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HORMÔNIOS DO TGI

HORMÔNIOS DO TGI

FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL 1
HORMÔNIOS DO TGI

HORMÔNIOS DO
TGI

CONTEÚDO: ADA CORDEIRO DE FARIAS


CURADORIA: DANIELA CARVALHO

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HORMÔNIOS DO TGI

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4

GASTRINA ....................................................................................................... 4

Síntese .................................................................................................................... 4

Mecanismo de ação ............................................................................................... 4

SOMATOSTATINA ......................................................................................... 5

Síntese .................................................................................................................... 5

Mecanismos de ação .............................................................................................. 5

SECRETINA ...................................................................................................... 6

Síntese .................................................................................................................... 6

Mecanismo de ação ............................................................................................... 6

COLECISTOCININA ........................................................................................ 6

Síntese .................................................................................................................... 6

Mecanismo de ação ............................................................................................... 6

INCRETINAS E GRELINA ............................................................................... 7

PYY .................................................................................................................... 8

MOTILINA ......................................................................................................... 8

Referências....................................................................................................... 9

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INTRODUÇÃO estômago induzida por ele. Quando em pH


menor que 3, no entanto, as células G antrais
As funções do trato gastrointestinal (TGI) são diminuem a secreção de gastrina, devido à
reguladas tanto por mecanismos neurais, me- produção de somatostatina induzida pelo
diante sistema neuroendócrino intrínseco, baixo pH estomacal. Nesse sentido, a somatos-
quanto por mecanismos hormonais endócri- tatina, produzida pelas células D adjacentes às
nos e parácrinos. células G, tem efeito inibitório sobre a secre-
ção de gastrina.
Os peptídeos com ação hormonal sobre o TGI
são sintetizados por células isoladas ou agru-
padas na parede dos próprios órgãos que o
compõe. Eles podem ser levados pela circula-
Vinho, cerveja e café
ção porta ao fígado e de lá, através da circula-
estimulam a secreção de
ção sistêmica, alcançar as células-alvo, ou po-
dem ser liberados no líquido extracelular, atu-
gastrina e, portanto,
ando de forma parácrina.
aumentam a secreção de ácido
pelo estômago.
GASTRINA

A gastrina é um agente humoral produzido pe-


las células G das glândulas do antro estomacal Mecanismo de ação
e do duodeno. Ela atua nas células parietais do
corpo do estômago, estimulando a secreção A gastrina estimula a secreção de ácido pelas
de ácido, além de ser um fator trófico de cres- células parietais de forma direta, ligando-se a
cimento e proliferação epitelial do trato gas- um receptor específico na membrana basola-
trointestinal. Dessa forma, ela tem uma função teral da célula parietal, e indireta, mediante
regulatória sobre a secreção ácida estomacal. estímulo à liberação de histamina pelas células
enterocromafins (ECL) na lâmina própria. A se-
Síntese creção de ácido pelas células parietais é essen-
cial para a hidrólise de proteínas, pois possibi-
As células G das glândulas mucosas antrais do lita a conversão do zimogênio pepsinogênio
estômago e da parede do duodeno produzem em pepsina, reação que ocorre apenas em am-
e secretam gastrina quando estimuladas pela biente ácido.
presença de peptídeos e aminoácidos no lú-
men gástrico, assim como em resposta aos re- Ao se ligar ao receptor gastrina-colecistocinina
flexos intramurais e ao peptídeo liberador de B (CCKb), a gastrina ativa um sistema de trans-
gastrina (PLG), liberado pelo nervo vago. Além dução de sinal mediado por proteína Gaq, de-
disso, a secreção desse hormônio é estimulada sencadeando a via do fosfolipase C (PLC). Isso
pelo quimo estomacal, tanto por processo quí- provoca o aumento da concentração
mico, quanto pela distensão da parede do

