira conseguiriam
aprimorar a redação.
João concordou, fazendo sinal com a cabeça. Era tudo de que ele precisava.
Seguiu satisfeito com o curso e, ao concluí-lo, pôde constatar que já havia
superado muitas de suas dificuldades em redigir textos.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
58

5.2 TIPOS DE TEXTOS DESCRITIVOS

Vamos, a partir de agora, estudar detalhadamente a descrição de objeto, pro-


cesso e ambiente. Para cada um desses textos descritivos, vamos sugerir uma
estrutura básica, que consta de introdução, desenvolvimento e conclusão. Essa
estrutura é apenas uma sugestão. Você pode desenvolver seus textos descritivos
de outras maneiras.

5.2.1 DESCRIÇÃO DE OBJETO

Esse tipo de texto tem como característica principal identificar um objeto.


Acompanhe a explicação sobre como elaborar esse tipo de descrição.
a) Introdução – inicie com observações de caráter geral, ou seja, de que mate-
rial é feito o objeto, seu formato, suas dimensões e peso, textura, cor e brilho.
b) Desenvolvimento – desenvolva o texto descritivo do objeto indicando
seus detalhes, as partes que o compõe e de que forma elas se juntam para
formar o todo.
c) Conclusão – diga para que serve o objeto e qual profissional, normalmen-
te, o utiliza.
Veja, a seguir, o exemplo de descrição de um alicate universal.

Figura 10 -  Alicate universal


Fonte: SENAI-SP (2012)

Descrição do alicate universal

O alicate universal é uma ferramenta que consiste de uma cabeça e duas has-
tes de aço com revestimento de borracha, formando um xis. Suas dimensões to-
tais são 20 cm de comprimento e 6 cm de largura, quando fechado. Pesa aproxi-
madamente 500 gramas.
5 DESCRIÇÃO
59

Sua textura é áspera na parte externa, contendo um relevo para proteção no


início da parte emborrachada, na cor laranja, ambas foscas. Sua cabeça é lisa na
parte externa, e chanfrada com lâmina para corte na parte interna, com cor e bri-
lhos característicos do aço.
As hastes são unidas por um eixo central que permite o movimento para ma-
nuseio da peça. Há também o encaixe do revestimento de borracha pela parte
inferior dela.
Essa ferramenta, facilmente encontrada em lojas de materiais de construção,
serve, principalmente, para cortar e desencapar fios. Ela pode ser usada por qual-
quer pessoa em uma situação doméstica ou até por técnicos em serviços elétricos.

5.2.2 DESCRIÇÃO DE PROCESSO

A descrição de processo aponta o processo de funcionamento ou de fabrica-


ção de um equipamento ou de um produto.
Na descrição de processo, normalmente, são relatados:
a) procedimentos;
b) aparelhos;
c) experiências;
d) mecanismos;
e) relatórios;
f ) fórmulas.

Acompanhe a explicação sobre como elaborar esse tipo de descrição.


a) Introdução – inicie com uma breve descrição do que é o processo ou o
equipamento.
b) Desenvolvimento – aponte claramente todas as fases do processo numa
sequência lógica.
c) Conclusão – diga para que serve o processo ou o equipamento e em que
situação pode ser aplicado ou utilizado.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
60

Veja, a seguir, o exemplo de descrição do processo de emenda de derivação


de meio condutor.

1 2 3
10d
40d
d

condutor principal condutor secundário

4 5 6

Figura 11 -  Processo de emenda de fios


Fonte: SENAI-SP (2012)

Fazer emenda de derivação em um condutor significa unir um condutor se-


cundário no principal. Esse processo consiste em:
1º passo: desencapar o condutor principal num comprimento que correspon-
da a, aproximadamente, 10 vezes o seu diâmetro;
2º passo: desencapar o condutor secundário num comprimento que corres-
ponda a, aproximadamente, 30 vezes o diâmetro do condutor principal;
3º passo: posicionar os condutores em paralelo entre si, prendê-los com a
ponta do alicate de bico meia cana e cruzar o condutor a ser derivado com
o principal, de modo que o ângulo entre os dois seja de 90º;
4º passo: enrolar o condutor secundário em torno do principal, deixando-os
bem unidos;
5º passo: dar o aperto final segurando os condutores com o alicate de bico
meia cana e apertando com o universal;
6º passo: revestir a emenda com solda apropriada;
7º passo: cobrir a emenda com fita isolante, começando por enrolar a ponta da
fita sobre a capa do condutor, depois sobre sua superfície desencapada, re-
tornando com a fita até que o condutor obtenha duas camadas de isolação.
Esse processo é utilizado quando se necessita conectar um fio para enviar
energia elétrica a outro ponto do sistema.
5 DESCRIÇÃO
61

5.2.3 DESCRIÇÃO DE AMBIENTE

A descrição do ambiente ou paisagem tem o objetivo de localizar o leitor, bus-


cando maior precisão à informação que se quer transmitir. Procura detalhar as
características do lugar onde se dão os acontecimentos.
Acompanhe a explicação sobre como elaborar esse tipo de descrição.
a) Introdução – localize o ambiente, suas medidas e suas características ge-
rais. Faça a descrição do local como se ele estivesse vazio: descreva as pare-
des, janelas, portas, chão, teto, luminosidade, odor, ruído, ventilação.
b) Desenvolvimento – fale sobre os objetos existentes no local, como máqui-
nas, equipamentos e móveis, e sua disposição.
c) Conclusão – conclua com observações gerais sobre o aspecto do local. O
ambiente, um laboratório, por exemplo, está bem montado? Atende aos
objetivos a que se propõe? Sugira mudanças, se necessário.

No livro “Técnicas Básicas de Redação”, da editora Sci-


VOCÊ pione, de 2003, Branca Granatic faz uma distinção entre
ambiente e paisagem: na descrição, vamos denominar
SABIA? ambiente como um local fechado, enquanto que paisa-
gem é um local a céu aberto.

Veja, a seguir, o exemplo de descrição de uma oficina de eletroeletrônica.

Figura 12 -  Oficina de eletroeletrônica


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
62

Oficina de eletroeletrônica

A oficina mede 15 m de largura por 50 m de comprimento, situada no andar


térreo do prédio do lado esquerdo, logo após a portaria.
O local é de alvenaria: as paredes, que são brancas, possuem um barrado de
cor creme com 1,5 m de altura. As portas são envernizadas e as janelas são de
esquadrias metálicas e vidro. O chão é de piso de madeira; o teto é forrado com
placas e possui 15 luminárias com duas lâmpadas em cada uma.
As condições de arejamento da oficina possibilitam conforto térmico e não
há presença de odores provenientes de agentes químicos. O ruído existente não
caracteriza uma situação de poluição sonora.
No local, há dezesseis bancadas, dezesseis painéis eletroeletrônicos, quatro
computadores, duas impressoras, oito CLPs e uma bancada pneumática. Obser-
va-se também a existência de 28 armários assim distribuídos: 24 para uso de alu-
nos e quatro para instrutores.
Da maneira como foi montada, a oficina de eletroeletrônica atende adequada-
mente aos objetivos a que se propõe.

SAIBA Para saber mais sobre como produzir descrições, consulte o li-
vro “Produção de textos e usos da linguagem”, de Samira Yous-
MAIS seff e Jésus Barbosa, da Editora Saraiva, 2ª edição, de 1999.
5 DESCRIÇÃO
63

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você viu que o texto descritivo relata, enumera e detalha
as características, qualidades ou especificações de seres animados ou ina-
nimados, sob o ponto de vista do autor.
Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (objeto, ser
ou processo) e um conjunto de características pertinente ao tema.
Os dados descritos são o resultado de uma seleção feita pelo autor, que
se apoia na sua audição, visão, olfato, paladar e tato, e que, portanto, po-
dem ser limitados.
Os três tipos de descrição são de:
• objeto: que tem a finalidade de identificar;
• processo: descreve processos, aparelhos, experiências, mecanismos,
relatórios, fórmulas; e
• ambiente: serve para localizar o leitor.
No próximo capítulo, você verá como fazer uma dissertação e identificar
as diferenças que existem entre alguns textos. Vamos em frente!
Dissertação

Quase todo o tempo, alguém pergunta “o que você acha sobre isso...?" Na verdade, a melhor
pergunta seria: “qual é o seu posicionamento a respeito...?” Isso porque, quando você se posiciona
sobre uma ideia qualquer, é imprescindível apresentar argumentos que comprovem sua posição.
E quando você defende uma posição apoiado em argumentos, o que está fazendo é uma
dissertação. Os textos dissertativos são produtos dessa atitude e estão presentes em nosso
cotidiano falado e escrito.
Assim, o texto dissertativo tem como objetivo exprimir uma ou várias opiniões e chegar a
conclusões pela exposição de fatos, ideias e conceitos.
Se, na elaboração de um texto dissertativo, precisamos defender uma ideia utilizando ar-
gumentos, então nós temos que aprender a fazer isso. Lendo este capítulo, você terá infor-
mações e dicas que poderão ajudá-lo a elaborar dissertações, utilizando bons argumentos.
Então, vamos lá!

6.1 O QUE É DISSERTAR?

Uma definição que encontramos na maioria dos livros diz que dissertação é a defesa de uma
ideia a partir de um ponto de vista. Para defender seu ponto de vista, você, como autor do texto
dissertativo, vai utilizar argumentos para reforçar e justificar o desenvolvimento de suas ideias.
Mas quais são os argumentos que você pode utilizar para defender a ideia, por exemplo, de
que está cada vez mais difícil se deslocar pelas grandes cidades?
Os argumentos que você escolher devem ser consistentes, isto é, coerentes o bastante para
convencer seu leitor ou, pelo menos, para fazer com que ele pense no assunto. Veja, a seguir,
alguns tipos de argumentos que você pode utilizar para defender sua opinião:
a) argumento por citação – seu discurso é apoiado por autor(es) renomado(s). Portanto,
leia os melhores autores sobre o assunto que você vai escrever;
b) argumento por comprovação – seu discurso é apoiado em dados, fatos, comprovações.
Recorra a exemplos conhecidos e relevantes para ilustrar seu assunto;
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
66

c) argumento de valor universal – seu discurso é apoiado por argumentos


que a grande maioria das pessoas entende ser corretos; e
d) argumento com base nas causas e efeitos – seu discurso é apoiado por
argumentos que apresentam uma sequência lógica dos fatos.

com base nesta


experiência, posso afirmar
que o ph desta composição
química é básico.

Figura 13 -  Exemplo de argumento por comprovação


Fonte: SENAI-SP (2012)

Você já deve ter percebido que não dá para sair escrevendo uma dissertação
de qualquer maneira, sem ter, pelo menos, um esboço do que se vai colocar no
papel. Portanto, esse tipo de texto deve ser elaborado de forma organizada. Não
inicie a redação de um texto dissertativo sem ter pensado nos itens a seguir:

a) faça um planejamento do que será escrito, com algumas ideias a serem


apresentadas em uma sequência organizada;
b) defina o tema, seu pressuposto e os argumentos que sustentarão sua defesa;
c) relacione palavras e frases importantes, que tenham vínculo com o assunto.
Elas vão se transformar em parágrafos no desenvolvimento do texto;
d) verifique se o texto tem as partes principais (introdução, desenvolvimento
e conclusão) bem definidas;
e) apresente seus pontos de vista de maneira objetiva e que confirmem de
maneira lógica seu pressuposto;
6 DISSERTAÇÃO
67

f ) conclua sua dissertação, retomando o que foi falado na introdução; e


g) elabore um título sugestivo.

CASOS E RELATOS

A assistente de RH entrou na sala e foi direta: “vocês três foram seleciona-


dos para a próxima fase, que é fazer um texto dissertativo”.
Sempre quis trabalhar naquela empresa de manutenção de equipamen-
tos eletrônicos. Seu pai e seu avô ali trabalharam. E nunca havia chegado
tão longe no processo de seleção. Era a sua vez.
O tema da dissertação era “energia alternativa”. Lembrou-se de Lorena,
a noiva e professora de português: “Carlos, dado um tema, você tem de
elaborar um pressuposto e, a partir daí, relacionar tantos argumentos
quantos você ache necessários para desenvolver seu texto dissertativo”.
A voz de Lorena continuava a martelar as lembranças de Carlos: “para en-
contrar os argumentos, faça as perguntas: por quê? ou como? ao pressu-
posto...”, quando a assistente de RH falou: “podem começar agora; vocês
têm cinquenta minutos”.
Carlos sorriu! Sabia que não seria necessário tanto tempo. O texto se de-
senhava completo na sua cabeça. Agora, era somente colocar no papel e
comemorar a contratação.

6.2 TEMA, PRESSUPOSTO E ARGUMENTO

Como já vimos, fazer uma dissertação consiste em defender uma ideia. A partir
dessa ideia, você utiliza argumentos que, de tão consistentes, convencem o leitor
de que sua ideia é verdadeira. Vamos ver como isso funciona?
Escolha um tema. O tema é o assunto sobre o qual você irá escrever. Por
exemplo: trânsito. O problema é que esse assunto é muito amplo, não é? Então,
você deve definir qual abordagem vai utilizar a respeito desse assunto. Por exem-
plo: está cada vez mais difícil se deslocar pelas grandes cidades.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
68

Pronto! Agora, fica mais fácil escrever sobre o trânsito. O que você fez foi definir
o pressuposto, isto é, delimitar o assunto. Pressuposto ou tese é a ideia que será
defendida ao longo de sua composição. A tese vai orientar a escolha de seus ar-
gumentos para a defesa da sua ideia de que está cada vez mais difícil se deslocar
pelas grandes cidades.
Mas, como encontrar argumentos para embasar o pressuposto? Simples, per-
gunte por que está cada vez mais difícil se deslocar pelas grandes cidades. As
respostas que você encontrar serão seus argumentos.

por que está cada vez


mais difícil se deslocar pelas
grandes cidades?

