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I ATUALIDADE S PEDÀGÓ GICAS
) Volunw 2
I ÂTUALIDADES PEDAGÓGICÂS
' Direção de
D
J, B. Deuasoo fuNNA
t JOHN DEWEY
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A relação completa dos üvros publtcados em
..ATUALIDADES PED.ÀCÓGICÀS" COMO PENSAMOS
,- I está no ftm dêste volume,
COMO SE RELACIONA O PENSAMENTO REFLEXIVO
] t' CoM o PROCESSO EDUCATIVO: UMA REEXPOSICÃO
l I Nota trailução e notas de
l ) HavoÉn'DE-'CÂMAÂGo Ceprros
l' Dú-d,ssistenl,a dà, Univeroldade de SAo Pd.ulo
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>, B.a eill1do,
) sob lnslltuto
de lcos do
) da uto, em
aomemoraçdo ao centenáilo de nasci,-
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Do original norte-americato:
HOW WE THINK
A rcstatement of the ralation of ieflectioe thinking to the
. eihtcatioe process
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I. Dif da palavre..poDsarDeqto. II. O
nova tradução de ANrór.no Plrtro oB Ce'Rver.no, fator c e pensar. IIi. Fases do ato de
rwista por ÂrsÍsro Trrxerru,, 2.4 ed,, 1959. .i , . pensar Rôuào.
)}
Cap, II.. Pot_que o ato d.e ilensar rafleiloo deoe aonstltuir urn
{t ' fim eil,ucaalonal
{ I. Os valores do de pensar. II.
ato.- Tendências que
I
.requ€rem coastante ordenagão. :
Púnted tn Íhe United States of Btozll I. O pensar como ocorrência formel e comó ,ocorrência .
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166
178
188
a TERCEIRÂ PÁRTE
f'' O TRETNO DO PENSÂ]IIENTO
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I t;ar'. XIV. A .atirsidaàe e o trslno do pensamento , ,. :. .. ,, . 203 ,. trl
J. O primeiro estágio da aüvidade., II, O brinquedo, ),t.i'
t^ o trabalho é as formâs afins de trtividade. III. As
ocurracões construtivas.
t^ ,in,,. xv,' óo concreto para o abstrato 2t1
I (lnr'. I, Que é o concreto? IL Que é o abstrato?
XV[. Alinguagem e o traino d,o penswmmto .......,.. 22'.t
0^ I. A lingriagem como inskumento do ato de pensar.
II. O abuso dos métodos verbais na educação, III.
t^ (.,otno usar a linguagem na educa$o.
I- t)rr,. XVII. A obseroaçõo e a informação no treino mental 244
t. Â natureza e o valor da observaçáo, IL Métod.os
o rnateriais de observaçáo nas escolas. IIL Transmissáo.*
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du informaçóes. I
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li PREFÁCIO DA SEGUNEA EDIÇÃO \
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ProÚaçõo conl a, práticL. "Í
E'-rne igtalrnente unL prwq rcêanhecer o que claoo à ,l PRIMEIRA PARTE
inte ica colaboração ctos profe
tore escola a, eupocialmente, à *
You colego na (Jnioersld,ad.o e
rctorq, geral das Ercolas de Chicago,
O PROBLEMA DE ENSINAR A PENSAR
Joaw Dawrv
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euE É pnNsen? 15
t4 COMO PENSAMOS
ntando
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registro da observáção, Cumpre assioalar, em casos dêsses,
a importância das e episódios ima-
ginários que:guar e se prendem a
um fio contínuo e, termedjária entre
os cap q
-da fantas_i4 e as considerações
O. pensamento reflexivo é uma cadeia deliber as com vistâs a uma''conclusão.
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O pensamento reílexivo aspira a chegar a umâ conclusão
contraste,
I
Em p'1_opósi!_o
I
) Êsse elemento contrastante exprirne-se, provàvelmente, melhor minado, não por ter tomado parte ativa na sua conquista e
I pela frase comum: "Reflita, ache uma saída". + À frase sugere elaboração.
desfeito, algo obscuro a
) do pensamento. .!5!sJ"e_
I ) ra uma tale{4 cpntroJad
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(:orr)o to, suscetíveis, todavia, de .futuras indaga-
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q'irrrs sucedeu a grande parte do que foi, no
lrrrssrrckr, como conhecimento e agora ocupa o limbo
tlr mera ou do êrro,
I)a e clença, não é
simples identidade de pensamento
lÍclto conclüir se-a-crpnça é #m-fundada o" ll-áo. Duas
I l)o "Acredito que a
i rlr:
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ada a justificar-se,
Pensar como Pensa.
e aceita por ser co
,l sia'r- náo se segue que êsse alguém pretenda cavalgar, o
^o-ol^ ou
camelo n,, tirar "Álen' da haleial
ri.r" "óleo' Mai quando
baleial Mai ouando Colombo
0 ' 'l'lilrk it out. Idiomatismo que iessalta a idéia de fora (out), "pensou",io^.rr"lll-':l:ttT-^'^"*9:rul*::::*:.1",*:
"-.ncnrr" cer a Terra tedonda- no sentido de "acrr
,,,rl,lrr, lltnrulrncnte t'pense uma saída", ache uri-ra saída, ,(Nota da
T lrlrl, )
atsim era", êle e seus comPanueiros foram impelidos a uma
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18 COMO PENSÂMOS
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série de outras crenças e ações: a crenças sôbre rotas para
a Índia, sôbrq o que aconteceria se os navios alongassem il - O Fator Central doê-',\t? ) da Pen's'r aa
rumo oeste, através do Atlântico; justamente cqmo pensar
que a Terra era plana levara oubos à convicção da impossi --.:''.'' ' - 't
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Silidade da circünavegação..e. à idéia de que a Teria se
de alguma coisa que nõo é observada l1
limitava às regiões qqe, e n süa pequena parte civilizada, A sugestóo
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os euroPeus Jâ conheclam.
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, vada com outra evidência;
, I evidência, E, por último,
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i ; costume, falta de coragem Hí
I 4 crença p
tensivo, na amp
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raciocínio sôbrê ta
verificar o oue resulta
Disiinto d'o'primeirq
' corrente
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ordenada de
um propósito e fim controla ii'1 ,t
,êXârne pessoal, p-esquisa. e investigaçLo.,
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é necessário :um esfôrço consciente e voluntário.
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COMO PENSÂMOS QUE É, PENSÀR?
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'A reflexõo subentende crença nas Provas
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-ãhuva; -outras,
i;nfeíimos que
A Íunçõo do signiÍicado
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COMO PENSÁMOS eun É pnNsal? 23
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III - Fase.s do ato de pe,nsar reflex,itso
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tese, Um homem, a jornadel:, te1|'õ?t
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robustecer essa "T
Ih" sâo familiares, chega a umá
;;"-;;; qo" o oriente, que.da-se hesitante'
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susPeqso'
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Drocurar !in"is, indícios' Procüraú alguma coisa que
qu-ias,
ihe sirva de tabületa ou maPa; e sua reflexão tem em nttttt ,t(
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êsse exemplo' o pensamento tem
o q.u9 se denomin"l *P^:P,1':.::*:.:i
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como pontõ de partida
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I I sugestÕes mais ou menos aGequaoas e erlcrenres.
) - Vttr não a confusáo
\\continuará hâvenclo alguma experiência anâloga,
, a ser confusão.
uma ) se acha
I -L Mesmo ouando
, .-lt.*Uurr"fàáá 1.ã- *["*
nte inútil;
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exortá-là a pensar a resPe
periência própria em con
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Presentes'
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t. íeiificaçaô, que ávulta a diferença ántre pensamento refle-
rnento
). pensar verdadeiramente bem, cumPre-nos -estar dis-
)A?* a àanter e prolongar êsse estado de dúvida, :.-\
) p-ostos gue é
ô estímulo pa.a umâ invesligação perfeita, na qual nenhuma
, idéia se acáte, nenhuma crença se afirme positivameute, sem
) irlgum rnr:io de sair dela - é tentar organizar algum plano que se lhes tenham descoberto as razões justificativas
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O PENSÀMENTO REITLE]SVO OOMO FIM 27 I
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CAPITTILO SEGI,INDO
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Por que o oto dê pe,nsor reflexiyo deve 0
-_constituir um fim educocionol ,a
pensar possibilita
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I impregnadas do sentiâo
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têrn,' sômente p.orqire, ante,
riormente, coisas ansentes nos foram
I sugeridas por'presentes,
I , *"JIt"J:+;t:ffi:l?,
iI , :?:!:,-:.': reconhecer que
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tos individuais
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definiàos. pois r:Im ob'ieto ,
I
O contrôle. O. enriguecimento do , valor
Duas razõe,s para exercitar o pensamento
Ii
Os dop- prirne:ros valores mencionados são de nafureza Os três valores mencionados, em seu efeito cumulativo,
prática; proporcionam um aumento da capacidade de g-ogtrôle.
Quanto ào iç:c.i*, trata-§e' de um eni'iqueciment;-do ;E--
marcam a diferença entre uma vida verdadeiiamente huma-
tt
nificado, à parte do 4.r;me_n-!_q_dç__g-ó-qtfÔlç. Não procuramos
:
evitar um fenômeno sideral, justamente porque sabemos que +
é um eclipse e como se produz; rnas o fenômeno reveste,
f,r
para nós, um significado que não tinha antes. Talvez náo
tenhamos necessidade de pensar pelante urna ocorrência; se,
todaviá, tal ocorrência já foi objeto de cogitação, o resultado
desta capitaliza-se como sentido diretamente enriquecido e por caminhos positívamente errados e conduzir a falsas e
perigosas crenças. Seria menor a necessidade de adestramen.
to sistemático, se o único perigo a têmer fôsse a f-aita de
qualquer desenvolvimento; e mal eiridà maior um desenvol-
vi:nento errado.
(r632-L704). ...
Hoje é prováveJ1-ue uma vida e a ne-
, ôados que estiveram ocultos §uas melhore.s
a Ptólomeü e Copérnico, g1aças ünicamente aos resultados palavras:
de inv_estigaçóes ieflexivas: efetuadas nos longos anos, de
Diversos valores do poder do pensamento são sinteti-
zadbs nas seguintes palavras de Jôhn Stuart Mill:
a
d
lmqg,ery
que enchem o espÍrito do homem são. as ?otestades
invisíveis quô constaDtêmentê os gôvernam e às quais torlcs
:: os homens se submetem,'do bom grado. Em conseqüência,
é da máxima importância que tenhamos grande cuidáão com
a inteligêgcia, q fim de a guiarmos com'seguÍança na inves-
tigaçáo do conhecimento e nos juÍzos que lormar" 1.
Elevando-nos sôbre
sigóes idênticas
po e ocinhecimento
o êles se limitou
ao oi dado adotar'
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I A imPortância clas atitude's
t Citarnosensinâmentosdeinfluentespensadoresantigos.
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il Tomam-nas como n:odelos para quê seiam fubitros su-
. premos e infalíveis do verdadeiro'e do falso, ós juízes a quem
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2. Essay Concerning .Human Understandíng,
Wrong Assent of Error",
vol. IV, cap. XIX,
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38 COMO PENSÁMOS o PENSAMSITo BEIÍ-ExIvo coMg FrM 39
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40 COMO PENSAMOS O PENSAM.E} TO REFLEXIVO COMO FIM 4l
mento intelectual, é, entretanto, ualquer posição já toma
maior inimigo do pensamento ef
dido. Infelizmenté, -essa divisâo
na escola, O aluno Presta um a aceitar crenças cujas conseqüências
ao professor', ao livro, à.lição, conhecei'. Professam-nas, mas náo que
mos se lhe concentram em a efeitos. O resultado é confusão mental. A rupfura Íeage,
rêsse. Sua atenção é atenção de olhos e ouvidos, mas o
inevÍtàvelmente, sôbre a mente, obscurecendo-Ihe a vísão,
cérebro se ocupa de questóes
Sente-se obrigado a esiudar P
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Recursos inotos poro o treino do I'l
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Àcabamos de discutir os valores a ser'ààãquirid.os (r
nábltos g" p"l-t-"13i::'-,1^!-q*"^"3^'
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46 COMo PENsÁMos FECURSOS INÁTOS E PENSAMENTO 47
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de curiosidade verbgfl- Poderá consegui-lo, ligaado-as a fins mais remotos, ("-
que exijam a busca e a inserção de atos, obietos e idéias
intermediárias. Â curiosidade assume um caráter deÍinida-
meate intelecfual quando, e sàmente quando, um alvo distan-
te controla uma ieqüêrói" d" invest'igações e observaçóes,
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II - A sugestõo
Muito menino,
yer se seria capaz
fluxo de idéias ou 'á1gum
"pensamentos' dels novo objeto de
tão certa "o nosso corpo sente, onde quer que dJ sugestáo. Nesse se pois, o ter idéias náo
so encon ou náo a nossa vontaile". Náo nos é-Taniã; Eue fazemos, acontece. É o rnesmo
poclcmos idéias ou náo tê-las, assim como dir.e- que abrirús os olhos e verm está diante de nós; as
sugestões qtre entáo nos ocori'
experiêncÍa passada, não de
seutes; Considerando aPenas
sarnento, seria exato o emPrê
(como "chove") e não "Penso'
e recreÍo, e evitando, por conseguinte, que fiquemos exaustos mentamos controlar as con'tllções que determinam a ocor-
sri por ter sensações e idéias. r'ência de uma sugestão e sômente quando aceitamos a res-
ponsabilidade do ãmprêgo da sugestão Para ver o qtte dela
-introduzir o "Eu" como agente e
Que é uma sugestão à""orr", é significatívo
fonte do pensamento
Âs idéiâs, nesse sentido
)^ugcstões, Nada, na ex-periên ü veibo lembrar, como ocoÍlet, apresenta a
sirrgclo, isolado. Tudo que foi modal rida pelo autor em "it thinks": t'A
"A primeira
coisa (quã me ocorreu) ea vez de primeira
o Em francês, no original. (Nota da trad.)
coisa a da trad.)
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50 COMO PENSÁMOS
RECIJRSOS INÀTOS E PtrNSÀMENIO 51
:T':iB"il;
das sugestões que se produzem. Às vêzes, é caso de se falar
em "torrente" de sugestões; outras, há apenas um "gotejar"
\ da resposta exterior
das
j gue se atroPelam e
nci-
i üma sugestão viva
espírito que impecle
su-
A a produçáo de outras. Poucas demais indicam um hábito
es- mental sêco e magro; se associadas a uma grande erudiçáo,
que o resultado é um pedante ou um Gradgrind. " São mentes
que estrícI.ulas, prontas'a aborrecer os outroí com um acervo de
sob áridas informações. Contrastam com os eqpíritos que chama-
mos "mâduros", "fecundos", "sazonados".
nova qualidade. Â mente i Uma co umas. Poucas
violento abalo, um intenso ch
alternativas, s não possuirá
.i,
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,iJ r.!
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espírito.
É profícuo o estudo da vida dos homens e das mulheles
que conseguiram belas reaTizagões em suas profissões res-
pectivas, tendo, entretanto, sido chamados "tapados" ern seu
No entanto, as condições do contacto do aluno com a matérÍa
tempo de escola. Às vêzes, êsse êrro de julgamento prema-
podem ser tais que êle se veja compelido a desentranharlhe
turo foi devido, principalmente, ao fato de que o ruÍlo em
que a criança provava sua capacidade não era reconhecido
pelos padrões vigentes, como no caso do interêsse de Da-nvw
. por-escaravelhos, c-obrês, rãs, Outras vêzes, a criança refietia
habitualmente em plano mais profundo do que o dos colegas
pensamento superficial em detrimento do mais profuntio.
Alunos que, em questões da vida.práüca, percebem pronta e
- ou do que o dos professôres - náo vencendo, pois,. as
usuais questões de respostas rápidas. Outras vêzes ahtda, a
perspicazmente a diferença entre o relevante e o irrélevante, maneira natural de atacar o problema mostrava-se, no aluno,
habitualmente contrária ao do texto ou clo professor, ctrjos
métodos se presumiam base absoluta de. avaliaçáo.
