Você está na página 1de 27

SEGURANÇA DO TRABALHO E

ERGONOMIA
AULA 3

Prof. Carlos Costa


Prof. Emerson Seixas
CONVERSA INICIAL

Os objetivos desta aula são conhecer mais sobre a segurança do trabalho


e a diferença entre perigo e risco; compreender como são classificados os tipos
de risco; entender o que é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), como são aplicados e suas etapas, assim como o Laudo Técnico das
Condições Ambientais de Trabalho, utilizado como base no PPRA; saber o que
é um Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional e como é utilizado na
empresa.
Como vimos em momento anterior de nossos estudos, cada empresa
possui características peculiares, e as NRs também possuem suas
características e aplicações. Dessa forma, a segurança em instalações elétricas
também será abordada nesta aula, bem como suas características e EPIs
específicos, pois não podem propagar energia ao trabalhador, irradiação, calor
ou chama. Veremos também as zonas de risco e zonas controladas.
Na mesma linha anterior, serão estudadas as NRs aplicadas aos
transportes, movimentações, armazenamentos, manuseios de materiais, no
trabalho com máquinas e equipamentos, na construção civil, a céu aberto, na
mineração, em portos e embarcações, na agricultura, pecuária, abate de carnes
e derivados, na exploração florestal e em ambientes da área da saúde.
Outro tema de extrema importância são os trabalhos em altura ou em
espaços confinados. Nessas condições, o trabalhador pode sofrer vertigens,
náuseas ou algum tipo de transtorno psicológico que o impossibilita de agir,
raciocinar ou respirar, colocando a sua vida ou de outros em risco.
Por fim, teremos um tema mais voltado ao gestor, que, por prevenção,
pode gerar gráficos relativos a causa e efeito de cada acidente e o mapeamento
dos riscos, sua gravidade, urgência e tendência.

TEMA 1 – FATORES DE RISCO NOS AMBIENTES DE TRABALHO

Muitas vezes, os termos são considerados sinônimos, porém, é de


fundamental importância distinguirmos cada um tecnicamente, pois pode ser
necessário aplicá-los, por exemplo, em relatórios e especialmente auditorias e
perícias.

2
Nem sempre perigo significará risco. Um perigo somente representará um
risco quando houver exposição de alguém a uma fonte geradora de danos ou
prejuízos. Desse modo consideramos resumidamente, conforme a Figura 1:

• Perigo é a fonte raiz, geradora, capaz de causar danos à saúde e à


integridade física e psicológica do trabalhador;
• Risco é resultante da exposição do trabalhador a determinado perigo.

Figura 1 – Perigo versus risco

Fonte: Pegatin, 2020.

De acordo com Pegatin (2020), “ao tratarmos de fatores de risco, somos


remetidos ao conceito de que são condições que potencializam a chance de o
evento danoso ocorrer”. Outra definição interessante para riscos é citada na ISO
45001 – Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional: “combinação
da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas
relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas de saúde que
podem ser causados pelo(s) evento(s) ou exposição(ões)”.
Após a análise da figura, uma breve conclusão pode ser obtida: uma forma
consciente de mitigar ou antecipar o risco é realizar um criterioso estudo na raiz
da operação, em busca de identificação do perigo.
Quanto aos riscos, estes podem ser classificados de acordo com o agente
responsável como causador. A Figura 2 apresenta uma breve classificação dos
riscos.

3
Figura 2 – Classificação dos riscos

Classificação dos riscos

Agentes:
Físicos
Químicos
Biológicos
Ergonômicos
Acidentes

Fonte: Seixas; Costa, 2021.

Exemplos que caracterizam o conceito de risco:

• De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes: hipertensão, altos


níveis de colesterol e sobrepeso são fatores de risco para o
desenvolvimento de Diabetes tipo 2.
• De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia: hipertensão,
diabetes, sedentarismo e estresse são fatores de risco para diversas
doenças do coração.
• Uma das consequências da exposição prolongada a altos níveis de
pressão sonora é a perda auditiva.

Como já tratado neste estudo, independentemente do contexto em que


esteja inserido, o fator de risco deve ser:

• identificado;
• mensurado;
• eliminado (ou minimizado o máximo possível).

1.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

A NR 9 trata sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA), que deve estar vinculado aos demais meios de prevenção adotados
pela empresa. De acordo com essa norma, toda empresa que admite empregado
deve desenvolver tal programa, cujos objetivos são:

• possibilitar que a empresa antecipe os riscos;


4
• reconhecer os riscos;
• avaliar os riscos;
• controlar os riscos;
• permitir a participação dos trabalhadores na elaboração do programa.

De acordo com Pegatin (2020), em consonância com a NR 9, as etapas


constituintes do PPRA são:

• Antecipação: consiste na identificação dos possíveis riscos presentes no


ambiente laboral.
• Reconhecimento: consiste na descrição dos riscos identificados na etapa
antecipação.
• Avaliação: consiste na mensuração dos riscos reconhecidos, dando a
estes valores que possibilitam verificar se os riscos estão dentro de limites
preestabelecidos pela norma vigente ao caso. O fato indica a necessidade
ou não de intervenção direta.
• Controle: a princípio todo risco deve ser eliminado, porém nem sempre é
possível. Diante do fato, EPIs, EPCs e mesmo alterações no processo e
layout são recomendações comumente propostas pelo PPRA e devem ser
acompanhadas por auditorias periodicamente.

