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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


s ^ 2gS& ^ CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA
Procn" 2015/00001925 -fls. 1
(48/2015-J)

PEDIDO DE PROVIDENCIAS - Conselho


Nacional de Justiça - Art. 1.046 das Normas de
Serviço e Parecer n° 311/2010-J, ambos da
Corregedoria-Geral da Justiça - Inconformismo -
"^ llllo Critérios de ressarcimento dos oficiais de justiça
O ~zg que já foram analisados pelo Conselho Nacional de
• o
Justiça - Ressarcimento por endereço que não
guarda amparo na sistemática vigente - Parecer
pela manutenção das orientações normativas,
prestando as informações ao C. Conselho Nacional
de Justiça.

Vistos.

Trata-se de PEDIDO DE PROVIDENCIAS


apresentada ao Egrégio Conselho Nacional de Justiça por Marcelo Martins
Sena, Oficial de Justiça, no qual requer a declaração de nulidade do Parecer n°
311/2010-J, bem como do parágrafo único do art. 1.076 das Normas de
Serviço, ambos da Corregedoria Geral da Justiça.

Alega que o cumprimento dos supracitados atos


normativos traz prejuízos aos oficiais de justiça, uma vez que não são seriam
ressarcidos por diligência efetivada. Não se conforma com o fato de que,
existindo mais de um endereço a ser diligenciado, somente será ressarcido o
oficial que der cumprimento ao ato ou aquele que realizar a última diligência,
quando todas resultarem negativas.

Sustenta que em um mandado no qual constam


inúmeros endereços, ainda que localizados dentro da zona de atuação do
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Oficial de Justiça, seria de direito o ressarcimento das despesas despendidas


pelas diligências realizadas em cada endereço.

É o relatório.

OPINO.

Preliminarmente, cumpre consignar que a


sistemática de ressarcimento dos oficiais de justiça do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo já foi objeto de análise pelo E. Conselho Nacional de
Justiça.

No Procedimento de Controle Administrativo n°


2008.10.00.002145-8, a Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São
Paulo impugnou os critérios de ressarcimento estabelecidos, especialmente as
diretrizes dos Pareceres n°s 121/2008-J e 202/2008-J, sugerindo que, para fins
de ressarcimento, fosse adotada a quilometragem efetivamente percorrida, em
cada endereço localizado e por processo (fls. 209/231 dos autos n°
2008/17681).

Prestadas as informações (fls. 237/260 dos autos n°


2008/17681), o Conselho Nacional de Justiça, por unanimidade, julgou
improcedente o pedido, por considerar, nos termos constantes da ementa,
"critério lógico e compreensível estabelecido pelo Tribunal para remuneração
das diligências em mandados gratuitos, sem qualquer ofensa às normas" (fls.
350/355 dos autos n° 2008/17681).

O Parecer n° 311/2010-J da Corregedoria-Geral da


Justiça, por seu turno, foi apreciado no Procedimento de Controle
Administrativo n° 0003399-81.2011.2.00.0000, tendo o Conselheiro Relator
proferido decisão monocrática final, determinado o arquivamento do feito com
fundamento no inc. X do art. 25 do Regimento Interno (fls. 647/671 dos autos7
n° 2008/17681).
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O parágrafo único do art. 1.076 das Normas de


Serviço da Corregedoria-Geral da Justiça apenas incorporou ao texto
normativo entendimento constante do supracitado parecer.

Assim, pretende o requerente ver reapreciadas


questões decididas pelo E. Conselho Nacional de Justiça.

Não obstante, por cautela, adentra-se no mérito.

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para


melhor eficiência na execução dos serviços, promoveu, ao longo dos últimos
anos, a instalação de diversas Seções Administrativas de Distribuição de
Mandados nas Comarcas do Estado.

Os oficiais de justiça lotados nas referidas seções


passaram a atuar em zonas territoriais especificas dentro da respectiva
Comarca, o que reduz os deslocamentos e permite maior celeridade no
cumprimento dos mandados.

O Parecer n° 311/2010-J sobreveio para sanar


dúvida relativa ao ressarcimento de diligências realizadas por oficiais de
justiça diferentes, cada um em sua zona de atuação, quando do mandado
constarem endereços situados em zonas diferentes e em um deles não se
realiza o ato.

Entendeu-se, diante das disposições das Normas de


Serviço da Corregedoria acerca do tema, que não se poderia impor o
recolhimento de verba correspondente a duas diligências, uma destinada ao
oficial que se desloca ao primeiro endereço e não realiza o ato e outra ao
oficial que se desloca ao segundo endereço e o realiza.