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rnl, --Muitas crianças são repreendidas pela sua ientidão em poder quase mâgico pa!'a adestrar a faculdade do pensamento,
,l responder, por não respônderem de pronto, quando o fato é Pensar é ato específico, náo um aparelho mecânico
I
lllÍr t
que, com a demora, estão a concentrar as energias pàra atâcaÍ
eficientemente o problema proposto. Em tais casos, deixar
pronto, aplicável, ,rbit átir- e indiferentetiente, a tôdas as
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il coMo pENsÁMos ruICURSOS INATOS E PENSÀMEN'IO 55
I A ordenn do pen-samerrto é, muitas vêaes, concomitante educam' as crianças em bons hábitos inielectuais] Desde
indireto da rdern da açõo tenra idade, as crianças têm de selecionar atos e objetos,
I
I
ítl como meios para alcançal fins. A seleçâo é acompaahada,
I Fara a maioria das adaptação
pelo arrarjo e pela -
senvolvimento de hábitos iuízo.
As condições adequadas para
I construir uma aütude fav
Há, conttrdo, profundas o imaturo e o
;f' adulto, no que diz iespeito a
,fI
ado de suas ati-
vidades - diferenças a leva conta em todo
emprêgo educativo de atividades: o exterior
das ações é mais urgentemente nec adulto e,
porásso, constitui roeio mais eficaz o espírito,
mente, a vida inteira do que se se tratar de uma criança; atúdade
:J - cons
mento. l.{ormalnente, os adul adulta são mais especializados do que os da atividade infantil.
fissão, carreiral e Ísso assenta 1. A seleçáo e disposiçáo de linhas adequadas de ati-
se organÍzam seus conhecimentos, suas crenças e há- vidade é problema muitô'máis difícil na educalçao da juv.en-
:f, Íl,r!r1i
Drtos cle alcpnçar e verificar conclusões. tude do que na dos adultos. Quanto a êstes, os principais
Ampliam-se e toi-
nam-se precisas as observações que contri,puám rumos es_tão já mais ou meÍlos estabelecidos pelas circunstân-
;,t
eficiência profissior-ral. As ínÍormâções refere"t";
p*., *rú cias. O "status" social do adulto - o fato de ser um cidadão,
ã ;;p;;;ü:
rl cl&qe nao sao simplesmente acumuladas e deixadas
em riontão,
um chefe de famílía, um pai, alguém ocupado em determÍ.
,f nada indLrstlia ou ofício --fixa aí principais fei§Oes dos àtos
a executar e assegura,
t,. trnente, os modos de pens
I Mas a cliança não tem e
2,
58 COMO PENSAMOS REGI.IRSOS INÀTOS E PENSAMENTO 59
lr,
t 60 COMO PENSÁMOS RECURSOS INÁTOS E PENSAÀ'ÍENTO 61
capfrur.o euáxro
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I II - lnftuência
i)
I d.os h.ábitos dos outros
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\.1
a c E, entretanto, Parâ
intcrêsses subjacentes e permanentes.
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a ,i «r Íuturo, o mais Ímportante é essa formação. Há outro
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âi
66 coMo pENsÂMos ESCoLÀ E PENSAIVÍENTo 67
b. lndetslda confiança
sôres- e pode ísto dízer;se e
e melhores - tendem a recor
pessoais para prenderem âo
guinte, a- fazei que sua iuÍl
das matérias, como motivo
experiência, llue sua própria
ef,ícaz, nos casos em que é
de assegurar a ateução, vai
uando isso acontece, a persona-
e, para o discípulo, em
isto é, séries do
-cettos modos - ao
essa circunstâlcia,
as as outras dotadas
PENSAMOS ESCOLÁ E PENSÁMENTO 69
a ^cli
" I Tj'l$:*#"i.";ii:u"' a tabára de P'es-;
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70 coMo pENsÁMos
ESCOLÂ E PENSAMENIO 7L
de os alunos Ieren
::i:;tr.õ#"i'iliê;:i"'::"?,:f"1"'ff "r,:"ffi*Tt?
Segundo
pria idéia do
fundir-se com
am
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como na
ente em certas matérÍas como
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t 72 COMO PÊNSÂMOS
ESCOLÀ E PENSA}TEMTO
I
I a*ig_g1391 o re s
rativo social. Mas já que os problemas da conduta sáo os
I
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1!-XlryLzasqo= _aat_1
mais profun.dos e os'rrr'it de todos os problentas de
"o*ütts
nossa-existência, o modo por que sáo resolvidos tem uma
I instruçáo,
. marufuslq: influência que se irradia por tôdãs as
, çlgla-cerla". até mesmo por aquelas que mais se
nesta parlt consideracão moral. direta ou consci
I professo:: cia questão de exercjtar ã mente do aluno, como o
I achar-se o_ sau príprio espírito dominaclo pela idéia de que
o principal é conseguir que seus alunos expônham exatameite
I as IlÇoes.
Enquanto (consciente o
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rl Há transferência do exercício do pensamento ?
,i lá a educaÇ{o que ad
atitüdes e métodos lntelec
I prcpalação mais cuidadosá, pc
i tica e perspicaz do üabalhó
tulnl.rénr um vasto e maleável conhecimento da matéria. oue
II possibilitem selecionar e apli:ar s,ômente o necessário'e'na
«rcfl;^iâ.o oportuna.
(0.
(Pt
(3-
ESCOLA E PENSÂÀ,{ENTO
15 (fi+
74 COMO PENSÂMOS
rra (à*
lÍ- (E-
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9 - ffi'r
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ru=
ffi-
ffir
ffir
ffit
Quanto mais técnico um assunto, menos elementos 13t
ffir
(ftt
rfir
principiante de álgebra e física, as idéias de "expoente" e qsr
"átomo" sÉo técnicas, estão isoladas, Êle não conliece êsses
significados em
q[r
riência comum;
teriais de sua e ffir
xgcído, ao cont ffir
ffir
(f,'r
rfrp
lsr
rnr
,{r
*
CONSIDERAÇÔES LÓGICAS,
CaPÍTULO QUINTO
6
,J
t
I BO COMO PENSAMOS PROCESSO E O ?NODUTO DO PENSAMENTO B1
t sõo usadas
nõo Juv no ato real dà'
O pensamento como íorrna !ógica, ou prodüto, e As oBtccr5 lluu
tc,rmas !ógicas - \,.-
I como
pãr, u"pot os resultados do' pensamento ..))
)
As formas Ió;;;, tri, **"--§ê--encontráíí áãs 111!e'1^ í '''.
I a--s
(
Dê,sses contrastes se segue qüe o pensamento é conside-
rado de dois diferentes pontos de vista, indicados no título clios de Lógica, não ,os contam colTlo pensàmos
nem mesmo : I
I
I
)
J
:)
88
82 coMo PENS.âMOs O PNOCESSO E O TBODIITO DO PENSÀMENTO
for-
como deoeríamas perrrsar. Ninguém julga, naturalmente, que relaçáo mútua definida'
e as foyma's pertencem a tajs
Sócrates, ou outra criatura, tÍvesse sido mortal para obedecer
mulações.
à forma do silogismo, Entretantq, se alguém, que tivesse
conqiristado essa noçá
da evidência, quisesse pensar real tern sua lógica
própria; é ordenado'
,- O .-
nclusões p^r",fJl"i?
provisórios do pensa-
:1':":"ii"fâ;"s: *
parada, convém retraçar os pro-
cessos periorridos e medir, para nós mesmos, quanto, otr quáo
pouco, do material prêviamente pensado, na realidade fun-
damenta a conclusão obtida e co,no fundamenta. Assim,
premissas e conclusóes são formuladas ao mesmo tempo, em
27
D Do 85
o PPocESSo E o PRODUTO
"t*'o*t"'o
t 84 COÀ,ÍO PENSAMOS
t Resumo
t^ , () "ns ',como usamos o têrmo, náo é, poís,
, 1,,post«r iri Enquanto reaimente rêfiãxivo, ,rrrl'pro-
, f'rrsr:o rlc p o mantém-se de atalaia, é cauteloso, me'
I
a\
)
86
)
I
I
t,
0
a
o
a $2 COMO PENSÀMOS O PNOCESSO E O PRODUTO DO PENSÁ.IVÍENTO 93
D
, t«l ;nnekrsão-+-ser aceita adestramento dessa qualiclade, o certo é que disciplina
as operações efeüvas. mental não o será. Seu fito e resultado não são os hú.bitos
t' ue parte de premissas,
Premlssas,
e definidos, conforme
de pe
---'p
I tlcmonst
tlcmonst princípios estabelecldos; ploÍes
, stgnÍfica Entre os dois seutidos, de di
I sltun-se
sltun-se ente vital: cuidado sistemáüco estão nêles crialrd.o aversão ao estudo, bem como uma certeza
cl o-sutv*gtrfurfiff]ffiõõ-ãã]êãs al, p ara que sej a' êste de Que qualquel trabalho mental é antes closagradável qr-re
I so no ato de re1
-
verdndeiiamente reflàxivo. Neste-prolúsitsr-1'lágice" enlicg.-1
olj
interessante
t lrrg}§titcr_e-ver __ e.I
Na verdade, a disciplina é positiva e construtiva.
poder, poder de contrôle dos meios necessáríos para atingir
Ê,
II rlrrt'tt t,t,rencial
rrtlolrrnos insi
p'rofessa. Se os processos nA-
r-reação
pando o espírito
verdadeira termina em a, mas prt,cede,
t)
-
Íl ,
(
94 COMO PENSÂMOS O PROCE§SO E O PRODUTO DO PENSA}ÍENTO 95 (
guinte como acontece ao ciclo do desenvolvimento de
(
- (
(
(
(
.1 't
'6-vaqc.gildo obstáculoq que se consegue
A imediata descarga direta ou expressão de urna ten- 't
(,,
(
[,1
(
(
ltl
(
I
(
:iil
(
(
tJ
il (
i ][através da vitória, pe]a reflexão pessoal, sôbre as diticuldades í
t"/ lque impedem uma açáo imediata e um êxito espontâneo-rr- (t
(
('
\Pensar requeÍ um desenvolvimento natula! desde a
primeira infância -- '/ (t
(t
(r
D)
lf
D) 96 coÀ4o PENSAMoS
}D
]l 'Ê
certo que se formarã0, hábitos mentais, sejam bons
cepÍrrrr,o suxro
-- ou maus
r,
Em qualquer caso, estã.o sendo f,crrnados luá.bitos po'
.D siti,oost dd obs?n ar cuidadosamente as coisas, ou de olhá'las
Exemplos de inferêncio e de verificoçõo
.t Em capítulos considerações
I sôbre a nafureza Àpresentamos
algumas razões por nieios e«luca-
D cionais para garanti nsjderamos os
I
D
I
I
I ô.sso exercício,
I- Er.empl.os de ati,oidade reflexioa
T
D
,,f
À ver al; reside
I
)
i
l,
I
I
I
t Um caso de deliberaçõo prática
I Há dias, tendo ido à cidade, chamou-me a atençáo urn
I relógio na rua 16. Vi que os ponteiros Dtarcavâm 12 e 2D.
Isso-lembrou-me que eritinha irm encontro marcaclo pâra a
D
98 coMo PENSAMos
rNrmÊNcre. E vERrFrcÂçÃo 99
'também
queia, os rebocadores precisariam dela para o
mesmo fim.
Como do que
âs outras, a val.a
Íôra ü co ür"iao
em que a nvenien-
temente,
copo
- ao. colocá-lo no pr
Verifico a exatidá'o
e emborcando-os tamb
para o ar frío entra! n
Outras vêzes, coloco-os do
. Procurei então imaginar, entre as possíveis rrtiliclades do Àparecem bôlhas em tôrn
dos ultimos. Parecem-me
. ;',. . nmâ''tal vara, qual a mãis plausível. a)'Podia ser um eufqite ' fora deve ter sido dÍlatado pelo calor do copo, o que exolica
"i; ). il.:ir:: Mas como todos os barcos e também os rebocadores tinham
o aparecimento
-
de bôlhas ?o lado de forâ.
Ma
frio con
Dirninui
.P_ara certificâr-me disso,
do copo, na ocasião em
Es.tas àntram para dentr
>) ar, e do
>) estabele
de um
lt)
saber', o
r) para o interior de um copo.
,,
r)
,.)
.)
I
,)
a inferência ocorre por intermédio, ou
) , despertada
pelo que é visto e lembrado.
) a sugestáo estala na cabeca, qual seja a
,D It
,)
, II - Infer"ência ptffa o descon,hecido
,t llr
I ohá
ividade reflexiva, defi.ontamo-nos
..-,.,.,-..,' ..,\\
\,Provar
''-'---.-
é verificaJ
-... -..-.----'-'
Êsse contr'ôle da irifer:êlcia, anterior à crença e em 'favor
desta, constifu.Jr a prooa, Provar u'ma coisa significa, 1>rimor-
rôrr.ilr r1r'rutr» ao melhor meio de transporte parâ o cumpri- dialmente, oeri.ficá-la. O convidado à Íesta de núpcias escusou-
tr ,r('rrr() rrt: rrrn compromisso, isto. é; quarrto a um acontãci- sc porque tinha de ProDar seus bois. Dizem que as exceções
rrr.rrl, lrrttrro e, a princípio, incerto. be fatos obser.vados e -,\
t
L'rrrlrrirrlos, rr_scg*nãa peisoa inferi, o uso provável de uma
t| 1. 1,, r,,..:r rj,,"pr"*.ü;;"ô;ü";;ãi*#ü"á.ioif*"'a"
1. Ver págs. 19 (A sugestão dn algtma coisa que não é obset-
uda) e aB (Qub é unra sugestõ.o).
I
iíroeu'qut,oo
I i 9f^.^....__
o
BIBLIOTECA
102 COMO PENSÂMOS INFERÊNCI E VERIFICÀçÃO I03
',
106 COMO PENSAMOS
cepÍrwo sÉtnto
distúrbio' de algum gênero, runna situação olara, coetenle,
ass entada, harmonio sa,
Aconclusáo enunci.adn ou apresentada numa proposigão
naó é a conclusão final, mas uma chave na elaboração Jesta.
Anólise do oto de Pensor reÍlexivo
l-Fatoseídéias
Ouando surge uma situaçáo que contenha llma dificulda-
d. À;;;ptã*ia'"au, o p"tóu {ue nela 1t, enconüa
"'":lq1
pode
i:d:a
rlesvi.ando
;;;; ,r;i; diversos ôaminhoir contorná-la, desvia
.*.'
Não há melhormodo se se reaüzou uma ge-
A reÍlexão inclui a observaçõo
nuína inferência do que terminou pela substi-
tuição de uma situação discordante; poFumÍr
situação clara, ordenada, Um ato parcial e
ineficaz de pensar acaba em conclusões formalmento cor-
retas, mos te sôbre o que é (,'
.Ç
imediata e A inferência vital (
sempre con
comã difere
ganhou em claridade
do, experimentado
nêle, algum objeto
e ordem de disposigão. Err suma, o
I
(r
verdadeiro pensar termÍna por uma apreciaçáo de novos
valores. (.
(
(
'l
(
íl
íl
Í)
108 COMO PENSAMOS aNÁr-rsr Do PENSÀMENTo nEFLExrvo 109
il
l)
Por isso,
eixar passar
quanto náo
Os dados e idéias sõo fatôres correlativos
na reflexõo
e indispeqsáveis
o enfrentar
D) ume situaçá9 para descobrir-Ihe os fatos. Pois o espírito O nome técnico dos fatos obserryados é dndos. Os dadcrs
h» inclina-se a detestar o que é desagradável e, assim, a.ésqui-
var-se ao conhecimento do que é especialmente aborreciào.
formam o material a ser interpretado, consicierado, explioado;
r)
])
A raÍlexõo inclui sugestões
D)
r.) vam as condições que cons- de t Sáo êles,
ugeridos os cursos lossíveis dos al, por con
)) exemplo I pensa nos carros am anteriorgs
l) :m aéreo e no subterrâneo, -sugestões
alternativas de mútua competlção. Comparando-as, jirlgã qual
D) a melhor, qual a que mais parece fornecer umâ iohiçao
satisfatória. tal cpmfar açã,o reÃiza-se indiretamente. No áo-
>,) mento em gue p,ensa numa possível soluçáo e a mantérn em
- ;) suspenso, a pessoa retrocede aos fatos. O ponto de vista
. ,.alcançado
condu-la a novas observaçóes e lãmbranças'e a
-,,) utrra reconsideração das observações já feitas, Bara ver.iÍicar
)) ;,! o valol do caminho sugerido. A menos que sé sirva cla su-
gestão cqmo guia fara nov rs obsérvaçõei, essa pessoa, em
)) 'iÍ lugar de suspender o jtllgamenfo;', aceitá-ia-á logó que apa-
reça. Então, frustra-se-lhe o verdadeiro pensamento ràflexivo.