Pegatin (2020) cita que “o empregador é o responsável direto pela


execução e cumprimento do PPRA, podendo este ser terceirizado (executado
por empresa especializada) com a cooperação da CIPA e outros especialistas
da própria empresa”.
O Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) é um
documento que normalmente é realizado e anexado ao PPRA para empresas
menores. Por outro lado, empresas grandes normalmente optam por fazê-los
separados, uma vez que o fato facilita a identificação dos riscos, sua mensuração
e consequentes tomadas de medidas.
Sempre que possível, o alinhamento das estratégias sobre segurança no
ambiente de trabalho deve ser observado durante a execução do projeto.

1.2 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

O PCMSO e o PPRA são documentos imprescindíveis ao funcionamento


de um Sistema de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), pois juntos

5
documentam o estado geral do empregado, bem como a dedicação que o
empregador presta ao assunto. Por meio desses dois documentos, verifica-se a
consistência existente entre o indicado como necessidade pelo PPRA e a
aplicação na área por meio do PCMSO.
A princípio, três são os exames básicos sob a responsabilidade do
PCMSO (admissional, periódico e demissional), podendo a estes serem
acrescidos outros dois (de retorno ao trabalho e de mudança de função).
Pegatin (2020) descreve esses exames:
• Exame admissional: obrigatório na admissão do empregado, com o
objetivo de avaliar o estado inicial e se o mesmo possui condições para
atividade a qual está sendo contratado (físico e psicologicamente).
• Exame periódico: normalmente, é realizado uma vez por ano ou a cada
seis meses. O período é determinado por médico especialista, de acordo
com a função, grau de risco da empresa e exposição do trabalhador.
• Exame de retorno ao trabalho: deve ser realizado tendo em vista o retorno
do trabalhador após afastamento por motivo de acidente ou doença
ocupacional. Tem por objetivo verificar se o trabalhador possui condições
para o retorno a atividade laboral.
• Exame de mudança de função: deve ser realizado sempre que o
trabalhador, por uma razão qualquer (acidente, doença ocupacional ou
promoção), mude de atividade laboral.
• Exame demissional: deve ser realizado quando do desligamento do
empregado do quadro funcional da empresa com o objetivo de atestar seu
estado de saúde. Normalmente, esse exame é comparado com o exame
admissional.

Saiba mais

Observação 1
A cada exame dos que citamos, o médico do trabalho emite o Atestado
de Saúde Ocupacional (ASO), atestando ou não condição de trabalho. Uma via
desse documento é de posse do empregado.
Observação 2
O ASO normalmente é um dos requisitos de empresas durante a
contratação de terceiros, junto a outros certificados que atestam a capacidade
do terceiro em realizar o trabalho com segurança e qualidade.

6
A NR 7 trata do programa de controle médico e saúde ocupacional
(PCMSO), estando descrito nesta norma o modelo de relatório anual de controle
do programa. O mesmo poderá ser eletrônico ou impresso.
O Quadro 1 apresenta breve resumo sobre o relatório anual do PCMSO.

Quadro 1 – Extrato do relatório anual do PCMSO

Responsável: Data: __/ __/_____ Assinatura:


Número de Número de
Natureza Número anual de
Setor resultados % do total exames para o
do exame exames realizados
anormais ano seguinte

Fonte: Pegatin, 2020.

O Quadro 2 apresenta o comparativo dos riscos considerados.

Quadro 2 – Comparativo dos riscos considerados

Doenças
MTE/Mapa de
RISCOS MTE/NR-9 Relacionadas ao
Riscos
Trabalho
Físicos SIM SIM SIM
Químicos SIM SIM SIM
Biológicos SIM SIM SIM
Ergonômicos NÃO SIM SIM
Mecânicos/Acidentes NÃO SIM SIM
Fonte: Brasil, 2001.

Conforme já tratado, é de suma importância que o PPRA e o PCMSO


estejam em consonância, pois esses documentos estão relacionados e devem
atender plenamente às NRs relacionadas neles.

TEMA 2 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A NR 10 é norma regulamentadora que trata desse assunto,


determinando critérios para identificar situações de riscos e meios para
mitigação dos mesmos.
A NR 10 é direcionada a todos os pontos relacionados a:

• geração;
• transmissão;
• distribuição;
7
• consumo;
• operação e manutenção de redes elétricas, diretamente ou nas
proximidades.