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intracelular de Ca2+ e a ativação da proteína natro é dependente de pH luminal baixo (< 3).
quinase C (PKC). A estimulação vagal das células D estomacais,
no entanto, têm efeito inibitório sobre a secre-
O receptor CCKb também está presente na ção de somatostatina.
membrana celular das células enterocroma-
fins. A gastrina, ao se ligar a ele, promove a se- Mecanismos de ação
creção de histamina. Esta liga-se ao receptor
H2 na membrana da célula parietal acoplado à A principal função da somatostatina consiste
proteína Ga ligada ao GTP, o que promove a em inibir a secreção de gastrina e, consequen-
estimulação da enzima adelinil ciclase. É for- temente, a secreção de ácido pelas células pa-
mado, então, AMPc, o qual ativa a proteína rietais. Ela inibe a secreção de gastrina tanto
quinase A (PKA). A PKA, por fim, fosforila a por mecanismos diretos, quanto por indiretos.
bomba H-K, responsável pela secreção de
Esse hormônio antagoniza os efeitos da hista-
ácido nas células parietais.
mina ao se ligar ao receptor SST na membrana
basolateral da célula parietal, o qual é aco-
plado à proteína Gai, e inibir a adenilil ciclase –
esse é seu efeito direto. Quanto aos efeitos in-
diretos, eles ocorrem de maneira parácrina. A
somatostatina produzida no corpo do estô-
mago inibe a produção de histamina pelas cé-
lulas enterocromafins e, como consequência,
inibe a secreção de ácido, já que a histamina
promove a secreção de H+ pelas células parie-
Ação da gastrina (G). Berne & Levy, Fisiologia, 6ed. tais. Já a somatostatina produzida no antro es-
tomacal inibe a secreção de gastrina pelas cé-
SOMATOSTATINA lulas G, o qual, assim como a histamina, pro-
move a secreção ácida.
A somatostatina consiste na principal via de
inibição da secreção ácida estomacal.

Síntese

A somatostatina é um agente humoral produ-


zido pelas células D das glândulas do antro e
corpo do estômago, bem como pelas células
delta pancreáticas e por neurônios do hipotá-
lamo. A síntese de somatostatina pelas células
D do corpo do estômago ocorre por estímulos Ação da somatostatina. Berne & Levy, Fisiologia,
neurais e hormonais, de forma independente 6ed.
do pH do lúmen. Já a produção realizada no

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SECRETINA A secretina, ao se ligar ao seu receptor na


membrana das células ductais pancreáticas,
A secretina é um polipeptídeo conhecido como estimula a adelinil ciclase, a qual aumenta a
antiácido fisiológico, devido ao seu papel de concentração intracelular de AMPc e, conse-
neutralizar o quimo no intestino delgado. Além quentemente, ativa a proteína quinase A
disso, esse hormônio é o principal regulador (PKA). Mediante esse mecanismo, a secretina
humoral da secreção de HCO3- pelos ductos estimula o canal apical de Cl- CFTR e o cotrans-
pancreáticos. Suas ações são fundamentais portador basolateral Na/HCO3-.
por possibilitarem um ambiente de pH mais
elevado (básico), essencial para a atividade
adequada das enzimas liberadas no intestino
delgado.
Outra função da secretina é a
Síntese de estimular as células
principais a secretarem mais
A secretina é secretada pelas células S duode- pepsinogênio.
nais em resposta à presença de ácido proveni-
ente do estômago no duodeno, bem como
pela presença de produtos da digestão de pro-
teínas e lipídios no lúmen duodenal.
COLECISTOCININA
Mecanismo de ação
Síntese
As ações desse hormônio são voltadas para a
neutralização da secreção ácida estomacal. A colecistocinina (CCK) é produzida pelas célu-
Sendo assim, esse hormônio promove a redu- las I duodenais e jejunais, bem como pelos
ção da secreção ácida estomacal mediante ini- neurônios do íleo e do cólon, estimuladas pela
bição da secreção de gastrina pelo antro, da presença de produtos da hidrólise de lipídios
estimulação à secreção de somatostatina e da (ácidos graxos) e proteínas (aminoácidos) nes-
atuação inibitória no próprio processo de se- ses locais, sendo a presença de lipídios o fator
creção de H+ pelas células parietais. mais relevante.

Ademais, ela estimula a secreção de HCO3- pe- Mecanismo de ação


las células pancreáticas ductais e pelas células
Esse hormônio atua sobre estômago, pâncreas
biliares, promove a contração do piloro (dimi-
e vesícula biliar. A CCK inibe diretamente a se-
nuindo a velocidade de esvaziamento do estô-
creção de ácido pelas células parietais das
mago) e exerce papel trófico sobre o tecido
glândulas da mucosa gástrica; estimula a se-
pancreático secretor de substâncias exócrinas.
creção enzimática dos ácinos pancreáticos;
Dessa forma, a secretina promove a neutrali-
promove a contração do piloro e, como conse-
zação do ácido proveniente do estômago.
quência, a redução da velocidade de