P,,) -Os fatos recém-observados podem causar (e em qualquer
,') sitr-ração complexa, certamente causaráo) o aparecimt:ito de
>)t * rrovas sngestões, que se tornam.guias de ulteriores pesquisas Ilustraremos o que foi dito com uln caso st'rnp'les. Ima-
a respêito das condições. Os resultados dessa vistóçia veri- ginemos estal trilhando um caminho irregular'. En_quan_to o
)) ficam e corrigem a inferência proposta e sugerem outra nova. chao é liso, náo há por que preocuPar-nos com o andar; dêste
Essa contínua interação entre os fatos revelados pela obser-
l.)
vação, e as sugestóes «ie solução e de métodos de tratamento
>) das condições, prossegue até que alguma solução sugerida
preencha tôdas as condições do caso e não contrarie nenhum
>) aspecto qlle se possa notar.2
2) guntamo-nos, então, se a vala não será mais estleita em outLo
. 1. Ver pág, 97 (exemplo clo encontro marcado), ionto (idéia), e olhamos para cima e para baixo do fôsso
> ) z. Esta ^ex[osição'd"rru^."t verificada e ilustrada pelo confrontrr -de
água (obsen.açáci ), poro saber em que Param as coisas
\ cor) os três casos apresentados no capítulo anterior.
-.)
)
)
rl
ir
110 COMO PENSÀMOS ÀNALISE DO .PENSAMENTO BEFLEXIVO 11r
a
(
(,
(
(
trante, mesmo que não se relacionem imediatamente com a
(
Fôsse mais realidade.
f*;;;;
elaborado
.3:;
II - Ás fu.nções essenciai,s da ati,oi,dade reflexioa'
ciência, talvez de moral, arte, ou talvez as conclusões de r Cinco fases o-u aspectos do pensamento reflexiüo
(
Dentro de taÍs limites,.sitnam-se os vários estados do ato (
de pensar, que são: (1) as sugestões, nas quais o espíríto
salta para uma possível solução; (2) uma intelectualização (
da dificuldade ou perplexidade que foi sentida (diretamente
experimentada) e gue passa,
a resolver, uma questáo cu
(8) o uso de uma sugestão
guia ou hi,pótese, a iniciar e
mera.! idéias, especula ções ociosas, fantaSias; -srjíEog*àlando çóes durante a coleta de fato
não levam â novâs observações e reflexões sôbie 'siti.rações idéia ou suposição, como idéia ou suposição (racíocínto, rn
sentido de parte da inferêncir e não da inferência inteíra);
(:
I
s
í
a
{
(a 113
11() COMO PENSÀMOS alrÁr-rss Dc PENSAMtrI\ÍTo
h
a o (5) r vclificação da hipótese, mediante açáo exteríor ou
irnnqínativa
a Cjonsiclcrcmos as cinco fases ou funções, uma por uma.
a
o .,)
i\-/1t A primeira fase: sugestão
a Parã'qualqüer Llm de nós, a coisa *áir"'rra{r.al" a Íazer
t é segtrir para- a frente; isto é, agir exteríormente. Uma
o situação do distírlbio e pelplexidade embarga temporària-
mente tal atividade direta, Não obstarrte, a tendência para
a continuar agindo persiste, Desvia-se e reveste a forma de
a r-rma idéia ou nos cabe fazer quando
nos echamos es da ação âireta, II
a urn moclo vic uma espécie de ehsaio
t dramático. Acudisse-nos à mente uma única sugestáo e sem
dúvicla a adotaríamos imediatamente. Mas onde há duas ou
a 'mâis, colidem elas umas com as outras, mantendo o estado
a ' de suspensão e provocando investigaçáo ulterior.
''
Ir
L,N::
ente o
rrige, modifica, expande a su-
gestão original, que passa a constituir, destarte, uma suposição
deÍinida ou, dito mais tàcnicamente, uma hi.p6tese,
Tome-se o caso do médico que examina o pacierrte, ou
do mecânico que inspeciona uma peça cle mecanismo com-
plicado que funcÍona mal, Alguma coisa estará errada, disso
há. certeza, Mas como remediá-la, nã-o se pode diz-êf àtá que
se saiba o qile está errado, Quem não tenha prática, muito
possivelmênte começará com um "palpite" - a sugestão -
agindo ao acaso, sob essa inspiração, e esperando que a sorte
o aiude a atinar com o defeito, Experimenta-se algum me-
dicamento que parece ter dado resultado antes, ou que algum
vizinho tenha recomendado, Faz-se barulho, muitos gestos,
aperta-se aqui, martela-se ali, para ver se de repente a má-
quina funciona. O conhecedor agirá bem diferentemente.
Obseroarú, com esp,ecial cuÍdado, empregando os métodos, as
técnicas consagradas como írteis, na descoberta do defeito,
pela experiência de médicos e mecânicos hábeis, familiari-
zados com a estmtura do organismo ou da máquina.
A idéía da solução é, assim, controlada pelo diaqn6stico
feito. Se o caso é, porém, de todo complicado, o médico qu
o mecânico não'irão vedar a entrada a um novo pensamento,
afirrrando estar absolutamente certo o remédio pelo método
1. Ver pág, 99.
F
a
ía
auÁr,rsu Do IENSÀNÍliNTo l'lnrllixrvo
117
ta 1.16 COMO PENSANÍOS
i,a
a raciocirrado que calor significa dilatação, tomando, então, a
i«lóia cle clilataçáo como hi1útese de trabalho. Em casos
{ rnais complexos, formam-se longas cadeias de raclocínios,
rrrna icléia levando a outra, cuja relaçáo coul a primeira tenha
a .sido lcconhecida por verificação anterior. A segu.-r-a_qçe
il -dos
clo.s trazÍdos à luz pelo raciocínio-'depende, é clarq da p-io--
visão cle conhecimentos que o espírito já ..possui, Conheci-
a mcntos que dependent, não só dtr experiência anterior e
t càucação especial do indivíduo que procede à inveptigação,
como do esiado cultural e científico da época e do lugar,
rf O raciocínio ajLrda a ampliar o conhecimento, ao mesmo
e tempo que depende do que já é conhecido e das facilidarles
Ç que- existam para transmiür o conhecimento e torná-lo re-
curso pírblico e livre.
o
-
â
a
- f7\
r--
l
r'l
i
I
Ç
(,
a
a
a
I:0 COMO
a PENSÁlvl OS ,rNÁLrsE Do PENSAMENTo nEFLExIVo 72t
a sexto aspec Com efeito, tôda sugestão intelectual /)
a ou icléia é ra de alguma possível expeliência fu-
a tura; e a al é um movimento definido pam o
a
a
a
a
t
e
a
a
t Uma fase pode sar ampliada
a . Iinr que
casos. complicados, algumas das cinco fases
c.,xtcn.sas incluern, dentro t-
são tão
'ontiio, indiferente
Ç considerar a
ou arrolá-las como fases distin
ô saqlaclo relativamente ao tl
a cientistas,
a
a
o «.ltrc«trrtllurt slla cxpressão no
a pcsclrrisrr scjrr <:las.silicada com
suits litsr:s llrt'rpriits, ou com
o l)l'rm(:il'o,
minúcias,
Por exemplor um hornem tenr a idéia de empregar capital
Ç em bens de raiz. Lembra-se,'êhtá0, de que um investimento
(a RcÍcrôncia ao Íuturo e ao passâdo -\ anterior dessa natureza redunriou em prejrizo. Examina o
if Aló.r rlis.s., srrgrrri.rr-str qu,
-
o p"rr^*".rto reflexivo
(l ab'angc rrnrir visir. ci«r lrrtrr'.,'unra prêvisão, uma antecipa-
lO çao ()r-l rrnrit Prr'rtliçÍo, rlrrt: srr rlever-ia classificar ao-o i À
a
ô
a
I
\
l;l
tl'
122 COMo PENS/TMOS ê[.
$r
capíruro orrAvo
Q,,
' €.,
{,r
O lugor do juízo no otiVidode reflexivo
{r
(' r-
Í- Três fatôres no ato de iulgar
(, r
Temos tratado, por e,Dquanto, do ato de reflexão como
*ô"
um todo. Dentro dêsse proôesso, há unidades subordinarlas,
para gue sê torne uma fungáo ou fase definida, por si clo cujo cartlter depende a eÍiciêncÍa do todo,
q,'
mesma.
Í, '
Ju,ízos, as unidades que constituem, o pensÊmenio Çr
De um ponto de vista, o processo total de pensamento i: ,
consiste numa série de juízos, que guardam entré si a rela- '-, t't
cão.necessária pala que mütuamente se apóiem, no seu rumo.
a nm julgamento final - a conclusão. Não obstante tal ,É,'
seriagão, conSid-e^1agr-o-§. a--ati_Vidade reflexiva como uma tota- '{tr
Iidaclã,. pri,"eú;iõrqrf! os_iüiz,gs _nãô se formülám iscla<la-
í.,'
6,,
,{t'
ír,
sedam necessários vinte e dois metros e meio de taçÉte, seria
0r
essa, talvez, uma perfeita verdade, mas, náo se ligando a C,r
nenhuma questão surgida, náo teria sentido como iuízo. Os
et
fj
f,
f,r
1. Ver pág. 85. il
1
p
b
h.
ar;i)
$
1i1
marem os alunos ./
so no longe. "Qu. será?" peiguntamo-nos, "Um turbilháo
de pó? Os ramos de uma árvore a oscilarem? Um homem
cluc uos acena?" Há de ser algur
n q tuação total, que nos vai, d
I coml>etente em
elas feito mais d
#í:
dê.sse.s possíveis significados,
t snidores d.e vasto
ramos especíalizados,
J:,: talvez nenhum; seja como
alguma significação. Qual dos
a aceitnção? Que signifíca realmente a percepçáo? Como
interpretáJa, avaliÁJa, apreciáJa, situá-la? Todo juízo pro-
Os aspectos do jwízo cede de situações dessa natureza.
- O iu'ízo define ea de
soluçõo peta seleç60 de fatos probantes
princípios apropriados
a
a
0
(
I
(
126 COMO PENSAMOS o LUGAX DO IVIZO t27 (
(
A essa aptidão chamamos, em casos triviais, tino, tacto,
perryicácia;. e, nos casos de maior monta, clariaiüncia e (
discemi,mento. É, parcialmente, instintiva e inata, mas tam-
bém representa o resultado capitalizado da longa Íau:iliari- (
passaclo. A posse dessa (
probante ou importante e
tj;rtffi: do experierrte' do (
,(
Mu,r, refere o seguinte caso, digno de nota como
exemplo do extremo apuro e exatidáo de que pode revestir-
.i
se a capacidade de apreender os fatôres essenciais de urria. (
situaçáo:
"Um industrial escocês mandou vir da Inglaterra, pa- (
gando-lhe avultado ordenado, um operário tinturairo, afa-
mado pelas belas côres que preparava, para que êle ensinasse I
a outros operários a sua especialidade. Veio o homem, 'Mas t
o seu modo de dosar os ingredientes - no quai residia q
segrêdo dos efeÍtos conseguiõos - consisti.a em'tomá-los aos"' {
punhados, contràriamente ao método vigente de pesáJos. 'O-
:tesse o seu método manual em í
a p'êso, a fim de que os prin-
(
iar fôssem definidos, Mas o (
segui-lo; e, em vista disso, a
ninguém pôde transmitir a sua habilidacle. A experiência (
dos muito§ câsos com que lidara estabelecera em seu espírito
uma conexão entre os belos efeitos da côr e a percepção I
táctil para graduar as matérias corantes; e, dessa percepção, (
em cada caso particular, podia inferir os meios a set enb (
pregad,os e os efeitos que seriam obtidos."
Condições longamente (
ciado a profundo lnterêsse, (
dade de experiências afins,
que costum ntuitivr (
deiros juízo numa puto (
inteligentes, como a, à
soluçáo de posse que (
diferencia o artista do'adventício in
I
E é essa a capacidade de julgar, em sua forma mais
completa. Mas, em cada casc, há urna espécie de intuição I
I
I
(
f
l a
a
tà 128 COMO PENSAIVÍOS
o LUGÀR DO IUrZo 1.29
a
Ia
emergência; e, sem uma emergência (alguma crise, grande
ô ou pequena), não há ensejo para o juízo.
5 Nenhuma concepção, por cuidadosa e sôlidamente ba-
a em abstrações que úja,
seada seja, pode, inicialmente, 'pretender
5 mais que um papel de cand.id.ata a inté1prete. Sàmente
tt
Sr o
seu trlunfo sôbre as rivais,
rivais. quanto
ouanto ao efeito de esclareeer
escl os
pontos obscuros, clesfazer os nós aperta
dlscropâncias, pode elegêJa e provar-lhe
I rante dada sítuação. Em su oa, p,ensar
damento dados o idéias. A não ser que
# fôrça de cada fato aparentemente probante e de cada idéia
I apa-lentemente explicativa, sejam iulgadas, sopesadas, o tra-
balho de espírito se reduzirá a divagações.
s
lt O juizo termina com uma decisõo
t 3. O juízo formado é uma decisãot encerra, conclui a
#) questão a solucionar, Essa decisáo não só resolve um caso
) particular, como também contlibuí para Jixar üma norma,
um método para resolver circr nstâncias análogas; também a
5 sentenga do juiz no tribunal põe têrmo ao litígio e, ao mesmo
5, temDo. constitui um precedente para decisões fuhrras. Se
tempo,
interpretação firmada não fôr contrariada por
a interpretacão aconteei-
5 Por ac
mentos posteriores, tenderá a repetir-se em câsos culos
Iô asp'ectos não sejam tão evident
inádequada. Por êsse modo
os princípios de julgamentô,
Il
uma deteiminada maneira de
?
I as significações se padronizqln'., ççnvetfendo-se em con-
-ceitos lógicos.l
p
1.
I
I
Cf. págs. 114 e 119.
1. Ver pág. 151.
e
I
e
ii i
ft
( rr
,o LUGAR Do JuÍzo
131
i.,
a qualidade moral de um ato novo, gue o eletnento "redondo"
ou "rude" da velha experiência se destaca, passando, assím,
a figurar como feição distintiva. Se o elernento assim sele-
cionado esclarece o que seria obsêüro na nova êxpeliência,
se fixa o gue é lncerto, o seu significado torna-se mais po-
sitivo e definido. Êste ponto será novamente abordado no
Í.eíta.z No decurso de um
acha-se na atitude de Pesq
capltulo seguinte; aqui, nêle tocamos, simplesmente pela sua
relação com a questão de análÍse e síntese.
Wntar isto au aquilo, Ao
vestigação.
Costumav
aprender (ou
A análise mental nõo é como a divisõo Íísica
Procuramos e,
-ounãoos
as à Prova e-da exPerimen-
ePoiste obtida a conclusáo'
titutivas.
Como não se pode compreender o que seja decompor,
tlrqry gl. surgiram t
ininados analíticos no ensino da
t":Yn:f",*ffi;
outro Ponto de
no espírito, um todo em suas partes, essa concepçâo conduz- botânica, aritmética, -ãíáããt quu
nos a outra noção: a análise lógica é apenas uma enum-elaçáo, vista,
2. Ver Pág. 87.
I
]
1t.,
$ú
132 coÀ.fo pENSá.À.ÍOs O I,UGAR t\O NIZO 1óO
ft
tb Do .mesmo modo que se considera a análise um fracio-
I namento, acha-se qre â síntese é uma espécie de solda.gem
material de pecas.- Imaqinada assim, a questão reveste-se
{l io. ' a iíntese tem lugar
que rios fatos com uma
f ôrr
ou fatos,
f, v\/rrvruuev,
Assim como a ân
--
" *nãU*-?