Reconhecida a vasta área de aplicação e o assombroso número de


acidentes nessa área, por meio da NR 10, alguns tópicos se sobressaem,
estando listados e sucintamente comentados abaixo:

• Medidas de proteção coletiva (devem ser a prioridade).


o Recomendações: desenergização elétrica, emprego de tensão de
segurança, criação de obstáculos e barreira de acesso, sinalização
adequada e aterramento das instalações.
• Equipamentos de proteção individual.
o Recomendações: adotar o EPIs indicados pela NR 6, proibir o uso de
acessórios pessoais (adornos como anel, aliança, relógio, correntes
etc.) durante a atividade.
• Capacitação e autorização dos trabalhadores: somente trabalhadores
capacitados, habilitados e devidamente certificados devem realizar
atividades que envolvam eletricidade. De acordo com a NR 10, o
treinamento para trabalhadores com eletricidade no Sistema Elétrico de
Potência (SEP) deve ser de 40 horas para o curso básico e mais 40 horas
de curso complementar.
• Procedimentos operacionais: junto da autorização prévia dos
trabalhadores relacionados, é necessária uma inspeção prévia do local e
uma liberação formal emitida por profissional de segurança.
• Situações de emergência: devido ao alto grau de exposição e às
possibilidades, torna-se necessário um plano emergencial (método
padronizado) que seja de conhecimento de todos os envolvidos no
trabalho.

Saiba mais

Atenção: normalmente, serviços que envolvem eletricidade são realizados


em ambientes confinados e a grandes alturas, expondo ainda mais o trabalhador.
Isso requer, portanto, treinamentos complementares.

8
A NR 10 menciona as distâncias que devem ser respeitadas conforme a
área energizada, a fim de evitar o contato acidental, conforme Tabela 1. Sendo
assim, ficam estabelecidas duas zonas principais na NR 10:

• Zona de risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada,


acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de
acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados com a adoção de técnicas e instrumentos
apropriados de trabalho;
• Zona controlada: entorno de parte condutora energizada, não
segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível
de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

Tabela 1 – Raios de delimitação de zonas de risco controlada e livre

ANEXO II
ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA
Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre
Rr - raio de delimitação entre Rc - raio de delimitação entre
Faixa de tensão nominal da
zona de risco e controlada zona controlada e livre em
instalação elétrica em kV
em metros metros
<1 20 0,70
>1 e < 3 0,22 1,22
>3 e <6 0,25 1,25
>6 e <10 0,35 1,35
>10 e <15 0,38 1,38
>15 e <20 0,40 1,40
>20 e <30 0,56 1,56
>30 e <36 0,58 1,58
>36 e <45 0,63 1,63
>45 e <60 0,83 1,83
>60 e <70 0,90 1,90
>70 e <110 1,00 2,00
>110 e <132 1,10 3,10
>132 e <150 1,20 3,20
>150 e <220 1,60 3,60
>220 e <275 1,80 3,80
>275 e <380 2,50 4,50
>380 e <480 3,20 5,20
>480 e <700 5,20 7,20
Fonte: Fundacentro, 2017.

A NR 10 estabelece que quando houver ausência ou omissão de sua


implementação, as normas complementares cabíveis devem ser utilizadas como
referência. Sendo assim, a NBR 5410 é uma delas, auxiliando na segurança dos
serviços correspondentes à eletricidade.
9
A NRB 5410 estabelece as condições que as instalações elétricas de
baixa tensão devem satisfazer, com a finalidade de garantir a segurança de
pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação
dos bens.
Essa norma é aplicada principalmente às instalações elétricas de
edificação, residencial, comercial, pública, industrial, de serviços, agropecuária,
hortigranjeira e também a:
• áreas descobertas das propriedades, externas às edificações;
• reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings),
marinas e instalações análogas;
• canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias;
• circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou inferior a 1.000
V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a 1.500
V em corrente contínua;
• circuitos elétricos, que não os internos aos equipamentos, funcionando
sob uma tensão superior a 1.000 V e alimentados através de uma
instalação de tensão igual ou inferior a 1.000 V em corrente alternada (por
exemplo, circuitos de lâmpadas a descarga, precipitadores eletrostáticos
etc.);
• toda fiação e toda linha elétrica que não sejam cobertas pelas normas
relativas aos equipamentos de utilização;
• linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos
equipamentos).

TEMA 3 – NRs ESPECÍFICAS EM ATIVIDADES DIVERSAS

Em todos os temas representados em NRs, o planejamento de segurança


do trabalho é uma excelente ferramenta na assistência quanto à diminuição e/ou
amortização dos riscos. Assim, outras NRs específicas têm sido tratadas com
mais afinco nos três setores do trabalho:

• setor primário: agropecuária (vegetal), pecuária (animal) e ao extrativismo


(mineral);
• setor secundário: indústria.
• setor terciário: serviços.

10
As NRs específicas até então em aplicação foram criadas em função dos
principais pontos tópicos abaixo:

• importância crescente do setor na área econômica;


• distúrbios osteomusculares, condições insalubres e outros aspectos
relacionados a esta área ou setor laboral.

3.1 Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais

A NR 11 é a norma que trata dos assuntos relativos ao transporte,


movimentação, armazenamento e manuseio de materiais. As máquinas e
equipamentos comumente empregados para essas atividades são:

• guindastes;
• ponte rolantes;
• talhas;
• empilhadeiras;
• pallets;
• carrinhos.