Figura 14 -  Perguntas geram argumentos


Fonte: SENAI-SP (2012)

Com base na pergunta, você pode desenvolver esses argumentos de maneira


que deixe bem claro seu ponto de vista.
Exemplo:
Tema: trânsito.
Pressuposto: está cada vez mais difícil se deslocar pelas grandes cidades.
Argumentos: por que está cada vez mais difícil se deslocar pelas grandes
cidades?
a) é cada vez maior o número de carros circulando pela cidade;
b) a falta de planejamento da malha viária ocasiona grandes congestionamentos;
c) os níveis de poluição estão chegando a patamares altíssimos.
6 DISSERTAÇÃO
69

Na Lógica, um dos ramos da Filosofia, argumento é


um conjunto de uma ou mais sentenças declarativas,
conhecidas como premissas, acompanhadas de uma
outra frase declarativa, a conclusão. Este exemplo você
VOCÊ conhece:
SABIA?
Todo homem é mortal.
Se Pedro é um homem.
Logo, Pedro é mortal.

6.3 ESTRUTURA DE DISSERTAÇÃO

O texto dissertativo tem na sua estrutura uma introdução, um desenvolvimen-


to e, necessariamente, uma conclusão. Veja:

Introdução

É na introdução que você deve explicitar o assunto da sua dissertação, com a


apresentação clara e ao mesmo tempo breve da ideia ou ponto de vista que você
pretende defender.
Essa parte do texto pode apresentar uma tese, que será discutida e comprova-
da por argumentos, ou pode trazer um questionamento, para que o leitor reflita
sobre o assunto. De qualquer modo, é na introdução que se indica ao leitor o
caminho que o texto vai tomar.

Desenvolvimento

É nesse momento que você irá expor suas ideias apoiadas na apresentação dos
argumentos. Os argumentos, como você já viu, poderão estar embasados pelo
discurso de autores conhecidos, em dados (argumento por comprovação) e fatos
aceitos pela maioria como verdadeiros e na comparação de conceitos opostos
(argumento com base em causa e efeito).
Imagine um tema bem polêmico! Dependendo do assunto, você pode apre-
sentar mais de um ponto de vista, levar em consideração diversas opiniões, po-
rém sem perder a sua convicção própria. Lembre-se de que o objetivo maior é
convencer o leitor de que seu ponto de vista é o correto.
Em todo caso, você deve fazer com que o leitor reflita sobre o tema. Portanto,
desenvolva seu texto de maneira lógica, clara e objetiva, de tal modo que o leitor
tenha informações suficientes para formar sua própria opinião. Como veremos
mais adiante, a utilização de palavras ou termos relacionais facilitará o seu traba-
lho de redator.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
70

Conclusão

É o momento de fechar o texto. Normalmente, a conclusão reafirma o pressu-


posto ou tese indicada na introdução, retomando a ideia principal, agora com mais
ênfase. Para iniciar essa parte do texto, você pode utilizar um termo que remeta ao
que foi dito na introdução. Depois, reafirme a tese e então, se for oportuno, faça
uma observação final, um comentário adequado ao assunto. É importante saber
que na conclusão de uma dissertação não deve aparecer nenhuma ideia nova.
Para facilitar o processo de redação do texto dissertativo, você pode lançar
mão de palavras e frases que poderão ser usadas no início de cada parágrafo e
início de exposição de ideias secundárias do desenvolvimento e da conclusão do
trabalho. Veja algumas sugestões no quadro a seguir:

Quadro 5 – Palavras e frases relacionais


DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO

É preciso lembrar que...


Em virtude do que foi mencionado,
Para analisar o Observa-se também que... conclui-se que...
problema Analisemos o fato de...
Por todas essas ideias apresentadas,
Pode-se afirmar que... conclui-se que...
É evidente que...
Tendo em vista os aspectos observados,
Para exprimir o É inegável que... conclui-se que...
que é certo É certo que...
Em vista dos argumentos apresentados,
É um fato que... conclui-se que...
Não podemos esquecer que...
Para insistir no Pode-se concluir que...
Lembramos também que...
problema Dessa forma...
Além do mais...

Por outro lado... Por isso...

Em contrapartida... Em síntese...
Para fazer
Entretanto...
oposição Nesse sentido...
Porém...
Para terminar...
Contudo...

6.4 ESQUEMAS DE DISSERTAÇÃO

Vamos mostrar, agora, três esquemas de dissertação. Vale lembrar que estas
não são as únicas maneiras de redigir seu texto, mas podem ajudá-lo a escrever
um texto organizado, coerente e, principalmente, convincente.
6 DISSERTAÇÃO
71

O primeiro esquema é o mais comum e pode ser utilizado para redigir um


grande número de textos dissertativos. Ele traz na introdução a ideia e os argu-
mentos que a defendem. Veja que cada argumento será desenvolvido num pará-
grafo específico. Neste caso, serão três:

Esquema 1
Título
Introdução
Pressuposto da tese + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
Desenvolvimento
Desenvolvimento do argumento 1
Desenvolvimento do argumento 2
Desenvolvimento do argumento 3
Conclusão
Palavra relacional de conclusão + reafirmação da tese + observação final.

Agora, veja um esquema de dissertação que envolve temas polêmicos, por


exemplo, liberação da carteira de motorista para menores de 16 anos. Esse tipo
de dissertação costuma dividir as opiniões, com posições favoráveis e contrárias à
proposta e, por isso, dificilmente conseguimos chegar a uma conclusão capaz de
satisfazer a grande maioria das pessoas. Veja como fica sua estrutura:

Esquema 2
Título
Introdução
Apresentação da tese
Desenvolvimento
Análise dos aspectos favoráveis
Análise dos aspectos contrários
Conclusão
Expressão inicial + posicionamento pessoal em relação à tese + observação final

Nosso próximo exemplo é o de um esquema de dissertação conhecido como


relação de causa e efeito. Esse tipo de esquema pode ser utilizado quando a tese
possibilita a verificação de uma causa e de um efeito ou consequência.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
72

Para descobrir qual a causa da tese, faça a pergunta “por quê?”. Agora, para
você descobrir a consequência, faça a pergunta “o que acontece em razão disso?”.
Quer um exemplo? Então, vamos lá!
Tese: a maior parte da população brasileira não confia nos políticos.
Causa: porque muitos políticos se preocupam mais em chegar e se manter no
poder do que com os problemas da população.
Consequência: os grandes problemas do povo brasileiro deixam de ser discu-
tidos e, portanto, solucionados.

Esquema 3
Título
Introdução
Apresentação da tese
Desenvolvimento
Apresentação da causa
Apresentação da consequência
Conclusão
Expressão inicial + reafirmação da tese + observação final

SAIBA Conheça mais profundamente esses e muitos outros esque-


mas de redação de dissertações estudando o livro “Técnicas
MAIS básicas de redação”, de Branca Granatic, da editora Scipione.
6 DISSERTAÇÃO
73

RECAPITULANDO

Você acabou de estudar como defender suas ideias num texto, isto é, re-
digir uma dissertação. Viu que, para que sua redação seja convincente e
lógica, é necessário planejá-la.
A escolha de um tema pode não ser sua, mas você é quem deve encontrar
o pressuposto e os argumentos e desenvolvê-los de maneira a convencer
ou, pelo menos, fazer com que seu leitor pare para refletir sobre o que
você disse.
Conhecer a estrutura e os esquemas da redação dissertativa é fundamen-
tal para que suas ideias não se percam no papel e para que você faça um
bom papel defendendo suas posições num texto escrito.
No próximo capítulo, você vai saber um pouco mais sobre documentação
técnica. Até lá!
Documentação técnica

Clareza, coerência, objetividade, ordenação lógica, correção gramatical. Essas são algumas
características de todo bom texto. Com o texto de uma documentação técnica não é diferente.
Quando você for escrever seu relatório, por exemplo, vai ter de levá-las em consideração. É por
isso que vamos estudar cada uma delas em detalhe. Mas, antes, vamos explicar o que é uma
documentação técnica. Acompanhe!
A documentação técnica é um texto preparado para tratar de assuntos ou fatos técnicos ou
científicos.
Podemos citar como tipos de documentação técnica: os relatórios, as normas, as instruções,
o parecer técnico. Todos esses documentos utilizam a estrutura do texto técnico na sua elabo-
ração. Neste capítulo, vamos nos ater ao relatório, pois essa atividade faz parte do dia a dia de
muitos técnicos e pode vir a fazer parte de sua rotina profissional também. Por isso, estude bem
o conteúdo deste capítulo.

7.1 TEXTO TÉCNICO

Vamos ver, agora, algumas características do texto técnico.

Clareza – a falta de clareza é o que impede o entendimento do texto em uma primeira lei-
tura. É necessário repeti-la várias vezes para entender o que o autor está propondo. Podemos
garantir a clareza do texto com alguns recursos bem simples. Observe!
a) Construa frases na ordem direta (A solda (sujeito) está (verbo) em boas condições (com-
plemento).
b) Apresente as informações em uma sequência lógica.
c) Indique cada procedimento em um parágrafo distinto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
76

Foco no leitor – identificar quem vai ler o relatório é importante para que pos-
samos definir os termos empregados. Antes de iniciar seu texto, procure respon-
der às seguintes questões:
a) o leitor conhece o assunto?
b) será lido pelos funcionários ou pelos diretores da empresa?
c) o relatório é para o público externo que pertence a uma categoria profis-
sional específica?
Após responder essas questões, você poderá selecionar as informações e iden-
tificar a melhor maneira de transmiti-las.

Formalidade – para escrever um texto técnico, não utilizamos linguagem


coloquial e, muito menos, gíria. Ao contrário, nosso texto é elaborado de acordo
com as regras da língua culta, que você já estudou no capítulo 2. É claro que isso
não quer dizer escrever de maneira complicada. Ao contrário, apesar de exigir
formalidade, você deve expressar suas ideias com palavras conhecidas.
Impessoalidade – o texto técnico tem como característica um certo distan-
ciamento entre o autor e o leitor, não admitindo subjetividade. Portanto, evite
utilizar expressões como “eu acredito que o processo...”, colocando em seu lugar
“entende-se que o processo...”
Objetividade – o texto técnico deve transmitir, sem rodeios, de uma forma
direta e clara, os fatos e os dados que o leitor precisa saber para chegar a uma
conclusão. Utilizar fotos, gráfico e tabelas é também uma forma de ser objetivo
nas suas informações. A organização dessas informações de maneira lógica e or-
denada é importante para o entendimento do conteúdo.

7.2 RELATÓRIO

O relatório é um tipo de documentação que serve, principalmente, para in-


formar, ensinar, orientar, relatar (daí o seu nome). Um relatório é a descrição feita
a partir de um fato, um acontecimento ou um fenômeno. Redigir esse tipo de
documento é uma atividade trabalhosa que deve ser feita com muita atenção.
O quê? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto? Quais as consequên-
cias? Algumas ou todas essas perguntas devem ser respondidas por um relatório
técnico bem elaborado. Mas, o mais importante é garantir que o relatório leve o
leitor a uma conclusão.
Para elaborar um relatório, é muito importante que as informações sejam bem
preparadas: o planejamento do texto e a escolha de seus gráficos e tabelas, por
exemplo. Em alguns casos, também é necessário indicar a bibliografia utilizada.
7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
77

O relatório é um documento utilizado pela administração para acompanhar


atividades desenvolvidas nos diversos setores de uma indústria, por exemplo. Ele
serve ainda para relatar a sequência de fatos relacionados a um evento específico,
como a inspeção de uma caldeira numa fábrica de eletrodomésticos ou o resul-
tado de uma pesquisa de satisfação feita entre os funcionários da administração
de uma empresa. Pode ainda ser utilizado para detalhar os passos de um procedi-
mento ou o funcionamento de um experimento ou de uma máquina.
É muito importante que o relatório traga a exposição de fatos em ordem cro-
nológica, bem como o detalhamento das atividades verificadas e, sempre que
possível, ele deve ser breve. Para tanto, você deve estar atento a sua estrutura,
isto é, às partes que o compõem. Essas partes são estabelecidas por normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Veja, a seguir, algumas delas:
a) apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR 14724);
b) referências (NBR 6023);
c) numeração progressiva (NBR 6024);
d) sumários (NBR 6027);
e) resumos (NBR 6028);
f ) índice (NBR 6034).

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Nor-


VOCÊ mas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela
SABIA? normalização técnica (normas, especificações técnicas,
códigos de prática e regulamentos) no Brasil.

7.2.1 ESTRUTURA DO RELATÓRIO TÉCNICO

Mas você pode estar se perguntando: e qual a estrutura básica do relatório


técnico? O relatório deve ter as seguintes partes e, se possível, nesta ordem de
apresentação:
a) capa;
b) página de rosto;
c) sumário;
d) resumo;
e) introdução;
f ) desenvolvimento;
g) conclusão;
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
78

1 ANEXOS h) agradecimentos;

São textos de outros


i) bibliografia;
autores que foram usados j) encerramento; e
no seu trabalho.
k) anexos1 e apêndices2.

2 APÊNDICES
Veja, no quadro a seguir, o que deve compor cada uma dessas partes.

São documentos
produzidos por você Quadro 6 - Partes constituintes do relatório
mesmo, mas que,
por sua extensão ou ITEM CONTÉM
complexidade, não cabem
Capa Título do trabalho, o nome do(s) autor(es) e a data.
no desenvolvimento do
relatório. Página de rosto Título do trabalho e nome do(s) autor(es).

Sumário Títulos e subtítulos das partes com os respectivos números da página.