----
ênfase, a
ê ên\ase, a síntese é locakzaçãot
O méto,do consciente e a aiitude lógica inconsciente a orimeira rróe em relêvo
{, niflcativo; d oot.^ Iocaliza
{, nexão com a coisa signific
(ô nificado, dando a ambos
rnercúrio se agruPa com o ferro,
ü, todos êsses objetos adquirem no
'forlo jrrÍzo é analítico, por subente
la discriminaçho, Por seParar o acessono oo
o nificante daquiio quc permite concluir; e
no espírito i,ma s'ituaçáo-total en.r qlre os fatos escolhidos
o folarn- colocados cm seus lugal es.
ó vem em prrmerro rugar o desenvolvimento gradual, em maior
ô inconsciente, de unn atitude e u.m líáblto lógicos.
parte inconsciente, lósicos. Só A análise ea síntese no Processo educatiüo
{ .siro indispensáveis à irifer Mas, com isso, não adguiriu a idái,a da esfericidade da terrà;
{
T _como grãos de areia;
Iectual. Note-se que
ô introduzindo roatdria
ít ment«; do todo
juízo - esclarecenclo
já consider.ado.
esférica, sugerida como modo possível de explicar fenômenos
tais como topos de mastros vistos no mar após terem desa-
a Tomemos o exemplo d parecido os cascos dos navios, forma da sombra da terra em
tum eclipse, etc. ünicamente pelo emprêgo como méto,lg de
I _Imaginamos o que a côisa é
Um homem satudindo intcrprctar dados, para darJhes mais ampla significação, é
t os
qu() r] csí:ericidade se torna uma idéia genuína, Pode haver
r'rrrrgr:nr viva e nenhuma idéia; ou haver imagem,transitória,
ía ohscuta, e rlma idóia, se tal imagem cumpre a funçáo de
a "n
o
"n?
oi
;)o-â;ITh ff :: ^;
irr.sti.gar e dirigir a obscrvação e lelação de fatos.
ô p!j,u.",.que-,. em càsos dc
"hipótese" ou "t4oria,,t
â possfusel, ma* ainda duúcloso,
a tem uma missão a cumprir, a
a
,l
ação e o exame, Se a mancha
a rr boiada
a, lr,rrrrirrrl«r desgove
;lirllit'rrlnrtrs se mostr.arãol C
a a\s.\í,.§ t Itt(,o,\.
prrlrrlísirr.irr u
a gri-lrr-irr, (lorrs
ir
uma. A
d
'AS
As . ÍdeÍêS são
idéias SOO instrumentos nss
totlcos, não
lns[rumenro§ lógicosl ç(rnPulrss
cofllpostos .Jl
Psíquicos s.-''/ .
-éíà
-/
Notar-se-â que uma idéÍa, lü;
.ttg"iii:ln*significação lógica, é
qualquer coisa 'totalmente diferente daí idéias,, "orr.9,,,1.
üatair, quase sempre, os textos- ,1-e psicologia. Uma- idéia,
faland-o, não é
tràgicamente falando, Percepgáo d
percepgáo_ de _99
ohleto- nem rrm
obJeto, nê;nl um eomnosto
composto cle
clê de sensações.
sensacões. Náo
se'poderia
e'poderia
se poderia conseguir o sen prêso a, digamos,
dig
caâeira", através-da representaçáo mental de uma cadeira.
"cadeirat'.
ta nos que
:T,r"T
de papel
llT'fii;l:
todo, _ Igualmcnte, algucm identifica o objeto à vista
uma pedra: nenhum scgrôdo, nenhum mistério, nenhuma per-
plexidade a respeito, Mas não compreende as marcaí na
como
como
ü op.l'Ít óu funciona, que conseqüências traz, qual , ,r,
rr Possíveis aplicaçõei. Contràriamente, aquilo a que chama_
"u.rru
lt rrros r:oisn hruta, a coisa sem sentido p,ará nós, é'algo
cujas preensão é direta, ptonta, imedíata; no outro, é indireta,
f lt,lnções rrr-ro foram apreendidas. demorada.
)'' . [[rr*r voz- (luc todo ato de conhecer, incluindo tôda inves-
tlgrrq'ii, «'it'rrtíÍica, tem em mira revestir coisas e aconteci-
A maioria dos idiomas tem duas palavras diferentes para
exprirnir êsses dois modos de entendei: um para a apreensão
D lr)triltrs ('orr urn.sepfiflg isto é, entendê-los consiste sempre direta do significado, outro para a suâ ap,reensão rnediante
-
.rrr tlr':r' rr r'«rísn investigada- -
t do seu isolamento. para i&o,
I)ross(tguo rr lrtrsc:lr at<': descobri
rodeios,
e eLõr:vc;.L no grego; noscere e sciré, eyt
Assi,m', ^yL,ovotl
) t<l«lo ntirior. Assirrr, llm pe lalim; keruten e uissen, em alernáo; conn(iltra e saooi,r eni
diclo trrrr lclrrç'iro ir llnlil cil francês, ao passo que em ingiês são dadas como equivalentes
) tlada s«lb r:r.r'lrrs t,orrrliçilcs; ou to be acquaintad with e to knou of ou about.l
) t{lt:r'sr:, rlrrittrtlcl itlcr
tt Hlrllcy. Srrpo;:lr 1. ll.xrr,s, Princíples ol Psychology, vol, I, pág.,22L.; .,To..knou)
) s, llstrrs [)otlcru r.r,, (conlrecer) e to know that (saber que) sáo, talvez, equivalentes msis
l como ctrriosirlirrl<r, precisos: comparem-se "l knout lf;r1i' (ssnheço-o) e "I knou that lie
t
)
i
I
I .rrtl iras de q
Ilos
c ) riu'
exótico,
efinidos,
o
a o leite e do açircar', aos
c ; o azul, o sinal de uma
a por' <liante; e .as reações
adcs da côr, das outras c
srrllurcrgídas.
Ç Vejarnos outlo cxemplo: há pouca dificLrldade em distin-
Ç «luais perfeitamente conhecida dopastor. O que riáo enten- guil nncinllos, enxadas, arados, grades de destorroar, pás,
ô clcrnps assrlme o caráter de mancha difusa, em que as va- pàziu tem se
lilq,:õcs náo se discliminam. ossoc forma.
Ç qrrím retanto,
Âs cbisas adqu-_irilem sentido, ou (êito _d_e_qqllqJrfode)
a t clif rilhado
t
a
lorrrrurom-se os hábitos dç__1p1een$o qigrpfg!,,er por c9!19-
grrirrte, <r problema de torn4r (a) defi.nido_ q1.l çljÇ!Jt-x.!1, e LIr)
r:otrsist.arúc, coarente, constanta ou estó,oal, o ggntldg dqqqilo
íluí' (rln, lultc.s. vago e flutuante.
nl)^ lolrnâs o or]as das Íôlhas, ou entre ácidos em ico e oso,
a
-
mente, g
Q mpdo pelo qual os .sons_ adquirem uma significaçao
quanoo tormam pâlavras, é, talvez, o maís lmpressionante
exteriores
que â mente pode dispensar o
exemplo de como simp.les estímulos sensitivoi adquirem
 possibilidadã de falai em sentenças assinala um incontestá'
,"i progr"st o lingüístico. Mas o mais importante é que revela
u*-con-sid"rável avanço intelactual' A criança pode, aqora,
pensar através do agrupamento,de sinais verbais de coisas náo
{o togantg
conexão
às palavras, é mais fácil reconhecer que essâ
foi ad-quirida-gradual e laboriosamente, do que b.â- aprende a ler, os sinais no papel deixam de ser arbitrários,
tando-se de ob-jetos fíiicos, como cadeiras, mesas, 'botões, adquüindo sentÍdo; a criança toma posse de um meio mais
I
,a
ta I4li (:oMo pENSAMos i roÉres E srGNrFrcA.Dos 149
,ô
,t As operaçóes pelas quais as coisas se.tornam
como cadeiraa, mesas, sapatos, chapéus, 'ali-
'Ô lificam a relação meio-conseqüência a partir
a do aspecto "meio". A relação que corneça com ,a 'conse-
qüência" ou resultado-procúado^manifestá-se em qualquer
a invençáo. EprsoN pensou em pnoduzir luz com o empr'êgo da
a eletricidade; foi induzido,.entáo, a descobrir. as condições das
coisas e lelações que a pí'oduziriam - os meios p.ara- isso.
ô rrros demais, os alfinêtes gue
O rnesmo se deu clom LÀcLsY e os irmãos Wnlcur, depois
ô
l)irt(irn nos dedos v", âe qrlc conce'beram a idéia, como fim desejado, c1e uma máquina
"-
Consideremos â pequena centelha a
I)nla voâl'no espaço. Assim é em todos os casos de proietos.
a corltpat'emos a primitiva simples visão
cxtcnsivo e discriminado do ãstrônomo
comuns: pensamos em alguma coisa neces_sáría ou deseiável
a iclentifica o brilho visto com um nlanêt
r. isso nos^leva a proôurar'-materiais e métodos para realizá-Ia.
Semple que nos cumpre, resolver um _problema dessa natu-
o litc ou estrêla fixa, sol de outr.o ^rirt"*r. Cada uma dessas lezn, as coisas se enquadram ua relaçáo meio.conseqtiência,
ô leccbendo, assim, um novo senticlo, exatamente como o que
olltivelarn os filarnentos de carvão, através da produção da
à Itrz elótLicn, ou colno a gasolina, outrota inírtil subproduto,
r.luantlo sc inventou a máquina de combustão interna,
t$
{
qttc. a aquisiçã
rr(rsIrro.g,"
s, Ilustra também o fato de
de compreender (que é
significado) é imen3amente
o
-f,- () iritc;'êsse cclrrcacional clêste princípio; por eviclente,
rlrursc rrit«r l'cquer nrcnção, A.A
i cnpacidade ãe_ cornp'reender'-
aurnentar
do ei1üôa-
ravorcctdo ".t
pela livo - 1»'incípalnrente. porque se esgttece de promover as
+ serrtídos 1 e atr
elaboração de uma série de
corrcliçõcs a ser ativamente usaclas como rneio de lealízar
corr sexliiônç-i a§, dg p_ioy_ql- Plojeto-s. .-que estÍmulem a inventiva
ó ptrrrrle, por- sua vez, de se p
o qg9 êst99 Pr-qpq!\ap objetivos
rL: siuais Iingüísticos
ô los rnatemáticos são tam.6ém
- poii a de- .ipy.at: a e_feito as consêqüê4-
at c
cl
tôda atividade exteriorraente
lvimento da capacidade de en-
ó A rclaçõo meio-conseqüência e sua importância educacional tcnder, embora proporrione
t'problemas",
destleza na execuçáo, Muitos
d as coisas ganham senti<lo
dos assim chamad-os na verdade tarefas marcadas,
clemandam, quando muito, umâ espécie de habilidade me-
J (ltl
ilt(
obter conseqüênciay (ott cânica na apiicaçáo de..regras estabelecidas e nâ mauipula-
ô ejadas); ou como suporte ção de símbolos. Em suma, qggmpr99Jlqáq é qlllc-l-t4da Ape.tcq
de úos dã descoúriliit'ii. quando Lcia desejad4,_ Fâ_ra cuja lealiz4
ô .n(rsjps _de_ çho pre através de _Pesq-uisa; ou
o ^ _ ,o_. _q_gr-rlrq- -e- -tô_da..
quarrdo lusive símbolos, conforme
I . Ver pri11 110. o grau ), sob tais condições que
ó
Õ
d
150 COMO PENSÂMOS
(
momento.
rrrvrrtgll tut -, ..--'--\,
, . lada
Ilot
l
é ver concepçõo e definiçóo I
l. -. .;:_.:.:quq- ,.-..-^^_.- l
.rr,,1.r_.reenqid6.
I
I - Á nature?,a. das concepções t
(
I
I
I
;
\
\I
i
/
ir
í,\
,,1
I
As concepções sõo significados estabelecidos (
a
O aspecto indicado de passagem é o fato de que uma
ídéía, depoÍs de ter sído tomada como gr.ria para a obiervação I
e para a açáo, pode ser confirmada e, dêssc modo, adquirir,
por sua própria conta, um dcúfls. Postoriorrnente, é empre- (
gada, não como tentativa e sob condiçõe.s, mas com segurança e (
como instrumento de compreensão e cle'cxplieação das coisas
(
t
meios de julgamento porque
riam ser melhor deslgnatlas (
dronizadas". Todo nome co ?-,
conhecido em si mesmo, que p
outras coÍsas, exprime um conc f,
+-. relva, animal, lua, e outros, da lista de nomes comuns. que ê
t.'
Ir
lr
a
a
a I5:1
COMO PENSÁMOS
a coNCEPçAo u orrrNrçÂo 153
a I)os.suo seguranç
1:rrqrlio. obiãto qu rentes contextos, Quarrdo pessoas discutem um assuttto con-
a rlrro é
r,rrr qrrestão adquire irnediata
de cama tlovertido, às vêzes a argumentação começa a ficar confu-
sa, os ,que debateur, desorientados, porque, à prop-orção que
a sr.u .srgnií icado ficou,
para nó falam, mudan-r, inconscienternente, os significados dos têrmos
a qrre empregâm. Certanrente, a reflexão e as novas desco-
lieLtas podém alterar o sentido de um velho conceito, tal
a ' As concepções nos habilitam
a gene,ralizar
corno se podem mudar 'as unidades antigas de medida para
a o sistema métlico, Mas quem o faça deve saber o que está
fazendo e observar intencionalmente que emprega um sentido
a alterado; se não, ficará irremediàvelmente confundido.
a Quando se diz que Fulano e Sicrano chegalam a unr
entenclimento, isto qúer dizer que entrar:am em ac1rdo ou'
a filmararn uma clecisdo com re-ipeito a algum negócio ou
I questão penclente entre ambos. Êste fato indica qúe signi
Íicados pach'onizados e estáveis constituem condiçâo de co-
D rnurricaça«: eficiente. Qr-rando duas pessoas falam idiomas
diterentc.s, cada uma não compreendendo o da outra, é pos-
D sívcl oü«: eirrcla sc c ua
I po. ,nlio dc gestos
'veldade, a necessl
id
i
)
mesmos para duas pessoas, a to
s
cará,um asteróide, um
nebulosa resultante de em tôda e qualquer utilizaçáo de conceitos. =\
cósmicaP Cada uma de
específicos e
,,/
inquirição min A importância educacional dos conceitos )t'
o ponto de lu
Por meio de uma significacá Disso se segu
dacle e estabilldade d'e caráie educacional que
completame'nto. Tôdas as quÍ concepções: isto
tas sáo estudadas nessa cojsã partícular, rnesmo as qrre não, aplicáveis a umâ
tenhamos'ainda nela descober:à. Tudo o que os astrônomos diferenças; que sáo constantes, uniformes ou idênticos a si.
aprenderam sôbre a trajetória ê a estruüura dos **;i;
converte-se em capital
lumjnoso. Enfim,^ eis
vez, náo mais se encont
o sistema de conhecimentos novas não podem, é evidêí urnr e em-
'pregar as mesmas concepções que as pessoas de experiência
fraii madura utilizam. Mas em t6d.o fase de desenvolvi-
I
c
Td{",nf:mi
'n
ü
de cascalho. Com certeza - #;;
9ue''
fJ:'
há intérêsõe transiúrio, por ààis ab§orvente e
seja, qugcglqpense o malôgro em conseguir um
sucwlcr, acrescentandol "Mas se estivesse realmente en-
maior desgraça pára a geología, A própria impãrtância dos conceitos , a
grandes erÍos nâ orientação do ensino. . C nte
áenominamos falso emprêgo do "lógiao" 1
que..sabemos sôbre os depósiioi. .
na
entral"- uma vez que êsteà eram.
glaciário. E Danww comeata:,
1. Yer pág, 86.
7a
óa
.a l5(i (,;()lvÍO PEi§SAMOS CONCEPçÃO E DEFINIçÃO ID/
.a
.0
ía
e
e costnma-se, às vêzes, dar o exemplo da criança que se'en-
q contra diante de muitas coisas diferentes, como, tratando-se
de cães: Fido, o ser.r cachorro; Carlo, o do vizinho; Trtiy,
I o do prlmo, Em face dêsses objetos diversos, analisa-os a
criançÃ, scqundo as várias qualidades: (a) a côr, (b) g
I tamanho, (c) a forma, (d) o número de pernas, (a) a quan-
a tidade c qualiclacle do pêlo, (f ) ot alimentos, -e as_sim por
diante; em seguida, despt'eza tôdas as qualidades desserne'
I lhantes, cou'lo a côr', o tamanho, a forma, o pêlo, conser-
t vando os calacterísticos de quadrúpede e de animal lnanso,
que todos os cíes, geralmeute, Possuem.
t ..\
l) As concepções começam com experiências
$ '
)
5 Com êfeikr. .a glillça-.aomeçlr-.col1l_.aualqueÍ-íignifica-
ção que tcrnha olttido do plimeilo cão qtr.e viu, ouvill, com
o o qual brirtcorr. De sua experiência com êsse íurico objeto,
o tlau.sporta plil'a fls exp'eriências subseqüentes certa expecta-
tiva quanto aos modos cÂracterísticos de comportalnentoi
ô espera-os, arrtes de se mauifestalem, Assume essa atitucle
de antecÍpação, sempre qlle um objeto the dê pretexto para
íf
p tal. Chamará, pois, um gato de "cachorrinho", ttm cavalo
de "cachorro grande". Mas, se descobrir que não se tnani-
t ll - Como sr"trgertu as concep-Ções.
festam os outros traços e modos de compoftamento espe-
lados, vê-se forçada a eliminar alguns tt'aços. da si'gnificação-
o cach,orro e, ao contrário, a escolher e acentuar outros. À
t As corrccpçôes nõo sc formam através do ato de extraír f
os I raços comuns de objetos já pronJos- .--*
a
i r r\o rlrsr,rrlrr r,ssir rlrrr,stiro, é conveniente começar pelo
Iaclo rrt:glrtivo, ;,,,1,, irir, cnl (plc iucidem algumas
o correrrtcs, rlrrrrrr(o rro rrrrrrlrl I)ol qlre nascem os conceitos.
