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Psicologia da Saúde e Criança Hospitalizada seu desenvolvimento.

➔ É necessário aprendermos a ouvir a


➔ Saúde: um estado de completo pessoa que no momento está doente e
bem-estar físico, mental e social. hospitalizada de uma forma afetiva,
➔ Inclusão da dimensão espiritual. buscando acolher os seus sentimentos
e perceber o paciente na sua
Qualidade de Vida → Percepção do indivíduo totalidade.
de sua posição na vida, no contexto da ➔ O respeito à privacidade e a
cultura e sistema de valores nos quais ele confidencialidade. A atitude de
vive em relação a seus objetivos, suas cuidado envolve intimidade e respeito
expectativas, seus padrões e suas à autonomia da criança com
preocupações. responsabilidade na atenção a sua
saúde.
Psicologia da Saúde → Compreender como os ➔ É importante a equipe mostrar-se
fatores biológicos, comportamentais e sociais, atenta ao desenvolvimento da criança
influenciam na saúde e na doença. auxiliando-a na estimulação dos
a. A Psicologia da Saúde, em relação à aspectos sadios, por exemplo, a sua
atuação do psicólogo no ambiente fala, ao movimentar-se no leito, ao
hospitalar, visa à compreensão dos levar brinquedos a sua cama, e
aspectos psíquicos e psicossociais do essencialmente tocando-a, através do
ser humano para a melhoria da olhar afetivo, acariciando-a
assistência integral, tornando a suavemente no manejo de
relação profissional-paciente e procedimentos, etc.
ambiente, humanizados. ➔ O sofrimento da pessoa hospitalizada
envolve os aspectos biopsicossocial e
➔ O hospital representa para criança um espiritual da vida humana
ambiente desconhecido, restrito de ➔ O profissional da saúde deve buscar a
possibilidades de atividades como o sinceridade e a disposição para
brincar, sendo um lugar muitas vezes orientações, reconhecendo que a
de solidão, tristeza, saudade de casa, criança participa do processo do
dos familiares, amigos e colegas. cuidado, tendo o direito de ouvir, falar,
➔ Pode-se observar que a qualidade da discutir, sendo então, digna de
assistência está relacionada à visão da respeito.
equipe de profissionais. ➔ Todos os procedimentos a serem
➔ O trabalho interdisciplinar com a realizados devem ser explicados para a
criança e sua família torna o criança na tentativa de atenuar seus
atendimento integrado e humanizado, medos e fantasias ante o ambiente
➔ É fundamental o conhecimento sobre desconhecido, e muitas vezes, de
desenvolvimento da infância. procedimentos invasivos, rompendo
com a intimidade da criança.
➔ A equipe de saúde estabeleça uma
➔ Adoecimento da criança: crença de que
troca de conhecimentos com as
escolas e famílias das crianças para a criança teria uma vida longa →
discutir problemas relacionados ao adoecimento e possibilidade de morte.
➔ Adoecimento como fora do ciclo de saneamento básico e subjetividade.
vida. b. Percepção da pessoa sobre o seu estado
➔ Contar para a criança, pois isso a dá de saúde e sobre os aspectos
espaço e autonomia para entender o não-médicos do seu contexto de vida.
que está acontecendo. c. Como o indivíduo avalia sua situação
pessoal em cada uma das dimensões
Infância → Nascimento até o 12º ano de vida. relacionadas à qualidade de vida.
a. Respostas à dor e medo exacerbadas d. QV só pode ser analisada pelo
indivíduo.
Adolescência → 10 aos 20 anos.
a. Período de transformações físicas, Dimensões da QV:
hormonais, psicológicas, a. física
comportamentais e sociais. b. psicológica - percepção do indivíduo
b. Adoecimento: falta de autonomia e sobre sua condição afetiva e cognitiva c.
dependência. relacionamento social
c. Impactos na aparência e vergonha do d. ambiente
próprio corpo.
➔ Instrumento de Avaliação da Qualidade
Psicologia hospitalar: de Vida da OMS
1. Tratamento humanizado; ➔ SF-36: Qualidade de vida relacionada à
2. Incluir a família na intervenção; saúde
3. Lidar com as crianças doente;
4. Conhecimento sobre desenvolvimento Doenças Crônicas → Recursos
humano. médico-farmacológicos são insuficientes para