Exposição sintetizada com a finalidade de transmitir uma ideia geral sobre


3 SUBTÍTULO Resumo
o trabalho.

É um título secundário, que Objetivo (sobre o que é o relatório).


se segue ao principal e o Introdução
Finalidade (para que será feito o relatório).
complementa, introduzindo
os diversos blocos em que é Método
dividido o texto. Descreve como aconteceu o evento (acidente, experiência, visita, estágio,
viagem). Descreve o processo (experiência, acidente, visita ou estágio).
Descreve o ambiente (visita, estágio).
Desenvolvimento Resultado
4 DIAGRAMAÇÃO Descreve o que se apurou, os resultados imediatos (acidente, experiência,
visita, estágio).
É o planejamento da Discussão
distância entre as linhas
do texto e a distribuição Analisa e argumenta o motivo do resultado obtido.
de títulos, subtítulos Conclusão Resposta à finalidade declarada na introdução.
e ilustrações (figuras,
quadros, tabelas) numa Agradecimentos Colaboração de pessoas, patrocínio ou subvenção, se houver.
página.
Bibliografia Relação de livros, revistas, enciclopédias, sites da internet pesquisados.

Anexos e Esclarecimento do assunto com a apresentação de gráficos, mapas e


desenhos. Devem aparecer no final do relatório, em folha separada e, se
apêndices necessário, com paginação própria.

A utilização de todos ou de alguns desses elementos vai depender da comple-


xidade das informações e da extensão do documento. Mas, é importante estru-
turar até os documentos mais simples, para que as informações sejam completa-
mente entendidas.
Os relatórios podem ser simples ou não, elaborados somente por você ou em
grupo, parciais ou completos, periódicos ou produzidos conforme a necessidade,
técnicos ou administrativos.
Desse modo, dependendo de suas características, eles podem ser classificados
como crítico, de síntese e de formação.
7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
79

Você pode escrever um relatório crítico, isto é, aquele que descreve como uma
atividade foi realizada, por exemplo, a inspeção de uma máquina. Nesse docu-
mento, você dará sua opinião.
Outro é o relatório de síntese, que resume um fato, uma experiência, uma situ-
ação. Esse documento pode ser elaborado a partir de outros relatórios.
Você pode ainda redigir um relatório documentando um curso ou um estágio.
Para esse documento, damos o nome de relatório de formação.

7.2.2 TIPOS DE RELATÓRIO

Os tipos de relatório podem ser: de atividade, de ocorrências e de estudo ou


pesquisa.
Para elaborar qualquer um deles, você deve utilizar e organizar suas partes
componentes. Além disso, não se esqueça de que um bom relatório deve ter ainda:
a) um título claro;
b) um sumário bem estruturado;
c) subtítulos3;
d) uma diagramação4 que proporcione leitura agradável; e
e) o objetivo indicado no início do documento.
Vamos ver, agora, mais alguns detalhes dos tipos de relatórios.

Relatório de atividades

O relatório de atividades é elaborado após uma visita técnica ou uma viagem


de estudo, por exemplo.
Normalmente, esses relatórios contêm capa, folha de rosto, sumário, resumo,
introdução, desenvolvimento e conclusão, além de apêndices.
Utiliza, mais comumente, o texto descritivo como forma de construção.

Relatório de ocorrências

O relatório de ocorrências engloba os relatórios de manutenção e os de aci-


dentes.
Esse tipo de documento tem no desenvolvimento três tópicos muito impor-
tantes: o método, o resultado e a discussão.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
80

No método, é registrado com detalhes o que de fato aconteceu; no resultado,


são relatadas as consequências registradas de tal fato; na discussão, são explicita-
das as possíveis causas que levaram às consequências observadas.
A conclusão do relatório deve responder ao questionamento declarado na in-
trodução do documento.

CASOS E RELATOS

O senhor Anselmo, gerente de setor de uma empresa de autopeças, re-


cebeu a indicação de dois estagiários de uma escola técnica da região.
Antes de contratá-los, ele quis saber se os estudantes teriam condições
de elaborar um relatório. Como o Anselmo é um aficionado por corridas
de carros, resolveu pedir um relatório de ocorrência.
Esse tipo de documentação técnica engloba relatórios de manutenção e
de acidentes. Ele solicitou, então, que fosse elaborado um relatório sobre
o acidente ocorrido com o piloto brasileiro Airton Senna, em 1994, a par-
tir de reportagens de revistas da época.
Os estagiários apresentaram o relatório. Depois de analisá-lo, o gerente
aprovou o trabalho, o qual você pode ler a seguir. Após a leitura, verifique
se você tem a mesma opinião do senhor Anselmo?
7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
81

RELATÓRIO DE ACIDENTE
Acidente no Autódromo de Ímola
Diego Arruda Borges
Wander Antunes Martins
22/4/2012

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
DESENVOLVIMENTO 2
Método 2
Resultado 2
Discussão 3
CONCLUSÃO 3
BIBLIOGRAFIA 3

INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é relatar um acidente ocorrido no Autódro-
mo de Ímola – Itália com um piloto de Fórmula 1. A finalidade é detectar
possíveis falhas nas normas de prevenção de acidentes.

DESENVOLVIMENTO
Método
O acidente ocorreu em 1/5/1994 às 9h12m (horário de Brasília), com o pi-
loto Airton Senna da Silva durante o Grande Prêmio de San Marino, no cir-
cuito de Ímola – Itália. Nos primeiros dois minutos, acionou-se a bandeira
amarela com o carro-madrinha na pista. Em consequência disso, o piloto
acima referido passou pela curva Tamburello em ritmo lento, dançando
na pista a fim de aquecer os pneus. O carro-madrinha saiu do circuito e os
carros retomaram a velocidade. Airton Senna passa a entrada dos boxes
a 300 Km/h. Ao chegar novamente na curva Tamburello, o volante come-
çou a oscilar e a Williams se desgarrou de seu traçado. Desgovernado,
o carro passou reto na curva e avançou sobre a faixa de cimento entre
a pista e o muro. Em seguida, a Williams espatifou-se contra o muro de
concreto numa angulação de 70 graus.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
82

Resultado
Apurou-se que o piloto sofreu múltiplas fraturas na base do crânio e teve
hemorragia, a qual entupiu suas vias respiratórias. Verificou-se também que
a pancada provocou o afundamento do lado direito da testa do piloto, pro-
vocando edemas e hemorragias no cérebro. A equipe médica chegou ao
local um minuto após o acidente. Logo após, o piloto foi encaminhado ao
hospital. Após quatro horas de atendimento médico, o piloto veio a falecer.
Discussão
Analisando o resultado, pôde-se chegar a três possíveis causas para o
acidente: a ruptura na barra de direção a poucos metros da curva; a sus-
pensão traseira teria quebrado na entrada da curva Tamburello; ou falha
do piloto, que poderia ter tirado o pé do acelerador ao passar pela ondu-
lação da curva Tamburello, fazendo com que o carro perdesse a aderência
e fosse puxado para fora da pista.

CONCLUSÃO
A partir do exposto, chegou-se à conclusão de que o acidente aconte-
ceu devido a uma falha mecânica: ruptura na barra de direção do carro.
Por estar muito próximo à curva Tamburello, o piloto não teve tempo há-
bil para usar os freios. Além disso, o carro não obedecia mais aos seus
comandos com a barra de direção quebrada.

BIBLIOGRAFIA
“Tinha um buraco na cabeça”. Revista Veja, Ano 27, no 19, maio/1994, p.
32-37.
São Paulo, 22 de abril de 2012. (SENAI-SP, 2007, p. 54)

Relatório de estudo ou de pesquisa

O texto do relatório de estudo ou de pesquisa deve ter linguagem precisa e um


cuidado especial com os termos técnicos. Além de apresentar necessariamente
introdução, desenvolvimento e conclusão, esse relatório deve seguir uma estru-
tura metodológica.
7 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
83

Na introdução, apresenta-se um resumo do desenvolvimento, bem como o


motivo da elaboração do trabalho. O desenvolvimento descreve o que foi pes-
quisado e o método que foi empregado. A conclusão indica os motivos de, even-
tualmente, a pesquisa ainda não estar concluída e aponta para os caminhos que
ainda precisam ser percorridos até chegar-se ao termo desejado. É importante
não se esquecer de incluir referências bibliográficas em seu relatório científico.
Esse tipo de relatório, que engloba o relatório técnico, o de experiência e o
de estágio, segue as normas da ABNT. Portanto, deve conter capa, folha de rosto,
sumário, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão, bibliografia e conside-
rações finais.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu que um relatório é a descrição feita a par-


tir de um fato, um acontecimento ou um fenômeno. Conheceu também
alguns tipos de relatório.
Viu que as partes que compõem um relatório são capa, página de rosto,
sumário, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão, agradecimen-
tos, bibliografia, anexos e apêndices, dependendo da extensão e com-
plexidade do trabalho.
Além disso, verificou que um bom relatório deve:
• ser impessoal nas informações;
• ser objetivo;
• usar vocabulário técnico e linguagem padrão;
• fornecer informações exatas;
• ilustrar os dados, quando necessário, com gráficos, mapas, fotos, de-
senhos ou tabelas; e
• levar o leitor a uma conclusão.
Após esse estudo, esperamos que você já tenha subsídios para começar a
elaborar seus próprios relatórios.
Internet

Navegar é preciso... e você, já navegou hoje? É isso mesmo! Neste capítulo, vamos falar
da internet, uma ferramenta de comunicação e interação com o mundo. Com ela, você pode
acessar informações, enviar uma mensagem, compartilhar conhecimentos, fazer compras e se
divertir com jogos, além conversar ao vivo com pessoas do outro lado do mundo. Ferramenta
poderosa, não?
Mas são necessários alguns cuidados para navegar nesse mar, principalmente se você está
buscando ou transmitindo informações. Quem recebe a informação é tão responsável pela sua
qualidade quanto quem a emite.
Portanto, pesquise em diversas fontes e cheque a confiabilidade da informação que você
recebeu. Da mesma forma, não dissemine informações inconsistentes, que podem colocar em
dúvida sua integridade e sua competência profissional.
Vamos lá!
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
86

1 PC 8.1 CONECTANDO-SE
É o personal computer ou A troca de informações é a essência da internet: buscar conhecimento, con-
computador pessoal.
versar com pessoas, comprar e vender, divertir-se. Mas, para navegar na inter-
net, precisamos ter alguns recursos: o equipamento (um PC1, um notebook2, um
2 NOTEBOOK tablet3, ou um smartphone4 e um fax-modem), uma conexão (linha telefônica ou
banda larga) e a assinatura de um provedor de acesso.
É um computador portátil,
com dimensões próximas Para entrar no mundo da internet, você precisa conectar seu computador à
às de um livro de tamanho
médio. rede por meio de um provedor de acesso. No Brasil, os provedores, em geral, são
empresas de telefonia ou operadoras de TV a cabo. Algumas delas você conhece:
Telefonica, Claro, Vivo, TIM, NET/Vivax, OI e Brasil Telecom.
3 TABLET
Você pode contratar um serviço de conexão por linha discada ou por banda
É um dispositivo pessoal em larga. Na linha discada, vai precisar apenas da linha telefônica convencional e de
formato de prancheta que
pode ser usado para acesso
um modem – a maioria dos computadores já tem esse dispositivo instalado. Se
à internet, visualização de você optar pela banda larga para acessar à rede mundial de computadores, você
fotos, vídeos, leitura de
livros, jornais e revistas e terá à disposição conexão por cabo, por satélite, pelo celular ou por rádio.
para entretenimento com
jogos. De qualquer maneira, o que importa é que você se conecte à internet para
usufruir de serviços que até pouco tempo atrás eram inimagináveis, como: bus-
car conhecimento, localizar pessoas, enviar mensagens, trocar informações em
4 SMARTPHONE tempo real, participar de grupos de discussão, comprar o que quiser no maior
shopping do mundo, jogar vários tipos de jogos com pessoas de todos os lugares
É um celular com
funcionalidades avançadas e muito mais. E você, tem usado a internet com qual finalidade?
que possui a capacidade
de conexão com redes
de dados para acesso à
internet.

Figura 15 -  Mundo conectado


Fonte: 123rf
8 INTERNET
87

A internet, isto é, várias redes de computadores (nets)


intercomunicando-se (inter), iniciou suas operações
em 1970, a partir do intercâmbio entre laboratórios
de pesquisa do departamento de Defesa dos Estados
VOCÊ Unidos, para troca de informações. Até os anos 90, a
SABIA? internet ficou restrita ao uso de universidades e gover-
nos de vários países, como o do Brasil, que criou a Rede
Nacional de Pesquisas para a conexão das principais
universidades e centros de pesquisa à rede. Em 1995, o
uso comercial da internet foi liberado no país.

Não existem estudos que determinam com precisão o número de pessoas que
utilizam da internet para comprar uma pizza, encontrar um amigo de infância ou
para “visitar” a biblioteca de uma universidade na Irlanda.
Entretanto, sabe-se que a quantidade desses usuários aumenta rapidamente
por causa da facilidade que a internet oferece na realização de atividades diá-
rias. Por exemplo, se você quiser saber como chegar à Rua Barão de Limeira,
539, em São Paulo, Brasil, basta procurar essa informação na internet, em algum
site de busca, e você poderá obter não só o mapa, mas um possível itinerário. É
inquestionável a importância que ela ocupa atualmente na vida das pessoas, você
não acha?

Ao conectar-se, você deve tomar determinados cuida-


dos que possibilitem uma navegação a mais segura pos-
sível. É recomendado não fornecer informações pessoais
FIQUE nem gravar senha de e-mail em lan houses e computa-
ALERTA dores públicos. Tenha muito cuidado ao disponibilizar
detalhes sobre você ou sua família em redes sociais e,
ao fazer compras, faça uma pesquisa para saber se a loja
virtual é idônea.