"a"àç^,
o
o
ib
Illlf;llül
(l
\l
um,i
PIó
,de P
S
vaga e amorfa, flutuante, enquanto Fido se conserva o único
,cachorro (mais ainda, se o único animal) que coúece.
'Observando o gato de casa, é induzida a discriminar as qua-
lidades particulares que caracterizam cada um dos animais.
À medtda que vai conhecendo outros, o cavalo, o porco, etc,, üo oara a compreeusão de algrma outra experiência, torna- , .í
Íicam ainda mais demarcaclas as propriedades definidas que ,", ã* virtudo'dessa aplicaçáó, geral dentrõ dêsses limites, l
pertencem ao cáo. .A.sslm, mesmo que'não haja muita com- e ser comParado com as lt r
eeas(ntõse.l ÀanáIi- I
paração com outros cã.as, estabelece-se gradualmente um
.conceito-cachorro. Na exata extensão em que a criança se a a solidez e a.determi- i( "
,vai inteirando das qualidades gue fazem â" r"o Fidã-um
cachorto e não um gato, um cavalo ou outro bicho qualquer,
'também vai conquistando um ponto padronizado de referên-
.cia para assimilar e selecionar outros animais com que trava
conhecimento, Durante todo o processo, ela foi experimen-
tando aclaptar a sua idéia, vaga ou definida confo-rme seu
Á única diferença entre um tal
estágio de experiência, a todos os animais que possuíssem
cieutlÍicamente por rrm químico
alguma semelhança com cães, aplicando-a quando possível, conserva de ataláia em relagáo a
.e quando não, tornando-se ciente das diferenças. Por êsses para uma identificação segura, nâ
processos, sua idéia adquire corpo, tirmeza, distinção: tor- ãe casos; é-lhe necessário achar os
na-se um conceito,
I
Ç.r
-rr
,á
a
a I (,() (:()MO l,^.-NSÂMOs
a CONCEPÇÃO E DEFINIçÃO
a
a III - Definição e organização dos si,gnificaúts
a
tD . As más conseqüências do indeÍinido
{
a
a
a
a tido indefinido é fonte de mai-entendidos e
Quando um sentido nos é vago, interpletamos erraãamente
equívocos.
a
a
a
L62 cuMo pENsaMos 'coNcreçÃo E onrrNrçÁo 168 u
ficação que se 'lhes associa, exclu.síoa e caracteràsticamenta, 1É
e gUe
-
aparece na definiçdo -dessas unidades de sentidq.
Umã sígnificaçáo dá proras de clareza quando ào*.-
Jr:-'úJJí'*a"ffi ;;;;':') a
E,
gue separar o grupo de. coisas a que se aplica de outros
grupos, principalmente to aproxi- E
Trqo. A significação ri erviipaia
^e al
d,esi.gnu o Ródano, o dson o
situaçâo, a
, de tal modo que não possa
iiltffiHÍI""*""';*,^llt",uiil, m'
f.'
Assim como a definição estabelece a intbrcão, a divisáo
(ou seu reverso, a classificaçáo) designa a erctensão, Inten-
fi''
l,!
são e extensão, definição e divisão, sío claramente correlatl-
fl'
ffi.
B'
f,,r
H'
Í'
1-
Çr
b. Expositüsa. Dado um açervo de significações di t'r
reta ou denotativamente delimitadas, torna-se a linguagem
-
;.lI
'ciência;.isto
é, a definição e a
uma ciência, como coisa distinta, de uma amontoado de in-
fií
,íormaçõeó misturadas e desconexas, trl''
{fbitos.qu,e tomap coerentes âs
bem como d-istint" d*
nossas
dísso, porém, tenhamos consciêncla.,
experiênciàs; il õ; fiía
iafavíris que'fornece o dicionáriã, Recorrendo á ii'§nifica- a
1
a
í
t'
{
.5
JT lM coMo pENsÀMos coNcerçÂo n onrrNrçÃo 165
J5
{ sel martelado e estirado sem quebrar, de'amolecer com o
calor, endurecer com o frio, conservil a forma que lhe foi
4 dada, resistir à pressão e à deterioraçáo, designándo-as ou
não pelos têrmos "maleávelj' e "fusívell'.
{ m yez de lecorrer, embora
Já
JT com ac ordem, determina a signi-
Jt ficação A definiçáo de um metal
seria, hoje, m:ris ou menos estat um elemento químico que,
,combinando-se com o oxigênio, forma uma base, Ísto é, um
{r composto que, combinado com um ácido, forma um sal. Esta
# clefinição científíca
+ mcnte perceptíveis
útcis; c, sim, na man
a relacionadns conx ot
a plimo uma rclaçáo,
il
ü
difelenciação e de descendência produzidas pela adaptação
a rneios diversos; e assim
;im por diante, em todos os domínios
f
Õ tar
Um sistema ideal de concepções científicas deve apresen-
transições contínuas, livres e plásticas na passagem de
f,
#
ü
ilt
Õ
,ii
lr r
C
,t
FI
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{r
,PROVÀS 167
DÀDOS E
uma esta
f.orte. pre.ferência po1
poq
- ío,. enqualto
ão,
não houvei consegt:j{o anlpll obietivo de
e torná-los mais mi
dadop e
serrs dados
seus perqunta
pergunta ao
doente sôbre o gue tem seuüdo e sÔbre circunstâncias ante'
a
a Ç:t:F {.- _.,qtplq: !T tÍ19fq-_s_uÍ.iciente
e
t estimulação do aparelho visual (como quando veriios
2. Outro método irnpoltante de contrôle consiste na mul-
üplicação de casos ou exemplos. Se ponho em dúvida que
um punhado de tligo seja, para fins de avaliação, amoslra
? ao meio-dia", a uma pancada) ou a -um fiel, ou representativa, de tôda uma carga do cereal, tomo
I rio.
disúrbio
diversos punhados, de'lugares diversos da remessa, compa-
q lando-os. Se iguais ern qualidade, bem; se não, mistirro um
número suficiente de amostrar
) ütua boa base de avaliação.
)
),
) Â lrlr:lri<:r1 clr i verd.ade, êste aspecto dr; mé-
1,(t,iol; l)r.()(,(,ss().s (lr.r todo, em eerto estágio de seu desenvolvimento, que amiuda-
) das vêzes o considéram corn irtducão. Suoõe-se oue tôda
)
)
uma operacáo secundália no u'rocesso oar4..-ottÇr1§e uma con-
) hirliltrrrrls (llrri (,rr rlrrtkr cr_r.so,-nos poderiam induzir em.drro.
L-
clusao ve
) T.rkl"- .s. rrPirrrtllr.s tlr, «lllservaçãô (em-metro-grafo-scópio)
rlrsemPcrrlrir* ..r. Irrrr. «le serr papel cienüfico] apdanáo á
,**-§a*a hornem inferisse a
) qualidade de tôda a reinessa, tratar-se-ia, em verdade, de
)
)
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t74 COMO PENSAMOS DÀDOS E PROVÂS Ll6 (
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rnlll lllll (tll rn/nrrr
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rnlHtil rrrrrllos
rrrrrtrr,*
os encontramos _
ror",uu*-que'ào.,têm
Vorolnos que COntêm rnuita COisa
coisa
tícula sôbre cada par-
$jj,.l"j""' :j-j:ll:: !i: "?ri ".,t."* ";;;;";;;d:"; JrvoNs refere-se, depois, à circunstância de que, nas con-
Tl!:, -e extensão dJ r,r* int"rioe*tr, ;l#"il";
e
:",j:'#ú": diçóes comuns da experiência, os fenômenos se manifestam
claras' -manifestas, pre--cisas, é de modo fixo e uniforme, ao pâsso que, para compreendê-los,
rlrro co,stitri o
rrrro constitui ., experimerto.
"*.",rl,llu-1Ç^oes é indispensável observá-los em várias condicões.
T.r ê s,
como os
mar, a
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irnpodcm o as comuns
om ciônoia energia' e
s
outras, II
,t,,r.ób,,riÀr, :T.f.:,[#
O valor dos conceitos de quantidade mesrnas cofiro muitas vêzes os consider:a a educaçã.o elemen-
-
Ao esp
matéria de
desenvolvê-l
de subenten
ou mesmoulteri stência real. Ao matemático
Conceltosrpadrõo distint,ivos, fixados
experimentado, a é mais fascinante do que
em cacla ciência acompanhal as ito e, à descoberta de inis-
perados laços entre êles, vê-los desdobrar-se em harmonioso
sistema, cuja contemplaçáo grande prazer estético proporciona.
Existe, realmente, ta1 coisa, o iôgo de idôias.
- -
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a IM CoMO PENSÀMOS
a naclocíNro E coNqEmo 185
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186 COMO PENSAMOS na.qocÍrvro E c\f,Ncrrro (-. 1_87-.]
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As co,ncepções, desprovidas da direçõo de novas observações
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que u eção.-exterior deve ser- guiada por uma.idéia, usada
como. hipótese de trabalho, a fim de -imprimir propósito e ff
rumo à ação. i
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dante não se obriga a transportai o princÍpio que Íormuloü
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a outros casos de sua pr'ópria oxperiência. Ora, até ac1ui.9 Ausência de um sgmário da realização líquida ..
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ra o prnrpÍnrco E o crsNTÍFrco 189
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c^PlTULo píictuo rERcEmo estas, por sua vez, se relacionam com a tendência à precipi-
Ía tação, sua creuça em uma chuva provável é puramente
cmpírica.
ra
I Quando os homens viviam ao ar liwe e se alimentavam
o O pensomento emPírico eo Pensomento científico da caça, pesca, ou criação de gado, a,descoberta dos sinais
e índices das mudangas de tempo era
'p importância. Tôda uma coleção de pr
\la como .alentada secção do folclore trad
) I- O que si,gnifi,ca emPtri,co nesse per se entendeu por que ov
',Íf co?no ceÍ inais, enquanto a hcbili-
dade de única base na repetida
Ç conjunçáo de fatos, mantiveram-se perfeitamente empíJicas
Ç as crenças meteorológicas.
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Pensar empiricarnente é, às vêzes, útil
(t
9ia que antigas, acidentais ou I
a t. Vcr pÁg. 34 l.
o Ver pág. I09.
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I
194 COMO PENS,{MOS o rrurphrcp E o culurÍuco lg5
t
Da rrtcs press6cs e
Capacidade de tratar o que é nooo. Se a análise dír A experiência comum é gra»àemente controlada pela
I rrxris certeza, a síntese, por sua vez, proporciona capaciclade
dr: cnfrentar o que é novo e variável. O pêso é um fenômeno
rnuitcl mais comum que a e esta, por
fôrça e pela intensidade direta dãs diversas ocorrências. T]rdo
O valor da abstraçõo
mais extensa. I
rllt
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a êsses aspectos de evidente natut'eza sensôrial, ãdi-
Se, Ír
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rência à atitude empírica, seja com referência à atitucle -/
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erparimental. A experiência não é coisa rígida e fechacla; .. ((
é viva e, portanto, cresce. Quando dominada pelo passado,
I
I{
mento comum, Encor:tra-se em tôda análiso, em tôda ubser- p,elo costume, pela rotina, opóe, freqüentemente, ao que é u
vação que destaque, imprimind ualida«le, razoável ao que é pensado. Â experlência lnclui, porém,
'í1
dentre à vaga mancha em que . Mas a ainda a reflexáo, que nos liberta cla influência cerceante dos
abstração ciéntífica lança máo nenhum
caso, seriam percebidas pelos sentidos. Seu caráter está bem
descrito no trlcho citado- de Bew. Houve alguérn, apaz de
arrancar-se aos aspectos notáveis e quase avassaladores da
água corrénte, para apreender uma relaçáo, a da Íôrça im-
pulsiva,
II
oxpeliência. É entâó-que õ,
nbêrto e .,,erifica o seu valor permanente.
*
II O TREINO DO PENSAMENTO
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cerirur.o , oÉoro euABTo ít
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A otividode e o treino do pensomento
ampliar as conslderações
já das Páginas P_recedentes,
iro Pensarnanto. Seguiremos,
ma se observa no ser humano
em desenvolvimento.
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I- O prirneiro está.gio d.a atfuidade
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) !0,1 CONÍO PENS.{'MOS A AT§ÍIDADE E O PENSÁMENTO 205
)
ví-se dos objetos com habilidade e eficácia, o ajustamento
) socjal é igualmente de grande importância.
)
)
)
)
importantes, mais interessantes, entre todos os objetos que
) i1 ccl'cârn.
