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Durante a instrução as referidas testemunhas foram novamente
ouvidas e reafirmaram que não presenciaram o delito, mas que
ouviram dizer que o autor do homicídio foi João.
Espécies de testemunha
As testemunhas podem ser classificadas de acordo com vários
critérios. Um deles é o seguinte:
a) Testemunha DIRETA: é aquela que presenciou os fatos. Também
chamada de testemunha visual.
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b) Testemunha INDIRETA: é aquela que não presenciou os fatos, mas
apenas ouviu falar sobre eles. É também chamada de testemunha
auricular ou testemunha de “ouvir dizer” (hearsay rule).
Já decidiu o STJ:
(...) 6. A norma segundo a qual a testemunha deve depor pelo que
sabe per proprium sensum et non per sensum alterius impede, em
alguns sistemas – como o norte-americano – o depoimento da
testemunha indireta, por ouvir dizer (hearsay rule). No Brasil,
embora não haja impedimento legal a esse tipo de depoimento, “não
se pode tolerar que alguém vá a juízo repetir a vox publica.
Testemunha que depusesse para dizer o que lhe constou, o que
ouviu, sem apontar seus informantes, não deveria ser levada em
conta.” (Helio Tornaghi). (...)
STJ. 6ª Turma. REsp 1.444.372/RS, Rel. Min Rogerio Schietti, julgado
em 16/2/2016.
Desse modo, o réu não pode ser pronunciado unicamente com prova
de “ouvir dizer”.
Em suma:
Não é cabível a pronúncia fundada exclusivamente em
testemunhos indiretos de “ouvir dizer”.
Muito embora a análise aprofundada dos elementos
probatórios seja feita somente pelo Tribunal do Júri, não se
pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a
pronúncia baseada, exclusivamente, em testemunho indireto
(por ouvir dizer) como prova idônea, de per si, para submeter
alguém a julgamento pelo Tribunal Popular.
STJ. 5ª Turma. HC 673.138-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
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STJ. 6ª Turma. REsp 1649663/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 14/09/2021.
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Os médicos praticaram o crime de homicídio doloso (art. 121,
§ 2º, I e IV, do CP) ou o delito de remoção ilegal de órgãos
com resultado morte (art. 14, § 4º, da Lei 9.434/97)?
Para o STF, o crime praticado foi o de remoção ilegal de órgãos com
resultado morte (art. 14, § 4º, da Lei 9.434/97):
Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa
ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360
dias-multa.
(...)
§ 4º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa de 200 a 360
dias-multa.
O Min. Relator Dias Toffoli explicou que se trata do crime do art. 14,
§ 4º da Lei nº 9.434/97 porque a finalidade era a remoção dos
órgãos.
O objeto jurídico tutelado pelo tipo penal em questão é a
incolumidade pública, a ética e a moralidade, no contexto da doação
e do transplante de órgãos e tecidos, e a preservação da integridade
física das pessoas e respeito à memória dos mortos.
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O delito de remoção ilegal de órgãos com resultado morte
(art. 14, § 4º, da Lei nº 9.434/97) não pode ser considerado
como um crime doloso contra a vida?
NÃO.
No delito do art. 14, § 4º, da Lei nº 9.434/97, a proteção da vida
apresenta-se como objeto de tutela do tipo penal de forma mediata,
não se podendo dizer que se trata de crime doloso contra a vida.
Logo, a competência não é do Júri (art. 5º, XXXVIII, d, da
Constituição Federal).
Foi o que decidiu o STF:
É do juízo criminal singular a competência para julgar o crime
de remoção ilegal de órgãos, praticado em pessoa viva e que
resulta morte, previsto no art. 14, § 4º, da Lei nº 9.434/97
(Lei de Transplantes).
STF. Plenário. RE 1313494/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
14/9/2021 (Info 1030).
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No dia do julgamento do réu no Plenário do Tribunal do Júri, após ser
realizada a instrução (oitiva de testemunhas, interrogatório etc.), tem
início a fase de “debates” entre acusação e defesa (art. 476 do CPP).
Acusação começa:
Quem inicia expondo sua tese é o MP.
Se houver assistente de acusação, este falará logo depois do MP.
Deve-se ressaltar que o tempo do MP e do assistente é o mesmo.
Eles vão ter que dividir o tempo entre eles.
Defesa depois:
Quando a acusação concluir, começa a defesa, que terá o mesmo
tempo para expor sua tese.
Réplica:
Terminadas essas exposições, a acusação pode falar mais uma vez
para refutar os argumentos defensivos e reafirmar a sua tese inicial.
Trata-se do que chamamos de “réplica”.
A réplica é facultativa, ou seja, a acusação pode optar por não utilizá-
la.