Poder pesquisar sobre quase todas as áreas do conhecimento é, sem dúvida,


um dos pontos altos da rede mundial de computadores. O outro fator que faz da
internet única é a possibilidade de comunicação e a troca de informações, ins-
tantaneamente ou não, com qualquer pessoa que esteja conectada à rede em
qualquer lugar do mundo.
Vamos começar com a comunicação.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
88

8.2 COMUNICAÇÃO

O que devemos fazer para nos comunicar? O primeiro passo é entrar nesse
ambiente. Para isso, você pode utilizar o navegador Web.
A Web (World Wide Web, ou rede de alcance mundial) é um programa de com-
putador que permite que você acesse diversos sites, buscando por informações e
comunicando-se com outras pessoas. Um site, ou sítio (esse termo já foi aportu-
guesado), é um local em que as informações que você procura estão armazenadas.
Dos navegadores Web disponíveis, os mais conhecidos e utilizados são:
a) Internet Explorer;
b) Mozilla Firefox;
c) Google Chrome;
d) Opera; e
e) Safari.

Figura 16 -  Navegadores mais utilizados


Fonte: Divulgação - Microsoft, Mozilla Foundation, Google, Opera Software, Apple.

A Web foi criada em 1991 por Tim Berners-Lee, na Suíça,


VOCÊ para interligar computadores de laboratórios e outras
SABIA? instituições de pesquisa, com o objetivo de exibir docu-
mentos científicos de forma simples e fácil de acessar.

Para começar a navegar, você deve acessar um navegador e digitar, na caixa de


endereços, o endereço do site que deseja.
8 INTERNET
89

caixa de endereço

Figura 17 -  Endereço do Departamento Nacional do SENAI


Fonte: SENAI-SP (2012)

O navegador Web permite que você abra diversos sites ao mesmo tempo e veja
informações de diversas fontes. E a maioria das páginas da internet possui links,
que levam a outras páginas.

Links podem ser imagens ou textos (ou a combinação


VOCÊ de ambos) que, quando acionados, geralmente pelo cli-
SABIA? que de um mouse, provocam a exibição de nova página
ou conteúdo.

O navegador permite ainda que você copie e armazene arquivos, fotos, ima-
gens, músicas e programas no seu computador. Para isso, você faz um download
(“baixar” algo), isto é, faz a cópia de uma informação.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
90

Você também pode guardar endereços das páginas da Web. Salve uma pági-
na como favorita, e você voltará a ela sem precisar digitar seu endereço. Siga os
passos:
a) no Internet Explorer, vá para a página que você quer como favorita;
b) clique em Adicionar a Favoritos e, em seguida, em Adicionar; e
c) na caixa Nome, digite um nome para a página e, em seguida, clique em
Adicionar.

Para abrir uma página favorita, é muito simples:


a) no Internet Explorer, clique em Favoritos;
b) na lista, clique na página Web que você deseja.

Figura 18 -  Adicionar a favoritos


Fonte: SENAI-SP (2012)

Você já sabe que o site é um local em que as informações que você procura
estão armazenadas, e que ele pode ser localizado por meio de um endereço, com-
posto basicamente de uma expressão. Veja, por exemplo: <www.senai.br>.
Existem muitos endereços disponíveis. Esses sites são divididos em diversas
categorias como: notícia, buscador, entretenimento, relacionamento, portal, en-
tre outros.
Um portal, por exemplo, é um site que reúne outros sites de um assunto espe-
cífico ou com diversos tipos de conteúdo. Quem nunca ouviu falar de portal de
notícias da Rede Globo, o G1? Outros portais podem incluir sites de mecanismos
de busca, fóruns e comunidades virtuais, serviços de correio eletrônico, músicas
e vídeos.
8 INTERNET
91

Figura 19 -  Portal de notícias G1


Fonte: SENAI-SP (2012)

8.2.1 E-MAIL

Na internet, você pode comunicar-se com as pessoas utilizando a ferramenta


e-mail. O e-mail é um endereço eletrônico que você cria para entrar em contato
com outras pessoas e trocar mensagens sobre assuntos diversos.
Por meio dessa comunicação virtual, você pode enviar e receber textos, fotos,
vídeos e diversas outras informações.
Para você utilizar um e-mail, é necessário que você tenha uma conta. Existem
alguns sistemas de correio eletrônico que disponibilizam esse serviço gratuita-
mente, como:
a) www.gmail.com
b) www.yahoo.com
c) www.hotmail.com

Para ter uma conta de e-mail, acesse o site de sua preferência e cadastre um
login, também conhecido como “nome de usuário”.
Seu endereço de e-mail vai ter:
a) o seu nome (pode ser o verdadeiro, um apelido ou qualquer outro escolhi-
do por você);
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
92

b) o sinal de @ (arroba); e
c) o nome do provedor ou serviço de e-mail.
Veja este: ma_alvezz@gmail.com

Crie também uma senha de uso pessoal para acessar seu e-mail de qualquer
local com acesso à internet.
Aproveite bem essa maneira de comunicar-se! Envie e receba muitas mensa-
gens. Entretanto, algumas mensagens trarão links para sites que podem conter
vírus. Tome cuidado com qualquer e-mail que você não saiba quem enviou ou
que contenha informações suspeitas.

Vírus são programas que têm a capacidade de causar


FIQUE danos ao computador, a seus arquivos e programas e às
informações armazenadas nele. Alguns apenas deixam a
ALERTA máquina mais lenta; outros, entretanto, podem até rou-
bar informações, como senhas de banco.

8.3 PESQUISA

Antes de iniciar uma pesquisa, lembre-se de que na internet nada está con-
cluído. Cada um de nós pode fazer sua contribuição à rede mundial de computa-
dores, acrescentando informações que refletem nossa maneira de ver o mundo.
Isso é muito importante para disseminar informação e conhecimento, mas seja
responsável pelo que você diz ou posta na rede.
Toda pesquisa deve ter um objetivo, e na internet não é diferente. Seu objetivo
pode ser um problema a ser resolvido ou apenas uma curiosidade passageira. De
qualquer modo, sem saber o que buscar e onde buscar, sua aventura nesse mar
de informações pode dar n'água, ou pior, pode dar em uma ilha deserta.
Isso pode acontecer, pois, no final dos anos 90, 700 milhões de páginas de in-
formação estavam disponibilizados na rede. Esse número saltou para pouco mais
de um trilhão em 2008. Imagine, hoje, o quanto tem de informação nesta que
pode ser considerada a maior biblioteca do mundo?
Aliás, nessa biblioteca existem estantes que guardam informações em en-
dereços mais confiáveis que em outras. Um exemplo disso são os endereços
de governos e instituições educacionais, cujas extensões você deve conhecer:
.edu e .gov.
8 INTERNET
93

E, para que você não se perca na procura, há duas bússolas que podem orientar
a sua pesquisa: os diretórios e os sites de busca.
a) Os diretórios são catálogos de endereços especializados que fazem uma
busca controlada nos documentos da rede e os organizam por assunto, ou
seja, tratam a informação, ao contrário dos sites de busca.
b) Os sites de busca são softwares que varrem a Web em busca de novos do-
cumentos e os armazenam num banco de dados. Esses sites, também co-
nhecidos como buscadores, são especializados em procurar informações
na rede e relacionar páginas encontradas a partir de alguma palavra-chave
que você escolheu.
Um buscador muito utilizado é o Google. Além dele, temos o Yahoo! e o Bing.

Figura 20 -  Sites de busca


Fonte: SENAI-SP (2012)

Outro tipo de buscador, conhecido com buscador vertical, realiza pesquisas


mais especializadas em base de dados própria. Eles podem ser de notícias, ser-
viços, mapas, preços de produtos. Exemplo: Ilocal, Acha Notícias, Buscapé, Guia
Mais, Apontador.
Para fazer uma pesquisa na Web, escolha um site de busca e, para facilitar, siga
estas dicas:
a) delimite um assunto, uma questão, ou um problema;
b) estabeleça qual o foco;
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
94

c) localize o tema no tempo e no espaço;


d) descreva o que será pesquisado com o menor número de termos possível;
e) quanto mais específica a palavra for, maior será a chance de obter resulta-
dos relevantes;
f ) elabore uma lista de palavras-chave para buscar resultados mais precisos;
g) selecione sinônimos e formas variantes da palavra-chave;
h) leia e anote os dados encontrados;
i) selecione e organize o que foi coletado e registre as fontes;
j) analise o que foi coletado em relação ao objetivo inicial; e
k) compare os dados encontrados nos diferentes sites.

A seguir, você tem uma lista de termos que vão auxiliá-lo numa pesquisa no
buscador Bing. Muitos desses comandos são utilizados também para pesquisas
no Google e no Yahoo!.
Acreditamos que assim você ampliará suas opções para encontrar a informa-
ção de que necessita de modo rápido e seguro.
a) Sinal de subtração (ou “NOT” seguido de espaço): elimina da pesquisa o
termo precedido desse sinal (ex: programa edição imagem -photoshop ou
programa edição de imagens NOT photoshop).
b) Aspas: procura pelo termo exato entre os símbolos, sem deixar nenhum
de fora e sem trocar a ordem das palavras (ex: letra “let’s get it started” cifra).
c) Parênteses: remove ou adiciona página contendo os termos entre parên-
teses (ex: (como) abrir (o) computador).
d) Símbolo “&” (ou “AND” seguido de espaço): quando adicionado ao início
de uma palavra, a faz aparecer em todos os resultados (ex: baixar arquivos
&dll” ou “baixar arquivos AND dll).
e) Barra vertical (ou “OR” seguido de espaço): localiza páginas com um re-
sultado ou com o outro (ex: icq|msn” ou “icq OR msn).
f ) Se você quiser utilizar vários dos operadores acima ao mesmo tempo, res-
peite a seguinte ordem: parênteses, aspas, NOT / + / “-“, AND / & e OR / “|”.
Agora, veja abaixo comandos um pouco mais específicos.
g) “contains”: torna mais relevantes os sites que possuem a extensão de ar-
quivo especificada (ex: contains:mp4).
h) “filetype”: exibe exclusivamente páginas criadas no tipo de arquivo espe-
cificado (ex: filetype:asp).
8 INTERNET
95

i) “inanchor”, “inbody” ou “intitle”: pesquisa, respectivamente, somente


páginas contendo as palavras-chave em âncoras, no corpo ou no título (ex:
inanchor:baixaki, inbody:warcraft, intitle:download).
j) “IP”: encontra sites hospedados sob um mesmo IP (ex: IP: 2xx.4x.2xx.2xx, em
que “x” são os números).
k) “language”: mostra páginas no idioma escolhido (ex: Segunda Guerra
Mundial language:en).
l) “loc” ou “location”: busca páginas de regiões específicas e, para procurar
em mais de um lugar, deve-se usar o operador OR (ex: avicultura (loc:US OR
location:BR)).
m) “prefer”: enfatiza algo relacionado à palavra-chave pesquisada (ex: baixaki
prefer:jogos).
n) “site”: pesquisa dentro de um site específico (ex: world of warcraft
site:baixaki.com.br).
o) “feed”: encontra RSS ou Atom Feeds sobre o termo procurado (ex:
feed:jogos).
p) “hasfeed”: localiza RSS ou Atom Feeds contidos num site específico (ex:
site:baixaki.com.br hasfeed:msn).
q) “url”: verifica se a página inserida consta no índice do Bing, ou seja, indica
se é possível encontrá-la em pesquisas normais ou não. Ótimo para quem
recentemente criou algum site (ex: url:minhaserie.com.br).

SAIBA As listas de comandos do Bing, Google e Yahoo! podem ser


encontradas em <http://www.tecmundo.com.br>, que traz
MAIS dicas para deixar sua pesquisa muito mais precisa.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
96

CASOS E RELATOS

O José Carlos era um dos melhores alunos da turma de Comunicação Oral


e Escrita do curso técnico da sua escola. Comprometido e interessado,
participava ativamente das discussões em sala de aula.
Quando o professor pediu uma pesquisa sobre um grande cientista de
sua área de estudo, José Carlos não teve dúvidas. Foi para casa e iniciou
sua busca pela vida e obra do estudioso.
José pesquisou alguns sites que davam como certo que um artigo muito
conhecido era de autoria do cientista.
Mas, na semana seguinte à entrega do trabalho, o resultado foi uma nota
bem abaixo do esperado. Seu professor explicou que, pelas caracterís-
ticas do autor, ele jamais teria redigido um texto daquela maneira nem
passado aquela mensagem.
O que aconteceu foi que, sem um método, José acabou pesquisando em
sites duvidosos e, pior, acreditando nessas informações. Além disso, ele
não fez o que você deve fazer sempre quando for buscar qualquer coisa
na rede: comparar informações.

Como você já deve ter percebido, a internet é uma ferramenta de conhecimento


inovadora. Entretanto, sua utilização deve ser feita de maneira cautelosa, pois
nem tudo pode ser aproveitado.
Você deve ter discernimento e refletir sobre o que lhe é apresentado na rede.
É muito importante fazer uma seleção das informações e questionar sempre sua
veracidade.