Com efeito, o Capítulo VI das Normas de Serviço


da Corregedoria-Geral da Justiça, vigente até 19 de novembro de 2013, assim
regulamentava a questão:
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13. Na Comarca da Capital, o valor é fixado em


10,79% do MVR estabelecido para viger em 1 o de novembro de 1985 e
corresponderá a todas as diligências necessárias à prática de cada ato objeto
da ordem judicial, ainda que o resultado seja negativo.
14. Nas comarcas do Interior, o valor é fixado
em 8,99% do MVR estabelecido para viger em 1 o de novembro de 1985 e
corresponderá a todas as diligências necessárias à prática de cada ato objeto
da ordem judicial, ainda que o resultado seja negativo, até a distância de 10
(dez) quilómetros da sede do Juízo. Além desse raio, a cada faixa de 10 (dez)
quilómetros ou fração, aquele valor será acrescido do equivalente a 3 (três)
litros de gasolina."

Como transcritos, os itens 13 e 14 prescreviam que


os valores fixados para o ressarcimento corresponderiam "a todas as
diligências necessárias à prática de cada ato objeto da ordem judicial, ainda
que o resultado seja negativo", com a ressalva de que, nas Comarcas do
Interior, seria acrescido valor equivalente a 3 (três) litros de gasolina, a cada
faixa de 10 (dez) quilómetros ou fração que exceder a distância de 10 (dez)
quilómetros da sede do Juízo.

No mesmo sentido, dispõem os arts. 1.011 e 1.012


das Normas de Serviço vigentes:

Art. 1.011. Na Comarca da Capital, o valor de


cada cota de ressarcimento, correspondente a todas as diligências necessárias
à prática de cada ato objeto da ordem judicial, ainda que o resultado seja
negativo, é fixado em três (03) UFESPs. (grifo não original)

Art. 1.012. Nas Comarcas do Interior, o valor da


cota de ressarcimento é fixado em três (03) UFESPs, correspondente a todas
as diligências necessárias à prática de cada ato objeto da ordem judicial,
ainda que o resultado seja negativo, até a distância de 50 (cinquenta)
quilómetros da sede do Juízo. Além desse raio, a cada faixa de 10 (dez)
quilómetros ou fração, só de ida, aquele valor será acrescido do equivalente a
0,5 (meia) UFESP. (grifo não original)

A expressão "ato" foi objeto de exegese, conforme


se infere do Parecer n° 608/2008-J, juntado nos autos 2008/110979, in verbis:
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É (|ue a expressão ' a t o ' refcrc-.se> por óbvio.


conforme já consignado em parecer exarado no Processo a:
7 7 . 5 7 5 , da lavra do preclaro M a g i s t r a d o Renato Gomes C o r r ê a , ao
ato processual determinado no mandado, por exemplo, citação,
p e n h o r a , intimação, a r r e s t o , impondo anotar, por c o r o l á r i o , que uni
único mandado pode conter diversos atos, de uma mesma espécie
ou não (v.g., citação de quatro réus, intimação de 2 1 j u r a d o , .
etc...). Em princípio, cada ato determinado deverá ensejar o

c o r r e s p o n d e n t e a uma u n i d a d e de r e s s a r c i m e n t o , seja iratando-.se


de m a n d a d o pago ou g r a t u i t o , sendo irrelevante, para tanto, o
número de diligências efetivamente empreendidas, na o : aia
m e d i d a em que o c r i t é r i o e s t a b e l e c i d o é estimativo, visando uru
ressarcimento genérico, globalmente considerado, e não uma
indenização das despesas efetivas, o que seria impraticável,
conforme anotado no p a r e c e r exarado no P r o c e s s o Prol. í'G n"
77.575/86.

Contendo o mandado, no entanto,


determinação de mais de um alo. cujo cumprimento possa s<
perfazer ao m e s m o t e m p o , no m e s m o l o c a l ou cm l o c a l v i z i n h o
>n e s m o valendo para as intimações que devam sucedi o-
imediatamente atos de constrição -, aplica-se a regra do '»t <
ú n i c o ' a t e o r do item 15 das N S C G J (Considen/i/i-se mo úinco. />i;>:.
fins de ressarcimento, as intimações e citações que devem ser reaiizmins a<~
mesmo tempo, no mesmo local ou em local vizinho, bem como as i^itimat, o tc-
que devem suceder imediatamente, a ato de constrição, tais como os d. a
penhora, arresto, sequestro, depósito, etc), de SOíle CJUe l i m a Única

u n i d a d e de r e s s a r c i m e n t o se j u s t i f i c a , porquanto r e p r e s e n t a i va
da exata medida da compensação devida pelo deslocamento
empreendido para o cumprimento da ordem, considerados o
percurso de ida e volta, o que vale, repita-se, seja para os
m a n d a d o s p a g o s , s e j a para os m a n d a d o s g r a t u i t o s .
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A expressão "ato", portanto, não se confunde com