Especialmente os quatros primeiros citados devem ser operados por


trabalhadores devidamente treinados e conhecedores do layout da empresa,
peso da carga transportada, local de partida e chegada, obstáculos fixos como
tubulações e temporários depósitos de estoque em linha.
Também relacionado ao operador dessas máquinas e equipamentos, a
NR 11 estabelece programas de capacitação e número de horas conforme
especificado na sequência:

• Saúde, segurança e higiene do trabalho (16 horas);


• Estudo do Anexo I da NR 11 (4 horas);
• Segurança na operação de ponte rolante (16 horas).

3.2 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

A NR 12 é uma das mais complexas, visto ser grandes os números de


ativos por ela tratado, sendo que alguns ainda não existem, pois diariamente são
criadas novas máquinas e equipamentos visando ação laboral, devendo estas
estarem de acordo com a norma. Além dessas máquinas e equipamentos

11
nacionais, outros chegam importados, nem sempre de acordo com a legislação
brasileira. Na sequência, pontos de alta relevância quando tratado da NR 12:

• Arranjo físico e instalações: sinalização, espaçamento adequado para


operação, estoques de peças prontas e materiais a trabalhar, e
manutenção.
• Instalações e dispositivos elétricos: o layout deve observar a NR 10; os
quadros de energia devem ser de fácil acesso e devidamente sinalizados,
além de dispositivos que permitam parada rápida e proteção contra sobre
corrente.
• Sistemas de segurança: todo projeto de máquina e equipamento deve
passar por criteriosa análise técnica, visando possibilidades de interface
com sistemas de segurança, sensores e limitadores.
• Meios de acesso permanente: a acessibilidade é fundamental tanto para
operação quanto para manutenção.
• Componentes pressurizados: atenção especial deve ser dada a máquinas
e equipamentos que utilizam para sua operação elementos como
mangueira e tubulações pressurizados com água, ar, óleo, gazes. Nesses
casos, verificar sempre ruídos anormais (resultados de vazamentos).
• Transporte de materiais: evitar pessoas embaixo do carregamento.
Observar e reconhecer a possibilidade de queda, esmagamento e
aprisionamento de membros, prevendo sempre soluções emergenciais.
• Aspectos ergonômicos: a antropometria (ciência que estuda as
dimensões do corpo humano) deve sempre ser considerada no projeto de
máquinas e equipamentos.

3.3 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção

A NR 18 está direcionada especialmente à construção civil. O documento


de maior identificação com essa norma é o PCMAT, já tratado anteriormente e,
como citado, possui grande semelhança com o PPRA.
Como todas as normas, a NR 18 também é sujeita a adequações visando
o bem-estar físico e psicológico do trabalhador. Na sequência, algumas
expectativas acrescidas na NR 18:

• condições sanitárias (banheiros, refeitórios, dormitórios);


• condições ergonômicas, trabalhos em altura;
12
• qualificação exigida para cargos específicos na obra;
• recomendações técnicas de procedimentos;
• constituição da CIPA.

3.4 Trabalho a céu aberto

A NR 21 é a norma que trata do trabalho a céu aberto. Nessa situação, o


trabalhador normalmente está exposto ao sol, à alta temperatura, à chuva, ao
frio (baixa temperatura), ao vento, à umidade etc. Sobre tais situações, não
existem valores comparativos, e a realização ou não da atividade está
relacionada à previsão do tempo ou à análise do momento, estando isso
diretamente relacionado à segurança do trabalhador. A decisão deve ser tomada
coerentemente junto com os envolvidos na tarefa.
Outro ponto tratado refere-se ao alojamento fornecido pelo empregador
quando o empregado está distante de sua moradia. Tal ambiente deve possuir
dimensões e mobiliário o suficiente para suprir o número de trabalhadores
residentes. Se a moradia for oferecida à família do trabalhador, condições
idênticas devem ser observadas.

3.5 Segurança e saúde ocupacional na mineração

A NR 22 se aplica a situações de minerações subterrâneas, a céu aberto,


garimpos, beneficiamentos minerais e pesquisa mineral. Devido ao alto grau de
riscos ao trabalhador, são de obrigatoriedade do empregador:

• efetivação do PGR: programa de gerenciamento de riscos;


• constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em
conjunto com o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho (SESMT);
• elaboração do mapa de riscos;
• procedimentos de emergência e rotas de fuga;
• treinamento contínuo dos trabalhadores.

13
3.6 Trabalho portuário

A NR 29 abrange as atividades realizadas em terminal portuário e


retroportuário, áreas de alfândegas para transporte e armazenagem de cargas
(zona primária) e demais operações aduaneiras.
De acordo com essa norma, é necessário ao SST portuário os seguintes
conhecimentos básicos:

• peso da carga;
• especificações técnicas do produto;
• tipo de produto (sólido, líquido, gasoso, grãos);
• classe.

Diante dos diferentes tipos de produtos possíveis a respeito dessa norma,


é também importante observar:

• Plano de Controle de Emergência (PCE);


• Plano de Ajuda Mútua (PAM).

Ambos os planos acima visam estabelecer meios e condições para


situações de combate ostensivo a incêndio e explosão, vazamento de produtos
perigosos, queda de homem ao mar, poluição ou acidente ambiental e socorro a
acidentados.
Também devido às peculiaridades, a NR 29 possui quadro específico para
a constituição de seu SESMT, conforme apresentado abaixo.