curar a patologia.
a. A terapêutica oferecida apenas
Qualidade de Vida: aspectos conceituais e desacelera, ou impede o progresso da
metodológicos doença, alivia sintomas, e mantém o
melhor nível de funcionamento.
➔ Saúde e doença configuram processos b. Diminuição da autoestima e prejuízo na
compreendidos como um continuum, qualidade de vida.
relacionados aos aspectos
econômicos, socioculturais e à Reabilitação → Auxiliar os pacientes a
experiência pessoal e estilos de vida. retomarem, na medida do possível, funções,
➔ Aumento de doenças desenvolvendo suas potencialidades e
crônico-degenerativas. buscando alternativas.
a. Aumentar capacidade funcional. b.
Qualidade de Vida → Percepção do indivíduo Promover independência e autonomia c.
de sua posição na vida, no contexto da cultura Promover qualidade de vida
e sistemas de valores nos quais ele vive e em d. Desenvolvimento de recursos de
relação aos seus objetivos, expectativas, enfrentamento
padrões e preocupações.
a. Saúde, educação, habitação,
moduladores é que resulta a
experiência neurosensitiva da dor.
A dor e seus aspectos multidimensionais ➔ O corpo como reflexo social.
➔ Dor e sofrimento não são o mesmo.
Dor → Experiência sensitiva emocional ➔ Dor é representada pelo impulso
desagradável, associada a uma lesão tecidual nociceptivo, lesão prévia e inflamação.
atual, potencial ou descrita em termos de tal ➔ Sofrimento representa o significado que
lesão. a dor tem no curso da doença, a
a. Experiência subjetiva e pessoal. incapacidade física, social e financeira.
➔ Linguagem da dor: atividades motoras,
Dor Aguda → Reação rápida do organismo, é expressões faciais, alterações pontuais,
momentânea e normalmente associada a respostas autonômicas, expressões
lesão tecidual. verbais.
a. Sinal de alerta; sobrevivência. ➔ Negação, raiva, negociação, depressão
e aceitação do que a morte é.
Dor Crônica → Dor contínua ou recorrente de ➔ Elementos determinantes ou
duração mínima de três meses. contribuintes para o quadro.
a. Não desaparece com o emprego de ➔ Identificar limitações e sofrimentos
procedimentos terapêuticos advindos da dor.
convencionais.
b. É causa de incapacidades e inabilidades Avaliação Psicológica da Dor
prolongadas. 1. Quando sintomas são mais graves do
que o esperado por uma avaliação
Modelo Biopsicossocial da Dor: clínica
1. Aspectos espirituais 2. Quando há incapacidade importante: a
2. Aspectos sociais dor interfere significativamente na
3. Comportamento capacidade do paciente de realizar
4. Sentimentos atividades rotineiras
5. Atitudes e Crenças 3. Quando existem sinais de estresse,
6. Nocicepção ansiedade ou depressão e crenças
a. Sinais que chegam ao sistema disfuncionais.
nervoso central como resultado 4. Se houver suspeita de uso excessivo de
da activação de receptores medicação ou drogas ou transtornos
sensoriais especializados, os emocionais
nociceptores, que fornecem 5. Diante de falhas excessivas nos
informação sobre o dano dos tratamentos, dificuldade de aderência
tecidos. ao tratamento ou suspeita de ganho
secundário.
➔ Modulação da dor: dor é influenciada
por fatores psicossociais e Dimensões da Dor:
neurosensitivos. 1. Sensório-discriminativa: diz respeito
➔ Modulação no snc e da interação entre aos componentes físicos da dor.
os estímulos nociceptivos e fatores 2. Motivacional-afetiva: abrange
interpretação da experiência dolorosa, da pessoa amada exige um
envolvendo aspectos como tensão, reposicionamento diante de novos
respostas neurovegetativas, medo, papéis.
punição e outros sentimentos. ➔ Os pacientes que falam em suicídio
3. Cognitivo-avaliativa: aspectos raramente o cometem; perguntar sobre
relacionados à compreensão da o suicídio pode provocar atos suicidas
experiência dolorosa por meio das - MITO
características sensoriais e afetivas, ➔ Os principais fatores de risco para o
experiências passadas, significado da suicídio são: história de tentativa de
situação, representação dos sintomas. suicídio e transtorno mental.