) No cntanto, é a linguagem a adaptação precisa dos mo-
vimcnto-s cla língua e dos lábíos aos sons ouvidos, que se
) ajustamento social: conexa
I
)
?r,x',;ft "ái':xiilü"T ;:
com as"ldas ouh'as pessoas,
Dominar o corpo é um problema intelectual aprescntn a calacterística fundamental da vida mental, Seu
cÍr'culo de atívidade possível amplia-se indefinidamentc, en-
Tá oue qualquer desenvolvimento ulterior só é possível quânto olha o que fazem os outros e procura compreender
,1,,,,rí.1o'" domina os órgãos físicos, êste problema e fazer o qrle a animarn a tentar. E'no decurso dos quatro:1:,,,
"rionçâ ou cinco primeiros anos de vida que se esboçam as grandes
llc ,i tao interessante como importante; e resolvêJo constitui ljnhas da vida mental. Anos, sécúlos, geraçóes de iníenções
e planos embeberam-se, talvez, »as realizações e ocrrpcções
dos adultos que rodeiam a criança. Entretanto, parã esta,
) tais atividades s-ao estímulos diretos, f azem parte de seu meio
I natural; aplesentam-se de modo físico, impressionando a vista,
o ouvido, o tacto, Evidentemente, ela não pode compreender
)' diretamente, por meío dos sentidos, a sua significaçâo; mas
) fornecemJhe estímulos, aos quâis reage de tal nrodo que sua
atenção se concentra numa oldem mais elevada de materiais
) e de problemas. Não fôsse êsse processo pelo qual as reali-
) zaçóes dé uma geração formam os estímulos qué dirigem as
atividades da seguinte, a liistória.da civilização se escreveria
)
Os rirrstlrrrcntos sociais tornam-se logo importantes
)
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208 COMO PENSÂMOS Á ATIVID/|DE E Q I'I|N§^MrIN'IU 207 I
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I 208 CO M O PENSÂMOS a ÂTrvrDADE E o pENSAMENTo 209
i "de verdade" qrre fazer-
I livrcs" srio rlornirrlrr'los por certos princípios de coerência e de
rrrrirlrrtlrr. 'l'ôrn rrm prirrcípio, um meio, um fim. No jôgo,
de-conta que eonÍorme
a a ocasião, pôr erdadeiros"
lr,grrrs r:norclcnaclas pr-esidem aos diversos atos menores e dá mais praze a inraginar
I o.s t'rrlrixrrrn cm um todô conexo. O ritmo, a competição, a
t'oopcraçr-to clue fazem parte da maioria dos brinquedos e
t jogo.s, tambórn trazem consigo uma há,
I pors, dc misterioso nem de místico
Pl,rr'Ão e leferendada por Fnornrl
por
éo
I principal, quase o único, meio edu
nlce,
eni-
I
)
t
t
) ser não se prende às particularidades materiais das coisas e
)
I
I
) Â palavra "trabalho" náo satisfaz completamente; pois,
mtritas vêzes, é empregada para denotar úna atividadá de
) (:uurl)re que a criança passe, aos poucos, da atitude do brin-
pílra a atitude do trabalho,
rlrrr'1111
)
I
)
A importância do t'rabalho
)' de dentro; e é assim que devemos olháJo quando nêle pen-
) CJrrtr áo trabalho, o tghghp- náo como simples ato samos com referência -à educaçáo. Neste ierreno, trabãlho
txtcrior c sirrr çorne-"atitude.do-,gspj{iLg-? No curso natural
) r lr: tlrrsclrvolvirrrr,rrto as criança"§' a'óabam por achar inadequa-
)
210 COMO PENSÂMOS â ÀTrvrDADE E o PENsÀMENTo 211
amento algum; a ativi- trabalho, a atividade fica enriquecida pelo senso de que ela
Ora, como já vimos, é nos leva a um fim, importa em alguma coisa.
o de tôda signif.icaçáo. Náo fôsse a circunstância de que a falsa teoria da rela-
ã.ointeli'gente, é, Por conseguin-
te, altamente educativo Porque continúamente coustrói signi-
,
Falsas noções, corre'lativas sôbre a imaginaçõo e a
utilidade
il!TL1;,::::1"S"'""':i,il:
fases. Vê-se, Pois, que
podem representar um in
inas, no caso do brinqu
rêsse é mais ou menos casu
tâncias, do capricho ou da
I A AT]VIDÀDE E O PENSAÀ,ÍENTO ô1ô
áLo
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Zlla COMO PENSÁMOS
t ,srrlrurtr[rrr «r <lcscnvolvimento da Criança a interêsSeS matclriaiS
I
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i que the
enhe de
sir,rrilit'rr|it'r social. Penetrar nêle é exercitar a imaginaçáo
A hístória da cultula ensina que os conhecimentos cientí-
t ,,,,' ,,,,,,,1r't,.':ro de uma experiência de mais amplo valot' que
ficos e as capacidades técnicas da humanidade se desenvol-
veram, especialmente em suas primeiras fases, dos ploblemas
) ,lrrrl,qrr,'r ()nlrli qtle a criãnçr já tenha adquirido' fundarrentais da vida. A auaionii.a e a fisíplogia originaram-
l'lrrr s,',r,rrtir1o lugar, há educadore-s que julgam u.tllt ,o
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bio e coutrôle social, sáo frutos da ciência,
, Todos se queixam da sobrecarga dos programas cla os- t I
ações cada 1
de sáo
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mente quanto as matérias livrescas, podem as manuais ser -r
1. Ver pág. 59.
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b gl (i COMO PENSÀMOS
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tlellts. Não é difí
rlt: agraclar e que,
rrlfo rltrc vnlha Por si mesm
CÀPITIILO DECTMO QUINTO
5 c
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írito
Seni
I-Qu.eéoconueto?
ç e se essas indagaçóes nã-o Provo- A máxima.predileta dos professôies "partir do concreto
6 ollnações a ser o-btidas pela obser'
para o abstrato", acha-se maii difundida do que bem com-
vaçáo, pela leitura, pela consulta a peritos no assunto' preendída. Poucos dos que a lêem e ouvem conseguem ter
clara noção do ponto de p,artida, o concreto; nem da natu-
leza clo fim, o abstrato; nern da natureza verdadeira do ca-
rninho qrre de um cor:duz ao outro.
Às vôzes interpreta-se positivamente mal o preceito, en-
tcrrdendo-se que a educação deve dirigir-se das coisas para o
pensanrento, como se um processo pudesse ser educativo se
apêra»^ se r.rtilizasse de objetos, sem que exiótisse o ato de
pensâr, Assim compreendida, a máxima estimula, num extre-
-.mo da escala educacional
- o inferior - a rotina mecânica
ou a excltaçao sensória e, no outro extremo - no estágio mais
r)Í1 ir a necessidade
l',, cumulativament elevado - a aprendízagem acadêmica e desprovida de apli-
cações práticas,
A. .ug;dade -é--quo-.to<Jo.-eoÊtaeto-oom., as. -coisas,._- mesmo
1a
prlll' \
i5
I Para a grande maioria dos homens, nas circunstâncias
r;rrlinárias, as exigências da vida prática são quase, se náo Corneçar pela manipulaçõo prática
b cornp)etamente, coercivas. Sua principal ocupação é dirigir
Ircrrrr .seu.s interêsses. Tudo aquilo que se limita a fornecer' 1. Já que o col.tcreto in
5 rrritt«ilia para o pensamento, é apagado e remoto, quase
ll :rr til:icia.l.
I)isso resulta o desprêzo do homem de ação, que triunfa
tr rrrr r,Ícla, pelos homens "exclusivamente teóricos" e claí,
) tirurlrún.r, sua convicçáo de que certas coisas são muito boas
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ooo COIvtO PENSAMOS
Do coNCRETo pAnA o
^BsrRÀTo
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Chega a ser qLlase uma superstiçáo a noção de que It
nos
s, Pelo
transf até d.esen-
_de uas mútuas
efeito abstrair, de
ode dedicar tempo ou energia, clas idéias.
lmediata, ao eitudo daquilo
ra, as ativldades infantis educa'
rrte organizadas que exigissem
Il-Queéoabstrato?
atençáo para
-com
os assuntos lPen* ind'íreta ou inlelectualmente
cote*os o ato inicial. O
referimos, Examplos da transiçõo do concreto para o abstrato
'deveria co
blemas de Os três casos referidos no cap,ítulo VI representarn um
ciclo ascendente do concreto para o abstrato. ^ Refletir para
L, Yer pág. 57.
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a :12 I (:(tt\l() t,t,: NSAMoS DO CONCRETO PÁRâ O ÂISTBATO 225
5
í'unrlrl il rrtrt lonrItottti:ts(l l.lttssoal garantir .um certo ptazer de pensar, independentemente das
Ji rr;rlntr,,',r { olrr('ll. l',slrlr'çlrr-sc pa conseqüências práticas.
b ('r,rlr l)r'',,r,1,' tttttrt lrrrrt'tr ó cxemp
( )r rt,.rntrlrrr,'nl,' ,t t:tz-:io drr exístên
b
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226 coMo PENsaMos
cepfrur.o pÉcruo suxro
comunlcaçao.
Mas, qrl2ndo se <iiz que é impossívei peasar sem a lin-
guagem, convé,m, nã.o per:der de vista. g.ue a linguagem incir:i
F
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5
l5 ô') O
COMO PENSÀMOS LINGUÀGEM E PENSÁMENTO 229
5
nrlit() uuris (1llc pâlavras orais ou escritas. Gestos, figuras, função de sinais, são por demais volumosos, atravancadores,
5 Irrourrrrrorrtos, imagens visuais, movimentos dos dedos
- tudo molestos, difíceis de manejar'. IJm símbolo, ao contráiio, é,
5 rpro srjn rxnpregado, intencional e artificialmente, como um como todo instrumento, todo utensílio artificial, projetado.
sírral, r", .lr)gicamente, linguagem. Afirmar que a linguagem é inventado para o fim de transmitir um signifícado.
rrr.t'r,ssitliu ao pensamento é afirmar que os sinais são ueces-
ü sitlios. O pensamento não trabalha com meras coisas, mas
Aspectos dos sinais artiÍiciais que favorecem o seu
5 (jorn scus significados; e os significados para ser.em apreen-
tli<lo.s, devem estar incolporados a existências sensíveis e par- emprêgo para representar as signif icaç6es
ticrrlares. Privadas de seu sentido, as coisas não passam de
cstÍrnulos cegQ§, coisas brutas ou fontes casuâis de prazer
ou cle dor; e já que as significações não sáo tangíveís em si
lnesmas, cumpre fixá-las, prendendoras a uma existência física.
Essas existências, especialmente escolhidas para fixar e trans-
rnitir os signiÍicados, são os símbolos.
Se um homem se encaminha para outro a fim de pô-lo
porta a fora, seu movimento não é um sinal. Mas, se aponta --Em primeiro lugar, o valor direto e sensível de sons leves,
conr a mão a porta ou pronuncia o som sai,a, seu ato é um de minúiculos caraeleres escritos ou imp'r'essos, é quase nulo.
vcÍculo de significado: é um sinal, não uma coisa completa Por isso, a atenção não se desvia de sua função reprasenlatiua,
em si rlesma. Em segundo lugar, sua produção está sob nosso contrôle
Quando vemos um sinal, não nos importa como seja em direto: poderemos criálos semple que necessário, Profer!
si-.lnesmo, mas importa-nos tudo que significa e representa. __mos ou escrevernos a palavra chtnsa, sem precisar esperar
Cunis, I-Iund, chien, cã.o
- não interessa a {orma exterior, que um fenômeno físico, precursor de chuva, oriente nosso
corrtanio que a signiÍicaçáo esteja presente. espírito para essa direção. Náo podemos criar a nuvem, mas
Os objetos naturais constituem sinais de outras coisas e podemos criar o som; e, como índice de significado, o som
nt'ontccrimentos. Nuvens representam chuva; pegadas, caça serve à finalidade, tão bem quanto a nuvém.
rtrl i11[111i5re1 um rochedo que aflora, a Plesença de mínerais Em terceiro lugar, ôs sinais lingüísticos arbitrários são
rro sokr, Grandes são, no entanto, as limitações dos sinais cômodos e de fácil utilização, concisos, portáteis, leves, En-
rrrrlurrrr's, Enr p,rimeiro lugar, â excitação sensorial, física ou
rlilrrtrr, tcrrclc a desviar a atenção daquilo que é significado
,rrr írrtlicrrrkr, Quase todos nós teremos mostrado, alguma vez,
o rrlirrrcrrlo rr rrrrr gato ou cáo novo, só para fazêJo amar a
rrrílrr r1rrr, irporrtnvir, uão a coisa apontada. Em segundo lugar,
orrtlrl rlio riristr:rn §-cn[o os sinais naturais, ficamos, sobretudo,
i\ n'lcr't',\ rlos rrt't»rrt«:cintcntos emos de
<1trc o trt'orrlr.r:irrrcttlrl ttutrrral e nos Pr
da p«lssihilirlrrrlr rl,r otttr«l nc Em te sutis, apurados, fàcilmente modificáveis, são também fugictÍos.
como cls sinltis trirtrrt'rtis or não se Inconvâniente que desaparece, graças ao uso das palavras
(7
(;
qa
(.
280 COMO PENSAMOS LINGU^GI:M )r'i PUNSAMENTO 281 c,-
(t
escritas e impressas, que se destinam à vista. Líttera scripta um significado distinto e permancntc. Conhecer os nomes
das pessoas e das coisas e saber utilizar êsses nomes é, se-
(t
ntanet,
Tendo em mente a íntima conexão de significações e gundo as idéias dos selvagens, tomar possc clc sua dignidade (*,
sinais (ou linguagem), pode mais detidamente e valor, é dominálas.
o papel desempenhado pela ) na formaçáo de b. A palaora corno rótulo. As coisas vêrn e viro; ou nós ( ,i'
signilicados específicos e (2) o dos significados. vamos e vimos; seia como fôr, as coisas escap'um-nos À atcnção, (r
Nossas relações sensitivas diretas com as coisus são rnr.rito
limitadas; os sinais naturais sugerem-nos signiflcados, apênas (':
A Iinguagem seleciona, pÍes,arva e aplica significações na.oportunidade de contacto direto ou visãô. Mas a signii'i- ( ,,
cação que foi fixada por um s c I
especíÍicas
uso futuro, Mesmo que a a (,
representalosigniÍicddo,a s (rt
para evocá-lo. Já que a vida i
um cabedal de significações, nunca encareceríamos em exces- (
I;l
lingu !
todo í'
as vê
ram os significados que se sup( i t.a
o risco de infecção é, porém, o preço pago por todo ser vivo,
pelo privilégio de viver. {,-
c. A palatsra como oeículo. Uma vez que a siqnifica. í' ,.
ção se encontre isolada, fixada por um sinal, é possível trsá-la
em novo contexto, em nova situação. É essa transferência,
essa reaplicação, a chave de todos os juízos, de tôdas as infe-
l-
(' ".
rências. Para um homem, de pouco valor sêria reconhecer
que_ certa nuvem particular anunciava certa tempestade par- d' -
ticular; se seu reconhecimento aí se detivesse; pôis incesian- l'-
temente teria de reaprender, visto que cada nõva nuvem e
cada nova tempestad-e são aconteciirentos diferentes. Néo
haveria um crescimento cumulativo da inteligência; a expe-
t,
d.
ri.ência formaria hábitos de adaptação física mas nida
ensinaria, porque não seríamos capazes de utilizar conseiente- d.
mente uma experiência passada parâ antecipar e regular. uma (t
nov4 experiência. A capacid rde de utilizar o pasiado para
julgar e inJerir o novo e o o, subêntende !ue, '{-
desaparecida embora a coisa pr sign,i,fi,cado subúste [-
de til moclo, que é aplicávei
p.aiz" As form.as verbais sáo, para rós, o^{ac'l.a
caráter ,{a
gan.de serviço de
E-
,5-
r(r
ffi,z'
t'( t
rr,l
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I rl,l') (:()Àl rr I'l:Ns,\1vÍos LINGUÀGEM E PENSAMENTO oao
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Itrrn,,p,rtlr,, rr,lr,rrl,..,l,, lrorr ntiu'(,ltt, que carreiam aS Signlfi-
. ,rçi,r,', ,lrri ,'t 1,,'r trrtr( irrs r lrrrr jir niro mais conosco se reia- II - q abuso dos métodos Derbai,s na educaçã,o
I ('1ililrrtrr, lr,rr rr rt., r1rr,' rlirrtlrr
"^ío
obscuras e dúbias.
5 ünicamente coisas é negar a validade da
\\
lEnsinar .' .-
\----' - --
5 Or rirr,:is vcrbais sõo instrumentos de organiza!õo dos educacõo
i signiÍicado,s
A máxima "Ensinai cpisas, não paiavras" ou "Ensinai as
coisas arrtes das palavras" seria, se tomada ao pé da letra, a
Asriirrrrlirrrrlo a importância dos sinais relativamente às
sil,rriíit'rrrjiils (.rspecíficas, deixamos de lado outro aspecto de
lllrrrrl irrrportância. Não só os sinais põem em relêvo as signi-
Iit'irq'õcs t:specíficas ou individuais, como também são jnstru'
a agrupá-las, segundo suas relaçóes mútlras.
o ünicamente os.nomes, os títulos das signi-
formam também senl;enças, nas quais se
olganizam as significações, em relação uma à outra, Quando pois esta manillesta-se, rnove-se) existe, nos processos de
clizemos: "Êste livlo é um dicionário" our "Aquela mancha abstração, generalização e classificação, que apenas são pos.
luminosa no céu é o cometa de Halley", exprimimos uma co- sír,eis graças aos símboios, Foi, entretanto, necessário que
lcxã.o lógica, um ato de classificação, de definiçáo, que ultra- surgissem objeções às práticas educacionais correntes. Quanto
Irassa o elemento físico e entra no telreno lógico de gêneros mais alto o valor que pode adquirir um processo, quando
c espécies, de coisas e atributos. convenientemente empregado, tanto mais estará sujeito a
abuso.
)
su é, pela sua significaçáo1
, isto
Í, I
1l
t1ill
234 COM O PENSÂMOS LINGUAGEM E I'IINSAMENTO 235 Í,
!