Tabela 2 – Serviço especializado em segurança e saúde do trabalhador portuário

Número de trabalhadores
Profissionais
200-250 251-750 751-2.000 2001-3.500
Engenheiro de segurança - 1 2 3
Técnico de segurança 1 2 4 11
Médico do trabalho - 1 2 3
Enfermeiro do trabalho - - 1 3
Aux. de enfermagem do trabalho 1 1 2 4

3.7 Trabalho na agricultura, pecuária e exploração florestal

A NR 31 visa suprir as necessidades antigas e principalmente as novas,


tendo em vista a chegada ao meio rural de novos insumos, equipamentos
(mecanização) e tecnologias (informatização). Os fatos tendem a exigir melhor
capacitação a ser obtidos por meio de treinamento. A Comissão Interna de
14
Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR) bem como o Serviço
Especializado em Saúde do Trabalho Rural (SESTR) visam assegurar ao
trabalhador condições adequadas de segurança e saúde em todos os sentidos.

3.8 Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde

Os riscos biológicos são os maiores nessa área de atuação. Cuidados


especiais devem ser tomados quanto a perfurações especialmente com agulhas
e movimentações dos pacientes. Quanto aos programas de PPRA e PCMSO,
atenção especial deve ser dada aos planos de vacinação.

3.9 Condições e meio ambiente na indústria da construção, reparação e


desmonte naval

A NR 34 cuida das atividades executadas no âmbito de construção e


reparo ou nas próprias embarcações e estruturas, como barcos, navios e
plataformas. Quanto aos tipos de trabalho devido às máquinas e equipamentos
tratados por essa norma, é possível destacar as seguintes possibilidades:

• trabalho em altura;
• exposição a riscos químicos, ergonômicos;
• doenças ocupacionais.

O trabalhador interessado na área deve observar especialmente a


diferenciação da jornada de trabalho, que pode ser, por exemplo, de 30 por 7.
Nesse caso, o trabalhador poderá passar até 30 dias embarcado com descanso
de 7 dias.

3.10 Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e


processamento de carnes e derivados

Devido ao posicionamento ergonômico do trabalhador nessa área de


trabalho, condições especiais são dadas quanto ao mobiliário empregado,
visando sempre a biomecânica. Diante disso, também são indicações da NR 36
condições quanto ao manuseio de cargas, operação de máquinas e
equipamentos, condições ambientais, pausas regulares etc.

15
TEMA 4 – ESPAÇOS CONFINADOS E TRABALHO EM ALTURA

A NR 33 é a norma regulamentadora que trata sobre espaços confinados.


Ela descreve a identificação do espaço confinado e cuidados a serem tomados
quando necessário à realização de trabalhos nesse ambiente.
A definição de espaço confinado de acordo com a NR 33 é “qualquer área
ou ambiente não projetado para a ocupação humana contínua”. Segundo a
mesma norma, as limitações do espaço confinado têm relação com os “meios
limitados de entrada e saída, que possua ventilação insuficiente para remover
contaminantes, ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio”.
Diante do exposto, fica evidente que o espaço confinado não é um
ambiente para permanência prolongada do trabalhador e que cuidados especiais
devem ser tomados quando necessária a intervenção do homem nesse
ambiente.
Quando há necessidade do trabalho em espaço confinado, é preciso:

• inspeção prévia, por meio de emissão da Análise Preliminar de Risco


(APR);
• autorização por escrito com as devidas coletas de assinaturas dos
responsáveis e envolvidos antes do início da tarefa.

Na sequência, apresentamos algumas das responsabilidades do


empregador previstas pela NR 33. Todas podem ser vistas no item 33.2.1 dessa
norma:

• identificar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento dessa


norma;
• identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
• identificar os riscos específicos de cada ambiente confinado;
• implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços
confinados;
• garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as
medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços
confinados;

16
• garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a
emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme
modelo constante no anexo II desta NR.

Saiba mais
Em caso de qualquer anomalia ao processo, o trabalho deve ser
interrompido imediatamente, sendo os envolvidos afastados a distância segura
(abandono de ares), entrando em atividade os responsáveis pela análise das
causas e tomada de medidas para a possibilidade ou não de continuidade do
trabalho.

Ainda de acordo com a NR 33, tendo em vista a previsão de agravos à


saúde segurança e saúde do trabalhador, o item 33.3.2 indica:

• identificar, sinalizar e isolar os espaços confinados para evitar a entrada


de pessoas não autorizadas;
• antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
• proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, físicos,
ergonômicos e mecânicos;
• prever a implementação de travas, bloqueios, alívio, lacres e etiquetagem;
• avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de
trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro.

Além das indicações acima, sugestões administrativas cooperam para o


sucesso do trabalho em espaço confinado. Como destaque, cita-se:

• conferir documentos comprobatórios de capacitação dos envolvidos no


trabalho;
• adaptar as permissões de trabalho de modo a facilitar e esclarecer a
atividade;
• solicitar a permissão de trabalho toda vez que a atividade em espaço
confinado for realizada;
• determinar procedimentos-padrão em todas as etapas da tarefa.