a. Qual a extensão e magnitude da doença Suicídio → Óbito que resulta de uma ação ou
ou sintoma? omissão iniciada com intenção de causar
b. Como a dor interfere na vida do paciente morte e com expectativa desse desfecho. a.
e quais as limitações? Saída para livrar-se da dor de existir.
c. Quando e como os sintomas podem ser
alterados por aspectos sociais, emocionais Comportamento Suicida → Todo ato pelo qual
ou comportamentais. um indivíduo causa lesão a si mesmo,
qualquer que seja o grau de intenção letal e de
➔ Escala Visual Analógica conhecimento do verdadeiro motivo desse
➔ Questionário de Dor McGill: modelo ato.
multidimensional de dor;
- Qualidade sensorial (variações na Fatores de Risco:
sensação de dor) a. Transtornos mentais
- Qualidade afetiva (reações b. Sociodemográficos
emocionais) c. Psicológicos
- Qualidade avaliativa (julgamento d. Condições clínicas incapacitantes
da gravidade da e. Sentimentos
dor).
➔ A tarefa do profissional diante do
paciente com comportamento suicida
Suicídio: a prática do psicólogo e os é: identificar o risco de suicídio,
principais fatores de risco e proteção proteger o paciente, remover ou tratar
os fatores de risco.
➔ Estado mental atual - parece estar sob
➔ O luto por suicídio não é somente um efeito de alguma substância?
fenômeno que pertence ao território da apresenta discurso coerente?
pessoa que se mata, mas trata de uma ➔ Plano suicida atual - quão preparada a
morte que pertence ao coletivo. pessoa está, grau de planejamento e
➔ Além da necessidade de compreender a quão cedo o ato está para ser realizado.
morte, surge a redefinição de seu papel ➔ Sistema de apoio social da pessoa.
na família. Trata-se de um imenso
investimento emocional, pois a morte Baixo Risco - pessoa teve algum pensamento
suicida, mas não fez nenhum plano. - a. Processo dinâmico e regulador do
Oferecer apoio emocional. enfrentamento, muitas vezes irregular.
Médio Risco - pessoa tem pensamentos e b. Enfrentamento adaptativo é composto
planos, mas não tem planos de cometer de confrontação/evitação da perda.
suicídio imediatamente.
- Oferecer apoio emocional, trabalhar os ➔ Luto pode encaminhar-se para um
sentimentos suicidas e focalizar nos padrão de aceitação, ou para o
aspectos positivos. Transtorno de Luto Prolongado.
- Explorar alternativas ao suicídio. -
Entrar em contato com psiquiatra e com a Transtorno de Luto Prolongado
família. a. Ter perdido alguém que lhe era
- Fazer um contrato e tentar ganhar significativo e reage com preocupação
tempo. com o morto.
b. Sintomas: evitação, falta de sentido no
Alto Risco - pessoa tem um plano definido, futuro, entorpecimento, choque,
tem os meios para fazê-lo e planeja fazê-lo dificuldade de aceitar a morte.
prontamente. c. É distinto da depressão e ansiedade e é
- Acompanhamento constante. preditor de limitações na qualidade de
- Fazer contrato. vida e saúde mental.
- Informar rede de apoio
- Providencie uma ambulância e ➔ Aceitação da morte natural aumenta
encaminhe a pessoa ao pronto-socorro com o passar do tempo.
psiquiátrico, de preferência. ➔ Intervenções no período de luto
antecipatótio têm se mostrado
➔ O suicídio em si não é uma doença, importante para a aceitação da morte.
nem necessariamente a manifestação
de uma doença.
Escrita em Prontuário

Luto como Experiência Vital ● Compartilhamento de informações. ●


Documento que facilita a comunicação e o
➔ Primeiros estudos: proposta de trabalho em equipe. ● Deve ter em vista a
desligamento, de afastamento da confidencialidade. ● O prontuário é do
pessoa falecida. paciente.
➔ Luto como uma perspectiva de ● É obrigatório o registro da prestação de
construção de significado. serviços psicológicos.
Possibilidade de manter vínculos ● Documento deve ser mantido por no
contínuos. mínimo 5 anos.
➔ Luto está em nossa história passada, ● Pessoa atendida e responsáveis legais
presente e futura. têm direito ao acesso ao prontuário.

Modelo de Processo Dual → dois estressores:


orientados para a perda e para restauração.

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