,i
contacto com a coisa, é privar a palavra regras fixas e definidas de açlo, a scr ap)icadas ao manejo
foi contra essa tendência, que se tornov dos siuais, sem rnaÍs referência à sulr .sigrrificrrçio. Urna p,a-
t
illl
te na educaçáo, que se levantaram os Iavra é um instrumento que serve parâ pcnsírr rrir signiÍicação
ên'o consiste em julgar que, onde h/r unra palavra ou forma que d.a traz; um sinal substituto é um mcio tlc rrrio perlsar
11,,
,i;t
fi
Em segundo lugar, embora novas combinações de pala- tItl
vras, sem a intervenção do c<.risus
coisus físicas, possam fornecer
novas idéias, há limites para essa possibilidade. Aceitamos il;
opiàióes correntes, por inércia, lror indo
indolência, sem nos darmos It
It
I
.l-
a
t
a 2tl(l COMO PENSÀMOS LINGUAGEM E PENSAMENTO 237
á
d "questões e conveniências comuns" se tornem hábitos rela-
tivos a "noções precisas". Para rcalizar de modo perfeito
a essa transformação, é necessário; (a) enriquecer e vocabu-
a lárjo da cliança; (b) tornarJhe os têrrnos mais exatos e pre-
ciso.s; (c) fazê-la adquirir o hábito de falar de modo coeÍente.
a a. Enriquecimento do oocabulári,o, Desnecessário é
ô te do clizel que êste enriquecimento se efetuaíá tornando-se rnaÍor
relativ
4 ohn L
I clvrl
ô
gcrrtc ou análise e também aumentar o lastro de significaçóes
r5 ou cor)ceitos que poderão ser fàcilmente utilizáveis nasi ope,
J5 rlçõrrs intelcctuais nlteriores,
1
A proposições gerais".
it
Jit A-educaçõo deve transío;H:.?r:'irragem em instrumento
J[
ou utilizaÍlo pelo indivíduo. Se não nos podemos servir d.e
iI significações compreendidas, é porque dependemos dos estí-
mtrlos exteriores e nos falta iniciativa intelectual. Essa con-'
*{ clição é, até certo ponto, um produto artificial da educação,
As crianças uovas tratam geralmente de emprega.r carla
palavra nova que dominam, mas, quando aprendem a ler,
ü ficain em presença de váriadíssimas palavras que não têm
t:itttr-ttto e a auxilàar, o perlsarnanto, oportunidade para empregar. Disto resulta uma esp'écie de
H ( lomo mento restrição, senão asfixia mental Além disso, o sentido das
il intt'lcoluul,, âneos, palavras não ativarnente usadas para arquitetal' ou barrsmitir
rrirttrt'ttis, rn
li Iôr'q'rt, lirtrr r
e, sua idéias; nurrca se mostra perfeitamente claro ou completo,
Requer-se ação para torná-lo defínido.
il| lil lt.lrrtiv a fluência original. es- A indigêucia do vocabulârio' pode resultar da limitaçáo
iI, 1-lorrlârrt,rr, r, r' do pensa-
seja uma serva c1o campo de experiência: o contacto com pessoas e roisas
tntttttr» r'r'l lr:xi é, na escola, entravar e pode ser tão escasso que não sugere nem exige granrle re-
it (llurà-c (l(,sirrriI o objctivo e o interêsse jnatos e introduzir peltório de palavras; mas também é devida ao descuido e à
')rl rrrotlos rrrtilici:ris c I'orrnais de expressáo em alguns assuntos
)i
iscrlrrrlrrs c trir:nit:os. O üfícil é f.azer que hábitos de tratar L
i Ver págs. 157-158,
ul
I
'rfl
\
2s8 COMO PENSAMOS LrNGUÂcEM E PENsAMENTo 239
imprecisão. Um feitio mental " como vai vail' é infenso às se conhece um' cachorro, chamará ao primeiro cavalo que
claras discriminações, seja na percepção, seja na linguagem,l "cachorro grande", O oue Índica oue ela ohserva
palavras vagas; com indetermlnada-referênóia às coisasl em de quantidade e interisidade, ma's o significado
lhe é tão vago que abrange coisas bem di-ferentes.
Para muitas pessoas, as árvores são sômente án,ores,
quando muito, discriminadas em árvores que perdem as fôlhas
e árvores que as conservam, e recoúecidas, talvez, uma ou
duas espécies de cada grupo, imprecisáo tende
a perpetuar-se e a tornar-se ao progresso do
pensamento. Na melhor das têrmos àplicados
a vários fins não passam de instrumentos grosseiros; além
disso, são, muitas vêzes, traiçoeiros, pois sua ambigüidade
faz que se confunda o que deve ser dÍferençado, '
16
I
a
5
I C) oMO PENSAMOS LTNGUÂGEM E PENSAMENTO 241
5
I Nrt lris(r'rlilr rla linguagem, encontramos os dois aspectos
rlrr tk,sr,rrvolvimento do vocabulário na evolução da signifi-
rrovâ e isolada, em lugar de nos esforçarmos por refundir a
significação comum e p,rática em conceito lógico.
5 r'rrr',r() ([ir.\ palavras: algumas, tomadas no princíPio em sen- Os têrmos empregados, com exatidão intencional, para
t litlo lrrt<;, adquiriram, com o temP'o, acepção restrita, Para expressar um sigrtificado'- o significado todo e s,ômente o
significado * são charnados têrmos técni,cos, Em assuntos
I rlr,sigrrar nrodálidades da significação; outras cujo sentido era,
rro r:r)rnêço, específico, tiveram-no depois amplificado, a ex- educacionais, um têrmo técnico tem um valor relativo, não
5 1lr iurir lelações, absoluto; pois não é técnico pela sua forma velbal or1 por
O tênno oernáculo, que agora significa "língua materna", seu uso especial, mas porque é empregado para fixar corn
5 prcrvém da generalização da palavra üerna, que signiÍica um exatidão um significado. As palavras comuns adquirem ca-
Ia csclavo nascido na casa de seu senhor. A palavra pub\i,cação ráter técnico quando usadas intencionalmente para êsse fim.
Sempre que o pensamento se torna mais exato, desenvolve-se
um vocabulÁrio (relaüvamente) técnico. Em relagão a êsses
l5
t
5
5 Essas transformações históricas permitem ao educador
palavras isoladas, espécie de algaravia ou gíria escolástica,
5 avaliar as mudanças ocorridas nos indivíduos quando progri-
t clem seus recursos intelectuais. Estudando geometria, o aluno
tlcve aprender, ao mesmo tempo, a restringir e a am1:liar o
e ao perceberem quanto essa acumulação embaraça a função
natural do juízo, bandeiam-se para o extremo oposto; repu-
diam todos os têrmos técnicos; não mais substantivos, mas
i[ scntido rle
snnTirlJ palavras comuns
de nalavras càmo linha.
comuns como linha, tuoerÍície.
linha,
o
wperfície, â,nsulo.
â.ngulo, -oromus
de coisas"; não mais verbos, mas "nomes de ação";
ttwtdrodo. círculo;
tlrndro,do, restrhgi-lo
------o- até signüicado
si
- --o--------- específico
--f --
'
amplÍá-lo para
nonstracões: amplÍáJo
os alunos podem "tirar", não subtrair; dizer quanto são
srrbr:nterrdido nas demonstrações; Para abranger
abranEer as
"quatro cinco", não quatro vêzes cinco; e assim por diante,
r't.lrrçCrcs genéricas, não expressas- pelo uso comum, Cumpre
.Essa reação apóia-se em excelente instinto: a aversão
r,xt'lrrir oi atributos da cól e do tamanho, mas apreencler
I rl,'lirrl«lurnente as relações de direção, de variação na direção
t: tltr lllritc, Assim, na geometria geral, a idéia de linha
pelas paluvras que lndicam uma aparência, não uma realida-
de de sentido, Entretanto, a dificuldade fund.amental não
está na palavra, mas na idéia. Se a idéia não é apreendida,
). rrlro rrlrrr,scnta conotaçáo álguma de cont:ptirnento; o que é
nada se lucra com o emprêgo de uma palavra mais comum;
t'r,rrrrrrrrr,rrt,, Iinha é, aí, apenas secçdo de uma linha.
ri se a idéia é apreendida, um têrmo que a nomeie exatamente,
l,llr,lrrl.st: tlarrsformação análoga em tôdas as espécies de contribui para fixá-la, É com prudência, isto é, poucos de
) r\r, r.r;trrrlos. l'l i'«rrrtíro que surge o perÍgo a que aludimos, o cada vez, que se devem introduzir' têrmos de sentido acen-
) lttl
tlrr ri,rlrr,'prrtnros, a urrâ significaçáo comum, uma signilicaçáo tuadamente exato; nesse ponto, é preciso proceder gratlual-
,' mente, tendo-se -qrande cuidado em favorecer as circunstân-
' l\ lrrrlrrvlrr lrrlil,asrr aoeroge, pode ser tradu2ida por aoa.ría e cias gue tornam importante a precisão de sentido.
t' ,rlílrr. iIl"lr rilil''[1. ,ln rr,,1rtlo com a semânüca, aqui exPosta. (Nota
ri tlrt tr.rrl, ), c. Formar luibitos dz exposiçã.o consecuti,oa, , Como
)' l. lt,r',,;t',. ,'1;1 lrur$ f,{'.,i§o,1.t 1n Logic, cita gr-ande núnrero de vimos, a Iinguagem rrão só relaciona e organiza os significa-
,i; i (,x(flrll)los rlo rllr(, nnr(ltruÍr, assú, de significação. dos, como seleciona-os e fixa-os. Assim como cada signifi-
I
-.,1
11111111'1111;
l,'i
Hrii
r,i
tlr:l
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í{ a
rrce ,
exerce- ---- uma
uma dis-
solvente.
d'"
os
?h.irlí'."l,iP,X'f nffi
cacos.
Em terceiro lugar, a contínua preocupação de evitar
erros, em lugar do intênto de conseguir uma capacidade, tende
igualmente a quebrar a continuidade do discurso e do pensa'
mento, oquedizerea sentir
o entu de tal ieito se lhes
chama e substâícia eforma,
quc a energia que deverÍa dirigir-se para um pensamenlo
a
)
I
I oBSERvaçÃO E TNFORMAÇÃO 245
)
CÂl'ltr,lÍ) t,l,:( l\t() st:'nMo zê1o, êsse entusiasmo, tenha, muitas vêzes, deixado de indagar
t como e porque uma observaçáo é educativa, donde ter inci-
) dido no êrro de f.azer da observação um fim em si mesma,
contentando-se com aplicáJa a qualquer matéria, e em quais-
I qucr condições.
A observoçõo e o inÍormoçõo no treino mentol O mesmo isolamento da observação se manifesta na fór-
)
mula cle que é essa faculdade que primeiro se desenvolve, em
) _ Pensar é pôr em or.dem um assunto, com o fim de cles-, seguida vindo a memória, a imaginação e, por fim, a faculda-
colrrir o que signiÍica ou jndica. Bem como a digestáo do de do pensamento, A admitir-se essa opiniáo, considera-se a
) alimento não se pode isolar de sua assimilação, támbém o observação como a fornecedora do pêso bruto da matéria-
) pensamento não existe sem essa coordenação. Por conse- prima a que se aplicarão, mais tarde, os processos reflexivos.
qüência, o modo de apresentar- Às páginas anteriores procuraram evidenciar o engano
) de impoltância essenãial. Se dêsse ponto de vista, demonstrando o fato de que o pensa-
) demais, se desordenada ou fragm mento concreto, simples, acompanha tôdas as nossas relações
sôbre os hábitos do pensamento, con] as coisas e que essas relações não se efetuam ünicamente
) crn Lrrn nível físico.
)
I A observaçõoé impulsionada pelo interêsse simpático
) na ampliaçõo do conhecimento
por ser tão inconsciente. A melhol digestão pode arruinar-se
I com alimentos desnutritivos, comidas fora de hora, excesso Tôdas as pessoas têm o desejo natural, irmão da curíosi-
clc 'quantidade a cada refeiçáo, ou dieta desequilíbrada, ,-dade, de ampliar o círculo de relações com pessoas e coisas.
I isto é, dieta de componentes mal distribuídos, O aviso existente nas galerias de arte que obriga os visitantes
I à deixar guardados as bengalas e os guard,a-chuvas no ves-
I tiário é prova évidente do fato de que, para muita gente, não
1 A natureza e o Dalor dn obseroaçã,o basta olhar; palece-lhes que rão conhecem as coisas enquanto
) - não as tocam diretamente
a' Êssa exigência de mais pleno e mais íntimo conhecirnento
 obser,vacõo nõo ;é, um fim em si mesnra é inteiramente diversa do interêsse consciente pela observa-
)
ção por amor da observação. Sua tazáo de ser está no desejo
)
da expansão, da "realizaçáo de si mesmo". E' interêsse mais
de natuieza simpática,.socialmente e estêticamente simpática,
) do que cognitiva. E' particularmente vivo nas crianças (em
,
vista da escassez de sua experÍência rea] e da abundàrcia de
sua experiência possível); mas ainda existe no adulto, a Ínenos
) que a rotina o tenha embotado.
t'oi:;:rs rr':ri,,; rlr.r'ir':r ,lrrí r;r,rr ripôlo para a percepçád seusorial, E' graças a êsse,interêsse simpático que se acumulam
)
ru íinr rlr,grr',,r,rrt,lr,,r'rr Ilrr.rrrur. Não é de admirar que êsse e associam inúmeros fatos qu ); se não fôssê isso, se ÇonsÇr-
I
ti
l.l
)t
ffi
í't)Nt(t l,t,: NS^MOS oBSERvAÇÃo r rNnonueçÃo 249
t utilidade,
Dêsse modq o aluno beneficia dos métodos técnicos
científicos de descoberta e verificação e, ao mesmo tempo,
I A observaçõo deveria adquirir natureza científica conserva o senso da identidade existente entie as formas de
a energi1 utilizadas nos
que se encontram fora
a''í táo freqüente, de que
tI
laboratório, Contudo,
t a obsen,ação qu,e se f.az ptor plazer. Esta, aguçada pelo pro.
pósito de contribuir para uma arte, como a literatura, a pin-
I \,
tura. o eanto, torna-se verdadeiramente estética. E os melhores
observadores são os que gostam de ver e ouvir,
I
i,)
Sem dúvida,
através da transnissõo ,de inÍormações
ar em qualquer processo
-'ie:
de experiêncía.s anÍe::;lc:es. Nessa. cc;formiCa.<ie, cumD,:e cLr.e
i. ?á.A- ii, a base apeiceptva, c.as noções rnirÍstradas pe.o-::cÍássc;'c:
rí
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)
)
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I'
I
258 COMO PENSÁMOS
a r,rçÃo Eo TREINo Do prNservmNto gS9
o conteírclo dêste capítulo'terá pouca importância, se com- cessidades píesentes, e que conserva ünicamente. o que ,Jigere
parado à verdade fur:damental de que a recitação é o lugar e
e transforma em parte da energia de seu propno ser.
o momento de estimular e dirigir o trabalho da reflexáo. Á
rep'rodução do que foi decorado é apenas um incidente -
indispensável incidente., embôra - da tarefa de cultivar uma
atitude reflexiva. II - As funções da tomada da liçõo
Os perigos da passividade
A !içõo deveria estimular o ardor intetectuat
I
I
I
Ilrlfll
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I
tl
)
mente aos câmÍnhos que ü'ilha. Mas mo êsses
I , ,,,.rrr l,,rrr,r ( ) r'rrrrlrrt'ltt corn outras Pessoas fá-los revestir somam-se ao mais fídedigno entre de uma
ll ililr ',í'ilif rrlr'. illrrr irrrPortiilrcia intelectual, vi1/a troca de idéias, experiências, in os com.
)
trrrr,r lr,,,r,r (l('\'('rill scr uma situaçáo em que uma clas.se, ponentes da classe.
I ult l,llll)(, ()ll,lrrrizltcicl como unid Uma discussão vital jará 9s problemas subjaceutes se
r,rrrr',, ,liri,:,i,lo I)or pessoa mais colocarem em foco bem definido. - Em vez de tiatar todos
I I.r'r,r,, r',,,,, ,, ,,,..loi'Ine;tal. Pode d os fatos e asserções como se fôssem do mesmo nível jnte-
I ., .rrrl,r, irrt,:lr:cttralmente vazio e letárgico; ou que seus inte-
l
I
$
ll
3
ll
ul
tl trará e interpre-
taçõe verdadeira
ll r-làtul e simpatia
ao al o lhe foge,
|Ú
ti
A liçõo deveria guiar os alunos â bons hábítos de estudo
lü I t( )(r'(,('S.