A NR 35 é a norma regulamentadora que trata sobre as atividades


realizadas em trabalho com diferença em níveis e prevenção de quedas.
Quando aplicar a NR 35:

17
• A aplicação desta norma é obrigatória a toda atividade realizada quando
a diferença dos níveis for igual ou superior a 2 metros de altura.
• Para trabalhos esporádicos todos os procedimentos, treinamentos e
documentações devem ser solicitadas aos trabalhadores, exigindo a
emissão de uma permissão de trabalho (PT), emitido por profissional
capacitado, que deve relacionar apenas a atividade do momento.

Saiba mais
Quando o trabalho em altura faz parte do dia a dia da atividade, a
recomendação é a inserção da atividade e cuidados nos procedimentos
operacionais da tarefa.

Na sequência, algumas indicações sobre documentação a ser elaborada


de acordo com a NR 35 como premissas ao trabalho em altura. Os
complementos encontram-se no item 35.4.5 da mesma norma:

• identificação do local e seu contorno onde o trabalho será executado;


• isolamento e sinalização;
• estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
• observações das condições meteorológicas;
• análise do risco de quedas de ferramentas;
• necessidades de comunicação;
• forma de supervisão.

Dois sistemas de proteção de quedas se destacam:

• Sistema de Proteção Contra Queda Coletivo (SPQC);


• Sistema de Proteção Coletiva Individual (SPIQ).

O Sistema de Proteção Coletivo Individual (SPIQ) deve obedecer aos


requisitos básicos a seguir:

• sistema de ancoragem (pontos de fixação);


• elementos de ligação (que ligam o ponto de fixação ao homem – cinturão);
• equipamento de proteção individual (suportes e coletes acoplados ao
homem) de acordo com a necessidade da tarefa.

Grande é o número de acidentes no ambiente de trabalho relacionados a


atividades realizadas acima de 2 m, conforme tratado como trabalho em altura
pela NR 35. Diante disso, como em outros casos, atenção especial deve ser
18
dada ao caso. É interessante salientar a real necessidade de possibilitar
liberdade de ação ao trabalhador apesar dos equipamentos que tendem a
restringir algumas posições e movimentações.
Quanto aos equipamentos de proteção individual contra quedas, observa-
se as seguintes possibilidades de engate:

• dorsal;
• peitoral;
• abdominal;
• sobre os ombros.

A adoção do sistema está relacionada à atividade a ser executada, bem


como ao ponto de ancoragem (fixação).
Quanto ao deslocamento necessário ao trabalhador para a execução da
atividade, pode ser classificado em relação à posição laboral em:

• deslocamento horizontal com manutenção constante da fixação;


• deslocamento vertical.

Normalmente, deve ser dado grau de liberdade ao trabalhador em ambos


os sentidos, observando, obviamente, a necessidade e a segurança, sendo em
alguns momentos restritas algumas posições e deslocamentos.
As restrições estão diretamente relacionadas ao dimensionamento do
talabarte. Este é o meio de ligação entre o trabalhador (seu sinto de segurança)
e o ponto de ancoragem.
Para o dimensionamento do talabarte, devem ser observados:
os EPIs utilizados pelo trabalhador e os elementos de ligação;

• a resistência necessária;
• tamanho e forma adequada.

Saiba mais
Há situações de trabalho em que o trabalhador deverá estar o tempo todo
com o talabarte fixo, como quando é eminente a possibilidade de ruptura do piso.

Todas as situações devem ser previstas, inclusive a necessidade de


resgastes emergenciais. É de responsabilidade dos gestores da área (direto e
administrativo – empregador) prevenir tais acontecimentos, assim como

19
disponibilizar treinamentos e equipamentos necessários para suprir tais
situações caso venham a acontecer.
Também é de fundamental importância o conhecimento da Zona Livre de
Queda (ZLN), que deve ser suficiente para evitar o choque do operador com o
piso subsequente em caso de acionado o talabarte. Alguns talabartes já trazem
tal valor, sendo que em outros o dimensionamento deve ser realizado pelo
responsável do trabalho a ser executado. Nesse caso, o comprimento
absorvedor de impacto, a distância do elemento de engate até o pé da pessoa e
a distância de segurança em relação ao ponto de impacto.

TEMA 5 – GESTÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

Com certeza, a gestão dos riscos ocupacionais vai adiante da


identificação e avaliação destes. Seus dois pontos principais são:

• criação de indicadores de acompanhamentos;


• mecanismos de controle destes riscos.

5.1 Mapa de risco

A elaboração do mapa de risco, conforme descrito pela NR 5, é de


responsabilidade principal da CIPA, contando com a participação do maior
número de funcionários da empresa bem como assessoria do SESMT.
O objetivo principal do mapa de risco é proporcionar ao trabalhador e
visitante, de modo rápido e suficientemente claro, o reconhecimento dos riscos
presentes no ambiente. Isso é feito por meio da identificação dos grupos de
riscos, que são caracterizados por físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
de acidentes. Identificado o grupo de risco, a intensidade do risco é classificada
como de baixo, médio e alto grau por meio de diâmetros pequeno, médio e
grande respectivamente.