SAIBA Para aprofundar seus conhecimentos sobre uso da internet,


leia o livro “Informática”, de Mário Gomes da Silva, publicado
MAIS em 2012, em São Paulo, pela Editora Érica.
8 INTERNET
97

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você viu que a Web é um programa de computador que


permite que você navegue por diversos sites, buscando por informações
e comunicando-se com outras pessoas.
Dos navegadores Web disponíveis para uso, um dos mais conhecidos é o
Internet Explorer. Com ele, você pode copiar e armazenar arquivos, fotos,
imagens, músicas e programas no seu computador.
Você também viu que, com os buscadores, é possível encontrar informa-
ção nas várias áreas de conhecimento, achar pessoas e conversar com
elas, comprar e vender bens e serviços, além de divertir-se muito.
Ainda aqui, você viu que conectar-se a esse mundo virtual tem seus riscos
e, portanto, alguns cuidados devem ser tomados, como o de confirmar a
confiabilidade dos sites acessados.
Agora, se você ainda não tem, soube, ao ler este capítulo, como é fácil
obter uma conta de e-mail. Soube também que, para uma pesquisa mais
aprofundada na internet, você tem disponível uma relação de comandos
que o ajudarão na busca, com mais facilidade, das informações de que
necessita.
Editor de textos

Você sabe quantos editores de texto há no mercado? São pelo menos uns dez: o BrOffice.
org Writer, o AbiWord, o RoughtDraft, o WordGraph, o NotePro, o Write Space, o Google Wri-
tely online, o TotalEdit entre outros. Todos eles com suas especificidades e bons recursos de
edição. Muitos deles são utilizados por especialistas que escrevem códigos de programas de
computador.
Mas, existe ainda um outro editor de texto, talvez o mais conhecido e utilizado nas empre-
sas. É o Word, da Microsoft.
Pois bem, neste capítulo, você conhecerá diversos recursos do Word 2010, que é a mais nova
versão desse editor de texto, e que faz parte do pacote de aplicações do Microsoft Office, com-
posto ainda pelos programas PowerPoint, Excel e Access.
É bem possível que você já utilize o Word, mesmo que em outras versões, para elaborar seus
trabalhos, por isso, nossa intenção é relembrarmos a utilização de algumas ferramentas.
Além de vermos como digitar um texto, vamos conhecer as opções do Word 2010 para a
inserção de figuras e de elementos diversos, para a formatação de trabalhos e para a impressão
dos documentos.
É bastante provável que você, como técnico em Eletroeletrônica, vá redigir seus relatórios e
pareceres no Word. Portanto, vamos iniciar, sem demora, este estudo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
100

9.1 INICIANDO O WORD

Ao iniciar o Word, um novo documento vazio é apresentado como padrão.


Observe a figura e veja que suas principais funções estão agrupadas, respec-
tivamente, na Barra de Título, Faixa de Opções, Janela de Edição e na Barra de
Status.

barra de títulos

faixa de opções

janela de edição

barra de status
Figura 21 -  Janela do Editor
Fonte: SENAI-SP (2012)

Veremos, agora, as principais ferramentas que vamos encontrar em cada uma


delas.

9.1.1 BARRA DE TÍTULOS

Na Barra de Títulos, destacamos a barra de Ferramentas de Acesso Rápi-


do. Nela, você encontra comandos utilizados no dia a dia com mais frequência,
como salvar, desfazer ou repetir. Você pode personalizar essa barra, clicando na
seta lateral para adicionar mais comandos a partir de uma lista de recursos que
será exibida.

salvar desfazer repetir

personalizar barra
de ferramentas
de acesso rápido

Figura 22 -  Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Fonte: SENAI-SP (2012)
9 EDITOR DE TEXTOS
101

9.1.2 FAIXA DE OPÇÕES

Por padrão, a Faixa de Opções do Word 2010 possui oito guias com opções de
ferramentas.
a) Arquivo;
b) Página inicial;
c) Inserir;
d) Layout da página;
e) Referências;
f ) Correspondências;
g) Revisão; e
h) Exibição.

Para expandir as ferramentas das guias, clique na seta à direita , ao lado da


Ajuda .
Cada guia apresenta um grupo de ferramentas relacionadas. Para acessar o
menu completo de opções, basta clicar na guia.
Veja, por exemplo, as opções da guia Página Inicial:

Figura 23 -  Opções de comando da guia Página Inicial


Fonte: SENAI-SP (2012)

9.1.3 JANELA DE EDIÇÃO

A Janela de Edição é a área de trabalho do Word. É aqui que você vai ver o
documento que está sendo criado. Do lado direito da janela, você encontra uma
barra de rolagem. Clique nas setas para alterar a posição do documento na tela.

VOCÊ Para ativar a régua, basta clicar no ícone acima da barra


SABIA? de rolagem, na extremidade direita da janela do Word.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
102

9.1.4 BARRA DE STATUS

Nessa barra, à direita, você encontra os botões de Exibição do documento na


tela. Mais à direita, o controle de Zoom para alterar rapidamente as configurações
de efeito de afastamento ou aproximação do documento.
A primeira guia à esquerda é Arquivo, que substituiu o botão Office do Word
2007. Essa guia possui as operações de manipulação dos arquivos do Word, como:
criar um novo documento, abrir, salvar, imprimir ou fechar, além das opções gerais.

Figura 24 -  Guia Arquivo


Fonte: SENAI-SP (2012)

A partir daqui, vamos ver as funcionalidades de cada uma das guias e mais
algumas ferramentas do Word 2010, voltadas principalmente para utilização no
desenvolvimento dos seguintes tópicos:
a) digitação de textos;
b) inserções;
c) formatação; e
d) impressão de arquivos.
9 EDITOR DE TEXTOS
103

9.2 DIGITAÇÃO DE TEXTOS

Antes de iniciar a digitação de seu trabalho, você pode fazer uma configuração
básica da página do Word.
Nessa primeira configuração, defina a orientação, o tamanho e as margens da
página. Na guia Layout da Página, clique em Orientação, no grupo Configurar Pá-
gina, e escolha entre Retrato e Paisagem. Só para lembrar: em paisagem a folha
fica na horizontal e, em retrato, na vertical.
Logo abaixo de Orientação, você vai encontrar o botão Tamanho. Aqui você
pode escolher, entre as várias opções de papéis disponibilizadas pelo Word, o ta-
manho da página do seu documento.

Figura 25 -  Layout de página: Orientação e Tamanho


Fonte: SENAI-SP (2012)

Para definir as margens, isto é, o espaço em branco fora da área de impressão,


clique em Indicador de Caixa de Diálogo, ainda na guia Layout de Página, grupo
Configurar Página. O indicador é a seta, à direita, no grupo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
104

Figura 26 -  Margens
Fonte: SENAI-SP (2012)

Agora, você já pode começar a digitação do seu texto. Para digitar um texto, basta
que você pressione as teclas do teclado, lembrando que o ponto de entrada será onde
o cursor estiver piscando na tela. Vamos ver algumas dicas para a digitação de textos:

Quadro 7 – Dicas de digitação


DIGITAÇÃO PROCEDIMENTO

Maiúsculas Pressione SHIFT e a letra desejada

Til (~) e acento


Pressione antes as teclas dos acentos (~) e (´) e depois a letra que irá recebê-los.
agudo (´)

Mantenha pressionada SHIFT e a tecla do circunflexo. Libere as duas teclas e


Circunflexo (^)
digite a vogal.

Dois-pontos Mantenha pressionadas as teclas SHIFT e dois-pontos (:). Libere as duas teclas.

Espaço Pressione Barra de Espaço para inserir espaço entre palavras.

Expoente Pressione Crtl + Alt e as teclas 1, 2 ou 3. Ex.: 3³

Toda vez que você iniciar um trabalho no Word, salve o arquivo no seu compu-
tador. Dessa maneira, você poderá recuperar o documento sempre que necessi-
tar. Para salvar, clique na guia Arquivo e, em seguida, na opção Salvar. Você pode
utilizar ainda o atalho Ctrl + B.
Em Salvar Como, indique o nome do arquivo e o local onde ele será guardado.
Você vai ver que, na Barra de Título, aparecerá o nome do arquivo no lugar de “Do-
cumento 1”, que foi o nome que apareceu quando você iniciou a digitação no Word.
9 EDITOR DE TEXTOS
105

Figura 27 -  Salvar Como


Fonte: SENAI-SP (2012)

Você pode configurar seu programa para que ele faça o salvamento automáti-
co de seus documentos. Fique atento! Este recurso é muito importante porque é
comum esquecermos de salvar um trabalho. Veja como se faz.
Na guia Arquivo, acesse Opções.

Figura 28 -  Guia Arquivo - opções


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
106

Depois, Salvar.

Figura 29 -  Opções do Word


Fonte: SENAI-SP (2012)

Nessa tela, em Salvar Documentos, você tem a opção de escolher o tipo de


arquivo que será salvo automaticamente e, ainda, de quanto em quanto tempo
isso ocorrerá. Dessa forma, você terá seu documento salvo mesmo se você fechar
o programa sem salvar.
Para visualizar o documento que você está digitando na tela do computador,
o Word traz um Zoom na sua Barra de Status. Para alterar seu percentual de visua-
lização, clique na seta no meio do controle deslizante, e a arraste para a esquerda
ou para a direita.
Você pode ainda abrir a caixa de diálogo Zoom, bastando, para isso, clicar no
percentual de visualização. Aqui, você tem algumas opções interessantes de vi-
sualização do seu documento, como exibir várias páginas de seu documento de
uma só vez na tela do editor de texto.
9 EDITOR DE TEXTOS
107

Figura 30 -  Caixa de diálogo Zoom


Fonte: SENAI-SP (2012)

A Barra de Status traz ainda outras informações impor-


VOCÊ tantes: o número da página atual em relação ao número
SABIA? de páginas do documento, o número de palavras do
texto, o idioma e o modo de exibição da página.

Quando está redigindo um documento, você pode movimentar o cursor pelo


texto usando o mouse. Entretanto, pode ser muito prático fazê-lo utilizando as
teclas do teclado. Veja algumas dessas opções no quadro a seguir:
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
108

Quadro 8 – Movimentando-se no texto

Tecla Page Down: desce o cursor pelo texto aproximadamente


Page
Down meia tela. Cada vez que pressionar essa tecla, o cursor será
posicionado algumas linhas abaixo da posição inicial, até o final
do texto.

Page Tecla Page Up: sobe o cursor pelo texto aproximadamente meia
UP tela. Cada vez que pressionar essa tecla, o cursor será posiciona-
do algumas linhas acima da posição inicial, até o início do texto.

Ctrl Home
+ Ctrl + Home (Início): ao pressionar as teclas Control e Home (Iní-
cio), o cursor será posicionado diretamente no início do texto.

Ctrl End
+ Ctrl + End (Fim): ao pressionar as teclas Control e End (Fim), o cur-
sor será posicionado diretamente no final do texto.

End
Tecla End (Fim): ao pressionar a tecla End (Fim), o cursor será
posicionado no final da linha em que estiver.

Home
Tecla Home (Início): ao pressionar a tecla Home (Início), o cursor
será posicionado no início da linha em que estiver.

Setas de Direção: as setas de direção podem ser utilizadas para


posicionar o cursor em qualquer local do texto. Cada vez que a
seta é pressionada, o cursor move um caractere, de acordo com
a seta que for pressionada (esquerda, direita, para cima, para
baixo).

Delete
Tecla Delete: essa tecla deve ser utilizada para apagar a letra ou
o espaço que estiver à frente do cursor.

Ctrl Z
+ Ctrl + Z: as teclas Control e Z, quando pressionadas juntas, des-
fazem a última ação realizada.

Backspace
Tecla Backspace: essa tecla deve ser utilizada para apagar a letra
ou o espaço que estiver atrás do cursor.
9 EDITOR DE TEXTOS
109

Vamos ver, agora, como utilizar os recursos do Word para selecionar, excluir ou
mover um texto ou uma ilustração. Essas operações podem ser feitas dentro de
um mesmo documento ou de um documento para outro.
Para transferir um texto de um documento para outro, os dois arquivos devem
estar abertos e organizados na área de trabalho (clique com o botão direito do
mouse na Barra de Tarefas do Windows e em Mostrar Janelas Lado a Lado).
Agora, você deve selecionar o texto ou a parte dele que você vai copiar. Se
você for selecionar todo o texto, faça a operação por meio da Faixa de Opções.
Selecione o grupo Edição e clique em Selecionar Tudo.
Se a sua intenção é selecionar pequeno trecho do documento, fica mais fácil
utilizar o mouse. Clique no botão esquerdo e arraste o mouse sobre o texto para
selecioná-lo.
Agora, com o texto selecionado, clique em Copiar, do grupo Área de
Transferência.

copiar

Figura 31 -  Copiar
Fonte: SENAI-SP (2012)

Para colar o texto, ative o documento, clicando na Barra de Títulos da janela. Posi-
cione o cursor no local em que o texto será colado e clique em Colar do grupo Área
de Transferência. Como o texto foi copiado, ele ainda se encontra no arquivo original.
Agora, se você quer copiar um texto, e retirá-lo definitivamente do arquivo
original, então você vai Recortar. Torne ativo o arquivo. Clique em Selecionar Tudo
(caso você vá recortar todo o documento), e clique em Recortar, do grupo Área
de Transferência na guia Página Inicial. O documento vai desaparecer da janela.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
110

Para salvar os documentos, clique diretamente no ícone Fechar, da Barra de Tí-


tulos. A janela Salvar será apresentada. Se você optar por Salvar, as alterações serão
concluídas. Se optar por Não Salvar, nenhuma alteração será efetuada no arquivo.

Figura 32 -  Salvar
Fonte: SENAI-SP (2012)

9.3 INSERÇÕES

Quando você estiver elaborando seus documentos, certamente vai sentir a


necessidade de colocar alguns elementos para melhorar o entendimento da sua
informação.
Esses elementos podem ser uma imagem, uma tabela, uma nota de rodapé
explicativa ou mesmo marcadores para organizar uma lista.
A partir de agora, vamos ver como utilizar o Word 2010 para inserir alguns ele-
mentos, começando pela imagem.