Se a acusação não quiser fazer a réplica, os debates se encerram e
inicia-se a etapa de julgamento (obs.: a defesa não tem direito de
exigir a tréplica se não houver réplica).
Vale ressaltar que o assistente de acusação tem direito à réplica
mesmo que o MP não a exerça:
O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha
anuído à tese de legítima defesa do réu e declinado do direito de
replicar.
STJ. 5ª Turma. REsp 1343402-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
21/8/2014 (Info 546).
Tréplica:
Se a acusação decidir utilizar a réplica, quando ela encerrar sua
exposição, a defesa terá direito de ir para a tréplica, de forma que a
defesa fala por último.
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Se forem dois ou
Se for apenas um
mais réus:
réu
aumenta mais 1h
1) Acusação: 1) Acusação:
1h30min 2h30min
2) Defesa: 2) Defesa:
1h30min 2h30min
3) Réplica: 1h 3) Réplica: 2h
4) Tréplica: 1h 4) Tréplica: 2h
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2) Defesa: 2h30min
3) Réplica: 2h
4) Tréplica: 2h
Em suma:
Considerado o rigor formal do procedimento do júri, não é
possível que o juiz, unilateralmente, estabeleça prazos
diversos daqueles definidos pelo legislador (art. 477 do CPP)
para os debates orais, seja para mais ou para menos, sob pena
de chancelar uma decisão contra legem.
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Por outro lado, é possível que, no início da sessão de
julgamento, mediante acordo entre as partes, seja
estabelecida uma divisão de tempo que melhor se ajuste às
peculiaridades do caso concreto.
STJ. 6ª Turma. HC 703.912-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 23/11/2021 (Info 719).
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O procedimento do Tribunal do Júri é chamado de bifásico (ou
escalonado) porque se divide em duas etapas.
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5. Se a denúncia (ou queixa) for recebida, o Relator designa dia e
hora para audiência.
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A diplomação do réu, acusado da prática de homicídio, no cargo de
Deputado Federal, com a subida dos autos ao Supremo Tribunal
Federal, conduz a uma alteração do rito processual, que passa a
prever uma fase de diligências anterior às alegações escritas, na
forma do art. 10 da Lei nº 8.038/90:
Art. 10. Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas
a acusação e a defesa, para requerimento de diligências no
prazo de cinco dias.
Em suma:
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Compete aos tribunais de justiça estaduais processar
e julgar os delitos comuns, não relacionados com o
cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça.
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STJ. 3ª Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 08/09/2021 (Info 708).
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O juiz, contudo, reconheceu sua incompetência sob o fundamento de
que, nos termos do art. 96, III, da Constituição Federal, compete ao
Tribunal de Justiça julgar os crimes praticados por Promotores de
Justiça:
Art. 96. Compete privativamente:
(...)
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
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Se o Promotor de Justiça praticar um crime de competência da
Justiça Federal, ele será julgado pelo Tribunal Regional
Federal?
NÃO. Será julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado onde atua.
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Assistente de acusação
O titular e, portanto, autor da ação penal pública, é o Ministério
Público (art. 129, I, CF/88).
Contudo, o ofendido (vítima) do crime poderá pedir para intervir no
processo penal a fim de auxiliar o Ministério Público. A essa figura dá-
se o nome de “assistente da acusação”.
O assistente também é chamado de “parte contingente”, “adesiva”,
ou “adjunta”.
O assistente é considerado a única parte desnecessária e eventual do
processo.
Obs.: somente existe assistente da acusação no caso de ação penal
pública.
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Quem pode ser assistente da acusação?
Segundo o art. 268 do CPP, poderá intervir, como assistente do
Ministério Público, o ofendido (pessoalmente ou por meio de seu
representante legal, caso seja incapaz).
Caso a vítima tenha morrido, poderá intervir como assistente:
• o cônjuge;
• o companheiro;
• o ascendente;
• o descendente ou
• o irmão do ofendido.
Corréu
O corréu, no mesmo processo, não poderá intervir como assistente
do Ministério Público (art. 270 do CPP). Ex.: Pedro e Tiago foram
denunciados por lesões corporais recíprocas. Pedro não pode ser
aceito como assistente de acusação do MP porque é corréu no
processo.
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Súmula nº 448-STF: O prazo para o assistente recorrer
supletivamente começa a correr imediatamente após o transcurso do
prazo do MP.
Caso hipotético
Chegou ao STF o seguinte questionamento: houve a tramitação de
um Habeas Corpus, entretanto, por ausência de intimação do
assistente de acusação havia uma alegação que o HC não teria
transitado em julgado.
Pergunta-se: cabe a participação do assistente de acusação no
habeas corpus?
Conforme se dispõe no art. 271 do Código de Processo Penal,
permite-se a atuação do assistente de acusação na ação penal para
“propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os
recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos
casos dos arts. 584, § 1º, e 598”, que tratam da interposição de
recurso em sentido estrito e apelação em processos de competência
do tribunal do júri.