Saiba mais

O mapa de risco deve estar sempre de acordo com o PPRA e com o


PCMSO. O fato se torna ainda de maior relevância, visto que tal situação está
vinculada ao eSocial. Ambientes mal descritos podem direcionar
equivocadamente o trabalhador sob o ponto de vista de sub ou superexposição
a determinada situação, podendo onerar a empresa por meio de indenizações.

20
O Quadro 3 apresenta exemplos para cada grupo de risco.

Quadro 3 – Exemplos de situações de acordo com o risco

Exposição de riscos
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Arranjo físico
Postura, inadequado,
Poeiras, gases,
Ruído, calor, Fungos, vírus, esforço, físico, iluminação
vapores,
frio, umidade, parasitas, manuseio de inadequada,
névoas, fumos,
pressão, bactérias, cargas, proximidade
produtos
radiação, bacilos, receptividade, com a rede
químicos em
vibração protozoários. stress, alta elétrica,
geral.
carga mental. operação de
máquinas.

5.2 Análise preliminar de risco

A Análise Preliminar de Risco (APR), conforme sugerido pelo nome, tem


por objetivo, por meio de uma análise anterior ao serviço, identificar os riscos
aos quais o trabalhador estará exposto durante a atividade, mitigando tal risco,
bem como prevenindo trabalhador sobre tal exposição.
Para que a APR alcance seus objetivos, esse documento deverá passar
pelas seguintes etapas e, possuir dentre outras, as seguintes características:

1. Coleta de dados prévios: por meio de observações em projetos e seguida


visita in loco;
2. Material de coleta: de acordo com a complexidade, avaliar a necessidade
de acompanhante, preferencialmente algum trabalhador da área, trena,
se possível câmera fotográfica;
3. Conhecimento da metodologia: ter pleno conhecimento das classes de
riscos e formas de propagação;
4. Ser sucinto e objetivo: o objetivo da APR é fornecer uma rápida e clara
visão dos riscos no ambiente de trabalho;
5. Analisar criticamente os dados: é importante criticar as ações já realizada,
identificando fraquezas, propondo melhoria contínua.

O Quadro 4 apresenta um breve resumo de uma APR adaptada para


ergonomia.

21
Quadro 4 – Extrato sobre a análise preliminar de risco

APR – Análise preliminar de risco


Setor Evisceração Posto de trabalho Pendura de frango
Trabalhadores
5 homens Meta produção 2.000 frangos /hora
expostos
O operador faz preensão manual nos pés do frango e realiza a
Descrição da tarefa
pendura na nória.
Tempo de ciclo 3 segundos
Perigo Motivo Consequências Riscos a investigar
Elevação frequente
Linha de produção Disfunções de ombro Posturais
do ombro acima de
muito alta e cervicais Dimensionais
90°
Trabalho repetitivo Fadiga Carga mensal
Alta exigência visual associado ao Dores de cabeça Iluminação
controle visual Erros no processo Repetitividade
Avaliado por: Revisado por:

5.3 Diagrama de Ishikawa

É um método grandemente aplicado no sistema de qualidade, podendo


também ser empregado no sistema de segurança. Por esse meio, é possível a
identificação da causa raiz de uma determinada ocorrência.
O diagrama de Ishikawa, também é conhecido como espinha de peixe ou
diagrama de causa-efeito, é uma ferramenta muito utilizada no Controle de
Qualidade, pois seu processo permite que se identifique e analise as potenciais
causas de variação do processo ou da ocorrência de um fenômeno, bem como
a forma com que essas causas interagem entre si (Ishikawa, 1993).
Segundo Souza (2003), “esse diagrama mostra a relação entre uma
característica de qualidade e os fatores que a influenciam” (Figura 4), ou seja,
mão de obra, material, meio ambiente, método, máquina e medição.

Figura 3 – Diagrama de Ishikawa e 6M

Fonte: Souza, 2003.


22
5.4 Matriz GUT

A GUT é considerada a matriz de prioridade e trabalha com os conceitos


de gravidade, urgência e tendência.

O Método GUT foi desenvolvido por Kepner e Tregoe na década de


1980, a partir da necessidade de resolução de problemas complexos
nas indústrias americanas e japonesas. Várias contrariedades podem
surgir em uma organização, e nem sempre é possível resolver todas
ao mesmo tempo. (Kepner; Tregoe, 1981)

Sobre a gravidade, é preciso determinar os efeitos que o problema pode


provocar se não for solucionado. Essa avaliação pode ser qualitativa ou até
quantitativa.
Quando aplicada à gestão de segurança do trabalho, a GUT visa
reconhecer uma situação de risco grave e que poderia provocar um acidente
grave ou que resultaria em óbito.
Na sequência, veja como ocorre a identificação do grau de influência
sobre a gravidade de um AT:

• Sem gravidade – danos leves: podem ser considerados até mesmo danos
secundários;
• Pouco grave – danos mínimos;
• Grave – danos regulares;
• Muito grave – que pode causar grandes danos para a empresa
• Extremamente grave – prioridade máxima pois, podem causar danos
irreversíveis;
• Sobre a urgência – leva em consideração o prazo para se resolver uma
determinada necessidade: é considerado mais urgente quanto menor for
o tempo disponível para tomada de atitude. Normalmente, são os casos
que resultam em multas pesadas e também levar a óbito.