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esvaziamento gástrico; promove a secreção da sensibilidade dos receptores insulínicios e au-


bile para o duodeno por contrair a muscula- mentando as células produtoras desse hormô-
tura da vesícula biliar e relaxar o esfíncter de nio (células beta pancreáticas); diminuindo a
Oddi; e induz à saciedade. secreção de glucagon; e diminuindo a fome.
Essa redução da fome ocorre por estímulo aos
Quanto à sua ação nos ácinos pancreáticos, ela neurônios anorexigênicos (α-MSH) do núcleo
ocorre por meio diretos e indiretos. Ela atua di- arqueado hipotalâmico.
retamente por meio da ligação da CCK a um re-
ceptor específico presente na membrana da
célula acinar chamado CCKa. Esse receptor é
acoplado à proteína Gαq, a qual utiliza a via de
transdução de sinal relacionada à PLC e ao Por seu efeito estimulador da
Ca2+. Já em relação ao meio indireto, ele secreção de insulina, as
ocorre por intermédio da ativação do sistema incretinas, em especial o GLP-1,
nervoso parassimpático (colinérgico), o qual é estão envolvidas no tratamento
essencial para a secreção pancreática na fase do Diabetes Mellito. A DDP-4 é
intestinal. uma enzima responsável pela
degradação das incretinas.
INCRETINAS E GRELINA Sendo assim, a classe de
medicamentos inibidores da
O peptídeo inibidor gástrico (GIP) é produzido
DDP-4 promove o aumento
pelas células K do duodeno e do jejuno em res-
dessas substâncias. Já a classe
posta à presença de produtos da hidrólise de
dos agonistas do GLP-1, como o
proteínas (aminoácidos), carboidratos (gli-
próprio nome já indica,
cose) e lipídios (ácidos graxos) no lúmen. Esse
compreende substâncias que
hormônio, mesmo em doses baixas, atua esti-
mimetizam os efeitos das
mulando a liberação de insulina pelas células
incretinas ao se ligarem aos
beta das ilhotas pancreáticas, caracterizando-
o como uma incretina. Além disso, ele diminui
receptores delas.
a velocidade de esvaziamento gástrico (contra-
ção do piloro) e a secreção de ácido pelas cé-
lulas parietais, seja de forma direta, seja de
forma indireta, mediante inibição da secreção
de gastrina pelas células G. A grelina é formada pelas células Gr do estô-
mago no jejum, quando o estômago se encon-
O GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon) é tra vazio. Essa substância regula o apetite o
produzido por células no íleo e no cólon tam- metabolismo energético por estimular o neu-
bém em resposta à presença de nutrientes no rônio orexigênico (NPY), induzindo, portanto, à
lúmen. Ele atua retardando o esvaziamento fome. Além disso, ela atua na regulação da se-
gástrico; aumentando a secreção de insulina, a creção de insulina, da secreção gástrica e do

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metabolismo da glicose, bem como estimula a resultante de uma via neural excitatória de-
liberação do hormônio do crescimento. pendente de acetilcolina.

PYY Esse hormônio tem a função de aumentar a


motilidade do trato gastrointestinal, sendo as-
O peptídeo YY (PYY) é secretado pelas células L sociado ao complexo migratório mioelétrico
neuroendócrinas do íleo e do cólon quando há (CMM), o qual consiste em atividade motora
ácidos graxos, glicose e proteína hidrolisada no periódica e intensa da musculatura lisa do es-
lúmen. Ele atua suprimindo a secreção pan- tômago e do intestino delgado nos períodos in-
creática mediante redução do fluxo sanguíneo terdigestivos. A sua secreção ocorre no jejum,
pancreático e vias neurais inibitórias. Além a cada 90-120 minutos. Dessa forma, a moti-
disso, ele inibe o esvaziamento gástrico, a se- lina atua aumentando a motilidade gástrica e
creção ácida do estômago, a motilidade do in- intestinal.
testino e a ingestão de alimentos. Esta última
ação ocorre por inibição do hormônio orexigê-
nico hipotalâmico, o qual está envolvido com a
indução da fome.

MOTILINA

A motilina é um peptídeo secretado pelas cé-


lulas M enteroendócrinas do duodeno e do je-
juno. O estímulo para sua secreção parece

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REFERÊNCIAS

Fisiologia Gastrointestinal – Princípios Gerais – Hormônios do TGI. (Pedro Sul-


tano). Jaleko Acadêmicos. Disponível em: < www.jaleko.com.br >.

AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2012.

BORON, Walter F.; BOULPAEP, Emile L. Fisiologia Médica. 2ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2015.

SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

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