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Enquadramento: em direção ao
esclarecimento de um paradigma
fraturado
por Robert MFntrnan, Northwestern University
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lournal of(.'omm.unicat.jon. Outono•n 1993
De molduras e molduras
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'Ibuyard Q/ a Para.radigma Fraturado
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Revista Q/ Comunicação, Outono
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Revista o/ Comunicação. Outono 1.993
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Clañificação Tou:ard de um Paradigma Fraturado
colocam seus quadros dominantes nas notícias (Entman, 1989: Entman &
Page, in press•, Entman & Rojecki, 1993). Se educados para entender a
diferença entre incluir fatos de oposição dispersos e desafiar um quadro
dominante, os jornalistas podem estar mais bem equipados para construir
notícias que tornem igualmente salientes – igualmente acessíveis ao
público médio, desatento e marginalmente informado – duas ou mais
interpretações de problemas. Essa tarefa exigiria um papel muito mais ativo
e sofisticado para os repórteres do que eles têm agora. resultando em
relatórios mais equilibrados do que o que a norma formular de objetividade
produz (Tuchman, 1978).
3. Análise de conteúdo. A principal tarefa de determinar o significado
textual
deve ser identificar e descrever frames; (-•a análise de conteúdo
informada por uma teoria de frarning evitaria tratar todos os termos ou
enunciados negativos ou positivos como igualmente salientes e
influentes. Muitas vezes, os codificadores simplesmente somam todas as
mensagens que julgam positivas e negativas e tiram conclusões sobre os
significados dominantes. Eles negligenciam medir a saliência dos
elementos no texto e não conseguem avaliar as relações dos grupos de
mensagens mais salientes – os frames – com os esquemas do público.
ressentem-se das fl)mensagens da mídia que a maioria dos membros da
audiência está realmente captando.
4. Opinião pública e teo democrático normativo,'. No relato de Zaller
(1992), o enquadramento parece ser um poder central no processo
democrático, pois as elites políticas controlam o enquadramento das
questões. Esses quadros podem determinar exatamente o que é "opinião
pública" — um quadro diferente, de acordo com Zaller, e evidências de
pesquisas e até mesmo votação podem indicar uma opinião pública
diferente. A teoria de Is, juntamente com a de Kahneman e T Versky, parece
levantar dúvidas radicais sobre a própria democracia. Se ao moldar os
enquadramentos as elites podem determinar as manifestações mais
profundas da opinião pública "verdadeira" que estão disponíveis ao governo
(por meio de pesquisas ou votação), o que pode ser a opinião pública
verdadeira? Como podem até mesmo representantes democráticos sinceros
responder corretamente à opinião pública quando a evidência empírica dela
parece ser tão maleável,
Digamos que haja três maneiras de enquadrar um problema e uma
gera 40 por cento de aprovação, a outra 50 por cento e 60 por cento,
respectivamente. Aprovar a opção com 60% de apoio não é
axi()maticamente a resposta mais democrática por causa do problema
da maioria cíclica (Riker, 1986), que torna a regra da maioria
várias opções complexas
matemáticas
matematicamente impossível. Tão importante quanto, tentar determinar
qual
as opiniões emolduradas de forma precária são as que mais se
aproximam do sentimento "real" do público.
parece fútil, porque exigiria um acordo verde entre os
cuidando das elites e cidadãos em que quadro era mais preciso, justo,
completo, e assim por diante. Um paradigma de enquadramento pode
iluminar, se não resolver, tais
puz.7.le.s central na teoria democrática normativa.
De fato, o conceito de enquadramento é suficientemente importante nos
muitos campos de investigação que o utilizam para merecer um ensaio do
tamanho de um livro. O presente esforço, limitado por limitações de espaço,
não oferece a palavra definitiva sobre quadros, mas
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Revista deComunicação. Outono de 1993
Referências
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