Na sequência, veja como ocorre a identificação do grau de influência


sobre a urgência de um AT:

• pode esperar: sem pressa para resolver o problema;


• pouco urgente: apenas mais urgente do que os anteriores, pode esperar
um pouco mais para ser resolvido;
• urgente: merece atenção em curto prazo;
• muito urgente: quanto antes melhor, uma semana, por exemplo;

23
• imediatamente: necessita de ação imediata.

Quadro 5 – Gravidade, urgência e tendência

Nota Gravidade Urgência Tendência


5 Extremamente grave Emergência Irá piorar rapidamente
4 Muito grave Urgência Irá piorar em pouco tempo
3 Grave O mais rápido possível Irá piorar
2 Pouco grave Pouco urgente Irá piorar a longo prazo
1 Sem gravidade Pode esperar Não irá mudar
Fonte: Elaborado com base em Kepner, 1981.

FINALIZANDO

Nesta aula, procuramos discutir mais acerca da segurança do trabalho,


identificar como algumas sociedades de saúde classificam os riscos, seus
agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e seus acidentes. Na mesma
sequência, vimos a diferença entre perigo e risco. Estudamos o PPRA, sua
aplicação e suas etapas, inclusive utilizando o LTCAT. Vimos o Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), documento imprescindível do
SSST e utilizado em inúmeras empresas, e seus exames básicos exigidos para
cada funcionário, sendo da área de menor risco ao de risco extremo.
Quanto à NR 10 – Segurança em Instalações Elétricas, estudamos as
principais características e aplicações, seus EPIs específicos, suas zonas de
risco e as zonas de controle.
Nas diversas áreas de atividades em que atuam inúmeros profissionais,
estudamos a aplicação das NRs específicas às áreas de transportes,
movimentações, armazenamentos, manuseios de materiais, no trabalho com
máquinas e equipamentos, na construção civil, a céu aberto, na mineração, em
portos e embarcações, na agricultura, pecuária, abate de carnes e derivados, na
exploração florestal, e em ambientes da área da saúde.
Em outras áreas que exigem o lado psicológico e físico, e que poderão
colocar a sua vida ou de outras pessoas em risco, o trabalhador pode sofrer
vertigens, náuseas ou algum tipo de transtorno psicológico que o impossibilita
de agir, raciocinar ou respirar. Nessas áreas, o trabalhador passa por severo
treinamento em trabalhos em altura, com EPIs e EPCs necessários ou em
espações confinados, com equipamentos específicos para cada função.
No âmbito gerencial e de controle, estudamos o uso de ferramentas da
qualidade que podem auxiliar na prevenção, controle e localização da causa e
24
efeito de cada acidente, bem como a geração de gráficos e o mapeamento dos
riscos, sua gravidade, urgência e tendência.

25
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 -


Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2005.

BRASIL. Doenças Relacionadas ao Trabalho: manual de procedimentos


para o serviço da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

_____. Norma Regulamentadora 5: Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 6: Equipamentos de Proteção Individual.


Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 7: Programa de Controle de Medicina e


Saúde Ocupacional Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 9: Programa Interno de Prevenção de


Acidentes Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 10: Segurança em Instalações e Serviços


em Eletricidade. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

______. Norma Regulamentadora n. 11: Transporte, movimentação,


armazenagem e manuseio de materiais. Brasília: Ministério do Trabalho e
Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 12: Segurança no Trabalho em Máquinas


e Equipamentos. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 18: Condições e Meio Ambiente de


Trabalho na Indústria da Construção. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 21: Trabalho a Céu Aberto. Brasília:


Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 22: Segurança e Saúde Ocupacional na


Mineração. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do
Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 29: Trabalho Portuário. Brasília: Ministério


do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.
26
_____. Norma Regulamentadora n. 31: Trabalho na Agricultura, Pecuária e
Exploração Florestal. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 32: Segurança e Saúde no Trabalho em


Segurança de Saúde. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília:
Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 33: Espaços Confinados. Brasília:


Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 34: Condições e Meio Ambiente na


Indústria da Construção, Reparação e Desmonte Naval. Brasília: Ministério do
Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 35: Trabalho em Altura. Brasília: Ministério


do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2017.

_____. Norma Regulamentadora n. 37: Segurança e Saúde no Trabalho em


Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Brasília: Ministério
do Trabalho e Emprego, 2017.

FUNDACENTRO. Manual de Treinamento Curso Básico Segurança em


Instalações e Serviços com Eletricidade - NR 10. Comissão tripartite
permanente de negociação do setor elétrico no estado de São Paulo – CPN. São
Paulo, 2017.

ISHIKAWA, K. Controle de Qualidade Total à maneira Japonesa. Rio de


Janeiro, Campus, 1993.

KEPNER, C. H.; TREGOE, B. O administrador racional. São Paulo: Atlas,


1981.

PEGATIN, T. O. Segurança no Trabalho e Ergonomia. Curitiba: InterSaberes,


2020.

SOUZA, R. A. de. Análise da Qualidade do Processo de Envase de Azeitonas


Verdes Através de Algumas Ferramentas do Controle Estatístico de
Processo. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em Engenharia da
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

27

Você também pode gostar