"endereço". Se do mandado constarem dois ou mais endereços de determinada
pessoa a ser, por exemplo, citada ou intimada, haverá o recolhimento uma cota
de ressarcimento, ressalvado, em relação às Comarcas do Interior, o acréscimo
devido se houver diligência em endereço localizado além do raio estabelecido.

O parágrafo único do art. 1.011 das Normas de


Serviço da Corregedoria-Geral da Justiça, ainda, é expresso no sentido de que
"Haverá o recolhimento de uma cota de ressarcimento para cada destinatário
da ordem judicial constante do mandado, independentemente da quantidade
de endereços ou das diligências necessárias à prática do ato, ressalvado o
disposto no art. 1.007" (grifo não original).

Dessa forma, outra não poderia ser a interpretação


da Corregedoria-Geral da Justiça constante do Parecer n° 311/2010-J, ora
impugnado:

A dúvida objeto deste expediente é quanto ao


ressarcimento da diligência, se em favor do primeiro ou do
segundo Oficial de Justiça, já que ambos se deslocaram aos
locais indicados no mandado, cada um na sua zona de atuação.

Em primeiro lugar, não se pode impor à parte o


recolhimento da verba correspondente a duas diligências, uma
para o Oficial que se desloca ao primeiro endereço e não
realiza o ato, e outra para o Oficial que se desloca ao segundo
endereço e realiza a citação ou intimação.
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Isto porque, de acordo com os itens 13 e 14 do


capitulo VI das normas cie serviço, as diligências realizadas
em endereços distintos dio direito ao ressarcimento de uni
único ato, restando definir qual o Oficial que receberá a
importância recolhida pela parte, /

No tocante ao margeamento das diligências


gratuitas, o critério de ressarcimento estabelecido nas Normas de Serviço da
Corregedoria-Geral da Justiça leva em consideração a distância percorrida, em
linha reta, para o cumprimento do ato ou atos contidos na ordem judicial,
independentemente, também, da quantidade de endereço.

Se o destinatário da ordem judicial não for


encontrado no primeiro endereço e houver necessidade de o oficial de justiça
se dirigir a um segundo endereço, não vizinho do primeiro, será devido uma
cota de ressarcimento, sempre que o oficial de justiça não se deslocar por
distância superior a 15 (quinze) quilómetros da sede do juízo. Além desse raio,
a cada faixa de 15 (quinze) quilómetros ou fração, só de ida, aquele valor será
acrescido do equivalente a mais uma cota.

Nestes termos, o inc. I do art. 1.025 das NSCGJ:

Art. 1.025. As despesas de condução com diligências


gratuitas serão ressarcidas na forma do disposto na Lei Estadual n° 11.608/2003,
observando-se, ainda, o seguinte:
I - nas Comarcas da Capital ou do Interior, o valor desse
ressarcimento corresponderá a uma cota de ressarcimento e abrangerá todas as
diligências necessárias à prática do ato ou atos contidos na ordem judicial, ainda que o
resultado seja negativo, sempre que o oficial de justiça não se deslocar por distância
superior a 15 (quinze) quilómetros da sede do juízo. Além desse raio, a cada faixa de 15
(quinze) quilómetros ou fração, só de ida, aquele valor será acrescido do equivalente a
mais uma cota.
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O referido dispositivo normativo está em


conformidade com as orientações constantes de pareceres desta Corregedoria-
Geral da Justiça, alguns deles normativos, com especial referência ao Parecer
normativo n. 121/2008-J, analisado anteriormente pelo Conselho Nacional de
Justiça, que, no que interessa, dispõe:

Segundo o referido parecer, cujas conclusões se impõem


sejam ratificadas em caráter normativo por esta nova gestão da E. Corregedoria Geral de
Justiça 'Para que a diligência seja interpretada como ato único é necessário que a
citação ou intimação seja realizada ao mesmo tempo, no mesmo local ou em local
vizinho. Mais: também se considera ato único a intimação que necessariamente sucede
atos de constrição'.
E ainda: 'Por outro lado, se os atos que constituem a ordem
judicial tiverem de ser realizados em locais (endereços) distintos, desde que não
vizinhos, autorizado estará o cômputo de mais um ato, desde que o oficial de justiça
tenha se deslocado por distância superior a 10 (dez) quilómetros da sede do Juízo. Além
desse raio, a cada faixa de 5 (cinco) quilómetros, completos, só de ida, aquele valor
deverá ser acrescido do equivalente a mais um ato'.
Quer isso evidenciar que o critério de ressarcimento das
NSCGJ, no que concerne aos mandados gratuitos leva em consideração precipuamente a
distância percorrida para o cumprimento do ato ou atos contidos na ordem judicial.
Entende-se, em síntese, que o ressarcimento previsto para
uma 'cota' - expressão aqui empregada em substituição à expressão 'ato' referida nos
itens 25.1 e 25.2 das NSCGJ, porquanto mais apropriada - é o quanto suficiente a cobrir
as despesas de deslocamento por até 14,99 quilómetros, certo que somente quando
completados os 05 quilómetros adicionais aos quais se refere o dispositivo, justifícar-se-
á o acréscimo de mais uma cota, e assim sucessivamente a cada 05 quilómetros
completos, sempre tendo em consideração o percurso só de ida.

Assim, de forma coerente com a sistemática de


ressarcimento dos oficiais de justiça, tratando-se mandado, pago ou gratuito,
que contenha mais de um endereço, em setores diferentes, para a mesma
pessoa, prescreve o parágrafo único do art. 1.076 que "Será ressarcido
somente o oficial que der cumprimento ao ato ou aquele que realizar a última
diligência, quando todas resultarem negativas. Nos mandados pagos e
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gratuitos, o cálculo levará em conta somente as diligências praticadas pelo


oficial que for ressarcido ".

Em nenhum momento foi estabelecido prémio para


o oficial de justiça que realizar o ato, uma vez que haverá ressarcimento
mesmo se todas as diligências restarem negativas. Estabeleceu-se, apenas,
diante da rotina de trabalho das seções administrativas de distribuição de
mandados, quem seria ressarcido no caso.

Como consignado no Parecer n° 311/2010-J:

Na sistemática da central de mandados, a


aitiação em zona territorial específica otimiza o desempenho
da função do Oficial, que certamente ordenará as diligências
de fornia a cumprir os mandados em endereços próximos, com
redução global das despesas de deslocamento.

Se esta nova fornia de organização do serviço


inegavelmente resulta em vantagem para o Oficiai, que poderá
cumprir maior número de mandados com menor dispêndio de
recursos para os deslocamentos, é razoável eomstderar-se não
sujeito a ressarcimento o ato negativo no primeiro endereço
constante do mandado, devolvido à central para cumprimento
em zona territorial afeta a outro Oficial,

Ademais, como ponderado no Parecer n° 451/2009-


J:
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Tenha-se sempre presente ponderação já


Hi um era.-! vezes l a n ç a d a s por esta C o r r e g e d o r i a , no sen fido de que o
critério estabelecido é -. e s t i m a t i v o , visando um ressarcimento
genérico, globalmente considerado, e não urna m d e n i zação das
despesas e t e r n a s , o que seria i m p r a t i c á v e l . P a n e - s e do princípio,
d'- HLi£ n;l
media, o ressarcimento $c perfaz cie forma justa,
e l i m i n a n d o d i s t o r ç õ e s , c e r t o que a v i r t u a l i n s u f i c i ê n c i a do v a l o r do
p a g a menío o u r e c m b o 1 s o e m d e t c r m i n a d a s s i t u a ç õ e s a c a b a s e n d Í>
c o m p e n s a d a com o e x c e s s o do valor em (antas o u t r a s h i p ó t e s e s .

O Estado de São Paulo destina parte da receita dos


emolumentos dos serviços notariais e de registro pertencente ao Estado (art.
20, inc. II, da Lei Estadual n° 11.331/2002) e parte do montante da
arrecadação da taxa judiciária (art. 9o da Lei Estadual n° 11.608/2003) ao
custeio das diligências gratuitas oficiais de justiça.

A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo


lança no SIAFEM os valores arrecadados para custeio das diligências dos
Oficiais de Justiça, os quais são agrupados semanalmente e disponibilizados
para consulta.

No final da primeira quinzena, tem-se o


conhecimento do montante arrecadado no mês anterior e da parte cabível ao
pagamento das diligências dos oficiais de justiça. O citado valor é informado à
DICOGE para rateio entre os oficiais de justiça, considerando o número de
cotas de ressarcimento dos atos ordenados em mandados gratuitos.