9.3.1 IMAGEM

Para inserir imagens no seu documento, clique na guia Inserir da faixa de op-
ções e selecione Imagem. Desse modo, será apresentada, automaticamente, a
caixa Inserir Imagem.
Procure em Amostra de Imagens ou Biblioteca Imagens, ou em qualquer ar-
quivo no seu computador, a imagem que você vai utilizar no documento. Selecio-
ne, clicando sobre ela e em seguida, clique em Inserir.
Quando a imagem for inserida no seu documento, imediatamente, a guia For-
matar será aberta, disponibilizando opções para corrigir, ajustar, alterar o estilo, a
posição e o tamanho da imagem.
9 EDITOR DE TEXTOS
111

Figura 33 -  Ferramentas da imagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

Vamos ver, agora, como podemos alterar o tamanho da imagem e também sua
posição no nosso documento.
Selecione a imagem, clicando com o cursor do mouse sobre ela. Agora, dê um
novo valor para o campo Altura da Forma e clique Enter. A diminuição ou aumen-
to da altura e largura da figura se dará proporcionalmente. Veja a seguir:

Figura 34 -  Tamanho da figura


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
112

Para alterar a posição da figura no documento, clique sobre ela. Selecione o


botão Posição para ter acesso a várias opções de posição da figura no documento.
Clique na posição desejada.

Figura 35 -  Posição da Imagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

9.3.2 CABEÇALHO E RODAPÉ

Um recurso muito interessante, e muitas vezes necessário para tornar seu do-
cumento mais técnico, é o cabeçalho e o rodapé.
Cabeçalho e rodapé são áreas situadas nas margens superior e inferior de cada
página do Word.
Para inserir textos ou figuras no cabeçalho, clique em Inserir e, em seguida, no
grupo Cabeçalho e Rodapé.
9 EDITOR DE TEXTOS
113

Figura 36 -  Guia Cabeçalho e Rodapé


Fonte: SENAI-SP (2012)

Agora, escolha um modelo pronto de cabeçalho a partir das opções disponí-


veis. Mas, você pode ainda criar um modelo personalizado, selecionando o botão
Editar Cabeçalho.
Digite seu texto e clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé para encerrar a opção.
Lembre-se de que o texto inserido será repetido em todas as páginas do seu do-
cumento. Para retirar o cabeçalho e o rodapé, basta clicar em Remover Cabeçalho.
Você também pode inserir em seu documento um cabeçalho sem modelo
pronto. Siga os passos:
a) clique em Inserir;
b) clique em Cabeçalho;
c) selecione opção Editar Cabeçalho;
d) o espaço do cabeçalho será delimitado;
e) digite seu texto; e
f ) quando terminar, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé.
Enquanto seu cabeçalho estiver selecionado, observe a guia Design, que exibe
ferramentas para incluir número de páginas, de datas, alterar posição do cabeça-
lho, entre outras.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
114

Figura 37 -  Ferramentas de cabeçalho e rodapé


Fonte: SENAI-SP (2012)

Veja, agora, como inserir rodapé no seu documento. As ações são muito pare-
cidas com as que você desenvolveu no cabeçalho.
Para inserir o rodapé, clique em Rodapé, do grupo Cabeçalho e Rodapé, na
guia Inserir.
Você pode utilizar um modelo pronto ou criar um, utilizando o botão Editar Ro-
dapé. Depois de digitar seu texto, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé. Para reti-
rar o rodapé do seu documento, aja da mesma maneira que fez com o cabeçalho.
Veja como inserir uma imagem no rodapé. Isso pode ser muito útil quando
estiver elaborando seu relatório técnico. Siga os passos:
a) clique em Rodapé;
b) selecione Editar Rodapé (a área do rodapé será delimitada);
c) clique na guia Inserir;
d) clique no botão Imagem;
e) selecione o arquivo de imagem; e
f ) clique em Inserir.
9 EDITOR DE TEXTOS
115

9.3.3 NUMERAÇÃO DE PÁGINAS E NOTAS DE RODAPÉ

Antes de encerrarmos este assunto, vamos estudar mais dois tópicos, os quais
você certamente utilizará na produção de um relatório: numeração de páginas e
notas de rodapé.
Para inserir o número de página, acesse a guia Inserir e clique em Número de
Página, que você encontra no grupo Cabeçalho e Rodapé.
Escolha entre as várias opções de localização do número de página e clique
sobre ela.

Figura 38 -  Número de página


Fonte: SENAI-SP (2012)

Desse modo, o modelo desejado apresenta a numeração adicionada ao docu-


mento, e as áreas do cabeçalho e do rodapé são exibidas.
Já as notas de rodapé são inseridas no final da página.

Segundo o Manual de Elaboração de Material Didático


(SENAI-SP, 1994, p. 51), nota de rodapé é informação
VOCÊ adicional ao texto, que aparece ao pé da página. Pode
ser explicativa (observações e emissão do leitor a outras
SABIA? partes do trabalho) ou bibliográfica. Pode ser indicada
por asteriscos (*) ou por números arábicos, contínuos da
primeira à última página.

Para inserir esse importante recurso, selecione a palavra que será referenciada
na nota, clique na guia Referência e clique em Inserir Nota de Rodapé.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
116

Figura 39 -  Nota de rodapé


Fonte: SENAI-SP (2012)

No pé da sua página, será adicionada uma referência numérica, onde você vai
digitar o texto da nota de rodapé. Esse mesmo número será inserido na palavra
selecionada no texto.
E veja só: se você apontar o mouse na indicação numérica ao lado da palavra, o
texto da nota de rodapé será apresentado junto ao número.
Mas, você pode querer ou precisar colocar todas as notas de rodapé no final do
documento. Para tanto, utilize a função inserir nota de fim. Faça assim, para incluir:
a) selecione a palavra;
b) clique na guia Referência;
c) clique em Inserir Nota de Fim; e
d) a nota é representada pelos algarismos romanos “I, II, III...”

Para excluir uma nota de rodapé ou uma nota de fim, selecione a referência
numérica na palavra e clique Delete.
No grupo Páginas, da faixa Inserir, você tem algumas opções que valem a pena
ser exploradas.
a) Folha de Rosto: permite escolher uma página de folha de rosto e adicioná-
-la ao documento. Clique na seta de opções para mais opções.
b) Página em Branco: adiciona uma nova página ao documento, na posição
em que o cursor se encontra.
c) Quebra de Página: faz com que o próximo parágrafo inicie em uma nova
página.
9 EDITOR DE TEXTOS
117

Figura 40 -  Grupo Páginas da guia Inserir


Fonte: SENAI-SP (2012)

9.3.4 TABELAS

A partir de agora, veja como você pode inserir tabelas no seu documento,
uma importante ferramenta para a apresentação de dados estatísticos. Com ela,
você pode concentrar a informação, economizando espaço e tempo de leitura.
Vamos lá!
Uma maneira de inserir uma tabela em seu documento é utilizar o menu Tabela
da faixa de opções Inserir. Clique em Tabela e selecione, com o cursor do mouse,
os quadradinhos que representam o número de linhas e colunas desejadas.

Figura 41 -  Inserir tabela


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
118

Para incluir os dados, clique na célula e escreva seu texto.


Outra maneira de criar uma tabela no Word 2010 é:
a) clique em Tabela, na guia Inserir;
b) clique em Tabelas Rápidas (vários modelos serão apresentados); e
c) clique sobre o modelo desejado.

Figura 42 -  Modelos de tabela


Fonte: SENAI-SP (2012)

Dê um duplo clique na palavra ou no número da tabela que você deseja subs-


tituir e escreva por cima.
9 EDITOR DE TEXTOS
119

Agora que você montou a tabela no seu documento, é hora de formatá-la, isto
é, deixá-la no formato mais adequado a suas necessidades. Para tanto, selecione a
tabela, clicando no quadrado que aparece no seu canto superior.
Fazendo isso, as guias Design e Layout aparecerão na faixa de opções. Veja.

Figura 43 -  Ferramentas de tabela


Fonte: SENAI-SP (2012)

Utilize a guia Design para incluir um estilo pronto na tabela. Clique na seta da
caixa de opções de estilo, do grupo Estilos da Tabela, para selecionar a opção de-
sejada. Nessa faixa de opções, você pode ainda alterar os estilos das linhas e das
colunas de sua tabela.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
120

Figura 44 -  Design
Fonte: SENAI-SP (2012)

Com a guia Layout, o Word 2010 oferece opções para inserir e excluir linhas e
colunas, além de mesclar e dividir células e a própria tabela. Veja.
9 EDITOR DE TEXTOS
121

Figura 45 -  Layout
Fonte: SENAI-SP (2012)

9.4 FORMATAÇÃO

Agora que você já sabe formatar uma tabela, vamos estudar algumas opções
de formatação do texto no seu Word 2010. Para alterar sua fonte, por exemplo,
selecione o texto.
E você sabe selecionar o texto? É simples. Na faixa de opções da guia Página
Inicial, veja no grupo Edição a opção Selecionar. Clique em Selecionar Tudo.
No grupo Fonte, você tem várias opções. Veja algumas delas:
a) fonte;
b) tamanho da fonte;
c) cores;
d) negrito;
e) itálico; e
f ) sublinhado.

Figura 46 -  Grupo Fonte


Fonte: SENAI-SP (2012)

Para saber a função de um botão qualquer, basta posi-


VOCÊ cionar o cursor do mouse em cima do botão e aguardar
SABIA? um momento para ver exibido automaticamente um
texto explicativo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
122

Para formatar seu texto, acesse a caixa de diálogo do grupo Fonte. Clique no
indicador da caixa para selecionar fonte, estilo, tamanho e cor. Observe a nova
aparência do texto e confirme as alterações com um clique no botão OK.

Figura 47 -  Caixa de diálogo do grupo Fonte


Fonte: SENAI-SP (2012)

Negrito e itálico podem ser aplicados com os comandos da faixa de opções.


Esses efeitos são utilizados para realçar informações no seu texto. O itálico, por
exemplo, é muito utilizado para sinalizar palavras estrangeiras.

Figura 48 -  Grupo Fonte


Fonte: SENAI-SP (2012)
9 EDITOR DE TEXTOS
123

O efeito sublinhado também pode ser conseguido a partir da faixa de opções.


Aqui, você pode alterar o estilo da linha utilizada para sublinhar o texto. Basta
clicar na seta de opções do botão Sublinhado. Dessa maneira, você pode optar
por outras linhas, com outras cores, selecionando Mais Sublinhados e Cor do Subli-
nhado. Selecione o termo e clique no botão do efeito. Para retirar o estilo, clique
novamente no botão.

O efeito sublinhado sempre aparece quando digitamos


VOCÊ um endereço de e-mail ou site (aparece inclusive com
cor diferenciada, normalmente azul). Para retirar esse
SABIA? efeito, basta clicar na palavra com o botão direito do
mouse e remover o hiperlink.

Figura 49 -  Tipos de linha


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
124

9.4.1 FORMATAR PARÁGRAFO

A formatação de parágrafos permite modificar fundamentalmente o aspecto


visual do seu documento de texto.
No Word 2010, o parágrafo é um texto contínuo, com uma ou mais linhas, se-
guido de um retorno de parágrafo (Enter). Se você quiser ver as marcações de
parágrafos, clique no botão .
O alinhamento do parágrafo pode ser feito diretamente nos botões do grupo
Parágrafo. Para tanto, basta selecionar o texto com o cursor do mouse, e escolher:
a) texto à esquerda;
b) centralizado;
c) à direita; e
d) justificado.

Figura 50 -  Atalho de alinhamento do texto


Fonte: SENAI-SP (2012)

Observando a figura anterior, você vê que o texto foi Justificado, isto é, a mar-
gem esquerda e a direita do texto foram alinhadas corretamente.
Outra maneira de justificar seu texto no Word 2010 é abrindo a caixa de diálo-
go Parágrafo. Então, clique na seta da caixa de opções Alinhamento, e selecione a
opção Justificada, como indicado a seguir.
9 EDITOR DE TEXTOS
125

Figura 51 -  Alinhamento do texto


Fonte: SENAI-SP (2012)

Nessa mesma caixa de diálogo, você define o espaçamento, isto é, a distância


entre as linhas de um parágrafo e, também, entre os parágrafos de seu texto.
Vamos fazer estas alterações diretamente no botão Espaçamento de Linhas e
Parágrafos, encontrado na faixa de opções do grupo Parágrafo.

Figura 52 -  Espaçamento de linhas e parágrafos


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
126

Com o texto selecionado, altere o espaçamento entre linhas e parágrafos utili-


zando as opções disponíveis.
Para você deslocar um parágrafo em relação a uma margem, utilize o recurso
recuo. Dependendo do tipo de documento, determine a distância necessária para
iniciar seu texto em relação à margem.
O recuo pode ser da primeira linha ou de um parágrafo inteiro. Se for aplicar o
recurso somente na primeira linha, coloque o cursor na frente da linha. Em segui-
da, clique no indicador da caixa de diálogo do grupo Parágrafo. Na seta da caixa
de opções Especial, selecione Primeira Linha e clique em OK.
Para o recuo do parágrafo inteiro, posicione o cursor a sua frente e selecione
com um duplo clique a opção Esquerda, do campo Recuo. Veja.

Figura 53 -  Recuo de parágrafo


Fonte: SENAI-SP (2012)
9 EDITOR DE TEXTOS
127

Marcadores são recursos úteis quando você precisar fazer listas para organizar
as informações dos seus documentos.
Nesse editor de texto, você pode iniciar sua relação da seguinte maneira:
a) pressione a tecla SHIFT e a tecla Asterisco (*) ao mesmo tempo;
b) agora, pressione uma vez a Barra de Espaço;
c) o asterisco se transforma num marcador;
d) digite o item de sua relação e tecle Enter; e
e) quando terminar a relação, tecle Enter duas vezes.
Depois de feita a lista, você tem a opção de alterar o tipo de marcador. Selecio-
ne os marcadores e clique na seta de opções do botão Marcadores. Selecione a
opção desejada e clique. Veja.