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Segundo o STF, tem-se naquele dispositivo legal norma de direito
estrito. Em outras palavras, a enumeração das atividades processuais
facultadas ao assistente de acusação é taxativa, não se admitindo
analogia ou interpretação extensiva (neste sentido, por exemplo,
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 7ª.
ed. São Paulo: Atlas, 2000, p. 604).
Ademais, o habeas corpus não é recurso, mas ação autônoma, com
fundamento constitucional (inc. LXVIII do art. 5º da Constituição da
República), destinada à proteção da liberdade de locomoção.
São sujeitos dessa relação processual, além do órgão judiciário
competente para julgálo, o impetrante, o paciente, a autoridade
apontada como coatora e o Ministério Público, como fiscal da lei. Não
dispõe de legitimidade o assistente de acusação para intervir em
habeas corpus.
Nesse sentido, é a jurisprudência do STF:
“PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’. ASSISTENTE DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. INTERVENÇÃO. INADMISSIBILIDADE. ATIVIDADE
PROCESSUAL DESSE TERCEIRO INTERVENIENTE SUJEITA A REGIME
DE DIREITO ESTRITO. ATUAÇÃO AD COADJUVANDUM QUE SE
LIMITA, UNICAMENTE, À PARTICIPAÇÃO EM PROCESSOS PENAIS DE
NATUREZA CONDENATÓRIA. AÇÃO DE ‘HABEAS CORPUS’ COMO
INSTRUMENTO DE ATIVAÇÃO DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL DAS
LIBERDADES. ILEGITIMIDADE DO INGRESSO, EM REFERIDA AÇÃO
CONSTITUCIONAL, DO ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. CONSEQÜENTE DESENTRANHAMENTO
DAS PEÇAS DOCUMENTAIS QUE ESSE TERCEIRO INTERVENIENTE
PRODUZIU NO PROCESSO DE ‘HABEAS CORPUS’” (HC n. 93.033/RJ,
Relator o Ministro Celso de Mello, DJe. 8.8.2011).
Nesse julgado, salientou o Ministro Celso de Mello:
“(...) Na realidade, a atividade processual do assistente do Ministério
Público não se revela ampla nem ilimitada, especialmente no que
concerne à sua participação no processo de ‘ habeas corpus’, eis que
são de direito estrito as faculdades jurídicas a ele outorgadas pelo
ordenamento positivo (CPP, art. 271, “caput”).
O assistente do Ministério Público, bem por isso, somente pode
intervir ‘ad coadjuvandum’ no processo penal condenatório (CPP, art.
268), cabendo-lhe, no plano estrito das ações penais de condenação -
com as quais não se confunde a ação de “habeas corpus” (JOSÉ
FREDERICO MARQUES, “Elementos de Direito Processual Penal”, vol.
4/380-382, item n. 1.178, 1965, Forense) -, a prerrogativa de propor
meios de prova, de formular perguntas às testemunhas, de participar
do debate oral, de arrazoar os recursos interpostos pelo ‘Parquet’ ou
por ele próprio, inclusive extraordinariamente, nos casos dos arts.
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584, § 1º, e 598 (CPP, art. 271, “caput”, e Súmula 210/STF), e de
requerer, a partir de 04/07/2011, a decretação de prisão preventiva e
a imposição ou a substituição, por outras, de medidas cautelares de
natureza pessoal, quando descumpridas (CPP, art. 282, § 4º, e art.
311, na redação dada pela Lei nº 12.403/2011).
Vê-se, portanto, que a atividade processual do assistente do
Ministério Público sofre explícitas limitações impostas pelo
ordenamento positivo, a cuja disciplina está ela juridicamente sujeita.
É por isso que o assistente do Ministério Público, mesmo nas estritas
hipóteses legais que justificam a sua intervenção assistencial, “... não
pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de ‘habeas
corpus’” (Súmula 208/STF - grifei); não pode recorrer da sentença de
pronúncia (RTJ 49/344); não pode, ainda, interpor recurso
extraordinário, para o Supremo Tribunal Federal, de decisão que
absolve o condenado em revisão criminal (RTJ 70/500).
Tem-se reconhecido, por isso mesmo, em face da estrita disciplina
que rege a atuação processual do assistente do Ministério Público, a
ilegitimidade de sua intervenção no processo de ‘habeas corpus’,
ainda quando formalmente habilitado como terceiro interveniente.
Essa posição tem prevalecido na jurisprudência dos Tribunais (RT
376/230 - RT 545/307 - RT 546/318 - RT 557/350, inclusive na
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 56/693-695, Rel.
Min. LUIZ GALLOTTI – RTJ 126/154, Rel. Min. MOREIRA ALVES - HC
79.118-RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.)”