O valor de cada cota corresponde ao resultado da


divisão do montante da arrecadação pelo número de cotas de ressarcimento
dos atos ordenados em mandados gratuitos, devolvidos durante o mês pelos
oficiais de justiça de todo o Estado (art. 1.026 das NSCGJ).
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Para cálculo do valor devido, o escrivão judicial ou


o funcionário responsável pela Seção Administrativa de Distribuição de
Mandados informam à DICOGE, até o 8o (oitavo) dia útil de cada mês, pelo
Sistema de Mandados Gratuitos - SMG, a relação/certidão completa dos
oficiais de justiça que tenham mandados cumpridos no mês, na qual constará a
quantidade de mandados e das respectivas cotas para fins de ressarcimento,
bem como o mês em que ocorreu o cumprimento do mandado (art. 1.026, § Io,
das NSCGJ).

O valor da cota, portanto, é inversamente


proporcional ao número de cotas margeadas. Neste tópico, oportuna a
transcrição do seguinte trecho extraído do Parecer n. 309/2011-J:

Vale d i z e r , a m a r g e m de cada ' m a n d a d o granis t o '


d? siri buí do aos Oficia is de J u s t i ç a , estes d e v e r á o l a n ç a r o.s a tos
c u m p r i d o s , os q u a i s s e r ã o , ao fina! da mês, d e v i d a m e n t e conferidos
e nuipeados. ciando ensejo ao mapa da unidade judiciária
r e s p e c t i v a , que será. e n c a m i n h a d o ao D I C O G E para o c ô m p u t o ioía!
dos aios do mês, pelo qual será d i v i d i d a a p a r c e l a a t a n t o devida na
a r t c c a d a e ã o da laxa j u d i c i á r i a , e n c e r r a n d o o valor individualizado
d e c a d a a í o.

:
E fácil e n t r e v e r , n e s t e c o n t e x t o , q u e há um bolo'
mensal da arrecadação da taxa j u d i c i á r i a , predestinado a fazer
t rente ao r es a ar c i m e n t o das despesas com o comprimento dos
' m a n d a d o s g r a t u i t o s ' , o p e r a n d o - s e o r a t e i o do r e f e r i d o "bolo" em
tantas cotas partes quantos forem os a t o s margeados segundo o
c o m p u t o global dos mapas e n c a m i n h a d o s . Quer isso significar que
o dimensionamento do valor da. c o t a parte do rateio esta na
proporção i n v e r s a do n ú m e r o de a i o s l a n ç a d o s no m e s . P o r outro
l a d o , ev iden í e m e n t e , q u a l q u e r e r r o ou a b u s o no roargearneii to de
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esfera de seus pares.

Assim, qualquer a alteração no critério estabelecido


para margeamento das diligências afetará, no tocante aos mandados gratuitos,
o valor da cota e, no tocante aos mandados pagos, o valor devido pelas partes,
valor esse recentemente reajustado de acordo com a sistemática vigente e que
poderá sofrer substancial aumento se alterada.

Diante do exposto, o parecer que, respeitosamente,


se submete à elevada apreciação de Vossa Excelência é no sentido da
manutenção das orientações normativas da Corregedoria-Geral da Justiça do
Estado de São Paulo, prestando às informações ao Egrégio Conselho Nacional
de Justiça, com cópia do presente parecer e das peças nele referidas.

Sub censura.

São Paulo, 04 de fevereiro de 2015.

sardo Tseng Kuei Hsu


Assessor da Corregedoria
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA

CONCLUSÃO
Em 05 de fevereiro de 2015, faço estes autos
conclusos ao Desembargador HAMILTON
ELLIOT AKEL, DD. Corregedor-Geral da Justiça
do Estado de São Paulo. Eu, -c^K—,
( _), Escrevente Técnico Judiciário
do GATJ 3, subscrevi.

Proc. n° 2015/00001925

Aprovo o parecer do MM Juiz Assessor da


Corregedoria, por seus fundamentos, que adoto.

Oficie-se, com urgência, ao C. Conselho Nacional


de Justiça, prestando-se informações. Encaminhêrse cópia do parecer, da
presente decisão e das fls. 209/231^50/355 ç/647/671 dos autos n°
2008/17681.

Sã(/Paulo, 05|désfeiereiro de 2015.

HAMILTON' ELLIOT AKEL


Çorregedor7(jçral da Justiça

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