Figura 54 -  Marcadores
Fonte: SENAI-SP (2012)

Exemplo:
Relação de equipamentos:
• voltímetro
• goniômetro
• micrômetro
• paquímetro
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
128

Você pode ainda utilizar listas numeradas, principalmente para exibir informa-
ções cuja sequência seja importante. Veja como fazer isso com um atalho. Digite
o número 1 e o ponto final. Depois, pressione a barra de espaço.

9.4.2 CORREÇÕES ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL

Antes de estudarmos como se dá a impressão do documento no Word 2010,


vamos dar uma olhada em dois pontos muito importantes, mas que nem sempre
são utilizados quando elaboramos nossos textos. Estamos falando das funções
Correção Ortográfica e Gramatical e do Dicionário.
O Word marca palavras ou expressões que podem não estar de acordo com as
normas da Língua Portuguesa. Em vermelho, marca palavras que podem conter
erros ortográficos; em verde, apresenta algum problema na estrutura ou na forma
como está escrito o texto.
Agora, para iniciar a correção gramatical, clique em Ortografia e Gramática do
grupo Revisão de Texto. O editor apresenta as palavras com erro na caixa de diálo-
go Verificar Ortografia e Gramática. Nela, você tem opções como ignorar a suges-
tão do editor ou aceitar a alteração proposta, entre outras. Veja.
9 EDITOR DE TEXTOS
129

Figura 55 -  Verificar ortografia e gramática


Fonte: SENAI-SP (2012)

Com o dicionário de sinônimos do Word 2010, você pode conhecer o significa-


do das palavras e, se necessário, substituí-las. Vamos ver como funciona!
Selecione a palavra, clique na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto. Clique
em Dicionário de Sinônimos.
Os resultados da pesquisa são exibidos à direita da janela, no painel Pesquisar.
Clique na seta de opções, no lado direito do sinônimo, e depois em Inserir.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
130

Figura 56 -  Pesquisar
Fonte: SENAI-SP (2012)
9 EDITOR DE TEXTOS
131

CASOS E RELATOS

Relatório
“O relatório de visita é para a próxima segunda-feira. Deve ser digitado
e formatado...” – disse o supervisor de uma empresa de manutenção de
equipamentos eletroeletrônicos.
Horácio ficou preocupado! Formatado? Como que se faz mesmo isso? Es-
tava estagiando na empresa há pouco tempo, conhecia pouca gente e,
principalmente, não queria passar por despreparado.
Angelina, sua nova colega de trabalho, percebeu a ansiedade do colega e
perguntou o que estava acontecendo com ele. “Não sei como formatar” –
respondeu Horácio, meio encabulado.
“Ora, você sabe que formatar é tratar o texto e as figuras de tal forma que
as informações de seu documento sejam bem entendidas por todos que
o lerem, não é?!”, disse Angelina.
“Principalmente para que o chefe entenda” – sorriu Horácio, pegando
uma apostila de Comunicação Oral e Escrita que a colega lhe entregava.
“Leia isso!” – ordenou. Aí tem um capítulo que fala de editor de texto e
de como formatar um documento: sobre fontes, tabelas, marcadores,
negrito, parágrafos e outras coisinhas mais, disse. “E o que não estiver aí,
você descobre como faz quando começar a utilizar o editor de texto” –
completou Angelina.
Horácio relaxou e começou a ler. Sabia que ia dar tudo certo!
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
132

9.5 IMPRESSÃO DE ARQUIVO

Bem, agora seu trabalho está pronto. Você já configurou sua página, formatou
seu texto, inseriu as ilustrações e tabelas necessárias. Só falta imprimi-lo.
Na guia Arquivo, clique na opção Imprimir para abrir a janela de impressão.
Nela, você pode alterar as configurações do seu trabalho e também ver como ele
ficará impresso no papel, além de selecionar a impressora que será utilizada.

Figura 57 -  Imprimir
Fonte: SENAI-SP (2012)

Nessa janela, é possível alterar:


a) a orientação da página (retrato ou paisagem);
b) seu tamanho (letter, A4, envelope); e
c) o tamanho da área de impressão (margens).
Além disso, você pode selecionar quais páginas serão impressas, quantas pá-
ginas por folha, o número de cópias e se a impressão será somente na frente ou
em frente e verso da página.
Depois de fazer suas escolhas, clique em Imprimir para iniciar o processo.
9 EDITOR DE TEXTOS
133

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você conheceu algumas das funcionalidades do Word


2010, um dos editores de textos mais utilizados para produção de docu-
mentos.
Foram apresentadas as guias com ferramentas para a manipulação de
tabelas, parágrafos, cabeçalhos, notas de rodapé, marcadores e várias ou-
tras opções, que você poderá lançar mão para produzir relatórios de alta
qualidade.
Você pôde perceber, ainda, que não foram apresentadas todas as ferra-
mentas desse editor de textos. Portanto, explore o Word 2010, descobrin-
do novas funções para que você aprimore seus documentos.
Editor de apresentações gráficas

10

Depois de um tempo na empresa, você pode ser convidado a fazer algum tipo de apresen-
tação em uma reunião ou em uma palestra.
Frente ao convite, você pode se perguntar: e aí, o que devo fazer para preparar uma boa
apresentação?
Você sabe, por exemplo, que se não tiver bom domínio do assunto, muito provavelmente
algumas lacunas na apresentação vão dificultar o entendimento da informação por parte da
plateia. Você sabe que toda apresentação deve ser preparada com bastante antecedência, e o
assunto, estudado pelo palestrante. Você sabe, ainda, que deve estar preparado para respon-
der eventuais perguntas do público.
Vamos ver, neste capítulo, como estruturar apresentações utilizando ferramentas de multi-
mídia e um software de apresentações, o PowerPoint, versão 2010, da Microsoft.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
136

10.1 ESTRUTURAÇÃO DA APRESENTAÇÃO

Boas apresentações, isto é, aquelas que prendem a atenção da plateia e são


eficazes na explanação do assunto, requerem preparação adequada.
Uma apresentação não deve ultrapassar o tempo de 45 minutos porque, de-
pois disso, é mais difícil conseguir a atenção da plateia. Portanto, você não pode
perder tempo com detalhes pouco importantes à compreensão do assunto.
Assim, o orador deve saber quais informações são realmente necessárias. Des-
sa forma, defina claramente os objetivos da apresentação e como você vai passar
as informações. É importante também pensar em como fazer a apresentação de
forma atraente e clara.
Em vista disso, prepare seu trabalho com bastante antecedência, para que
você tenha tempo de fazer as revisões e, se necessário, incluir ou excluir itens,
refazer slides, rever conceitos e exemplos.
Ao estruturar uma apresentação é necessário:
a) elaborar um resumo do assunto (para despertar a atenção do público);
b) produzir os slides (utilize textos, imagens, sons);
c) desenvolver a apresentação (informe o assunto numa sequência clara); e
d) treinar a apresentação (fundamental para uma boa explanação).

Figura 58 -  Estruturando a apresentação


Fonte: SENAI-SP (2012)
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
137

Como o público está cada vez mais acostumado a receber informações por
meio de recursos tecnológicos, fica mais difícil atrair sua atenção numa apresen-
tação apenas discursando, mesmo que o assunto seja realmente interessante. Por
causa disso, pense em utilizar recursos audiovisuais. Um dos mais utilizados são
os slides, que concentram textos, imagens estáticas ou em movimento e sons.
Mas, como preparar os seus slides para a apresentação?
Defina alguns slides para iniciar a apresentação, outros para apresentar o pro-
blema, três ou quatro para os resultados e de um a dois para suas conclusões.
Veja um exemplo do número de slides utilizados numa apresentação dos resul-
tados de uma pesquisa e dos métodos que foram empregados para a obtenção
das informações.

Quadro 9 - Exemplo de definição de slides


Nº DE SLIDES PARA QUÊ?

1a2 Apresentar os objetivos da explanação.

Apresentar o problema, os critérios e a abrangência da pesquisa, e os méto-


1a3
dos empregados.

3a4 Apresentar os resultados da pesquisa.

1a2 Apresentar as conclusões.

Uma boa maneira de se aprofundar no assunto é ler o livro


SAIBA “Técnica de Apresentação: Oratória aplicada às apresenta-
MAIS ções com data-show”, de José Carlos Cintra, da Editora Rima,
lançado em 2007.

10.2 FERRAMENTAS DE MULTIMÍDIA

As ferramentas de multimídia são uma boa maneira de estimular os vários sen-


tidos das pessoas, principalmente a audição e a visão, simultaneamente, para que
sejam maiores as chances de se compreender e reter uma informação. E este,
você deve concordar, deve ser o seu maior objetivo quando estiver fazendo uma
apresentação, não?
Essas ferramentas são uma combinação do uso de mídias estáticas (gráfico,
texto, fotos) e de mídias dinâmicas, isto é, vídeos, músicas e desenhos animados,
todas controladas por computador.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
138

1 SLIDES Para tanto, são utilizados softwares específicos de criação dos mais diversos
formatos de apresentações pessoais ou profissionais, visando, sempre, aumentar
São quadros para a
apresentação de imagens, o percentual de retenção da informação.
textos, gráficos, sons,
que você trata como se
fossem arquivos separados,
podendo ser utilizados em
uma sequência definida.

Figura 59 -  Recursos de multimídia


Fonte: 123rf

10.3 GERENCIAMENTO DO TEMPO

Quanto tempo você gasta para fazer as coisas? Qualquer coisa! Nós não
estamos acostumados a pensar nisso e acreditamos que temos todo o tempo que
quisermos. É um erro. Você já deve ter reparado em palestrantes que se perdem
por falta de gerenciar seu tempo e passar velozmente por assuntos importantes
porque o tempo está esgotado. E isso não pode acontecer com sua apresentação.
Portanto, fique atento!
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
139

Figura 60 -  Gerenciamento do tempo


Fonte: 123rf

Saiba com antecedência quanto tempo você tem para fazer a apresentação.
Conte o número de slides1 que compõe sua apresentação e multiplique esse nú-
mero por um minuto, que é o tempo gasto normalmente para cada slide.
Vamos ver, agora, mais algumas recomendações para que você faça uma exce-
lente apresentação numa palestra ou numa reunião:
a) diga logo no início o assunto, os itens que serão abordados e os objetivos
da apresentação;
b) fale de forma clara e com calma, demonstrando que domina o assunto e
que ele é importante;
c) não decore a apresentação, mas tente saber tudo sobre o assunto;
d) encerre a apresentação com uma conclusão, de preferência, impactante; e
e) esteja preparado para responder a eventuais perguntas da plateia.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
140

CASOS E RELATOS

Carlos Augusto está há um bom tempo na empresa e é, com certeza, um


dos melhores técnicos do setor. Conquistou a confiança dos superiores e
a simpatia dos colegas por causa de sua seriedade no trabalho.
Numa reunião em que foram discutidos os relatórios das visitas técnicas
do último semestre, ficou acertado que a equipe faria uma apresentação
para gerentes e diretores das filiais da empresa.
Mas quem realizaria tal apresentação? A escolha natural recaiu sobre Car-
los Augusto, que prontamente aceitou a incumbência, mas, “por dentro”,
ficou muito preocupado.
É uma responsabilidade muito grande representar a matriz e, princi-
palmente, os colegas, disse o técnico enquanto jantava com a mulher.
Maria do Carmo disse: o Jorge está fazendo um curso técnico no SENAI.
Veja se ele não tem algum material que explique como se faz uma apre-
sentação, dessas em que se apresentam slides, com sons e imagens.
Não deu outra. Carlos conseguiu um material muito bom que explicava
passo a passo como elaborar uma apresentação e como mostrá-la usan-
do o PowerPoint, um programa específico para tal finalidade.
O trabalho foi árduo. Preparar os resumos, organizar os textos e as ima-
gens, sequenciar de forma adequada as informações. Depois, preparar os
slides no programa, realizar as animações e as transições das telas. Tudo
isso para que a plateia entendesse o quanto as visitas técnicas haviam
sido proveitosas. Mas valeu a pena. A apresentação foi um sucesso!

10.4 TRABALHANDO COM O POWERPOINT

Aqui você aprenderá a utilizar o PowerPoint, que é parte integrante do pacote


Microsoft Office®, na versão 2010. Com essa ferramenta, você poderá criar apresen-
tações gráficas a partir de slides, que serão impressas ou exibidas por um projetor.
O PowerPoint oferece uma série de opções, como gráficos, figuras, textos, para
que você enriqueça sua apresentação. Você terá ainda a sua disposição recursos
de sons, vídeos, filmes, movimentos de animação.
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
141

Além disso, vamos ter algumas informações a respeito de como estruturar


apresentações, inserir figuras e arquivos nas apresentações e, ainda, formatar as
apresentações.
Para abrir o aplicativo, a partir do botão Iniciar do Windows, clique na opção
Todos os Programas, Microsoft Office e Microsoft PowerPoint. Assim, você terá aces-
so à seguinte tela:

Figura 61 -  Tela principal do PowerPoint


Fonte: SENAI-SP (2012)

a) barra de ferramenta de acesso rápido;


b) faixa de opções;
c) barra de status;
d) painel de anotações; e
e) botões de navegação.