Âs conclições a ser pl'eenchidas para que se transmíta a Devendo o estímulo e a direção ocorrer simultânearnente,
{ 1'1,11f ;lrlr: irr(lcirtc de estüdar iá foram inücadas em vários já se acha esta iütima função incluída no que acabamos de
il dizer. Do ponto de vista da direção, cabe frÍsar que a liçáo
culÍninâ, no que concerne ao desenvolvimento intelectual, na
il
promoção de borc hábitos da estudo, Para não nos repetir-
\t mos, diremos algo sôbre o estudo,
Em substância, o estudo é simplesmente uma atividade
I reflexiva que se apóia principalmente em matéria fornecida
li Irrr,,. l'lr.lr, l);r|l irrsllirlr indagações e folnecer noções a fim A expressão "pessoa
I ,l,r r,.s1,,,rr,l,i lrrs,,'rrrIrotarão o pensamentg s9 se thes permitir livros de substancial
I
ll
,1i1,,, ,',,, nr",nr() rlrrrttinÍrr o a;damento da lição. Em regla, omo sugere. a exPres-
T o rrr;rllr irrl r lo llxlo (l('voriÍl sofrer ataque indireto, por-movi- um maqurnlsmor uma
rrrr.rrto,lc Il:rtrcr,. Sc cuft'entado litérahnente, prenderá a
I
i
I
262 coMo PENSAMoS  r^rçÃo E o rRErNo Do IENSAMENTo 263
questáo de conduta ou literal e diretamente, mas a f.azer ruo dêle no contacto com
uer andar: o dono "es' novo problema. PoÍs esta operação exige que o aluno exercite
ra localizar-lhe a eausa. seu julgamento e cultive a originalidade, mesmo tratando de
coisas já bem conheciclas de outros. Os alunos de uma classe
adiantada que tinham estudaclo a cobra, inc]usive sua clis.
secção, foram assím interrogados em prova escrita: Como se
de gravá-los firmemente na locomove a cobra? A pergunta compelia-os a usar o qrle já
lem6rados mâis tarde, se s
{
itados, sabiam sôbre o sistema muscular e o esqueleto do réptil, a
Pensar é inquirir inar, provar, tool',': imaginar tal estrutura em ação real, a vôr, em pensairento, (
para descobrir aláuma o que já é contreciclo os músculos funcionando. Vêzes há, todavia, em que cabem A
iob prisma diverio. ar, Um aspecto da perguntas que exigem, como resposta, uma leprodução clireta I
sabat'ina tradicional fi cido é a argüiçáo do da matéria. Quando um problema já se acha sob ativa con- I
profess sideração e um aluno fica desnorteado e a cometer disparates,
aPenas é lícito reprimiJo e chamá-lo de novo ao tópico, pedindo-lhe '{
ri
ser dis que descreva, tão exatamente quanto p,ossível, os fatos e prin- (
il
é que é completamente Pern cípios relacionados com a questão.
feitã entre urir PerÍodo PrePa ,í
çoes, e um .Período da
seu estudo Prévio. Os í
eus estudos. Por isso, ,(
de
ra 'on'
das
cst que
Em terceiro lugar, as perguntas devem ser tais q.ue
e sugira, para que ajude o es'
mau hábito que o estejâ atra' asseguremo desenvolvimento da matéria. Isto é, devem ser
Íatôres de uma discussão continua, náo feitas como sc cada
sando. E todos os períodos clevcriam constituir uma conti'
-de estudo,
nua.ção do período prosseguindo o iá feito e uma fôsse completa em si mesma, encerrando determinado
conduzindo ã novo estudo independente,
A arte de perguntar.
são-lhes obstáculos.
,,I
268 cotYÍo PENSÀMos Á LrçAo Eo TRETNo Do pENsÁrvrENTo 269
clc urnaclurt:ccr. É tão necessátio, na fase dg raciocínio, matéria revela-se típica quan
rncditnr, nfnstar-se ou abstrair-se das solicitações ruidosas dos cífica, é apta para suserirl Íác
sr,rrrtirlo.s o das exigências da açáo manifesta, quanto, nas de tôda tha'classe d"e falos.
outras Ínses, observar e experimentar. As metáforas de .Ciges- tirá primeiro sôbre o rio em gr
tiro o assimilação, qug tão rraturalmente, acorrem ao espírito, çrTá !g.r aquele rio únic_o -que apresentou algum aspecto
corrr rcfer'ência à elaboração racional, sáo altamente elucida- enigmático. D_epois, estud t' ortrôs rios, para procurar es-
tivas. Para chegarmos a conclusões coerentes e sólidas, é in- ^
clarecer as feições confusas
rlispensável um silencioso e ininterrupto reexame das consi- empregará os traços caracter
clerações, durante o qual se compar€m e pesem as sugestões pôr em ordem as rnultÍpiices
alternativas. Assim como a digestáo não é um estrepitoso em conexão com os outros r.i.o
bater de maxilas, também o raciocínio não é disputa, argu- recuo resguardam a unidade d
mentação, nem Llm abrupto pegar e largar de sugestóes. O que o Iivram da monotonia e d
professor precisa a digestão mental o espírito contra a influên
descansada. Oe cronômetronuma i_soladas em grande número,
liçáo, exigindo do das respostas, náo de um princípio merarnente
contribui- para a mental reflexivo.
I F ô -
t 1,,,,1,,
s('(l(.1
;il"F=l:'Jl::á',?",rre-
I litclrrl
<1,' irrCid
lrt'ovr,il9
fr (llt(' () 1l|01',.SSOr
) ;rlltto 11111,11^,qç,, 1'
(\,r't;rs O papel da apreciaçõo no p3nsámento
J)(!r(rrrrtlrs, antes de se iniciar a lição: _ Qu" bagagem
I rl. t,-r ; l,,r irrr rt. irr r. .studo anterior trazemtr rt.,ràr-á;;:;,?;i; Em tudo aquilo que foi dito, neste livlo, sôbre a neces-
) rrtrrrll ( l.rrr. rt.xiliri-los a tr.açar conexões? q"" sidade de situações e problemas que sejam vitalmente reais
ln(:)"uto ruio r.r,r.rrnltr:t:ida pOl êleS, "..Lrriáráà, para os estudantes, l ficou implícíto que nerrhuma separação
I Jlrt,s irrrlrlirrrir.ri i rrrr:ute a'direção
o To realizc pode, muitas vêzes, ser tradr-rzido rlor cotnpreendq.
t citç:t-.rtls t:st'lrrr r.r..r,r'rrrl 6 ltsstrnto,
Mantemos, aqui, a tradrrção literal, para que não su 'p".ca a'idéia da
I
írrrlivirlrreliz:rr. o olrÍr,to tlt Iiçã te-alaaçao ort_ concrctização mentaL que existe em tôda. comprcensiro.
, i,ta ;rhrrro llr,, Prissrr tr.rrzcr (Nota da trad.).
I 1. Exemplos nas páginas gZ, 98, gg,
I
I
I
n
(,
q.1/. COMO PENSAMOS
(i
(i
1
I
Flt
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lr
'(r
278 coMo PENsÂMos coNcr,usóus cERelS 279 (r
ficar com a idéia de que se pretende que os estudante.s, em espírito, como bem diz a exprcssílo, está "saturado". Essa ír
seu estudo e recitacão, deveriam ser induzidos a notar e for- eondição é uma advertência para quo n atcnção e reflexão (rI
rnular conscientemente essas várias fases, como meio de con- ,conscientes se voltem para outra coisn. lintiro, cltrpois que
(1
trôle intelectual. Tal noção, todavia, é estranha ao espírito a mente deixou de estar aferrada ao problemu e a cousci0ncia
da análise. Pois, segundo êste, o contrôle fundamental se afrouxou a sua tensáo, sobrevém um perÍodo clc irrcubução. (,t
et'etua pol meio das aondiÇões em que os estudantes traba, O material se reorganíza; fatos e princípios encaixam-se crn (,1
lham provisão situacão real que
provisão de uma situação oue provoca
Drovoca inqursiçãq
inoursicão.
11rrrn - §eus devidos lugares; o que era confuso aclquire brilho o cla-
sugestão; raciocínio, verifícagão, etc. Logo, o principãl valor tezai a misfura faz-se ordem, de tal modq muitas vêze.s, que 1t
,fla análise aqui apontado é sugerir aos professôres as mar:eiras eis solucionado, em essência, o problema. Muitas pessoas há
Que mais seguramente garantam o pensamento reflexivo por que, cabendo-lhes decidir uma questáo prática complicada, - é't
parte dos estudantes, sem que êstes tenham consciência de acham acouselhável dormü sôbre o assunto. E quase scmpre é+i
cada passo de suas próplias atitudes e processos, Também é lhes acontece gue, ao acordar pela manhá, vêem que tôdas
vdrdade qre, d,epoi.s que o lnstrutor tenha provido as condl- as'coisas se acomodaram às maravilhas, durante o selr sono.
ções quo mais probabilidades apresentem de despertar e di- Um processo sutil de incubação trouxe à luz uma decisáo e
rigir o de pensar, a atividade subseqüente do estudante,
9 ato de um plano. Mas êsse nascimento de invenções, de soluções e
consciente embora quanto aos meios e aos fins, pode ser
inconsciente com respeito às suas próprias atividades e Pro-
cêdimentos péssoais. É sabido que o trabalho criativo nas
artes, literatura, pintura, música, e outras; é soberanamente
inconsciente em rilação aos motiVos e às atitudes do artista,
cujo esplrito se concentra nos objetos com que lida ou- que
constrói-, É essa linha de procedimento que deveriam adotar
o estudo e o ensino, O modêlo a seguil ser'lhes-ia antes o II-Oprocessoeoproduto
artista, não, as atividades de quem se mantenha dolorosatnente
consciente, a cada passo, de sua O
,contrôIe seria exercido pelo estab si'
De novo o brinquedo e o trabalho
tuação.. .Todavia, em coridições de ou
êrró repetido, será geralmente salutar que a atenção consciente
o
retornd a causas ta-is, coúo as que jaZem nas atitudes e pro'
-wo
cesso do educando.
,ba
Absorgõo e incubaçõo preocupação com o resultado, A corrente de atos, intagens,
emoçÕes basta por si mesma, No trabalho, é o obietivo que
É da experlência comum o fato de que, após ptolongada monopoliza a atençáo e mede a validade dos meioj. Coniis-
preocupação com um assunto intelectual, a mente perde sua tindo, pois, a diferença, em düerença de direçáo do jnterêsse,
presteza de ação: aparentemente, encalha num sulco; giram o contraste é de grau, não de separação. euando essa rela-
as rodas sem sair do lugar, Cessam as novas sugestões. . O tiva predominância, na consciência, da atiü<lade ou do obje-
)
)
)
) 280 eoMo PENSÁ"MOS CONCLUSOES GERÀJS 281
)
tiv«r, se tlrrnslurrna em absoluto isolameuto errtre urma ê olltro,
) o llrirrquocl«r rlcgenera em folia, o trabalho, em castigo.
)
) O brinquedo não deye ser folia
)
) Não interessantes em si mesmos, êstes se revestiráo do inte-
) rêsse pelo resultado a que se associam
)
) caprichoso, arbitrário, sein finalidade: tudo náo passa de mera
' folia. EquilÍbrio entre a atitude do trabalho e a atitude do )
Existe, tanto nas crianças como nos ánimais, certa brinquedo
) propensão para a folia. A tendência não é inteiramente má,
) visto que é adversa à adogão de trilhas costumeiras, ,4.
própria inclinação a soúos e fantasias pode imprímir novo
) lumo âo espirito. É seu excesso que conduz à dissipagão e
D à desintegração, 0 único rneio de evitar êsse mau resultado
.é cuidar de que as crianças olhem p,ara a frente, antecipem,
a : até certo ponto, os fins de sua atividade, os efeitos prováveis e, ao mesmo tempo, conservar a seriedade, é possível e define
iI
.
que trará. a condiçáo rnental ideal. No jôgo mental livre em tôrno de
urna questão, náo existe dogmatismo nem preconceito, e sim,
" curiosidade e flexibilidade intelectual. Conceder à mente
O trabalho nõo deve ser um castigo livre jôgo não é incitá-la a manejar a matéria como um
) êsse
brincluedo, mas interessá-la no desdobramento espontâúeo
I .. Entretanto, o interêsse exclusi,rso num iesultado faz do
trabalho um castigo. Castigo significará, aqui, tôda ativida-
da matéria, sem nenhuma subserviência a qualquer crença
T preconcebida ou fim habitual. O brinquedo mental caracte-
de na qual o iriterêsse pelo resultado não impregna o.p.roces:.
iza-se por uma atitude de espírito aberto, de fé na capacida-
)t, so de ôbtêJo. Sernprà que determinado tiabãho rádunda de, que tern o pensamento de preservar sua própria integri-
em castigo, o ato de fazer.-perde.todo. valor para quem o faz;
) êste se preocupa ünicamente com o que irá bbter no fim. O
dade sem apoios externos e restrições arbitrárias. Por isso, é
A atitude do artista
Ê uso dizer-se que a arte nasceu do brinquedo, Seja gu
não verdade, histàriàmente falando, o fato é «iue a afinriaçáo
sugere uma harmonia
define o ideal\_. artístico.
\.,-
\w!..\._..\.i-
Õo com meros e mater
'ca, mas não o espÍrito art{stico por excelêncin. Quando a ins-
piragão ultrapassa o domíulo da técnica, poderá haver
sentimento estético, mas o processo de realização será por
demais imperÍeito para exprimi-lo adequadamente. Qirando, ilI - O longínquo e o Wóxirno
porém, o pensamento da finalidade assume as exatas propor-
çõ'es que o levam a encarnar-se nos próprios meios capazes de
encarná-lo, ou q.uando ,a atenção votada aos meios se inspira "Santos de casa nõo fazem milagre"
no reconhecirnen'io da finalidade a que servem, é que se nos
depara a aiitude típica do artista, uma atitude que se pode tar
ASS -Se
mostrar em tôda.s as atividades, mesmo nas que não são con- ao -se
vencionalmente designadas como "artes", 'i l^
oré Sg.
3lJ4 coMo PENsÂMos CONCLUSOES GEAÁIS 285
cor)scrvlun «rrn npntia diante das m pensamentos par,a aquilo que já thes é familiar, O velho, o
gr:oglnl'ltt, rr crittr4a das pla-nícies te próximo, o costumeiro, não é aquilo a que pr.estamos atenção;
lir«liÍorr:rrto ttos cncantos intelectuai e é aquilo com que prestamos atenção; não Iornece o material
de um problema, mas de sua solução.
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--*" R;*ce de Loursp Ar.cotl, trad' com o nome Quatto tayt' l. Yer pitg, 282. li
ilgas. (Nota da trad.).
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286 ÔOMÕ PENSAMOS
CONCLUSÔES GERAIS
287
em espiral! matéria desconhecida a transformar-se, pelo pen- coisas, e a exoeriência mai.s ampla
samenlo, ern possessão familiar; possessão familiar' a i^nsti- da raça, experiência de
tuir-se em recursos para julgar e assimilar outra matéria des- Que o-indivíduã se poau-ãrrà.tà,ã", ,u*es da comunicação.
conhecida. rísco de afogar a experiência
iscípulo, nuni acúmulà d" no_
é mais que um instrutor
A observaçõo fornece o próximo, a imaginaçõ0, o remoto professor: no ponto em
m tudo que entrara pela
ativiciade
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" ffi?l,r"r."
tomar o seu nome
::^:Í: iü3:l.;:i:"X#
comunidade de pensamento, ;::,i*;;,;il;
nem de ôbiet tvo, entre a criança
a habituais, porém, produziam tanto enfado e cansaço quanto
""
,"f, Ju õ^ffi éa herdeira
o mais maquinal estudo de puros símbolos. Já a imaginação
náo podia brincar com os objetos para enriquecê-loi,
a nnÁllso clo,
essonciais
107-I22; funções
do, 111-112; cinco
^materialização obje-
tíva do, 209; relação com o
'í
I
a 277-278.
Porguntar, arte de,
Sinais, artificiais, 27-28, 229-
?80; lingüísticos, ZB-Z1, 74, ATUALIDADES
a , 247.
262-26A,
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