Cite-se, ainda, que a inadmissibilidade da participação do assistente
de acusação na relação processual instaurada com a impetração do
habeas corpus é dominante na doutrina (JESUS, Damásio E. de Jesus.
Código de Processo Penal Anotado. 23ª ed., Ed. Saraiva: São Paulo,
2009, p. 225; OLIVEIRA Eugênio Paccelli de; FISCHER Douglas,
Comentários ao Código de Processo Penal e sua Jurisprudência. 2ª
ed., Ed. Lumen Iuris: Rio de Janeiro, 2011, p. 580; MIRABETE, Júlio
Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 7ª. ed. São Paulo:
Atlas, 2000, p. 605).
Inexiste imposição legal de intimação do assistente do Ministério
Público no habeas corpus impetrado em favor do acusado. Como
antes assentado, ele não integra a relação processual instaurada
nessa ação autônoma de natureza constitucional. Também não tem o
assistente de acusação legitimidade para recorrer de decisões
proferidas em habeas corpus, por não constar essa atividade
processual no rol exaustivo do art. 271 do Código de Processo Penal.
Em resumo:
É inadmissível a intervenção do assistente de acusação na
ação de habeas corpus.
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Isto porque, inexiste imposição legal de intimação do
assistente do Ministério Público no habeas corpus impetrado
em favor do acusado. Ademais, como ele não integra a relação
processual instaurada nessa ação autônoma de natureza
constitucional, também não possui legitimidade para recorrer
de decisões proferidas em habeas corpus, por não constar
essa atividade processual no rol exaustivo do art. 271 do
Código de Processo Penal.
STF. 1ª Turma. AgRg no HC 203.737, Rel. Min. Carmem Lúcia,
decisão monocrática em 31/08/2021.
Obs: cuidado para não fazer confusão, o enunciado 210 da Súmula
de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou o
entendimento de que “o assistente do Ministério Público pode
recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos
arts. 584, § 1º, e 598 do Cód. de Proc. Penal”.
Ou seja, em caso de omissão do Ministério Público, a legitimidade
do assistente da acusação para recorrer, inclusive
extraordinariamente, é ampla, salvo contra decisão
concessiva de habeas corpus (Súmulas nºs 208 e 210 do STF).
Portanto, o assistente de acusação possui legitimidade para recorrer
da decisão do Tribunal de Justiça que, revertendo a sentença
condenatória, anula a ação penal desde o início" (STF; RE-AgR
979.659; RJ; Primeira Turma; Red. Desig. Min. Roberto Barroso; DJE
04/08/2021; Pág. 76).
Portanto, consoante jurisprudência tranquila do STF, é legítima a
interposição de recurso extraordinário pelo assistente de acusação,
em caso de omissão do Ministério Público, salvo quando se tratar de
concessão de ordem de habeas corpus.
Resumo
(...)
§ 2º Se o homicídio é cometido:
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I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
(...)
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Como a decisão dos jurados não é motivada, não se sabe quais foram
os elementos nos quais eles se basearam.
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Desse modo, o Tribunal de Justiça (ou TRF), ao julgar a apelação da
defesa, deverá indicar quais são as provas dos autos que corroboram
a condenação e as qualificadoras.
Por outro lado, se não houver provas produzidas na forma do art. 155
do CPP, o Tribunal deverá dar provimento ao recurso, cassando
a condenação.
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provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares,
antecipadas ou não repetíveis.
Em suma:
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violam o art. 155 do CPP, que deve ser aplicado aos veredictos
condenatórios do Tribunal do Júri.
Resumo
Ex.: todas as
testemunhas
Ex.: a
ouvidas afirmaram
única testemun
que o réu não foi o
ha que havia
autor dos
reconhecido o
disparos. Ex.: juiz
réu no IP não
entende que
foi
não houve
ouvida em juízo.
homicídio
doloso, mas
sim
latrocínio.
Recurso Recurso cabível: Recurso cabível: Recurso
cabível:
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cabível: RESE. APELAÇÃO. APELAÇÃO. RESE.
Pronúncia
A pronúncia é prevista no art. 413 do CPP.
Veja o que dizem o caput e o § 1º:
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado,
se convencido da materialidade do fato e da
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da
materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e
especificar as circunstâncias qualificadoras e as
causas de aumento de pena.
(...)
Indaga-se: é possível a pronúncia do acusado baseada
apenas em elementos informativos obtidos na fase
inquisitorial?
O tema é polêmico e há decisões em ambos os sentidos:
NÃO SIM
É ilegal a sentença de pronúncia É possível admitir a pronúncia do
fundamentada acusado com base em indícios
exclusivamente em elementos derivados do inquérito policial,
colhidos no inquérito policial. sem que isso represente afronta
ao art. 155.
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