Vamos ver as aplicações das ferramentas encontradas na tela principal do


PowerPoint.
Na barra de ferramenta de acesso rápido, você vai poder personalizar os
comandos que utiliza com mais frequência. Na lista, selecione as opções,
assinalando-as.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
142

Figura 62 -  Barra de ferramentas de acesso rápido


Fonte: SENAI-SP (2012)

A faixa de opções concentra uma série de botões e menus em três componen-


tes básicos:
a) guias: são 8 as guias básicas: Página inicial, Inserir, Design, Transições, Ani-
mações, Apresentação do Slide, Revisão e Exibição;
b) grupos: cada guia – como você já aprendeu quando estudamos o Editor de
textos – tem vários grupos;
c) comandos: cada botão, caixa para inserir informações ou mesmo um menu
é considerado um comando.

Figura 63 -  Faixa de opções do PowerPoint


Fonte: SENAI-SP (2012)

Outros destaques na tela principal do PowerPoint são a barra de status, o painel


de anotações e os botões de navegação.

barra de status painel de anotações botões de navegação


Figura 64 -  Barra de status
Fonte: SENAI-SP (2012)
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
143

Clicando com o botão direito do mouse sobre a barra de status, você pode
personalizar as informações que deseja visualizar. Veja:

Figura 65 -  Personalizar barra de status


Fonte: SENAI-SP (2012)

O painel de anotações é uma ferramenta com o qual você deve se acostumar,


pois irá utilizá-lo com bastante frequência. Nele, você pode inserir lembretes vincu-
lados a cada slide da sua apresentação, destacando os principais pontos abordados.
Com o conjunto de botões de navegação é possível, no modo Normal, visuali-
zar um slide por vez. É o melhor modo para você inserir os textos e as imagens da
sua apresentação pois, assim, terá uma ideia real de como o trabalho ficará depois
de pronto.
Outro modo que você utilizará bastante é o de Apresentação do Slide, que exi-
be um slide após outro, na sequência, ocupando toda a tela.

modo modo
normal apresentação
de slides
Figura 66 -  Botões de navegação
Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
144

10.5 CRIANDO UMA APRESENTAÇÃO

Você pode criar uma apresentação a partir do slide em branco que o programa
oferece assim que é aberto. Esse slide possui espaços reservados para a inserção
de textos e imagens, bastando clicar nos espaços.
Você pode ainda alterar o layout dos espaços, isto é, escolher algumas formas
de organização de slides predefinidos.
Para ter acesso, clique na guia Página Inicial e, em seguida, no botão Layout,
do grupo Slides. Um menu aparecerá com várias opções de layout oferecidas pelo
aplicativo.
Depois de fazer sua escolha, basta clicar nos itens que estarão dispostos na tela
para utilizar o recurso.

Figura 67 -  Definindo layout da apresentação


Fonte: SENAI-SP (2012)

Veja no quadro a seguir como excluir, copiar ou mover um slide no


PowerPoint 2010.
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
145

Quadro 10 - Excluir, copiar e mover slides


O QUÊ? COMO?

Clique no botão de miniatura como botão direito do mouse


Excluir
Clique em Excluir slide no menu de atalho

Clique com o botão direito do mouse no slide de miniatura


Clique em Copiar no menu de atalho
Copiar
Clique com o botão direito do mouse no local onde você quer a cópia
Clique em Colar no menu atalho

Mover Clique no slide que deseja mover e arraste-o para o novo local

Você pode definir um modelo de slide para sua apresentação. Definido o slide
mestre, todos os demais slides seguirão esse mesmo modelo.
Para isso, clique na guia Design, do grupo Temas, e você terá acesso a uma va-
riedade de opções para definir como slide mestre.

Figura 68 -  Slide mestre


Fonte: SENAI-SP (2012)

10.6 INSERINDO FIGURAS E ARQUIVOS

Para inserir textos no slide, utilize os espaços reservados para a digitação. En-
tretanto, se você não contar com esse espaço, clique na guia Inserir, no grupo Tex-
to, e escolha a opção Caixa de texto. Em seguida, clique no slide e digite seu texto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
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Figura 69 -  Inserindo caixas de texto


Fonte: SENAI-SP (2012)

Agora que você digitou suas informações, que tal formatar o texto, escolhendo
uma fonte mais adequada à apresentação? Para tanto, selecione o texto e depois
acione um dos botões do grupo Fonte, na guia Página Inicial da Faixa de Opções.

Figura 70 -  Grupo Fonte


Fonte: SENAI-SP (2012)

Você sabe que uma imagem pode valer mais do que mil palavras, não é? En-
tão, vamos ver agora como inserir imagens em seus slides. Clique na guia Inserir,
em seguida, no grupo Imagens e, em seguida, clique em Imagem. Clique sobre a
imagem escolhida, e depois em Inserir.
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
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Figura 71 -  Inserir imagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

Para formatar a imagem, clique sobre ela e o menu Ferramentas de Imagem


aparece na Faixa de Opções. Utilize os botões do grupo Estilos de Imagem.

Figura 72 -  Alterando propriedades de uma imagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

São muitas as opções de manipulação de imagem. Experimente cada um dos


recursos. Esta é a melhor maneira de aprender a utilizar a ferramenta.
a) Ajustar: altera características da imagem, como contraste e brilho.
b) Estilos de imagem: muda o ângulo, a borda, a forma da imagem.
c) Organizar: altera a disposição da imagem (girar, alinhar, enviar para trás,
trazer para frente).
d) Tamanho: configura a área que a imagem ocupará, como largura e altura,
e efetua cortes na imagem.
E, que tal colocar músicas em sua apresentação? Você pode escolher o início
e o término da execução ou configurar o programa para repetir a música (loop).
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
148

Para isso, clique na guia Inserir e, em seguida, clique no botão Áudio, do grupo
Mídia, como mostra a figura a seguir:

Figura 73 -  Inserir som


Fonte: SENAI-SP (2012)

Outra possibilidade é inserir vídeos. Para inserir vídeos, você deve ir à guia Inserir,
em seguida, no grupo Mídia e clique no botão Vídeo. Você terá as seguintes opções:

Figura 74 -  Inserir vídeo


Fonte: SENAI-SP (2012)
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
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Escolha o filme numa das opções e insira-o na apresentação. Dê um clique


sobre o filme para selecioná-lo e ter acesso às Ferramentas de Vídeo. Desse modo,
você define quando o filme começará sua execução, quando irá parar, volume,
animações etc.

Figura 75 -  Trabalhando com filmes na apresentação


Fonte: SENAI-SP (2012)

10.7 ANIMANDO SLIDES

Vamos, agora, iniciar o estudo sobre Animações e Transição de slides, assuntos


que todo elaborador de slides deve dominar.
Animações são efeitos especiais que visam tornar sua apresentação mais agra-
dável de assistir. Desse modo, você pode aplicar sons, textos e gráficos em todos
os slides. Como as animações personalizadas, esses efeitos podem estar em um só
item do slide, num espaço reservado ou mesmo num parágrafo.
Para configurar os efeitos de texto ou objeto, você tem à disposição os botões
da faixa de opções da guia Animações.

Figura 76 -  Animação de slides


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
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Para criar um efeito de animação padrão no PowerPoint 2010, você deve selecio-
nar o objeto ou o texto que deseja animar. Depois, na faixa de opções da guia Ani-
mações do grupo Animações, clique nos ícones com os efeitos de animação. Veja!

Figura 77 -  Efeito
Fonte: SENAI-SP (2012)

Mas, você tem certeza de que o efeito ficou bom? Para saber, procure o botão
Visualizar, na faixa de opções da guia Animações, e clique.
No caso de não gostar do efeito padrão, o programa oferece a você um núme-
ro maior de efeitos, por meio da animação personalizada.
Os efeitos da animação personalizada são configurados no Painel de Anima-
ção, que aparece no lado direito da tela, para que você tenha informações sobre o
efeito. Ative o Painel de Animação clicando no botão correspondente que fica na
guia Animações, no grupo Painel de Animação.
Para criar o efeito de animação, siga estas etapas:
a) selecione o texto ou objeto que deseja animar;
b) no Painel de Animação, clique em Opções do Efeito; e
c) escolha um dos efeitos apresentados na caixa de diálogo Surgir.
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
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Figura 78 -  Painel de animação


Fonte: SENAI-SP (2012)

Figura 79 -  Caixa de diálogo Surgir


Fonte: SENAI-SP (2012)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
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Nessa caixa, você encontra as guias Efeito, Intervalo e Animação de texto:


a) guia Efeito: define o efeito escolhido para um objeto ou texto;
b) guia Intervalo: define o efeito de marcação de tempo; e
c) guia Animação de texto: indica o efeito selecionado para um item.

10.8 TRANSIÇÃO DE SLIDES

Depois de inserir os efeitos desejados nos seus slides, você deve cuidar dos efei-
tos visuais e sonoros de sua transição, isto é, quando um slide entra e sai da tela.
Eles são semelhantes aos efeitos de animação aplicados no texto e em objetos.
Para configurá-los, vá para a faixa de opções da guia Animações, dos grupos
Animações e Animações Avançadas. A partir de um objeto selecionado, você
acessa a guia Ferramenta de Desenho. No caso de uma imagem, Ferramenta de
Imagem. Veja.

Figura 80 -  Ferramenta de desenho


Fonte: SENAI-SP (2012)

Figura 81 -  Ferramenta de imagem


Fonte: SENAI-SP (2012)

A melhor maneira de configurar a transição de slides é a partir do modo Clas-


sificação de Slides, porque, nele, você pode visualizar todos os slides da sua apre-
sentação. Veja como:
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
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Figura 82 -  Modo Classificação de slides


Fonte: SENAI-SP (2012)

Veja, a seguir, as aplicações da transição de slides.


a) Para configurar o efeito de transição, selecione um slide.
b) Na guia Transições, clique em um efeito do grupo Transição para esse slide.

Após configurar o efeito, ele é automaticamente visualizado. Se quiser vê-lo


novamente, clique no botão Visualizar.
c) Para aplicar um efeito a todos os slides, selecione aquele que você quer re-
petir e clique no botão Aplicar a Todos.
d) Para configurar um som, clique na caixa de listagem Som e escolha um.
e) Para definir a velocidade de transição dos slides, clique na seta ao lado de
Duração e selecione a velocidade.

Depois de pronto, visualize os efeitos de transição, as animações, reveja os tex-


tos e revise a sequência de entrada dos slides de sua apresentação no modo Apre-
sentação de Slides. Com certeza, você e sua plateia vão gostar muito do resultado.
Bom trabalho!
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
154

RECAPITULANDO

Você viu, neste capítulo, como um software de apresentação, nesse caso


o PowerPoint, pode ajudá-lo na hora de produzir a uma boa apresentação.
Alguns dos recursos desse programa permitem que você enriqueça sua
apresentação com a inclusão de imagens, tabelas, textos e gráficos.
Você pode ainda escolher o design mais apropriado para o perfil de sua
plateia.
Também, é possível modificar a sequência da apresentação com a tran-
sição personalizada de slides e animação dos componentes de cada tela,
além de poder animar uma apresentação com vídeos ou sons.
Tudo isso para que você se saia muito bem nas suas próximas apresen-
tações.
10 EDITOR DE APRESENTAÇÕES GRÁFICAS
155

Anotações:
REFERÊNCIAS

CAMPADELLI, Samira Yousseff; SOUZA, Jésus Barbosa. Produção de textos & usos da linguagem.
2. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 288 p.
GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. 3. ed. São Paulo: Scipione, 1996. 173 p.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009. 1.986 p.
MONTEIRO, Carolina F. G. Microsoft Word 2010. São Paulo: Easycomp – Tecnologia de Ensino em
Computação e Editora, 2011.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez
Editora, 2006. 335 p.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. SP. Comunicação oral e escrita. São Paulo:
SENAI-SP, 2007. 93 p.
SILVA, Mário Gomes da. Informática. 2. ed. São Paulo: Editora Érica, 2012.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. 7. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1987. 243 p.
VIANA, Antonio Carlos (Org.) et al. Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione,
1998. 151 p.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

Silvio Geraldo Furlani Audi


Jornalista, trabalhou em emissoras de rádio e editoras de livros e revistas. Desde 1990, atua como
Especialista em Educação Profissional no SENAI-SP, elaborando materiais didáticos para cursos
presenciais e a distância. Ministra treinamento de produção de recursos didáticos para docentes
dessa rede em São Paulo e em outros departamentos regionais. Atuou como tutor no Programa
SENAI de Capacitação nas Metodologias de Formação com Base em Competências. Faz parte da
Comissão Especial de Propriedade Intelectual do DR-SP.
ÍNDICE

A
Anexos 78, 83
Apêndices 78, 79, 83

D
Diagramação 78, 79

N
Notebook 86

P
PC 86
Período 44, 45, 46, 47, 50, 52

S
Slides 136, 137, 138, 139, 140, 144, 145, 146, 149, 152, 153, 154
Smartphone 86
Subtítulo 78, 79

T
Tablet 86
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

Walter Vicioni Gonçalves


Diretor Regional

Ricardo Figueiredo Terra


Diretor Técnico

João Ricardo Santa Rosa


Gerente de Educação

Airton Almeida de Moraes


Supervisão de Educação a Distância

Cláudia Benages Alcântara


Henrique Tavares de Oliveira Filho
Márcia Sarraf Mercadante
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros

Silvio Geraldo Furlani Audi


Elaboração

Kelly Cristina Marques


Revisão Técnica

Silvio Geraldo Furlani Audi


Design Educacional

Alexandre Suga Benides


Juliana Rumi Fujishima
Ilustrações
Delinea Tecnologia Educacional
Editoração

Elaine Monteiro Seidler


Érica Martins Valduga
Humberto Pires Junior
Revisão Ortográfica e Gramatical

Karina Silveira
Laura Martins Rodrigues
Diagramação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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